UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ NOTAS DE AULA: ANÁLISE REAL. Profa.: Gislaine Aparecida Periçaro Curso: Matemática, 4º ano

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ NOTAS DE AULA: ANÁLISE REAL. Profa.: Gislaine Aparecida Periçaro Curso: Matemática, 4º ano"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ NOTAS DE AULA: ANÁLISE REAL Profa.: Gislaine Aparecida Periçaro Curso: Matemática, 4º ano CAMPO MOURÃO 203

2 Capítulo Conjuntos e Funções Neste capítulo vamos fazer uma breve revisão de alguns conceitos referentes a conjuntos e funções que serão usados com frequência no decorrer dos capítulos seguintes.. Conjuntos A palavra conjunto é usada para designar uma coleção qualquer de objetos, os quais são denominados elementos do conjunto. Quando um objeto x é um dos elementos que constitui o conjunto A, dizemos que x pertence a A e escrevemos x A. Para denotar que x não pertence a A escrevemos x / A. Usamos a notação X = {a, b, c,...} para representar o conjunto X cujos elementos são a, b, c, etc. Quando os elementos de X são números, dizemos que X é um conjunto numérico. Por exemplo: ˆ N = {, 2, 3,...}: conjunto dos números naturais. ˆ Z = {..., 2,, 0,, 2, }: conjunto dos números inteiros. ˆ Q = {p/q p Z, q Z, q 0}: conjunto dos números racionais. Um conjunto pode ser definido especificando-se os seus elementos, o que nem sempre é possível, ou por meio de uma propriedade desses. Por exemplo, X = {x N x > 0} é o conjunto formado pelos números naturais x que gozam da seguinte propriedade: x é maior do que 0. Um conjunto é dito vazio e denotado por quando é desprovido de elementos. Por exemplo, X = {x N 2 < x < 3} =. Dados dois conjuntos A e B, dizemos que A é subconjunto de B quando todo elemento de A é também elemento de B e denotamos esse fato por A B (lê-se A está contido em B) ou, ainda, B A (lê-se B contém A). Por exemplo, sejam X o 2

3 conjunto dos quadrados e Y o conjunto dos retângulos, então vale a seguinte inclusão: X Y. Quando escrevemos X Y não excluímos a possibilidade de ser X = Y. No caso em que X Y e X Y, dizemos que X é um subconjunto próprio de Y e podemos representar esse fato pela notação X Y. Para mostrar que X não é subconjunto de Y, deve-se obter x X tal que x / Y. Assim, concluímos que o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto X. De fato, se não fosse subconjunto de X, existiria algum x tal que x / X. Mas, como não existe x, devemos admitir que X, para qualquer conjunto X. A relação de inclusão A B é ˆ Reflexiva: A A, para todo conjunto A; ˆ Anti-simétrica: se A B e B A, então A = B; ˆ Transitiva: se A B e B C, então A C. A propriedade anti-simétrica diz que dois conjuntos A e B são iguais quando possuem os mesmos elementos. Assim, quando tivermos que provar a igualdade entre dois conjuntos, devemos primeiro mostrar que A B e, depois, que B A... Operações entre conjuntos. União: A B = {x x A ou x B}. 2. Interseção: A B = {x x A e x B}. Quando A B =, dizemos que os conjuntos A e B são disjuntos. 3. Diferença: A B = A \ B = {x x A e x / B}. Não é necessário que B esteja contido em A para formar a diferença A B. Quando A e B são disjuntos, tem-se A B = A. Quando se tem B A, a diferença A B chama-se complementar de B em relação a A e escreve-se A B = A B. No entanto, quando consideramos subconjuntos de um mesmo conjunto X, a diferença X A chama-se simplesmente complementar de A e indica-se por X A = A c. 4. Produto cartesiano: A B = {(a, b) a A e b B}. 5. União infinita: A n = {x x A n para algum n N}. 6. Interseção infinita: A n = {x x A n para todo n N}. 3

4 ..2 Exercícios. Mostre que A B = B A. 2. Prove que A (B C) = (A B) C. 3. Dados os conjuntos A e B, seja X um conjunto com as seguintes propriedades: ª) X A e X B, 2ª) Se Y A e Y B, então Y X. Prove que X = A B. 4. Prove que A (B C) = (A B) (A C). 5. Prove que B A = B A c. 6. (Leis De Morgan) Prove que (A B) c = A c B c e (A B) c = A c B c..2 Funções Uma função f : A B é uma regra que associa cada elemento x A a um único elemento f(x) B. O conjunto A é chamado domínio da função e B é denominado contradomínio. Podemos dizer apenas função f em vez de f : A B, ficando subentendidos o conjunto A, domínio de f, e o conjunto B, contradomínio de f. É importante notar a diferença entre f e f(x): f é a função enquanto que f(x) é o valor que a função assume em um elemento x de seu domínio. Funções reais de variáveis reais são funções cujo domínio e contradomínio são subconjuntos dos números reais. Dada uma função f : A B, o conjunto dos elementos y B para os quais existe pelo menos um x A tal que f(x) = y é chamado imagem de A pela função f e designado por f(a). Assim, f(a) = {f(x) x A}. Exemplo. Seja f : R R + a função definida por f(x) = x 2, isto é, a função que associa a cada real x o seu quadrado x 2. Temos que f(r) = R + (aqui estamos usando o fato, que ainda será provado, de que todo número real positivo possui uma raiz quadrada). O gráfico de uma função f : A B é o subconjunto G(f) do produto cartesiano A B formado pelos pares ordenados (x, f(x)), em que x A é arbitrário. Ou seja, G(f) = {(x, y) A B x A e y = f(x)}. Para que um subconjunto G A B seja o gráfico de uma função f : A B, é necessário e suficiente que, para cada x A, exista um único ponto (x, y) G cuja primeira coordenada seja x. 4

5 Definição.2 Dizemos que a função f : A B é (i) injetiva quando para quaisquer x e y em A tais que x y, tem-se f(x) f(y) ou, equivalentemente, quando para quaisquer x e y em A, f(x) = f(y) implica x = y. (ii) sobrejetiva quando para todo y B existe pelo menos um x A tal que f(x) = y, isto é, quando f(a) = B. (iii) bijetiva quando é injetiva e sobrejetiva ao mesmo tempo. Exemplo.3 A função f : Z Z, definida por f(x) = 2x é injetiva, pois se f(x) = f(y) então 2x = 2y, donde segue que x = y. No entanto, f não é sobrejetiva, pois não existe x Z tal que 2x = 0. Definição.4 Considere uma função f : A B e um conjunto Y B. A imagem inversa de Y pela função f é o conjunto f (Y ), formado por todos os pontos x A tais que f(x) Y. Assim, f (Y ) = {x A f(x) Y }. Dado y B, escrevemos f (y) em vez de f ({y}). Exemplo.5 Seja f : Z Z a função dada por f(x) = x 2. Para Y = { 3, 2, } tem-se f (Y ) =. Temos ainda que f (4) = { 2, 2}. Definição.6 Sejam as funções f : A B e g : C D. Suponha que f(a) C. Assim, podemos definir a função composta g f : A D que consiste em aplicar f e depois g. Mais precisamente, podemos escrever (g f)(x) = g(f(x)) para todo x A. Exemplo.7 Sejam f : [, ] R e g : R + R + e as funções dadas por f(x) = x 2 e g(x) = x. Temos que g(f(x)) = x 2, x [, ]. Definição.8 Seja f : A B uma função bijetiva. Então, para cada x B existe um único y A tal que f(y) = x. Isso nos permite considerar uma função g : B A dada por g(x) = y f(y) = x. A função g denomina-se função inversa de f e, geralmente, é denotada por f. Quando f admite inversa, dizemos que f é inversível. Note que se g é a inversa de f, então g(f(x)) = x para todo x A e f(g(x)) = x para todo x B. Exemplo.9 A inversa da função bijetiva f : R R dada por f(x) = 3x + 2 é a função g : R R dada por g(x) = x 2. 3 Exemplo.0 Seja f : [0, ) [0, + ) a função dada por f(x) = x x. Temos que f é bijetiva e, portanto, inversível. Sua inversa é a função f : [0, + ) [0, ) dada por f (x) = x + x. 5

6 Exemplo. Seja f : [, 0] [0, ] a função dada por f(x) = x 2. Temos que f é bijetiva e, portanto, inversível. Sua inversa é a função f : [0, ] [, 0] dada por f (x) = x Exercícios. Sejam a função f : A B e os subconjuntos X e Y de A. a) Prove que f(x Y ) = f(x) f(y ). b) Prove que f(x Y ) f(x) f(y ). Dê um contra-exemplo para mostrar que f(x Y ) pode ser diferente de f(x) f(y ). c) Mostre que se f for injetiva então f(x Y ) = f(x) f(y ). d) Prove que f(x Y ) f(x) f(y ). e) Mostre que se f for injetiva então f(x Y ) = f(x) f(y ). 2. Mostre que f : A B é injetiva se, e somente se, f(a X) = f(a) f(x) para todo X A. 3. Sejam a função f : A B e os subconjuntos X e Y de B. a) Prove que f (X Y ) = f (X) f (Y ). b) Prove que f (X Y ) = f (X) f (Y ). 4. Dados a função f : A B e um subconjunto Y de B, mostre que f (B Y ) = A f (Y ). 5. Dada a função f : A B, prove que: a) f (f(x)) X para todo X A; b) f é injetiva se, e somente se, f (f(x)) = X para todo X A. 6. Dada a função f : A B, prove que: a) f(f (Z)) Z para todo Z B; b) f é sobrejetiva se, e somente se, f(f (Z)) = Z para todo Z B. 6

7 Capítulo 2 Conjuntos Finitos e Infinitos Discutiremos a seguir as definições formais de conjuntos finitos, infinitos e enumeráveis. Vamos considerar inicialmente o conjunto dos números naturais. 2. Números Naturais O conjunto dos naturais pode ser caracterizado a partir dos três axiomas dados a seguir, conhecidas como axiomas de Peano. Considere um conjunto N, cujos elementos são chamados números naturais e uma função s : N N. A imagem s(n) de cada número natural n N chama-se sucessor de n. A função s satisfaz aos seguintes axiomas:. s : N N é injetiva. 2. Existe um único número natural N tal que = s(n) para todo n N. 3. Se X N é um subconjunto tal que X e para todo n X tem-se s(n) X, então X = N. O axioma 3 é conhecido como Princípio da Indução e também pode ser enunciado da seguinte forma: Se uma propriedade P é válida para o número e se, do fato de um número natural n satisfazer P puder-se concluir que seu sucessor s(n) também satisfaz P, então P é válida para todos os números naturais. Exemplo 2. Mostre por indução que para todo n N tem-se s(n) n. 2.. Operações com naturais No conjunto dos números naturais são definidas duas operações fundamentais: a adição e a multiplicação, sendo caracterizadas por: (i) m + = s(m); 7

8 (ii) m + s(n) = s(m + n), isto é, m + (n + ) = (m + n) + ; (iii) m = m; (iv) m(n + ) = m n + m. São válidas as seguintes propriedades da adição e da multiplicação: ˆ Associatividade: (m + n) + p = m + (n + p), m (n p) = (m n) p; ˆ Distributividade: m (n + p) = m n + m p; ˆ Comutatividade: m + n = n + m, m n = n m; ˆ Lei do corte: n + m = p + m n = p e n m = p m n = p Relação de ordem Dados m e n naturais, dizemos que m é menor que n e escrevemos m < n quando existe p N tal que n = m + p. A notação m n significa que m < n ou m = n. A relação < goza das seguintes propriedades: (i) Transitividade: se m < n e n < p, então m < p. (ii) Tricotomia: dados m, n N, uma e somente uma das três alternativas é válida. m = n ou m < n ou n < m. (iii) Monotonicidade da adição: se m < n então, para todo p N tem-se m+p < n+p. Exercício 2.2 Mostre por indução que: (n + ) a) n = n 2 b) n! > 2 n para todo n 4. Exercício 2.3 Mostre que para qualquer n N, não existe p N tal que n < p < n +. Definição 2.4 Seja X um conjunto de números naturais. Diz-se que um número p X é o menor elemento de X (ou elemento mínimo de X) quando se tem p n para todo n X. Analogamente, um número q X chama-se o maior elemento de X (ou elemento máximo de X) quando se tem q n para todo n X 8

9 O teorema a seguir estabelece que todo subconjunto não vazio dos naturais possui um elemento mínimo. Já o elemento máximo nem sempre existe. O próprio N não possui um maior elemento, uma vez que, para todo n N, n + > n. No entanto, quando o maior elemento de um conjunto X N existe, ele é único. De fato, se p X e q X são ambos elementos máximos, então p q e q p, logo, p = q. Teorema 2.5 (Princípio da Boa Ordenação) Todo subconjunto não vazio A N possui um menor elemento, isto é, um elemento n 0 A tal que n 0 n para todo n A. Demonstração. Seja I n = {p N p n}. Considere o subconjunto X N formado pelos números n N tais que I n N A. Assim, dizer que n X significa que n / A e que todos os números naturais menores que n também não pertencem a A. Se A, então será o menor elemento de A. Porém, se / A, então como I = {} N A, temos que X. Além disso, como X N A e A, então X N. Logo, a conclusão do axioma 3 não é válida. Assim, deve existir n X tal que n + / X. Se n X então I n N A. Logo, todos os inteiros desde até n pertencem ao complementar de A, mas n + A. Dessa forma, n + é o menor elemento do conjunto de A, pois não existe número natural entre n e n + (Exercício 2.3). Teorema 2.6 (Segundo Princípio de Indução) Seja X N um conjunto com a seguinte propriedade: dado n N, se X contém todos os números naturais m tais que m < n, então n X. Nessas condições, X = N. Demonstração. Seja Y = N X. Afirmamos que Y =. De fato, se Y não fosse vazio, pelo Teorema 2.5 exitiria um elemento mínimo p Y. Assim, para todo número natural m < p, teríamos m X. Mas, pela propriedade de X, isso nos leva à contradição p X. O Segundo Princípio da Indução constitui um método útil para demonstrar proposições referentes a números naturais e também pode ser enunciado da seguinte forma: seja P uma propriedade relativa a números naturais. Se, dado n N, do fato de todo número natural m < n gozar da propriedade P puder ser inferido que n goza de P, então todo número natural tem a propriedade P. O exemplo a seguir ilustra uma aplicação desse método de demonstração. Exemplo 2.7 (Teorema Fundamental da Aritmética) Dizemos que um número natural p é primo quando p e não se pode escrever p = m n com m < p e n < p. Mostre que todo número natural se decompõe, de modo único, como produto de fatores primos. Resolução: Seja n N e suponha que todo número natural menor que n possa ser decomposto como produto de fatores primos. Assim, ou n é primo, sendo de modo 9

10 trivial produto de fatores primos, ou então n = m k, com m < n e k < n. Nesse segundo caso, segue da hipótese de indução que m e k são produtos de fatores primos e, portanto, n também o é. Assim, pelo Segundo Princípio da Indução, concluímos que todo número natural é produto de números primos. Vamos mostrar agora que tal decomposição é unica. Considere n N e suponha que a decomposição em fatores primos de todo número natural menor que n seja única, exceto pela ordem dos fatores. Se n for primo, não há o que provar. Caso contrário, como n se decompõe como produto de fatores primos, podemos escrever n = pq, em que p é primo. Como q < n, temos pela hipótese de indução que q admite uma única decomposição em fatores primos e, assim, a decomposição de pq também é única. Mas como n = pq, segue que a decomposição de n é única. Portanto, pelo Segundo Princípio da Indução, concluímos que todo número natural se decompõe de modo único como produto de fatores primos. 2.2 Conjuntos finitos Considere o conjunto I n = {p N p n} = {, 2, 3,, n}. Definição 2.8 Um conjunto X é finito quando é vazio ou quando existe, para algum n N, uma bijeção f : I n X. No primeiro caso dessa definição dizemos que X tem zero elementos. No segundo caso, dizemos que n N é o número de elementos de X, ou seja, que X possui n elementos (n também pode ser chamado de número cardinal do conjunto finito X). Intuitivamente, uma bijeção f : I n X representa uma contagem dos elementos de X. Escrevendo f() = x, f(2) = x 2,, f(n) = x n, temos X = {x, x 2,, x n }. Da Definição 2.8 segue que I n é finito e possui n elementos. Além disso, se f : X Y é uma bijeção, um desses conjuntos é finito se, e somente se, o outro é. Vejamos a seguir alguns dos importantes resultados sobre conjuntos finitos. Lema 2.9 Se existe uma bijeção f : X Y então, dados a X e b Y, existe também uma bijeção g : X Y tal que g(a) = b. Demonstração. Seja b = f(a). Como f é sobrejetiva, existe a X tal que f(a ) = b. Vamos definir g : X Y como g(a) = b, g(a ) = b e g(x) = f(x) se x X é diferente de a e de a. Dessa forma, g também é uma bijeção. Teorema 2.0 Se A é um subconjunto próprio de I n, não pode existir uma bijeção f : A I n. Demonstração. Suponha, por absurdo, que o teorema seja falso e considere n 0 N o menor número natural para o qual existem um subconjunto próprio A I n0 e uma bijeção f : A I n0. Se n 0 A, então pelo Lema 2.9, existe uma bijeção g : A I n0 0

11 com g(n 0 ) = n 0. Neste caso, a restrição de g a A {n 0 } é uma bijeção do subconjunto próprio A {n 0 } sobre I n0, o que contraria a minimalidade de n 0. Se, ao contrário, tivermos n 0 / A então tomamos a A com f(a) = n 0 e a restrição de f ao subconjunto próprio A {a} I n0 será uma bijeção sobre I n0, o que novamente vai contrariar a minimalidade de n 0. Corolário 2. Se f : I m X e g : I n X são bijeções, então m = n. Corolário 2.2 Seja X um conjunto finito. Uma aplicação f : X X é injetiva se, e somente se, é sobrejetiva. Corolário 2.3 Não pode existir uma bijeção f : X Y de um conjunto finito X sobre uma parte própria Y X. Teorema 2.4 Se X é um conjunto finito então todo subconjunto Y X é finito. Demonstração. Primeiro vamos provar que se a X então X {a} é finito. De fato, existe uma bijeção f : I n X a qual, pelo Lema 2.9, podemos supor que cumpre f(n) = a. Se n = então X {a} =, que é finito. Se n >, a restrição de f a I n é uma bijeção sobre X {a}. Logo, X {a} é finito e tem n elementos. Vamos provar agora o caso geral por indução no número n de elementos de X. Suponha que todo subconjunto de um conjunto com n elementos é finito. Sejam X um conjunto com n + elementos e Y um subconjunto qualquer de X. Se X = Y, o teorema está provado. Caso contrário, existe a X tal que a / Y. Então Y X {a}. Como X {a} tem n elementos, segue da hipótese de indução que Y é finito. Definição 2.5 Um subconjunto X N diz-se limitado quando existe p N tal que x p para todo x X. Corolário 2.6 Um subconjunto X N é finito se, e somente se, é limitado. Demonstração. Seja X = {x, x 2,..., x n } N. Então, tomando p = x + x x n, temos que x p para todo x X. Logo, X é limitado. Reciprocamente, se X N é limitado, então existe p N tal que x p para todo x X. Logo, X I p. Como I p é finito, segue do Teorema 2.4 que X também o é. Exercício 2.7 Indicando por card(x) o número de elementos do conjunto finito X, prove que: a) Se X é finito e Y X então card(y ) card(x). Resolução: Como X é finito, podemos supor X = I n. Se Y X, então Y é finito. Logo, existe uma bijeção f : I m Y e card(y ) = m. Suponha que m > n. Neste caso, I n é um subconjunto próprio de I m e como Y X, segue que Y é subconjunto próprio de I m, contrariando o Corolário 2.3. Logo, m n

12 b) Se X e Y são finitos, então X Y é finito e card(x Y ) = card(x) + card(y ) card(x Y ). Resolução: Vamos considerar inicialmente o caso em que X e Y são disjuntos. Temos que existem bijeções f : I n X e g : I m Y, sendo card(x) = n e card(y ) = m. Vamos definir a função h : I n+m X Y como h(x) = f(x) se x n e h(x) = g(x n) se n + x m + n. Logo, h é uma bijeção e, portanto, X Y é finito e possui n + m elementos, ou seja, card(x Y ) = card(x) + card(y ). Considere agora o caso em que X Y. Podemos escrever X e X Y como a união de conjuntos disjuntos, da seguinte forma: X = (X Y ) (X Y ) (2.) e X Y = (X Y ) Y. (2.2) Observe que os conjuntos X Y e X Y são finitos, pois são subconjuntos de X. Logo, X Y é finito e de (2.) e (2.2) segue que card(x) = card(x Y )+card(x Y ) e card(x Y ) = card(x Y )+card(y ). Portanto, card(x Y ) = card(x) + card(y ) card(x Y ). Exercício 2.8 Seja P(X) o conjunto cujos elementos são os subconjuntos de X. Prove por indução que se X é finito, então card ( P(X) ) = 2 card(x). Resolução: Se n =, então X = {a} possui dois subconjuntos, {a} e. Logo, card(p(x)) = 2. Seja X um conjunto com n elementos e suponha que card ( P(X) ) = 2 n. Considere o conjunto Y = X {a} tal que a / X. Assim, card(y ) = card(x) + card({a}) = n +. Vamos mostrar que card ( P(Y ) ) = 2 n+. Para tanto, basta observar que os 2 n subconjuntos de X também são subconjuntos de Y e, como a / X, podemos obter os demais subconjuntos de Y unindo cada subconjunto de X ao conjunto {a}. Dessa forma, obtemos card ( P(Y ) ) = 2card ( P(X) ) = 2 2 n = 2 n Conjuntos infinitos Um conjunto é infinito quando não for finito. Assim, X é infinito quando não é vazio e não existe, para qualquer n N, uma bijeção f : I n X. Exemplo 2.9 O conjunto N do números naturais é infinito. Justifique. 2

13 Teorema 2.20 Se X é um conjunto infinito, então existe uma aplicação injetiva f : N X. Demonstração. Vamos definir uma função f : N X recursivamente. Para isso, definimos A = X e escolha x A. Note que esta escolha é possível, pois como X é infinito, A é não vazio. Agora definimos f() = x, A 2 = X {f()} e escolhemos x 2 A 2. Prosseguindo dessa forma para n 3, tomamos x n A n = X {f(), f(2),..., f(n )} e definimos f(n) = x n. Nestas condições, temos que f é injetiva, pois se m n, digamos m < n, então f(m) {f(), f(2),..., f(n )} enquanto f(n) X {f(), f(2),..., f(n )}. Logo, f(m) f(n). Corolário 2.2 Um conjunto X é infinito se, e somente se, existe uma bijeção g : X Y sobre um subconjunto próprio Y X. Demonstração. Sejam X infinto e f : N X uma aplicação injetiva, cuja existência é garantida pelo Teorema Escreva para cada n N, f(n) = x n e considere o subconjunto próprio Y = X {x }. Agora podemos definir uma bijeção g : X Y, pondo g(x) = x se x não é um dos x n e g(x n ) = x n+, para todo n N. Reciprocamente, se existe uma bijeção de X sobre um subconjunto próprio Y X, então segue do Corolário 2.3 que X é infinito. Exercício 2.22 Construa uma bijeção entre o conjunto N e o conjunto dos números ímpares positivos. Exercício 2.23 Dadas f : X Y, prove que: a) Se X é infinito e f é injetiva então Y é infinito. b) Se Y é infinito e f é sobrejetiva, então X é infinito. 2.4 Conjuntos enumeráveis Um conjunto X diz-se enumerável quando é finito ou quando existe uma bijeção f : N X. Neste caso, f chama-se uma enumeração dos elementos de X. Escrevendo f() = x, f(2) = x 2,, f(n) = x n,, temos X = {x, x 2,, x n, }. Exemplo 2.24 O conjunto Z = {, 2,, 0,, 2, } dos números inteiros é enumerável. Basta considerar a bijeção f : N Z, dada por f(n) = n para n ímpar 2 e f(n) = n para n par. 2 Teorema 2.25 Todo subconjunto X N é enumerável. 3

14 Demonstração. Se X é finito, então não há o que provar. Considere então X infinito. Vamos definir uma função f : N X da seguinte forma: f() = min {X} (a existência do elemento mínimo é garantida pelo Princípio da Boa Ordenação, uma vez que X é não vazio), f(2) = min {X {f()}},..., f(n + ) = min {X {f(),..., f(n)}}. Note que f é injetiva, pois f(n + ) > f(n), para todo n N. Vamos mostrar que f também é sobrejetiva. Suponha por absurdo que exista algum x X diferente de todos os f(n), n N. Então, x seria um número natural maior do que todos os elementos do conjunto infinito Y = {f(), f(2),..., f(n),...}. Dessa forma, Y seria limitado, contrariando o Corolário 2.6. Logo, f : N X é uma bijeção, ou seja, X é enumerável. Corolário 2.26 Seja f : X Y injetiva. Se Y é enumerável então X também é. Em particular, todo subconjunto de um conjunto enumerável é enumerável. Corolário 2.27 Seja f : X Y sobrejetiva. Se X é enumerável, então Y também é. Corolário 2.28 O produto cartesiano de dois conjuntos enumeráveis é um conjunto enumerável. Demonstração. Sejam X e Y conjuntos enumeráveis, então existem sobrejeções f : N X e g : N Y. Logo, a função h : N N X Y, dada por h(m, n) = (f(m), g(n)) é sobrejetiva. Portanto, usando o Corolário 2.27, basta mostrar que N N é enumerável. Para isto, considere a função ϕ : N N N dada por ϕ(m, n) = 2 m 3 n. Pela unicidadade da decomposição de um número em fatores primos, ϕ é injetiva. Logo, pelo Corolário 2.26, N N é enumerável. Exemplo 2.29 Nem todo conjunto infinito é enumerável. Por exemplo, seja S o conjunto de todas as sequências infinitas cujos elementos são binários, ou seja, os elementos de S são da forma s = ( ). Afirmamos que S é não-enumerável. De fato, suponha que S seja enumerável. Nesse caso, podemos escrever S = { s, s 2,..., s m,... }. Seja s m n o n ésimo termo da sequência s m S. Vamos formar uma nova sequência s tomando s m = s m m. Assim, s é uma sequência com elementos 0 e e, portanto está em S. Mas, como s m s m m, temos que s s m para todo m N, ou seja, s / S, o que é uma contradição. Logo, S é não-enumerável. O raciocício usado nesse exemplo é devido ao matemático George Cantor e é conhecido como método da diagonal. { m } Exemplo 2.30 O conjunto Q = n m, n Z, n 0 dos números racionais é enumerável. De fato, podemos definir uma função sobrejetiva f : Z Z Q, como f(m, n) = m n. 4

15 Exercício 2.3 Sejam A um conjunto finito e B um conjunto enumerável. Mostre que o conjunto A B é enumerável. Exercício 2.32 Mostre que se A e B são conjuntos infinitos enumeráveis, então A B também é enumerável. 2.5 Lista de Exercícios. Use indução para provar que: a) n = n 2 b) n = 3 2 (3n ) (2n + )2 c) n < 8 d) 2n + < 2 n para todo n 3 e) (a )( + a + + a n ) = a n+ para quaisquer a, n N ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) n n n n n f) (a + b) n = a n + a n b + a n 2 b a n r b r + + b n 0 ( ) 2 r n n n! para todo n N, em que = (Binômio de Newton) r r!(n r)! 2. Dados n, m N, com n > m, prove que ou n é múltiplo de m ou existem q, r N tais que n = mq + r e r < m. 3. Dados m, n N, prove que se m < n então para todo p N tem-se mp < np (monotonicidade da multiplicação). 4. Prove a lei do corte para multiplicação, isto é, dados m, n, p N, mp = np m = n. 5. Seja X N um subconjunto não vazio tal que m, n X m, m+n X. Prove que existe k N tal que X é o conjunto dos múltiplos de k. 6. Prove que todo número primo maior que 2 é ímpar. 7. Prove o Princípio da Casa de Pombos: se m > n não existe função injetiva f : I m I n (quando m > n, para alojar m pombos em n casas é preciso que pelo menos uma casa abrigue mais de um pombo). 8. Prove que o conjunto P dos números primos é infinito. 5

16 Capítulo 3 Números Reais 3. Corpos Um corpo K é um conjunto munido de duas operações, chamadas adição e multiplicação, que satisfazem certas condições (axiomas de corpo) que serão especificadas a seguir. A adição faz corresponder a cada par de elementos x, y K, sua soma x + y K, enquanto a multiplicação associa a esses elementos o produto x y K. Estas operações devem obedecer os seguintes axiomas:. Comutatividade: para quaisquer x, y K tem-se x + y = y + x e x y = y x. 2. Associatividade: para quaisquer x, y, z K tem-se (x + y) + z = x + (y + z) e (x y) z = x (y z). 3. Existência de elementos neutros: existem em K dois elementos distintos 0 e tais que x + 0 = x e x = x, para qualquer x K. 4. Existência de elementos inversos: para cada x K existe um elemento inverso aditivo x K tal que x + ( x) = 0 e, se x 0, existe também um inverso multiplicativo x K tal que x x =. 5. Distributividade: para quaisquer x, y, z K, tem-se que x (y + z) = x y + x z. É fácil verificar que o conjunto Q dos números racionais é um corpo e o conjunto Z dos números inteiros não é corpo. Da comutatividade resulta que 0 + x = x e x + x = 0 para todo x K. Analogamente, x = x e, para x 0, x x =. A soma x + ( y) será indicada por x y e chamada diferença entre x e y. Se y 0, o produto x y será representado também por x/y e chamado quociente de x por y. As operações (x, y) x y e (x, y) x/y chamam-se subtração e divisão, respectivamente. Exercício 3. Dados a e b em um corpo K, mostre que a equação a + x = b tem solução única. 6

17 Exercício 3.2 Dados a 0 e b em um corpo K, mostre que a equação ax = b tem solução única. Exercício 3.3 Mostre que dados x, y em um corpo K, com x y = 0, tem-se x = 0 ou y = Corpo ordenado Um corpo K é ordenado se contiver um subconjunto P, chamado subconjunto dos elementos positivos de K, com as seguintes propriedades: (P ) x, y P implica x + y P e x y P. (P 2 ) Dado x K, exatamente uma das três possibilidades ocorre: ou x = 0 ou x P ou x P. Assim, se indicarmos por P o conjunto dos elementos x tais que x P, temos K = P ( P ) {0}, sendo os conjuntos P, P e {0} dois a dois disjuntos. Os elementos de P chamam-se negativos. Observe que em um corpo ordenado K, se a 0, ou a P ou a P. No primeiro caso, a 2 = a a P. No segundo caso, a 2 = ( a) ( a) P. Logo, se a 0, a 2 P. Em particular, = é sempre positivo e P. Observação 3.4 O conjunto Q é um corpo ordenado, em que P é o conjunto Q + dos racionais positivos. Em um corpo ordenado K podemos introduzir uma ordem estrita entre seus elementos, da seguinte forma: x < y (x é menor que y) se y x P. Escreve-se também y > x e diz-se: y é maior que x. Note que se definirmos K + = {x K x > 0}, segue que K + = P. A relação de ordem x < y num corpo ordenado K goza das seguintes propriedade:. Transitividade: se x < y e y < z então x < z. 2. Tricotomia: dados x, y K, ocorre exatamente umas das seguintes possibilidades: ou x = y, ou x < y, ou y < x. 3. Monotonicidade da adição: se x < y então, para todo z K, tem-se x+z < y+z. 4. Monotonicidade da multiplicação: se x < y então, para todo z > 0, tem-se xz < yz. Se, porém, z < 0, então x < y implica yz < xz. 7

18 Uma outra relação de ordem existente num corpo ordenado K é a relação. Essa notação indica que x < y ou x = y. Isso significa que x y y x P {0}. Observação 3.5 Em um corpo ordenado K as seguintes inclusões são válidas: N Z Q K. De fato, como > 0 temos que < + < ++ <.... Logo, N K. Uma vez que dado n K temos que n K e, ainda, 0 K, podemos concluir que Z K. Além disso, se m, n Z, com n 0, então m/n = m n K, o que nos permite concluir que Q K. Exercício 3.6 Seja K um corpo ordenado.. Mostre que para quaisquer x, y K, x < y é equivalente a y < x. 2. Sejam a, b, c, d K. Mostre que se a < b e c < d então a + c < b + d. 3. Mostre que o inverso multiplicativo de um número positivo x K também é positivo. 4. Mostre que se x, y K + e x < y, então y < x. Exercício 3.7 (Desigualdade de Bernoulli) Seja K um corpo ordenado e n N. Mostre que se x então ( + x) n + nx. Definição 3.8 Sejam K um corpo ordenado, A um subconjunto de K e a, b K. (i) b é uma cota superior de A se b x, para todo x A (ii) a é uma cota inferior de A se a x, para todo x A Existem conjuntos que não possuem cotas superiores ou inferiores. Por exemplo, considere o corpo ordenado Q dos números racionais. Temos que N Q não possui cota superior e Z Q não possui cota superior nem inferior. Definição 3.9 Dizemos que um subconjunto A do corpo ordenado K é limitado superiormente quando possui cota superior e, limitado inferiormente, quando possui cota inferior. Dizemos que A é limitado se é limitado inferior e superiormente. Seja K um corpo ordenado e A K um subconjunto não vazio limitado superiormente. Um número b K chama-se supremo do conjunto A quando é a menor das cotas superiores de A, e escreve-se b = sup A. Em outras palavras, b é supremo de A quando cumpre as condições: (i) x b para todo x A. 8

19 (ii) se c K e c < b então existe x A tal que c < x. Equivalentemente, podemos dizer que, para todo ε > 0 existe x A tal que b ε < x. Analogamente, se A K é não vazio e limitado inferiormente, um número a A chama-se ínfimo do conjunto A, e escreve-se a = inf A, quando é a maior das cotas inferiores de A. Ou ainda, dizemos que a é ínfimo de A quando cumpre as condições: (i) a x para todo x A. (ii) se c K e a < c então existe x A tal que x < c. Equivalentemente, podemos dizer que, para todo ε > 0 existe x A tal que x < a + ε. Exercício 3.0 Sejam K um corpo ordenado e X = {x K a < x < b}. Mostre que inf X = a e sup X = b. Dizemos que b A é o maior elemento de A se x b para todo x A. Isto significa que b é uma cota superir de A que pertence a A. Analogamente, a A é o menor elemento de A se x a para todo x A. Assim, vemos que se um conjunto possui elemento máximo, então este será seu supremo e, se possui elemento mínimo, este será seu ínfimo. Reciprocamente, se sup A pertence a A então ele será o maior elemento de A; se inf A pertence a A, então ele será seu menor elemento. A noção de supremo (ínfimo) serve para substituir a ideia de maior (menor) elemento de um conjunto quando esse maior (menor) elemento não existe. Exemplo 3. Considere os conjuntos A = {x Q 0 < x < } e B = {x Q 0 x }. Temos que sup A = sup B =, inf A = inf B = 0. Assim, vemos que o inf e o sup de um conjunto, quando existem, podem pertencer ou não ao conjunto. Exercício 3.2 Mostre que não existe número racional cujo quadrado seja igual a 2. Exercício 3.3 Mostre que o conjunto A = {x Q x 2 > 2 e x > 0} não tem ínfimo em Q. Resolução: Suponha por absurdo que exista α Q tal que α = inf A. Como 0 é cota inferior de A, temos que α 0. Além disso, sabemos que não existe número racional cujo quadrado é igual a 2. Logo, ou α 2 > 2 ou α 2 < 2, isto é, ou α A ou α B, em que B = {y Q y 2 < 2 e y 0}. Observe que para quaisquer x A e y B, temos que y 2 < 2 < x 2, ou seja, y < x. Logo, os elementos de B são cotas inferiores de A e os elementos de A são cotas superiores de B. Vamos analisar agora as duas possibilidades para α. 9

20 Se α A, então podemos mostrar que existe um número r Q + tal que α r A, o que contraria o fato de α ser o ínfimo de A. Para provar a existência de tal número, observe que se r Q +, então (α r) 2 = α 2 2αr + r 2 > α 2 2αr. Assim, tomando r < α2 2 2α, obtemos (α r)2 > 2. Além disso, como α2 2 < α, 2α temos que α r > 0. Portanto, α r A. Por outro lado, se α B, temos que existe um número racional 0 < r < tal que α + r B. De fato, se 0 < r < então r 2 < r e (α + r) 2 = α 2 + 2αr + r 2 < α 2 + 2αr + r = α 2 + r(2α + ). Assim, tomando r < min {, 2 } α2, obtemos (α + r) 2 < 2 e, como α + r > 0, segue 2α + que α + r B. Logo, α + r é cota inferior de A, o que contraria o fato de α ser ínfimo de A, pois α < α + r. Dessa forma, concluímos que A não possui ínfimo em Q. Exercício 3.4 Mostre que o conjunto B = {x Q x 2 < 2 e x 0} não tem supremo em Q Corpo ordenado completo Um corpo K ordenado é dito completo quando todo subconjunto não vazio, limitado superiormente, X K, possui um supremo em K. Resulta da definição acima que, num corpo ordenado completo, todo conjunto não vazio limitado inferiormente, Y K, possui um ínfimo em K. De fato, dado Y, seja X = Y, isto é, X = { y y Y }. Então X é não vazio e limitado superiormente, logo existe a = sup X e a = inf Y. Observe que nos Exercícios 3.3 e 3.4 temos que A é um conjunto limitado inferiormente e B é um conjunto limitado de números racionais. Como A não tem ínfimo e B não tem supremo em Q, vemos que Q não constitui um corpo ordenado completo. Vamos apresentar agora o Axioma Fundamental da Análise Matemática, o qual estabelece que o conjunto R dos números reais é um corpo ordenado completo. Axioma: Existe um corpo ordenado completo, R, chamado corpo dos números reais. O teorema a seguir estabelece algumas das consequências da completeza de R. 20

21 Teorema 3.5 (i) o conjunto N R dos números naturais não é limitado superiormente; (ii) o ínfimo do conjunto X = {/n n N} é igual a 0; (iii) dados a, b R +, existe n N tal que n a > b. Demonstração. (i) Se N R fosse limitado superiormente, existiria c = sup N. Assim, c não seria cota superior de N, isto é, existiria n N com c < n. Daí resultaria c < n + e, como n + N, c não seria cota superior de R. Esta contradição prova (i). (ii) Temos que 0 é uma cota inferior de X, pois > 0 para todo n N. Então, basta n mostrar que nenhum c > 0 é cota inferior de X. De fato, dado c > 0, segue de (i) que existe n N tal que n > c e, portanto, < c. Logo, c não é cota superiror n de X. (iii) Dados a, b R +, segue de (i) que existe n N tal que n > b. Logo, n a > b. a As propriedades (i), (ii), e (iii) do teorema anterior são equivalente e significam que R é um corpo arquimediano. Da observação 3.5 temos que, sendo R um corpo ordenado completo, existem elementos em R que não estão em Q. Tais elementos formam o conjunto dos números irracionais R Q = I. Exercício 3.6 Mostre que x, y R têm quadrados iguais, então x = ±y. Exercício 3.7 Prove que a equação x 2 = 2 tem uma única solução real positiva, a qual denotamos por 2. Resolução: Como Q R, temos que o cojunto A = {x Q x 2 > 2 e x > 0} dado no Exercício 3.3 é um subconjunto de R. Além disso, como A é não vazio e limitado inferiormente, por exemplo por, temos pela definiçao de corpo ordenado completo, que existe x R + tal que x = inf A e, pelo que foi provado no Exercício 3.3, temos que o quadrado de x não pode ser maior nem menor que 2. Logo, x 2 = 2, provando a existência de solução para a equação dada. Vamos provar agora a unicidade da solução. Suponha que existam a, b R + tais que a 2 = 2 e b 2 = 2. Então, a 2 = b 2 e, pelo Exercício 3.6, a = b ou a = b. Porém, a segunda possibilidade contraria o hipótese de que a e b são positivos. Logo, a = b. 2

22 Pode-se provar o seguinte resultado que generaliza o Exercício 3.7: dados a > 0 em R e n N quaisquer, existe um único número real b > 0 tal que b n = a. O número b chama-se raíz n-ésima de a e é representado pelo símbolo n a. Além disso, como visto no Exercício 3.2, 2 é um número irracional. Generalizando esse fato, temos que dado n N, se um número natural a não possui uma raiz n-ésima natural, também não possuirá uma raiz racional, ou seja, dados a, n N, se n a / N então n a I. 3.2 Lista de Exercícios. Seja K um corpo. Dados a, b, c, d K, mostre que se b 0 e d 0 a) (b d) = b d e conclua que b) a b c d = a c b d. c) a b + c d = a d + b c. b d ( ) b = d d b. 2. Dados x, y R, prove que se x 2 + y 2 = 0, então x = y = Dados x R e n N, prove que ( + x) 2n + 2nx. 4. Prove que se x e y forem reais positivos, então xy (x + y) Sejam A, B R conjuntos limitados e A + B = {x + y x A, y B}. Mostre que sup(a + B) = sup A + sup B e inf(a + B) = inf A + inf B Valor Absoluto A relação de ordem em R permite definir o valor absoluto (ou módulo) de um número real x (assim como em qualquer outro corpo ordenado), da seguinte forma: x = { x se x 0 x se x < 0, ou, equivalentemente, x = max {x, x}. Assim, temos que x x e x x. Esta última desigualdade pode ser escrita como x x. Logo, x x x, para todo x R. Teorema 3.8 Se x, y R então (i) x + y x + y (ii) x y = x y 22

23 Teorema 3.9 Dados a, x, r R, tem-se x a r se, e somente se, a r x a+r. Exercício 3.20 Dados a, b, m R, com a < b e m > 0, encontre o conjunto solução da equação x a + x b = m. Exercício 3.2 Seja A R. Mostre que A é limitado se, e somente se, existe M > 0 tal que x M para todo x A Intervalos No conjunto R dos números reais, assim como em qualquer corpo ordenado, existe uma importante noção de intervalos, que são tipos especiais de conjuntos. Dados a, b R, com a < b, usaremos as seguintes notações: ˆ [a, b] = {x R a x b} (intervalo fechado) ˆ [a, b) = {x R a x < b} (intervalo fechado à esquerda) ˆ (a, b] = {x R a < x b} (intervalo fechado à direita) ˆ (a, b) = {x R a < x < b} (intervalo aberto) ˆ (, b] = {x R x b} (semi-reta esquerda fechada, de origem b) ˆ (, b) = {x R x < b} (semi-reta esquerda aberta, de origem b) ˆ [a, + ) = {x R a x} (semi-reta direita fechada, de origem a) ˆ (a, + ) = {x R a < x} (semi-reta direita aberta, de origem a) ˆ (, + ) = R Os quatro primeiros intervalos são limitados, já os demais são ilimitados. Quando a = b, o intervalo fechado [a, b] reduz-se a um único elemento e chama-se intervalo degenerado. É conveniente imaginar o conjunto R como uma reta (a reta real) e os números reais como pontos dessa reta. Assim, a relação x < y significa que o ponto x está à esquerda de y, os intervalos são segmentos de reta e x y é a distância do ponto x ao ponto y. Exercício 3.22 Descreva geometricamente os conjuntos A = { < x } < 2 e B = { } x R x2 + x Exercício 3.23 Descreva geometricamente o conjunto {x R x 2 a 2 }, considerando os vários casos possíveis para o parâmetro a. 23

24 Teorema 3.24 (Intervalos encaixados) Dada uma sequência decrescente I I 2... I n... de intervalos limitados e fechados I n = [a n, b n ], existe pelo menos um número real c tal que c I n para todo n N. Demonstração. Note que as inclusões I n I n+ significam que a a 2 a n b n b 2 b. Portanto, o conjunto A = {a, a 2,..., a n,...} é limitado superiormente. Seja c = sup A. Assim, a n c para todo n N e, como b n é cota superior de A, temos que c b n para todo n N. Portanto, c I n, qualquer que seja n N. Teorema 3.25 O conjunto dos números reais não é enumerável. Demonstração. Já conhecemos uma demonstração para esse teorema usando o Método da Diagonal de Cantor. Agora vamos ver uma prova que usa o Teorema Para tanto, basta mostrar que nenhuma função f : N R pode ser sobrejetiva. Supondo f dada, vamos contruir uma sequência decrescente I I 2... I n... de intervalos fechados tais que f(n) / I n. Para tanto, tomamos I = [a, b ] tal que f() / I e, supondo obtidos I I 2... I n tais que f(j) / I j, olhamos para I n = [a n, b n ]. Se f(n + ) / I n, podemos tomar I n+ = I n. Porém, se f(n + ) I n, pelo menos um dos extremos, digamos a n, é diferente de f(n + ), isto é, a n < f(n + ). Neste caso, tomamos I n+ = [a n+, b n+ ], com a n+ = a n e b n+ = a n + f(n + ). Pelo Teorema , existe um número real c que pertence a todos os I n e, da forma com que os intervalos foram construídos, nenhum dos valores de f(n) pode ser igual a c. Logo, f não é sobrejetiva. Como Q é enumerável, segue do Teorema 3.25 que o conjunto I dos número irracionais não é enumerável, pois R = Q I e assim, se I fosse enumerável, R também seria. Teorema 3.26 Todo intervalo não-degenerado é não-enumerável. Demonstração. Seja f : (0, ) (a, b) a função dada por f(x) = (b a)x + a. Como f é uma bijeção de (0, ) em (a, b), basta provar que (0, ) não é enumerável, pois assim podemos concluir, pelo Corolário 2.26, que (a, b) também é não-enumerável. Na verdade, já sabemos que (0, ) é não enumerável pelo Método da Diagonal de Cantor. Agora vamos ver uma forma alternativa de provar esse resultado. Ora, se (0, ) fosse enumerável, (0, ] também seria e, consequentente, para cada n Z o intervalo (n, n+] seria enumerável, pois a função g : (0, ] (n, n + ] dada por g(x) = x + n é uma bijeção e, assim, a conclusão de que (n, n + ] seria enumerável segue do Corolário 24

25 2.27. Mas, dessa forma, teríamos que R = n Z(n, n + ] é enumerável, contrariando o Teorema Teorema 3.27 Todo intervalo não-degenerado I contém números racionais e irracionais. Demonstração. O intervalo I certamente contém números irracionais, pois do contrário seria enumerável. Vamos provar que I também contém racionais. Para isso tomamos [a, b] I, onde a < b podem ser supostos irracionais. Fixando n N tal que [ n < b a, m temos que os intervalos I m = n, m + ], com m Z, cobrem toda a reta, isto é, n R = I m. Portanto, existe m Z tal que a I m. Como a é irracional, temos que m Z m n < a < m + e, sendo o comprimento n n do intervalo I m menor do que b a, segue que m + < b. Logo, o número racional m + pertence ao intervalo [a, b] e, portanto, n n a I. 3.3 Lista de Exercícios. Seja a R. Mostre que a 2 = a. 2. Para quaisquer x, y, z R, prove que a) x z x y + y z. b) x y x y x y. 3. Descreva geometricamente os seguintes conjuntos: a) {x R x 2 x 6 < 0} b) {x R (x )(x 2)(x 3) 0} { } c) x R x + 2 2x 3 < 4 d) {x R 2x x + 0} 4. Prove que para todo x R tem-se x + x Prove que se a b < ε, então a < b + ε. 6. Mostre que se a R +, então x > a x > a ou x < a. 25

26 Capítulo 4 Sequências de Números Reais Uma sequência de números reais é uma função x : N R, que associa a cada número natural n um número x n, chamado n-ésimo termo da sequência. Denotaremos uma sequência por (x, x 2,..., x n,...), ou (x n ) n N, ou simplesmente (x n ). Definição 4. Uma sequência (x n ) diz-se limitada superiormente (inferiormente) quando existe c R tal que x n c (x n c) para todo n N. A sequência é dita limitada quando é limitada superior e inferiormente, ou seja, quando existe k R tal que x n k para todo n N. Daí resulta que (x n ) é limitada se, e somente se, ( x n ) é limitada. Exemplo 4.2 A sequência x : N R dada por x n = 0 para n par e x n = para n ímpar pode ser escrita como (, 0,, 0,...). O conjunto dos termos da sequência é {0, }. Assim, (x n ) é limitada. Exercício 4.3 Mostre que a sequência (a, a 2, a 3,..., a n,...), com a >, é limitada apenas inferiormente. Definição 4.4 Uma subsequência de (x n ) é uma restrição dessa sequência a um subconjunto infinito N = {n < n 2 <... < n k <...} N. Equivalentemente, uma subsequência de (x n ) é uma sequência do tipo (x n ) n N ou (x nk ) k N. Exemplo 4.5 Considere a sequência (x n ) = (, 2, 3, 4, 5, 6,... ). Se N N é o conjunto dos números pares e N N é o( conjunto dos números ímpares, então podemos definir duas subsequências: (x n ) n N = 2, 4,..., ) n,... e (x n ) n N = (, 3,..., n,...). Observe que (x n ) n N é limitada superiormente por e inferiormente por 0, enquanto 2 a subsequência (x n ) n N é limitada apenas inferiormente por. Definição 4.6 Uma sequência (x n ) chama-se monótona quando se tem x n x n+ para todo n N ou então x n+ x n para todo n N. No primeiro caso, diz-se 26

27 que (x n ) é monótona não-decrescente e, no segundo, diz-se que (x n ) é monótona nãocrescente. Se as desigualdades forem estritas diremos que (x n ) é crescente no primeiro caso e decrescente no segundo. Uma sequência não-decrescente é sempre limitada inferiormente pelo seu primeiro termo. Da mesma forma, uma sequência não-crescente é sempre limitada superiormente pelo seu primeiro termo. Para que uma sequência monótona seja limitada é suficiente que ela possua uma subsequência limitada. De fato, seja (x n ) uma sequência monótona, digamos não-decrescente, e x n x n2... x nk... b uma subsequência limitade de (x n ). Então, para qualquer n N existe n k > n e, portanto, x n x nk b. Logo, x n b para todo n N, donde segue que (x n ) é limitada. Exemplo 4.7 A sequência constante x n = é limitada, não-decrescente e também não-crescente. Exemplo 4.8 A sequência x : N R dada por x n = n limitada inferiormente por 0 e superiormente por. é monótona decrescente e Definição 4.9 Diz-se que a R é limite da sequência (x n ) quando, para todo ε > 0 dado, é possível obter n 0 N tal que x n a < ε, sempre que n > n 0. Neste caso, também dizemos que a sequência (x n ) converge para a (ou tende para a) e indicamos esse fato por x n a, ou lim n x n = a, ou simplesmente lim x n = a. Uma sequência que possui um limite chama-se convergente. Do contrário, dizemos que a sequência é divergente. Lembre-se que x n a < ε é equivalenete a x n (a ε, a + ε). Assim, dizer que a R é limite da sequência (x n ) significa para cada ε > 0, o conjunto N = {n N x n a ε} é finito, ou seja, fora do intervalo (a ε, a + ε) só poderão estar, no máximo, os termos x, x 2,..., x n0. Teorema 4.0 (Unicidade do Limite) Uma sequência não pode convergir para dois limites distintos, ou seja, se lim x n = a e lim x n = b então a = b. Demonstração. Sejam a = lim x n e b um número real tal que b a. Tomando ε = b a, temos que os intervalos (a ε, a + ε) e (b ε, b + ε) são disjuntos. Além disso, 2 como lim x n = a, existe n 0 N tal que n > n 0 implica x n (a ε, a + ε) e, portanto, x n / (b ε, b + ε) para todo n > n 0. Logo, não podemos ter lim x n = b. Exercício 4. Mostre que o limite da sequência x n = 2n Exercício 4.2 Mostre que lim n n cos 3n = 2. 3n2 n é 3. 27

28 Teorema 4.3 Se lim x n = a então toda subsequência de (x n ) converge para a. Demonstração. Seja (x n, x n2,..., x nk,...) uma subsequência de (x n ). Como lim x n = a, temos que dado ε > 0 existe n 0 N tal que x n a < ε sempre que n > n 0. Como os índices da subsequência formam um conjunto infinito, existe um n k0 > n 0. Então, para n k > n k0 > n 0, temos que x nk a < ε. Portanto, lim x nk = a. Corolário 4.4 Se lim x n = a então, para todo k N, lim x n+k = a. O limite de uma subsequência de (x n ) é denominado valor de aderência da sequência (x n ). Pelo Teorema 4.3, temos que para mostrar que uma sequência (x n ) é divergente basta obter duas subsequências de (x n ) com valores de aderência distintos. Teorema 4.5 Toda sequência convergente é limitada. Pelo Teorema 4.5, podemos concluir que a sequência dada no Exemplo 4.5 não é convergente, pois não é limitada superiormente. Note que esta sequência possui um único valor de aderência. É importante observar que a recíproca do Teorema 4.5 não é verdadeira. Por exemplo, a sequência dada no Exemplo 4.2 é limitada, porém não é convergente, pois possui duas subsequências com valores de aderência distintos, a saber: a subsequência formada pelos índices pares tem limite 0 e a subsequência formada pelos índices ímpares tem limite. Exercício 4.6 A sequência x n = ( ) n + n + é convergente? O teorema a seguir estabelece uma condição suficiente para que uma sequência seja convergente. Teorema 4.7 Toda sequência monótona limitada é convergente. Demonstração. Seja (x n ) uma sequência monótona não-decrescente limitada. O conjunto X = {x, x 2,..., x n,...} é limitado, logo possui um supremo. Seja então a = sup X. Afirmamos que x n a. De fato, dado ε > 0, o número a ε não é cota superior de X. Logo, existe n 0 N tal que a ε < x n0 a. Dessa forma, temos que para n > n 0, a ε < x n0 x n < a + ε, donde segue que x n a. Segue do Teorema 4.7 que se (x n ) é não-decrescente e limitada, então lim x n é o supremo do conjunto dos valores de (x n ). Analogamente, se (x n ) é não-crescente e limitada, então lim x n é o ínfimo do conjunto dos valores de x n Corolário 4.8 Se uma sequência monótona (x n ) possui uma subsequência convergente, então (x n ) é convergente. 28

29 Teorema 4.9 (Teorema de Bolzano-Weierstrass) Toda sequência limitada de números reais possui uma subsequência convergente. Exercício Considere a sequência definida por x =, x n+ = + x n. Mostre que: a) x n 2 para todo n N; b) (x n ) é crescente; c) (x n ) é convergente. Exercício 4.2. Considere a sequência definida por y = 0, y n+ = que: a) 0 y n para todo n N; b) (y 2n ) n N é crescente e (y 2n ) n N é decrescente; Resolução: Apenas para exemplificar, temos: (y n ) = (a) Por indução: (i) É fácil observar que 0 y. + 2y n. Mostre ( 0,, 3, 3 5, 5, 2, 2 ) 43,.... (ii) Supondo que 0 y n. Então, 0 2y n 2 + 2y n 3 3 y n+. (b) Devemos mostrar que a subsequência dos índices ímpares é crescente, ou seja, y 2n+ > y 2n para todo n N, e a subsequência dos índices pares é decrescente, ou seja, y 2n+2 < y 2n para todo n N. Também faremos por indução: (i) para n = é claro, pois y 3 > y e y 4 < y 2. (ii) Supondo que as desigualdades sejam válidas para n, temos + 2y 2n+ > + 2y 2n y 2n+2 < y 2n + 2y 2n+2 < + 2y 2n y 2n+3 > y 2n+ e, +2y 2n+2 < +2y 2n y 2n+3 > y 2n+ +2y 2n+3 > +2y 2n+ y 2n+4 < y 2n+2. Exercício 4.22 Sejam N e N subconjuntos de N tais que N N = N. Mostre que se as subsequências (x n ) n N e (x n ) n N convergem para o mesmo limite a, então x n a. Resolução: Dado ε > 0, existem n, n 2 N tais que n > n, n N, implica x n a < ε e n > n 2, n N, implica x n a < ε. Seja n 0 = max {n, n 2 }. Então, n > n 0 n > n e n > n 2. Logo, como N = N N, temos que x n a < ε para todo n > n 0. 29

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Novembro de 2017

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Novembro de 2017 Análise I Notas de Aula 1 Alex Farah Pereira 2 3 22 de Novembro de 2017 1 Turma de Matemática. 2 Departamento de Análise-IME-UFF 3 http://alexfarah.weebly.com ii Conteúdo 1 Conjuntos 1 1.1 Números Naturais........................

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise

Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Universidade Federal de Goiás Campus Catalão Departamento de Matemática Disciplina: Fundamentos de Análise Professor: André Luiz Galdino Gabarito da 1 a Lista de Exercícios 1. Prove que para todo x 0 IR

Leia mais

Parte 1. Conjuntos finitos, enumeráveis e

Parte 1. Conjuntos finitos, enumeráveis e Parte 1 Conjuntos finitos, enumeráveis e não-enumeráveis Georg Ferdinand Ludwig Philipp Cantor (1845-1818) Rússia. A descoberta de que há diversos tipos de infinito deve-se a Georg Cantor. Mas, para os

Leia mais

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 1. Números Naturais

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 1. Números Naturais Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão 01 Lista 1 Números Naturais 1. Demonstre por indução as seguintes fórmulas: (a) (b) n (j 1) = n (soma dos n primeiros ímpares).

Leia mais

Análise na Reta - Verão UFPA 1a lista - Números naturais; Corpos ordenados

Análise na Reta - Verão UFPA 1a lista - Números naturais; Corpos ordenados Análise na Reta - Verão UFPA 1a lista - Números naturais; Corpos ordenados A lista abaixo é formada por um subconjunto dos exercícios dos seguintes livros: Djairo G. de Figueiredo, Análise na reta Júlio

Leia mais

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Agosto de 2017

Análise I. Notas de Aula 1. Alex Farah Pereira de Agosto de 2017 Análise I Notas de Aula 1 Alex Farah Pereira 2 3 23 de Agosto de 2017 1 Turma de Matemática. 2 Departamento de Análise-IME-UFF 3 http://alexfarah.weebly.com ii Conteúdo 1 Conjuntos 1 1.1 Números Naturais........................

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula João Roberto Gerônimo 1 1 Professor Associado do Departamento de Matemática da UEM. E-mail: jrgeronimo@uem.br. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO Esta notas de aula

Leia mais

Lista 1. 9 Se 0 < x < y e n N então 0 < x n < y n.

Lista 1. 9 Se 0 < x < y e n N então 0 < x n < y n. UFPR - Universidade Federal do Paraná Departamento de Matemática CM095 - Análise I Prof. José Carlos Eidam Lista 1 Em toda a lista, K denota um corpo ordenado qualquer. Corpos ordenados 1. Verifique as

Leia mais

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho

Análise Real. IF Sudeste de Minas Gerais. Primeiro semestre de Prof: Marcos Pavani de Carvalho. Marcos Pavani de Carvalho IF Sudeste de Minas Gerais Prof: Primeiro semestre de 2014 Proposição: É uma afirmação que pode ser classificada em verdadeira ou falsa, mas que faça sentido. Exemplo: Sejam as proposições: A: A soma dos

Leia mais

Números naturais e cardinalidade

Números naturais e cardinalidade Números naturais e cardinalidade Roberto Imbuzeiro M. F. de Oliveira 5 de Janeiro de 2008 Resumo 1 Axiomas de Peano e o princípio da indução Intuitivamente, o conjunto N dos números naturais corresponde

Leia mais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais

Matemática I. 1 Propriedades dos números reais Matemática I 1 Propriedades dos números reais O conjunto R dos números reais satisfaz algumas propriedades fundamentais: dados quaisquer x, y R, estão definidos a soma x + y e produto xy e tem-se 1 x +

Leia mais

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS Centro de Ciências e Tecnologia Curso de Graduação em Matemática Análise I 0- Solução da ª Lista de Eercícios. ATENÇÃO: O enunciado

Leia mais

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c

Números Reais. Víctor Arturo Martínez León b + c ad + bc. b c Números Reais Víctor Arturo Martínez León (victor.leon@unila.edu.br) 1 Os números racionais Os números racionais são os números da forma a, sendo a e b inteiros e b 0; o conjunto b dos números racionais

Leia mais

A Construção dos Números Reais e suas Extensões

A Construção dos Números Reais e suas Extensões A Construção dos Números Reais e suas Extensões IVAN AGUILAR & MARINA SEQUEIROS DIAS Universidade Federal Fluminense 4 o Colóquio da Região Centro-Oeste Novembro de 2015 Sumário 1 Introdução 1 1.1 Noções

Leia mais

Enumerabilidade. Capítulo 6

Enumerabilidade. Capítulo 6 Capítulo 6 Enumerabilidade No capítulo anterior, vimos uma propriedade que distingue o corpo ordenado dos números racionais do corpo ordenado dos números reais: R é completo, enquanto Q não é. Neste novo

Leia mais

Contando o Infinito: os Números Cardinais

Contando o Infinito: os Números Cardinais Contando o Infinito: os Números Cardinais Sérgio Tadao Martins 4 de junho de 2005 No one will expel us from the paradise that Cantor has created for us David Hilbert 1 Introdução Quantos elementos há no

Leia mais

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes

Notas Sobre Sequências e Séries Alexandre Fernandes Notas Sobre Sequências e Séries 2015 Alexandre Fernandes Limite de seqüências Definição. Uma seq. (s n ) converge para a R, ou a R é limite de (s n ), se para cada ɛ > 0 existe n 0 N tal que s n a < ɛ

Leia mais

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

1 Conjuntos, Números e Demonstrações 1 Conjuntos, Números e Demonstrações Definição 1. Um conjunto é qualquer coleção bem especificada de elementos. Para qualquer conjunto A, escrevemos a A para indicar que a é um elemento de A e a / A para

Leia mais

Propriedades das Funções Contínuas

Propriedades das Funções Contínuas Propriedades das Funções Contínuas Prof. Doherty Andrade 2005- UEM Sumário 1 Seqüências 2 1.1 O Corpo dos Números Reais.......................... 2 1.2 Seqüências.................................... 5

Leia mais

A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS.

A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS. A DEFINIÇÃO AXIOMÁTICA DO CONJUNTO DOS NÚMEROS NATURAIS. SANDRO MARCOS GUZZO RESUMO. A construção dos conjuntos numéricos é um assunto clássico na matemática, bem como o estudo das propriedades das operações

Leia mais

O Corpo completo dos Números Reais

O Corpo completo dos Números Reais O Corpo completo dos Números Reais Márcio Nascimento da Silva 15 de janeiro de 2009 Resumo Neste trabalho definimos uma estrutura algébrica chamada corpo e a partir de fatos elementares (axiomas), deduzimos

Leia mais

Humberto José Bortolossi x 1 < 0 x2 x 12 < 0. x 1 x + 12 (x + 3)(x 4)

Humberto José Bortolossi   x 1 < 0 x2 x 12 < 0. x 1 x + 12 (x + 3)(x 4) SEGUNDA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Matemática Básica Humberto José Bortolossi http://www.professores.uff.br/hjbortol/ Nome legível: Assinatura: [0] (2.0) Resolva a inequação x 2 < x + 2 no conjunto dos

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral I

Cálculo Diferencial e Integral I Cálculo Diferencial e Integral I Texto de apoio às aulas. Amélia Bastos, António Bravo Dezembro 2010 Capítulo 1 Números reais As propriedades do conjunto dos números reais têm por base um conjunto restrito

Leia mais

Capítulo 0: Conjuntos, funções, relações

Capítulo 0: Conjuntos, funções, relações Capítulo 0: Conjuntos, funções, relações Notação. Usaremos Nat para representar o conjunto dos números naturais; Int para representar o conjunto dos números inteiros. Para cada n Nat, [n] representa o

Leia mais

Soluções dos Exercícios do Capítulo 2

Soluções dos Exercícios do Capítulo 2 A MATEMÁTICA DO ENSINO MÉDIO Volume 1 Soluções dos Exercícios do Capítulo 2 2.1. Seja X = {n N; a + n Y }. Como a Y, segue-se que a + 1 Y, portanto 1 X. Além disso n X a + n Y (a + n) + 1 Y n + 1 X. Logo

Leia mais

Aula 5 Aula 6 Aula 7. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 5 Aula 6 Aula 7. Ana Carolina Boero.   Página: E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Números naturais Como somos apresentados aos números? Num primeiro momento, aprendemos

Leia mais

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos) Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos) Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago Capítulo 1 Os Números Última atualização em setembro de 2017 por Sadao Massago 1.1 Notação Números naturais: Neste texto, N = {0, 1, 2, 3,...} e N + = {1, 2, 3, }. Mas existem vários autores considerando

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos O conjunto dos números naturais é o primeiro exemplo de conjunto infinito que aprendemos. Desde crianças, sabemos intuitivamente que tomando-se um número natural n muito

Leia mais

Questão 3. a) (1,5 pontos). Defina i) conjunto aberto, ii) conjunto

Questão 3. a) (1,5 pontos). Defina i) conjunto aberto, ii) conjunto DM IMECC UNICAMP Análise I Prof. Marcelo M. Santos Prova de Segunda Chamada, 08/07/2009 Aluno: Assinatura: RA: Observações: Tempo de prova: 100min; Justifique sucintamente todas as suas afirmações; Disponha

Leia mais

Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis

Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis Conjuntos Enumeráveis e Não-Enumeráveis João Antonio Francisconi Lubanco Thomé Bacharelado em Matemática - UFPR jolubanco@gmail.com Prof. Dr. Fernando de Ávila Silva (Orientador) Departamento de Matemática

Leia mais

UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM122 - Fundamentos de Análise Prof. Zeca Eidam.

UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM122 - Fundamentos de Análise Prof. Zeca Eidam. UFPR - Universidade Federal do Paraná Setor de Ciências Exatas Departamento de Matemática CM1 - Fundamentos de Análise Prof Zeca Eidam Lista 4 Supremo e ínfimo 1 Seja X R não-vazio 1 Mostre que, caso existam,

Leia mais

Humberto José Bortolossi [01] (a) (1.0) Escreva infinitos números racionais que pertençam ao intervalo

Humberto José Bortolossi   [01] (a) (1.0) Escreva infinitos números racionais que pertençam ao intervalo PRIMEIRA VERIFICAÇÃO DE APRENDIZAGEM Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi http://www.professores.uff.br/hjbortol/ Nome legível: Assinatura: [0] (a) (.0) Escreva infinitos números racionais que pertençam

Leia mais

Construção dos Números Reais

Construção dos Números Reais 1 Universidade de Brasília Departamento de Matemática Construção dos Números Reais Célio W. Manzi Alvarenga Sumário 1 Seqüências de números racionais 1 2 Pares de Cauchy 2 3 Um problema 4 4 Comparação

Leia mais

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A.

A = B, isto é, todo elemento de A é também um elemento de B e todo elemento de B é também um elemento de A, ou usando o item anterior, A B e B A. Capítulo 1 Números Reais 1.1 Conjuntos Numéricos Um conjunto é uma coleção de elementos. A relação básica entre um objeto e o conjunto é a relação de pertinência: quando um objeto x é um dos elementos

Leia mais

Aula 4 Aula 5 Aula 6. Ana Carolina Boero. Página:

Aula 4 Aula 5 Aula 6. Ana Carolina Boero.   Página: E-mail: ana.boero@ufabc.edu.br Página: http://professor.ufabc.edu.br/~ana.boero Sala 512-2 - Bloco A - Campus Santo André Números naturais Como somos apresentados aos números? Num primeiro momento, aprendemos

Leia mais

Bases Matemáticas. Relembrando: representação geométrica para os reais 2. Aula 8 Números Reais: módulo ou valor absoluto, raízes, intervalos

Bases Matemáticas. Relembrando: representação geométrica para os reais 2. Aula 8 Números Reais: módulo ou valor absoluto, raízes, intervalos 1 Bases Matemáticas Aula 8 Números Reais: módulo ou valor absoluto, raízes, intervalos Rodrigo Hausen 10 de outubro de 2012 v. 2012-10-15 1/34 Relembrando: representação geométrica para os reais 2 Uma

Leia mais

Notas de Aula de Fundamentos de Matemática

Notas de Aula de Fundamentos de Matemática Universidade Estadual de Montes Claros Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Ciências Exatas Notas de Aula de Fundamentos de Matemática Rosivaldo Antonio Gonçalves Notas de aulas que

Leia mais

Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso)

Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso) Notas sobre conjuntos, funções e cardinalidade (semana 1 do curso) Roberto Imbuzeiro Oliveira 8 de Janeiro de 2014 1 Conjuntos e funções Neste curso procuraremos fundamentar de forma precisa os fundamentos

Leia mais

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula

CÁLCULO I. 1 Número Reais. Objetivos da Aula CÁLCULO I Prof. Edilson Neri Júnior Prof. André Almeida EMENTA: Conceitos introdutórios de limite, limites trigonométricos, funções contínuas, derivada e aplicações. Noções introdutórias sobre a integral

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA. Medida e Probabilidade UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ESTATÍSTICA Medida e Probabilidade Aluno: Daniel Cassimiro Carneiro da Cunha Professor: Andre Toom 1 Resumo Este trabalho contem um resumo dos principais

Leia mais

ENFOQUE USANDO CORTES DE DEDEKIND

ENFOQUE USANDO CORTES DE DEDEKIND Universidade Estadual de Maringá - Departamento de Matemática Cálculo Diferencial e Integral: um KIT de Sobrevivência c Publicação eletrônica do KIT http://www.dma.uem.br/kit CONSTRUÇÃO DOS REAIS: UM ENFOQUE

Leia mais

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados UFPB/CCEN/DM Matemática Elementar I - 2011.2 Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados 1. Sejam p, q e r proposições. Mostre que as seguintes proposições compostas são tautologias:

Leia mais

Axioma dos inteiros. Sadao Massago

Axioma dos inteiros. Sadao Massago Axioma dos inteiros Sadao Massago setembro de 2018 Sumário 1 Os Números 2 1.1 Notação......................................... 2 1.2 Números naturais não nulos (inteiros positivos)................... 2

Leia mais

Capítulo 1. Introdução

Capítulo 1. Introdução Capítulo 1 Introdução O objeto de estudo de Mat-1 são as funções reais de variável real. Estudaremos nesta disciplina os conceitos de limite, continuidade, derivabilidade e integrabilidade de funções reais

Leia mais

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a Exemplo (U(n)) Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a multiplicação módulo n é uma operação binária

Leia mais

Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos

Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos. Teoria dos Conjuntos Pode-se dizer que a é em grande parte trabalho de um único matemático: Georg Cantor (1845-1918). noção de conjunto não é suscetível de definição precisa a partir d noções mais simples, ou seja, é uma noção

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2015.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2015.2 1 / 60 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

CRISTIANE BENDER MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CRISTIANE BENDER MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA CRISTIANE BENDER UM ESTUDO DE ANÁLISE REAL ATRAVÉS DA RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIOS MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CAMPO MOURÃO

Leia mais

) a sucessão definida por y n

) a sucessão definida por y n aula 05 Sucessões 5.1 Sucessões Uma sucessão de números reais é simplesmente uma função x N R. É conveniente visualizar uma sucessão como uma sequência infinita: (x(), x(), x(), ). Neste contexto é usual

Leia mais

Teoria intuitiva de conjuntos

Teoria intuitiva de conjuntos Teoria intuitiva de conjuntos.................................... 1 Relação binária............................................ 10 Lista 3................................................. 15 Teoria intuitiva

Leia mais

Funções. Matemática Básica. O que é uma função? O que é uma função? Folha 1. Humberto José Bortolossi. Parte 07. Definição

Funções. Matemática Básica. O que é uma função? O que é uma função? Folha 1. Humberto José Bortolossi. Parte 07. Definição Folha 1 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções Parte 07 Aula 9 Matemática Básica 1 Aula 9 Matemática Básica 2 O que é uma

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos. 2.1 Existem diferentes tipos de infinito Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Um exemplo de conjunto infinito é o conjunto dos números naturais: mesmo tomando-se um número natural n muito grande, sempre existe outro maior, por exemplo, seu sucessor

Leia mais

Funções potência da forma f (x) =x n, com n N

Funções potência da forma f (x) =x n, com n N Folha 1 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções potência da forma f (x) =x n, com n N Parte 08 Parte 8 Matemática Básica 1

Leia mais

1 Limites e Conjuntos Abertos

1 Limites e Conjuntos Abertos 1 Limites e Conjuntos Abertos 1.1 Sequências de números reais Definição. Uma sequência de números reais é uma associação de um número real a cada número natural. Exemplos: 1. {1,2,3,4,...} 2. {1,1/2,1/3,1/4,...}

Leia mais

O espaço das Ordens de um Corpo

O espaço das Ordens de um Corpo O espaço das Ordens de um Corpo Clotilzio Moreira dos Santos Resumo O objetivo deste trabalho é exibir corpos com infinitas ordens e exibir uma estrutura topológica ao conjunto das ordens de um corpo.

Leia mais

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais (inteiros positivos)

Capítulo 1. Os Números. 1.1 Notação. 1.2 Números naturais (inteiros positivos) Capítulo 1 Os Números 1.1 Notação Números naturais: N = {1, 2, 3,...}, mas existem vários autores considerando N = {0, 1, 2, 3,...}. Por isso, é recomendado dizer números positivos, números não negativos,

Leia mais

Números Naturais. MA12 - Unidade 1. Os Axiomas de Peano. O Axioma da Indução. Exemplo: uma demonstração por indução

Números Naturais. MA12 - Unidade 1. Os Axiomas de Peano. O Axioma da Indução. Exemplo: uma demonstração por indução Os Números Naturais MA1 - Unidade 1 Números Naturais Paulo Cezar Pinto Carvalho PROFMAT - SBM January 7, 014 Números Naturais: modelo abstrato para contagem. N = {1,,3,...} Uma descrição precisa e concisa

Leia mais

Notas de aulas. álgebra abstrata

Notas de aulas. álgebra abstrata 1 Notas de aulas de álgebra abstrata UEMA LICENCIATURA EM MATEMATICA Elaborada por : Raimundo Merval Morais Gonçalves Licenciado em Matemática/UFMA Professor Assistente/UEMA Especialista em Ensino de Ciências/UEMA

Leia mais

Os números naturais. Capítulo Operações em N

Os números naturais. Capítulo Operações em N Capítulo 1 Os números naturais O conjunto dos números naturais, denotado por N, é aquele composto pelos números usados para contar. Na verdade, o mais correto seria dizer que é o conjunto dos números usados

Leia mais

Axiomas de corpo ordenado

Axiomas de corpo ordenado Axiomas de corpo ordenado 2 a lista de exercícios Análise real A abordagem axiomática dos números reais previne erros que a intuição pode ocasionar e torna mais rigoroso o processo de demonstração matemática,

Leia mais

INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS

INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS 1 INTRODUÇÃO À TEORIA DOS CONJUNTOS Gil da Costa Marques 1.1 Introdução 1.2 Conceitos básicos 1.3 Subconjuntos e intervalos 1.4 O conjunto dos números reais 1.4.1 A relação de ordem em 1.5 Intervalos 1.5.1

Leia mais

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS

1. CONJUNTOS NUMÉRICOS . CONJUNTOS NUMÉRICOS.. INTRODUÇÃO Uma exposição sistemática dos conjuntos numéricos, utilizados na Matemática, pode ser feita a partir dos números usados para contar, chamados de números naturais. Estes

Leia mais

2.1 Sucessões. Convergência de sucessões

2.1 Sucessões. Convergência de sucessões Capítulo 2 Sucessões reais Inicia-se o capítulo introduzindo os conceitos de sucessão limitada, sucessão monótona, sucessão convergente e relacionando estes conceitos entre si. A análise da convergência

Leia mais

1.2 Axioma do Supremo

1.2 Axioma do Supremo 1.2 Axioma do Supremo EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1. Verifique que se n N é ímpar, então n 2 é também ímpar. O que pode concluir de n N sabendo que n 2 é par? RESOLUÇÃO Seja n N ímpar, com n = 2k+1, para algum

Leia mais

Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais

Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA Relatório de Pesquisa Um Estudo Sobre a Enuberabilidade do Conjunto Q dos Números Racionais Laís Ribeiro

Leia mais

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos

MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos MAT 5798 Medida e Integração Exercícios de Revisão de Espaços Métricos Prof. Edson de Faria 30 de Março de 2014 Observação: O objetivo desta lista é motivar uma revisão dos conceitos e fatos básicos sobre

Leia mais

Números Reais. Jairo Menezes e Souza 19/09/2013 UFG/CAC

Números Reais. Jairo Menezes e Souza 19/09/2013 UFG/CAC UFG/CAC 19/09/2013 Iniciamos com o conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Iniciamos com o conjunto dos números naturais N = {0, 1, 2, 3, 4, 5,...} Chamamos de Z o conjunto dos números

Leia mais

Propriedades das Funções Contínuas e Deriváveis

Propriedades das Funções Contínuas e Deriváveis Propriedades das Funções Contínuas e Deriváveis O Corpo dos Números Reais Prof. Doherty Andrade 2005/Agosto/20 Vamos rever algumas coisas que já sabemos sobre o corpo dos números reais. Por corpo entendemos

Leia mais

Topologia geral Professor: Fernando de Ávila Silva Departamento de Matemática - UFPR

Topologia geral Professor: Fernando de Ávila Silva Departamento de Matemática - UFPR Topologia geral Professor: Fernando de Ávila Silva Departamento de Matemática - UFPR LISTA 1: Métricas, Espaços Topológicos e Funções Contínuas 1 Métricas Exercício 1 Sejam M um espaço métrico e A M um

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano. Prof. Ulisses Lima Parente

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano. Prof. Ulisses Lima Parente Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas Números Irracionais e Reais Oitavo Ano Prof. Ulisses Lima Parente 1 Os números irracionais Ao longo deste módulo, vimos que a representação

Leia mais

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos

Capítulo 2. Conjuntos Infinitos Capítulo 2 Conjuntos Infinitos Não é raro encontrarmos exemplos equivocados de conjuntos infinitos, como a quantidade de grãos de areia na praia ou a quantidade de estrelas no céu. Acontece que essas quantidades,

Leia mais

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano

Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas. Números Irracionais e Reais. Oitavo Ano Material Teórico - Módulo de Potenciação e Dízimas Periódicas Números Irracionais e Reais Oitavo Ano Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto 1 Os números irracionais Ao longo

Leia mais

Nono Ano - Fundamental. Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto. Portal da OBMEP

Nono Ano - Fundamental. Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto. Portal da OBMEP Material Teórico - Módulo: Funções - Noções Básicas Exercícios Nono Ano - Fundamental Autor: Prof. Angelo Papa Neto Revisor: Prof. Antonio Caminha M. Neto Nesta aula, apresentaremos exemplos e resolveremos

Leia mais

1 Números Reais. 1. Simplifique as seguintes expressões (definidas nos respectivos domínios): b) x+1. d) x 2, f) 4 x 4 2 x, g) 2 x2 (2 x ) 2, h)

1 Números Reais. 1. Simplifique as seguintes expressões (definidas nos respectivos domínios): b) x+1. d) x 2, f) 4 x 4 2 x, g) 2 x2 (2 x ) 2, h) Números Reais. Simplifique as seguintes expressões (definidas nos respectivos domínios): x a), x b) x+ +, x c) +x + x +x, d) x, e) ( x ), f) 4 x 4 x, g) x ( x ), h) 3 x 6 x, i) x x +, j) x x+ x, k) log

Leia mais

Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real

Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real Lista de Exercícios da Primeira Semana Análise Real Nesta lista, a n, b n, c n serão sempre sequências de números reais.. Mostre que todo conjunto ordenado com a propriedade do supremo possui a propriedade

Leia mais

Ordem dos Inteiros AULA. 4.1 Introdução. 4.2 Ordem Ordem dos Inteiros

Ordem dos Inteiros AULA. 4.1 Introdução. 4.2 Ordem Ordem dos Inteiros META: Apresentar ordem nos números inteiros e os Princípio de indução e do Menor elemento. OBJETIVOS: Ao fim da aula os alunos deverão ser capazes de: Usar o processo de indução finita dos Inteiros. Justificar

Leia mais

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de

DANIEL V. TAUSK. se A é um subconjunto de X, denotamos por A c o complementar de O TEOREMA DE REPRESENTAÇÃO DE RIESZ PARA MEDIDAS DANIEL V. TAUSK Ao longo do texto, denotará sempre um espaço topológico fixado. Além do mais, as seguintes notações serão utilizadas: supp f denota o suporte

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2014.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2014.2 1 / 20 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período

Probabilidade IV. Ulisses U. dos Anjos. Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba. Período Probabilidade IV Ulisses U. dos Anjos Departamento de Estatística Universidade Federal da Paraíba Período 2015.2 Ulisses Umbelino (DE-UFPB) Probabilidade IV Período 2015.2 1 / 49 Sumário 1 Apresentação

Leia mais

Questão 4 (2,0 pontos). Defina função convexa (0,5 pontos). Seja f : I R uma função convexa no intervalo aberto I. Dado c I (qualquer)

Questão 4 (2,0 pontos). Defina função convexa (0,5 pontos). Seja f : I R uma função convexa no intervalo aberto I. Dado c I (qualquer) DM IMECC UNICAMP, Análise I, Prof. Marcelo M. Santos Exame Final, 15/07/2009 Aluno: RA: Ass.: Observações: Tempo de prova: 100min; Justifique sucintamente todas as suas afirmações; Disponha as suas resoluções

Leia mais

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais:

Espaços Euclidianos. Espaços R n. O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: Espaços Euclidianos Espaços R n O conjunto R n é definido como o conjunto de todas as n-uplas ordenadas de números reais: R n = {(x 1,..., x n ) : x 1,..., x n R}. R 1 é simplesmente o conjunto R dos números

Leia mais

1.1 Propriedades básicas dos números reais, axiomática dos números reais.

1.1 Propriedades básicas dos números reais, axiomática dos números reais. I - Funções reais de variável real 1. Números Reais. 1.1 - Números naturais, números relativos, números racionais e números reais. De uma forma muito simples vamos recordar os números: Números Naturais

Leia mais

O Meu Curso de Análise 1

O Meu Curso de Análise 1 Paulo Angelo Alves Resende - pa@mat.unb.br O Meu Curso de Análise 1 UNB - Universidade de Brasília Instituto de Exatas (IE) 4 de janeiro de 2006 Apostila disponível em http://pa.mat.unb.br/ Sumário Prefácio

Leia mais

Funções. Pré-Cálculo. O que é uma função? O que é uma função? Humberto José Bortolossi. Parte 2. Definição

Funções. Pré-Cálculo. O que é uma função? O que é uma função? Humberto José Bortolossi. Parte 2. Definição Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções Parte 2 Parte 2 Pré-Cálculo 1 Parte 2 Pré-Cálculo 2 O que é uma função? O que é uma função?

Leia mais

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008

P1 de Análise Real ou Análise I Data: 16 de abril de 2008 P1 de Análise Real ou Análise I 2008.1 Data: 16 de abril de 2008 Serão contadas as quatro melhores questões. 1. Seja (a n ) uma seqüência de números reais. Prove que se (a n ) 2 converge então a nn também

Leia mais

Capítulo 1 Números Reais

Capítulo 1 Números Reais Departamento de Matemática Disciplina MAT154 - Cálculo 1 Capítulo 1 Números Reais Conjuntos Numéricos Conjunto dos naturais: N = {1,, 3, 4,... } Conjunto dos inteiros: Z = {..., 3,, 1, 0, 1,, 3,... } {

Leia mais

Princípio de Análise Exercícios de Matemática

Princípio de Análise Exercícios de Matemática Princípio de Análise Exercícios de Matemática David Armando Zavaleta Villanueva Durante a elaboração deste trabalho o autor recebeu auxílio financeiro da FAPERN. Prefácio Estas notas foram escritas durante

Leia mais

Slides de apoio: Fundamentos

Slides de apoio: Fundamentos Pré-Cálculo ECT2101 Slides de apoio: Fundamentos Prof. Ronaldo Carlotto Batista 23 de fevereiro de 2017 Conjuntos Um conjunto é coleção de objetos, chamados de elememtos do conjunto. Nomeraremos conjuntos

Leia mais

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS

TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS TEMA 2 PROPRIEDADES DE ORDEM NO CONJUNTO DOS NÚMEROS REAIS O conjunto dos números reais,, que possui as seguintes propriedades:, possui uma relação menor ou igual, denotada por O1: Propriedade Reflexiva:

Leia mais

Funções, Seqüências, Cardinalidade

Funções, Seqüências, Cardinalidade Funções, Seqüências, Cardinalidade Prof.: Rossini Monteiro Noções Básicas Definição (Função) Sejam A e B conjuntos. Uma função de A em B é um mapeamento de exatamente um elemento de B para cada elemento

Leia mais

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Atividade. Funções crescentes. Parte 3. Definição

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Atividade. Funções crescentes. Parte 3. Definição Pré-Cálculo Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções monótonas Parte 3 Funções crescentes Pré-Cálculo 1 Atividade Pré-Cálculo 2 Dizemos que uma função f : D C é crescente

Leia mais

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 2. Sequências de Números Reais

Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão Lista 2. Sequências de Números Reais Universidade Federal de Santa Maria Departamento de Matemática Curso de Verão 0 Lista Sequências de Números Reais. Dê o termo geral de cada uma das seguintes sequências: a,, 3, 4,... b, 4, 9, 6,... c,,

Leia mais

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos

Tópicos de Matemática. Teoria elementar de conjuntos Tópicos de Matemática Lic. em Ciências da Computação Teoria elementar de conjuntos Carla Mendes Dep. Matemática e Aplicações Universidade do Minho 2010/2011 Tóp. de Matemática - LCC - 2010/2011 Dep. Matemática

Leia mais

é uma proposição verdadeira. tal que: 2 n N k, Φ(n) = Φ(n + 1) é uma proposição verdadeira. com n N k, tal que:

é uma proposição verdadeira. tal que: 2 n N k, Φ(n) = Φ(n + 1) é uma proposição verdadeira. com n N k, tal que: Matemática Discreta 2008/09 Vítor Hugo Fernandes Departamento de Matemática FCT/UNL Axioma (Princípio da Boa Ordenação dos Números Naturais) O conjunto parcialmente (totalmente) ordenado (N, ), em que

Leia mais

g) 2 x2 (2 x ) 2, 6 x i) x 2 x + 2, j) k) log ( 1 l) log ( 2x 2 + 2x 2) + log ( x 2

g) 2 x2 (2 x ) 2, 6 x i) x 2 x + 2, j) k) log ( 1 l) log ( 2x 2 + 2x 2) + log ( x 2 Números Reais. Simplifique as seguintes epressões (definidas nos respectivos domínios): a), b) + +, c) + + +, d), e) ( ), f) 4 4, g) ( ), h) 3 6, i) +, j) +, k) log ( ) + log ( ), l) log ( + ) + log (

Leia mais

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Funções decrescentes. Funções crescentes. Humberto José Bortolossi. Parte 3. Definição. Definição

Funções monótonas. Pré-Cálculo. Funções decrescentes. Funções crescentes. Humberto José Bortolossi. Parte 3. Definição. Definição Pré-Cálculo Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Funções monótonas Parte 3 Parte 3 Pré-Cálculo 1 Parte 3 Pré-Cálculo 2 Funções crescentes Funções

Leia mais

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos

Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios sugeridos MAT 1351 Cálculo para funções uma variável real I Curso noturno de Licenciatura em Matemática 1 semestre de 2016 Docente: Prof. Dr. Pierluigi Benevieri Resumo das aulas dos dias 4 e 11 de abril e exercícios

Leia mais

Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III. Prof. Wagner Vieira Leite Nunes. São Carlos 1.o semestre de 2007

Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III. Prof. Wagner Vieira Leite Nunes. São Carlos 1.o semestre de 2007 Notas do Curso de SMA-333 Cálculo III Prof. Wagner Vieira Leite Nunes São Carlos.o semestre de 7 Sumário Introdução 5 Seqüências Numéricas 7. Definições.................................... 7. Operações

Leia mais