AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ÀS LEIS DE JOGO 2016/17

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1 AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES ÀS LEIS DE JOGO 2016/17 LEI 3 OS JOGADORES 1- Um jogador que tenha sido expulso antes da Ficha de Jogo ser entregue ao árbitro (geralmente isso acontece 30 a 60m antes do início do jogo), não pode ser designado na mesma, seja em que qualidade for (ou seja, não pode fazer parte da partida em nenhuma função). Se por acaso for expulso ainda antes do jogo mas já depois de constar na Ficha de Jogo entregue aos árbitros, já pode ser substituído por um outro suplente designado, sendo que este depois já não poderá ser substituído; o número de substituições que a equipa pode efetuar, neste caso, não é reduzido. 2 - Se um jogo é interrompido devido a interferência causada por um elemento oficial, por um suplente, por um jogador substituído ou por um expulso, o jogo passa a recomeçar com pontapé-livre direto ou pontapé de penálti (habitue-se: agora não se diz grande penalidade, diz-se pontapé de penálti ). Mas se, por acaso, a bola se dirigir para a baliza e essa interferência não impedir um defensor de jogá-la, o golo será validado na mesma (mesmo que tenha havido contato daquele com a bola), salvo se o golo for na baliza adversária. Imaginem: um jogador suplente tenta evitar um golo na sua baliza, atirando uma toalha à bola. Mesmo que a toalha atinja-a ou a desvie, o golo será sempre validado se a bola ainda assim entrar na sua baliza. NOTA - Não se beneficia o infrator. E bem. LEI 4 O EQUIPAMENTO DOS JOGADORES 1- Se um jogador perder acidentalmente uma bota ou caneleira, deve substituí-la logo que possível ou, o mais tardar, até à paragem de jogo seguinte. Caso, antes de o fazer, jogar a bola e

2 / ou até marcar um golo, o golo deve ser validado (antes um jogador não podia jogar a bola sem a bota calçada, a menos que o fizesse de imediato). 2- Qualquer elemento da equipa de arbitragem pode assegurar-se que o equipamento de um jogador está em ordem antes de o autorizar a reentrar no terreno de jogo (isto nos casos em que ele tenha deixado o terreno de jogo para corrigir ou mudar de equipamento). Essa autorização pode ser dada, agora por qualquer um deles, com o jogo a decorrer e não apenas numa interrupção, como acontecia até aqui. NOTA - Alteração importante, que dará maior dinamismo ao jogo e não fará com que um atleta não participe momentaneamente na partida, quando a sua camisola tenha sido, por exemplo, rasgada por um adversário. LEI 5 O ÁRBITRO A partir de agora, passa a haver mais uma situação que pode levar a que um lesionado receba assistência médica em campo sem ter que sair do terreno de jogo, depois disso: se a lesão dele resultar duma infração com contacto físico, pela qual o adversário seja advertido (grave esta: advertido significa ver o cartão amarelo) ou expulso e se o exame da lesão / a assistência for rápida (caberá ao árbitro decidir o que significa rápida ). LEI 6 OS OUTROS ELEMENTOS DA EQUIPA DE ARBITRAGEM - Na marcação de penáltis, os Árbitros Assistentes devem colocar-se em linha com a marca de penálti. NOTA Antes colocavam-se sobre a linha de baliza na sua intersecção com a área de baliza. A ideia é poderem avaliar algum eventual fora de jogo posterior à execução e estarem colocados na sua zona habitual de ação, para esse e outros efeitos. Bem visto.

3 LEI 8 O COMEÇO E RECOMEÇO DE JOGO 1 - Em cada pontapé de saída (no início, reinício de um jogo ou após um golo), a bola entra em jogo logo que seja pontapeada e se mova claramente. Até aqui, tinha que ser jogada para a frente, agora pode ser em qualquer direcção. 2- Se, num lançamento de bola ao solo, a bola entrar diretamente numa baliza sem antes tocar em pelo menos dois jogadores, o jogo recomeça com um pontapé de baliza (caso um só jogador a jogue / toque antes de entrar na baliza adversária) ou com um pontapé de canto (se apenas um jogador a jogue / toque antes de entrar na própria baliza). NOTA Antes bastava que a bola fosse jogada / tocada por um só jogador, o que levou a situações extremas de atletas quererem retribuir um gesto de fair play, facultando a bola ao adversário (mas fazendo-o de tal forma, que acabavam por obter golo na baliza daquele sem qualquer intenção moral de o fazer). LEI 10 DETERMINAÇÃO DO RESULTADO DE UM JOGO - PONTAPÉS DE PENÁLTI: a partir de agora, o árbitro efetuará um sorteio por meio de uma moeda (atirada ao ar) para decidir qual a baliza em que vão ser executados os pontapés, só se podendo mudar essa decisão por razões de segurança ou no caso da baliza seleccionada ou o terreno adstrito ficarem impraticáveis. NOTA - Até aqui, a baliza para onde se marcavam os penáltis era uma escolha exclusiva do árbitro, o que muitas vezes gerava desacordo por parte dos clubes. Que seja o acaso a decidir aquilo que o acaso deve decidir. LEI 11 FORA DE JOGO 1- As mãos e os braços de todos os jogadores, incluindo o guarda-redes, não são considerados para efeitos de punição.

4 NOTA - Clarifica-se assim este princípio, já em vigor anteriormente, como sendo aplicável a todos os jogadores em campo e não apenas aos da equipa atacante. 2- Se for assinalado fora de jogo, o árbitro concede à equipa adversária um pontapé-livre indireto no local onde a falta foi cometida, inclusive se for no meio-campo do jogador. Ou seja, se o atacante se encontrar entretanto já no seu próprio meio-campo quando o fora de jogo é punido, é aí que será executado o respetivo pontapé-livre indireto. LEI 12 FALTAS E INCORREÇÕES 1- Imprudência significa que o jogador mostra falta de atenção ou consideração ao entrar sobre um adversário ou que atua sem precaução. Não é necessária qualquer sanção disciplinar (há apenas lugar à sanção técnica). - Negligência significa que o jogador atua sem ter em conta o perigo ou as consequências do seu ato para com o seu adversário e deve por isso ser advertido (ou seja, ver o cartão amarelo). NOTA - Antes entendia-se o oposto. Que a negligência não era merecedora de nenhuma ação disciplinar e que a imprudência era punida com advertência. Apesar das expressões, em inglês, manterem o seu significado e punição originais (careless / reckless), percebeu-se que em português estávamos a valorizar, legalmente, as duas de forma incorrecta. É uma alteração apenas textual, mas com relevância para a justificação que os árbitros escreverão nos seus relatórios. 2- Se, antes de entrar no terreno de jogo - no início do jogo -, um jogador cometer uma infração passível de expulsão (por exemplo, se o fizer durante o período de aquecimento), o árbitro tem autoridade para impedir que ele tome parte no jogo (considera-o expulso). Deve, depois relatar os factos, no seu relatório, às autoridades competentes. 3- A chamada lei da vantagem não deve ser aplicada em situações de falta grosseira e conduta violenta (ambas passíveis de expulsão) ou numa infração passível de segundo amarelo, a menos que se trate de uma clara oportunidade de golo. Se o árbitro aplicá-la nessas circunstâncias (como deve), terá que expulsar o infrator na primeira interrupção de jogo. Se

5 antes disso ele recuperar a posse de bola e jogá-la ou fizer nova entrada sobre um adversário (ou interferir com ele), o árbitro deve interromper de imediato o jogo, expulsá-lo e recomeçar a partida com um pontapé-livre indireto contra a sua equipa. NOTA - A ideia é louvável. Não permitir que um jogador que será expulso na paragem de jogo seguinte (porque o árbitro aplicou a vantagem para a clara oportunidade de golo dos adversários), possa entretanto recuperar a posse de bola e até fazer um golo que decidisse o resultado da partida. Seria injusto e inaceitável para a justiça do jogo. 4- Quando um jogador cometer uma infração contra um adversário, dentro da sua área de penálti, que impeça a equipa deste de marcar um golo ou que anule uma clara oportunidade de golo (que leve o árbitro a assinalar um pontapé de penálti), o infrator deve ser advertido (cartão amarelo), a menos que: A) A infração seja jogar a bola com a mão, agarrar, empurrar ou puxar o seu adversário; B) O infrator não tente jogar a bola ou não tenha possibilidade de a bola; C) A infração seja punível com um cartão vermelho por si só, pela forma grosseira ou vioneta como é efetuada. Nas três situações atrás descritas, o infrator será sempre expulso. NOTA - A ideia é responder afirmativamente ao universo do futebol (particularmente ao sentimento manifestado pela maioria dos clubes), que sempre pediu o fim da chamada tripla penalização (penálti, expulsão e suspensão posterior do atleta). Entendia-se que eram um castigo demasiado pesado para uma só ação de jogo. Agora, sempre que a infração seja passível de pontapé de penálti e o infrator apenas tenha tentado jogar a bola, só será punido para além do penálti, com cartão amarelo. Esta alteração faz sentido, mas é de aplicabilidade prática muito difícil e exigente, visto que requer muita concentração para que os árbitros entendam a intenção do jogador que fizer uma falta na sua área, nestas circunstâncias: tem que perceber se ele quis apenas cortar ou jogar a bola e aí só verá o amarelo. Ou se não teve qualquer intenção / possibilidade de o fazer e apenas procurou travar o adversário e aí será expulso. Nuna é boa a mudança que permite, em situações importantes de jogo, grande margem de subjetividade para quem decide. E não é bom sobretudo para quem decide.

6 5- Sempre que um jogador for culpado de conduta violenta (uso de brutalidade ou força excessiva sobre qualquer pessoa) é punido com expulsão e pontapé livre direto ou penálti, mesmo que não exista contato físico efectivo (apenas a sua tentativa). Exemplo 1 -: um defensor tenta dar um soco na cara de um treinador mas não acerta porque este desviou-se). A tentativa de agressão estava já referenciada como punível na lei, mas o novo texto torna-a agora mais clara. Exemplo 2 - Um jogador, com a bola em jogo e dentro do terreno, comete uma infração contra um colega de equipa, um suplente, um jogador substituído, um elemento oficial das equipas ou um elemento da equipa de arbitragem, passa agora a ser punido com pontapé-livre direto ou pontapé de penálti. NOTA - Antes era sempre expulso (por força excessiva ou conduta violenta, mesmo na tentativa não consumada, mas só era livre direto ou penálti se cometido contra adversários). 7- Se um jogador deixar o terreno numa jogada normal do jogo e cometer, fora deste, uma infração contra outro jogador, é punido com pontapé-livre executado sobre a linha do terreno que esteja mais próxima do local onde a infração foi cometida. Se essa infração for sancionada com pontapé-livre direto (por exemplo, se o infrator agarrar o adversário ou rasteirá-lo), a falta deve ser punida com um pontapé de penálti (se a infração for cometida na zona que limita a área de penálti do infrator). NOTA - Ou seja, as faltas cometidas nestas circunstâncias - fora do terreno jogo passarão a ser punidas como se fossem cometidas no interior do mesmo. LEI 14 PONTAPÉ DE PENÁLTI Existem vários tipos de punição para vários tipos de diferentes infrações que podem ocorrer na marcação de um pontapé de penálti: as que são cometidas pelo executante ou pelos seus colegas, as que são da responsabilidade dos guarda-redes ou dos restantes jogadores defensores e até aquelas em que existem infrações cometidas, em simultâneo, por ambas as equipas. Uma das mudanças mais significativas, nesta matéria, refere-se a infrações cometidas pelos guarda-redes: passarão a ser advertidos (cartão amarelo).

7 NOTA Pretende-se evitar que os GR efectuem defesas em situação privilegiada (e ilegal),como por exemplo, estando bem adiantados quando o penálti é executado. Quanto ao conjunto das mais importantes infrações em si, optamos por deixar-vos, de seguida, um quadro que resume na perfeição e de forma muito clara e simples as mais frequentes, com a respectiva sanção técnica e disciplinar: Não se esqueçam, que para além das 95 mexidas que o Livro das Leis sofreu para esta época (sim, 95!), o IFAB aprovou a introdução, a título experimental (durante os próximos dois anos), do Vídeo-Árbitro. A concretizar-se a medida será, de longe, a mais importante alteração de paradigma que o futebol alguma vez já testemunhou. Para mais informações sobre esta matéria, consultem o site da FPF (