Interação Humano-Computador. Yuni Mika Maeda Análise e Desenvolvimento de Sistemas Módulo VI Prof. Dr. Andrea Padovan Jubileu

Transcrição

1 Interação Humano-Computador Yuni Mika Maeda Análise e Desenvolvimento de Sistemas Módulo VI Prof. Dr. Andrea Padovan Jubileu

2 Introdução O que é Interface Homem-Máquina? A interação como um processo através do qual o usuário formula uma intenção, planeja suas ações, atua sobre a interface, percebe e interpreta a resposta do sistema e avalia se seu objetivo foi alcançado(norman,1996). A interação usuário-sistema pode ser considerada como tudo o que acontece quando uma pessoa e um sistema computacional se unem para realizar tarefas, visando um objetivo (Hix e Hartson,1993).

3 Introdução O que é um sistema interativo? Um sistema computacional interativo compõe um TIC(Tecnologia de informações e comunicação), que são sistemas que contém um hardware, software e meios de comunicação realizados para interagirem com as pessoas, sendo assim é uma tecnologia que permite processar e trocar informações, estão presentes em diferentes dispositivos eletrônicos, que é a combinação do poder computacional e meios de comunicação (rádio, TV, telefonia, Internet etc.)

4 Conceitos Básicos Segundo Hewett e seus companheiros(1992) Interface Homem-Máquina é uma disciplina interessado no projeto, implementação e avaliação de sistemas computacionais interativos para o uso humano, juntamente os fenômenos relacionados a esse uso. Podem ser agrupados em cinco tópicos inter-relacionados: a natureza de interação humanocomputador; uso de sistemas interativos situado em contexto; características humanas; arquitetura de sistemas computacionais e da interface com usuários; e processo de desenvolvimentos preocupados com o uso (Figura 1.3)

5 Conceitos Básicos

6 Conceitos Básicos O estudo da natureza da interação abrange a averiguação do que ocorre quando as pessoas utilizam os sistemas interativos em suas tarefas. Com isso é possível descrever, explicar e ter conhecimento das consequências que afligem na vida das pessoas. O contexto de uso influencia pessoas de diferentes culturas, sociedades e organizações a se envolver com sistemas interativos, pois cada um tem uma maneira de realizar suas atividades, possuem conhecimentos e concepções próprios e utilizam linguagens diferentes para de comunicar com outras pessoas, isso faz com que a concepção dos usuários seja diferente do contexto dos desenvolvedores estão inseridos, assim está a importância de estudarmos o contexto de uso para dar foco nos usuários e sob seu ponto de vista.

7 Conceitos Básicos As características humanas induz as pessoas a relacionar-se com sistemas interativos. A interação com qualquer artefato novo, sistemas computacionais interativos que envolvam informações faz necessário o uso a capacidade cognitiva para processar informações e aprender a usá-los, pois as pessoas utilizam essas mesmas formas de interação já presenciadas no seu dia a dia quando faz o uso de um sistema interativo, influenciando a interação humano-computador. Ter informações sobre as características humanas dos usuários nos permite ter conhecimento de suas capacidades e respeitar suas limitações durante a interação com sistemas computacionais.

8 Conceitos Básicos Existem estudos sobre a arquitetura de sistemas computacionais e interfaces com o usuário buscando construir sistemas que favoreçam a experiência de uso (John et. al.,2004). Vários dispositivos têm sido desenvolvidos com uma melhor tecnologia para facilitar a interação com as pessoas, os dispositivos de entrada e saída são os responsáveis por intermediar o contato físico entre as pessoas e os sistemas computacionais. Existem técnicas para criar a interface com o usuário utilizando, já desenvolvidas, as áreas de Computação Gráfica e Inteligência Artificial. Compreender essas tecnologias e dispositivos é essencial para sermos capazes de comparar, avaliar e tomar decisões sobre diversas formas de interação com sistemas computacionais.

9 Conceitos Básicos O processo de desenvolvimento de um sistema interativo motiva a qualidade do produto final, assim é importante termos conhecimento das abordagens de design de IHC, métodos, técnicas, ferramentas de construção de interface com o usuário e de avaliação de IHC. É importante conhecermos e analisarmos casos de sucesso e de insucesso das interfaces com o usuário, para encontrar motivos que levaram a tal resultado.

10 Conceitos Básicos IHC contém conhecimentos de diversas áreas além da computação para conhecer mais sobre os fenômenos envolvidos no uso de sistemas computacionais interativos. As áreas como Psicologia, Sociologia e Antropologia contribuem para o conhecimento sobre a cultura e o comportamento no ambiente onde dos usuários desempenham suas atividades. E também a definição da interface com o usuário utiliza os conhecimentos e técnicas usadas nas áreas: Design, Ergonomia, Linguística, e Semiótica. Assim como a área da IHC contém um grande quantidade de conhecimento de diversas áreas, isso torna complicado um único profissional ter o domínio de todos os setores de conhecimento, assim a responsabilidade de encarregar-se da IHC é uma equipe multidisciplinar, que tem vários profissionais das diversas áreas trabalhando juntos, avaliando, concebendo a interação de pessoas com sistemas computacionais.

11 Benefícios de IHC Aumentar a produtividade dos usuários, pois, se a interação for eficiente, os usuários podem receber apoio computacional para alcançar seus objetivos mais rapidamente; Reduzir o número e a gravidade dos erros cometidos pelos usuários, pois eles poderão prever as consequências de suas ações e compreender melhor as respostas do sistema e as oportunidades de interação; Reduzir o custo de treinamento, pois os usuários poderão aprender durante o próprio uso e terão melhores condições de se sentirem mais seguros e motivados para explorar o sistema; Reduzir o custo de suporte técnico, pois os usuários terão menos dificuldades para utilizar o sistema e, se cometerem algum erro, o próprio sistema oferecerá apoio para se recuperarem dos erros cometidos; e Aumentar as vendas e a fidelidade do cliente, pois os clientes satisfeitos recomendam o sistema a seus colegas e amigos e voltam a comprar novas versões.

12 Usabilidade A norma ISO/IEC 9126(1991) define usabilidade como sendo: Um conjunto de atributos relacionados com o esforço necessário para o uso de um sistema interativo, e relacionados com a avaliação individual de tal uso, por um conjunto específico de usuários. E a norma sobre requisitos de ergonomia, ISO (1998), define usabilidade como sendo: O grau em que um produto é usado por usuários específicos para atingir objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto de uso específico.

13 Usabilidade Segundo essa norma, eficácia esta relacionada com a capacidade de os usuários interagirem com o sistema para alcançar seus objetivos corretamente, conforme o esperado. A eficiência está relacionada com os recursos necessários para os usuários interagirem com o sistema e alcançarem seus objetivos. A usabilidade é um atributo de qualidade relacionado à facilidade do uso de algo. Mais especificamente, refere-se à rapidez com que os usuários podem aprender a usar alguma coisa, a eficiência deles ao usá-la, o quanto lembram daquilo, seu grau de propensão a erros e o quanto gostam de utilizá-la. Se as pessoas não puderem ou não utilizarem um recurso, ele pode muito bem não existir. (Nielsen, 2007)

14 Usabilidade Um sistema com alto grau de usabilidade terá as seguintes características: Será eficiente no sentido de que as pessoas poderão fazer coisas mediante uma quantidade adequada de esforço; Será eficaz no sentido de que conterá as funções e o conteúdo de informações adequadas e organizadas de forma apropriada; Será fácil aprender como fazer as coisas e será mais fácil lembrar como fazê-las após algum tempo; Será seguro de operar na variedade de contextos em que tudo será usado; Terá um alto grau de utilidade no sentido de que fará as coisas que as pessoas querem que sejam feitas.

15 Usabilidade

16 Usabilidade

17 Usabilidade Como as pessoas utilizam a WEB? Atualmente a maioria das pessoas já são capazes de utilizar Websites, que algumas vezes elas falham na navegação do mesmo, isso acontece por que as pessoas utilizam novos sites sem estarem acostumadas e os usuários escolhem o site com base na experiência anterior com outros sites que contém alta usabilidade que tem a maior chance de serem selecionados. Para que um site tenha usabilidade, temos que evitar de criar sites que contenham problemas básicos de usabilidade e isso faz que usuários desistam de acessá-lo. Alguns problemas estão em: Acessibilidade na WEB; Identidade; Navegabilidade; Conteúdo.

18 Design O que é Design? Design é um processo criativo que se preocupa em produzir algo novo e consiste em uma atividade social com consequências sociais. O design trata da mudança consciente e da comunicação entre os designers e as pessoas que utilizarão o sistema.

19 Figura 2 Entendimento, design, avaliação, antecipação. Design

20 Design O processo do design de sistemas interativos centrado no humano é composto por: Entendimento O entendimento trata do que o sistema tem que fazer, de como ele tem de ser e de como tem de se encaixar com outras coisas; são requisitos de produto, sistema ou serviço. Os designers devem pesquisar a gama de pessoas, atividades e contextos relevantes para o domínio que estão investigando, de forma que possam entender os requisitos do sistema que estão desenvolvendo. É necessário, ainda, que os designers entendam as oportunidades fornecidas pelas tecnologias e suas restrições.

21 Design Design conceitual O design conceitual considera quais informações e funções são necessárias para que o sistema atinja seu propósito e trata da decisão sobre quem terá de saber como usar o sistema além de ocupar-se em chegar a uma conceitualização clara de uma solução de design e de como essa conceitualização será comunicada às pessoas(de forma que elas rapidamente desenvolvam um modelo mental claro). Design físico O design físico preocupa-se com o modo como as coisas funcionarão e com o detalhamento da aparência e da percepção do produto. O design físico trata de estruturar as interações em sequências lógicas e de esclarecer e apresentar a alocação de funções e conhecimento entre pessoas e dispositivos. O design conceitual refere-se ao propósito geral do sistema interativo como um todo. Ente as pessoas e tecnologias tem de haver conhecimento e habilidade suficientes para que se atinja esse propósito. O design físico preocupa-se em tomar e traduzir essa representação abstrata em designs concretos.

22 Design Antecipação Um design tem de ser visualizado, tanto para ajudar o designer a clarear suas próprias ideias quanto para que as pessoas possam avaliá-lo. A antecipação preocupa-se em encontrar a mídia apropriada para demonstrar as ideias do design. Avaliação A avaliação está intimamente ligada à antecipação porque a natureza da representação usada afetará o que pode ser avaliado. O critério de avaliação também dependerá de quem poderá usar a representação. Todas as outras atividades de design são seguidas por uma avaliação. Às vezes,ela pode ser simplesmente uma verificação do designer para ter certeza de que algo está completo e correto. Pode ser uma lista de requisitos ou um resumo de alto nível do design que é enviado ao cliente, um modelo conceitual abstrato que é discutido com um colega ou uma avaliação formal de um protótipo funcional feita pelos futuros usuários do sistema.

23 Desenvolvimento de Sites O design de sites deve acompanhar os princípios do bom design de interação que já foi delineado. Os designers precisam saber quem usará o site e para que ele será usado. Os sites precisam ser bem direcionados e com objetivos claros. Os designers devem desenvolver personas das pessoas que se espera que visitem o site e entender claramente os objetivos que elas terão quando o estiverem usando. As fases de entendimento, antecipação, design e avaliação do design precisam ser obedecidas. Jesse James Garrett(2003) apud Benyon(2011) conceitualiza o desenvolvimento de um site em cinco elementos: estratégia, escopo, estrutura, esqueleto e superfície (Figura 3)

24 Desenvolvimento de Sites Figura 3 Elementos da experiência do usuário.

25 Desenvolvimento de Sites A camada mais baixa é o plano da estratégia, preocupado em entender o objetivo geral do site, a natureza das pessoas que usarão o site e o que elas esperam dele. A estratégia preocupa-se com as metas de negócios, a marca da empresa e uma análise de mercado. A camada seguinte é o plano do escopo, no qual é dada ênfase na funcionalidade (o que o site permitirá que as pessoas façam) e no conteúdo (a informação que o site conterá). Delimitar o escopo do site e um conjunto claro e priorizado de requisitos. A terceira camada é o chamado plano da estrutura. Ele trata da arquitetura de informação, mas também inclui a especificação do design de interação. Aqui a característica-chave é estabelecer um modelo conceitual claro. O plano do esqueleto preocupa-se com o design de informação, de navegação e de interface. O último elemento do esquema é o plano da superfície, preocupado com a estética do site e em garantir que boas diretrizes de design sejam seguidas.

26 Técnicas para o design de sistemas interativos No processo de design Entendimento contém técnicas utilizadas frequentemente para coletar dados e levantar os requisitos dos usuários, destacamos: entrevistas; questionários; brainstorming; classificação de cartões (card sorting);

27 Técnicas para o design de sistemas interativos Classificação de cartões(card sorting) Card sorting é utilizada principalmente para informar ou guiar o projeto da arquitetura de informação de um produto. Spencer (2009) afirma que, mais do que um método colaborativo para criar estruturas de navegação, a classificação de cartões é uma ferramenta que nos auxilia a entender as pessoas para as quais estamos projetando um produto. Spencer (2009) enumera os seguintes passos para a condução de uma classificação de cartões: decidir o que queremos descobrir; selecionar o método (individual ou em grupo; presencial ou remoto; manual ou por software); selecionar o conteúdo; selecionar e convidar os participantes; conduzir a sessão de classificação de cartões e registrar os dados; analisar os resultados; utilizar os resultados no seu projeto.

28 Técnicas para o design de sistemas interativos

29 Técnicas para o design de sistemas interativos No processo de design Antecipação também contém técnicas utilizadas para demonstração do design, destacamos: Esboços e instantâneos StoryBoards MoodBoards StoryBoards É uma técnica extraída do cinema, usando uma estrutura simples no estilo de desenho animado, em que momentos-chave da experiência interativa são representados. A vantagem do storyboard é que ele permite uma percepção do fluxo da experiência, e também uma forma econômica de representar o design.

30 Técnicas para o design de sistemas interativos Há três tipos de storyboards normalmente encontrados no design de mídia interativa: StoryBoard tradicional: Um storyboard para um filme normalmente tem algumas observações junto a cada cena explicando com mais detalhes do que acontecerá, isso ajuda a vencer as limitações de representar uma experiência dinâmica com um meio estático. Storyboard marcado: Se a aplicação tiver muitos gráficos de movimento, anotações podem ser feita no storyboard, um esboço é marca com notação apropriada e observações sobre, por exemplo, fonte, cores, imagens, som e outros detalhes são incluídas abaixo. Storyboard de texto: São úteis se a aplicação tem um grande número de sequências complexas. Pode-se especificar quais imagens aparecerão, que textos irão acompanhá-las, mídias complementares, anotações gerais sobre tons, fluxo etc.

31 Técnicas para o design de sistemas interativos

32 Técnicas para o design de sistemas interativos

33 Técnicas para o design de sistemas interativos Moodboards São amplamente usados em publicidade e no design de interiores. Simplesmente reúne-se estímulos visuais que possam captar algo de como você se sente sobre o design, fotografias e outras imagens, cores, texturas etc. Prender os estímulos em um quadro. Até mesmo pensar sobre a sua disposição no quadro pode estimular ideias.

34 Técnicas para o design de sistemas interativos

35 O design que funciona Projete para os usuários. Isso soa tão óbvio, mas não é. Quase sempre, os Websites ruins são feitos para os próprios designers ou para seus clientes. A questão não é do que você gosta nem do que seu gerente ou até mesmo do que o CEO gosta. É difícil rejeitar suas próprias preferências, mas a chave para criar uma boa experiência para usuários é fazer o projeto pensando neles. (Nielsen, 2007)

36 Referências Nielsen, Jakob, 1957 Usabilidade na web/ Jakob Nielsen, Hoa Loranger Rio de Janeiro: Elsevier, ª reimpressão. Barbosa, Simone Diniz Junqueira Interação Humano Computador / Simone Diniz Junqueira Barbosa, Bruno Santana da Silva Rio de Janeiro: Elsevier, Benyon, David Interação Humano Computador / David Benyon 2ª ed. São Paul: Pearson Prentice Hall, 2011.