PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO

Transcrição

1 PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1ª REGIÃO Gab Des Gloria R F Mello Av. Presidente Antonio Carlos,251 7o andar - Gab.34 Castelo Rio de Janeiro RJ PROCESSO: RTOrd Embargos de Declaração Acórdão 3a Turma Embargos de declaração. Permissivos legais. - Cabem embargos de declaração quando houver, na decisão, obscuridade ou contradição ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz. O recurso tem a finalidade de completar ou aclarar a decisão, não se prestando para modificação da substância do julgado. Vistos os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO em que recorrente RODERICK JOHN COLLINS e recorridas NOBLE DO BRASIL S/C LTDA. e PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS, admitida como assistente NOBLE INTERNATIONAL LIMITED. RELATÓRIO Trata-se de apreciar EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos, a folhas 540/547, por NOBLE DO BRASIL S/C LTDA., em face do acórdão a folhas 514/532. Aduz a embargante, em resumo: que ressaltam equívocos na decisão; que não houve cessão do reclamante, porque ele sempre trabalhou para empresa estrangeira em benefício da PETROBRAS; que foram celebrados dois contratos distintos, um de afretamento da PETROBRAS com a empresa estrangeira, alugando embarcação para exploração de petróleo, e outro de serviços de apoio à perfuração, celebrado entre a ré e a PETROBRAS; que o trabalho do autor na empresa assistente teve por base o contrato de afretamento celebrado entre a PETROBRAS e as empresas estrangeiras; que o autor foi contratado para tripular o navio objeto do afretamento, não como engenheiro, e sempre exerceu a função de sondador gerente do navio ou assistente de gerente do navio; que há erro material na 37001

2 contestação; que, quando afirmou que a empresa estrangeira, real empregadora, cedia a mão-de-obra para prestação de serviços para a PETROBRAS, referiu aos serviços de afretamento, não aos de apoio à perfuração; que deve ser dado efeito modificativo ao julgado, para confirmar a sentença a quo, ou extinguir o processo, sem resolução do mérito, por ilegitimidade passiva; que o acórdão não se manifestou acerca da responsabilidade da segunda ré, PETROBRAS; que prequestiona os arts. 1º, parágrafo único, e 71, 1º, da Lei 8.666/93, 37, caput, II e XXI, e 173, 1º, III, da Constituição federal; que o acórdão não explicitou qual seria o dispositivo legal para legitimar a aplicação da legislação trabalhista ao trabalho desenvolvido além do mar territorial brasileiro, em navio de bandeira estrangeira; que se aplica o art. 2º da Lei 8.617/93; que a aplicação de legislação trabalhista sobre o labor prestado em plataforma continental afronta a Súmula 207 do TST; que, com relação à preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho, não foi apreciada a incidência dos arts. 9º da Lei de Introdução ao Código Civil, 274 a 281 do Decreto-Lei /29, e da Súmula 207 do TST; que requer esclarecimento quanto à aplicação do art. 460 do CPC, visto como não foi pretendida a configuração de grupo econômico. É o relatório. V O T O CONHECIMENTO Regular a representação e tempestiva a medida. Atendidos os pressupostos de admissibilidade, merecem conhecimento os embargos de declaração. Todavia não merecem conhecimento os documentos anexados a destempo. MÉRITO O acórdão embargado ostenta pronunciamento fundamentado para refutar as defesas das empresas e para reconhecer o vínculo de emprego entre o trabalhador e a Noble do Brasil Ltda., inclusive com base na Lei 8.617/93, considerando, entre muitas outras circunstâncias, as funções e a cessão de mão-de-obra admitidas na contestação oferecida pela própria 37002

3 embargante. Quanto à responsabilidade da PETROBRAS, foram observados os limites da impugnação. A embargante não aponta efetiva omissão, contradição interna ou obscuridade a requestar sanativo. As razões são de inconformismo. Não é exigido do juízo enfrentar argumentos das partes não decisivos para a linha de raciocínio desenvolvida. Nem se prestam os embargos de declaração para revisão dos elementos da prova ou do julgado. Dirá o órgão ad quem, oportunamente, se violação a preceito de lei decorre de entendimento explicitado. A parte provoca incidente manifestamente infundado com intuito protelatório; induz à prática de atos desnecessários; desperdiça os esforços dos diversos profissionais neles envolvidos, gera delonga e custos em prejuízo não apenas de seu adversário, mas, principalmente, da própria atividade jurisdicional do Estado, da qual exige a sociedade segurança, qualidade e presteza, razão por que se impõe, minimamente, a multa cominada pelo parágrafo único do artigo 538 do CPC. Rejeitam-se os embargos. Relatados e discutidos, A C O R D A M os Desembargadores da Terceira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região, por unanimidade, em conhecer dos embargos de declaração opostos por NOBLE DO BRASIL S/C LTDA. e rejeitá-los, tendo-os por manifestamente infundados e protelatórios e condenando a embargante em obrigação de pagar multa de 1% (um por cento) (artigo 538, parágrafo único, do Código de Processo Civil) sobre o valor da causa. Rio de Janeiro, 13 de maio de Gloria Regina Ferreira Mello relatora 37003

4 kn 37004

5 Processo: ED Embargos de Declaração TRT-ED-RO A C Ó R D Ã O 3ª T U R M A Embargos de declaração. Permissivos legais. - Cabem embargos de declaração quando houver, na decisão, obscuridade ou contradição ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz. O recurso tem a finalidade de completar ou aclarar a decisão, não se prestando para modificação da substância do julgado

6 Vistos os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO em que recorrente RODERICK JOHN COLLINS e recorridas NOBLE DO BRASIL S/C LTDA. e PETRÓLEO BRASILEIRO S.A. - PETROBRAS, admitida como assistente NOBLE INTERNATIONAL LIMITED. RELATÓRIO Trata-se de apreciar EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos, a folhas 540/547, por NOBLE DO BRASIL S/C LTDA., em face do acórdão a folhas 514/532. Aduz a embargante, em resumo: que ressaltam equívocos na decisão; que não houve cessão do reclamante, porque ele sempre trabalhou para empresa estrangeira em benefício da PETROBRAS; que foram celebrados dois contratos distintos, um de afretamento da PETROBRAS com a empresa estrangeira, alugando embarcação para exploração de petróleo, e outro de serviços de apoio à perfuração, celebrado entre a ré e a PETROBRAS; que o trabalho do autor na empresa assistente teve por base o contrato de afretamento celebrado entre a PETROBRAS e as empresas estrangeiras; que o autor foi contratado para tripular o navio objeto do afretamento, não como engenheiro, e sempre exerceu a função de sondador gerente do navio ou assistente de gerente do navio; que há erro material na contestação; que, quando afirmou que a empresa estrangeira, real empregadora, cedia a mãode-obra para prestação de serviços para a PETROBRAS, referiu aos serviços de afretamento, não aos de apoio à perfuração; que deve ser dado efeito modificativo ao julgado, para confirmar a sentença a quo, ou extinguir o processo, sem resolução do mérito, por ilegitimidade passiva; que o acórdão não se manifestou acerca da responsabilidade da segunda ré, PETROBRAS; que prequestiona os arts. 1º, parágrafo único, e 71, 1º, da Lei 8.666/93, 37, caput, II e XXI, e 173, 1º, III, da Constituição federal; que o acórdão não explicitou qual seria o dispositivo legal para legitimar a aplicação da legislação trabalhista ao trabalho desenvolvido além do mar territorial brasileiro, em navio de bandeira estrangeira; que se aplica o art. 2º da Lei 8.617/93; que a aplicação de legislação trabalhista sobre o labor prestado em plataforma continental afronta a Súmula 207 do TST; que, com relação à preliminar de incompetência da Justiça do Trabalho, não foi apreciada a incidência dos arts. 9º da Lei de Introdução ao Código Civil, 274 a 281 do Decreto-Lei /29, e da Súmula 207 do TST; que requer esclarecimento quanto à aplicação do art. 460 do CPC, visto como não foi pretendida a configuração de grupo econômico. É o relatório

7 V O T O CONHECIMENTO Regular a representação e tempestiva a medida. Atendidos os pressupostos de admissibilidade, merecem conhecimento os embargos de declaração. Todavia não merecem conhecimento os documentos anexados a destempo. MÉRITO O acórdão embargado ostenta pronunciamento fundamentado para refutar as defesas das empresas e para reconhecer o vínculo de emprego entre o trabalhador e a Noble do Brasil Ltda., inclusive com base na Lei 8.617/93, considerando, entre muitas outras circunstâncias, as funções e a cessão de mão-de-obra admitidas na contestação oferecida pela própria embargante. Quanto à responsabilidade da PETROBRAS, foram observados os limites da impugnação. A embargante não aponta efetiva omissão, contradição interna ou obscuridade a requestar sanativo. As razões são de inconformismo. Não é exigido do juízo enfrentar argumentos das partes não decisivos para a linha de raciocínio desenvolvida. Nem se prestam os embargos de declaração para revisão dos elementos da prova ou do julgado. Dirá o órgão ad quem, oportunamente, se violação a preceito de lei decorre de entendimento explicitado. A parte provoca incidente manifestamente infundado com intuito protelatório; induz à prática de atos desnecessários; desperdiça os esforços dos diversos profissionais neles envolvidos, gera delonga e custos em prejuízo não apenas de seu adversário, mas, principalmente, da própria atividade jurisdicional do Estado, da qual exige a sociedade segurança, qualidade e presteza, razão por que se impõe, minimamente, a multa cominada pelo parágrafo único do artigo 538 do CPC. Rejeitam-se os embargos

8 por unanimidade, conhecer dos embargos de declaração opostos por NOBLE DO BRASIL S/C LTDA. e rejeitá-los, tendo-os por manifestamente infundados e protelatórios e condenando a embargante em obrigação de pagar multa de 1% (um por cento) (artigo 538, parágrafo único, do Código de Processo Civil) sobre o valor da causa

9 Rio de Janeiro, 13 de Maio de Desembargador Federal do Trabalho Gloria Regina Ferreira Mello Relator 37009