Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos

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1 Ministério da Previdência Social Conselho de Recursos da Previdência Social 04ª Junta de Recursos Número do Processo: / Unidade de Origem: AGÊNCIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL PARATINGA Benefício: 41/ Espécie: APOSENTADORIA POR IDADE Recorrente: JACINTO ELISIO DE SOUZA Recorrente: CASSEMIRO FERREIRA DOS SANTOS Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS Assunto: INDEFERIMENTO Relator: LUZIA MENDES FERREIRA Relatório Trata-se de recurso ordinário interposto em 24/05/2016 [fl. 03 e 121] por Cassemiro Ferreira dos Santos, contra a decisão do INSS Agência da Previdência Social Paratinga/Bahia, que indeferiu seu pedido de Aposentadoria por Idade, NB 41/ , por falta de período de carência, fls. 04/05 e 113/114. O postulante tomou conhecimento do indeferimento em 28/04/2016, fl. 122/123. O benefício foi requerido na condição de trabalhador rural/segurado especial em 30/03/2016 aos 60 (sessenta) anos de idade, eis que nasceu em 12/03/1956, fl. 08. Para a sua identificação acostou aos autos cópias de documentos pessoais (Certidão de Nascimento, R.G, CPF e Titulo eleitoral emitido em 18/09/1986) de fls. 12/13. Objetivando comprovar a qualidade de segurado a e carência legalmente estabelecida para a concessão do benefício que ora pleiteia, o recorrente apresentou cópias dos documentos abaixo relacionados: 1. Declaração de nº 5461 emitida pelo STR de Paratinga/Bahia, informando domicílio urbano e ocupação na Fazenda Baixa do Timóteo como lavrador, em regime de economia familiar de 28/03/1985 a 23/03/2015, como proprietário., fl. 10/ Carteira de filiação sindical de nº 4632 em 26/10/2001, fl Documento de Posse da terra em seu nome: Declaração Para Cadastro de Imóvel Rural DP em 28/03/1985 referente à Faz. Baixa do Timóteo, fls. 14 a ITR s: 1994, 1997, 1999 a 2015, fls. 18 a Garantia Safra do ano de 2010 a 2011, 2013, 2014, 2015, fl. 43 a Notas Fiscais em seu nome da aquisição de insumos agrícolas, nas quais consta como endereço a Faz. Baixa do Timóteo, emitidas em 09/2005, 10/2006, 10/2007, 05/2011, fls. 48 a Notas Fiscais em seu nome da aquisição de insumos agrícolas, nas quais consta como endereço a Faz. Poço do Juá, emitidas em 2014, 2015, fls. 52/ Certidões de filhos havidos em comum com a Sra. Diva Bispo dos Santos em 05/1992, 07/1983, 07/1985 no município de Paratinga, nas quais os pais não estão qualificados profissionalmente, fls. 54 a Documentos Pessoais de terceiros, fls. 57/ Comprovante de atualização de dados cadastrais em 31/03/2016, constando seu domicílio urbano, à Rua Alípio Nogueira Gomes, s/n, Paratinga, fl. 62/63

2 Da consulta realizada em 31/03/2016 pelo INSS no CNIS, verifica-se que o requerente não possui vínculo empregatícios registrado sem eu nome, fl. 67. Na entrevista rural realizada pelo INSS e juntada às fls. 69 e 106, concluiu que o requerente se utiliza de mão-de-obra remunerada em caráter permanente no desempenho da atividade rural, no imóvel rural Fazenda Baixa do Timóteo, se enquadrando como contribuinte individual nos termos do Art. 11. Inciso V, alínea a da Lei 8.213/91. O postulante foi instado em 31/03/2016 a cumprir exigências; Apresentar Escritura do imóvel rural Fazenda Baixa do Timóteo e certidões originais dos filhos, fl. 70. Consta observação de que foi cumprido o solicitado e que apresentou cópias de documentos em nome da companheira, a Sra. Lúcia Batista da Silva, fl. 73 Foi juntada à fl. 71: Certidão de Inteiro Teor de Título de Aforamento emitida pela Prefeitura de Paratinga, em 06/04/2016, confirmando a posse da terra em 27/08/1980, no Baixa do Timóteo, medindo 32 (trinta e duas) tarefas quadradas, com o reconhecimento das assinaturas nesta mesma data, fl. 71./72. Escritura de Venda e compra celebrada em 18/09/1984 por sua genitora a Sra. Joaquina Ferreira da Silva após expedição de Alvará de Título de Aforamento pela P. M. de Paratinga em 12/04/1983, registrada em cartório em 09/1984, fl. 74/75. Escritura de uma terreno na localidade denominada Betânia em Paratinga pela genitora em 21/08/2015, um imóvel urbano medindo 02 (duas) tarefas, fls. 76/77. O INSS acostou às fls. 80/81, 84/85 e 88/89 e 92 - Depoimentos de vizinhos do requerente tomados a termo em 13/04/2016 os quais foram devidamente identificados O primeiro, Sr. Ermito Nunes Chaves afirmou conhecer o Sr. Cassimiro desde o ano de Que o mesmo é um trabalhador que exerce suas atividade campesina na localidade do Baixo do Timóteo em sua propriedade juntamente com a Sra. companheira conhecido como Tezinha. Que o Sr. Cassimiro algumas vezes contratava Diarista para trabalhar e que não passava de três vezes na semana e que ele era contratado normalmente na época de limpeza das culturas de feijão, melancia e milho. Plantam capim e criam gado, e nunca chegou a trabalhar mais de 120 dias no ano civil para o mesmo. Que o Sr. Cassimiro ainda exerce o labor rural em outras propriedades, mas, não soube informar se a ele pertence. Alegou que o Sr. João Brandão trabalha nas terras do Sr, Cassimiro, Baixo do Timóteo, como meeiro, verbalmente. O Segundo, o Sr. Benedito Gomes Dunga diz o conhecer desde o ano de Que trabalha sempre com parceiros. Que quando o inverno é bom é contratado como Diarista de outubro a novembro para plantar capim, no máximo uma semana, sendo remunerado pelo trabalho. Que o requerente possui entre 70 a 80 cabeças de gado que pertencem a ele e á sua genitora. O mesmo também trabalha em outro imóvel denominado Ilha que é comunitária, pertence a ele e a outros. Afirmou que o Sr. Cassimiro vive apenas da atividade rural e pecuária, que a família dele é muita grande e criam muitos gados, sendo que nas terras dele a maioria é da mãe, dona Joaquina. O terceiro, o Sr. João Brandão da Silva informou que o requerente contrata Diarista para trabalhar em suas terras, Baixa do Timóteo. Planta capim, mandioca, feijão, milho e cria 40 cabeças de gado, mas, não soube informar se todas pertencem a ele, o requerente e que sua terra mede cerca de 40 hectares e já chegou a plantar cerca de 5,00 hectares. Que já trabalhou também como diarista para o Sr. Cassimiro, mais que não chegavam a ultrapassar os 120 dias no ano civil, além de já ter trabalhado como meeiro de forma verbal. Que o requerente sobrevive apenas da atividade agrícola e da pecuária e reafirmou que o mesmo é um trabalhador rural. E Por último, o Sr. Jose Cupertino Santos alegou o conhecer desde o ano de 1970 quando veio morar em Paratinga. O depoente alegou que o requerente trabalha sozinho no imóvel rural e de já ter trocado diárias, que foi de mútua colaboração entre ambos. Que é cultivado feijão, gurutuba, mandioca, capim, melancia e que cria de 04 (quatro) a 05 (cinco) cabeças de gado e vive apenas da atividade rural e não soube informar a dimensão das terras e tampouco se ele era proprietário de outro imóvel rural além de Baixa do Timóteo. O INSS juntou às fls. 95 depoimento tomado a termo em 08/05/2015 referente a NB nº pleiteado pelo Sr João Brandão da Silva, no qual o depoente, o Sr. Afonso Souza dos Santos declarou trabalhar na Ilha de Paratinga como lavrador, há mais de 25 (vinte e cinco) anos.disse conhecer o Sr. João há mais de 40 anos e que este trabalhava para o Sr. Cassimiro, conhecido como João de Joaquina, não soube determinar se como empregado ou diarista, mais que era toda a semana. Trabalhava mais para Sr. Cassimiro do que para ele próprio, além de ser proprietário de muitas terras, não sabendo o tamanho e que o mesmo cria uma quantidade razoável de gado.

3 Afirmou ainda que o Sr. Cassimiro paga outros diaristas eventuais. Em tese, os demais depoentes afirmam o mesmo entendimento sobre o Sr. Cassimiro, fls. 97, 99 e 101. À fl. 103/105 Juntou Entrevista rural na qual afirmou o Sr.João Brandão, que trabalhou de 08/06/1997 a 20/12/2013, como empregado, nas terras Baixa do Timóteo do Sr. Cassimiro Ferreira dos Santos. E concluiu que o requerente, da época, não se enquadrava como segurado especial. No Despacho administrativo emitido à fl. 111/112, arguiu em suma a Autarquia Previdenciária, após análise das da documentação apresentada e Entrevista Rural realizada com o interessado, que o benefício foi negado pela falta de comprovação da qualidade de segurado especial/trabalhador rural sob regime de economia familiar, utilização de mão de obra remunerada, permitindo assim, ser o mesmo enquadrado na condição de empregador rural, contribuinte individual Em 28/04/2016 foi solicitado cópias do processo, fl. 115 a 118. Conforme consulta processual realizada em nome do requerente pelo INSS, não foi identifica ação judicial ajuizada de igual objeto ora analisado, fl. 131 e 133. Em suas razões de recursos de fls. 137 a 144, o procurador legalmente instituído pelo requerente, alega discordar da motivação que levou o INSS a negar o pedido de Aposentadoria Por Idade como rural e que deixou de homologar o período de 28/03/1985 a 23/03/2016, desempenhado como lavrador em regime de economia familiar até a presente data para a sua sobrevivência. Entende que o Agente Previdenciário deveria requerer diligência, através de pesquisa no local de trabalho, sua propriedade Fazenda Baixa do Timóteo/Paratinga-Bahia, para comprovar o efetivo exercício da atividade rural e que lograria êxito, pois, é proprietário do imóvel doado pela Prefeitura de Paratinga desde 07/1979, o qual mede em torno de 12 hectares e 50 centiares. Afirma que os depoimentos foram favoráveis ao requerente, que declararam conhecê-lo desde o ano de 1970, que ele trabalha em regime de economia familiar e sozinho no imóvel rural. Que já trocaram dias de serviço em mútua colaboração e afirmaram que além do plantio, cria cerca de 4 a 5 cabeças de gado, e ainda, que não foi considerado pelo servidor da Autarquia a declaração prestada pelo o Presidente do Sindicato Rural de Paratinga.. E, diante de tudo quanto foi exposto nas alegações do recurso, entende que o mesmo possui mais que a carência necessária para faze jus ao benefício pleiteado (...). À fl. 145/146 anexou Simulação de tempo de Contribuição contabilizando de 28/03/1985 a 23/05/2016, 30 (trinta) anos, 11 (ONZE) meses e 26 (vinte e seis) dias. processo. A título de informação o INSS à fl. 149 apresenta as seguintes considerações de referência à análise do Antes de passar à análise dos fatos apresentados neste Recurso, temos que informar que houve um equívoco no momento do protocolo do mesmo. Não há diligência não cumprida até o presente momento neste processo e não conseguimos mais excluir o andamento dado, de forma que foi necessário o protocolo ser realizado sob o título de INFORMAÇÕES, para que não houvesse prejuízo para o segurado, pedimos a compreensão da Nobre Relatora ao proceder a análise do mesmo. Trata-se de Recurso tempestivo protocolado em face de decisão indeferitória de benefício da qual tomou ciência em 28/04/2016. O requerente apresenta contrarrazões por meio de seu advogado sustentado o argumento de que faz jus ao benefício, que houve um erro da Autarquia na apreciação do mérito da causa. Analisamos os autos e as contrarrazões apresentadas e decidimos por manter a decisão indeferitória, pois os vizinhos do Requerente no momento da entrevista realizada nos moldes do art da IN77/INSS/2015 declaram que mantinham com o mesmo relação de subordinação, não de cooperação, destarte, fica afastada a possibilidade do Requerente se enquadrar na qualidade de segurado especial, e, por conseguinte, receber resposta positiva acerca de seu pleito.

4 Equivocadamente foi solicitado a anexação do recurso aos autos, fls. 152, quando o mesmo já se encontrava juntado aos autos. Inclusão em Pauta O INSS à fl. 158, mantém o indeferimento e devolve o processo para prosseguimento do julgamento. Incluído em Pauta no dia 12/08/2016 para sessão nº 0340/2016, de 18/08/2016. Voto EMENTA: APOSENTADORIA POR IDADE. INDEFERIDO. RECURSO ORDINÁRIO. NÃO COMPROVADA A CONDIÇÃO DE TRABALHADOR RURAL/SEGURADO ESPECIAL. SEGURADO CARACTERIZADO COMO EMPREGADOR. DESCARACTERIZAÇÃO. LEGALIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DE ATENDIMENTO. ART. 48 1º C/C O ARTIGO 11, INCISO VII 1º DA LEI 8.213/91 E ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI /08 RECURSO CONHECIDO E NEGADO O recurso é tempestivo e encontra-se instruído em conformidade com os requisitos previstos na legislação pertinente em vigor, uma vez constar nos autos data ciência do motivo do indeferimento por parte do requerente. O postulante solicitou o benefício em 30/03/2016 aos 60 (sessenta) anos de idade, eis que nasceu em 12/03/1956, fl. 08, na condição de trabalhador rural/segurado especial, em regime de economia familiar, no período de 28/03/1985 a 23/03/2016. A Autarquia ao analisar a documentação juntada aos autos, a Entrevista Rural e declarações tomadas a termo de vizinhos do recorrente, concluiu às fls. 111/112, que o benefício foi negado pela falta de comprovação da qualidade de segurado especial/trabalhador rural sob regime de economia familiar, utilização de mão de obra remunerada, permitindo assim, ser o mesmo enquadrado na condição de empregador rural, contribuinte individual, já que declaram que mantinham com o mesmo relação de subordinação, não de cooperação, destarte, fica afastada a possibilidade do Requerente se enquadrar na qualidade de segurado especial, e, por conseguinte, receber resposta positiva acerca de seu pleito. A pesar da requerente provar ter mais que a idade mínima exigida para pleitear o benefício para o qual se habilitou, não comprova possuir a qualidade de segurado especial da Previdência Social, conforme o disposto no parágrafo 1º do artigo 48 da Lei 8.213/91; 1.º Os limites fixados no caput são reduzidos para 60 e 55 anos no caso de trabalhadores rurais, respectivamente homens e mulheres, referidos na alínea a do inciso I, na alínea g do inciso V e nos incisos VI e VII do Art. 11. Já o 2º do artigo acima mencionado, estabelece como requisito para a aposentadoria na qualidade de trabalhador rural comprove o efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, por tempo igual ao número de meses de contribuição correspondente à carência do benefício pretendido. Analisando a documentação juntada aos autos, as declarações prestadas na Entrevista Rural e depoimentos prestados pelos vizinhos, houve sim unanimidade entre três deles, que afirmaram que o Sr. Cassimiro Ferreira dos Santos contrata Diarista para trabalhar em sua propriedade, a Fazenda Baixa do Timóteo, e não que possui apenas entre 04 a 05 cabeças de gado como alegado nas razões de recurso pelo representante legal do interessado, mais muito mais, alem de possuir outra propriedade denominada Ilha. Inclusive um deles, o terceiro a testemunhar, o Sr. João Brandão da Silva, além de reafirmar que o requerente contrata Diarista para trabalhar em suas terras, além de plantar capim, mandioca, feijão, milho, cria gado em torno de 40 cabeças de gado, que também já trabalhou como diarista para o Sr. Cassimiro, e como o meeiro de forma verbal. Ademais, para fortalecer tal entendimento, que já esta mais que claro que o requerente é um empregador rural, o INSS juntou à fl. 95, depoimento prestado pelo Sr. Afonso Souza dos Santos em 08/05/2015, quando o Sr. João Brandão dos Santos acima citado, pleiteou a mesma espécie de

5 benéfico, o NB nº , e foi declarado na oitiva que trabalhava na Ilha de Paratinga como lavrador, há mais de 25 (vinte e cinco) anos. Disse conhecer o Sr. João Brandão há mais de 40 anos como também o Sr. Cassimiro, mais conhecido como João de Joaquina. Que o Sr. João Brandão, trabalhava toda a semana para o Sr. Cassimiro, mais que para ele próprio. Que o Sr. Cassimiro é dono de muitas terras, apesar de não saber o tamanho e que cria uma quantidade razoável de gado e também paga outros diaristas eventuais. Declarou ainda o Sr. João à época de seu pedido do benefício, fls. 103/105, que trabalhou de 08/06/1997 a 20/12/2013, como empregado, nas terras Baixa do Timóteo do Sr. Cassimiro Ferreira dos Santos. Em tese, os depoimentos convergem para o mesmo entendimento, de que o Sr. Cassimiro Ferreira dos Santos comprova ser dono de terras desde 1979, fls. 97, 99 e 101, porem caracterizase como empregador rural ao contratar diaristas por longo prazo, que o descaracteriza como segurado especial, em regime de economia familiar, como pretendeu ao pleitear o benefício ora em lide.. A lei previdenciária, para a concessão da aposentadoria ora pleiteada àqueles que se habilitam ao benefício como segurados especiais, exige que a atividade rural, durante o período legal de carência e no momento imediatamente anterior à solicitação do benefício, seja devidamente comprovada. Assim define a questão o artigo 39, da Lei 8.213/94: Art. 39. Para os segurados especiais referidos no inciso VII do art. 1 desta Lei, fica garantida a concessão: I de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (hum) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido; [...] [...] grifamos. No caso em espécie, o recorrente, para fazer jus ao benefício que pleiteia, precisaria preencher, ainda, dois requisitos além da idade mínima, condição que já implementou: comprovar que efetivamente é segurado especial e que exerceu atividade rurícola no período legal de carência e na data do requerimento. Apesar de comprovar ser proprietário de imóvel rural, o ora recorrente não pode ser enquadrado como segurado especial, ao menos com as declarações prestadas pelas pessoas por ele indicadas, de que contrata pessoas para trabalhar em suas terras como Diarista, além de um deles que declarado que era seu empregado quando requereu para si a mesma espécie de benefício, fls. 103 a 105. De modo que, embora seja proprietário rural não pode ser enquadrado como segurado especial, qualidade na qual pretende fazer jus à aposentadoria nos termos e condições tentando comprovar exercício de atividade rurícola e aos sessenta anos de idade que a legislação previdenciária estabelece, tão somente, para os seus segurados especiais, conforme o disposto no inciso VII e parágrafos do artigo 11 da lei 8.213/94, que assim caracteriza o segurado especial: Art. 11. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: [...] VII - como segurado especial: a pessoa física resdiente no imóvel ruralou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados,comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade [...] 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. (O grifo é nosso). Assim ao ser comprovado que o recorrente remunera vizinhos para trabalhar em sua propriedade, por esta razão, o pleito há que ser indeferido, por falta de qualidade de segurado especial do recorrente. Afinal, como se constata a partir de simples leitura do texto legal acima transcrito, não é a mera propriedade de imóvel rural condição suficiente para o enquadramento do proprietário como segurado especial da Previdência Social. Diante do exposto, a pretensão do recorrente, não encontra amparo na lei, razão pela qual deve ser

6 mantida a decisão denegatória do INSS. Assim, por não atender igualmente aos critérios acima introduzidos pela Lei 11.71/2008, verifico que foi acertada a decisão da autarquia previdenciária, muito embora haja início de prova material, a circunstância de ser caracterizado empregador rural contribuinte individual, afasta a indispensabilidade do labor rurícola para a sua subsistência, requisito sem o qual não há como reconhecer a condição de segurada especial. Com efeito, não há como reformar a decisão da autarquia previdenciária, uma vez que esta atuou em perfeita conformidade com a legislação previdenciária. A Recorrente não faz jus ao salário-maternidade vindicado, porquanto não comprovada a condição de segurada especial. Julgo, portanto, improcedente o recurso ordinário interposto. CONCLUSÃO - Pelo exposto, VOTO no sentido de, preliminarmente, CONHECER DO RECURSO, para no mérito NEGAR-LHE PROVIMENTO. LUZIA MENDES FERREIRA Relator(a) Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). SUELY CARNEIRO DE JESUS Conselheiro(a) Suplente Representante dos Trabalhadores Declaração de Voto Conselheiro(a) concorda com voto do relator(a). JOSE RAIMUNDO BARRETO RAMOS Conselheiro(a) Suplente Representante das Empresas Declaração de Voto Presidente concorda com voto do relator(a). DARCI BORGES ALVES DE SOUSA Presidente Decisório Nº Acórdão: 4579 / 2016 Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada hoje, ACORDAM os membros da 04ª Junta de Recursos do CRPS, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE, de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros SUELY CARNEIRO DE JESUS e JOSE RAIMUNDO BARRETO RAMOS.

7 LUZIA MENDES FERREIRA Relator(a) DARCI BORGES ALVES DE SOUSA Presidente