UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
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- Branca Flor Bastos da Mota
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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO OPERA - SISTEMA DE TRIAGEM DE INFORMAÇÕES PARA FORMAÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS, PARA O SETOR DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL - SC Área de Sistemas de Informação por Ademir Miguel Evaristo Júnior Carlos Henrique Bughi, Bel. Orientador Itajaí (SC), dezembro de 2006
2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DA TERRA E DO MAR CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO OPERA - SISTEMA DE TRIAGEM DE INFORMAÇÕES PARA FORMAÇÃO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS, PARA O SETOR DE INTELIGÊNCIA DA POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL - SC Área de Sistemas de Informação por Ademir Miguel Evaristo Júnior Relatório apresentado à Banca Examinadora do Trabalho de Conclusão do Curso de Ciência da Computação para análise e aprovação. Orientador: Carlos Henrique Bughi, Bel. Itajaí (SC), dezembro de 2006 i
3 DEDICATÓRIA À minha esposa e companheira, Carine, Aos meus pais Ademir e Lourdete. ii
4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus por ter me abençoado e proporcionado sucesso em tudo aquilo que me proponho a trabalhar com perseverança. A minha esposa Carine Dallagnol de Campos Evaristo, que sem dúvida foi quem mais me suportou nas horas de dedicação a este projeto, e me deu forças nas horas difíceis. Aos meus pais Ademir Miguel Evaristo e Lourdete Evaristo, que sempre acreditaram no meu potencial. Ao meu orientador neste projeto Carlos Henrique Bughi, pelos momentos de esclarecimento e escolha do melhor caminho a seguir em momentos difíceis, e pelas idéias sempre contundentes e alinhadas ao projeto. Aos meus colegas de trabalho Fabiano Girardi, Alan Edgar Sultowski e Luís Felipe Pereira que sempre me ajudaram quando foi preciso. Ao LCA - G10 (Laboratório de Computação Aplicada da Univali), pela ajuda dedicada a este projeto. Ao Departamento de Polícia Rodoviária Federal de Santa Catarina, que não mediu esforços para a realização do projeto, cabe aqui um agradecimento a todas as pessoas envolvidas: do Núcleo de Inteligência: Tarcísio Floriano Silva Júnior, Paulo Roberto (Deitos), Alberto Guesser, do Núcleo de Operações Especiais: Adalto Gomes, do Núcleo de Informática: Gedson Lanzarin, Bruno Venturin, Lourival da Cunha Borba, da Seção de Policiamento e Fiscalização: Arcelino Antônio de Campos, e ao Superintendente: Ademar Paes. Por fim, a todos os companheiros que de alguma forma contribuíram com suas idéias e sugestões. iii
5 SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS...vii LISTA DE FIGURAS...viii LISTA DE TABELAS...ix RESUMO...x ABSTRACT...xi 1 INTRODUÇÃO PROBLEMATIZAÇÃO Formulação do Problema Solução Proposta OBJETIVOS Objetivo Geral Objetivos Específicos METODOLOGIA ESTRUTURA DO TRABALHO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SEGURANÇA PÚBLICA Análise Histórica O Estado e a Segurança Pública Entendimento do conceito de Segurança Pública Sociedade e Segurança Pública GEOPROCESSAMENTO Mapa e Carta Escala Sistemas de Informação Geográfica (SIG) Mapeamento da Criminalidade Conceito de WebMapping Aplicação com suporte geoespacial na área de Segurança Pública BANCO DE DADOS GEOGRÁFICO Representação de Informações Geográficas Tipos de Arquitetura Aplicações de Dados Geográficos APLICAÇÕES WEB COM SOFTWARE LIVRE Sistemas de Informação Baseado na Web Software Livre (Open Source) TECNOLOGIAS ADOTADAS PARA O PROJETO Apache Web Server PHP iv
6 2.5.3 MapServer / MapScript MapServer Guarani PostgreSQL / PostGIS ANÁLISE DE SOLUÇÕES SIMILARES Projeto Delegacia Legal Programa Delegacia Eletrônica THEMIS Sistema de Apoio a Segurança Pública Comparação dos Sistemas Similares com o Sistema Proposto PROJETO MODELAGEM DO SISTEMA REQUISITOS Requisitos Funcionais Requisitos Não-Funcionais Regras de Negócio Diagrama de Classe Diagrama de Casos de Uso Análise de Riscos DESENVOLVIMENTO MODELAGEM ENTIDADE RELACIONAMENTO CRIAÇÃO DA BASE DE DADOS FRAMEWORK DE DESENVOLVIMENTO Framework ScriptCase Framework MapServer Guarani SISTEMA Módulo de Acesso Módulo de Cadastros Módulo de Ocorrências/Denúncias Módulo de Geoprocessamento Módulo de Relatórios Testes, Ajustes e Validações do Sistema PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS TRABALHOS FUTUROS CONCLUSÕES...80 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...82 GLOSSÁRIO...86 A APÊNDICE DE REUNIÕES...88 A.1 ATA 01/ A.2 ATA 02/ A.3 ATA 03/ A.4 ATA 04/ v
7 A.5 ATA 05/ B BASE DE DADOS...99 B.1 SCRIPT DE CRIAÇÃO DA BASE DE DADOS C PROJETO vi
8 LISTA DE ABREVIATURAS ANSI ASF CAD CTTMAR DPRF DPRF-SC ESG GIS GPS HTML HTTP HTTPD IBGE LCA OGR ORDBMS OSS/FS PDF PHP PRF SAD SCO SIG SIW SQL SSP-RJ UML UMN UNIVALI American National Standard Institute Apache Software Foundation Computer Assisted Design Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar Departamento de Polícia Rodoviária Federal Departamento de Polícia Rodoviária Federal do Estado de Santa Catarina Escola Superior de Guerra Geographic Information System Global Positioning System Hyper Text Markup Language Hiper Text Transmission Protocol Hiper Text Transmission Protocol Daemon Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Laboratório de Computação Aplicada Opensource Graphical Reader Sistema de Banco de Dados Objeto-Relacional Open Source Software / Free Software Portable Document Format Hypertext Preprocessor Policial Rodoviário Federal Sistema de Apoio a Decisão Sistema de Controle Operacional Sistema de Informação Geográfica Sistema de Informação Web Structure Query Language Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro Unified Modeling Language University of Minnesota Universidade do Vale do Itajaí vii
9 LISTA DE FIGURAS Figura 1. Estrutura geral de um Sistemas de Informação Geográfica...21 Figura 2. Arquitetura webmapping...24 Figura 3. Evolução do mapeamento...25 Figura 4. Representação raster (matricial) vetorial de um mapa temático...29 Figura 5. Representação da arquitetura dual...30 Figura 6. Representação da arquitetura integrada...31 Figura 7. Arquitetura do sistema proposto...35 Figura 8. Interface do framework MapServer Guarani...39 Figura 9. Delegacia Legal Tela de suporte e consulta de dados...43 Figura 10. Delegacia Legal Localização no mapa da ocorrência...43 Figura 11. Delegacia Eletrônica Tela inicial do sistema...45 Figura 12. Delegacia Eletrônica Tela de registro de denúncia anônima...46 Figura 13. THEMIS Tela de análise espacial de ocorrências em bairros do Rio de Janeiro...47 Figura 14. THEMIS Tela de consulta com base na análise espacial mostrada...48 Figura 15. Diagrama de classes do sistema...57 Figura 16. Diagrama de casos de uso do sistema...59 Figura 17. Caso de uso do módulo de ocorrências...59 Figura 18. Caso de uso do módulo geoespacial...60 Figura 19. Interface principal DBDesigner Figura 20. Diagrama de entidade relacionamento...64 Figura 21. Interface principal Framework ScriptCase Figura 22. Ferramenta administrativa MapServer Guarani...68 Figura 23. Análise geoespacial...69 Figura 24. Tela de acesso ao sistema OPERA...70 Figura 25. Menu do sistema OPERA...71 Figura 26. Manter nível de acesso...72 Figura 27. Manter superintendência...73 Figura 28. Manter ocorrência/denúncia...74 Figura 29. Controle de pessoas com diferentes envolvimentos...74 Figura 30. Manter pessoas...75 Figura 31. Relatório de ocorrências/denúncias por enquadramento...76 Figura 32. Trecho de código da layer superintendência...78 viii
10 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Resultados operacionais de Tabela 2. Tipos de representações de informações geográficas...28 Tabela 3. Comparação entre sistemas similares e o sistema proposto...49 ix
11 RESUMO EVARISTO JR., Ademir Miguel. OPERA - Sistema de Triagem de Informações para Formação de Operações Especiais, para o Setor de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal - SC. Itajaí, f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciência da Computação) Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, A área de segurança pública, geralmente é uma das maiores preocupações dos governantes, seu principal objetivo é assegurar que os direitos dos cidadãos não sejam violados. Na prática, levandose em conta o aumento dos índices de violência, a garantia de proteção ao cidadão estar cada vez mais comprometida e os recursos necessários investidos nesta área estarem cada vez mais escassos, surgiu a proposta do mapeamento das ocorrências policiais e das denúncias, para assim determinar os pontos críticos de maior incidência dos acontecimentos, auxiliando os órgãos responsáveis, a prestar serviço de uma maneira mais eficiente, utilizando conceitos de webmapping e fazendo o georeferenciamento das ocorrências e denúncias policiais de maior expressão. Diante dessa idéia surgiu o sistema OPERA Sistema de Triagem de Informações para Formação de Operações Especiais, para o Setor de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal SC que tem como principal objetivo, auxiliar os gestores responsáveis no combate as maiores incidências de crimes e denúncias, viabilizando a investigação, a formação de operações especiais, e tomar conhecimento das reais necessidades dos usuários das rodovias. Este projeto teve como base informações fornecidas por autoridades policiais. Com base nestes dados, foi gerada uma interface geoespacial por meio de mapas, e de acordo com a necessidade da investigação, poderá se investigar determinada área, ou simplesmente averiguar as regiões de maior acúmulo de crimes ou denúncias de maior destaque, auxiliando a tomada de decisão das autoridades. O sistema faz uso de tecnologia open source, banco de dados geoespacial PostgreSQL/PostGIS; ambiente Web, ferramenta de desenvolvimento PHP; e servidor de mapas MapServer. Palavras-chave: Sistemas de Informação. Sistema de Informação Geográfica. Segurança Pública. x
12 ABSTRACT The public security area is usually one of the biggest concerns of the government, this main objective is to assure that the rights of the citizens are not violated. In a real situation, observing the increase of violence rates, the protection rights of the citizen being ignored and the necessary resources invested in this area decreasing every time, it has appeared the proposal of the police occurrences and denunciations mapping, thus to determine the critical points of the high incidence, assisting the responsible agencies to work in efficient way, using concepts of webmapping and making the geo-referencing of the occurrences and police denunciations of bigger expression. Ahead of this idea appeared the system OPERA - System of Information Selection for Formation of Special Operations, for the Intelligence of Road Federal Police SC area - that has as main objective to assist the responsible managers in the combat of the biggest crimes and denunciations incidences, making possible the inquiry, the formation of special operations, and to get information of the real necessities of the highway users. This project was based on the information supplied by police authorities. Based on these data, a geospacial interface using maps was generated, according to the necessity of the inquiry, it will be possible to investigate determined area, or simply to inquire the regions with high rates of crimes or denunciations, assisting the authorities decision making. The system uses open source technology, geospacial data base PostgreSQL/PostGIS; Web environment, development tool PHP; map server MapServer. Keywords: Information Systems. Geographic Information Systems. Public Security. xi
13 1 INTRODUÇÃO O DPRF (Departamento de Polícia Rodoviária Federal), desde sua fundação em 1928, vem trabalhando para garantir o cumprimento da legislação de trânsito nas rodovias e estradas federais, elaborando atividades para assegurar a regularidade, segurança e fluência no trânsito, proteger os bens patrimoniais e a eles incorporados, bem como fazer respeitar os regulamentos relativos à faixa de domínio das rodovias federais e suas travessias para fins de prestação de serviços de patrulhamento ostensivo e de utilidade pública (PORTÃO, 2005). Dentre as principais atividades da instituição, destaca-se a análise das informações estratégicas feitas pelo Núcleo de Inteligência da DPRF, objetivando combater os diversos tipos de infrações e crimes realizados, principalmente dentro do perímetro das rodovias e estradas federais. Como exemplos podem-se citar: Contrabando; Tráfico de entorpecentes, de menores; Prostituição Infantil; Furto de veículos; Desmanche de veículos; Roubo de cargas; Jogos de azar; Porte ilegal de armas; e Crimes contra a vida, o patrimônio, a ecologia e o meio ambiente. O Núcleo de Inteligência do DPRF tem como principais competências: (a) identificar, acompanhar e avaliar as ameaças reais ou potenciais à área de atuação das Superintendências Regionais e Postos Rodoviários; (b) mobilizar o pessoal necessário para investigação e tratamento das ocorrências; (c) garantir a integridade da denúncia e resguardar as fontes de informação de qualquer responsabilidade; e (d) coletar informações necessárias às investigações, junto aos órgãos de inteligência de segurança pública, como os serviços reservados das polícias militar, civil, federal e exército brasileiro (BRASIL, 2004).
14 Na atualidade, os motivos para se mobilizar uma operação especial para investigar e combater os diversos tipos de crimes são através de denúncias populares encaminhadas aos Policiais Rodoviários, através de boletins de ocorrências elaborados pelos postos e delegacias regionais e também pela comunicação de acontecimentos por telefone ou escrita. Na Tabela 1, pode-se verificar a incidência de algumas denúncias onde foram mobilizadas operações especiais de busca e apreensão com sucesso. Tabela 1. Resultados operacionais de 2005 Apreensões Através de Operações Especiais Drogas Contrabando Armas Maconha: 238 toneladas CDs: unidades De fogo: unidades Cocaína: 2.4 toneladas Cigarro: pacotes Munições: unidades Fonte: Adaptado de DPRF (2006). Entre as principais atribuições do Núcleo de Operações Especiais do DPRF estão: (a) gerenciamento das atividades de policiamento rodoviário, e operações realizadas relacionadas com a segurança pública; (b) executar e controlar operações especiais desencadeadas pelas unidades regionais, que envolvam missões que exijam táticas, armamento e ações especiais; e (c) promover operações de prevenção e repreensão de ações que infrinjam a lei. (DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, 2004). A execução e desenvolvimento deste Trabalho de Conclusão de Curso de Ciência da Computação justifica-se por contemplar o levantamento de requisitos, análise e desenvolvimento de uma solução computacional que faz utilização de diversas tecnologias, conceitos, conhecimentos e teorias como: (a) utilização de ambiente Internet e servidor Web Apache; (b) banco de dados PostgreSQL, com módulo geoespacial PostGIS; (c) utilização de um Servidor de Mapas MapServer para análise geoespacial; (d) utilização do conceito de webmapping; e (e) Utilização da linguagem PHP. 2
15 1.1 PROBLEMATIZAÇÃO Formulação do Problema O procedimento utilizado pelo Núcleo de Inteligência do DPRF para triagem das informações, é totalmente manual e não sistêmico dependente da experiência e do conhecimento específico das pessoas responsáveis envolvidas, tornando-se um processo moroso devido a fatores como a indisponibilidade da linha telefônica, o extravio de formulários que acontecem freqüentemente, a credibilidade da denúncia e falta de recurso humano. Na existência de uma denúncia ou ocorrência de destaque, o Policial Rodoviário responsável pela região onde ocorreu o fato aciona a Superintendência Regional do DPRF-SC, sediada em Florianópolis, via linha telefônica; formulário escrito ou via este, por sua vez, aciona o Núcleo de Inteligência para averiguar fatores para triagem da ocorrência como o grau de veracidade do fato e o grau de idoneidade da fonte da denúncia. Se for constatado que a denúncia tem fundamento, se inicia a fase investigativa, que é composta, de várias etapas, entre elas, estudo de campo de ação, acompanhado de um monitoramento detalhado do local, e conforme o grau de dificuldade de investigação há envolvimento de policiais disfarçados, utilização de escutas telefônicas e definição do armamento e equipamento a ser utilizado, para posterior ação do Núcleo de Operações Especiais, onde são formados os mais variados tipos de missões, que tem como objetivo fazer o necessário para extinguir o foco da criminalidade, agindo com pessoal altamente treinado do próprio núcleo, ou de forma integrada com outras polícias Solução Proposta A solução proposta tem como objetivo a informatização e controle do processo, desde a formação das ocorrências de maior ênfase, análise investigativa, operações idealizadas e executadas mediante estudo dos setores responsáveis, tornando um procedimento confiável. Também aproveitando-se do fato de que hoje a DPRF já atinge aproximadamente o índice de 80% (oitenta por cento) de postos informatizados e conectados via rede, o Sistema proposto torna-se um importante aliado para proporcionar fonte de informação confiável e comunicação eficiente via Internet, contribuindo para o sucesso da ação policial, e auxiliando o gestor do processo na tomada de decisão correta, através de fatos e dados visualizados de forma espacial através de mapas que compreendam a circunscrição de abrangência das rodovias e estradas federais; postos rodoviários; delegacias regionais e cidades envolvidas e ponto de referência, em escalas variadas, onde o usuário 3
16 poderá fazer uma análise mais precisa tendo em vista a quantidade de ocorrências de denúncias em determinada região ou trecho das rodovias ou estradas, que poderá ser um fator determinante para formação das operações especiais. 1.2 OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo geral do projeto é o desenvolvimento de um Sistema de Triagem de Informações para Formação de Operações Especiais (OPERA), baseado em ambiente Web, utilizando banco de dados geoespacial, tecnologia open source, e servidor de mapas MapServer, que será utilizado como uma ferramenta de auxílio aos gestores do Núcleo de Inteligência atual do DPRF no que se refere ao auxílio na tomada de decisão para formação de operações especiais Objetivos Específicos Como objetivos específicos deste projeto estão: Pesquisa de soluções similares; Definição dos requisitos funcionais e não funcionais; Estudo de funcionamento e conceitos de tecnologias necessárias para a implementação de Sistemas na Internet; Estudo de funcionamento de linguagem de programação baseada na Internet; Estudo de funcionamento e tecnologias utilizadas pelo Servidor MapServer; Estudo de funcionamento de banco de dados geoespacial; Modelagem dos processos do Sistema; Modelagem dos dados do Sistema; Construção do Sistema; Testes, ajustes, e validação do Sistema; e Documentação de desenvolvimento. 4
17 1.3 Metodologia Para um melhor entendimento do trabalho, o mesmo foi dividido em etapas, embora estas etapas não sejam baseadas em uma metodologia específica, seguem o modelo proposto pelo Curso de Ciência da Computação. Com esse modelo as etapas podem ser refeitas se houver necessidade. O trabalho foi dividido nas seguintes fases: O levantamento de bibliografias e materiais de apoio foi feito através de artigos, trabalhos científicos, teses, livros e internet. O objetivo foi reunir o maior número de materiais necessários para definir adequadamente o problema, aprofundando o conhecimento de vários conceitos de segurança pública, sistemas de informação geográfica, banco de dados geoespaciais, software livre entre outros. Foi feita uma triagem de materiais, levando-se em conta apenas aqueles considerados de maior importância, a análise temporal também foi requisito, mas isto não descartou a utilização de materiais de datas um pouco mais antigas, para agregar valor ao documento. De posse destes materiais, iniciou-se o processo de estudo e redação dos capítulos que fazem parte deste documento do Trabalho de Conclusão de Curso. No princípio da pesquisa científica, foram estudados diversos materiais sobre segurança pública, um dos temas conceituais mais importantes do trabalho, e sem dúvida um assunto dos mais complexos a se abordar. Na seqüência, foi feito um estudo sobre principais conceitos envolvendo geoprocessamento; sistemas de informação geográfica; webmapping e banco de dados geográfico, para maior conhecimento nas tecnologias. A seguir, são abordados assuntos relativos a conceitos de software livre, tecnologias, e ferramentas escolhidas para execução deste projeto, que seguem o principio de código aberto, descrevendo as principais características de cada uma das ferramentas utilizadas. Finalizando a fase de fundamentação teórica é feito um comparativo de algumas soluções similares existentes. Na modelagem, foram utilizados conceitos sobre UML (Unified Modeling Language Linguagem de Modelagem Unificada), apresentando como resultados os requisitos funcionais e não funcionais, bem como os principais diagramas gerados pela ferramenta de modelagem. Essa etapa 5
18 tem como objetivo representar da melhor forma possível o sistema proposto, facilitando a posterior implementação do mesmo. 1.4 Estrutura do Trabalho O trabalho está estruturando em quatro capítulos: 1. Introdução: Composta pela problematização, formulação do problema, solução proposta e objetivos geral e específicos; 2. Fundamentação Teórica: Composta por vários sub-capítulos, sobre segurança pública, geoprocessamento, banco de dados geográfico, aplicações web com software livre, tecnologias adotadas para o projeto e análise de soluções similares; 3. Projeto: Composto pelas etapas de análise de requisitos funcionais e não funcionais, modelagem conceitual, com apresentação das principais funcionalidades e diagramas do projeto. 4. Desenvolvimento: Composto pela metodologia aplicada, ferramentas utilizadas na modelagem, desenvolvimento e ambiente operacional, documentação dos principais programas desenvolvidos. 5. Trabalhos Futuros: Composto por recomendações e oportunidades de melhorias para trabalhos futuros, que poderão aprimorar inda mais o projeto. 6. Conclusões: Principais considerações sobre o projeto, facilidade, e dificuldades encontradas no decorrer do trabalho acadêmico, oportunidades para trabalhos futuros possíveis de serem realizados. O texto ainda inclui apêndices que complementam as informações apresentadas no decorrer do trabalho. 6
19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 SEGURANÇA PÚBLICA Análise Histórica Por volta de 1940, a população brasileira era predominantemente rural, os freios sociais funcionavam, a religiosidade do povo reprimia excessos e os coronéis conduziam os submissos, a violência da época não era exposta devido à falta de preparo da imprensa, a incidência da criminalidade era baixa e denominada formal ou informalmente pela polícia. Surgiu então a estrutura básica da Justiça, do Ministério Público, do sistema prisional e da Polícia Judiciária que se organizaram para atender ao modelo proposto, para a época a Segurança Pública era satisfatória para sua demanda. Nos anos 50, época do governo de Juscelino Kubitschek, as mudanças começaram a acontecer. A era rádio chegou ao interior, as rodovias facilitaram o trânsito e a migração para as cidades teve início. Os freios sociais começaram a afrouxar e, com isso, a criminalidade passou a tomar nova feição e a exigir mais das instituições, mas apesar de tantos fatos novos, a atuação do poder policial-judiciário penal, continuou a mesma (SOARES, 1997). Nas décadas seguintes as mudanças sociais aceleraram. No regime militar as comunicações se desenvolveram, os índices de violência aumentaram, e ainda assim o modelo de Segurança Pública continuou o mesmo. A Constituição inovou em todas as áreas exceto na de segurança pública. A questão principal está no modelo, pois a forma dos procedimentos, os passos a serem seguidos, enfim o modus operandi foi disciplinado em 1942, para um Brasil diferente do atual, onde a oferta dava vazão à demanda. Hoje o momento é outro, ou os governantes atualizam o modelo atual, e com ele se reestruture as instituições para seu novo papel, ou cada vez mais deixaremos a desejar na finalidade última do Estado (SETTE CÂMARA, 2002). A impunidade que tantos culpam a polícia decorre dos fatores já apresentados, pequenos conflitos que poderiam ser facilmente mediados, e delitos de menor ofensividade que chegam a ser registrados na polícia, raramente chegam ao sistema, levando ao descrédito o Estado. Os juizados de pequenas causas, criados para atender essa carência, foram rapidamente atacados pela brutal demanda e se tornaram obsoletos, especialmente na área criminal.
20 O aparato policial-judiciário-penal está sob responsabilidade dos Estados, a União zela apenas pelos seus bens, serviços e interesses. Os recursos orçamentários destinados constitucionalmente pelos Estados ao Ministério Público e à Justiça está muito abaixo do necessário, gerando limitações da folha de pagamento, desproporção de Juízes em relação à população, o executivo é pressionado pelas demandas dos demais setores e sequer pode aumentar os efetivos da própria polícia (SANTIAGO, 1993). A questão da segurança pública é muito maior que a questão policial, e sua solução requer a quebra de paradigmas consagrados, mas apesar de parecer óbvio o que deve ser feito, as resistências às mudanças são grandes. Porém a solução da crise da insegurança requer disposição, coragem, ousadia e criatividade, para que os municípios assumam a responsabilidade direta e encargos de uma parcela da segurança pública O Estado e a Segurança Pública Os gregos estudavam o Estado mais como uma abstração do que uma realidade, e o analisaram mais pelas características que deveria apresentar para que fosse propício à realização de uma vida confortável, do que pelas características que pudessem diferenciar os Estados entre si. O enfoque que davam a seus estudos era moral e ético. Os romanos, embora responsáveis pela instituição do Direito e de códigos que influenciariam os séculos seguintes, não contribuíram com avanços significativos em relação ao pensamento político construído pelos gregos. Mesmo se referenciarmos a ascensão do cristianismo e a primazia dos assuntos religiosos sobre vários aspectos da vida humana e sobre a formulação de novos valores e princípios, a contribuição dos romanos se notabilizou mais pelo debate em torno dos poderes dos soberanos e da autoridade espiritual do Papa. Até o século XV, as teorias políticas eram concebidas como formas adequadas de criação de 90 (noventa) leis justas e instituições legais que pudessem garantir correção e justiça nas decisões (LOPES, 1990). A Constituição Federal de 1988 referencia no art. 144, a segurança pública, como sendo dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio. A falta de segurança é uma preocupação que as pessoas tem constantemente devido às ameaças a que estão sujeitas, cabe ao Estado proporcionar ao cidadão uma prestação de serviço de 8
21 qualidade, e exercer o poder de polícia, para garantir o cumprimento dos deveres individuais e coletivos, cabe ao cidadão exigir seus direitos e contribuir para o bem comum da sociedade. Segundo Sette Câmara (2002), segurança é um estado de espírito, ou seja, é uma sensação influenciada por fatores externos. Um bom exemplo é a diferença entre caminhar numa rua limpa e bem iluminada e num beco escuro. O risco de ser atacado existe em ambos. A diferença está na probabilidade de que tal ocorra, transformando o risco em perigo. Para Santiago (1993), o conceito de Segurança Pública pode ser entendido como sendo: O grau relativo de tranqüilidade que compete ao Estado proporcionar ao cidadão, garantido-lhe os direitos de locomoção, vida, propriedade e zelando pela manutenção dos costumes e dos princípios de moral social. Ou em outras palavras, é a manifestação do poder do Estado fundamentada na ordem jurídica, objetivando o exercício da força na garantia do direito. Para Silva (1984) segurança, qualquer que seja sua aplicação, insere o sentido de tornar a coisa livre de perigos, livre de incertezas, assegurada contra danos ou prejuízos, afastada de todo mal. Traduz, portanto, a qualidade ou condição de estar seguro, livre de perigos e riscos, de estar afastado dos danos ou prejuízos eventuais. Para Lazzarini (1999), ela será, em termos genéricos, a certeza de que tudo trabalha, coordenadamente, na atividade humana considerada, ou seja, com plena capacidade para enfrentar, com êxito, disfunções. Para Moreira Neto (1989), segurança representa, sem dúvida, um campo muito amplo, além de ser antiga preocupação do Estado. O atendimento à segurança pública extravasa as possibilidades administrativas e demanda atuações de natureza política, judicial e social. Esse autor considera segurança um valor social a ser mantido ou alcançado, em que o interesse coletivo pela existência da ordem jurídica e pela incolumidade do Estado e dos indivíduos esteja atendido, a despeito de comportamento e situações adversas. Ele afirma que, para manter ou alcançar esta situação, o Estado deverá atuar preventiva ou repressivamente em quase todos os setores da atividade humana, devido à multiplicidade de fatores, comportamentos e situações de risco envolvidas. No entender de Lazzarini (1999), o conceito de segurança pública é o afastamento, por meio de organizações próprias, de todo o perigo, ou de todo o mal que possa afetar a ordem pública, em prejuízo da vida, da liberdade ou do direito de propriedade do cidadão. A segurança pública, portanto, é limitadora das liberdades individuais, estabelecendo que a liberdade do indivíduo, em fazer aquilo que a lei não lhe veda, não pode ir além da liberdade assegurada aos demais. 9
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