A sociedade de conhecimento e os jovens

Transcrição

1 A sociedade de conhecimento e os jovens Isabel Menezes Universidade do Porto Ciência Viva 20 de Setembro de 2008

2 Para uma sociedade de conhecimento (1996) encorajar a aquisição de novos conhecimentos aproximar as escolas das empresas; combater a exclusão; desenvolver competências em 3 línguas europeias; tratar de forma igual o investimento em capital e em formação.

3 Estratégia de Lisboa tornar a EU num espaço competitivo à escala global sem por em causa a coesão social e a sustentabilidade ambiental a: economia baseada no conhecimento desenvolvimento sustentável investir em RH e combater a exclusão social

4 As vossas definições Interacção/partilha/ diálogo de saberes Busca de conhecimento, inovação e criatividade Desenvolvimento (cultural/económico) Informação (tecnologias e acesso) Direitos humanos Educação e cultura Poder de compra Educação e Aprendizagem Diferença/abertura ao outro /multiculturalidade Exclusão Cidadania e política Investigação e ciência Média (internet/ ) Conhecimento de si Empresas e interesses particulares vs. Estado e bem comum

5 Da participação dos jovens na sociedade de conhecimento

6 A morte da política a política insiste em resistir como emergente no espaço-entre-pessoas diferentes, como uma relação entre iguais na sua diversidade (Arendt, 1995 [1950], pp )

7 A cidadania como última meta-narrativa reentrada nos (e invasão dos) discursos políticos e académicos na década de 80 consenso ilusório conceito com significados múltiplos e em mutação (Araújo, 2007; Beiner, 1995; Haste, 2004; Menezes, 2005; Pais, 2005; Santos, 1998; Taylor, 2005; Torres, 2001) identidade e pertença (Benhabib, 1999; Kymlicka & Norman, 1995) inclusão e exclusão desde a sua criação ( ) a cidadania foi uma categoria de exclusão, justificando o papel coercivo dos incluídos sobre os excluídos. ( ) Enquanto tal um paradigma cívico é passível de entrar em conflito com um paradigma fundado nos direitos ( ) i.e., qualquer concepção dos seres humanos como criaturas com direitos iguais. (Ignatieff, 1995, p. 55-6) universalidade e homogeneização a justiça muitas vezes implica um tratamento desigual para os diferentes grupos (Young, 1995)

8 Dimensões da cidadania direitos (e deveres) de existência e activos (Janoski, 1998) participação vista como essencial para a legitimação democrática, mas depende da tradição ideológica a cidadania em si mesma é hoje, essencialmente, um papel passivo: os cidadãos são espectadores que votam (Walzer, 1995, p. 165) ou a participação como "um direito básico (...) [a exercer] no maior número possível de cenários da vida social (Eisenstadt, 2000, p. 7)

9 A crise da participação a participação refere-se aos processos através do quais a/os cidadã/os influenciam ou controlam as decisões que a/os afectam ( ) e [está em] crise aguda porque três questões estão a ser levantadas ao mesmo tempo: novas pessoas querem participar, em relação a novos assuntos e de formas novas (Verba, 1967, p. 54)

10 A participação dos jovens votar OU envolver-se numa ONG? falar sobre política OU não comprar determinados produtos? participar numa manifestação OU fazer voluntariado? militar num partido ou sindicato OU assinar petições na web? contactar representantes políticos OU ir a um concerto? escrever para um jornal OU usar uma determinada T-shirt? apatia OU revolução participatória? cidadã/os em formação OU actores políticos?

11 A participação cívica e política em Portugal e no espaço europeu European Social Survey (ESS/ICS/ISCTE) Estudo Educação Cívica (IEA/IIE) Nikias Skapinakis, Delacroix no 25 de Abril em Atenas, 1975

12 Portugal Eslovénia Espanha França Reino Unido Votar nas últimas eleições ESS (ESS/ICS/ISCTE, 2006) Finlândia Suécia Dinamarca Polónia Eslováquia Alemanha Bélgica

13 Participação nos últimos 12 meses ESS (ESS/ICS/ISCTE, 2006) Contactar pol Trabalhar em PP Trabalhar noutra Org Assinar petição Manifestação Boicote Membro PP Finlândia Suécia Dinamarca Polónia Eslováquia Alemanha Bélgica França Reino Unido Eslovénia Espanha Portugal

14 Portugal Eslovénia Espanha França Reino Unido Bélgica Alemanha Interesse político ESS (ESS/ICS/ISCTE, 2006) Finlândia Suécia Dinamarca Polónia Eslováquia

15 Confiança nas instituições ESS (ESS/ICS/ISCTE, 2006) Parlamento S. Legal Polícia Políticos PE ONU Finlândia Suécia Dinamarca Polónia Eslováquia Alemanha Bélgica França Reino Unido Eslovénia Espanha Portugal

16 Impactos pessoais e societais, (+) e (-)... confiança interpessoal, tolerância, competências pessoais e sociais, empoderamento psicológico, sentido de pertença e de comunidade (e.g., Battistoni, 1997; de Picolli, Colombo & Mosso, 2004; Kieffer, 1981; Morgan & Streb, 2001; Putnam, 2001; Schmidt, Shumow & Kackar, 2007; Stewart & Weinstein, 1997; Sullivan & Transue, 1999; Zimmerman, 1995) reforçar estereótipos e preconceitos ou promover o conformismo, o cepticismo ou a desconfiança (e.g., de Picolli, Colombo & Mosso, 2004; Menezes, 2003b; Theiss-Morse & Hibbing, 2005) cultura cívica, capital social, clima de deliberação e discussão e pluralismo (e.g., Almond & Verba, 1963; Arendt, (2001[1958]); Habermas, 1999; Putnam, 1993, 2001) fragmentação social em virtude da proliferação de interesses particulares: por exemplo, NIMBYs (e.g., Dear, 1992; Lima, 2004; Santos, 1998; Viegas, 2004)