Cinco mortos em tragédia no Algarve O Presidente da República, Cavaco Silva, esteve ontem na praia Maria Luísa horas depois da derrocada.

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1 PUB SÁBADO, 22 DE AGOSTO 2009 Nº 1180 PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 2,50 EUROS DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR-ADJUNTO BRUNO PROENÇA SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA E PEDRO SOUSA CARVALHO Grátis hoje com o Económico Entregue os cupões e levante hoje o terceiro DVD com a história da economia portuguesa. Como manter a recuperação Olivier Blanchard, economista chefe do FMI, explica por que esta não é um recessão normal. P4 Sou absolutamente livre Bagão Félix fala, em entrevista, sobre a liderança e o momento actual do Benfica. OUTLOOK Empresas cancelam lay-off com retoma da economia Repsol Sines, Lusosider, Qimonda Portugal, Sival Plásticos e Leoni são algumas das empresas que estão a voltar ao activo. O lay-off significa redução do horário de trabalho e suspensão do contrato. O facto de cinco empresas do sector industrial estarem a suspender ou a cancelar os períodos de lay-off é mais um sinal de que o país está a sair da fase profunda darecessãoequeomercadoestáareanimar. No total das cinco empresas, são mais de trabalhadores que voltam à actividade normal. Ontem o Banco de Portugal revelou novos indicadores positivos sobre a economia nacional. P6 A 9 Veja os últimos números sobre o mercado de trabalho e a recuperação da economia nacional. Cinco mortos em tragédia no Algarve O Presidente da República, Cavaco Silva, esteve ontem na praia Maria Luísa horas depois da derrocada. P26 Socialistas contestam Ferreira Leite sobre derrapagem no défice Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares, garante que a despesa está controlada e que as afirmações de Manuela Ferreira Leite (na foto) relativamente ao défice estão erradas. A líder do PSD disse que o défice público está nos 7% ou 8%. O Governo reafirma a meta de 5,9% para este ano. P22 Banif viabiliza fundo para salvar clientes do BPP O Banif quer ser o depositário do fundo que terá os activos dos clientes de retorno absoluto do BPP. Desta forma, está ultrapassado mais um obstáculo para a concretização do plano de salvação do banco. P44 Virgilio Rodrigues/Lusa Mil quilómetros de novas auto-estradas parados pela guerra entre consórcios P34

2 2 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 A NÃO PERDER SOCIEDADE ABERTA Carlos Marques de Almeida Senior associate do St. Antony s College, Oxford António Correia de Campos Deputado do PS ao Parlamento Europeu Empresas cancelam lay-off com primeiros sinais de retoma A ligeira subida do PIB e um aumento dos indicadores referentes às encomendas na indústria transformadora estão a fazer a fazer-se sentir nas empresas. Muitas estão a suspender ou a cancelar os períodos de lay-off DESTAQUE - P6/7 Modernização das escolas é o programa de resposta à crise com melhor execução Segundo a Direcção-geral do Orçamento já foram aplicados 120 milhões de euros dos cerca de 300 milhões que estavam previstos para a modernização das escolas. É uma das medidas para fazer face à crise económica. ECONOMIA - P10/11 Quatro anos depois, o valor do défice continua a dividir PS e PSD Manuela Ferreira, líder do PSD, afirmou que o défice das contas públicas está nos 7% ou 8%. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Santos Silva afirma que isso não é possível e garante o controlo das contas. POLÍTICA - P22/23 Empresas em guerra colocam em risco quilómetros de estradas A fase final do programa de novas concessões rodoviárias lançada pelo actual Governo está a correr mal. Em risco estão cerca de mil quilómetros de auto-estradas com várias concessões envolvidas em polémica. EMPRESAS - P34/35 Banif poderá ser a entidade depositária do fundo dos clientes do BPP O Banif, liderado por Horácio Roque, poderá ser a entidade depositária do fundo especial de investimento que irá gerir os activos dos clientes de retorno absoluto do Banco Privado Português. FINANÇAS - P44/45 Escutas e espiões O clima eleitoral que escorre pelo país promete um ambiente político de suspeição e de pequena intriga. À história da acusação de colaboracionismo entre Belém e o PSD segue-se o segredo das escutas e da vigilância aos assessores do Presidente da República. A um mês das eleições, o episódio garante uma atmosfera pesada e podrequecomeçaaenvolverogovernoeapresidênciada República. E se as relações entre orgãos de soberania justificam o recurso às negras artes da política, tal significa ograuzerodaconfiançaeodomíniodadesvergonhae da falta de escrúpulos. No escasso limite onde acontece o país, os portugueses só podem sentir-se abandonados a um miserável destino. Pela aparência sofisticada da coisa, tudo parece ter origem numa estranha manobra táctica do PS. Enquanto o primeiro-ministro prossegue em campanha eleitoral, as segundas figuras do partido esticam a seriedade na denúncia de insinuações e conspirações que visam derrubar o Governo. A estratégia permite a Sócrates surgir impoluto em camisa branca dedicando o tempo e a virtude ao futuro do país. Mas se a estratégia visa a construção das condições para uma eleição bipolarizada, o país fica agora a saberqueoblocoadversáriodopsàdireitaincluiafigura do Presidente da República. Tudo aponta para um enorme esforço do PS para arrastar e envolver Cavaco Silva na grande guerra eleitoral. Por outro lado, e quando certas facções socialistas admitem um bloco central entre PS e PSD, este cavar de mentiras e suspeições tem como objectivo matar à nascença a mais remota hipótese de coligação. É a visão da terra queimada, a estratégia do orgulhosamente só, a arrogância de um PS que se julga dono da democracia e senhor de todos os votos. O silêncio de Belém é a prova de que talvez a minúcia dos espiões ridículos não seja estranha à mentalidade política do PS e do Governo. O silêncio de Belém é a prova de que talvez a minúcia dos espiões ridículos não seja estranha à mentalidade política do PS, do Governo ou das forças obscuras que insistem em turvar este país. Quando se atenta para aquilo em que Portugal se transformou, a imagem de um desastre surge imediatamente no espírito do espectador. Um enorme desastre com mortos e feridos e muitos observadores que vagueiam entre os destroços na esperança de garantir a sobrevivência eofuturo. É a velha máxima de que a infelicidade de alguns conduz à felicidade de muitos. Despida das minúcias da consciência, a vida pública em Portugal vive numa espécie de demência precoce encerrada no labirinto dos destroços que ninguém remove ou reconstrói. A regra geral do país é a lei do canibalismo político, onde a ambição social e a promoção pessoal transformam a política numa arena de hooligans com gravatas de seda. Entre escutas e espiões, em política só se vive duas vezes. NaturezaDasCoisas@gmail.com AFRASE Vazia, amarga e repleta de acusações Silva Pereira, ministro da Presidência Estes foram os adjectivos utilizados pelo ministro da Presidência, Silva Pereira para classificar a entrevista de Manuela Ferreira Leite, líder do PSD. O ministro ainda salienta a falta de ideias como um caso único no mundo. POLÍTICA - P22/23 Sementes de insegurança A entrevista da drª. Manuela Ferreira Leite no passado dia 20 (RTP-1) não foi improvisada. Assentou em três estratégias: do medo, da minimização do Estado e da superficial simplicidade. Ideias simples e aparentemente impressivas. Tremendas e negativas. Um suposto clima de medo é agitado para fragilizar os espíritos. Pessoas e empresas teriam medo de Sócrates, apoios a empresas seriam discricionários. O défice estaria já nos 7 ou 8%, o desemprego já acima dos 10%, o país estaria em queda, e a pique, com a vitória do PS. Os 0,3% de início de retoma, devidos à retoma nos outros, sem mérito nosso. O apoio ao desemprego seria apenas indirecto, através das PME. A justiça dividida entre esferas pública e privada. Esquecendo que medo e confiança são antagónicos, admite que são privadas as engenharias de financiamento dos partidos. No limite, um barão da droga poderia ser ministro. Aí, qualquer de nós tem medo. Permanece a convicção de que a educação política dos portugueses é hoje como há vinte anos. Como se o tempo tivesse parado. A minimização do Estado resulta na descrença das suas virtudes, na admissão de escutas, no considerar uma farsa a peritagem do Governador do Banco de Portugal ao orçamento inicial de 2005, (o mesmo que chefiou a peritagem encomendada por Barroso, em 2002). A coligação é com a direita, com mais submarinos, com a redução dos impostos financiada com adiantamento de rendas ou com mais Citigroup, com pagamentos na saúde e educação, pelos cidadãos no ponto de consumo, com menor financiamento da segurança social e do Estado, com erosão da base financeira da solidariedade. A superficial simplicidade de declarar que todo o programa foi divulgado aos poucos, ao longo de um ano, tão denso que ninguém deu por ele. Que as boas ideias foram copiadas por Sócrates, tudo o que aparecer no dia 27 já foi dito e que o conteúdo de uma folha A4 não ficaria mal como programa. Bastaria para travar a queda do país. Assenta no preconceito de que o português é iletrado, não lê programas de partidos, muito menos na praia, não compreende indicadores estatísticos, nem metas quantificadas e calendarizadas. Com nada de concreto se compromete. Permanece a convicção de que a educação política dos portugueses é hoje como há vinte anos. Como se o tempo tivesse parado. Simples inexperiência, falta de treino, ingenuidade? Nada disso. Ideias primárias para forjar simplismos. Populares para alimentar demagogias. Agressivas para semear ódios. Exactamente o oposto do que o país necessita para se reerguer. O NÚMERO 2,5% Para o economista-chefe da divisão europeia do Bank of America, o BCE vai subir a sua taxa de referência, actualmente em 1%, para 2,5% até ao final de Para Holger Schieding a subida da taxa deverá ocorrer em Junho do próximo ano e avisa que o BCE está subestimar a retoma. ECONOMIA - P14

3 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 3 EDITORIAL Pedro Lomba Jurista O mercado Na campanha para as europeias, lembro-me de ler uma entrevista a Paulo Rangel em que este declarava à revista Sábado: estou no mercado. Que eu notasse, a afirmação passou despercebida na campanha eleitoral. Nem os politólogos esmiuçaram o tema, nem os adversários de Rangel pediram esclarecimentos. E, no entanto, se bem repararmos, o tema merecia. Estou no mercado? O que queria dizer Paulo Rangel? Qual mercado? Mas a verdade é que Rangel não fez pose nenhuma. Foi sincero. Existe mesmo um mercado. Existe um comércio sentimental para a classe A e para a classe B; e para as outras classes, óbvio. Na verdade, homens e mulheres relacionam-se entre si como numa grande Wall Street da biologia, um grande Bazaar onde constantemente entram candidatos e candidatas novas. Trocam-se mercadorias e reputações, muitas vezes em série. A bolsa nunca se encerra. Há muita especulação e fancaria. Cotações que sobem e descem. Amadores e profissionais, ricos e pobres todos em busca do momento certo para o negócio das suas vidas. A informação é tudo. Calcula-se o risco e as probabilidades. A concorrência pode ser feroz, quando há concorrência. Somos todos mais iguais do que os outros. Respeitam-se as hierarquias. Não se invade a propriedade alheia. Invade-se apropriedadealheia.éistoo mercado. É estranho pensar assim mas, como em todos os mercados, a chave para singrar neste mercado também está em dominar as leis da economia. Mais propriamente, em perceber os conceitos de valor de uso e valor de troca. Adam Smith explicou, em tempos, que os bens que se negoceiam no mercado não têm todos igual valor. Há aqueles bens que têm um grande valor de uso, embora pouco ou nenhum valor de troca. E há outros bens que embora dotados de bom valor de troca têm pouco ou nenhum valor de uso. O pão tem bastante valor de uso e nenhum valor de troca; os diamantes são o contrário: usam-se por nada mas trocam-se por muito. Homens e mulheres relacionam-se entre si como numa grande Wall Street da biologia onde constantemente entram candidatos e candidatas novas. E se há verdade verdadinha deste mercado é que a teoria do valor de uso e do valor de troca não funciona da mesma maneira para homens e mulheres. Na mente masculina, excesso de valor de troca da mulher diminui o seu valor de uso. Qualquer homem desconfia naturalmente da mulher muito trocada. Pensa ele que, se ela trocou de mais, foi porque não teve critério. O raciocínio delas é o oposto. Pensemos neste teste já confirmado pela ciência. As mulheres optam sempre pelo homem que foi escolhido pelas mulheres que elas admiram. Homem que andou com mulher bonita saltita com naturalidade para outra mulher bonita. Não importa muito o seu valor de uso. O fundamental num homem é o seu valor de troca. Se foi das outras, também pode ser meu. Economia, meus amigos. Está em tudo. Revista a matéria dada, acho que tenho dito. PUB À espera de nova vaga de gripe A A secretária-geral Organização Mundial de Saúde alertou ontem o mundo para a possibilidade de existirem novas vagas de gripe A. A ideia de Margaret Chan não foi lançar o pânico, mas avisar as pessoas que o número de casos deverá acelerar ainda mais do que até agora. Disse, aliás, que poderá haver duplicação a cada três ou quatro dias durante um período alargado de tempo. Mas, tenhamos calma, porque a esmagadora maioria das pessoas deverá passar pela doença como por uma vulgar gripe sazonal, nalguns casos até melhor. Por isso, a preocupação das autoridades de saúde está mais direccionada para os chamados grupos de risco, que incluem as grávidas e os portadores de afecções respiratórias, doenças cardiovasculares e diabetes. Para já, a ministra da Saúde acabou, quinta-feira, com a actualização diária do número de casos quando a contagem ia em Ontem, segundo o site do European Centre for Disease Prevention and Control da União Europeia, o número de casos em Portugal era de 1.987, o que confirma, uma vez mais, a tendência para o número de novos doentes crescer a um ritmo superior a 100 por dia. Apesar de o nosso país ser o terceiro com mais casos de gripe A na Europa, depois da Alemanha e do Reino Unido, este número não tem significado especial, uma vez que amaiorpartedosinfectadosjáestãocuradoseafazerasuavida normal. Razão para preocupação é a falta de capacidade de resposta do serviço de atendimento telefónico Saúde 24, que poderá provocar o entupimento das urgências dos hospitais e dos centros de saúde. As autoridades de Saúde até estiveram bem nos primeiros tempos da pandemia e agora que o contágio está a acelerar devem ser capazes de responder às necessidades das populações, sobretudo quando a OMS prevê uma nova vaga da doença. BPP ainda à procura de solução O Banif é o banco mais bem colocado para vir a ser a entidade depositária dos activos do fundo do BPP. É um passo positivo num caminho que ainda se apresenta repleto de dificuldades. O Governo já disse que apoia a solução apresentada pela administração do banco e os cinco maiores bancos, dentro das limitações que estipularam, também estão de acordo em relação à gestão do fundo. O que vão fazer os clientes do BPP é que ainda não é claro. A participação no fundo é voluntária, o que significa que os clientes cujos activos estiverem a ganhar dinheiro poderão não querer participar no fundo. Essa situação deixaria o fundo com os piores activos, que o mesmo é dizer com os que não interessam. Se assim for, é bem possível que esta não seja ainda a solução para o problema dos clientes do BPP cujas contas estão congeladas desde o final do ano passado. Conjuntura económica melhora Os sinais de que a economia está a inverter a tendência caíram de surpresa num país muito dado ao pessimismo. Os indicadores de conjuntura e os indicadores coincidentes do Banco de Portugal também vieram mostrar que, afinal, o panorama está a melhorar. Segundo o banco central, a quebra da actividade económica abrandou em Julho e o consumo até aumentou, o que acontece pela primeira vez desde Dezembro de Há empresas a sair da situação de lay-off e os especialistas do Barclays Bank prevêem uma forte recuperação económica na maior parte dos países europeus já no segundo semestre. E até na execução orçamental houve melhorias. Emrelaçãoaomêsanterior,areceitacaiumenoseadespesatambém cresceu menos. Afinal, ainda estamos num momento de recessão mundial e é natural que as receitas de impostos diminuam e as despesas cresçam por via dos apoios de emergência que tiveram de ser disponibilizados. A pior notícia será, talvez, que, quando a economia recuperar, as taxas de juro deverão começar a subir. A melhor notícia da semana BRUNO PROENÇA Director-adjunto O fim da recessão vai ser sinónimo de fim da crise quando o mercado de trabalho começar a dar sinais de vitalidade. Quando se desligar a máquina dos apoios estatais e conseguir viver sozinho. Ou seja, quando as empresas sentirem confiança suficiente e tiverem encomendas para voltarem a contratar e a criar emprego. Ainda faltam meses para que isto aconteça em larga escala em Portugal, até porque o crescimento económico registado no segundo trimestre não é suficiente. No entanto, já há sinais de que a chegada da recuperação ao mercado de trabalho pode ser mais rápida do que se pensava inicialmente. A Repsol, a Lusosider, a Qimonda Portugal, a Sival Plástico e a Leoni são exemplos de empresas que vão cancelar os lay offs que estavam previstos porque começaram a ter mais encomendas e tiveram de chamar os trabalhadores. Em causa estão mais de mil colaboradores que voltaram à produção. Ainda não se está perante a criação de novos empregos mas é um princípio concreto do fim da crise. A retoma começa a ser visível. Falta agora verificar se é uma tendência consistente e se terá força suficiente para colocar Portugal no caminho da convergência com a Europa. Este é o desafio que o país deve vencer e o objectivo para todos - empresários, sindicatos e Governo. Sair da crise é bom mas não chega para resolver os problemas dopaís.épositivoqueacrise esteja a acabar. Contudo, ainda há muito por fazer.

4 4 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 OPINIÃO Como podemos manter a recuperação global em curso OLIVIER BLANCHARD Economista chefe do FMI Nas recessões normais, por muito prejudiciais que estas sejam para as empresas e para a conservação dos postos de trabalho, a situação acaba sempre por mudar. No entanto, a presente recessão está muito longe de ser normal. Regra geral, para combater uma recessão, o banco central desce as taxas de juro, originando o aumento da procura e da produção. Posteriormente, as pessoas começam a adquirir bens de longa duração, como é o caso dos electrodomésticos e dos carros. As empresas, por seu lado, atrasam os seus projectos de investimento. Normalmente, uma depreciação da taxa de câmbio impulsiona as exportações tornando-as mais acessíveis. O crescimento abaixo dos níveis normais que ocorre durante uma recessão dá lugar a um crescimento acima do normal durante um determinado período de tempo, até a economia retomar o seu ritmo normal de crescimento. Mais uma vez, esta não é uma recessão comum. A recuperação não vai ser fácil. Esta é uma crise que deixou marcas profundas que irãoafectaraprocuraeaofertaduranteos próximos anos. Problemas relacionados com a oferta Determinados sectores do sistema económico entraram em colapso. Algumas empresas incorreram em falências que não teriam acontecido numa recessão normal. Nos países desenvolvidos, os sistemas financeiros estão neste momento parcialmente disfuncionais e levarão muito tempo a recuperar. Entretanto, a intermediação financeira e, consequentemente, o processo de reaplicação dos recursos essenciais ao crescimento -, vai enfraquecendo. Nos mercados emergentes, os fluxos de capital, que diminuíram drasticamente durante a crise, podem muito bem não regressar os seus níveis anteriores nos próximos anos. Assim, o mais certo é que as alterações ocorridas na procura mundial obriguem a alterações na estrutura produtiva. Em quase todos os países, o preço da crise conduziu a problemas orçamentais e a um inevitável aumento da tributação. Por ventura, a única boa notícia será o facto da própria tendência parecer inalterada: regra geral, as crises diminuem os níveis de produção mas não a taxa de crescimento. Assim sendo, se entendermos o passado como um prólogo, é provável que a economia mundial retome a sua taxa de crescimento. Não obstante, principalmente nos países desenvolvidos, este período de crescimento acima da média, característico das recuperações normais, pode ser muito curto ou inexistente. Dois avisos referentes a estes aspectos: O crescimento não será suficientemente forte para diminuir os níveis de desemprego, que só deverão atingir os valores mais elevadosnopróximoano. Estas previsões de crescimento positivo são feitas tendo em conta a combinação entre o estímulo fiscal e a recuperação das empresas, e não no forte aumento do consumo privado ou nas despesas de investimento. Mais tarde ou mais cedo, o estímulo fiscal terá de ser faseado. Por outro lado, o processo de recuperação das empresas também terá o seu fim. Posto isto, a questão passa agora por saber quais os factores que irão suster a recuperação. Existem duas medidas de reequilíbrio que deverão ser adoptadas. Em primeiro lugar, encontrar um ponto de equilíbrio entre a despesapúblicaeadespesaprivada.emsegundo lugar, equilibrar a procura nos vários países, com uma mudança da procura interna para a procura externa no caso dos EUA, e a situação inversa a ter lugar nos restantes países do mundo, principalmente na Ásia. Reequilibrar a despesa pública e privada A resposta à crise passou pelo aumento da despesa governamental, descida das taxas de juro, e pela aceitação de défices orçamentais ainda maiores. Devido ao colapso daprocuraprivadaeàincapacidade para descer as taxas de juro abaixo de zero, os governos não têm dúvidas em escolher a solução mais apropriada. No entanto, os enormes défices ocasionaram um rápido aumento nos valores da dívida e, uma vez que estes já eram elevados em muitos países, os mesmos não podem prolongar-se muito mais. À medida que os elevados défices prevalecem, a questão da dívida está cada vez mais na ordem do dia. Mais, associada à mesma está o risco das taxas de juro de longo prazo mais elevadas, principalmente devido ao risco de incumprimento. Durante mais quanto tempo sobreviverá o estímulo fiscal? Na maior parte dos países desenvolvidos provavelmente muito pouco. Nos países do G-20, o rácio médio da dívida em relação ao PIB já era elevado antes da crise, com fortes probabilidades de ultrapassar os 100% nos próximos anos. (A situação é bastante diferente em vários mercados emergentes, onde a dívida era muito menor no início da crise, e onde há mais espaço de manobra para um deficit spendig défice orçamental sistemático para estimular a actividade económica). O estímulo pode ser prolongado se, ao Estas previsões de crescimento positivo são feitas tendo em conta a combinação entre o estímulo fiscal e a recuperação das empresas, e não no forte aumento do consumo privadoounas despesas de investimento. Mais tarde ou mais cedo, o estímulo fiscal terá de ser faseado. Por outro lado, o processo de recuperação das empresas também terá o seu fim. mesmo tempo, as medidas estruturais forem tomadas com o intuito de limitar o crescimento futuro de programas de ajuda concedidos pelo governo, quer sejam resultantes do aumento dos custos na área da saúde ou devido ao efeito do envelhecimento das populações nas despesas com as reformas. Ora, esta é uma troca que parece bastante apetecível. Por seu lado, o FMI acredita que a despesa orçamental referente ao eventual aumento do número de programas de ajuda poderá ser 10 vezes superior aos custos da crise.

5 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 5 Kim Kyung-Hoon/Reuters O processo de recuperação das economias está alavancado nos planos estatais de relançamento. A despesa referente ao aumento dos programas de ajuda poderá ser 10 vezes superior aos custos da crise. Assim sendo, mesmo um corte modesto na criação destes programas poderá ser bastante útil para prolongar o estímulo. No entanto, é provável que este estímulo tenha de ser faseado, e a procura privada deverá ser o seu substituto. Assim sendo, a fonte desta procura consumo ou investimento -, é um factor bastante crucial. Três conclusões derivadas destas eventuais mudanças Em primeiro lugar, é provável que a crise tenha provocado uma queda na produção, pelo que não devemos esperar grandes taxas de crescimento durante o período de recuperação. Em segundo lugar, uma recuperação sustentada a ter lugar nos EUA e noutros países requer, eventualmente, um reequilíbrio entreadespesapúblicaeaprivada. Por fim, uma recuperação sustentada requer,provavelmente,umaumentodasexportações norte-americanas e a correspondente diminuição no resto do mundo, principalmente as provenientes da Ásia. Excerto do artigo publicado na integra na revista Finance and Developement de Setembro de 2009 do Fundo Monetário Internacional. Tradução de Pedro Evangelista Para ler o artigo original, na íntegra, consulte o site

6 6 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 DESTAQUE SINAIS DE RETOMA Cinco casos de empresas que decidiram suspender ou cancelar o lay-off Diego Giudice/Bloomberg Bruno Barbosa Bruno Barbosa Repsol Sines Os trabalhadores do complexo petroquímico da Repsol em Sines respiraram de alívio, quando na passada semana foi suspenso o lay-off a mais de metade dos 254 trabalhadores que tinham sido abrangidos por esta medida. A 10 de Junho, o grupo espanhol, que emprega 458 trabalhadores, tinha avançado com um pedido de lay-off de seis meses. A incerteza que ainda paira sobre a economia global leva, no entanto, a petrolífera a optar por uma gestão à vista. Lusosider A fábrica de aço do Seixal, que é resultado da cisão da ex-siderurgia Nacional, há muito que vem acusando os sinais da crise económica. Em Dezembro de 2008 deu início ao primeiro de dois períodos, de três meses cada, de paragem forçada da produção, os quais só terminariam em Junho. A medida, que atingiu 174 trabalhadores, foi justificada pela falta de encomendas de chapa galvanizada e folha de flandes, produtos que se destinam sobretudo ao mercado de exportação. Qimonda Portugal É uma gota num mar de gente. Foi desta forma que Bruno Maia, da comissão de trabalhadores da Qimonda, descreveu o levantamento parcial do lay-off na fábrica de Vila do Conde, que se encontra em insolvência. No início deste mês, cerca de 70 trabalhadores da unidade de semicondutores foram chamados para trabalhar, devido a uma encomenda entretanto recebida. Esta suspensão do lay-off durará até Novembro, altura em que as encomendas de semicondutores que, entretanto, foram angariadas pela empresa estarão concluídas. Empresas cancelam lay-off aos prim Os primeiros sinais de que a crise já pode ter batido no fundo estão à vista. Aos poucos, embora timidamente, al Ana Maria Gonçalves e Filipe Alves ana.goncalves@economico.pt A ligeira subida do Produto Interno Bruto no segundo trimestre (0,3%) já está a ter reflexos na actividade das empresas. A comprová-lo, o facto de várias unidades industriais terem decidido suspender, ou mesmo cancelar, os períodos de layoff que tinham posto em prática nos últimos meses, na fase mais profunda da recessão. Entre as empresas que nas últimas semanas cancelaram ou suspenderam os períodos de lay-off encontram-se a Repsol, a Sival Plásticos, a têxtil Leoni, a Lusosider e a própria Qimonda de Vila do Conde embora, neste último caso, apenas de forma parcial. A medida envolve no total mais de 1150 trabalhadores. (ver textos em cima) As empresas contactadas pelo Económico, na sua maioria pertencentes ao sector industrial, explicam este novo cenário com a melhoria dos respectivos mercados, e o consequente aumento das encomendas. Não tivemos outra solução que não fosse reduzir a produção face à quebra de encomendas, mas, entretanto, o mercado espevitou, tivemos mais vendas e isso, naturalmente, levou-nos a terminar o lay-off e a voltar ao normal, disse Pedro Faria, responsável da Sival Plásticos. O facto de se tratar de empresas com forte vocação exportadora é visto como um sinal de esperança para os especialistas contactados pelo Económico. No entanto, os mesmos peritos consideram que ainda é cedo para ter certezas, até porque em outros sectores, como o automóvel, a situação continua pouco animadora (ver caixa ao lado) e os sinais de retoma tardam em aparecer, apesar do pacote de incentivos à compra de veículos se ter generalizado um pouco por toda a Europa. Certamente que é um bom sinal, embora seja cedo para poder dizer que a economia está a recuperar. O que parece estar a acontecer é que os cenários catastrofistas em que tantos se deixaram cair nos últimos meses acabaram por se mostrar exagerados. Mas isto não significa que a crise tenha terminado, afirmou ao Económico o economista e docente universitário João César das Neves. O cancelamento ou suspensão dos períodos de lay-off é um sinal de alguma melhoria, mas também não significa que vamos passar para a situação contrária. Há de facto um aumento da procura global, que permitiu a recuperação das exportações graças à retoma de alguns parceiros europeus, disse por sua vez ao Económico Rui Constantino, economista-chefe do banco Santander Totta. O sector industrial foi dos mais afectados pelo agravamento da crise no final do ano com uma diminuição forte das decisões de investimento. No pico da crise os indicadores da produção industrial chegaram a registar uma queda homóloga de 20%, acrescentou o economista-chefe do Santander, lembrando que nessa altura as empresas estavam mais preocupadas em esgotar os stocks do que em renová-los. Rui Constantino lembrou ainda que os últimos dados dão conta de uma pequena retoma da indústria e maior nos serviços, o que dá uma indicação da inversão do ciclo de quedas consecutivas. O índice PMI na zona euro atingiu, em Agosto,os50pontos ovalor que separa os períodos de recessão dos de crescimento após 14 meses de quedas consecutivas. Na Alemanha, a situação é ainda mais positiva, com oíndicecompósitoachegaraos 54,2 pontos. Isto permitirá às empresas começarem a operar com base em novas encomendas. Este é um componente animador, concluiu o economista.

7 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 7 PONTOS-CHAVE Várias indústrias suspenderam, ou cancelaram, os períodos de lay-off que tinham posto em prática nos últimos meses, na fase mais profunda da recessão. O crescimento de 0,3% no segundo trimestre e a retoma dos parceiros europeus ajudam a explicar o fenómeno. Mas o desemprego continua em alta. Saiba como funciona a redução de horário de trabalho e a suspensão de contrato, um instrumento laboral que atingiu o máximo de utilização nesta crise. Paula Nunes Denis Sinyakov/Reuters LAY-OFF EM NÚMEROS Trabalhadores De acordo com os dados mais recentes do Ministério do Trabalho, liderado por Vieira da Silva, a 24 de Abril, havia trabalhadores envolvidos em 192 processos de lay-off. Este valor contrasta com os 548 trabalhadores que se encontravam nesta situação entre Janeiro e Abril do ano passado Formação 2 milhões Compensações Sival Plásticos Leoni O Programa Qualificação- Emprego, em que o Estado suporta a formação dos trabalhadores de empresas viáveis em redução ou suspensão de actividade ( layoff ), já abrange trabalhadores. Em breve irá contar com mais 200 pessoas. Este apoio pressupõe que as empresas não podem despedir. No âmbito dos processos de lay-off os cofres do Estado já tiveram de desembolsar dois milhões de euros em compensações. Isto porque, de acordocomasregraséasegurança Social que assegura 70% da remuneração dos trabalhadores em lay-off. Todos os meses, a Segurança social entrega a contribuição à empresa, que depois pagaatotalidadeaotrabalhador. A Sival Plásticos, uma empresa de Leiria que emprega 80 pessoas, voltou a laborar cinco dias por semana depois de mês e meio em lay-off. Não tivemos outra solução que não fosse reduzir a produção face à quebra de encomendas, mas, entretanto, o mercado espevitou, tivemos mais vendas e isso, naturalmente, levou-nos a terminar o lay-off e a voltar ao normal. Mas ainda há que recuperar encomendas, disse Pedro Faria, responsável da empresa. A Leoni, unidade do grupo francês Valeo especializada no fabrico de cablagens para a indústria automóvel, antecipou num mês o levantamento do lay-off. Os mais de 700 trabalhadores estavam, desde meados de Fevereiro, a trabalhar quatro dias por semana devido à redução drástica das encomendas e o lay-off deveria ser mantido até fins de Julho. A administração da fábrica de Viana do Castelo decidiu que os trabalhadores voltavam a trabalhar os cinco dias da semana em meados de Junho. 116 infracções Fiscalização A Autoridade para as Condições de Trabalho já detectou 116 infracções em empresas, que incluem a suspensão de contratos de trabalho sem cumprimento dos requisitos legais. eiros sinais de retoma gumas das empresas que suspenderam a produção voltam ao activo. Empresas a usar o lay-off Em Abril, a Yazaki Saltano colocou 786 trabalhadores em lay-off parcial até Setembro. Em Maio, a metalúrgica Oliva colocou em lay-off parcial até Setembro 189 empregados. 190 trabalhadores. A fábrica de componentes Tyco Electronics que suspendeu o contrato a 536 pessoas por um período de seis meses na unidade de Évora. Empresas navegam à vista Este sentimento de cautela, próprio de quem não quer lançar foguetes antes da festa, é partilhado pelas empresas contactadas pelo Económico. Aprová-loestáofactode, em vários casos, as empresas terem optado por suspender o lay-off e não por cancelá-lo de forma definitiva. Uma destas empresas é a petrolífera espanhola Repsol, que recentemente suspendeu parcialmente o layoff que vigorava no seu complexo industrial em Sines. Esperávamos a seguir às férias começar a ter pedidos de encomendas, mas como ainda há alguma incerteza usámos a figura de suspensão. Agora, é navegar à vista, disse ao Económico fonte oficial da Repsol. com M.S. OCASODOSECTORAUTOMÓVEL Retoma tarda em fazer-se sentir A indústria automóvel tem sido um das mais fustigadas pela crise económica que forçou a maior partedasempresasaexecutar medidas de redução de custos ou suspender temporariamente o período normal de trabalho ( lay-off ). A maior parte dos fabricantes de carros defende que ainda é preciso manter estas medidas, pois as vendas de carros novos continuam a cair (20% em Julho). Das cinco fábricas de carros portuguesas Autoeuropa, Peugeot Citroën (PSA), Mitsubishi Fuso Truck Europe, Toyota Caetano e VN Automóveis apenas uma recorreu, para já, a lay-off. A PSA dispensou cerca de 500 trabalhadores e colocou, desdemaio,850pessoas em regime de lay-off. De acordo com a empresa, o período aberto de lay-off édeseismeses,eos dias são decididos de mês a mês em função da procura no mercado. Na fábrica da Volkswagem Autoeuropa os três mil trabalhadores estão a lutar para que o lay-off de dez dias seja desmarcado. As negociações entre a Comissão de Trabalhadores e a administração da Autoeuropa para suspender esta paragem serão retomadas na próxima semana. S.P.M. A Cifial, empresa de Ludgero Marques (ex-presidente da Associação Empresarial de Portugal) socorreu-se deste regime para reduzir o horário de 2003 máximo anterior Recorde batido A Visteon despediu 72 trabalhadores e aplicou o lay-off a outros 35 (dos mais de 1300 trabalhadores da empresa), durante 6 meses. Tendo em conta a gravidade da actual crise, o número de trabalhadores envolvidos bateu o máximo. Até aqui, 2003 tinha sido o pior ano, quando o número de trabalhadores abrangidos por redução ou suspensão de actividade superou os cinco mil, o valor mais elevado desde No entanto, tinha sido em 2005 que se registou o maior número de empresas envolvidas (68). Valores que se explicam pelo elevado desemprego e pela recessão que afectou a economia em 2003.

8 8 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 DESTAQUE SINAIS DE RETOMA Perceba como funciona o lay-off A crise obrigou as empresas a optar, como nunca, por um instrumento que antes era praticamente desconhecido. Cristina Oliveira Silva critina.silva@economico.pt A redução de horário de trabalho easuspensãodecontrato( layoff ) são instrumentos que não eram muito utilizados pelas empresas portuguesas. Mas com a recessão, as empresas sentiram necessidade de deitar a mão a todas as ferramentas disponíveis. Segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho, a 24 de Abril, havia trabalhadores envolvidos em processos de lay-off, o número mais elevado de sempre. Mas com os primeiros sinais de retoma, podemos estar a assistir a uma inversão de tendência. Saiba como funciona o lay-off. 1 O QUE É O LAY-OFF? Aexpressãorefere-seàredução dehorárioeàsuspensãodecontrato. Pode fundamentar-se na impossibilidade temporária (parcial ou total) de prestação de trabalho, nomeadamente em situações de crise empresarial. No entanto, os acordos de pré-reforma também são introduzidos neste contexto. A lei permite ainda que o trabalhador suspenda o contrato por falta de pagamento pontual do salário. 2 COMO PODE SER JUSTIFICADO? Embora possa ser accionado fora de crises empresariais, o mais frequente é invocar-se a conjuntura económica (ver texto ao lado). O empregador pode justificá-lo por motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, catástrofes ou outras ocorrências que tenham afectado gravemente o funcionamento da empresa. As medidas têm de ser indispensáveis para a viabilidadedaempresaeamanutenção de postos. 3 QUAL A SUA DURAÇÃO? Nos casos de motivos de mercado, estruturais ou tecnológicos, o lay-off não pode exceder seis meses e deve ter duração previamente definida. Pode ser prorrogado por mais seis meses com o consentimento dos representantes dos trabalhadores ou, na ausência desta estrutura, quando o trabalhador abrangido concorde por escrito. 4 O QUE TEM DE FAZER O EMPREGADOR? Tem de comunicar e fundamentar por escrito a sua intenção à comissão de trabalhadores ou, caso não exista, à comissão intersindical ou comissões sindicais da empresa. Na sua ausência, deve antes informar a cada um dos trabalhadores que venham a ser abrangidos, que podem designar uma comissão representativa. 5 HÁ NEGOCIAÇÃO? Sim. Até aos cinco dias após a data de comunicação, decorre uma fase de informação e negociação para se chegar a acordo sobre as medidas a adoptar. Depois do acordo, ou na falta deste, o empregador informa, por escrito, cada trabalhador da medida a aplicar e respectivos prazos. Temtambémdeenviaraactadas reuniões à estrutura representativa dos trabalhadores e ao Ministério do Trabalho. 6 OS TRABALHADORES TÊM DIREITO A COMPENSAÇÃO? Sim. O trabalhador tem direito a dois terços do salário ilíquido, não podendo esta compensação ficar abaixo do salário mínimo. Em conjunto com trabalho prestado dentro ou fora da empresa, esta compensação retributiva não pode exceder três vezes o salário mínimo. O trabalhador tem ainda direito a manter as regalias sociais e a subsídio de férias (pago pelo O lay-off era um instrumento praticamente inutilizado até ao estalar da crise. Ainda assim, não deixa de ser uma alternativa ao despedimento colectivo. empregador) e de Natal (a cargo da Segurança Social). Perante o aprofundar da crise, o Governo criou um programa de apoio a trabalhadores em lay-off. 7 EM QUE CONSISTE ESSE PROGRAMA? O projecto permite que as empresas economicamente viáveis contem com a ajuda do Estado no pagamento de uma compensação aos trabalhadores que, em situação de lay-off, venham a frequentar formação. O programa, inicialmente previsto para vigorar apenas em 2009, foi estendido até O Estado paga até 85% da compensação contributiva prevista no Código do Trabalho e pode ainda conceder um incentivo adicional (até um terço do salário bruto). Os apoios podem ir até 1257,66 euros mas há condições para as empresas avançarem com a candidatura. E mesmo depois de aprovada, têm de cumprir requisitos. 8 A EMPRESA PODE SER OBRIGADA A TERMINAR O REGIME DE LAY-OFF? Sim, em caso de incumprimento, nomeadamente na ausência de comunicações, recusa do empregador de participação na negociação, atrasos nos salários, admissão de novos trabalhadores ou quando não se verifiquem os motivos invocados para o lay-off. 9 QUAISOSDEVERES DO TRABALHADOR? O trabalhador tem de continuar a descontar, com base no que recebe, e frequentar formação profissional. Caso não o aceite, injustificadamente, perde direito à compensação retributiva. Deve comunicar ao empregador se exercer actividade fora da empresa, e pode ver reduzido o valor da compensação a que tem direito. O lay-off não afecta o vencimento nem o período de férias. 10 E OS DO EMPREGADOR? Pagar pontualmente os salários e contribuições à Segurança Social. Não pode distribuir lucros nem aumentar os salários dos membros dos corpos sociais enquanto a Segurança Social comparticipar a compensação retributiva. Fica ainda impedido de admitir novos trabalhadores ou renovar contratos para preenchimento de postos que podiam ser ocupados pelos trabalhadores em lay-off.

9 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 9 Srdjan Zivulovic / Reuters Retoma ajuda as empresas a repor stocks A Renault pretende colocar nove mil trabalhadores em lay-off, sendo que metade destes estão nas fábricas da empresa em França. Crescimento de 0,3% no segundo trimestre e aumento da confiança encoraja actividade das empresas. Mónica Silvares monica.silvares@economico.pt A crise mais grave desde a Grande Depressão explica que o lay-off tenha atingido os níveis mais elevados de sempre. Mas agora que a economia exibe os primeiros sinais de retoma, as empresas sentem confiança para retomar a actividade para repor stocks e responder ao ligeiro aumento da procura. O crescimento de 0,3%, no segundo trimestre face aos três primeiros meses anteriores, foi lido pelos economistas como o pior já passou, até porque terá sido o comportamento menos negativo do consumo e das exportações que explicou este desempenho. As razões definitivas só serão conhecidas a 8 de Setembro, quando o Instituto Nacional de Estatística divulgar os dados desagregados mas o primeiro-ministro já avanço que em todas as componentes asituaçãoterámelhoradoface ao trimestre passado: no consumo,noinvestimentoenocomércio externo. A avaliação é corroborada pelos indicadores ontem divulgados pelo Banco de Portugal. Nos indicadores de conjuntura referentes a Agosto, o indicador coincidente mensal para a evolução homóloga tendencial do consumo privado subiu para 0,1% face aos 0,5% negativos do mês anterior. As melhoras do consumo privado deverão prosseguir a acreditar no indicador que mede a confiança dos consumidores também registou uma melhoria, pelo quinto mês consecutivo, passando de -41 pontos em Junho para -34 pontos em Julho. (ver página 11) No entanto, os economistas alertam para os riscos de optimismo excessivo. É óptimo que haja retoma, mas está errado quem entrar em grande euforia, defende o economista José Reis. Ainda vamos atravessar um longo período de baixo crescimento, se crescimento houver, acrescenta o professor da universidade de Coimbra. E como a retoma vai ser lenta, o economista acredita que as empresas vão tentar aproveitar todas as margens para gerar crescimento aproveitando melhor os ganhos de produtividade e optar por formas de trabalho mais precárias. As primeiras empresas a desistirem do lay-off não significa, naturalmente, melhorias nos dados do desemprego. é um sinal positivo, mas as empresas ainda se vão querer assegurarquearetomaésustentadaequenãosetrataapenas de um efeito mecânico após dois trimestres de contracção profunda, afirma o economista-chefe do banco Santander, defendendo que não é expectável uma retoma rápida do mercado de trabalho. Os últimos dados do INE revelam uma taxa de desemprego de 9,1% no segundo trimestre e os últimos dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional dão conta de um número recorde de inscritos nos centros de emprego em Julho, os centros de emprego já registavam quase 497 mil desempregados, o maior aumento homólogo registado desde O Presidente do Instituto reconheceu, em entrevista ao Diário Económico, reconheceu que asituaçãoapontapara estabilização, mas não é expectável que, em 2009, haja redução de desemprego. E explica: por um lado, é difícil atingir uma redução dos números, em Portugal, se a taxa de crescimento económico não for próxima a 1,5%. Por outro, porque é preciso ter em conta o espaço de tempo, que se situa entre seis a nove meses, entreocrescimentoeosefeitos no mercado de trabalho. PIB E EMPREGO A economia está a recuperar, mas o mercado de trabalho ainda vai levar alguns trimestres º trim 2006 Fonte: INE Desemprego PIB º trim

10 10 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 ECONOMIA Modernização do parque escolar já usou 40% do previsto no Orçamento José Sócrates visitou na semana passada várias escolas no Alentejo, para ver o andamento das obras. A execução do programa vai avançada, com 40% das verbas já gastas. Já os apoios às PME vão mais atrasados, com apenas 70 dos 400 milhões previstos no terreno. Margarida Peixoto e Marta Moitinho Oliveira margarida.peixoto@economico.pt A modernização das escolas é a medida do plano do Governo de resposta à crise com uma execução mais avançada no terreno. Até Julho, já foram gastos 120 milhões de euros, o equivalente a 40% do total previsto. A forte aposta do Executivo na remodelação das escolas foi visível esta semana, com o primeiro-ministro, José Sócrates, a visitar algumas das obras em curso. No total, o Executivo apontava para um gasto de milhões de euros, com 135 milhões de a virem dos cofres da Segurança Social. Por este motivo, os cálculos do Ministério das Finanças apontam para um grau de execução total de 23,9%, já que as contas são feitas em relação aos milhões que vêm do orçamento do Estado. Às verbas dos cofres nacionais juntam-se 880 milhões de Bruxelas, elevando o pacote anti-crise a milhões. As PME já terão utilizado 17,5% do montante total previsto em ajudas, o equivalente a 70 milhões. Os apoios à energia sustentáveleàmodernizaçãodainfraestrutura tecnológica vão mais atrasados, uma execução de apenas 2% (seis milhões de euros). Os dados da Direcção-Geral do Orçamento dificultam porém a avaliação da globalidade da execução do programa de apoio ao emprego, já que só uma parte do dinheiro vem do orçamento do Estado. Deste orçamento saíram 82,5 milhões de euros. Já do orçamento da Segurança Social, não foi possível apurar a despesa, já que as Finanças não disponibilizou até à hora de fecho desta edição os dados necessários. É natural que mesmo a meio do ano o pacote não esteja com um grau de execução elevado, justificou quinta-feira Emanuel dos Santos, secretário de Estado do Orçamento, sublinhando que as medidas só começaram a ser aplicadas no final do primeiro trimestre. Há também que notar Os dados do Ministério das Finanças, de Teixeira dos Santos, mostram que o Orçamento do Estado gastou já 120 milhões na modernização das escolas. RESPOSTADELISBOA M O plano anti-crise do Governo prevêumgastosde1300milhões de euros so Orçamento do Estado. RESPOSTA DE BRUXELAS M Este é o plano total. Aos 1300 milhões gastos por Lisboa, juntam-se 880 milhões vindos de Bruxelas. que estes valores são apurados na óptica da contabilidade pública, que só regista as saídas efectivas de dinheiro e não tem em conta os compromissos assumidos, mas ainda não pagos. O Governo garante que se contabilizados os compromissos, a execução é mais generosa. Esta diferença será mais significativa no caso do programa de apoio à energia sustentável, garantiu o Ministério das Finanças ao Diário Económico: os investimentos em obras de requalificação energética de edifícios públicos, que ascendem a várias dezenas de milhões de euros, ainda não têm correspondência directa na execução financeira. Fim dos apoios deixa economia com problema em mãos Quando a economia está em dificuldades, é inevitável abrir a torneira. O problema será lidar com o monstro de dívida pública criado, independentemente da justiça ou da eficácia destes apoios, lembram os economistas. É praticamente impossível avaliar o impacto directo dos pacotes de ajuda sobre a actividade económica, defende João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto. Mas em termos qualitativos há sempre um efeito a situação seria pior se não houvesse qualquer medida, acrescenta, sublinhando que quando as ajudas forem retiradas a dinâmica económica deverá ser capaz de se substituir a elas. Filipe Garcia, economista da consultora IMF, levanta mais dúvidas: A Europa e Portugal, que está no mesmo barco terão um problema entre mãos. Primeiro, porque uma parte considerável da melhoria económica foi conseguida à custa de injecções de capital dos governos e dos bancos centrais, explica. Segundo, porque o crescimento que estamos agora a gerar está comprometido no futuro: os governos terão de reduzir as despesase,muitoprovavelmente,ao mesmo tempo subir os impostos, conclui. E DEPOIS DOS APOIOS? Os Governos têm indicações de Bruxelas para voltar a controlar os défices orçamentais assim que a economia entrar em recuperação. Para isso, será inevitável terminar os programas de apoio extraordinário que foram criados para evitar perdas maiores. A retirada dos pacotes de ajuda será uma tarefa complexa: por um lado, é preciso acertar no momento correcto, para que a economia já tenha a dinâmica necessária. Por outro, há que lidar com um nível de endividamento público elevado, reduzindo despesas e, possivelmente, subindo impostos. O QUE A INICIATIVA PARA O INVE 1 Modernizar as escolas O programa decidido pelo Governo prevê obras de melhoria em 100 escolas. O objectivo é melhorar as condições do parque escolar, ao mesmo tempo que se estimula a construção civil, dando mais negócio às empresas e criando emprego rapidamente. 100 escolas

11 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 11 Encomendas na construção caem 34,1% As novas encomendas na construção e obras públicas desceram 34,1% no segundo trimestre, em comparação com o mesmo período de 2008, superior em 14,2 pontos percentuais ao valor registado no trimestre anterior. Ainda assim, em comparação trimestral, as novas encomendas subiram 12,3%, anunciou o INE. A evolução resultou do comportamento menos negativo, em 39,6 pontos percentuais, do segmento Obras de Engenharia, que caiu 27,6% em comparação homóloga. Paulo Alexandre Coelho Actividade e consumo amelhorar STIMENTO E EMPREGO PROMETE 2 Mais energia sustentável O Governo quer apoiar a instalação de painéis solares e de unidades de microgeração. Outras soluções são antecipar o investimento no transporte de energia, melhorar a eficiência energética dos edifícios e investir em redes de telecontagem. 250 milhões de euros 3 4 Apoiar as pequenas e médias empresas Este pacote pretende ajudar as empresas a lidar com as dificuldades de financiamento, através da abertura de linhas de crédito ou da aceleração dos reembolsos do IVA. O programa custa 400 milhões de euros ao Estado, o resto é financiamento comunitário. 17,5% executado Apoiar a manutenção e criação de emprego Este programa procura responder à principal consequência social da crise: o desemprego. O objectivo é apoiar quem perdeu o posto de trabalho, já que a conjuntura dificulta o regresso à actividade e apoair a criação de novos empregos. 300 milhões de euros Fim da contracção económica parece cada vez mais sustentado. Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt A conjuntura económica está a desanuviar. O mau tempo ainda não passou e o Inverno deverá ser longo, mas pelo menos a intensidade das chuvas já parou de aumentar. Os indicadores coincidentes divulgados ontem pelo Banco de Portugal juntam-se aos restantes sinais positivos sobre a economia portuguesa e dão cada vez mais solidez à ideia de que as perdas estão estancadas. Tanto o indicador coincidente da actividade, como o do consumo sofreram uma revisão das séries no mês de Julho. Com os novos dados, verifica-se agora que Julho terá sido o primeiro mês em que o consumo saiu do vermelho, ao contrário da ideia transmitida pelos dados anteriores, que apontavam para Abril. De qualquer modo, o mais importanteéainversãodatendência de perdas e essa mantém-se inalterada. O optimismo dos indicadores continuam, no entanto, a esbarrar com a cautela dos economistas. Já não há dúvidas de que a economia terá deixado de contrair, mas ainda não há certezas quanto à retoma. Poderemos não ter valores muito diferentes de zero nos próximos trimestres quando analisarmos o crescimento em cadeia, diz João Loureiro, professor da Faculdade de Economia do Porto. E isso significa que a economia ainda não está a retomar, desceu muito e agora estagnou lá em baixo, conclui. Filipe Garcia, economista da consultora IMF, sublinha que os indicadores mostram as tendências que habitualmente se verificam quando uma economia deixa de contrair. Os indicadores avançados são os primeiros a reagir, com dados mais consistentes, explica. Já os dados da indústria, por exemplo, mostram ainda alguma volatilidade e inconsistência, impedindo retirar a conclusão de que a economia já está a retomar, acrescenta. O indicador de confiança da Indústria agravou-se ligeiramente em Julho, mas já tinha registado uma melhoria em Maio e outra em Março, que se verificam agora não ser, para já, sustentáveis. Na construção os sinais também não são ainda positivos: as vendas de cimento melhoraram muito ligeiramente, mas a confiança diminuiu. A mesma indefinição verifica-se na venda de veículos, que poderia dar pistas sobre como está a correr o investimento. Contudo, enquanto a venda de veículos comerciais ligeiros se agrava ligeiramente, a de pesados melhora significativamente. Os dados são positivos, porque mostram uma melhoria das condições económicas, contudo ainda não estamos em crescimentoevailevartempoatérecuperar o ritmo, remata Filipe Garcia, lembrando que ainda teremosdelidarcomosefeitos desfasados, tais como a subida do desemprego. A RECUPERAR Os níveis de actividade e consumo ainda estão muito baixos, mas a tendência já é de recuperação. 2 I. C. Consumo Privado 1 I. C. Actividade Julho 08 Fonte: Banco de Portugal Julho 09

12 12 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 ECONOMIA Angola e Venezuela com uma fatia maior das exportações Sócrates levou empresários em visitas oficiais. Ex-ministros da Economia apontam prós e contras da diplomacia económica. Pedro Romano pedro.romano@economico.pt Ásia, América do Sul, África e América Latina. Em menos de quatro anos, o primeiro-ministro, José Sócrates, percorreu os quatro cantos do mundo a divulgar a economia portuguesa, levando consigo uma comitiva de empresários. A Venezuela e Angola foram os destinos que mais renderam às exportações portuguesas. Numa altura em que a retoma começa a dar sinais as atenções centram-se nas exportações que todos os especialistas apontam como o motor saudável da recuperação. Em momentodecrise,verquefrutos deu a diplomacia económica é difícil, dado que as exportações nacionais caíram para praticamente todos os destinos. No entanto, os números do INE revelam que a quota das exportações para a Venezuela triplicou eparaangolapassoude3% para 7%. Este era, porém, um mercado já em crescimento. Os ex-ministros da Economia são unânimes: a diplomacia económica é importante como apoio às empresas que desejam apostar no exterior mas não se pode substituir aos próprios empresários. O antigo ministro da Economia e Indústria Mira do Amaral é peremptório: Este tipo de acções tem um papel relevante, que é o de alertar para novas oportunidades e de facilitar os contactos com zonas distantes. Mas não é nunca um factor que, por si mesmo, tenha um grande impacto nas exportações nacionais. Aliás, ironiza, muitas vezes as visitas fazem-se já quando os empresários estão no terreno a investir. Por isso, os especialistas rejeitam estabelecer uma ligação entre a subida da quota de alguns mercados nas exportações nacionais (ver infografia) e as acções de promoção do Governo. Seria mau se as exportações só arrancassem depois de o primeiro-ministrodaroaval,comentaoantigo ministro das Finanças Augusto Mateus. A excepção é a Venezuela. O facto de ser uma economia mais fechada e centralizada do que as outras fez com que os contactos diplomáticos ganhassem, aqui, um peso maior. De facto, o peso das exportações portuguesas para EX-MINISTROS DA ECONOMIA Mira Amaral Diplomacia económica tem um papel relevante, mas nunca é um factor que, por si só, tenha u grande impacto nas exportações nacionais. Pina Moura São acções muito importantes mas que não começaram com este Governo. Desde o Governo de Guterres que esta tem sido uma aposta forte. este mercado praticamente quintuplicou desde a visita de Sócrates a Caracas, na qual o primeiro-ministro aproveitou para divulgar o Magalhães. É um país atípico, em que os bons contactos com o poder político têm de facto um impacto grande, acrescenta Mira Amaral. Nos outros casos, lembram os economistas, o papel é, por norma, mais reduzido: agilizar os contactos, facilitar os aspectos administrativos e burocráticos e lançar operações de charme. E depois cumpre a função de mostrar aos estrangeiros que estamos cá e mostrar aos nacionais que podemos vender lá fora, sublinha Mira Amaral. Um ritual que, de resto, não é o novo. O antigo ministro da Economia e das Finanças Pina Moura aplaude as iniciativas do Governo nos últimos quatro anos, mas recorda que a diplomacia económica não apareceu do nada. De facto, começou no Governo de Guterres, em E isso permitiu alargar as relações com países como Angola e Brasil, diz. Problemas na diplomacia A política, contudo, não está isenta de críticas. Augusto Mateus diz mesmo que as acções de promoção externa têm por vezes mais impacto em Portugal do que no estrangeiro. Aparecem nos jornais, fazem manchetes, mas é tudo muito imediato. Quando passa, já ninguém fala disso, mas as empresas precisam de um apoio mais continuado. Por isso, o antigo ministro propõe que a diplomacia seja complementada por uma acção mais permanente das embaixadas. Estas devem estar sempre disponíveis para representarem e apoiarem, diz. Além disso, temdesedesfazeromitode que só os locais escolhidos como prioritários pelo Estado é quedevemseralvodeatenção dos empresários. Mas não é só. Mira Amaral lembra que a aposta política na Venezuela também tem trazido alguns dissabores nos últimos tempos. Isto porque, com a queda do preço do petróleo, várias encomendas feitas pelo Governo de Hugo Chávez a empresas portuguesas foram adiadas, tal como projectos de infra-estruturas. Isto mostra o risco que é fazer negócios destes. Magalhães atravessa o Atlântico DepoisdeJoséSócratester visitado a Venezuela (em Maio do ano passado) foi a vez do presidente Hugo Chávez conhecer Portugal, quatro meses depois. A viagem ficou marcada pela assinatura de diversos acordos. Mas o mais emblemático foi a plataforma de entendimento assinada em torno da venda de um milhão de computadores Magalhães o pequeno portátil destinado aos mais pequenos para serem depois distribuídos nas escolas. No entanto, da visita do presidente venezuelano a Portugal também resultaram outrosacordos.éocasoda construção de 50 mil fogos de habitação social na Venezuela, um sector onde aquele país apresenta fortes deficiências. Ficaram também estabelecidos memorandos na área da electricidade, onde estão compreendidos mecanismos de entendimento entre os dois países ao nível da cooperação de bens e equipamentos do sector eléctrico. No espaço de um ano o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, deslocou-se a Portugal por três vezes.

13 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 13 Diversificar éofuturo para a economia Apostar nos países de língua portuguesa que estão em forte expansão é uma das opções. Pedro Romano pedro.romano@economico.pt Quando a economia entrar definitivamente em velocidade de cruzeiro, as exportações vão ser a componente que mais músculo deverá ganhar. E, enquanto a crise ainda não desaparece, a pergunta ganha forma: depois da tempestade, para onde dirigir as exportações? Arespostanãoéfácileos economistas evitam apontar um caminho único. Não só porque o caminho ainda é muito nebuloso mas também porque cada caso é um caso e, como diz Mira Amaral, tem de ser cada empresário a auscultar o mercado e a procurar o melhor nicho para acolher os seus produtos. Mira Amaral diz que cada empresário tem de fazer o seu trabalho e auscultar o mercado e procurar o melhor nicho. DUAS PERGUNTAS A... LUCAS E RINCÓN ROMERO Embaixador da Venezuela em Portugal As relações fortaleceram-se A exportação dos computadores Magalhães para a Venezuela é considerada positiva pelo Embaixador daquele país em Portugal. Como classifica o computador Magalhães tendo em conta que o tem elogiado diversas vezes? A classificação do projecto de cooperação que possibilita que crianças venezuelanas acedam a novas tecnologias, que contam com ferramentas que inovadoras para a sua educação e que, além disso, permitem reduzir as dificuldades de acesso a novas tecnologias na nossa população, é algo que só se pode qualificar de forma positiva. Que balanço faz dos acordos comerciais que foram assinados entre Portugal e a Venezuela? O balanço da cooperação bilateral, em todas as suas áreas, é positivo. As relações entre a Venezuela e Portugal foram historiacamente cordiais e positivas. Nos últimos anos, a relação bilateral fortaleceram-se em várias áreas, o que culminou com a negociação e conclusão dos acordos, que confirmaram este balanço positivo. F.T Infografia: Marta Carvalho marta.carvalho@economico.pt O embaixador da Venezuela em Portugal sublinha a importância do computador Magalhães para as crianças daquele país. Assim, a palavra de ordem é só uma: diversificar. Ainda assim, é possível apontar algumas pistas. Rui Serra, economistachefe do Montepio, diz que à partida, os países com mais potencial de crescimento serão os mercados mais aliciantes, e, entre esses, destacam-se aqueles com os quais as relações históricas são mais intensas. Entre esses países estão, obviamente, duas potências regionais: o BrasileaAngola. A análise é corroborada por Augusto Mateus, que salienta dois eixos prioritários que ninguém pode pôr em causa: os países de língua portuguesa, com os quais partilhamos ligações históricas que facilitam o comércio, e as economias emergentes, cujo potencial de crescimento é superior ao das economias maiores, que crescem menos. Aqui enquadram-se alguns dos destinos explorados pelo actual Governo. Angola e Brasil são sem dúvida dois casos de economias culturalmente próximas que estão em franca expansão económica, diz Mira Amaral. Além disso, explica, a nossa oferta é adequada a estes mercados, já que eles precisam de bens de tecnologia intermédia adaptados ao seu grau de desenvolvimento e que nós podemos fornecer.

14 14 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 ECONOMIA STR New / Reuters Há economistas que defendem que o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, pode subir juros mais cedo que o previsto. Sinais de retoma antecipam prazo de subida de juros na zona euro Presidente da Fed, Ben Bernanke, reforça ideia de saída global da recessão. Cristina Oliveira Silva cristina.silva@economico.pt IDEIA-CHAVE Objectivo do BCE AmetadoBancoCentralEuropeu passapormanterataxade inflação abaixo dos 2%. Todas as decisões tomadas pela instituição têm por base apenas este objectivo. Acumulam-se os sinais de que o pior já pode ter passado naquela que é a recessão mais profunda desdeaiiguerramundial.de um lado estão as previsões dos economistas que dizem que o Banco Central Europeu (BCE) pode vir a aumentar as taxas de juro em Junho do próximo ano, quando as previsões apontavam para mais tarde. E justificam-no com os dados macroeconómicos mais recentes que lançam a zona euro no caminho da retoma mais cedodoqueoprevisto.dooutro, as declarações do presidente da Reserva Federal (Fed), Ben Bernanke, que fala de uma economia global que começa a sair da recessão, depois da actuação agressiva dos bancos centrais e dos governos. Para o economista-chefe da divisão europeia do Bank of America, o BCE vai subir a sua taxa de juro de referência actualmente no mínimo histórico de 1% para 2,5% até ao final de Citado pela agência Bloomberg, Holger Schmieding avança que a subida será em Junho e acrescenta que o BCE subestimou a recessão e agora está a subestimar a retoma. Ao mesmo tempo que o Banco Central Europeu continua a comprar activos e a injectar liquidez nos bancos, o presidente da instituição já alerta simultaneamente para o perigo de expectativas inflacionistas. E diz a economistachefe da divisão europeia da Morgan Stanley que, se o BCE não conseguir atingir os seus objectivos através de palavras vai deixar de ladrar e vai morder. Também para Elga Bartsch, a subida dos juros pode acontecer em Junho se a retoma aumentar a pressão sobre os preços. Indicadores na Europa começam a dar primeiros sinais positivos Apesar da queda em 0,1% verificada na globalidade dos países dazonaeuro,afrançaeaalemanha são as primeiras a sair do vermelho, com o PIB a crescer 0,3% no segundo trimestre, de acordo com os dados compilados pelo Eurostat. As boas notícias para as duas economias não ficam por aqui: os indicadores de actividade dos serviços e da indústria na AlemanhaenaFrançasubiram inesperadamente em Agosto. De acordo com a agência Bloomberg, o indicador calculado pela Markit Economics para os serviços na Alemanha subiu para 54,1 pontos em Agosto, contra os 48,1 registados no mês anterior. Já o indicador para a indústria em França, saiu dos 48,1 em Julho passando para os 50,2 este mês. Valores acima dos 50 pontos, e que superam as expectativas iniciais dos economistas. Um índice composto das duas indústrias para os 16 estados que partilham o euro subiu de 47 (em Julho) para 50 pontos, avança a Bloomberg. SERVIÇOS NA ALEMANHA O indicador de actividade dos serviços na Alemanha subiu para 54,1 pontos, o valor mais elevado dos últimos 12 meses. 55,0 47,5 40,0 Ago 08 Fonte: Bloomberg Ago 09

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16 16 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 ECONOMIA A SEMANA Agenda > João Paulo Dias GOVERNO AVANÇA COM APOIO A DESEMPREGADOS NO VALOR DE 100 MILHÕES DE EUROS > Eurostat revela como estão as novas encomendas à indústria O gabinete de estatística da União Europeia publica o Índice de Novas Encomendas à Indústria de Junho. Espera-se uma quebra homóloga menos acentuada e um crescimento face ao mês anterior. > Confiança dos consumidores nos EUA sobe? Os norte-americanos ficam a saber os resultados dos inquéritos à confiança de Agosto. Os analistas da Bloomberg apontam para uma melhoria da confiança. Dados do imobiliário na maior economia do mundo Os preços das casas nos EUA deverão ter abrandado em Junho. Os economistas esperam um crescimento de 0,4%, depois de uma subida de 0,9%. > Empresários alemães mais optimistas em Agosto? É publicado o clima de confiança dos empresários na Alemanha (Ifo) para o mês de Agosto. Os analistas da Bloomberg contam com um reforço do optimismo. > EUAconhecemoPIB no segundo trimestre Neste dia é publicado o PIB do segundo trimestre da maior economia do mundo. A estimativa indica um recuo, mas menos acentuado. Neste dia conhece- -se também a evolução do consumo das famílias. > INE e Eurostat publicam inquéritos de conjuntura às empresas e consumidores OInstitutoNacionaldeEstatísticapublicanasexta- -feira os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores relativos a Agosto. No mesmo dia, o Eurostat avança os mesmos dados para a União Europeia, publicando ainda o indicador de clima empresarial para a Zona Euro. O ministério de Vieira da Silva negociou duas linhas de crédito para apoiar os desempregados quesãomaisde500mil acriaremprego.amedidaentraemvigor em Setembro. Porém, o desemprego não deverá baixar até final do ano. Divulgados novos pedidos à indústria para Portugal Também na sexta-feira, o INE prevê avançar ainda com o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas no Comércio a Retalho, as Taxas de Juro Implícitas no Crédito à Habitação e o Índice de Produção Industrial e (todos os indicadores referentes a Julho). A FIGURA EMANUEL DOS SANTOS Secretário de Estado do Orçamento A crise já abriu um rombo para milhões de euros nas contas públicas, mas o risco de o Governo não cumprir o défice de 5,9% é baixo, afirmou esta semana o secretário de Estado do Orçamento. Na apresentação do relatório de execução orçamental até Julho, Emanuel dos Santos justificou a sua previsão com a evolução das receitas (com uma queda mais lenta da verificada anteriormente). O Orçamento Rectificativo também não deverá ser necessário, acrescentou. O MOMENTO INCUMPRIMENTO A SUBIR Boletim Estatístico do Banco de Portugal O peso do crédito de cobrança duvidosa continua a bater recordes. Em Junho, as empresas contavam 4,1 mil milhões de euros por pagar e o incumprimento das famílias ascendia a 3,5 mil milhões de euros, avança o boletim estatístico do Banco de Portugal, liderado por Vítor Constâncio. Contas feitas, dá 7,6 mil milhões de euros, perto dos 7,7 mil milhões necessários para construir o TGV e mais do dobro dos 3,1 mil milhões necessários à construção do aeroporto em Alcochete.

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18 18 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 DESTAQUE PROJECTO COOL CITY HUNT Sempre cool em Lisboa e no mundo 1 Thomas Northcut/GettyImages 2 O Económico Week End mostra as ideias cool do momento. David Dinis david.dinis@economico.pt As ideias que marcam as novas tendências do mundo passam cada vez mais por um mundo realmente novo. Senão, veja-se as identificadas esta semana pelo projecto cool city hunt da Ayr, a que o Week End se associou: uma nova maneira de encarar a paternidade, que leva os homens a assumir o papel de sustentáculo das famílias (trabalhando em casa e rentabilizando cada minuto com os filhos); os designers da moda que adoptam tecidos simples e materiais tradicionais; lojas de roupa que, na sequência, se voltam para a simplicidade dos estilos e das cores; e uma mesa de conversações cujo principal objectivo é desincentivar as conversas mal-humoradas -identificando precisamente os acessos de irritabilidade de cada interlocutor. Fosse o mundo como estas tendências apontam e, seguramente, a crise actual teria valido a pena. Nem que fosse para o tornar mais sustentável - nos humores, nas emoções, na família e até no lixo, como mostra o projecto artístico nova-iorquino, que vende caixas de lixo transparentes, sem cheiros, que de lixo passam a objecto artístico e, sobretudo, se transformam num pedaço único da Big Apple. Fosse o mundo como as tendências apontam e, seguramente, a crise actual teria valido a pena. Por cá, em Lisboa, também já não faltam projectos e ideias de um novo mundo. Assim o prova a Flagship Store da Lanidor, a marca portuguesa que lançou um conceito integrado de venda de roupa, spa, casa de chá e café para mulheres - mas que tanto sucesso fez entre elas que levou os homens a pedir o mesmo. A marca cedeu e deu um dia por semana aos parceiros. Há ainda uma lavandaria café que não pára de crescer, num conceito que até já inclui concertos e entregas em casa; ou o Lux, o de sempre, porque chegou mais cedo ao novo mundo que o próprio. Os exemplos recolhidos e aqui apontados são o resultado de uma pesquisa feita em 15 capitais do mundo e que, semana a semana, o Week End divulga. Porque as boas ideias nunca são demais, para a semana seguem-se mais cinco lá de fora e outras três de Lisboa. 3 Lisboa cada vez mais cool 4 Será Lisboa uma cidade cool? Qual a visão da cidade, retratada por jovens alunos de comunicação do INP, numa perspectiva de tendência? Quais as grandes mentalidades que se estão a manifestar na cidade? Que exemplos ilustram as tendências emergentes? Estas e outras perguntas foram a base de partida para um trabalho de terreno sobre Lisboa, levado a cabo pela equipa Ayr Consulting (a scienceofthetime.com company) com alunos de licenciatura do INP e que visou construir uma base de entendimento cool sobre a cidade. Os resultados são publicados todas as semanas, no Económico Week End. Conheça o projecto Cool City Hunters em

19 Sábado 22 Agosto 2009 Weekend Económico 19 PONTOS-CHAVE O Económico Week End aponta todas as semanas as cinco tendências que estão a marcar as cidades mais cool do mundo, incluindo Lisboa no roteiro da pesquisa. OMhghghk projectodf mundial df gdjkfhg de sdfhglkhsdlfjgh Cool City Huntsdjfgh pesquisa as sjdfh tendências g hsdfkjgh das maiores eksdfjgsjdfhkgjh mais atractivassdfjkgh cidadesksjdfh gkjmundo shdfkjgh como sdjkfhgk Barcelona, jsdhfkgjh Amesterdão, skdfjg sdfg. Londres ou Roma. Será Mhghghk Lisboa dfuma gdjkfhg cidade sdfhglkhsdlfjgh cool? Quais as grandes sdjfgh sjdfh mentalidades g hsdfkjgh que se estão a ksdfjgsjdfhkgjh manifestar na cidade? sdfjkgh Conheça ksjdfh gkj trêsshdfkjgh exemplossdjkfhgk que ilustram jsdhfkgjh as suas tendências skdfjg sdfg. emergentes. PaulDR CINCO IDEIAS COOL PELO MUNDO 1. Pai cool OQUEÉ: Uma nova ordem familiar, em que o pai trabalha em part-time ou em casa, de forma a poder estar com os filhos, levá-los ao parque, ir às reuniões de pais na escola. Quer também estar equipado, recorrendo a sites como KidKustoms que criaram um carrinho de bebé, o Roddler, que inclui DVD, ipod e um aparelho para aquecer biberões. PORQUE QUE É COOL : As mães de hoje têm muito mais poder e independência. E muitos homens resolveram aceitar isso de bom grado. É emocionalmente gratificante. INTERPRETAÇÃO: Um Metrosexual Cool assume o compromisso de cuidar dos filhos. Uma mudança para melhor. COOL HUNTERS: Maria Cristina Pavarini/ Patricia Mereilles 2. Muji: viver de modo simples OQUEÉ: A Muji vende lifestyle em diversas categorias: vestuário, decoração de casa, escritório e alimentação. Mais do que vender um estilo de vida, é um movimento por uma vida mais simples, representado no design e aparência das lojas: discreto, descomplicado e sustentável. PORQUE QUE É COOL : A cultura do excesso e do consumo predatório são incorrectas. É importante que exista menos desperdício, show-off, excessos e preços mais razoáveis. E a Muji representa estes novos imperativos. INTERPRETAÇÃO: Em tempos de recessão que nos forçam a reavaliar valores e prioridades, a Muji vem ao de cima. COOL HUNTER: Beth Furtado. 3. Reflect, a mesa dos humores DR 5 Shamil Zhumatov/Reuters OQUEÉ: Reflect é um painel luminoso embutido na superfície de uma mesa, que conduz conversas através de microfones e indica o mood, o estado de espírito da conversa. Ela funciona como um espelho da conversa, sem juízos de valor ou interrupções. PORQUE QUE É COOL : É um árbitro 100% imparcial que indica como uma conversa se está a desenrolar. E uma ferramenta que pode ajudar a mudar dinâmicas de grupos, permitindo a participação mais activa e democrata de todos. INTERPRETAÇÃO: Um exemplo original de como a tecnologia pode-nos ajudar a ter uma melhor contacto e interacção com os que estão a nossa volta, é, portanto, connosco mesmos. Simplesmente Cool. 4. Lixeiras transparentes de Nova Iorque DR OQUEÉ: Justin Gignac mudou-se de Connecticut para Nova Iorque e descobriu uma afinidade com o lixo, permitindo a sua evolução em quanto artista. Recolhe diferentes tipos de lixo, organiza-os e expõe-nos em caixas transparentes e vende cada uma a 50 dólares. PORQUE QUE É COOL : Vários criadores de reciclagem transformam lixo em objectos de arte. Mas Justin Gignac vai mais além e é mais autêntico: vender o lixo como ele é. E o comprador passa a possuir uma parte única de NY. INTERPRETAÇÃO: O planeta está poluído, e devemos olhar para o lixo de uma forma diferente. Justin ajuda a colocar a questão do lixo no topo das nossas preocupações. COOL HUNTER: Tais Reis. 5. Moda back-to-basics OQUEÉ: As recentes colecções de moda do Ocidente têm um claro recorte back-to-basics muito inovador, pelo uso de papel, celulose e folhas ultra finas de borracha. No Cazaquistão temos ainda as criações de Baurzhan Sagiyev, um designer que crê que a fusão de estilos é a melhor forma de representar as 150 etnias que vivem naquele país. PORQUE QUE É COOL : Inovação e criatividade constantes que, em época de recessão, regressam ao básico. E até no mundo não Ocidental a moda é também cool quando integra as culturas em combinações surpreendentes. INTERPRETAÇÃO: A inovação deve ter em conta as realidades e exigências do mundo não Ocidental. COOL HUNTER: Maria Cristina Pavarini e Eduardo Garcia.

20 20 Económico Weekend Sábado 22 Agosto 2009 DESTAQUE1 PROJECTO COOL CITY HUNT LISBOA COOL 1 Paula Nunes 1. Lavandaria Caffe Apresenta-se como uma combinação única na cidade. Aberto das 9 às 2 da manhã, este espaço na zona oriental da cidade combina uma lavandaria com um espaço de refeições. A equipa do projecto cool city hunt descobriu a melhor forma de designar a identidade da ideia: é uma a versão reinventada dos antigos lavadouros públicos que populavam a cidade de Lisboa no início do século XX. Pois bem, a Lavandaria Caffé é, até, mais do que isso. Quem se lembra dos lavadouros públicos sabe que, por lá, não se serviam Mojitos, Morangoskas, Caipiroskas, Coco black s, ou Double Red s ao final das tardes de Verão. E que, fora os filmes do antigamente, também não se encontram nos arquivos concertos. Nem tão pouco que houvesse quem, no fim das lavagens, houvesse quem fosse entregar a roupa em casa. Agora há tudo isto, lá pelo Parque das Nações. 2 DR 2. Lux Aceitamos a objecção: o LuxFrágil não é novo e é inteiramente conhecido da esmagadora maioria dos lisboetas. Mas aceitamos se - e apenas se - reconhecerem que o Lux é incontornável no roteiro cool da capital. Antes do mais, porque se tornou, por mérito próprio, um ícone da noite lisboeta. Depois, porque é um espaço que se reinventa a cada estação, porque recebe os maiores DJ s e músicos da Europa. Porque tem vários espaços e ambientes diferenciados. A questão central é que a experiência de visitar o Lux tem sempre algo novo, de inesperado - ajudando para tal as festas temáticas. Hoje, por exemplo, encontraremos por lá uma noite disco, sob o mote Adventures in Wonderland. Bom mote para a festa, não? 3 Paula Nunes 3 João Paulo Dias 3. Lanidor, flagship store Ponto prévio, que não serve para justificar a escolha, mas que ajuda à simpatia geral: a Lanidor é uma marca portuguesa. E mais: é uma marca portuguesa que investe no país sem reservas. Pois bem, fica exactamente em Lisboa a flagship store da Lanidor, um espaço holístico que combina a loja de roupa com um restaurante, um spa e uma casa de chá. A Ayr garante que se trata de uma experiência de marca completa, que reforça o sentimento de pertença das mulheres. A marca acrescenta que quer privilegiar um equilíbrio entre design, conforto e regresso às origens, para potenciar o bem estar de cada um. Há, entretanto, um brinde. É que, a pedido de várias famílias, a flagship store resolveu abrir o conceito também a homens. É às sextas-feiras, todas as semanas. E vale a visita.

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