ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL AJUDA PARADA OBRIGATÓRIA
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- Rui Arruda Carrilho
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1 ESTRUTURA, POLÍTICA E GESTÃO EDUCACIONAL AULA 03: POLÍTICAS PÚBLICAS, GESTÃO E FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. AVALIAÇÃO DO SISTEMA ESCOLAR BRASILEIRO TÓPICO 03: FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO AJUDA FINANCIAMENTO DRU Desvinculação de Receitas da União FIES Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior FPM Fundo de Participação do Município FUNDEB Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação FUNDEF Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério FUNDESCOLA Fundo de Fortalecimento da Escola ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Para transformar as políticas públicas em realidade, é necessário, dentre outras coisas, dinheiro ($)! Nesse tópico, estudaremos as fontes de financiamento da Educação. Temos assistido, recentemente, a dois fenômenos interessantes. De um lado, uma progressiva redistribuição de responsabilidades, notadamente no campo educacional, da União para Estados e Municípios, o que pode permitir ações e gestões mais democráticas. Por outro lado, o incremento dos percentuais legais dos recursos financeiros destinados à Educação. PARADA OBRIGATÓRIA Artigos da CF que tratam do Financimento da Educação (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). A LDB, nos artigos 68 a 77, que compõem o TÍTULO VII (Dos Recursos Financeiros), contempla o financiamento da Educação. O artigo 68 apresenta as fontes dos recursos públicos destinados à Educação, enquanto o artigo 69 determina os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino público, da receita resultante de impostos, da União (18%) e dos Estados, Distrito Federal e Municípios (25%), nos termos do art. 212 da CF. A fiscalização dos órgãos competentes quanto aos recursos públicos priorizará os percentuais supra (art. 73).
2 As despesas consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino são detalhadas no artigo 70, enquanto o artigo seguinte especifica as que não se enquadram. Objetivando à transparência das origem e destinação destes recursos, o artigo 72 determina que as receitas e despesas com manutenção e desenvolvimento do ensino serão apuradas e publicadas nos balanços do Poder Público. O regime de colaboração entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios quanto ao padrão mínimo de oportunidades educacionais para o ensino fundamental é celebrado no artigo 74. Os artigos 75 e 76 tratam, respectivamente, da ação supletiva e redistributiva da União e dos Estados com vista a corrigir as disparidades de acesso e garantir o padrão mínimo de qualidade de ensino, sendo condicionado todavia ao cumprimento, por parte dos entes federados, do disposto nesta Lei. Recursos públicos podem ser utilizados por escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, que atenderem os requisitos elencados no artigo 77. PARADA OBRIGATÓRIA Artigos 68 a 77, da LDB (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). ORIGEM DOS RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA A EDUCAÇÃO O sistema de financiamento da educação no Brasil está estruturado em um conjunto de preceitos constitucionais que regem o gasto das receitas gerais, um certo número de fontes vinculadas à educação e uma variedade de instituições criadas para cumprir objetivos educacionais específicos. Em geral, a prioridade declarada tem sido colocada como sendo a educação básica, mas nem sempre, na prática, a redistribuição tem refletido essa prioridade (Xavier; Marques, 1994). No caso da União, os recursos orçamentários provêm de fontes ordinárias e de recursos orçamentários vinculados, entre os quais se destacam: a) 1/3 dos recursos do Salário-educação; b) 18%, no mínimo da receita resultante de impostos; c) operações de créditos, como os financiamentos do Banco Mundial; e d) créditos internos, como parte da receita do antigo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAZ) e Crédito Educativo. Os Estados têm obrigação constitucional de alocar para o ensino fundamental: 2/3 dos recursos do Salário-educação arrecadados no próprio Estado; 25%, no mínimo, dos recursos da receita própria de impostos, decorrentes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
3 Serviços (ICMS), Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores e taxas diversas; 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do Fundo de Participação dos Estados (FPE); e outros recursos, provenientes de cotas adicionais do Salário-educação sob a responsabilidade da União e outras transferências. Nos municípios, a Educação é financiada por 25%, no mínimo, dos recursos da receita própria de impostos municipais, inclusive o Imposto Predial e Territorial Urbano, Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza e Imposto sobre Vendas a Varejo de Combustíveis Líquidos e Gasosos; por 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pela União, entre eles os do Fundo de Participação dos Municípios (FPM); por 25%, no mínimo, dos recursos transferidos pelo Estado; e por outros recursos provenientes da União os dos Estados, como cotas do Salário-educação ou transferências. Extraído de França (2004, p. 71). Durante a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada, em 1990, na cidade de Jomtien, na Tailândia, que foi promovida pela Unesco, Unicef, PNUD e Banco Mundial, foi aprovada uma resolução, assinada pelo Brasil, em defesa da melhoria da educação básica, propiciando a todos o direito de terem acesso aos conhecimentos básicos necessários à vida digna, marca inalienável de uma sociedade justa. Em virtude deste compromisso, o Brasil elaborou, em 1993, o Plano Decenal de Educação para Todos [1], cuja meta principal era assegurar, no período de 1993 a 2003, a crianças e adolescentes em idade escolar o acesso aos conteúdos mínimos em matéria de aprendizagem que respondam às necessidades elementares da vida contemporânea, que se expressaria na universalização da educação fundamental e na erradicação do analfabetismo. Estes acontecimentos ensejaram a criação, em 1998, do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), mediante a Lei nº 9.424/96 [2] (texto original). Fonte [3] Os estudiosos do FUNDEF reconhecem a importância de garantir o financiamento do Ensino Fundamental e de propiciar a descentralização financeira. Destacam, ainda, a determinação legal de destinar pelo menos 60% dos recursos do FUNDEF ao pagamento de todos os profissionais do magistério em exercício, incluindo os professores em sala de aula, os profissionais em atividades pedagógicas e a habilitação dos leigos, o que propiciou o financiamento da educação em regiões mais pobres do País.
4 Por outro lado, eles criticam o fato de que parte dos recursos alocados neste nível provêm de outros níveis, ou seja, como se diz popularmente, "cobrindo um santo e descobrindo outro". Outra ressalva refere-se ao valor aluno-ano pago pela União, uma vez que ele está defasado, obrigando, assim, Estados e Municípios a arcarem com o déficit contábil. Nos anos 90, foram aprovadas, pelo Congresso Nacional, duas normas que diminuíram, de forma substancial, os recursos destinados à Educação: a DRU e a Lei Kandir. Em 1994, entrou em vigor a Desvinculação de Receitas da União (DRU), que permite que 20% da receita da União seja aplicada como ela desejar, o que implicava na redução do percentual da Educação de 18% para 13,4%. Em novembro de 2009, foi promulgada a Emenda Constitucional n 59, que determina que as verbas da Educação não sejam mais retidas pela DRU. Em 2009, a retenção será de 12,5%, em 2010, o percentual cairá para 5% e em 2011, será zerada, ou seja, a Educação receberá integralmente os recursos financeiros que têm direito, conforme a Constituição. Em termos de cifras, o MEC estima que, neste período, a Educação deixou de receber cerca de R$ 100 bilhões. Com o fim da DRU na Educação, o governo liberará ao MEC, já em 2009, cerca de R$ 4 bilhões, e em 2010, cerca de R$ 7 bilhões. A Lei Kandir, de 1996, determinou a desoneração das exportações do ICMS, que incide sobre produtos e serviços. Se por um lado, esta medida incrementa a Economia, por outro lado, reduz o montante arrecadado deste imposto, o qual é, proporcionalmente, repassado a Estados e Municípios. Objetivando ampliar a sua atuação no cenário educacional, o governo federal propôs e o Congresso Nacional aprovou a substituição do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), mediante a Lei nº /07 [4]. Fonte [5] PARADA OBRIGATÓRIA Recursos do FUNDEB: origem, utilização e fiscalização (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.). MULTIMÍDIA Políticas públicas - FUNDEB (1/2) [6] Políticas públicas - FUNDEB (2/2) [7]
5 Uma contribuição social muito importante para a Educação pública é o salário-educação (art. 212, 5º, da CF), que é recolhido pelas empresas contribuintes no percentual de 2,5% sobre o total de remunerações pagas ou creditadas aos segurados e repassado ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) [8]. O FNDE é uma autarquia do MEC e tem como missão prestar assistência financeira e técnica e executar ações que contribuam para uma educação de qualidade a todos. DICA Salário-educação [9]. O Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) [10], criado pela Lei nº [11], de 12 de julho de 2001, financia a graduação de estudantes em instituições não gratuitas. A Lei nº [12], de 14 de janeiro de 2010, alterou alguns dispositivos originais, permitindo, por exemplo, que profissionais do magistério público e médicos dos programas de saúde abatam o seu saldo devedor em virtude do seu exercício laboral. São esses os programas implementados, atualmente, pelo FNDE: Alimentação escolar (PNAE) [13] Biblioteca da escola [14] Brasil profissionalizado [15] Caminho da escola [16] Dinheiro direto na escola [17] Formação pela escola [18] Livro didático [19] Plano de ações articuladas (PAR) [20] ProInfância [21] Transporte escolar (PNATE) [22] MULTIMÍDIA FNDE [23] LEITURA COMPLEMENTAR A Conferência de Jomtien [24] O Banco Munial e a Educação [25] Financiamento da educação infantil (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) Financiamento do ensino médio [26] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.)
6 OLHANDO DE PERTO Financiamento da Educação e Políticas Públicas [27] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) Implicações do Programa Dinheiro Direto na Escola para a gestão democrática da escola pública (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) Perspectivas e desafios no debate sobre financiamento e gestão da Educação: da CONAE a um novo PNE (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) Política de Fundos e o financiamento da educação [28] (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) EXERCITANDO 1. Quais são os percentuais mínimos de aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino público da receita resultante impostos dos diferentes níveis de poder? 2. Elenque algumas despesas que são consideradas como de manutenção e desenvolvimento do ensino. 3. Em que escolas o dinheiro público pode ser utilizado? 4. O que era o FUNDEF? Cite algumas de suas determinações legais. 5. O que é a DRU? Como ela influenciou o financiamento educacional? 6. O que é o FUNDEB? Cite algumas de suas determinações legais. 7. O que é o salário-educação? Como ele é utilizado na melhoria da Educação? Cite alguns programas financiados pelo FNDE. FONTES DAS IMAGENS gestao_organizacional/aula_ /imagens/03/05.gif AU/LhExn4Evto8/S1600-R/FUNDEB2.jpg
7 option=com_content&view=article&id=12325&itemid= option=com_content&view=article&id=22:a-conferencia-de-jomtien-e-a- educacao-para-todos-no-brasil-dos-anos- 1990&catid=4:educacao&Itemid= Responsável: Profª. Nidia Barone Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
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