Processo nº Vistos etc.

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1 Processo nº Vistos etc. A UNIÃO promoveu AÇÃO CAUTELAR FISCAL em face de MARCELO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, empresa individual, com o nome de fantasia PETROMINAS INDÚSTRIA QUÍMICA; MARCELO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, SANDRO MENDES PEREIRA, PETROMINAS INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA., COMERCIAL WS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA., ESPÓLIO DE MARLUCE APARECIDA VANONI PEREIRA, ASHTON ENTERPRISES LIMITED, FLÁVIO FERREIRA DE OLIVEIRA, MAURO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MAURÍCIO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MARCÍLIO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MÁRCIA JUNQUEIRA MACIEL DIAS, FLAVIANA MENDES PEREIRA, MARIA APARECIDA MENDES PEREIRA, TADEU EUSTÁQUIO SIQUEIRA DE PAULA, ÂNGELA CRISTINA DE CARVALHO DE PAULA,, PAULO AFONSO BORGES, EMANUEL MIARI, SOCIEDADE MINEIRA DE PARTICIPAÇÕES LTDA SMO, RIO VERDE PARTICIPAÇÕES LTDA., PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS SÃO PAULO LTDA PESP, EMPETRO EMPRESA PETROLÍFERA MINAS GERAIS LTDA., ASA BRANCA AGROPECUÁRIA E PARTICIPAÇÕES LTDA., MIRAFIORI AGROPECUÁRIA E PARTICIPAÇÕES LTDA., HOTEL CAMINHOS DO SUL, ENTER LTDA., MINAS EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., VISCAYA DEVELOPMENT LLG, REDE MINAS DISTRIBUIDORA DERIVADOS DE PETRÓLEO LTDA., COMPANHIA BRASIL DE PETRÓLEO LTDA., e POSTO RIO VERDE. Em resumo, sustentou que existe prova documental no sentido de que os integrantes do Grupo Econômico Petrominas não recolheram tributos federais, movimentaram dezenas de milhões de reais durante 1998 e 2001, alienaram e adquiriram bens com o produto das atividades econômicas exercidas, colocando-os em nome de terceiros, constituíram pessoas jurídicas

2 em nome de terceiros, como propósito de desviar recursos e impossibilitar a satisfação das obrigações tributárias. Depois de idas e vindas, inclusive com discussões sobre a competência para o julgamento do feito, não obstante o feito ter início em 2004, em 20 de fevereiro de 2015, a autora apenas promoveu execução fiscal em face de alguns dos requeridos (fls. 3644). Pois bem: Diversamente do que alega a autora, certo que no momento da propositura da ação cautelar fiscal o crédito ainda não estava constituído definitivamente, e, dessa forma, foi prematuro o ajuizamento de cautelar fiscal em função dos requeridos, assim como a determinação de bloqueio de seus bens. Afinal, o débito ainda sujeito à decisão administrativa não pode ensejar o ajuizamento dessa medida para constrição de bens do suposto devedor. Embora a Lei 8.397/92 não faça menção à constituição definitiva do débito, como requisito para o ajuizamento de medida cautelar fiscal, sou obrigado a entender que um débito sujeito à decisão administrativa não pode ensejar o ajuizamento dessa medida para constrição de bens do contribuinte. Basta interpretar os artigos 2º e 12 da lei mencionada, para concluir que 'quando o devedor' é notificado a recolher o crédito fiscal e deixa de pagá-lo, é cabível a medida cautelar fiscal, salvo se suspensa a exigibilidade do crédito respectivo.

3 Em outras palavras, a lei autoriza o contribuinte a não recolher o crédito fiscal aquele constituído, embora de modo ainda não definitivo - se ele estiver com sua exigibilidade suspensa o que aconteceu no caso dos autos em relação há alguns requeridos, porque a discussão administrativa persistia hipótese que não se cogita de medida cautelar fiscal. Não fosse assim, existiria conflito com a natureza instrumental da cautelar, de forma que não é juridicamente possível admitir uma cautelar senão para dar efetividade à futura execução, o que leva à certeza de que a cautelar exige a constituição definitiva do crédito tributário. Insisto em dizer que pretender acautelar crédito tributário mediante medida instrumental, verdadeira penhora antecipada, só se existir a efetiva liquidez do crédito exigível pela via da execução fiscal. Ademais, veja-se que ações executivas foram aviadas em face de apenas alguns dos requeridos: Marcelo Junqueira Maciel Dias (pessoa jurídica), distribuída em 8 de novembro de 2010 (1ª Vara Cível) Marcelo Junqueira Maciel Dias (pessoa física), distribuídas em 6 de abril de 2005, 16 de julho de 2007 e 24 de maio de 2010 Petrominas Indústria Química Ltda., distribuída em 9 de fevereiro de 2007 Comercial WS Importação e Exportação Ltda., distribuída em 22 de setembro de 2008 Posto Rio Verde Ltda., distribuída em 6 de abril de Em face dos demais requeridos não existe execução fiscal.

4 Portanto, as ações foram apresentadas muito tempo depois de proposta a ação cautelar fiscal, lembrado que a constituição definitiva do crédito fiscal só se dá depois do encerramento do procedimento administrativo fiscal, quando, como bem disseram os peticionários de fls e seguintes, se inicia o prazo prescricional, sendo certo que só em relação a Marcelo Junqueira Maciel Dias (firma individual e pessoa física), Sandro Mendes Pereira e Petrominas Indústria Química Ltda. houve autuação. Enfim: não obstante reconhecer que existem hipóteses para a ação cautelar fiscal independente da prévia constituição do crédito tributário, o caso dos autos não as comporta, inexistente em relação àqueles mencionados requeridos no parágrafo anterior o pressuposto do fumus boni iuris, ou seja, a probabilidade do direito invocado, por ausência, quando da propositura da ação, da prova literal de dívida líquida e certa. Em relação aos demais requeridos a ação deve ser resolvida sem mérito, porque de acordo com o artigo 11 da Lei nº 8.397/92, quando a medida cautelar fiscal for concedida em procedimento preparatório, deverá a Fazenda Pública propor a execução judicial da Dívida Ativa no prazo de sessenta dias, contados da data em que a exigência se tornar irrecorrível na esfera administrativa, e, ainda, de acordo com o artigo 13 da mesma lei, cessa a eficácia da medida cautelar fiscal se a Fazenda Pública não propuser a execução judicial da Dívida Ativa no prazo fixado no art. 11. Conclusão Em relação aos requeridos MARCELO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, empresa individual, com o nome de fantasia PETROMINAS INDÚSTRIA QUÍMICA; MARCELO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, PETROMINAS INDÚSTRIA QUÍMICA LTDA., COMERCIAL WS IMPORTAÇÃO E

5 EXPORTAÇÃO LTDA., e POSTO RIO VERDE, resolvo o processo com resolução do mérito, de acordo com o artigo 487, I, do Código de Processo Civil, haja vista a ausência, ao tempo da propositura da ação, de constituição definitiva do crédito tributário, e, portanto, ausente o fumus boni iuris. Em relação aos requeridos SANDRO MENDES PEREIRA, ESPÓLIO DE MARLUCE APARECIDA VANONI PEREIRA, ASHTON ENTERPRISES LIMITED, FLÁVIO FERREIRA DE OLIVEIRA, MAURO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MAURÍCIO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MARCÍLIO JUNQUEIRA MACIEL DIAS, MÁRCIA JUNQUEIRA MACIEL DIAS, FLAVIANA MENDES PEREIRA, MARIA APARECIDA MENDES PEREIRA, TADEU EUSTÁQUIO SIQUEIRA DE PAULA, ÂNGELA CRSITINA DE CARVALHO DE PAULA, PAULO AFONSO BORGES, EMANUEL MIARI, SOCIEDADE MINEIRA DE PARTICIPAÇÕES LTDA SMO, RIO VERDE PARTICIPAÇÕES LTDA., PARTICIPAÇÕES E EMPREENDIMENTOS SÃO PAULO LTDA PESP, EMPETRO EMPRESA PETROLÍFERA MINAS GERAIS LTDA., ASA BRANCA AGROPECUÁRIA E PARTICIPAÇÕES LTDFA., MIRAFIORI AROCPECUÁRIA E PATICIPAÇÕES LTDA., HOTEL CAMINHOS DO SUL, ENTER LTDA., MINAS EMPREENDIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA., VISCAYA DEVELOPMENT LLG, REDE MINAS DISTRIBUIDORA DERIVADOS DE PETRÓLEO LTDA., e COMPANHIA BRASIL DE PETRÓLEO LTDA., resolvo o processo sem mérito, de acordo com o artigo 13, I, Lei nº 8.397/92 c/c artigo 485, IV, do Código de Processo Civil. Não há condenação ao pagamento de custas processuais. Entanto, na forma do artigo 85, IV, do Código de Processo Civil, condeno a autora ao pagamento de honorários advocatícios, fixados em três por cento sobre o valor do proveito econômico pretendido ao tempo da propositura da ação, ou seja, R$ ,74, observado o bom trabalho dos advogados e o

6 imenso tempo de duração do feito, com valores divididos igualmente entre os advogados dos requeridos que se fizeram representar nos autos. Revogo a liminar concedida (fls. 1610/1614), não obstante ser mantida enquanto não transitada em julgado a sentença. Publique-se, registre-se e intime-se. Três Corações, 1º de agosto de Marcio Vani Bemfica Juiz de Direito