IX EXPOSIÇÃO EM EXPERIÊNCIAS MUNICIPAIS EM SANEAMENTO 37º Assembléia Nacional da ASSEMAE 15 a 28 de julho de 2007
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- Bianca Caiado Aragão
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1 IX EXPOSIÇÃO EM EXPERIÊNCIAS MUNICIPAIS EM SANEAMENTO 37º Assembléia Nacional da ASSEMAE 15 a 28 de julho de 2007 TEMA III Projeto Coleta Seletiva Compartilhada no Município de São Leopoldo-RS NASCIMENTO, LUIZ HENRIQUE, Engenheiro Agrônomo pela UFSM, Especialista em Engenharia da Qualidade e Mestre em Engenharia da Produção pela UFRGS, Diretor de Resíduos Sólidos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo. End.: Rua da Praia, 50 Centro, São Leopoldo RS. Fone: (51) / Fax: (51) luiz-semmam@saoleopoldo.rs.gov.br SILVA, ADRIANE ALVES, Engenheira Química, Especialista em Gestão da Qualidade para o Meio Ambiente pela PUCRS, Chefe de Setor de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Leopoldo. Atua como Consultora Ambiental em Projetos de Gestão de Resíduos Sólidos. End.: Rua da Praia, 50 Centro, São Leopoldo RS. Fone: (51) / Fax: (51) alves.adriane@uol.com.br ZANINI, DARCI, Engenheiro Mecânico pela UNISINOS. Secretário Municipal do Meio Ambiente da Prefeitura de São Leopoldo RS. End.: Rua da Praia, 50 Centro, São Leopoldo RS. Fone: (51) Fax: (51) zaninisemmam@saoleopoldo.rs.gov.br FRANÇA DA CUNHA, JOSÉ ANTONIO, Cursando Ciências Econômicas na Universidade Luterana do Brasil - ULBRA Canoas. Coordenador de Geração Trabalho e Renda da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Leopoldo. End. Rua da Praia, 50 - Rio dos Sinos, São Leopoldo - RS. Fone: (51) / Fax: jafrancacunha@yahoo.com.br MARTINS, CLÁUDIA GIL. Acadêmica de Pedagogia da ULBRA. Professora e Assessora de Educação Ambiental da Diretoria de Saneamento Ambiental da Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Leopoldo. End. Rua da Praia, 50 - Rio dos Sinos, São Leopoldo - RS. Fone: (51) / Fax: claudiagilmartins@yahoo.com.br
2 TEMA III Projeto Coleta Seletiva Compartilhada no Município de São Leopoldo-RS RESUMO EXPANDIDO 1. INTRODUÇÃO São Leopoldo é uma cidade com habitantes, localizada na região do Vale dos Sinos do Rio Grande do Sul. Este município com população predominantemente urbana possui uma geração diária de 110 toneladas de resíduos sólidos urbanos RSU, tendo sua disposição final em Aterro Sanitário numa Central de Tratamento de Resíduos. O serviço de coleta domiciliar, a operação do Aterro e o recolhimento dos resíduos recicláveis pela Coleta Seletiva são realizados por uma empresa da iniciativa privada, SL AMBIENTAL, concessionária contratada através de licitação pública. A gestão dos Resíduos Sólidos é realizada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente SEMMAM através da Diretoria de Resíduos Sólidos DRS, que dispõe de uma estrutura de 15 funcionários entre técnicos de nível superior e médio, pessoal administrativo e estagiários. Até setembro de 2005, a cidade dispunha somente de coleta domiciliar regular, sendo uma parcela dos resíduos recuperados através de processo de seleção em uma unidade de triagem dos resíduos domiciliares. Em outubro de 2005, deu-se início ao Projeto de Coleta Seletiva Compartilhada, dentro de uma concepção de segregação dos resíduos orgânicos dos recicláveis em sua origem (residências e empresas) e coleta compartilhada, na qual os atores são o poder público e o catador de resíduos, que atuam conjuntamente neste sistema diferenciado. Desta forma, reduzem-se custos com combustíveis e valoriza-se o catador enquanto agente ambiental. O projeto em vigor proposto pelo poder público municipal consiste em integrar os catadores de resíduos organizando-os em cooperativas, para posteriormente trabalhar em Unidades de Triagem UT s construídas pelo município. A maioria das pessoas que integram o projeto sobrevivia isoladamente da catação na área central da cidade, morando em uma área alagadiça próxima ao centro. Posteriormente (final de 2005), esta área foi transformada em um parque, e, estas pessoas foram transferidas a um conjunto habitacional (moradia popular Tancredo Neves), sendo integradas ao projeto de coleta seletiva a fim de obter sua
3 fonte de renda. Assim, foram organizadas três cooperativas: duas Unidades de Triagem - UT, construídas pela Prefeitura Municipal, e uma terceira instalada em um pavilhão alugado. 2. OBJETIVOS O Projeto Coleta Seletiva Compartilhada tem como objetivos principais: Incentivar e implantar no município a diretriz básica da gestão dos resíduos conhecida como o princípio dos 3 R s: a redução, a reciclagem e reaproveitamento dos resíduos socialmente justa e ambientalmente correta; A promoção de campanhas com intuito de orientar a população quanto à separação dos resíduos domiciliares em duas frações, a orgânica e a passível de reciclagem; Promover a Geração de Trabalho e Renda aos trabalhadores cuja atividade é a catação de resíduos, garantindo condições de trabalho em local salubre, utilizando procedimentos que garantam a segurança do trabalhador. 3. METODOLOGIA/DESENVOLVIMENTO O Projeto abrange atualmente os bairros Rio Branco, Morro do Espelho, Jardim América, Fião, Padre Réus, Cristo Rei, Pinheiros, São José, Vila Otacília, São João Batista, que correspondem a 30% da área urbana do município. Dentro deste projeto trabalham cerca de 120 catadores cooperativados que estão distribuídos em 03 unidades de triagem municipais. A operação das Unidades de Triagem UT s é realizada pelos catadores com o apoio técnico e estrutural da Prefeitura através da SEMMAM/DRS. Tais trabalhadores, quando organizados, dividem-se em dois grupos: um deles é composto por pessoas com idade entre 40 e 50 anos, que trabalham na triagem e prensagem do material na UT. O outro grupo, composto por pessoas mais jovens (entre 25 e 30 anos) que realizam a coleta porta-a-porta utilizando bicicletas como meio de transporte em circuitos menores (Figura 3) armazenando-os em entrepostos até a coleta (Figura 4).
4 Figura 1: Unidade de Triagem Santa Martha, operada pela COOPERNORTE Figura 2: Interior da Unidade de Triagem O modelo empregado para a coleta constitui-se de duas etapas: a primeira consiste na coleta pontual programada realizada junto aos estabelecimentos comerciais, industriais e órgãos públicos. Tais empresas destinam seus resíduos recicláveis ao Projeto após acordado com a DRS, que ainda repassa aos seus colaboradores orientação técnica através de palestras ministradas por técnicos da Secretaria de Meio Ambiente SEMMAM. A outra etapa consiste no recolhimento dos resíduos recicláveis porta-aporta, utilizando-se de bicicletas com compartimento de carga, que irão descarregar o produto da coleta em um ponto pré-determinado, para posterior carregamento do caminhão coletor, que irá transportá-lo até as UT s. Figura 3: dos efetuando a coleta nas bicicletas compartimentadas Figura 4: Caminhão Coletor Para execução deste trabalho é previamente escolhido um bairro da cidade, onde são efetuadas visitas por funcionários da SEMMAM em todas as residências. Nesta ocasião é distribuído um folder explicativo, bem como são
5 esclarecidas dúvidas dos moradores a respeito do processo de separação, coleta e dos tipos de resíduos com potencial de reciclagem. É acordado com a população, que inicialmente, uma vez por semana, em dias e horários pré-determinados passarão em suas residências trabalhadores de uma cooperativa de reciclagem devidamente identificados e uniformizados. As três cooperativas de recicladores:, e Coopernorte, tem suas áreas de coletas definidas, dias e horários na tabela a seguir: Tabela 1: Distribuição e freqüência da Coleta Seletiva Compartilhada nos Bairros Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Bairros Réus e Fião Vila Otacilia Padre São João Batista Bairros Cristo Rei Rio Branco, Morro do Espelho Rio Branco Bairro São José Bairro Reus Padre Bairro Pinheiros Bairro Cristo Rei Bairro America Bairro America Jardim Jardim Assim como o apoio estrutural tais cooperativas recebem o apoio técnico da Prefeitura que promove a capacitação destes trabalhadores através de cursos sobre técnicas aplicadas à reciclagem, palestras sobre cooperativas e orientações em caráter permanente dos técnicos da DRS. 4. RESULTADOS Esse Projeto cobre atualmente uma área correspondente a 40% (quarenta por cento) da cidade de São Leopoldo, sendo coletados em torno de 9 toneladas/dia de resíduos recicláveis, garantindo 120 (cento e vinte) postos de trabalho distribuídos em três UT s. Pretende-se ao final de 2008 chegarmos à cobertura de 100% da cidade com Coleta Seletiva. A renda media dos catadores anterior ao projeto era em torno de R$ 70,00. Após integrarem-se ao projeto nos primeiros meses esta sofreu um incremento ficando em torno de R$ 150,00. Atualmente, este valor é similar ao salário mínimo, cerca de R$ 350,00 por trabalhador.
6 5. CONCLUSÕES Este projeto durante o período de implantação até a presente data já demonstrou uma capacidade de geração de trabalho e renda e uma destinação ambientalmente correta dos materiais recicláveis significativa. Entretanto consideramos como resultado principal a reinserção social e um resgate da cidadania dos trabalhadores envolvidos. Normalmente, o sucesso de um Projeto de Coleta seletiva está diretamente associado aos investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população. Quanto maior a participação voluntária em programas de coleta seletiva, menor é seu custo de administração, podendo ser bem caracterizado neste caso. Também deve-se levar em consideração a existência do mercado para os recicláveis, fator primordial neste processo. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SEMMAM, Diretoria de Resíduos Sólidos. Projeto de Coleta Seletiva Compartilhada. São Leopoldo/RS. Agosto, SEMMAM. LINK M. (Org) et all. Subsídios Para O Diagnóstico Técnico sobre o Município de São Leopoldo. Primeira Etapa da revisão do Plano Diretor Aspectos Ambientais. São Leopoldo/RS, Fevereiro Prefeitura Municipal de Londrina. Modelo da Coleta Seletiva da Cidade de Londrina Paraná. PMPA, Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Coleta Seletiva implantada na cidade de Porto Alegre RS Sites: no link secretarias
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