UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UINIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA FACULDADE DE LETRAS

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UINIVERSITÁRIO DE BRAGANÇA FACULDADE DE LETRAS Disciplina: Literatura Portuguesa Clássica Professora: Alessandra Conde Turma: Letras 2012 Bragança EMENTA: O Renascimento português: origens e características. O Teatro de Gil Vicente. Poesia épica e lírica de Camões: importância e influência. Principais representantes do Maneirismo e do Barroco. O Neoclassicismo e suas repercussões na poesia, na oratória e no teatro. Olá alunos de Letras Estas são as atividades complementares que deverão ser respondidas e entregues no primeiro dia de aula desta disciplina. Estarei à disposição dos senhores para auxiliá-los em quaisquer questões. Se for necessário o meu para contato, basta que os senhores escrevam ou telefonem para o representante da turma e ele lhes informará. Boa sorte e até julho. Alessandra Conde Atividades Complementares I- O aluno deve ler os apontamentos sobre a vida e obra de Gil Vicente (texto em anexo) e comentar: a) Quais as características principais da farsa de Gil Vicente? b) Qual a relação entre os tipos de personagens presentes na obra de Gil Vicente e a sociedade portuguesa? c) Quais as diferenças principais entre a literatura medieval e a literatura humanista? II- O aluno precisa ler o fragmento da obra de Gil Vicente, O auto da Lusitânia (abaixo exposto) e comentar sobre a atualidade do tema, ou seja, deve considerar se o assunto abordado no texto de Gil Vicente ainda está presente na sociedade de hoje e de que maneira.

2 III- IV- O aluno, para comentários e reflexões futuros, deve assistir ao filme Auto da Lusitânia que se encontra no seguinte endereço eletrônico 1 : O aluno, após leitura e apreciação do filme, deve explicar qual a função dos personagens Berzebu e Dinato no Auto da Lusitânia. E Do Auto da Lusitânia, representado "ao muito alto e poderoso Rei Dom João, o terceiro deste nome em Portugal, ao nascimento do muito desejado Príncipe Dom Manuel seu filho, era do Senhor de 1532" 2. FIGURAS (Personagens) Berzebu- Dinato- Todo o Mundo- Ninguém (a Dinato) Por darmos algua conta ao deus rei Lucifer, põi-te tu a escrever tudo quanto aqui se monta e quanto aqui virmos fazer. Porque o fim do mundo é perto, e pera o que nos hão-de dar, cumpre-nos ter que alegar; pois pera provar o certo escreve quanto passar. Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que se lhe perdeu, e logo após êle um homem, vestido como pobre; êste se chama Ninguém. Que andas tu hi buscando? 1 O tempo d e duração do filme é de 4 minutos e 8 segundos. 2 Texto pertencente à coletânea de autos de Gil Vicente: Celebração vicentina: Rio de Janeiro: Cultura artística

3 Mil cousas ando a buscar; delas não posso achar, porém ando perfiando por quão bom é perfiar. Como hás nome, cavaleiro? Eu hei nome Todo o Mundo, e meu tempo todo enteiro sempre é buscar dinheiro e sempre nisto me fundo. E eu hei nome Ninguém e busco a conciência. Esta é boa experiência, Dinato: escreve isto bem. Que escreverei, companheiro? Que Ninguém busca conciência e Todo o Mundo dinheiro. E agora que buscas lá? Busco honra muito grande. E eu virtude, que Deus mande que tope co`ela já.

4 Outra adição nos acude: escreve logo hi a fundo que busca honra Todo o Mundo e Ninguém busca virtude. Buscas outro mór bem qu`êsse? Busco mais quem me louvasse tudo quanto eu fezesse. E eu quem me repreendesse em cada cousa que errasse. Escreve mais. Que tens sabido? Que quer em extremo grado Todo o Mundo ser louvado e Ninguém ser repreendido. Buscas mais, amigo meu? Busco a vida e quem m`a dê. A vida não sei que é, a morte conheço eu. Escreve lá outra sorte.

5 Que sorte? Muito garrida: Todo o Mundo busca a vida e Ninguém conhece a morte. E mais queria o paraíso, sem m`o ninguém estrovar. E eu ponho-me a pagar Quanto devo pera isso. Escreve com muito aviso. Que escreverei? Escreve que Todo o Mundo quer paraíso e Ninguém paga o que deve. Folgo muito d`enganar e mentir naceu comigo. Eu sempre verdade digo, sem nunca me desviar. Ora escreve lá, compadre, não sejas tu preguiçoso.

6 Quê? Que Todo o Mundo é mentiroso e Ninguém diz a verdade. Que mais buscais? Lisonjar. Eu som todo desengano. Escreve, ande la mano. Que me mandas assentar? Põe aí mui declarado, não te fique no tinteiro: Todo o Mundo é lisonjeiro e Ninguém desenganado. Referências bibliográficas BRAGANÇA. António. Lições de Literatura Portuguesa: séculos XII a XVI. Porto: Livraria escolar Infante. s/d. pp BUESCU, Maria Leonor Carvalhão. Apontamentos de Literatura Portuguesa: para os alunos dos liceus. Porto: Porto Editora p