Evolução das Abordagens Teóricas
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1 Les 5793 Organização de Mercados Agroindustriais Evolução das Abordagens Teóricas Aula 1 Márcia A.F. Dias de Moraes Preocupação central: Ação das Organização Industrial - vendedoras de bens e serviços firmas - compradoras de insumos Afetam o desempenho do mercado Afetam o bem - estar econômico OI: é o estudo teórico e empírico de como a organização do mercado e a conduta dos compradores e vendedores afetam o desempenho econômico e o bem-estar A OI e a Microeconomia a OI é um ramo da Micro Semelhanças ambas estão preocupadas em explicar pq algumas coisas acontecem: pq os preços são mais baixos em determinadas condições do que em outras? como determinadas variáveis (ex: preços) mudam em respostas às mudanças de outras variáveis ambas consideram que o tipo de organização de mercado que une produtores e consumidores é uma variável importante A OI e a Microeconomia Carlton & Perloff O estudo da OI adiciona ao modelo perfeitamente competitivo os atritos do mundo real: informação limitada, custos de transação, custos de ajustamentos dos preços, ações governamentais, as barreiras à entrada de novas firmas no mercado. Daí considera como as firmas estão organizadas e como elas competem em tal mundo Objetivo Central Consequências do Poder de Monopólio e seus Determinantes Ineficiências Alocativas do Monopólio Permanece o Ideal Competitivo Mercados em Oligopólio: Hipótese Concentração-Coalisão Quanto menos participantes de um mercado, maior a possibilidade de acordo entre as empresas O Equilíbrio do oligopólio se aproxima do monopólio Poder de Mercado Empresas Deparam-se com oligopólios e oligopsônios as forças de mercado não operam eficientemente os preços não conseguem alocar os recursos da forma mais eficiente precisam de uma ajuda : contratos, instituições, intervenção... 1
2 O escopo da OI Entender três questões principais: 1. Por que os mercados são estruturados e organizados de certa maneira 2. Como o modo de organização dos mercados afetam o comportamento das suas firmas e o seu desempenho 3. Como o comportamento das firmas influencia a estrutura e a organização dos mercados e o seu desempenho O escopo da OI 1. Por que os mercados são estruturados e organizados de certa maneira? -Quais são os Limites da Firma? O que determina a extensão das atividades de produção da firma? Integração Vertical Terceirização Restrição vertical - Concentração: número e distribuição de vendedores de um mercado Por que tantos produtores de trigo e poucas montadoras de automóveis? - Diferenciação de produto: Por que tantas marcas diferentes : Cereais, sabão em pó, bebidas - Condições de entrada: Barreiras à entrada O escopo da OI 2. Como o modo de organização dos mercados afeta o comportamento das firmas e o seu desempenho? a) Como a concentração da produção afeta a determinação de preço e oferta dos mercados b) Formação de preços c) Diferenciação de produtos (competição extrapreço) d) Estratégia das empresas: - Decisões que têm implicações de longo prazo sobre a estrutura de mercado: - estratégias que criam poder de mercado e rendas monopolísticas - Estratégias que detém que novas firmas entrem no mercado O escopo da OI 3. Como o comportamento das firmas influencia a estrutura e a organização dos mercados e o seu desempenho? a) Quais os efeitos da conduta da firma sobre a estrutura de mercado? b) Quais as estratégias adotadas pelas firmas para mudar a estrutura do mercado e então sua conduta? Questões centrais: Estratégias para expulsar as firmas e conseguir posição de monopólio Estratégias para impedir que novas firmas entrem cartéis Antecedentes da OI críticas à teoria da firma buscava-se uma teoria que explicasse as circunstâncias reinantes nas primeiras décadas do século, especialmente nos USA: grandes corporações industriais preocupações de política com a concentração de mercados regulamentação de monopólios naturais consolidação das políticas antitruste POLITICA ANTITRUSTE E OI Dois grupos principais se antagonizavam na discussão ao Sherman Act e em momentos históricos posteriores: Necessidade da efetiva proteção dos consumidores Empresas com poder de mercado irão implementar condutas anticompetitivas Posteriormente: Escola de Harvard Qualquer lei restritiva da livre concorrência teria por conseqüência manter no mercado empresas ineficientes (...) Antitruste reprimi o progresso Posteriormente: Escola de Chicago 2
3 Escola de Harvard (anos 50) - abordagem estruturalista ü preocupa-se, sobretudo, com o aumento da concentração do mercado e com a presença de barreiras à entrada; ü a concentração é a variável-chave; ü a conduta do agente econômico está diretamente ligado à estrutura de mercado (modelo E-C-D) Escola de Chicago ü considera que a concentração em si não é um mal, desde que seja vista em termos da eficiência econômica (produção ao menor custo) ü estruturas concentradas, se resultarem em uma economia de recursos que compense seus efeitos anticompetitivos, não podem ser consideradas ineficientes Como os órgão antitrustes lidam com essa duas abordagens? - tendem a avaliar não somente os efeitos anticompetitivos derivados concentração de mercado (abordagem ECD), mas também os potenciais impactos em termos de ganhos de eficiência (abordagem da escola de Chicago). Análise do efeito líquido Teorias normativas de regulamentação: padrão de referência é o mercado competitivo mercados livres, sob a hipótese de concorrência perfeita, produzem a quantidade de bens que maximiza os excedentes do produtor e do consumidor USA: A origem entre 1887 e 1915: surgem as leis antitrustes e as agências reguladoras federais Nome Organização Industrial: surge em Harvard tradição interdisciplinar: advogados, administradores, economistas cursos de caráter institucional: utilidades públicas, trustes, corporações, organização financeira, etc. 1932: The Modern Corporation and Private Property empresa é formadora de preços e não tomadora de preços 1941: American Economic Association (AEA) reconhece a OI como uma subdivisão da Economia 1 a FASE Mason (1939, AER): Price production policies of largescale enterprise Verificar a existência de relação entre o tamanho das firmas e as políticas de preços adotadas A teoria econômica existente não permitia a verificação do exercício de poder de monopólio, pois não eram aplicáveis na prática A partir dos dados das grandes corporações americanas e de produtos de algumas indústrias, estudou os fatores que influenciavam a formação dos referidos preços Definiu mercado, estrutura de mercado, preços administrados, e vários elementos usados posteriormentee no paradigma E-C-D 3
4 1 a FASE Mason (1939, AER): forte ênfase empírica Definiu campo aplicação da OI Identificou fatores importantes para explicar a política de preços das grandes corporações Considerou que a complexidade organizacional também influencia as políticas de preços e desempenho das firmas mudança do foco da análise: da firma para a indústria (concorrentes do lado da oferta) base do paradigma E-C-D 2 a FASE: Anos 50/70 Bain, Sherer: ênfase na relação estruturadesempenho (não inclui conduta) passa dos estudos de casos para os estudos empíricos econométricos: interindustriais/ setoriais associar desempenhos diferentes com estruturas de mercado diferentes compara indústrias diferentes Menos variáveis tamanho e distribuição das empresas condições de entrada diferenciação de produto 2 a FASE: Anos 60/80 Modelo Estrutura - Conduta Desempenho (Sherer) Estabelece-se que existe uma relação causal entre a estrutura de um mercado, a conduta da firma e o desempenho do mesmo Idéia básica: estabelecer relações entre as variáveis estruturais e e o desempenho de mercado que se sustente entre as indústrias Estudos empíricos atuais: medida de desempenho que tem-se procurado é o Poder de Mercado Nova Organização Industrial Final anos 70: redução importância E-C-D Grande debate sobre o significado da regularidade empírica (E D) Ênfase: desenvolvimento modelos de comportamento (conduta) 3 a FASE: Anos 80 Sherer tem papel importante volta à ênfase nos modelos teóricos microeconômicos modelos não pretendem ser gerais, e sim específicos para cada situação insatisfação teórica: limites da análise empírica em prover modelos teóricos formais não se construiu uma teoria do oligopólio ainda se usa a teoria do monopólio desenvolvimento da Teoria dos Jogos análise do comportamento estratégico das firmas mantém a preocupação com a política antitruste e regulamentação de mercados a) Chicago - UCLA (estudos iniciam-se nos anos 70) emergem as questões de eficiência econômica Hipóteses: causação: desempenho estrutura Se as empresas maiores são mais eficientes não há motivos para puní-las único motivo para preocupação com concentração é a coalizão fraca e transitória (dilema do prisioneiro) lucros do monopólio são perdidos na busca do poder de monopólio 4
5 Década de 80: competitividade das empresas americanas frente à concorrência internacional (japonesas e européias) era baixa Questões eficiência tornam-se importantes Novas teorias abrandam legislação antitruste b) Teoria dos Mercados Contestáveis Baumol, Panzar e Willig (1982) hipótese: mesmo estruturas concentradas podem ter resultados próximos aos da concorrência se não existem barreiras à entrada e à saída papel da concorrência potencial concorrentes efetivos x concorrentes potenciais a competição potencial tem o papel da mão invisível de Adam Smith c) Teoria dos Jogos (Oligopólios) tem tido importância crescente, a partir dos modelos de jogos não cooperativos: Ferramenta usada para modelar o comportamento dos agentes (indivíduos, firmas) quando o payoff da escolha depende das escolhas feitas pelos outros indivíduos A escolha ótima de um agente depende de suas expectativas sobre as escolhas que os outros que estão no mesmo jogo farão modela a competição entre as firmas como um jogo de estratégias (ou plano de batalhas) que descrevem o comportamento de cada firma b) Teoria dos Jogos (Tirole, 1988) Usa a teoria dos jogos para analisar comportamento estratégico entre as firmas Encontra resultados que se aproximam da concorrência perfeita até o monopólio Sherer: mercados monopólicos apresentam os mais variados desempenhos OI Empírica Estudos mais recentes: OI Empírica Focados diretamente em medir: Desempenho Poder de mercado Análise das relações entre variações na demanda e variações nos preços Estimar Funções demanda, custo Inferir comportamento do oligopólio ABORDAGENS ALTERNATIVAS não fazem parte do corpo principal da OI centradas na firma, não no mercado ambiente: racionalidade limitada teorias gerenciais: motivação das grandes corporações teorias comportamentais: processo de tomada de decisão teorias de crescimento das firmas teorias dos contratos/custos de transação 5
6 Ambiente Organizacional: Associações, Informação, Pesquisa, Finanças, Cooperativas, Firmas Ambiente Institucional: Cultura, Tradições, Educação, Costumes Instituições e Organizações Diversos autores passaram a considerar a importância das instituições e das organizações no desenvolvimento econômico não são neutros em relação à alocação dos recursos Instituições - Sistema Legal - Sistema defesa da Concorrência - Códigos de ética - Legislação trabalhista - Direitos de propriedade Organizações - Sindicatos - Instituições de pesquisa - Associações de classe - etc Sistemas Produtivos e Transações Típicas Consumidor Distribuição Varejo Distribuição Atacado Indústria Alimentos e Fibras Agricultura Insumos T 5 T 4 T 3 T 2 T 1 Elementos de OI Como cada elo é organizado? Estruturas de mercado Barreiras à entrada e à saída Conduta (fixação de preços, investimentos em P&D, formação de cartel, investimentos em propaganda) Desempenho (lucro, margens, inovação) Empresas podem exercer Poder de Mercado? Elementos de NEI Economia dos Custos de Transação Como os elos se relacionam? Compram spots? Contratos? Estratégias conjuntas? IV Ambiente Institucional Como as instituições existentes influenciam o desempenho do sistema? E as organizações? 6
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