2012/2013. Projeto de Geologia: Recursos, Riscos e Património. Maio de Turma A 11.ºAno. Inês Alves Mariana Gomes Stanislav Tsisar
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1 2012/2013 Projeto de Geologia: Recursos, Riscos e Património Maio de 2013 Turma A 11.ºAno Inês Alves Mariana Gomes Stanislav Tsisar
2 Recurso geológico Água da fonte de Vale da Mó A água mineral das Termas de Vale da Mó é uma água que nasce bacteriologicamente pura, sem cheiro e de sabor ligeiramente férreo, é um recurso renovável pois está constantemente a ser reposta na natureza (ciclo da água). Através das análises químicas que realizámos no departamento de Geociências da Universidade de Aveiro, pudemos concluir que a água da fonte de Vale da Mó é uma água bicarbonatada magnesiana ferruginosa, daí o seu sabor ferroso e a sua coloração amarelada (aspetos analisados no local), com baixo teor de iões cálcio (4,4 mg/l) e com uma dureza de 210 mg de CaCO 3 por litro de água. A análise da dureza da água permite-nos classificar a água da fonte de vale da Mó como sendo uma água dura. A dureza da água deve ser resultado da elevada concentração de iões ferro e magnésio, uma vez que a concentração de iões cálcio é baixa. Esta água está identificada como uma água apropriada para o tratamento de anemias e outras doenças provocadas por carência de Ferro, doenças Gastro hepáticas e anorexias, sendo estes tratamentos efetuados por ingestão da mesma, no entanto, as análises por nós efetuadas mostram que pelo facto da concentração de iões ferro ultrapassar os níveis aconselhados e de ser uma água dura não é aconselhado ingerir grandes quantidades da mesma, se esta ingestão não for aconselhada e supervisionada por um médico. A água da fonte de Vale da Mó trata-se de uma representante única deste tipo no património hidrológico português.
3 Risco Natural Zonas de Vertente As zonas de vertente são um risco geológico muito comum em Portugal, quer tenham origem em processos geodinâmicos naturais, como a erosão de encostas ou elevação de terrenos devido ao movimento tectónico, quer tenham origem humana durante a remoção de terrenos para a construção de infraestruturas. Associados com o mau ordenamento do território, os movimentos em massas ou a queda de blocos podem ter uma consequência desastrosa nas construções humanas e eventualmente perdas de vida dos habitantes de locais próximos as zonas de risco. Um exemplo de zonas de vertente são as que se podem ver nas imagens 1 e 2, localizadas no concelho de Anadia. Uma zona de vertente é um tipo de relevo geológico, com inclinação variável, muito exposta aos agentes de meteorização e erosão. Condicionado por vários fatores, um fenómeno de deslizamento de terras (movimento de massas) pode ocorrer. Esses fatores podem estar associados as características da própria vertente ou a condições externas. Assim, a possibilidade de ocorrência de um acidente está relacionada com a direção da inclinação das camadas da vertente, o tipo de rocha que compõem as camadas da vertente, assim como o grau de deformação e fratura das camadas, e com a presença ou ausência de vegetação na superfície da vertente. Necessariamente, fatores externos podem funcionar como desencadeadores do deslizamento de terra. Entre eles existem fatores permanentes: a força gravítica e a inclinação das camadas; e fatores repentinos e variáveis no tempo: a temperatura (cuja variação pode criar fraturas nas rochas), a precipitação, sismos ou vibrações de qualquer espécie. Portanto, uma zona de vertente considera-se como uma zona de risco geológico se possuir uma grande inclinação, se for constituída por rochas maioritariamente permeáveis, se tiver um alto grau de degradação, se possuir as camadas orientadas no sentido da vertente e se não for arborizada. Neste tipo de vertente as constantes precipitações, ou vibrações de qualquer espécie podem desencadear um deslizamento de terra ou a queda de blocos (sendo esta comum em vertentes com alto grau de deterioração das camadas). O Homem pode contribuir para a instabilidade da vertente ao remover a vegetação, que fixa as camadas e diminui a escorrência de água na vertente. No entanto, o ser humano desenvolveu um conjunto de técnicas que permitem 1- Zona de Vertente junto de Boiça (Vila Nova de Monsarros) 2-Zona de Vertente junto a Algeriz estabilizar as camadas da vertente. De entre elas estão os muros de gabiões, os sistemas de drenagem e as técnicas de pregagem que permitem estabilizar as camadas da vertente ou diminuir o impacto de eventuais catástrofes geológicas.
4 Geo-sítio Termas do Vale da Mó Caraterização deste geo-sítio: Local: Vale da Mó Concelho: Anadia Distrito: Aveiro Folhas 1:50 000: 16-D, Anadia Importância: Nacional Classificação: Paisagem - Termas Interesse Interesse Mineralogia/Petrografia Paleontologia Hidrogeologia Tectónico Geomorfológico/ Paisagístico Importância Baixa Baixa As termas situam-se num terreno entre pinheiros, com um solo coberto da mais variada vegetação, tornando o Vale da Mó num lugar agradável para tratamento das doenças e repouso. A água férrea existente nestas termas ajuda no tratamento de doenças do sangue, principalmente anemias; doenças gastro hepáticas, como é o caso da clorose e anorexias. O que torna a água num meio terapêutico muito utilizado. Este tratamento deverá ser feito por cinco bebidas de água diárias, com intervalos de vinte minutos, durante a manhã e a tarde, variando de quatorze a vinte e um dias. Quanto à sua época termal, esta decorre de 1 de Junho a 31 de Outubro. É um lugar que tem, também, uma grande utilidade para o estudo da geologia, visto que é constituído por rochas metamórficas, nomeadamente xistos. Mas é conjuntamente um espaço que trás muitas vantagens, segundo o seu ponto de vista turístico.
5 Bibliografia: LNEG, Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia. Geoportal. Geo-Sítios, Visualizador de Mapas. [consult. 11 Maio 2013]. Disponível em www:<url: >. LNEG, Laboratório Nacional de Engenharia e Geologia. Geoportal. Geo-Sítios, Inventário de Sítios com Interesse Geológico. [em linha]. [consult. 11 Maio 2013]. Disponível em www:<url: Câmara Municipal de Anadia. Turismo. Termas. Termas de Vale da Mó. [consult. 11 Maio 2013]. Disponível em www:<url: 8>. Terra, Universo de Vida; SILVA, Amparo, SANTOS, Maria, e outros; 2ªparte Geologia 11.ºano; primeira edição 2009; Porto Editora; pp.26 a 32.
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