PUC - CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS FACULDADES DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENGENHARIA CIVIL HIDROLOGIA.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PUC - CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS FACULDADES DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENGENHARIA CIVIL HIDROLOGIA."

Transcrição

1 1 PUC - CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS, AMBIENTAIS E DE TECNOLOGIAS FACULDADES DE ENGENHARIA AMBIENTAL E ENGENHARIA CIVIL HIDROLOGIA Parte I

2 2 1. INTRODUÇÃO HIDROLOGIA : Ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e distribuição; suas propriedades físicas e químicas e sua relação com o meio ambiente, incluindo a relação com as formas vivas. ( CHOW, 1959 ) Áreas de subdivisão da Hidrologia : Hidrometeorologia : compreende os processos hidrológicos que ocorrem na atmosfera e afetam a ocorrência d água na Terra. Limnologia : trata do estudo dos lagos e reservatórios. Potamologia : estudo dos arroios e rios. Glaciologia : estudo da ocorrência de neve e gelo na natureza. Hidrogeologia : estudo das águas subterrâneas. HIDROLOGIA APLICADA : consolidou-se apenas na segunda metade do século passado, e está voltada para os diferentes problemas que envolvem a utilização dos recursos hídricos, a preservação do meio ambiente e a ocupação da bacia. No Brasil, as principais áreas de desenvolvimento da Hidrologia estão: Planejamento e Gerenciamento da bacia hidrográfica - o desenvolvimento das principais bacias quanto ao planejamento e controle do uso dos recursos naturais, requer uma ação pública e privada coordenada. Drenagem Urbana - 80% da população ocupa o espaço urbano, com consequente produção de sedimentos, enchentes e alteração da qualidade das águas. Energia Hidrelétrica - representa 92% de toda energia produzida no Brasil, e o potencial hidrelétrico ainda existente é bastante significativo. Uso do solo rural - a expansão das fronteiras agrícolas e o intenso uso agrícola do solo gera impactos na produção de sedimentos resultando em perda de solo fértil e assoreamento dos rios. Qualidade da água - despejos domésticos, industriais e de pesticidas de uso agrícola. Abastecimento de água - farta em grande parte do país, mas com limitações no Nordeste. As grandes concentrações urbanas e a redução da qualidade têm apresentado limitações de disponibilidade de água.

3 3 Irrigação - o aumento de produtividade agrícola passa pelo aumento de irrigação em grande parte do país. Navegação - pequena mas com grande potencial, principalmente nos rios Jacuí(RS), Tietê/Paraná, São Francisco e na Amazônia. ( disponibilidade para calado, previsão de níveis, planejamento e operação de obras hidráulicas). 2. CICLO HIDROLÓGICO 2.1 DEFINIÇÃO Fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre. ( Fig. 1 ) Tal fenômeno só é fechado a nível global; os volumes evaporados em um determinado local não precipitam necessariamente no mesmo local, porque há movimentos continuos, com dinâmicas diferentes na atmosfera e na superfície terrestre.

4 4 2.2 ATMOSFERA Envoltória da superfície terrestre que é subdividida em: -Troposfera : camada inferior de 8 a 16 Km de espessura, contém 90% da umidade atmosférica. -Estratosfera : camada superior com 40 a 70 Km de espessura, contém a camada de ozônio, que é a reguladora da radiação solar. 2.3 DISPONIBILIDADE HÍDRICA Volume de água no planeta = 1,4 bilhões Km3, dos quais : * 97% de água salgada ( oceanos )...1,358 bilhões de km3 * 03% de água doce... 0,042 bilhões de km3 A parcela de água doce está assim distribuída : 77,2% geleiras ; 22,4% subterrânea; 0,35% lagos e pântanos ; 0,04% atmosfera e 0,01% rios 3. BACIA HIDROGRÁFICA 3.1 CONCEITO O ciclo hdrológico é normalmente estudado com maior interesse na fase terrestre, onde o elemento fundamental de análise é a bacia hidrográfica. A bacia hidrográfica é uma área de captação natural da água da precipitação; uma área definida topograficamente, drenada por um curso d água ou um sistema conectado de cursos d água tal que, toda vazão efluente seja descarregada através de uma simples saída (Viessman). ou porção da superfície terrestre que tem uma única saída para águas que nela escoam superficialmente. 3.2 COMPONENTES DA BACIA HIDROGRÁFICA Divisor Superficial ou Topográfico Linha de separação que divide as precipitações que caem em bacias vizinhas e que encaminha o escoamento superficial resultante para um outro sistema fluvial. A bacia hidrográfica é necessariamente contornada por um divisor. Os terrenos de uma bacia são delimitados por dois tipos de divisores de água:

5 5 o topográfico ou superficial o freático ou subterrâneo ( condicionado pela estrutura geológica dos terrenos e também influenciado pela topografia ) As áreas demarcadas por esses divisores, dificilmente coincidem exatamente, portanto considera-se que a área da bacia de drenagem é aquela determinada pelo divisor superficial. Deflúvio: Volume total de água por unidade de tempo em uma determinada seção transversal do curso d água principal. O deflúvio de uma bacia é composto por escoamento superficial, escoamento subsuperficial e escoamento subterrâneo. 3.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA BACIA HIDROGRÁFICA São elementos de grande importância no seu comportamento hidrológico, existindo uma estreita correspondência entre o regime hidrológico e as características físicas da bacia. Se estabelecermos relações e comparação entre os dados físicos e os dados hidrológicos conhecidos de uma bacia, podemos determinar indiretamente valores hidrológicos em locais de interesse nos quais faltem dados, ou em regiões onde não existam estações hidrométricas:

6 6 Área de drenagem ( km2) Forma da bacia ( importante para hidrograma de escoamento superficial, devido sua influência no tempo de concentração - Fig. 2 ) Sistema de drenagem Ordem dos cursos d água - classificação que reflete o grau de ramificação ou bifurcação dentro de uma bacia ( Horton) Densidade de drenagem - fornece indicação da eficiência de drenagem da bacia. Densidade de cursos d água. Índice de Conformação - fornece indicação quanto a potencialidade de produção de picos de vazões elevados. Características do relevo têm grande influência sobre os fatores meteorológicos e hidrológicos, pois a velocidade do escoamento superficial é determinada pela declividade do terreno, enquanto a temperatura, precipitação e evaporação são funções da altitude da bacia. ( Complementando este sub-item veja Exercício no. 1 ) 3.4 CLASSIFICAÇÃO DOS CURSOS D ÁGUA PERENES Contém água durante todo tempo, o lençol subterrâneo mantém uma alimentação contínua e não desce abaixo do leito do curso d água, mesmo durante as secas mais intensas. INTERMITENTES Geralmente escoam durante as estações de chuva e secam nas estiagens, quando o lençol freático se encontra em nível inferior ao leito do rio. EFÊMEROS Existem apenas durante ou imediatamente após os períodos de precipitação e só transportam escoamento superficial. A superfície freática encontra-se sempre a um nível inferior ao do leito fluvial, não havendo portanto possibilidade de deflúvio subterrâneo. 4. PRECIPITAÇÃO 4.1 INTRODUÇÃO Precipitação é a água proveniente do vapor de água da atmosfera, depositada na superfície terrestre na forma de chuva, orvalho, granizo, neblina, neve ou geada.

7 7 A disponibilidade de precipitação numa bacia durante o ano é o fator determinante para quantificar, entre outros a necessidade de irrigação de culturas e o abastecimento de água doméstico e industrial. A determinação da intensidade da precipitação é importante para o controle de inundação e a erosão do solo. Por sua capacidade para produzir escoamento, a chuva é o tipo de precipitação mais importante na hidrologia. A características principais da precipitação são: o seu total, duração e distribuições temporal e espacial. O total precipitado não tem significado se não estiver ligado a uma duração. Por exemplo, 100 mm pode ser pouco em um mês, mas é muito em um dia ou, ainda mais, em algumas horas. A ocorrência da precipitação é um processo aleatório que não permite uma previsão determinística com grande antecedência, portanto o tratamento dos dados de precipitação para a maioria dos problemas hidrológicos é estatístico. 4.2 FORMAÇÃO DAS CHUVAS O elemento básico para formação das precipitações é a umidade atmostérica. Assim, o ar úmido das camadas baixas da atmosfera sendo aquecido por condução térmica, torna-se mais leve que o ar das vizinhanças e sofre uma ascensão adiabática. Com essa ascensão, a massa de ar úmido é então resfriada e pode atingir seu ponto de saturação. Nesse nível ocorre a condensação do vapor d água na forma de minúsculas gotas que são mantidas em suspensão ( nuvens ou nevoeiros) até ganhar peso o suficiente para precipitar. Portanto, as condições para formação de chuva são: a. Presença de vapor de água b. Resfriamento da massa de ar para que haja condensação do vapor c. Aumento das gotículas para obter peso a fim de vencer a resistência atmosférica (coalescência ). 4.3 TIPOS DE CHUVA O que vai caracterizar os diversos tipos de chuva é o mecanismo pelo qual se produz a ascensão do ar úmido. Esta ascensão pode ser devida a convecção térmica, ao relevo ou a ação frontal de massas. a ) CHUVA OROGRÁFICA OU DE RELEVO Chuvas que ocorrem quando o ar quente e úmido soprado do oceano para o continente encontra uma barreira física ( montanha ), eleva-se e resfria-se adiabaticamente havendo condensação de vapor, formação de nuvens e ocorrência de chuvas. (Ex. Serra do Mar ). baixa intensidade longa duração relativamente homogênea

8 8 b ) CONVECTIVA São chuvas típicas de países tropicais, essas chuvas são provocadas pela ascensão brusca de ar devido ao forte aquecimento da superfície e às diferenças de temperatura na camada próxima da atmosfera. Esta ascensão promove um forte resfriamento das massas de ar que se condensam rapidamente. grande intensidade curta duração abrange pequenas áreas São chamadas chuvas de verão, ocorrem nos dias de maior insolação e geralmente no final do dia. São acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento. Estas chuvas são de grande importância no desenvolvimento de projetos em pequenas bacias e também nas obras de drenagem urbana. c ) FRONTAL OU CICLÔNICA Estas chuvas estão associadas a interação de massas de ar quentes e frias que se deslocam de regiões de alta pressão para regiões de baixa pressão. Essas diferenças de pressão são causadas por aquecimento desigual da superfície terrestre. As frentes podem ser quentes ou frias. No Brasil predominam as frentes frias vindas do Hemisfério Sul. média intensidade longa duração abrange grandes áreas São importantes no desenvolvimento e manejo de projetos em grandes bacias hidrográficas (navegação, geração de energia). 4.4 GRANDEZAS PLUVIOMÉTRICAS Exprime-se quantidade de chuva através da altura de água caída e acumulada sobre uma superfície plana e impermeável. A unidade habitual é o milímetro de chuva, definido como a quantidade de precipitação correspondente ao volume de l litro por metro quadrado de superfície. ALTURA P ( mm ) A duração da chuva é o tempo decorrido entre o seu início e seu término. DURAÇÃO t ( horas ou minutos ) A relação entre a quantidade de chuva e a sua duração representa sua intensidade média. A intensidade de uma precipitação apresenta variabilidade temporal, mas para análise dos processos hidrológicos, geralmente são definidos intervalos de tempo nos quais é considerada constante. INTENSIDADE i = P/ t ( mm/hora ou mm/min )

9 9 4.5 FREQUÊNCIA DE PROBABILIDADE Nas análises das alturas pluviométricas ou das intensidades máximas a observação do número médio de anos durante o qual espera-se que a precipitação analisada seja igualada ou superada é definido como Tempo de recorrência ( Tr ) ou Período de retorno. O inverso do tempo de recorrência é a probabilidade de um fenômeno igual ou superior ao analisado se apresentar em um ano qualquer ( probabilidade anual ). O mesmo princípio vale para valores de precipitação mínimos. 4.6 AQUISIÇÃO DE DADOS DE PRECIPITAÇÃO Existem duas maneiras de medir a chuva: pontualmente, com pluviômetros e pluviógrafos; espacialmente, com radares PLUVIÔMETRO É um recipiente, que colhe a água precipitada, de volume suficiente para conter as grandes precipitações dentro do intervalo de tempo definido entre cada observação (leitura em geral a cada 24 horas). Na parte superior deste recipiente é colocado um funil com um anel receptor que define a área de interceptação ( Fig. 3 ). Esta área pode ser de 100, 200, 314, 400 ou 1000 cm2. A princípio o resultado não depende da área, devendo haver o cuidado de não se enganar no cálculo da lâmina precipitada: P = 10 V ( 4.1 ) A onde P = precipitação acumulada em milímetros V = volume recolhido em cm3 ou ml A = área de interceptação do anel em cm2 Existem provetas calibradas diretamente em milímetros para medir o volume de água coletado no pluviômetro, com precisão de medição de décimo de milímetro. Instalação de um pluviômetro: instalados a 1,5m do solo. longe de vegetação ( distância D > 2h, sendo h altura entre o topo do aparelho e o limite superior da copa da vegetação ) treina-se operador para leituras diárias pela manhã ( às 7:00h )

10 10 anotação em papeleta própria para escritório no escritório faz-se consistência dos dados de campo PLUVIÓGRAFO Trata-se de um aparelho composto de recipiente de coleta e registro automático da quantidade de água precipitada no decorrer do tempo. Existe uma grande variedade de aparelhos, usando princípios diferentes para medir e gravar continuamente as precipitações. (Fig. 4 a, 4 b ) Medições : as principais técnicas encontradas são de a) cubas basculantes; b) reservatório com bóia e sifão; c) pesagem de um reservatório suspenso e sifão. Gravação: as formas de gravação da informação podem ser a) escrita em suporte de papel ( tambor de 24 horas até 8 dias ou rolo de 1 mês até 6 meses ) ; b) memorizada em suporte eletrônico ou magnético; c) transmitida em tempo real sistema de coleta e registro conectados a sistema de relojoaria

11 11 Figura 5 Pluviograma não é necessário operador diariamente vantagens em relação ao pluviômetro ( registra a duração e quantidade precipitada de cada episódio chuvoso, têm-se a intensidade média e também o período de maior intensidade). Transmissão do registro: os registros podem ser transmitidos de forma a) manual com suporte móveis; b) a cabo via telefone ou informática; c) sem cabo via sinal de rádio terrestre ou satélite.

12 PLUVIOGRAMAS Pluviogramas são os gráficos produzidos pelos pluviógrafos de peso e de flutuador. No eixo das abcissas têm-se as horas do dia e a ordenada corresponde à altura de precipitação acumulada. ( Fig. 5 ) 4.7 IETOGRAMAS São gráficos de barras, nos quais a abcissa representa a escala de tempo e a ordenada a altura de precipitação. Sua apresentação é na forma de barras onde a altura de cada barra representa a precipitação total ocorrida naquele intervalo de tempo. Os ietogramas são gráficos montados a partir dos pluviogramas produzidos pelos pluviógrafos ou a partir dos dados obtidos dos pluviômetros. ( Fig. 6 ) Ietograma 6,00 5,00 4,00 P(mm) 3,00 2,00 1,00 0, tempo ( h ) S FIGURA 6 - EXEMPLO DE UM IETOGRAMA 4.8 PROCESSAMENTO DOS DADOS PLUVIOMÉTRICOS Cada posto pluviométrico tem o registro de dados arquivado individualmente após serem feitas análise de consistência: Detecção de erros grosseiros : marcações em dias que não existem (ex. 31 de junho); quantidades absurdas 800 mm em um dia; erros de transcrição (ex. 0,25 mm em vez de 2.5 mm ). No caso dos pluviógrafos, para verificar se não houve defeitos mecânicos ou na sifongem, compara-se o total registrados durante 24 horas e compara-se com a leitura de um dia do pluviômetro que fica instalado ao lado.

13 13 Prenchimento de falhas : no caso de ocorrer dias sem observação por danos no aparelho ou impedimentos do observador, utiliza-se os dados de outros postos próximos ( pelo menos três ) da seguinte forma: Método de ponderação regional Px = 1 ( Nx Pa + Nx Pb + Nx Pc ) (4.2) 3 Na Nb Nc onde Px é o valor de chuva que se quer determinar no posto x, Nx é a precipitação média anual do posto x, Na, Nb, Nc são as precipitações médias anuais nos postos vizinhos Pa, Pb, Pc são as precipitações observadas na data que o posto x falhou. Método de regressão linear Um método mais aprimorado consiste em utilizar a regressão linear simples. Neste método, as precipitações do posto com falhas e de um posto vizinho são correlacionadas no seu período comum, tendo-se então uma equação de correlação. As estimativas dos parâmetros desta equação podem ser obtidas graficamente (intercepção e inclinação da reta ) ou através do critério de mínimos quadrados. No primeiro caso, são plotados num gráfico cartesiano os valores correspondentes dos dois postos e traçada uma reta que dê o melhor ajuste à nuvem de pontos. 4.9 PRECIPITAÇÃO MÉDIA SOBRE UMA ÁREA Para calcular a precipitação média sobre uma superfície qualquer, é necessário utilizar os dados pluviométricos constantes dentro dessa superfície e nas suas vizinhanças. Os métodos usuais são : Método da média aritmética Admite-se que todos pluviômetros têm o mesmo peso. A precipitação média é então calculada com a média aritmética dos valores medidos: Pm = 1/n. Σ Pi, onde (4.3) Pm é a precipitação média na área em mm Pi a precipitação média no inésimo pluviômetro n o número de pluviômetros Este método é aplicável apenas em regiões com pequenas variações de pluviosidade, como áreas planas com variação gradual e suave do gradiente pluviométrico e com um número bastante grande de postos.

14 14 Método de Thiessen Este método considera a não uniformidade da distribuição espacial dos postos, mas não leva em conta o relevo da bacia. O método ( Fig. 7 ) consiste em : a) ligar os postos por segmentos de reta sem cruzá-las b) traçar a mediatriz destes segmentos c) prolongar a mediatrizes até encontrar outra do segmento vizinho Dessa forma estabelece-se a área de influência de cada posto, e a precipitação média é calculada por: Pm = 1/A. Σ Ai. Pi, onde : ( 4.4 ) Ai é a área de influência do posto i ; Pi a precipitação registrada no posto ; A é a área total da bacia

15 15 Método das Isoietas As isoietas são linhas de igual precipitação que podem ser traçadas para um evento chuvoso ou para uma duração específica. O método ( Fig. 8 ) consiste em : a) localize os postos no mapa da região e escreva o total precipitado para o período escolhido ao lado de cada posto; b) esboce linhas de igual precipitação; c) ajuste estas linhas por interpolação entre os pontos d) utilize um mapa de relevo, superponha com o mapa de isoietas e faça um ajuste das isoietas com o relevo. Para se obter a precipitação planimetra-se a área entre as isoietas ( A i, i+1 ), multiplica-se pela média das precipitações entre as isoietas, ( Pi + Pi+1) / 2 soma-se todos os produtos e divide-se pela área total. Pm = 1/A. { Σ A i, i+1. [ ( Pi + Pi+1) / 2 ] } ( 4.5 ) 4.10 ANÁLISE DE FREQUÊNCIA DE SÉRIES MENSAIS E ANUAIS A precipitação é um processo aleatório. As previsões de médio prazo, na maioria dos problemas, é realizada com base na estatística de eventos passados. Os estudos estatísticos permitem verificar com que frequência as precipitações ocorrem com uma dada magnitude, estimando-se as probabilidades teóricas de ocorrência das mesmas. No tratamento dos fenômenos hidrológicos naturais a estatística precedeu a teoria de probabilidades. Ou seja, os dados observados de determinado processo hidrológico foram reunidos por alguém formando uma amostra. Esta amostra foi submetida à análise estatística visando à definição de probabilidades de certos eventos. No campo da teoria de probabilidades foram desenvolvidos modelos teóricos de probabilidades para processos hipotéticos que tivessem determinadas características. Comparando-se as características do processo teórico com o do processo natural foi possível selecionar alguns modelos probabilísticos para ajustar esse processo. Para quantificar uma variável hidrológica deve-se levar em conta que os processos hidrológicos desenvolvem-se no tempo e no espaço. Assim, a chuva tem uma variação temporal e, por isso, uma variável que a quantifique deve assumir valores distintos ao longo do tempo. Ela varia também ao longo do espaço, ou seja, a variável que a representa deve assumir valores distintos em função das coordenadas do ponto geográfico de interesse. Para ser bastante preciso, haverá necessidade três coordenadas: latitude (x), longitude (y) e altitude(z). Introduzindo o tempo (t), a variável representativa do processo chuva deveria ter a seguinte notação P(x,y,z,t). Para facilitar a análise fixa-se o local em que o processo será estudado. O processo das precipitações em dado pluviômetro da cidade de Campinas, por exemplo, pode ser representado por uma variável P(t), já que apenas ao longo do tempo existe variabilidade significativa.

16 PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS A precipitação máxima é entendida como a ocorrência extrema, com duração, distribuição temporal e espacial crítica para uma área ou bacia hidrográfica. O estudo das precipitações máximas é um dos caminhos para conhecer-se a vazão de enchente de uma bacia. As precipitações máximas são tratadas pontualmente pelas curvas de intensidade, duração e frequência ( i x t x f ) e através da Precipitação Máxima Provável ( PMP ). Este último método é mais usado para grandes obras onde o risco de colapso da estrutura hidráulica deve ser mínimo. Determinação das curvas i-d-f em locais com dados pluviográficos. Para projetos de obras hidráulicas, tais como sistemas de drenagem, galerias pluviais, dimensionamento de bueiros, vertedores de barragens, entre outros, é necessário conhecer as três grandezas que caracterizam as precipitações máximas : intensidade, duração e frequência ( ou tempo de retorno ). A determinação da relação entre estas variáveis ( curvas i-d-f ) deve ser deduzida das observações das chuvas intensas durante um período de tempo longo ( série histórica ) dos eventos máximos do local. A principal metodologia que usa séries anuais baseia-se na seleção das maiores precipitações ocorridas, para uma duração estabelecida, em cada ano do período de observação disponível. A escolhas das durações depende da discretização dos dados e da representatividade desejada para a curva. Em geral são escolhidas as seguintes durações : 5, 10, 15, 30 e 60 minutos. A sequência a ser seguida é : a) para cada duração são obtidas as máximas precipitações ocorridas em cada ano com base nos dados do pluviógrafo. b) assim têm-se uma série histórica de precipitações máximas anuais para uma determinada duração. Esta série é ajustada a uma distribuição de extremos(gumbel, Log Normal, Weibull, etc ) onde teremos P x T. c) dividindo-se a precipitação pela duração obtém-se a intensidade. d) as curvas resultantes são a relação i-d-f. (Fig. 9) Relação intensidade,duração e frequência do local 1,6 i ( mm/ min ) 1,4 T = 2 anos 1,2 T = 10 anos 1 T = 50 anos 0,8 0,6 0,4 0, t ( horas ) Figura 9 - Exemplo de curvas i- d- f para uma determinada localidade

17 17 As curvas também podem ser expressas por equações genéricas que têm a seguinte forma: i = a. (T)** b ( 4.6 ) ( t + c) ** d onde i = intensidade ( mm/h ou mm/min ) T = período de recorrência ou tempo de retorno ( anos ) t = duração da chuva ( minutos ou horas ) a, b, c, d são parâmetros que devem ser determinados para cada local. Equação de chuva para Campinas ( Prof. Dirceu Brasil Vieira ) 0,1359 i = 2524,86. T i = mm/hora 0, 9483 T = anos T** 0, 007 t = minutos ( t + 20 ) Esta equação é válida para durações de até 120 minutos. Equação de chuva para São Paulo ( Prof. Antonio Garcia Occhipinti ) Para durações até 60 minutos 0,112 i = mm/min i = 27,96. T. T = anos 0,86. t = min 0,0144 T ( t + 15 ) Para durações superiores a 60 minutos 0,15 i = mm/hora i = 42,23. T T = anos 0,822 t = horas t

18 18 Equação de chuva para o Rio de Janeiro ( Eng. Ulisses Alcântara ) 0,15 i = T i = mm/hora 0,74 T = anos ( t + 20 ) t = minutos Para outras cidades brasileiras consultar : Otto Pfastetter em Chuvas Intensas no Brasil, Departamento Nacional de Obras de Saneamento, Ministério de Viação e Obras Públicas, Rio de Janeiro, Para outras cidades no estado de São Paulo : Magni, N.L.G. e Mero, F. Precipitações Intensas no estado de São Paulo, DAEE, boletim 4, São Paulo, ESTIMATIVA DAS RELAÇÕES I-D-F PARA LOCAIS SEM DADOS PLUVIOGRÁFICOS Método das relações de durações : este método baseia-se em características observadas nas curvas i-d-f correspondentes a postos localizados em diversas partes do mundo e as relações entre durações são obtidas segundo a expressão: r t1/t2 = intensidade de duração t1 intensidade de duração t2 = precipitação de duração t1 precipitação de duração t2 Os valores médios destas relações obtidos para o Brasil são : Relação Valores médios 5 min/ 30 min 0,37 10 min/30 min 0,54 15 min/30 min 0,70 20 min/ 30 min 0,81 25 min/ 30 min 0,91 30 min/ 1 hora 0,74 1hora / 24 horas 0,42 6 horas /24 horas 0,72 8 horas/ 24h 0,78 10h / 24h 0,82 12h / 24h 0,85 24h / 1 dia 1,14 para cidade de São Paulo 24h / 1 dia 1,10 para regiões com predominância de precipitações convectivas.

19 19 *Precipitação de 24 horas é o total máximo relativo a um período contínuo de 24 horas. *Precipitação de 1 dia é o valor compreendido entre dois períodos de observação. CETESB ( 1979 ) verificou que a média das chuvas de 1 dia e 2 dias de duração podem ser consideradas como uma estimativa bastante representativa de chuva de 24 horas, para a mesma frequência DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS PRECIPITAÇÕES MÁXIMAS Assim como a distribuição temporal, a distribuição espacial das precipitações máximas é um importante elemento para o projeto de obras de drenagem e controle de volumes escoados superficialmente. A distribuição espacial não apresenta necessariamente um padrão uniforme. Mas mesmo que o comportamento pluviométrico de determinada região seja homogêneo, para grandes áreas deve ser levado em conta o fato da precipitação média máxima ser menor que a pontual. Segundo Occhipinti ( 1989 ), pesquisas realizadas sobre chuvas extremas em diferentes pontos da Terra mostram que as alturas pluviométricas máximas variam com o inverso do quadrado da área sobre a qual a precipitação se distribui. O diagrama da Figura 10 pode ser usado para reduzir-se as alturas pluviométricas pontuais em função da área em estudo. Figura 10 Fator de redução das precipitações - KD

20 20 Bibliografia BARTH, F. T. et al. Modelos para Gerenciamento de Recursos Hídricos, São Paulo: Nobel:ABRH, LINSLEY, R.K. e FRANZINI, J. B. Engenharia de Recursos Hídricos, São Paulo: MacGraw-Hill do Brasil : EDUSP, TUCCI, C. E. M. (org.) Hidrologia : Ciência e Aplicação, Porto Alegre: Ed. da Universidade: ABRH: EDUSP, 1993.

HIDROLOGIA. Precipitação. Prof Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr.

HIDROLOGIA. Precipitação. Prof Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. HIDROLOGIA Precipitação Prof Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 2018 2.1 INTRODUÇÃO A precipitação constitui-se num dos principais componentes do ciclo hidrológico, representando a água que entra

Leia mais

CC54Z - Hidrologia. Precipitação: definição, métodos de medição e grandezas características. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

CC54Z - Hidrologia. Precipitação: definição, métodos de medição e grandezas características. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná CC54Z - Hidrologia Precipitação: definição, métodos de medição e grandezas características Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Objetivos da aula Definir a importância

Leia mais

HIDROLOGIA AULAS 04 E 05

HIDROLOGIA AULAS 04 E 05 HIDROLOGIA AULAS 04 E 05 5 semestre - Engenharia Civil Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br Exercício revisão (balanço hídrico) 1. A região da bacia hidrográfica do rio Taquari recebe precipitações

Leia mais

RECURSOS HÍDRICOS. Precipitação

RECURSOS HÍDRICOS. Precipitação RECURSOS HÍDRICOS Precipitação Precipitação Compreende todas formas de umidade vindas da atmosfera e depositadas na superfície terrestre. umidade atmosférica elemento fundamental para formação de precipitações

Leia mais

Formação das precipitações

Formação das precipitações 6.1. Definição A precipitação consiste no produto da condensação atmosférica depositado no solo. As formas mais comuns de precipitação entre outras são a chuva, a neve, o granizo e o orvalho. Formação

Leia mais

Precipitações Tipos, medição, interpretação, chuva média

Precipitações Tipos, medição, interpretação, chuva média Universidade de São Paulo PHA2307 Hidrologia Aplicada Escola Politécnica da Universidade de São Paulo Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental Precipitações Tipos, medição, interpretação, chuva

Leia mais

Professora: Amanara Potykytã de Sousa Dias Vieira HIDROLOGIA

Professora: Amanara Potykytã de Sousa Dias Vieira HIDROLOGIA Professora: Amanara Potykytã de Sousa Dias Vieira HIDROLOGIA O que é? Na hidrologia, estuda-se a água presente na natureza, buscando-se a quantificação do armazenamento e movimentação da água nos vários

Leia mais

Revendo a primeira aula

Revendo a primeira aula Revendo a primeira aula 1. Defina ciclo hidrológico 2. Comenta a seguinte afirmação: O PLANETA ESTÁ SECANDO 3. Quem é mais denso ar úmido ou o ar seco? Justifique 4. Defina bacia hidrográfica 5. O que

Leia mais

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO 1. CONCEITUE HIDROLOGIA? 2. QUAL A IMPORTÂNCIA DA HIDROLOGIA NA ENGENHARIA CIVIL? 3. ASSINALE

Leia mais

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A ROLI NA A. G H ELLI

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A ROLI NA A. G H ELLI Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil Hidrologia Aplicada PRECIPITAÇÃO C A ROLI NA A. G H ELLI 1 Objetivos 1.Conhecer o processo físico de formação das chuvas

Leia mais

Aula PRECIPITAÇÃO

Aula PRECIPITAÇÃO Aula 03 1. PRECIPITAÇÃO 1.1. Definição Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na superfície terrestre sob qualquer forma: chuva, granizo, neblina, neve,

Leia mais

CAPÍTULO II II. CHUVAS

CAPÍTULO II II. CHUVAS CAPÍTULO II II. CHUVAS II.1. Introdução As águas de drenagem superficial são fundamentalmente originárias de precipitações pluviométricas cujos possíveis transtornos que seriam provocados por estes escoamentos,

Leia mais

PRECIPITAÇÕES EXTREMAS

PRECIPITAÇÕES EXTREMAS GPA CIÊNCIAS AGRÁRIAS, BIOLÓGICAS E ENGENHARIAS PRECIPITAÇÕES EXTREMAS Eng. Walter Corrêa Carvalho Junior, Esp. Cálculos Pluviométricos; Conteúdo da Aula Cálculo de Chuvas Máximas (Eventos Extremos). Com

Leia mais

Hidrologia. 3 - Coleta de Dados de Interesse para a Hidrologia 3.1. Introdução 3.2. Sistemas clássicos Estações meteorológicas

Hidrologia. 3 - Coleta de Dados de Interesse para a Hidrologia 3.1. Introdução 3.2. Sistemas clássicos Estações meteorológicas Hidrologia 1 - Introdução 1.1. Generalidades 1.2. Ciclo hidrológico 1.3. Métodos de estudos 1.4. Exemplos de aplicações da hidrologia à engenharia 2 - Fundamentos Geofísicos da Hidrologia 2.1. A atmosfera

Leia mais

Precipitação I. Mario Thadeu Leme de Barros Renato Carlos Zambon

Precipitação I. Mario Thadeu Leme de Barros Renato Carlos Zambon Precipitação I Mario Thadeu Leme de Barros Renato Carlos Zambon Precipitações Fonte de água da bacia hidrográfica Condiciona o regime do rio (vazões médias, estiagens e cheias) Variações no tempo (sazonais,

Leia mais

HIDROLOGIA Prof. Antover Panazzolo Sarmento

HIDROLOGIA Prof. Antover Panazzolo Sarmento MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO ENGENHARIA CIVIL - HIDROLOGIA HIDROLOGIA Prof. Antover Panazzolo Sarmento MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL

Leia mais

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. REVISÃO PROVA 1º BIMESTRE Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. REVISÃO PROVA 1º BIMESTRE Profª. Priscila Pini HIDROLOGIA AULA 09 5 semestre - Engenharia Civil REVISÃO PROVA 1º BIMESTRE Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br AULA 2 Bacia Hidrográfica É a área de captação natural dos fluxos de água originados

Leia mais

1. PRECIPITAÇÃO 1.1. DEFINIÇÃO

1. PRECIPITAÇÃO 1.1. DEFINIÇÃO Capítulo Precipitação 1. PRECIPITAÇÃO 1.1. DEFINIÇÃO Precipitação, em Hidrologia, é o termo geral dado a todas as formas de água depositada na superfície terrestre e oriunda do vapor d água na atmosfera,

Leia mais

Hidrologia Aplicada - Profª Ticiana Marinho de Carvalho Studart. Introdução - Aula 02 - Pág. 15

Hidrologia Aplicada - Profª Ticiana Marinho de Carvalho Studart. Introdução - Aula 02 - Pág. 15 Introdução - Aula 02 - Pág. 15 Introdução - Aula 02 - Pág. 14 DIVISORES Primeiro passo - delimitação do seu contorno Linha de separação que divide as precipitações em bacias vizinhas SÃO 3 OS DIVISORES

Leia mais

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I 2016 PROF. M.Sc. Felipe Correa V. dos Santos Obs: Entregar no dia da avaliação de N1(antes de fazer a prova)

Leia mais

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça PRECIPITAÇÕES

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça PRECIPITAÇÕES Hidrologia e Drenagem Aula 3 1 ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça PRECIPITAÇÕES 1. Importância dos dados de chuva Exemplos:

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE GESTÃO E MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS CICLO HIDROLÓGICO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE GESTÃO E MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS CICLO HIDROLÓGICO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE GESTÃO E MANEJO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS CICLO HIDROLÓGICO SÃO CRISTÓVÃO - SETEMBRO 2011 CICLO HIDROLÓGICO O comportamento natural da água quanto à sua ocorrência, transformações

Leia mais

PRECIPITAÇÕES DEFINIÇÃO

PRECIPITAÇÕES DEFINIÇÃO PRECIPITAÇÕES José Antonio Tosta dos Reis Departamento de Engenharia Ambiental Universidade Federal do Espírito Santo DEFINIÇÃO Definição: água proveniente da condensação do vapor d água da atmosfera,

Leia mais

ATMOSFERA. Finalizada em 30/08/16.

ATMOSFERA. Finalizada em 30/08/16. ATMOSFERA Finalizada em 30/08/16. Precipitações Conceitos gerais Água proveniente do meio atmosférico que atinge a superfície. Tipos de precipitação: neblina, chuva, granizo, saraiva, orvalho, geada e

Leia mais

ENGENHARIA AGRONÔMICA HIDROLOGIA. Bacias Hidrográficas. Prof. Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 2018

ENGENHARIA AGRONÔMICA HIDROLOGIA. Bacias Hidrográficas. Prof. Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 2018 ENGENHARIA AGRONÔMICA HIDROLOGIA Bacias Hidrográficas Prof. Miguel Toledo del Pino, Eng. Agrícola Dr. 208. INTRODUÇÃO O ciclo hidrológico é normalmente estudado com maior interesse na fase terrestre, onde

Leia mais

ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA HIDROLOGIA. Hidrologia & Ciclo Hidrológico. Prof Miguel Angel Isaac Toledo del Pino CONCEITO ATUAL

ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA HIDROLOGIA. Hidrologia & Ciclo Hidrológico. Prof Miguel Angel Isaac Toledo del Pino CONCEITO ATUAL ENGENHARIA DE AGRIMENSURA E CARTOGRÁFICA HIDROLOGIA Hidrologia & Ciclo Hidrológico Prof Miguel Angel Isaac Toledo del Pino 2018 CONCEITO ATUAL É uma ciência aplicada que estuda a água na natureza, abrangendo

Leia mais

2.1. O CICLO HIDROLÓGICO: ALVO DOS ESTUDOS HIDROLÓGICOS

2.1. O CICLO HIDROLÓGICO: ALVO DOS ESTUDOS HIDROLÓGICOS ULA 2 CICLO HIDROLÓGICO BALANÇO HÍDRICO 2.1. O CICLO HIDROLÓGICO: ALVO DOS ESTUDOS HIDROLÓGICOS O ciclo hidrológico é o processo cíclico e contínuo de transporte das águas da Terra, interligando atmosfera,

Leia mais

PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA

PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA 1. Ciclo Hidrológico 2. A atmosfera da Terra a) AR SECO (CONSTITUIÇÃO FIXA, EM %): - Nitrogênio (N2): 78,084% - Oxigênio (O2): 20,948% - Argônio (Ar): 0,934%

Leia mais

Quantificação de grandezas Ambientais

Quantificação de grandezas Ambientais Quantificação de grandezas Ambientais Hidrologia Cursos d água Perenes: permanece com água o tempo todo, mesmo em períodos em seca. Intermitentes: escoam durante as chuvas, entretanto secam durante as

Leia mais

1. FATORES CLIMÁTICOS

1. FATORES CLIMÁTICOS Capítulo Elementos de Hidrometeorologia 3 1. FATORES CLIMÁTICOS A hidrologia de uma região depende principalmente de seu clima e secundariamente de sua topografia e geologia. A topografia influencia a

Leia mais

Precipitação Prof. Fábio Marin

Precipitação Prof. Fábio Marin UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ" DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE BIOSSISTEMAS LEB 306 Meteorologia Agrícola 1 o Semestre de 2018 Precipitação Prof. Fábio Marin Ciclo

Leia mais

CC54Z - Hidrologia. Definições, aspectos gerais e o ciclo hidrológico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná

CC54Z - Hidrologia. Definições, aspectos gerais e o ciclo hidrológico. Universidade Tecnológica Federal do Paraná Universidade Tecnológica Federal do Paraná CC54Z - Hidrologia Definições, aspectos gerais e o ciclo hidrológico Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Objetivos da aula Definir hidrologia e engenharia hidrológica

Leia mais

Capítulo 4. Precipitação

Capítulo 4. Precipitação Departamento de Engenharia Civil Prof. Dr. Doalcey Antunes Ramos Capítulo 4 Precipitação (Parte 3: Análise de Chuvas Intensas) Relações Intensidade - Duração - Freqüência (Curvas IDF) Aplicações em projetos

Leia mais

Hidráulica e Hidrologia

Hidráulica e Hidrologia 86 VIII. ESCOAMENTO SUPERFICIAL 8.1. Introdução Das fases básicas do ciclo hidrológico, talvez a mais importante para o engenheiro seja a do escoamento superficial, que é a fase que trata da ocorrência

Leia mais

Curvas Intensidade-Duração-Frequência das precipitações extremas para o município de Cuiabá (MT)

Curvas Intensidade-Duração-Frequência das precipitações extremas para o município de Cuiabá (MT) Curvas Intensidade-Duração-Frequência das precipitações extremas para o município de Cuiabá (MT) Intensity-Duration-Frequency Curves of extreme precipitation for the city of Cuiabá (MT) Resumo Ana Letícia

Leia mais

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A R O L I N A A.

Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil. Hidrologia Aplicada C A R O L I N A A. Fundação Carmelitana Mário Palmério-FUCAMP Curso de Bacharelado em Engenharia Civil Hidrologia Aplicada CICLO HIDROLÓGICO E BALANÇO HÍDRICO C A R O L I N A A. G H E L L I 1 Ciclo Hidrológico Fenômeno global

Leia mais

Precipitação Pluviométrica

Precipitação Pluviométrica Precipitação Pluviométrica Capítulo XI Objetivos: 1. Definir chuva e destacar a sua importância agronômica 2. Explicar o processo de formação da chuva 3. Distinguir entre os diferentes tipos de chuva 4.

Leia mais

1. INTRODUÇÃO 2. UMIDADE

1. INTRODUÇÃO 2. UMIDADE Elementos de Hidrometeorologia Capítulo 3 1. INTRODUÇÃO A hidrologia de uma região depende principalmente de seu clima e secundariamente de sua topografia e geologia. A topografia influencia a precipitação,

Leia mais

PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA

PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA PRECIPITAÇÃO CARLOS ROGÉRIO DE MELLO DEG/UFLA 1. Ciclo Hidrológico 2. A atmosfera da Terra a) AR SECO (CONSTITUIÇÃO FIXA, EM %): - Nitrogênio (N2): 78,084% - Oxigênio (O2): 20,948% - Argônio (Ar): 0,934%

Leia mais

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Modelagem de inundações: curvas IDF e modelagem chuva-vazão. Filipe Antonio Marques Falcetta.

COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº Modelagem de inundações: curvas IDF e modelagem chuva-vazão. Filipe Antonio Marques Falcetta. COMUNICAÇÃO TÉCNICA Nº 175329 Modelagem de inundações: curvas IDF e modelagem chuva-vazão Filipe Antonio Marques Falcetta Palestra ministrada no 1.Seminário Processos Hidrológicos Urbanos e seus Impactos,

Leia mais

4 PRECIPITAÇÃO. 4.1 Conceito

4 PRECIPITAÇÃO. 4.1 Conceito Precipitação 4-1 4 PRECIPITAÇÃO 41 Conceito Precipitação é a água proveniente do vapor d água da atmosfera, que chega a superfície terrestre, sob a forma de: chuva, granizo, neve, orvalho, etc Para as

Leia mais

PRECIPITAÇÃO é o nome que se atribui a toda forma de umidade que, proveniente da atmosfera, deposita-se sobre a superfície da Terra.

PRECIPITAÇÃO é o nome que se atribui a toda forma de umidade que, proveniente da atmosfera, deposita-se sobre a superfície da Terra. 3 3 PRECIPITAÇÃO PRECIPITAÇÃO é o nome que se atribui a toda forma de umidade que, proveniente da atmosfera, deposita-se sobre a superfície da Terra. Ocorre na forma de chuva, granizo, neve, neblina, orvalho

Leia mais

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Precipitação: análise de dados pluviométricos. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Precipitação: análise de dados pluviométricos. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Universidade Tecnológica Federal do Paraná CC54Z - Hidrologia Precipitação: análise de dados pluviométricos Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Objetivos da aula Identificar erros em séries de dados

Leia mais

5 - Precipitação. Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina

5 - Precipitação. Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina 5 - Precipitação Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina Maior contribuição para Q rios 1 5.1 - Generalidades Características

Leia mais

Precipitações. Chuva e Granizo

Precipitações. Chuva e Granizo Precipitações Chuva e Granizo 1 Introdução Conceito É a queda de água, no estado sólido ou líquido, da atmosfera para a superfície terrestre 2 3 4 Importância Importância Fonte de água para vegetais Arrasta

Leia mais

Definição. é uma ciência que estuda o. tempo atmosférico e suas variações ao longo do. dia, sendo também conhecido como

Definição. é uma ciência que estuda o. tempo atmosférico e suas variações ao longo do. dia, sendo também conhecido como Definição A é uma ciência que estuda o tempo atmosférico e suas variações ao longo do dia, sendo também conhecido como. A meteorologia vem, portanto a se dedicar ao estudo das variações do tempo atmosférico

Leia mais

Precipitação. Capítulo. Importância da precipitação. Formação das chuvas

Precipitação. Capítulo. Importância da precipitação. Formação das chuvas Capítulo 5 Precipitação A água da atmosfera que atinge a superfície na forma de chuva, granizo, neve, orvalho, neblina ou geada é denominada precipitação. Na realidade brasileira a chuva é a forma mais

Leia mais

BACIA HIDROGRÁFICA. Nomenclatura. Divisor de água da bacia. Talweg (talvegue) Lugar geométrico dos pontos de mínimas cotas das seções transversais

BACIA HIDROGRÁFICA. Nomenclatura. Divisor de água da bacia. Talweg (talvegue) Lugar geométrico dos pontos de mínimas cotas das seções transversais U 6 BCI HIDROGRÁFIC Bacia hidrográfica ou bacia de drenagem de uma seção de um curso d água é a área geográfica coletora de água de chuva que escoa pela superfície do solo e atinge a seção considerada.

Leia mais

2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica

2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica 1 2.5 Caracterização Fisiográfica da Bacia Hidrográfica importância do estudo das bacias hidrográficas está no fato da mesma representar a unidade fundamental de análise do ciclo hidrológico na sua fase

Leia mais

5 - Precipitação. Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina

5 - Precipitação. Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina 5 - Precipitação Todas as formas de umidade emanadas da atmosfera e depositadas na superfície da terra: Chuva Granizo Neve Orvalho Geada Neblina Maior contribuição para Q rios 1 5.1 - Generalidades Características

Leia mais

CHUVA E VENTO. Nuvens e precipitação pluvial Conceitos Básicos

CHUVA E VENTO. Nuvens e precipitação pluvial Conceitos Básicos CL43B CLIMATOLOGIA CHUVA E VENTO PROF. DR. FREDERICO M. C. VIEIRA Nuvens e precipitação pluvial Conceitos Básicos Precipitação pluvial: éaformaprincipalpelaqualaáguaretornada atmosfera para a superfície

Leia mais

HIDROLOGIA APLICADA. Professor: ALCEU GOMES DE ANDRADE FILHO

HIDROLOGIA APLICADA. Professor: ALCEU GOMES DE ANDRADE FILHO HIDROLOGIA APLICADA Professor: ALCEU GOMES DE ANDRADE FILHO 2009 RESUMO DO PROGRAMA Ciclo Hidrológico; Bacia Hidrográfica; Precipitação; Infiltração; Evaporação e transpiração; RESUMO DO PROGRAMA Escoamento

Leia mais

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini HIDROLOGIA AULA 01 5 semestre - Engenharia Civil Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br HIDROLOGIA AULA 01 5 semestre - Engenharia Civil PROGRAMA DA DISCIPLINA 1. Introdução à Hidrologia 2. Precipitação

Leia mais

Hidrologia - Lista de exercícios 2008

Hidrologia - Lista de exercícios 2008 Hidrologia - Lista de exercícios 2008 1) Qual seria a vazão de saída de uma bacia completamente impermeável, com área de 22km 2, sob uma chuva constante à taxa de 50 mm.hora -1? 2) A região da bacia hidrográfica

Leia mais

CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA Prof ª Gustavo Silva de Souza

CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA Prof ª Gustavo Silva de Souza CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA Prof ª Gustavo Silva de Souza CLIMATOLOGIA GEOGRÁFICA O CONCEITO DE CLIMA Para compreender o clima de um determinado local, é preciso estudar os diversos tipos de tempo que costumam

Leia mais

Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1:

Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1: IPH 110 Hidráulica e Hidrologia Aplicadas Exercícios de Hidrologia Exercício 1: Calcular a declividade média do curso d água principal da bacia abaixo, sendo fornecidos os dados da tabela 1: Tabela 1 Características

Leia mais

CLIMA, representado pela TEMPRATURAe PRECIPITAÇÃO. Fatores secundários: geologia e relevo

CLIMA, representado pela TEMPRATURAe PRECIPITAÇÃO. Fatores secundários: geologia e relevo Clima e a Hidrologia Hidrologia Global X Hidrologia Local O fator que exerce maior influência sobre a hidrologia local é o CLIMA, representado pela TEMPRATURAe PRECIPITAÇÃO Fatores secundários: geologia

Leia mais

Como praticamente vivemos sobre bacias hidrográfica (bacias de drenagem) é fundamental que saibamos analisar, tanto o período de retorno como a

Como praticamente vivemos sobre bacias hidrográfica (bacias de drenagem) é fundamental que saibamos analisar, tanto o período de retorno como a Como praticamente vivemos sobre bacias hidrográfica (bacias de drenagem) é fundamental que saibamos analisar, tanto o período de retorno como a frequência dos totais precipitados, isto porque a precipitação,

Leia mais

CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS

CICLO HIDROLÓGICO CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS CICLO HIDROLÓGICO CARACTERIZAÇÃO DE BACIAS HIDROGRÁFICAS José Antonio Tosta dos Reis Departamento de Engenharia Ambiental Universidade Federal do Espírito Santo CICLO HIDROLÓGICO 1 Ciclo hidrológico médio

Leia mais

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I

PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS ESCOLA DE ENGENHARIA HIDROLOGIA APLICADA SEMESTRE I 2017 PROF. Felipe Correa V. dos Santos Obs: Não é necessário a entrega Aluno: Turma: A01 1. Sabendo que a ET0

Leia mais

CICLO HIDROLÓGICO FENÔMENO GLOBAL DE CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ENTRE A SUPERFÍCIE TERRESTRE E A ATMOSFERA, IMPULSIONADO PELA ENERGIA SOLAR.

CICLO HIDROLÓGICO FENÔMENO GLOBAL DE CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ENTRE A SUPERFÍCIE TERRESTRE E A ATMOSFERA, IMPULSIONADO PELA ENERGIA SOLAR. CICLO HIDROLÓGICO FENÔMENO GLOBAL DE CIRCULAÇÃO DE ÁGUA ENTRE A SUPERFÍCIE TERRESTRE E A ATMOSFERA, IMPULSIONADO PELA ENERGIA SOLAR. CICLO HIDROLÓGICO GLOBAL ENERGIA DO SOL QUE ATUA SOBRE O SISTEMA TERRESTRE:

Leia mais

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil EVAPOTRANSPIRAÇÃO. Profª. Priscila Pini

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil EVAPOTRANSPIRAÇÃO. Profª. Priscila Pini HIDROLOGIA AULA 08 5 semestre - Engenharia Civil EVAPOTRANSPIRAÇÃO Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br CONCEITOS Retorno da água precipitada para a atmosfera, fechando o ciclo hidrológico.

Leia mais

Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva

Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica. Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva Ciclo Hidrológico e Bacia Hidrográfica Prof. D.Sc Enoque Pereira da Silva 1 Ciclo hidrológico global Energia do sol que atua sobre o sistema terrestre: 36% de toda a energia que chega a terra é utilizada

Leia mais

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2017

Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456. Tema 1 Introdução ANO 2017 Processos Hidrológicos CST 318 / SER 456 Tema 1 Introdução ANO 2017 Camilo Daleles Rennó Laura De Simone Borma http://www.dpi.inpe.br/~camilo/prochidr/ Hidrologia Definição: é a ciência que estuda a distribuição,

Leia mais

Precipitação 16/03/2016. Revisão: ATMOSFERA: ATMOSFERA: TROPOSFERA: Prof. Luis César de Aquino Lemos Filho Dr. Engenharia de Água e Solo

Precipitação 16/03/2016. Revisão: ATMOSFERA: ATMOSFERA: TROPOSFERA: Prof. Luis César de Aquino Lemos Filho Dr. Engenharia de Água e Solo Revisão: Precipitação de Aquino Lemos Filho Dr. Engenharia de Água e Solo Universidade Federal Rural do Semi-Árido Mossoró, RN ATMOSFERA: Camada gasosa que envolve a terra, constituída por uma mistura

Leia mais

CLIMAS DO BRASIL Profº Gustavo Silva de Souza

CLIMAS DO BRASIL Profº Gustavo Silva de Souza CLIMAS DO BRASIL Profº Gustavo Silva de Souza CLIMA BRASIL: tipos climáticos 1 Equatorial 2 Tropical 3 Tropical de Altitude 4 Tropical Atlântico/Úmido 5 Semi-Árido 6- Subtropical -Inverno rigoroso - chuvas

Leia mais

Bacia Hidrográfica divisores de água rede de drenagem seção de controle.

Bacia Hidrográfica divisores de água rede de drenagem seção de controle. Bacia Hidrográfica Bacia hidrográfica, ou de captação, ou de drenagem, é uma área delimitada espacialmente pelo relevo através dos divisores de água (linha de pontos elevados), sendo drenada por um curso

Leia mais

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE

ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Hidrologia Cálculo de vazões Método Racional

Leia mais

Dados ambientais. Previsão do tempo. Imagem de satélite GOES

Dados ambientais. Previsão do tempo. Imagem de satélite GOES Dados ambientais. A terra recebe energia solar continuamente. A instituição recebe a radiação solar, que a através do aquecimento diurno e resfriamento noturno caracteriza o clima. Serão estudados dentro

Leia mais

9 - Escoamento Superficial

9 - Escoamento Superficial 9 - Escoamento Superficial 9.1 Generalidades e ocorrência ESCOAMENTO SUPERFICIAL Estuda o deslocamento das águas na superfície da terra CHUVA Posteriormente evapora Interceptada pela vegetação e outros

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Semestre letivo

PLANO DE ENSINO. Semestre letivo Departamento de Engenharia Civil Disciplina : Hidrologia (HIA0001) Prof. Dr. Doalcey Antunes Ramos PLANO DE ENSINO Semestre letivo 2013-1 EMENTA: Ciclo hidrológico. Bacias hidrográficas. Precipitação.

Leia mais

CAPÍTULO 4. PRECIPITAÇÃO

CAPÍTULO 4. PRECIPITAÇÃO CAPÍTULO 4. PRECIPITAÇÃO 4.. Definição Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na superfície terrestre sob qualquer forma: chuva, granizo, neblina, neve,

Leia mais

Geografia Física. Turmas: T/R Chicão. Aula 1 Dinâmica Climática

Geografia Física. Turmas: T/R Chicão. Aula 1 Dinâmica Climática Geografia Física Turmas: T/R Chicão Aula 1 Dinâmica Climática Geografia Física Turmas TR 1 Sem Cartografia, escala, fuso horário, geologia e relevo 02/08 Dinâmica climática 16/08 Dinâmica climática 30/08

Leia mais

NOÇÕES DE HIDROLOGIA

NOÇÕES DE HIDROLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE NOÇÕES DE HIDROLOGIA Antenor de Oliveira Aguiar Netto ARACAJU - MARÇO 2011 Se não gerenciar a água, não vai conseguir governar o país. (Provérbio chinês) CICLO HIDROLÓGICO

Leia mais

ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues

ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues ACH 1056 Fundamento de Cartografia Profª. Mariana Soares Domingues Perfil pode ser definido como um corte vertical da superfície do solo ou subsolo ou de ambos, ao longo de uma determinada linha. O procedimento

Leia mais

Ciclo Hidrológico. Augusto Heine

Ciclo Hidrológico. Augusto Heine Ciclo Hidrológico Augusto Heine CONCEITO: O Ciclo da Água É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar

Leia mais

Clima tempo atmosférico

Clima tempo atmosférico CLIMA E TEMPO ATMOSFÉRICO Clima tempo atmosférico é o conjunto de variações do tempo determinado lugar necessita de pelo menos de 30 anos de medições, observações e estudos das características dos tipos

Leia mais

Troposfera: é a camada que se estende do solo terrestre (nível do mar) até atingir 12 quilômetros de altitude. Conforme a altitude se eleva, a

Troposfera: é a camada que se estende do solo terrestre (nível do mar) até atingir 12 quilômetros de altitude. Conforme a altitude se eleva, a ATMOSFERA A atmosfera é uma camada formada por argônio, hélio, dióxido de carbono, ozônio, vapor de água e, principalmente, por nitrogênio e oxigênio. Essa camada é de fundamental importância para a manutenção

Leia mais

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INFORMATIVO CLIMÁTICO GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NÚCLEO GEOAMBIENTAL LABORATÓRIO DE METEOROLOGIA INFORMATIVO CLIMÁTICO Condições do tempo no Estado do Maranhão em Fevereiro de 2011 O mês

Leia mais

Ciências do Ambiente

Ciências do Ambiente Universidade Federal do Paraná Engenharia Civil Ciências do Ambiente Aula 06 Ciclo Hidrológico Profª Heloise G. Knapik Ciclo Hidrológico Engenharia Civil O Ciclo Hidrológico O Ciclo Hidrológico - Fases

Leia mais

HIDROLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL

HIDROLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL HIDROLOGIA ENGENHARIA AMBIENTAL Objetivos da disciplina 2 Conhecer os princípios, métodos de análise e interpretação dos fenômenos do ciclo hidrológico. Desenvolver conceitos e práticas da hidrologia quantitativa.

Leia mais

CEC- Centro Educacional Cianorte ELEMENTOS CLIMÁTICOS

CEC- Centro Educacional Cianorte ELEMENTOS CLIMÁTICOS CEC- Centro Educacional Cianorte ELEMENTOS CLIMÁTICOS PROFESSOR: JOÃO CLÁUDIO ALCANTARA DOS SANTOS A atmosfera A atmosfera constitui uma transição gradual entre o ambiente em que vivemos e o restante do

Leia mais

Cap. 3 Unidade de Conservação

Cap. 3 Unidade de Conservação Cap. 3 BACIA HIDROGRÁFICA 3.1. Introdução O Ciclo Hidrológico, como descrito anteriormente, tem um aspecto geral e pode ser visto como um sistema hidrológico fechado, já que a quantidade de água disponível

Leia mais

BACIA HIDROGRAFICA. Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente

BACIA HIDROGRAFICA. Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente BACIA HIDROGRAFICA Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente Bacia Hidrográfica Governo do Estado de São Paulo Secretaria do Meio Ambiente Governo do Estado de São Paulo Secretaria do

Leia mais

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Evaporação e evapotranspiração. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. CC54Z - Hidrologia. Evaporação e evapotranspiração. Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Universidade Tecnológica Federal do Paraná CC54Z - Hidrologia Evaporação e evapotranspiração Prof. Fernando Andrade Curitiba, 2014 Objetivos da aula Definir os conceitos básicos da evaporação e evapotranspiração

Leia mais

Estimativa da Chuva e Vazão de Projeto Introdução

Estimativa da Chuva e Vazão de Projeto Introdução Universidade Regional do Cariri URCA Pró Reitoriade Ensino de Graduação Coordenação da Construção Civil Estimativa da Chuva e Vazão de Projeto Introdução Prof. Me. Renato de Oliveira Fernandes Professor

Leia mais

Elementos e fatores climáticos

Elementos e fatores climáticos Elementos e fatores climáticos Debate atual: Aquecimento Global Aquecimento Resfriamento Ação Natural Ação antrópica (Homem) Terra: localização e proporção de tamanho A camada de ozônio é uma espécie

Leia mais

Introdução. A importância da compreensão dos fenômenos meteorologicos Grande volume de dados

Introdução. A importância da compreensão dos fenômenos meteorologicos Grande volume de dados Introdução A importância da compreensão dos fenômenos meteorologicos Grande volume de dados Estações meteorológicas Imagens de satélite Radar Aeronaves, navios e bóias oceânicas Necessidade de rapidez

Leia mais

Introdução a Ciência Hidrológica

Introdução a Ciência Hidrológica 16/03/2016 -Hidrologia origina do Grego - hydor (água) e logos (estudo). Introdução a Ciência Hidrológica - A ciência que trata do estudo da água na natureza. -... da água na Terra, sua ocorrência, circulação,

Leia mais

CONCEITO I) TEMPERATURA E PRESSÃO REGIÕES EQUATORIAIS BAIXA PRESSÃO REGIÕES POLARES AR FRIO MAIS DENSO PESADO ALTA PRESSÃO

CONCEITO I) TEMPERATURA E PRESSÃO REGIÕES EQUATORIAIS BAIXA PRESSÃO REGIÕES POLARES AR FRIO MAIS DENSO PESADO ALTA PRESSÃO PROF. WALDIR Jr CONCEITO I) TEMPERATURA E PRESSÃO REGIÕES EQUATORIAIS AR QUENTE MENOS DENSO LEVE BAIXA PRESSÃO REGIÕES POLARES AR FRIO MAIS DENSO PESADO ALTA PRESSÃO CONCEITO: QUANTIDADE DE

Leia mais

DRENAGEM EM OBRAS VIÁRIAS. Waldir Moura Ayres Maio/2009

DRENAGEM EM OBRAS VIÁRIAS. Waldir Moura Ayres Maio/2009 DRENAGEM EM OBRAS VIÁRIAS Waldir Moura Ayres Maio/2009 DRENAGEM EM OBRAS VIÁRIAS Necessidade Travessia de talvegues em geral (rios, córregos, canais); Garantir e direcionar o escoamento superficial; Proteger

Leia mais

Climatologia e meteorologia

Climatologia e meteorologia Climatologia e meteorologia 1. Introdução A climatologia é a ciência que se ocupa do estudo dos climas. Os estudos climatológicos referem-se, de uma maneira geral, a territórios mais ou menos vastos e

Leia mais

Camadas da Atmosfera (características físico químicas)

Camadas da Atmosfera (características físico químicas) Camadas da Atmosfera (características físico químicas) Gradiente médio negativo temperatura aumenta conforme aumenta a altitude. Gradiente médio positivo temperatura diminui conforme aumenta a altitude.

Leia mais

CHUVAS INTENSAS NO MUNICÍPIO DE IRECÊ-BA

CHUVAS INTENSAS NO MUNICÍPIO DE IRECÊ-BA CHUVAS INTENSAS NO MUNICÍPIO DE IRECÊ-BA Mariana Lima Figueredo¹; Fagna Maria Silva Cavalcante²; Igor Bruno Machado dos Anjos 3; Sara Alves de Carvalho Araújo Guimarães 4 ; Manoel Moisés Ferreira de Queiroz

Leia mais

Módulo 19. Elementos do clima Prof. Lucas Guide 1º ano EM

Módulo 19. Elementos do clima Prof. Lucas Guide 1º ano EM Módulo 19 Elementos do clima Prof. Lucas Guide 1º ano EM Mesosfera é a camada atmosférica onde o ar é rarefeito e a temperatura volta a diminuir com a altitude. É nessa camada que ocorre o fenômeno conhecido

Leia mais

5. Evaporação e Transpiração

5. Evaporação e Transpiração Transpiração 5.1. Definição Na fase terrestre do ciclo hidrológico, a evaporação e a transpiração são os processos físicos responsáveis pelas perdas de água da superfície para a atmosfera. Aos processos

Leia mais

Método Kimbal...P= m/n+1; observando que para P menor ou igual a

Método Kimbal...P= m/n+1; observando que para P menor ou igual a 4.5.Medidas Pluviométricas.- São as grandezas e dimensões utilizadas para medir as precipitações.- a)altura pluviométrica ( H ). É a altura ou lâmina d água registrada em um pluviômetro. O pluviômetro

Leia mais

10.3 Métodos estatísticos

10.3 Métodos estatísticos 10.3 Métodos estatísticos O estudo de VAZÕES MÁXIMAS pode ser realizado através de DISTRIBUIÇÕES ESTATÍSTICAS DE VARIÁVEIS CONTÍNUAS Métodos: - Distribuição de Gumbel - Distribuição Exponencial de dois

Leia mais

ESTUDO PLUVIOMÉTRICO E FLUVIOMÉTRICO PRELIMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO EMBU-GUAÇU, SP.

ESTUDO PLUVIOMÉTRICO E FLUVIOMÉTRICO PRELIMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO EMBU-GUAÇU, SP. ESTUDO PLUVIOMÉTRICO E FLUVIOMÉTRICO PRELIMINAR NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO EMBU-GUAÇU, SP. Rita Monteiro Falcão - Aluna do curso de Geografia da FFLCH/USP. E-mail: rita.falcao@usp.br Emerson Galvani

Leia mais