A estética de Hegel. Antonio Rodrigues Belon

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1 A estética de Hegel Antonio Rodrigues Belon A necessidade universal da arte é, pois, a necessidade racional que o ser humano tem de elevar a uma consciência espiritual o mundo interior e exterior, como se fora um objeto no qual ele reconhece o seu próprio si mesmo. [i] Mas, para o homem, a raiz é o próprio homem. [ii] Um começo de conversa Sempre é muito relevante um retorno aos textos e aos autores fundamentais. Fundamentais, substantivamente. Revisitar os eixos de constituição do humano, do social e do histórico; ou, levantar as características dos alicerces do ser e do estar no mundo, na contemporaneidade. Descer um pouco mais fundo do que a permanência desesperada na superfície dos movimentos imediatos, sem demora, e descartáveis, das conexões estampadas nas telas cotidianas dos computadores. Uma filosofia da arte Os Cursos de Estética podem ser considerados como a maior herança de filosofia da arte dos tempos modernos. Inigualáveis em extensão e profundidade. Referência de outras construções semelhantes. Nos Cursos de Estética ganham o primeiro plano o fenômeno sensível da arte e o nível elevado da especulação filosófica. Na abrangência do pensamento de Hegel ( ), uma ampla reflexão sobre os fundamentos do belo e sobre a relação entre a arte e a natureza ou entre a arte e os diferentes momentos históricos encontram uma articulação filosófica. O conjunto toca nas instâncias básicas e impossíveis de ignorar.

2 Digressões teóricas sobre a estrutura das diferentes modalidades artísticas combinam-se. Da arquitetura à poesia nada relevante escapa. Os conceitos elaborados por Hegel jorram luminosa e profundamente. Um pouco de história Nos cursos oferecidos por Hegel de 1820 a 1829, quase sempre em Berlim, ocorreu o registro original. Depois da morte do filósofo (1831), as anotações para as aulas, editadas, consolidam um dos aspectos da ação intelectual de Hegel. Um passeio pelo universo da arte desde suas origens e sob todas as formas conhecidas adquire a forma de livros e entra em processo editorial em projeção por línguas diferentes e edições sucessivas. Uma viagem guiada por mãos seguras. De volume em volume quatro na língua portuguesa do Brasil vai de estação em estação, na história e nas estruturas da arte, nos passos da humanidade. Primeira estação Uma totalidade onde se localiza o belo artístico é o tema do primeiro volume. [iii] A questão emerge ao centro da reflexão. O volume discute, por antecipação, as formas de arte simbólica, clássica e romântica. Os dois aspectos os centrais e os antecipados se fundem intrincadamente. Mas o exame mais demorado das formas de arte vai ocorrer, centralmente no próximo volume. No volume inicial dos Cursos de Estética, de Hegel, se configura uma síntese, necessariamente fecunda e em desdobramentos. O pensamento estético contemporâneo e o geral também não seria compreensível sem um debruçar, cuidadoso e demorado, sobre esta matriz. Termo a termo, conceito a conceito, ideia a ideia, sempre uma origem.

3 Segunda estação No segundo volume dos Cursos de Estética, as formas de arte simbólica, clássica e romântica recebem um tratamento exaustivo e em profundidade. [iv] Os mundos orientais, grego clássico e cristão ganham vida no texto filosófico. Os elos, as conexões se sustentam na exposição hegeliana. Uma sistematização teórica de largo alcance vai levar adiante os pressupostos do primeiro volume. Abrange a natureza da obra de arte, de sua evolução histórica e de cada arte particular, tematizando problemas históricos e estruturais. O desenvolvimento do ideal do belo ou do espírito na realidade e na história é o tema. Nas variações da relação entre a Ideia e a sua efetividade se organiza o pensamento. Hegel situa os fenômenos concretos da história da arte. A terceira estação Entre a determinação do ideal e o sistema das artes particulares, Hegel delineia, no volume III do Cursos de Estética, seu objeto de estudos e reflexões. [v] As formas de arte estão situadas entre as categorias mais gerais e os aspectos particulares das obras. Nos exemplos da arte antiga e moderna, Hegel sempre encontra o seu ponto de partida. Convive minuciosa e rigorosamente com o desenvolvimento do ideal nas diferentes artes. Vai de um tempo ao outro; de um lugar ao outro; sempre apreendendo a arte do momento e da hora em estudos e reflexões de acentuada acuidade. Começa pela arquitetura. Aponta o caráter essencialmente simbólico dela. Retira o divino da mera exterioridade. Capta o acolhimento da arquitetura como um de seus aspectos. Logo pensa a escultura. Inventaria as caraterísticas desta arte clássica. Destaca a escultura por dar a forma humana a

4 Deus. Discorre sobre as possibilidades do mármore e do bronze. No percurso, Hegel analisa as artes da pintura e da música. Toma-as por artes românticas. A arte objetiva a subjetividade. Na pintura, a cor, a luz, põe a subjetividade na matéria. Na música, a emersão da subjetividade, da interioridade, ocorre no tempo apropriado. Para Hegel, cada uma dessas artes ocupa um lugar na história do espírito. Uma arte sempre concretiza uma etapa no processo do autoconhecimento humano. Varia, de arte para arte, o modo de configuração relacionado a uma determinada matéria de sua composição e de sua elaboração. A quarta estação O tema do quarto e último volume dos Cursos de Estética, de Hegel, é a poesia.[vi] A poesia é universal. Uma arte presente em todos os tempos e todos os espaços. Uma representação sensível e interior da linguagem, a poesia acompanha o ser humano inseparavelmente. Apreende em seu material e em sua elaboração a amplitude de acontecimentos, de sentimentos, de paixões e de ações, nas inumeráveis circunstâncias da vida humana. Hegel examina as principais estruturas e peculiaridades da poesia. Entra pela dialética dos três gêneros básicos: a épica, a lírica e o drama. As leituras e as interpretações da poesia por Hegel, embora mais demoradas e explícitas neste quarto volume, estendem-se pelos Cursos de Estética em sua inteireza. A relação entre a poesia e a vida social encontram em Hegel uma abordagem singular. Por vida social entenda-se a totalidade da vida. Hegel, na estética, e no demais temas de sua reflexão filosófica, é incontornável. Ponto de chegada e recomeço

5 Reafirmar, neste ponto, a relevância de recomeçar sempre por um retorno aos textos e aos autores fundamentais é uma obviedade necessária. Sem Hegel como chegar à Marx e à sua interpretação do tempo presente enquanto contemporaneidade da época inaugurada pela Revolução Francesa, por exemplo?! Uma resenha dos Cursos de Estética, de Hegel, permite a defesa de uma tese: para ir à raiz da contemporaneidade Hegel é um começo; é um bom recomeço. Referências HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética I. Tradução de Marco Aurélio Werle; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll e Oliver Toller. 2. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 14) HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética II. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 18) HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética III. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 24) HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética IV. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 26) Notas [i] HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética I. Tradução de Marco Aurélio Werle; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll e Oliver Toller. 2. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 14) p. 53 [ii] MARX, Karl. Crítica da filosofia do direito de Hegel.

6 Tradução de Rubens Enderle e Leonardo de Deus; supervisão e notas Marcelo Backes. São Paulo: Boitempo, p. 151 [iii] HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética I. Tradução de Marco Aurélio Werle; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll e Oliver Toller. 2. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 14) [iv] HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética II. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 18) [v] HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética III. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 24) [vi] HEGEL, G. W. F. Cursos de Estética IV. Tradução de Marco Aurélio Werle, Oliver Toller; revisão técnica de Márcio Seligman-Silva; consultoria Victor Knoll. 1. ed; 1. reimpressão. São Paulo: EDUSP, (Clássicos, 26) Uma concepção homem Antonio Rodrigues Belon marxista de Existirmos: a que será que se destina?

7 ( ) Apenas a matéria vida era tão fina E éramos olharmo-nos intacta retina ( ) Caetano Veloso Cajuína Desvendar o título geral vale como uma introdução. Quando se fala de uma concepção marxista, se fala de uma concepção singular, entre outras, as não marxistas, em geral. O objeto da concepção apresentado no título por uma preposição entre o antecedente, a concepção marxista, e o consequente, o homem, sem o artigo, indica o caráter geral dele. Uma concepção singular, a marxista, de um objeto geral, posto como o homem, genericamente. Em nome da clareza, a explicitação cabe: o homem aqui é mulher e é homem. Uma concepção é um conceito, no ponto de partida, e uma palavra, um termo no ponto de chegada: isto de dentro para fora. Ou uma palavra, um termo, um conceito, uma ideia, uma noção, de fora para dentro, e em alargamento. Uma concepção marxista, no interior de uma tradição, de uma corrente, com a referência máxima e central, em Karl Marx ( ). O título abriga relações, diretas, e antecipadamente explícitas, entre dois polos o polo da concepção marxista e do objeto dela, o homem. Ontologia do ser social O homem como um ser material e vivo e social e histórico: primariamente a materialidade, e nela, a vida; e, na vida, o homem, social e histórico. O homem material, vivo e social. Repetições impostas pelo processo de concepção e consolidação das esferas da ontologia: matéria, vida e sociedade. Isto permite o estabelecimento das bases de uma ontologia: uma

8 ontologia do ser social. Dito de outro modo, com simplicidade, e explicitamente: o homem é um ser social, vivo e material. Sem tirar, nem pôr. Os pilares do homem Cumpre apontar os três pilares do ser social, do homem: o trabalho, a sociabilidade e a consciência. Pelo trabalho o homem torna a natureza, sempre material, e às vezes, viva, em objeto apropriado à sua existência. Previamente a esta objetivação ocorre a idealização, dos objetos e dos processos, ou seja, a consciência entra em movimento. Para isto ocorrer os homens, agora no plural, contraem relações com outros homens, a sociabilidade. Trabalho e sociabilidade implicam em atividade. Atividades em desdobramentos: a essência humana é a autoatividade criadora da subjetivação. As objetivações multiplicam os objetos; os processos de subjetivação, simultaneamente, multiplicam as subjetividades, os sujeitos. Temas relevantes No estudo do homem, o aprendizado e o conhecimento, o concreto e o abstrato, a alienação e a liberdade constituem um arco de temas relevantes. O aprendizado concebe-se como uma atividade investigativa nos aspectos subjetivos e objetivos. O conhecimento, agora já sob as exigências contemporâneas, no capitalismo, requer o encontro de suas linhas fundamentais no interior de bases materiais e das classes sociais. Percorre as instâncias do concreto e do abstrato. O concreto configura-se como síntese, totalidade. Da análise, do inventário dos elementos, em passagem pelo abstrato, chega-se ao concreto, ao conceitual. As categorias fundamentais natureza, trabalho e sociedade permitem uma síntese totalizadora, da discussão ontológica em andamento. Idolatria e alienação: o despedaçamento do homem

9 Na idolatria, conceito amplamente circulante no senso comum, sabe-se da transferência para objetos sem vida, da vida e do ânimo, dos seres vivos, especialmente, os seres humanos. Caracteres próprios do homem tornam-se alheios, alienados. Ocorre um estranhamento; uma alienação. Uma primeira aproximação do problema legitima a evocação de elementos tão singelos. Da idolatria à alienação o fetichismo, o animismo, o estranhamento, são pontos intermediários. O fetichismo, o animismo, atribuem alma, vida e ação, onde e quando não existam. Na organização social da independência dos produtos do trabalho em relação a quem trabalha, novamente a separação, o estranhamento, a alienação em formas desdobradas. Nas relações sociais como coisas, face inversa e complementar da alienação, a totalidade do homem transforma-se em parcialidade. E mais: o homem como a coisa do homem replica o trabalho como coisa. O despedaçamento do homem assume o primeiro plano. Ocorre a separação e a oposição entre o gênero humano (omnilateralidade) e os indivíduos humanos (unilateralidade). Ninguém é ninguém; nada. A plenitude dissipa-se; tudo inviável. Sem humanização; nela, a coisificação. O vazio apaga o pleno; o humano, feito planta sem água, seca. Na concepção marxista de liberdade, ela é humana e estreitamente articulada à atividade, diferente da adaptação das espécies da vida animal à vida humana o trabalho livremente associado abre-se na condição de horizonte de estabelecimento da plenitude do homem, omnilateralmente. Dialética, materialismo e consciência Para deslindar o par dialética e materialismo importa ponderar o ser em movimento, em processo e nas contradições. As contradições, as quantidades e as qualidades e as negações estabelecem um âmbito lógico específico. Para além da lógica

10 formal. Um percurso efetivando-se do senso comum à lógica dialética. Mas e o materialismo? Materialismos? Os materialismos o clássico, o mecanicista, o vulgar, o metafísico, o dialético Para recuperar o materialismo dialético: o ser em sua materialidade, em seus movimentos, em seus processos. A consciência como um reflexo mas o que é um reflexo? a práxis e a totalidade articulam-se na terminologia e nas concepções da dialética. Ou, retomando a frase e a interrogação: um reflexo, na lógica dialética não é especular somente, como se fosse um espelho qualquer, mas é interdependente da práxis e posto no interior da totalidade. Carrega as tensões do real. Carrega-se nas tensões do real. Assim a consciência como reflexo irrompe em sua força. A consciência, a subjetivação e a objetivação, põe, centralmente, a práxis e a inseparabilidade entre a teoria e a prática. Põe e repõe, repetidamente, repetitivamente, o caráter mundano, terreno, do pensamento. Consciência, práxis, totalidade, na esfera de suas relações e de seus movimentos, exigem uma reafirmação, uma explicitação: o marxismo é uma totalidade aberta como um ser vivo. Material, vivo, social, é o ser, é o real: aberto e em processo. As ideologias e as classes sociais No labor por uma concepção marxista de homem não se pode desconsiderar as ideologias e as classes sociais. Embora a importância das relações de produção, ir além do econômico é uma necessidade. Claramente, uma concepção materialista das ideologias incorpora a inseparabilidade sem a identidade do fazer e do pensar. Isto não é redução ao econômico, mas compreender a extensão e a abrangência das relações de classes e as ideologias. O aspecto da realidade mais penetrante para o ser do homem é o das classes sociais. Os aspectos históricos e os estruturais

11 das classes sociais em outros tempos e lugares, camadas, estamentos, castas estabelecem relações estreitas com os modos de vida respectivos. Agora, na contemporaneidade, as classes sociais fundamentais a burguesia, os latifundiários, o proletariado, ou, a força de trabalho e a prole na dimensão classista, permeiam o modo de vida no capitalismo. Permeiam contraditoriamente; em dinâmica aberta sob os pontos de vista social e histórico. Metáforas para organizar a casa No marxismo, com alcance necessário na generalidade das concepções desta tradição, infraestrutura, estrutura e superestrutura, são três palavras, termos e conceitos. Uma metáfora para apreender, comparativamente, o real como costuma acontecer. Para aclarar as dimensões de uma metáfora, ou metáfora para uma metáfora: como uma casa construída por alicerces, paredes e telhado. A casa é a totalidade. Nem alicerces, nem paredes e nem telhados ganham razão de ser sem cada um relacionar-se aos dois restantes e, simultaneamente, à casa inteira. Ou seja, relações no âmbito da totalidade. Como conceber o homem, afinal? Uma concepção marxista de homem encara as correntes no pensamento contemporâneo: reacionárias, contrarrevolucionárias, conservadoras, reformistas, individualistas, anarquistas, multiculturalistas, pósmodernistas e revolucionárias. Muito difícil é andar por uma floresta de termos sem pisar em espinhos. Para conceber o homem, o marxismo concebe de forma intrinsecamente articulada uma gama de aspectos das muitas esferas do ser, da realidade. Para recuperar o percurso de uma ontologia a uma proposta de ação, apreende a essência humana na autoatividade criadora da subjetivação: este é o conceito de homem no marxismo.

12 REFERÊNCIAS PEÑA, Milcíades. O que é marxismo? Notas de iniciação marxista. Tradução Paula Maffei. São Paulo: Sundermann, MÁRKUS, György. Marxismo e antropologia: o conceito de essência humana na filosofia de Marx. São Paulo: Expressão Popular; Criciúma (SC): EDIUNESC, Intervalos e Intercâmbios: Antonio Gramsci e Alfredo Bosi Antonio Rodrigues Belon Uma leitura no espaço brasileiro de ideias provenientes de um espaço europeu italiano, propriamente ou do encontro entre Antonio Gramsci e Alfredo Bosi, seus intervalos e suas continuidades e desdobramentos nos dias atuais, estabelece uma perspectiva com as suas posições, os seus problemas e os seus encaminhamentos críticos. Na Coleção Espírito Crítico, das editoras Duas Cidades e 34, de São Paulo, Brasil, em segunda edição de 2003 (primeira edição de 1988), com a assinatura de Alfredo Bosi (1936 ), foi publicado Céu, inferno ensaios de crítica literária e ideológica. A coletânea de textos do intelectual brasileiro divide-se em três partes. Na titulação dos itens, um a um, resumidamente, os temas saltam a um primeiro entendimento. No item I, Ensaios brasileiros ; no III, Exercícios de teoria ;

13 no II, Intemezzo italiano, onde, de um modo geral, o autor escreve ensaios, elaborando temas de origem e articulação italianas. De um centro europeu, uma dimensão temporal e espacial específica, originariamente, os textos transitam para os contextos brasileiros, periféricos, na elaboração de uma leitura em espaços e tempos largos e renovados. Os três ensaios selecionados na condição de objetos de estudos e reflexões tratam diretamente de Antonio Gramsci: Os intelectuais, segundo Gramsci ; Gramsci na prática, Cartas de Gramsci. Na simples enunciação dos títulos, três aspectos da presença de Gramsci tornam-se evidentes. Os textos não apresentam informações sobre o momento da escrita original. De todo modo, eles foram escritos depois de 1960, e antes da segunda metade dos anos 1980, ao que se pode concluir das informações editoriais do volume. Educação e a cultura em Antonio Gramsci Nos anos de cárcere, que foram os últimos da sua vida, Antonio Gramsci ( ) pensou agudamente sobre a condição do intelectual: sua gênese, seu estilo de vida, suas funções, suas ideologias. [1] O tema de Gramsci, em permanente reiteração, é o funcionamento da educação e da cultura. Gramsci quis ver claro na confusão. Na cadeia, quase sem livros, mas trazendo em si anos de militância, desceu ao subsolo da educação que ele próprio recebera e tocou de perto os seus ligamentos com uma estrutura de domínio. [2] Mais que isso: indagava-se como funciona a cultura no interior de uma sociedade complexa, onde convivem as grandes classes (burguesia, operariado) e os vários grupos de status: as hierarquias profissionais.[3] A inteligência sem as suas mediações escapa à apreensão. A inteligência, quando não mediada pelas práxis, deságua no idealismo. Em compensação, quando a solicita o dia-a-dia

14 importuno, não conhece outra saída senão o mais rasteiro empirismo. Entre inflados princípios gerais e as miúdas espertezas do sejamos realistas!, cumpre-se o roteiro do intelectual cujo horizonte é o seu próprio grupo de status. [4] Tipologia gramsciana Postas as preliminares sobre os intelectuais, vem uma tipologia. Na tipologia de Antonio Gramsci os intelectuais assumem duas formas: a dos orgânicos e a dos eclesiásticos. Trazer as palavras de Antonio Gramsci para a mesa onde se dá o diálogo com Alfredo Bosi permite o adensamento das ideias. É possível encontrar um critério unitário para caracterizar igualmente todas as diversas e variadas atividades intelectuais e para distingui-las, ao mesmo tempo e de modo essencial, das atividades dos outros agrupamentos sociais? O erro metodológico mais difundido, ao que me parece, é ter baseado este critério de distinção no que é intrínseco às atividades intelectuais, em vez de buscá-lo no conjunto do sistema de relações no qual estas atividades (e, portanto, os grupos que as personificam) se encontram no conjunto geral das relações sociais. Na verdade, o operário ou proletário, por exemplo, não se caracteriza especificamente pelo trabalho manual ou instrumental, mas por este trabalho em determinadas condições e em determinadas relações sociais (sem falar no fato de que não existe trabalho puramente físico, e de que mesmo a expressão de Taylor, do gorila amestrado, é uma metáfora para indicar um limite numa certa direção: em qualquer trabalho físico, mesmo no mais mecânico e degradado, existe um mínimo de qualificação técnica, isto é, um mínimo de atividade intelectual criadora). E já se observou que o empresário, pela sua própria função, deve possuir em certa medida algumas qualificações de caráter intelectual, embora sua figura social seja determinada não por elas, mas pelas

15 relações sociais gerais que caracterizam efetivamente a posição do empresário na indústria. [5] A conversa começa pela categoria dos intelectuais orgânicos: São os técnicos de administração, os engenheiros-chefes, os economistas os homens da propaganda, os assessores da política dominante. O seu papel e a razão da sua existência é o de órgão pensante dos sistemas a que servem. A classe política e as celebradas elites do poder se incluem nessa ampla categoria de intelectuais orgânicos. [6] Conectam-se diretamente às necessidades empresariais ou do Estado como administradores, engenheiros, economistas, propagandistas. Numa palavra, assessoram a política dominante. A categoria é bastante ampla e abrange aqueles ao redor e dentro do universo político, de um modo geral. Os eclesiásticos radicam numa origem de longa tradição prévia ao domínio da burguesia. Articulam-se ao ensino e reivindicam uma autonomia frente às esferas temporais de poder. Eles constituem uma categoria: O mundo capitalista já encontrou um processo de cultura e de ensino criado pela Igreja e por ela mantido por mais de um milênio. Os profissionais leigos, que foram substituindo a ação do clero culto, herdaram deste um modo supratemporal de se qualificarem perante a sociedade civil. Ao contrário dos orgânicos, a quem apraz servir com prestância os projetos de grupo empresarial ou da burocracia, os novos clérigos reputam-se autônomos, revestidos de signos que lhes são peculiares. [7] A distinção fundamenta uma perspectiva para o intelectual e sua consciência. Gramsci já estava distinguindo dois tipos de consciência

16 intelectual, a tecnocrática e a humanística. A primeira é, por força, utilitária: o seu alvo é a eficácia, a sua filosofia um misto de ativismo e cálculo, o seu mito o planejamento. Nos eclesiásticos, ele acusa forte dose de idealismo bem como pruridos de uma utopia doméstica na qual os intelectuais se engendram a si mesmos e repelem a qualquer vínculo com o sistema de produção vigente (autoposizione). [8] Ou, nas expressões sublinhadoras da relevância da consciência para Antonio Gramsci, segundo o brasileiro: O início da elaboração crítica é a consciência daquilo que é realmente, isto é, um conhece-te a ti mesmo como produto do processo histórico até hoje desenvolvido, que deixou em si uma infinidade de traços acolhidos sem análise crítica. Devese fazer, inicialmente, essa análise. [9] Tipologia em Bosi A esta duplicidade tipológica em Antonio Gramsci, Alfredo Bosi acrescenta um tipo compósito, acentuando características já encontradas nos anteriores. Como as coisas não param, poderíamos acrescentar aos tipos de Gramsci um outro, ainda mais compósito: aquele que, enquanto serve com solicitude as classes dominantes, não deixa de julgar-se o mais independente dos liberais. [10] Estender as reflexões é impositivo. Pela própria concepção do mundo, pertencemos sempre a um determinado grupo, precisamente o de todos os elementos sociais que compartilham um mesmo modo de pensar e de agir. Somos conformistas de algum conformismo, somos sempre homens-

17 massa ou homens-coletivos. O problema é o seguinte: qual é o tipo histórico de conformismo, de homem-massa do qual fazemos parte? Quando a concepção de mundo não é crítica e coerente, mas ocasional e desagregada, pertencemos simultaneamente a uma multiplicidade de homens-massa, nossa própria personalidade é compósita, de uma maneira bizarra: nela se encontram elementos dos homens das cavernas e princípios da ciência mais moderna e progressista, preconceitos de todas as fases históricas passadas estreitamente localistas e intuições de uma futura filosofia que será própria do gênero humano unificado. Criticar a própria concepção de mundo, portanto, significa torná-la unitária e coerente e levá-la até o ponto atingido pelo pensamento mundial mais evoluído. Significa também, portanto, criticar toda a filosofia até hoje existente, na medida em que ela deixou estratificações consolidadas na filosofia popular. [11] Alfredo Bosi pergunta-se pelas diferenças constituintes de um intelectual, seja ele em vertente técnica, ou vertente humanista, em consonância com a dupla tipologia inicial. A diferença degrada-se ás vezes em aberta hostilidade. Na Itália, e não só lá, é tema batido a mútua aversão com que se defrontam técnicos e humanistas. Gramsci não toma partido: apenas constata a parcialidade das posições que se enrijam no interior de uma sociedade cindida e insegura na qual cada um tenta salvar-se como pode. [12] Alfredo Bosi considera a inseparabilidade dos aspectos físicos e os intelectuais nas atividades humanas; sempre numa perspectiva revolucionária. Crítica o isolamento nos polos da estrutura e do sujeito, tecnicamente e humanisticamente adotados, apontando para a superação desta dicotomia. Há algo, porém que une técnicos e humanistas. Ambos se creem marcados por um fator distintivo, inerente a seus cérebros: o dom da inteligência, que os apartaria do trabalhador manual ou

18 mecânico. [13] Antonio Gramsci antecipa de uma tendência posterior e atual de acentuar o específico da política nas suas relações com a economia. A edificação do homem livre no interior de uma consciência das dimensões materiais da opressão aguilhoa o militante comunista. Uma formação técnica exige uma dimensão política. Mas como é possível propor a relação vontade-estrutura sem recorrer a um conceito da vida política como superestrutura? Gramsci antecipa a tendência atual de acentuar o caráter próprio da política em face da economia. Paradoxalmente, esse modo de pensar ele o recebeu do seu maior adversário, o idealismo de Benedetto Croce, que sempre sustentou a distinção da esfera ético-prática, dando-lhe por princípio formal a vontade. [14] A vontade duplica-se em suas faces. A vontade política é bifronte: supõe o conhecimento, motiva a ação. O intelectual que, pela sua história de vida, ignora o tecido de vínculo e violência com que se amarram as classes, não poderá atingir aquele limiar da consciência da necessidade, que é, por sua vez, condição para que se produza uma vontade de agir sobre as estruturas. [15] O conhecimento, a vontade e o senso comum O conhecimento e a vontade, ambos crescem sobre suas raízes específicas. Esse, o lastro que dá peso à sua ação. Não lhe basta, porém. É preciso que ele se encaminhe para uma teoria rigorosa, sem a qual os seus ímpetos de demolir estruturas poderão sempre ser truncados pela tecnocracia míope ou diluído pelo humanismo retórico. [16]

19 Ao intelectual impõe-se a superação do senso comum por um conhecimento de si mesmo. Isto com um caráter de novidade, renovação de seu ser e estar no mundo, no material, nas esferas da vida, do social e do histórico. O intelectual lida com idéias, frases, palavras: está sujeito à recepção de mitos tanto ou mais que o homem da rua. Ao lado da sua especialidade, se é técnico, ou da sua habilidade verbal, se humanista, ele partilha com os grupos a que pertence uma boa dose de senso comum, de uma filosofia implícita de vida. [17] No senso comum o difuso das mentalidades é uma prisão. Para sair dessa mentalidade difusa e entrar em uma práxis consciente, ele deve elaborar uma crítica de tudo o que se veio sedimentando nas ideologias que se colam ao senso comum; uma crítica de tudo que aspira a uma coerência defensiva, portanto enganosa.[18] Na constituição de uma visão de mundo muitas camadas se somam. Reconhecer esta soma é uma necessidade. Um intervalo entre os homens cultos e os simples, um espaço para a injustiça, requer uma superação. O hiato vem de muito longe; consolidou-se na passagem dos séculos. Tende a não haver comunicação entre as teorias, as filosofias relevantes, e o homem simples. Alfredo Bosi aponta o cristianismo, como uma exceção, mas religiosa: nele, falam uma só linguagem sacerdotes, missionários e os demais, os leigos. Reconhecendo as camadas que se somam na sua visão do mundo, o homem culto poderá, além do mais, franquear o intervalo injusto que o separa do homem simples. O mal vem de longe: as grandes teorias filosóficas, de Platão a Bergson, não se comunicaram ao homem da rua; só algumas religiões e, em particular, o cristianismo, souberam criar uma linguagem dúctil, missionária, que vale tanto para o sacerdote quanto

20 para os leigos. [19] Verter, sem fazer pouco delas, as linguagens em clareza, esta é a tarefa. Com a clareza se chega e se apreende ao concreto. A conquista da razão dialética iguala-se à conquista de uma racionalidade legítima. Assim, o homem que quiser professar o novo conhece-te a ti mesmo não padecerá do comichão do hermetismo. Tudo o que disser há verter-se, sem distorção nem apoucamento, na mais limpa das linguagens. Aprender a prática da clareza é, como aportar o concreto, uma conquista final da razão dialética, só obtida depois que se cruzarem a experiência, a abstração e a vontade de mudar as coisas. [20] As tarefas dos intelectuais sempre se redefinem. Nunca se transformam em definitivas. tipologia dos intelectuais. Não importa, para isto, a A crítica do senso comum; a auto-análise em termos históricos; a conquista de uma palavra translúcida; eis algumas das tarefas propostas ao intelectual que se empenha em sair de uma posição dada, de orgânico ou eclesiástico. [21] O concreto é a organização da cultura. A escala individual não permite esta concepção. Não há super-homens. O concreto é o poder, no interior de relações entre sujeitos, sociais, de fazer e transmitir cultura. No espaço de encontro, a escola dilata-se e forma os intelectuais atualmente. Sociedade civil, pessoa, Estado vinculam-se nas sociedades de massas. O projeto não se concebe, naturalmente, em escala individual. Gramsci entreviu na mitologia do super-homem, comum aos pequenos nietzschianos de direita, certas conotações folhetinescas ou infanto-juvenis. Cada um de nós forma-se e age no interior de instituições, pois a cultura preexiste e

21 sobrevive à ação do sujeito. O nível concreto, neste caso, não é nem o indivíduo x nem os valores que o animam: é o grupo dos sujeitos, a sua interação, o poder que têm de fazer cultura e transmiti-la. O concreto é a ação do professor sobre o aluno, do escritor sobre os fiéis, e vice-versa. O concreto é o que vem depois. [22] A escola anterior ao capitalismo preparava eclesiásticos, suficientes para o funcionamento da sociedade naquele momento; agora o Estado e a indústria absorvem o sistema escolar na preparação de incontáveis intelectuais orgânicos, necessários ao assessoramento, ao funcionamento da sociedade. Isto não comporta nostalgias, mas é parte do real em movimento, tornando possível a eleição da escola como objeto prioritário da ação transformadora. A escola para Antonio Gramsci é a de caráter unitário nos seus graus fundamentais. Sem tecnicismos precoces. Na escola, na imprensa, no teatro, no cinema, nos termos de Alfredo Bosi, forma-se o intelectual, no interior de superestruturas tendentes à reprodução. Principalmente na escola: O espaço de encontro de todos é, a certa altura, a escola. Gramsci disse coisas agudas sobre uma instituição que não parou de dilatar-se e de assumir o papel de formadora dos intelectuais de hoje. [23] Não mais a coesão de uma cultura envelhecida, nobre ou folclórica, mas uma cultura contraditória articulada às contradições das relações sociais de produção no capitalismo. O processo em sua totalidade para a sua compreensão requer o entendimento das relações de reciprocidade das forças materiais e das práticas da cultura. Nas sociedades de massa, a escola é vinculo obrigado entre a pessoa e a sociedade civil, a pessoa e o Estado. A superprodução escolar tem-se, mesmo, por índice de progresso entre as nações que se desejam democráticas. Ora, quanto mais se expande a rede de ensino, tanto mais se deve suspeitar de um crescimento na demanda de qualificação técnica, seja da

22 parte das empresas, seja da parte do aparelho estatal. Aumentam com isso as fornadas de orgânicos.[24] Sem saudosismos, indefinidos. nem nostalgias com os seus afetos Outrora, nas comunidades pré-capitalistas, a escola preparava tão-somente eclesiásticos; para o funcionamento material do feudo e do burgo ela não se fazia necessária: bastava o artesanato, com a sua tradição de ofícios e as suas práticas domésticas e corporativas. Hoje, ao contrário, há um grande vetor ideológico que parte do Estado e da indústria e cai em cheio sobre o sistema escolar para absorvê-lo: um maior rendimento dos setores tradicionais, esquivos à filosofia digital do computador, é mira intermitente das políticas educacionais em quase todo o mundo. Nessa batalha, os peões são os orgânicos ou os para-orgânicos, que se sentem capazes de sobreviver mais à vontade na sociedade industrial padrão. [25] Como evitar as escolhas sem pertinência, estabelecer uma perspectiva revolucionária? Mas Gramsci não é um nostálgico. Não escolheu a priori, entre os técnicos e os humanistas. A opção revolucionária lança-o para além dessas formações cristalizadas; a luta, ele a desloca para o campo da consciência política que deve criarse em todos os homens. Daí, eleger a escola como objeto preferencial da ação transformadora. [26] A escola e os intelectuais Vale pensar sem os privilégios perdidos nas noites dos séculos, de olhos postos no contemporâneo. Ao rejeitar toda sorte de privilégios, defende a escola única para os graus primário e médio. Ela teria o mérito de ser

23 democrática não só pelo alcance coletivo, como pelo teor do ensino: ainda não-especializada, poderia firmar em toda a população escolar uma base científica, histórica e crítica, anterior e resistente ao parcelamento exigido pela divisão do trabalho e pelas hierarquias profissionais. [27] O trabalho dos intelectuais se articula à escola em sua unicidade. A escola única, que ocupa a criança dos sete aos quinze anos, evitaria o tecnicismo precoce e se tornaria um fator dinâmico na mudança de mentalidade, desde que se respeitasse o seu objetivo geral, formativo. À diferença dos que julgam mais popular a disseminação de escolas técnicas de nível elementar e médio. [28] Paradoxalmente, A escola técnica para crianças é uma válvula de que se serve o Estado classista para resolver as tensões produzidas pela expansão do próprio ensino. Ela não é um acaso. [29] Perpetua e engessa as diferenças sociais Nas relações entre o todo e as partes, nada é por acaso na formação dos intelectuais. Incandesce o debate entre a pureza e o engajamento. Ao artista cabe fixar uma imagem do real, torná-la presente e, ainda que por um átimo, prendê-la nas amarras do signo. Já o homem de ação não tolera que as coisas voltem sempre com a mesma face. Assim, o atraso da arte em relação à política é estrutural, porque o tempo da imagem é, por força, o de um presente que se abre para o futuro. E se a discronia é fatal, a polêmica se perde no mal-entendido. [30] No interior das mediações múltiplas, é possível distinguir o relevante. Sem impedimentos. No âmago dos fenômenos culturais, é possível enxergar os perfis de uma

24 estrutura de cristal, com suas coincidências e contrastes, seus espelhamentos e refrações e, sobretudo, com as suas forças internas postas em certo equilíbrio que um dia, afinal, poderá romper-se. [31] Uma concepção de mundo, um pertencimento em desdobramento na tipologia gramsciana dos intelectuais, a crítica e a bizarrice, o compósito em oposição ao unificado, a crítica em seu alcance e em sua totalidade, o ponto de partida da elaboração crítica, a consciência, a dimensão mundial e a evolução do pensamento corporificam-se na função intelectual em destaque na compreensão dos problemas. Por isso, seria possível dizer que todos os homens são intelectuais, mas nem todos os homens têm na sociedade a função de intelectuais (assim, o fato de que alguém possa, em determinado momento, fritar dois ovos ou costurar um rasgão no paletó não significa que todos são cozinheiros ou alfaiates). Formam-se, historicamente, categorias especializadas para o exercício da função intelectual; formam-se em conexão com todos os grupos sociais, mas sobretudo em conexão com os grupos sociais mais importantes, e sofrem elaborações mais amplas e complexas em ligação com o grupo social dominante. [32] A caracterização do intelectual ocupa o centro das preocupações do italiano e do brasileiro, nas suas vivências em tempos e espaços díspares. Uma das características mais marcantes que se desenvolve no sentido do domínio é sua luta pela assimilação e pela conquista ideológica dos intelectuais tradicionais, assimilação e conquista que são tão mais rápidas e eficazes quanto mais o grupo em questão for capaz de elaborar simultaneamente seus próprios intelectuais orgânicos. [33]

25 O estabelecimento de relações entre Antonio Gramsci e Alfredo Bosi na caracterização dos intelectuais segue um padrão idêntico no tratamento da problemática da escola. O enorme desenvolvimento obtido pela atividade e pela organização escolar (em sentido lato) nas sociedades que emergiram do mundo medieval indica a importância assumida no mundo moderno pelas categorias e funções intelectuais: assim como se buscou aprofundar e ampliar a intelectualidade de cada indivíduo, buscou-se igualmente multiplicar as especializações e aperfeiçoá-las. Isso resulta das instituições escolares em graus diversos, até os organismos que visam a promover a chamada alta cultura, em todos os campos da ciência e da técnica. [34] Os primeiros parênteses mais do que falam; quase gritam. (A escola é o instrumento para elaborar os intelectuais de diversos níveis. A complexidade da função intelectual nos vários Estados pode ser objetivamente medida pela quantidade das escolas especializadas e pela sua hierarquização: quanto mais extensa for a área escolar e quanto mais numerosos forem os graus verticais da escola, tão mais complexo será o mundo cultural, a civilização de um determinado Estado. Pode-se ter um termo de comparação na esfera da técnica industrial: a industrialização de um país se mede pela sua capacidade de construir máquinas que construam máquinas e pela fabricação de instrumentos cada vez mais precisos para construir máquinas e instrumentos que construam máquinas, etc. O país que possuir a melhor capacitação para construir instrumentos destinados aos laboratórios dos cientistas e para construir instrumentos que verifiquem estes instrumentos, este país pode ser considerado o mais complexo no campo técnico-industrial, o mais civilizado, etc. O mesmo ocorre na preparação dos intelectuais e nas escolas destinadas a tal preparação: escolas e instituições de alta cultura são similares.) [35]

26 Ou acabam por gritar sem tergiversações parênteses do texto em citação. nos segundos (Também nesse campo a quantidade não pode ser destacada da qualidade. À mais refinada especialização técnico-cultural, não pode deixar de corresponder a maior ampliação possível da difusão da instrução primária e o maior empenho no favorecimento do acesso aos graus intermediários do maior número. Naturalmente, esta necessidade de criar a ampla base possível para a seleção e elaboração das mais altas qualificações intelectuais ou seja, de dar à alta cultura e à técnica superior uma estrutura democrática não deixa de ter inconvenientes: cria-se assim a possibilidade de amplas crises de desemprego nas camadas médias intelectuais, como ocorre efetivamente em todas as sociedades modernas.) [36] Na reiteração dos temas do funcionamento da educação e da cultura no interior de uma sociedade complexa, de classes e dos vários grupos de status, a inteligência se apreende nas suas mediações. Das preliminares sobre os intelectuais, vem uma tipologia. Vem uma caracterização das diversas e variadas atividades intelectuais. Um intelectual na vertente técnica, ou na vertente humanista, pesa a inseparabilidade dos intelectuais nas atividades aspectos físicos e dos humanas na perspectiva revolucionária. Nas esferas da escola, da imprensa, do teatro, do cinema, o intelectual se forma: principalmente a escola. Referências BOSI, Alfredo. Os intelectuais, segundo Gramsci. In: Céu, inferno: ensaios de crítica literária e ideológica. 2. ed São Paulo: Duas Cidades e 34, (Coleção Espírito Crítico) pp GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere: volume ed Edição e tradução Carlos Nelson Coutinho; co-edição Luiz Sérgio

27 Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Civilização Brasileira, 2011a. Rio de Janeiro: GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere: volume ed Edição e tradução Carlos Nelson Coutinho; co-edição Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011b. [1] BOSI, 2003, p. 409 [2] BOSI, 2003, p. 409 [3] BOSI, 2003, p. 409 [4] BOSI, 2003, p. 410 [5] GRAMSCI, 2011b, p.18 [6] BOSI, 2003, p.411, itálicos originais [7] BOSI, 2003, p. 412 [8] BOSI, 2003, p. 412 [9] BOSI, 2003, p. 412 [10] BOSI, 2003, p. 412 [11] GRAMSCI, 2011a, p. 94 [12] BOSI, 2003, p. 412 [13] BOSI, 2003, p. 413 [14] BOSI, 2003, p. 415 [15] BOSI, 2003, p. 416 [16] BOSI, 2003, p. 416

28 [17] BOSI, p. 416 [18] BOSI, 2003, p. 416 [19] BOSI, 2003, p. 417 [20] BOSI, 2003, p. 417 [21] BOSI, 2003, p. 418 [22] BOSI, 2003, p. 418, itálico original [23] (BOSI, 2003, p. 418, itálicos originais) [24] BOSI, 2003, p [25] BOSI, 2003, p [26] BOSI, 2003, p. 419 [27] BOSI, 2003, p [28] BOSI, 2003, p [29] BOSI, 2003, p. 420 [30] BOSI, 2003, p. 422 [31] BOSI, 2003, p. 422 [32] GRAMSCI, 2011b, p [33] GRAMSCI, 2011b, p. 19 [34] GRAMSCI, 2011b, p. 19 [35] GRAMSCI, 2011b, p. 19 [36] GRAMSCI, 2011b, p

29 A refacção permanente Antonio Rodrigues Belon A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte (Arnaldo Antunes/Sérgio Brito/Marcelo Fromer) O exame e o reexame de certos temas não somente se justificam como tornam-se, inevitavelmente, uma imposição. A necessidade, as funções, os papeis e a inseparabilidade da arte no interior das dimensões variadas do humano, do social e do histórico, repõe sempre um repertório de temas em discussão. Um debate predominantemente teórico, mas de considerável alcance em extensão e profundidade, nos aspectos historiográficos e/ou políticos. Temas constantemente revistos reencontram, repetidamente, um frescor original. Exigem um retorno a eles. A produção cultural no capitalismo refaz a produção cultural anterior nos termos e conceitos de hoje. A identificação de novas tendências nas artes plásticas, na indústria cultural, na cultura e nas artes em geral, requer uma perspectiva adequada onde pesem o passado, o presente e o futuro, sempre em movimento. Isto é uma exigência da análise marxista; isto vale para a cultura no Brasil, na América Latina e/ou no mundo inteiro.

30 Apreender as relações entre a cultura e o socialismo é apreender os eixos da contemporaneidade. Os movimentos culturais nas revoluções do século XX legaram a imposição de um estudo, em caráter de escrutínio, de exame minucioso, das relações internas entre o marxismo e a produção cultural como um aspecto fundamental das questões do tempo presente. A necessidade, a natureza e a função da Arte é uma preocupação recorrente no tempo e no espaço. No mundo burguês, no capitalismo, tudo vem a se repetir: a discussão se repõe. A arte não desapareceu. Retoma uma exigência da vida. Uma fórmula para a arte? Porque a perspectiva legítima reencontra, reiteradamente, uma concepção de arte estreitamente vinculada às tensões entre o homem e o mundo circundante, quando e onde a arte continuará sendo sempre necessária.[1] Obviamente, a arte recolhe os seus materiais da vida, da sociedade, entre os seres humanos, vencendo as resistências no trânsito para as formas estéticas, a exemplo do buril do escultor no enfrentamento da pedra. Não cabe resumir a arte numa fórmula. Muito mais que isto: ela é a expressão de relações profundas entre os homens e o mundo. Satisfaz necessidades humanas. Desde as suas origens acumula mudanças e funções novas. Articula-se ininterruptamente a necessidades previstas e imprevistas. A necessidade da arte não passa por interrupções: mostra-se sempre em renovação. Permanentemente em refacção. Da busca por divertimento ao aprofundamento nas questões básicas da vida, identifica-se um convívio estreito entre os humanos e a literatura, a pintura, a escultura, a arquitetura, a música, a dança, a pantomima, as peças teatrais, os filmes, e demais formas artísticas, renovadamente. Caberia perguntar pelo papel dessas formas humanas na intensificação das demais realidades humanas. As questões postas pela arte articulam-se às questões

31 fundamentais postas pela existência humana, não é demais recordar e acentuar. A incompletude da existência escancarase. Da penumbra onde se localiza a plateia, o fictício do palco prende suspensas as demais realidades da vida, sociais e históricas a visão em figuras e formas absorventes: tudo está ali. Os temas da necessidade e da função da arte articulam-se logicamente com o tema da plenitude humana: do ser humano em superação de si. Um querente da totalidade: repele a separação individualista e parcial no desejo da plenitude. Orienta-se para a compreensão e a significação no, e do, mundo. Adota rebeliões contra os limites da transitoriedade e da exclusividade restritas da pessoa e do indivíduo. Na arte, o sujeito faz por tornar social a sua individualidade.[2] As relações de inseparabilidade entre o indivíduo e o gênero permeiam a arte de modo incontornável. A individualidade em isolamento não é concebível. A plenitude requer a inserção social e histórica. A incompletude do indivíduo pede uma inserção maior. O alheio torna-se o próprio pela arte. A individualidade faz-se totalidade na arte. A circulação do humano rompe os limites e penetra nas esferas sociais e históricas sem a perda das individualidades. Ao contrário: a arte assegura a totalidade ao alcance da mão humana. Dionísio e Apolo balizam as definições de arte e as realizações das formas na extensão dos tempos e dos espaços das vivências e das convivências humanas, sociais e históricas. Na arte, na totalidade, na realidade, por onde anda o indivíduo? Nas sendas da plenitude? No mundo simplesmente? O desejo liga o ser e o não ser? Estas perguntas fazem sentido? Exigem outras? Perguntas, respostas e (re)fazeres Permanece a pergunta pela originalidade e universalidade da arte. Da identidade do humano com as formas de arte nasce

32 Dionísio? E Apolo? O divertimento, a satisfação, a observação, a representação e o distanciamento, vencem a subjugação: vão além do esmagamento. A absorção na realidade e controle dela estabelecem uma dualidade na arte. O trabalho do artista em sua diversidade de modos configura-se na plataforma da consciência e da racionalidade. Que consciência? Que racionalidade? O domínio de uma realidade ao final de um processo. A realidade se põe sob o domínio humano enquanto refacção. A inspiração e a embriaguez, quando existem, decorrem do trabalho. O artista domina, controla, transforma a matéria das experiências humanas, sociais e históricas em memória, em expressão, em forma. Ele trata, transmite, no conhecimento das regras, das técnicas, dos recursos e das formas de sujeição da natureza e da realidade humana, o humano em confirmação. Dominação do real pelas formas da arte; sem a possessão de outro real, mas com a emancipação dele. Refaz e refaz continuamente. Aristóteles e Brecht compreendiam a arte de maneiras apropriadas aos respectivos tempos e lugares. O grego fala em purificação, em terror e em piedade. O alemão fala em divertimento de uma maneira singular. Brecht e a luta de classes explicitam o prazer e o caráter emancipatório da arte. Brecht aposta na inteligência, na instrução do povo e na provocação para as mudanças na realidade. Libertar Prometeu repete-se para as plateias teatrais como prazer, satisfação, alegria, invenção e descobrimento. Refaz caminhos. O primeiro problema do teatro de Brecht é recuperar na plateia o seu caráter de classe, suprimido na estética burguesa, dominante. Reinstaura a divisão das classes sociais, remove, contrariando o capitalismo, os conflitos entre os sentimentos e a razão, para inaugurar, socialmente, historicamente, humanamente, a universalidade.

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