A RELAÇÃO ENTRE AS EMOÇÕES E O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO. JUCEMARA GERVASIO

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA A RELAÇÃO ENTRE AS EMOÇÕES E O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO. JUCEMARA GERVASIO Itajaí, (SC) 2009

2 1 JUCEMARA GERVASIO A RELAÇÃO ENTRE AS EMOÇÕES E O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO. Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Legal. Itajaí SC, 2009.

3 2 Dedicatória Dedico este trabalho à minha sobrinha Caroline, que trouxe alegria e esperança para minha vida.

4 3 AGRADECIMENTOS A toda minha família que, com muito carinho e dedicação, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida. Ao professor e orientador Eduardo José Legal por seu apoio e incentivo que tornaram possível a conclusão desta monografia.

5 4 SUMARIO RESUMO INTRODUÇÃO EMBASAMENTO TEÓRICO As relações entre saúde, doença e comportamento Sistema Imunológico Células do sistema imune Fisiologia do sistema imune Fases da resposta imunológica As relações entre sistema imune, endócrino e nervoso ASPECTOS METODOLÓGICOS APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Stress Depressão Ansiedade Emoções positivas CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APÊNDICES Apêndice Apêndice

6 5 A RELAÇÃO ENTRE AS EMOÇÕES E O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO. Orientador: Eduardo José Legal. Defesa: Novembro de Resumo: Emoções e sistema imune foram os dois eixos norteadores desta pesquisa. Este trabalho teve por intuito investigar na literatura especializada a relação existente entre as emoções (e sua mediação pelo sistema nervoso) e as respostas neurofisiológicas que são desencadeadas em todo o organismo através desta experiência, com foco principal apontado para sua influência no funcionamento do sistema imune. Em razão da grande importância da relação entre estes dois sistemas, a psiconeuroimunologia tornou-se uma área crescente da pesquisa em neurociências e tem apontado a influência das emoções no surgimento, manutenção ou imunidade e melhora das doenças. O estudo caracteriza-se como uma revisão bibliográfica, baseado no levantamento da literatura especializada, a qual foi buscada em bases de dados, bibliotecas universitárias e particulares, livros, artigos, teses, dissertações e monografias produzidas no Brasil sobre o tema. Após a recuperação, seleção, leitura e análise dos estudos foram apresentadas as principais descobertas, teorias e hipóteses desta relação (emoções x sistema imune). Os resultados obtidos confirmaram a relação entre as emoções e o funcionamento do sistema imunológico, o que nos levou a concluir o quanto é importante para o profissional psicólogo se apropriar deste conhecimento para incrementar suas práticas tanto no nível de tratamento e prevenção, quanto de promoção da saúde. PALAVRAS-CHAVE: Emoções; Sistema Imune; Psiconeuroimunologia SUB-ÁREA DE CONCENTRAÇÃO (CNPQ): Membros da Banca Prof. Dr. Telmo José Mezadri Prof. Dr. Márcia Ghisi Mezadri Prof. Dr. Eduardo José Legal (Orientador)

7 6 1 INTRODUÇÃO Não há um consenso sobre o que são as emoções. Como relata Ledoux (1996), elas podem ser interpretadas como reações físicas que se desenvolveram com finalidades de adaptação durante nossa história evolutiva; podem também ser considerados estados mentais decorrentes das respostas corporais processadas pelo cérebro; ou ainda, que sejam reações neuroquímicas e o que realmente é importante se processam no interior do cérebro, sendo as reações físicas apenas sua manifestação. Psicólogos e filósofos discutem a mais de um século sobre o significado específico do termo emoção, que pode manifestar-se como sendo um sentimento, que implica em pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos e que resultam em diferentes ações (GOLEMAN; 1995). Todas as emoções são, em essência, impulsos para agir, planos instantâneos para lidar com a vida que a evolução nos infundiu. A própria raiz da palavra emoção é movere, mover em latim, mais o prefixo e, para denotar afastar-se, indicando que uma tendência está implícita em toda emoção (p. 20). Contudo, de modo geral, podemos afirmar que as emoções são padrões de respostas fisiológicas e de comportamentos específicos da espécie, em resposta a um evento (situação) que a desencadeia. A resposta emocional pode ser dividida didaticamente em três componentes: comportamental, autonômico e hormonal (CARLSON, 2002). O componente comportamental consiste nas ações musculares apropriadas à situação que estamos vivenciando (afastamento ou aproximação). A excitação ou relaxamento de órgãos dos sentidos, vísceras e músculos são modulados pelo sistema nervoso autônomo, que é o componente autonômico. Por fim, os vários hormônios que são liberados pelas glândulas e que atuam sobre o tecido muscular, cérebro e outros órgãos compõem a resposta hormonal das emoções.

8 7 De fato, ao expressarmos uma emoção, apresentamos alterações fisiológicas na freqüência cardíaca, na pressão sangüínea e nas secreções hormonais, além de reações faciais (expressões) que comunicam nosso estado motivacional para os outros (CARLSON, 2002; KOLB; WISHAW, 2002; LEGAL, 1996). Podemos atribuir três grandes utilidades para as emoções: a primeira delas seria a sobrevivência do indivíduo em um caso de vida ou morte, em que as emoções geram comportamentos para lutar ou fugir; a segunda envolve os comportamentos emocionais adequados para a reprodução e a garantia da sobrevivência da espécie; e finalmente, a expressão emocional como forma de comunicação social, que adquiriu grande importância para os seres humanos, pois seu repertório comportamental, que abrange as necessidades atuais da espécie, ultrapassa o estreito vínculo com as atividades de sobrevivência (LENT, 2002). Apesar de algumas diferenças (RUSSELL, 1991,1995 apud MYERS, 1999), culturas e linguagens partilham muitas semelhanças na maneira como categorizam emoções raiva, medo e assim por diante. Os indicadores fisiológicos da emoção também cruzam as fronteiras culturais (LEVENSON et al., 1992 e MESQUITA; FRIJDA, 1992 apud MYERS, 1999). Em diferentes culturas podemos observar expressões faciais universais para as emoções básicas, a diferença está em como e quanto essas emoções são expressas. As ações desencadeadas pelas emoções são mais facilmente observadas em crianças e animais, porém os adultos civilizados normalmente apresentam reações divorciadas dos impulsos provocados por determinadas emoções (LEDOUX, 1996). Em ação, as emoções tornam-se importantes fatores de motivação para atitudes futuras, pois irão definir o rumo de cada ação e dar a partida nas realizações de longo prazo. Mas nossas emoções também podem nos trazer problemas. A saúde mental está intrinsecamente ligada ao quanto e ao que fazemos para nos sentirmos bem emocionalmente (higiene emocional) e, em sua maioria, os problemas emocionais acabam refletindo o colapso da organização

9 8 emocional, que pode ter conseqüências tanto úteis quanto patológicas (LEDOUX, 1996). Sobre a dimensão psicológica, Ballone (2001 apud ALVES et al., 2005) comenta que as motivações causadas pelas emoções têm origem impulsiva, e controlam as condutas humanas. Nesse sentido, são consideradas, de um ponto de vista geral, como provindas de substratos biológicos causando influências sobre a saúde e a doença através de suas propriedades psicofisiológicas. Emoções estas que podem ter vários sentidos para o corpo e são classificadas a priori, como sendo agradáveis ou desagradáveis. Entre elas podemos citar a alegria, medo, ansiedade, raiva, etc. O único elemento comum entre as diferentes emoções é o reforço, isto é, um estímulo positivo (prazeroso) ou negativo (desagradável) que resulta na motivação por prolongar ou interromper a experiência emocional (LENT, 2004). Algumas emoções como a raiva e a melancolia (ambas presentes no estresse) podem estar associadas a vários transtornos de ordem psicofisiológicas, como por exemplo, hipertensão e transtornos cardiovasculares (TENNANT, 2001; WILLIAMS et al., 2000), cefaléias, asma, síndrome pré-menstrual, doenças dermatológicas, transtornos digestivos e de alimentação, debilidade do sistema imunológico e tantos outros distúrbios (BALLONE, 2001 apud ALVES et al., 2005). É importante observar que ao reprimirmos as emoções podemos causar danos profundos aos tecidos, uma vez que a repressão contínua das mesmas gera desequilíbrio homeostático, que eleva o estresse até que todo o sistema esteja comprometido, tanto física quanto psiquicamente (BALLONE; PEREIRA NETO; ORTOLANI, 2001). Os estímulos disparadores das emoções estão relacionados às respostas autonômicas e comportamentais que ocorrem logo no início de uma emoção e recebem o nome de respostas emocionais imediatas. Quando as respostas emocionais tornam-se crônicas, seja porque os estímulos disparadores permanecem ou porque o indivíduo apresenta um distúrbio afetivo, ocorrem as respostas prolongadas, geralmente mantidas com o envolvimento de hormônios e do sistema imunitário, causando também ansiedade e estresse (LENT, 2004).

10 9 Segundo Ballone, Pereira Neto e Ortolani (2002, p.205), [...] o estresse, seja ele de natureza física, psicológica ou social, é um termo que compreende um conjunto de reações fisiológicas, as quais, quando exageradas em intensidade e duração, acabam por causar desequilíbrio no organismo, freqüentemente com efeitos danosos. Por serem as emoções negativas mais conhecidas que as positivas (LENT, 2004; MYERS, 1999), seus mecanismos neurais também se tornam mais conhecidos. A amígdala, estrutura localizada no lobo temporal desempenha o papel de principal estrutura controladora das emoções (negativas). Por meio de suas conexões com o córtex e tálamo essa estrutura recebe informações sensoriais e tem a função de filtrar e avaliar a natureza dessas emoções. Em seguida, a amígdala comanda as regiões responsáveis pelos comportamentos e ajustes fisiológicos adequados (no hipotálamo e no tronco encefálico). As emoções positivas ainda não possuem uma base neural segura; por serem pouco conhecidas suas definições encontram-se ainda no âmbito experimental. Em termos de definições operacionais, Kolb e Wishaw (2002) ressaltam que primeiramente devemos especificar os tipos de comportamentos apresentados em uma determinada emoção, para em seguida explorar o controle neural da mesma. Diferentes comportamentos sugerem a influência de diferentes sistemas neurais. O hipotálamo e estruturas associadas estão relacionados à resposta autônoma; a amígdala e algumas regiões dos lobos frontais estão relacionadas aos sentimentos; as cognições (pensamentos ou planos relacionados à experiência) devem ser controladas no nível cortical. A junção de todas estas peças pode lançar luz sobre o funcionamento das emoções e sua complexa relação com os demais processos psicológicos básicos, incluindo suas bases neurais. Este conhecimento, por sua vez, pode também gerar novos recursos para que o psicólogo e o neuropsicólogo possam desenvolver novas estratégias de intervenção nos mais diversos cenários de atuação, além de permitir compreender a relação entre o comportamento

11 10 emocional e outros estados fisiológicos que acompanham as doenças de modo geral. Embora os estudos sobre a ligação entre os fatores psicológicos e as doenças pareçam bastante adiantados, muitas respostas ainda não são conhecidas (SARDÁ; LEGAL; JABLONSKI, 2004). O levantamento das publicações realizadas recentemente dará uma noção ainda mais ampliada do quanto às respostas emocionais crônicas mantidas com o envolvimento de hormônios do sistema imunitário contribuem de maneira cada vez mais evidente para o surgimento de doenças (LENT, 2004). Esta pesquisa é relevante do ponto de vista social, porque através de seus resultados será possível uma reflexão mais aprimorada acerca do processo saúde/doença, com o intuito de repensar os aspectos psicossociais como o controle do estresse, as estratégias de enfrentamento, o apoio social, e os hábitos e estilos de vida que podem estar associados a este processo. Visando também a redução do impacto econômico, social e pessoal das doenças. Deste modo, o objetivo deste trabalho foi investigar na literatura especializada as relações entre os estados emocionais e a função imunológica. Para tanto, foram levantadas em bases de dados, bibliotecas universitárias e particulares, livros, artigos, teses, dissertações e monografias versando sobre as relações entre emoções e o funcionamento do sistema imune. Dentre estes materiais encontrados foram selecionados aqueles que versavam especificamente sobre definições operacionais de emoções, biologia das emoções e do comportamento emocional, funcionamento e regulação do sistema imune, relações entre estados emocionais e sistema imunológico. Sobre este material se conduziu uma análise na tentativa de se identificar como se dão as relações entre as emoções e a regulação do sistema imune.

12 11 2 EMBASAMENTO TEÓRICO 2.1 As relações entre saúde, doença e comportamento. Desde os tempos de Hipócrates já existia uma crença de que os fatores psicológicos influenciam a expressão dos sintomas físicos e de que podem afetar o curso das doenças, sendo esta uma suposição básica na prática da medicina da época (STOUDEMIRE; HALES, 2000). Muitas denominações foram dadas à este campo de estudo. Inicialmente, pelo início dos anos 30 do século XX, foi chamada de medicina psicossomática ou ainda de medicina mente-corpo (STOUDEMIRE; HALES, 2000; STRAUB, 2005). Estas denominações implicavam em um conhecimento predominantemente médico, porém, na década de 70 e 80 o campo passa a ser denominado também de psiconeuroendocrinoimunologia e psiconeuroimunologia (KIELCOLT-GLASER; GLASER, 1997; SARDÁ, LEGAL; JABLONSKI, 2004). A medicina psicossomática estuda a inter-relação entre os aspectos psicológicos e fisiológicos do funcionamento normal e anormal do corpo. Suas principais tendências derivam das três grandes áreas de teoria e da investigação científica: psicanálise, psicofisiologia e psicobiologia (LIPOWSKI apud STOUDEMIRE; HALES, 2000). Atualmente considera-se que a relação entre fatores psicológicos e as condições médicas é complexa e pode ser afetada globalmente por numerosas variáveis biológicas e psicossociais. Deste modo, torna-se difícil pensar em uma atividade ou comportamento que não influencie a saúde de alguma forma, de maneira direta ou indireta, imediatamente ou a longo prazo, seja para melhor ou para pior (STRAUB, 2005). De acordo com Vasconcellos (2001), alinhada com este pensamento encontra-se a perspectiva biopsicossocial, que ressalta as múltiplas influências entre os contextos biológicos, psicológicos e sociais da saúde, e está fundamentada na teoria sistêmica do comportamento. Nesta teoria, a saúde assim

13 12 como toda a natureza é melhor compreendida como uma hierarquia de sistemas, em que cada uma deles é simultaneamente composto por subsistemas e por uma parte de sistemas maiores e mais abrangentes, os quais, per se, são sistemas vivos e como tal, exercem e recebem influência dos outros sistemas com os quais interagem. Aplicada ao ser humano, cada um de nós é um sistema, um corpo formado por sistemas em interação, como o sistema endócrino, o cardiovascular, o nervoso e o imunológico. Quando aplicada à saúde, essa abordagem destaca uma questão fundamental: um sistema qualquer, em determinado nível, é afetado por sistemas em outros níveis e também os afeta. Como exemplo, podemos citar o sistema imunológico que enfraquecido afeta órgãos específicos no corpo de uma pessoa, o que, por sua vez, afeta a saúde geral, e, dessa maneira, os relacionamentos dessa pessoa com sua família e seus amigos (STRAUB, 2005). A queda da defesa imunológica pode estar associada a quaisquer tipos de ações estressantes. Exemplificando: a perda de emprego, eventos existenciais decorrentes de situações de perda, sentimentos de rejeição, rupturas de casamentos, baixa auto-estima, reprovação em concursos, ansiedade diante de provas, dificuldade de adaptação e ainda outras condições existenciais nocivas. Todos são eventos que poderão levar o indivíduo que as sofre a uma queda de sua defesa imunológica, e desenvolver quaisquer doenças oriundas de tais situações clínicas (MOREIRA, 2003). Os eventos, independentes de sua origem psicológica ou emocional, ou orgânica e física, irão desencadear, no organismo, as mesmas reações, os mesmos fenômenos médicos de natureza funcional ou orgânica (MOREIRA, 2003; PELLETIER, 1996). De acordo com o mesmo autor, fica evidente que as agressões à personalidade, assim como as suas defesas, sejam elas somáticas ou psíquicas, orgânicas ou emocionais, são, em essência, de mesma natureza. Ainda de acordo com o mesmo autor, amor familiar, apoio psicossocial, elevada auto-estima, fé religiosa e alegria de viver são consideradas estimulantes naturais para o bom funcionamento do sistema imunológico, que servirá como defesa contra eventos nocivos. Para indivíduos sem estas características os eventos

14 13 estressantes poderão representar situações de risco à manutenção da saúde. Desta forma o mesmo estressor que acometeu a todos igualmente, pode causar maiores prejuízos aos que estiverem mais vulneráveis aos seus efeitos. O modo como as pessoas lidam com o estresse ou ainda o conjunto de estratégias utilizadas para isso, são conhecidas tecnicamente como coping (ou sua tradução, não tão bem adaptada: enfrentamento). Estas estratégias são utilizadas pelas pessoas para adaptarem-se às circunstâncias adversas. Estas estratégias podem ser classificadas em dois tipos, dependendo do foco de sua ação. O coping focado na emoção, definido como um esforço para regular o estado emocional que está associado ao estresse, e o coping focado no problema, que se constitui em um esforço para atuar na situação que deu origem ao estresse, com a intenção de mudá-la (ANTONIAZZI et al., 1998, LAZARUS; FOLKMAN, 1984). Variados esforços têm sido utilizados pelos indivíduos para lidar com situações estressantes, crônicas ou agudas, se constituindo em objeto de estudo da psicologia social, clínica e da personalidade e estão associados ao estudo das diferenças individuais. Estratégias negativas (aquelas que não permitem uma resolução eficaz de uma situação) podem contribuir para a imunossupressão. Caño-Vindel (apud BALLONE, PEREIRA NETO; ORTOLANI, 2002) indica que a repressão das emoções negativas (evitar a demonstração da raiva e da tristeza, por exemplo) pode provocar uma alta ativação do Sistema Nervoso Autônomo levando a um padrão de reposta deficitária do sistema imunológico, semelhante aquele citado para o estresse. Esta condição mantida por um longo tempo pode provocar alterações no Sistema Imunológico tornando a pessoa vulnerável a enfermidades infecciosas ou a doenças auto-imunes. Do mesmo modo que os estados emocionais e as situações sociais nos quais tais estados ocorrem modificam as respostas físicas, o contexto ecológico também é uma variável importante, dado que determinadas circunstâncias ambientais poderiam se dar em um ambiente, mas jamais, ou muito dificilmente, em outros. Como aponta Angerami-Camon; Feijoo (2001) ambientes mais rurais

15 14 ou próximos de grandes centros urbanos podem interferir de modo diferente na saúde das pessoas. Há muitos indícios da existência das ligações diretas entre o sistema nervoso central e o sistema imunológico, partes do organismo que por muito tempo foram consideradas independentes. Porém existe ainda uma grande controvérsia, com relação a esta influência da mente sobre o corpo e sobre a natureza específica dessa ligação (PELLETIER, 1997). Algumas questões incluindo os tipos precisos de fatores psicológicos e comportamentais, assim como os tipos de indivíduos aptos a eles, os tipos específicos de doenças nas quais esses efeitos são importantes e até que ponto, durante o curso da doença física eles são os principais operantes, ainda estão sem resposta (STOUDEMIRE; HALES, 2000). No entanto, alguns estudos têm revelado não só a natureza destas ligações como também os seus modos de atuação. É sobre estes estudos, da área de medicina mente-corpo, medicina psicossomática, medicina comportamental e suas derivações que este trabalho se fundamenta na tentativa de encontrar os nexos causais entre fatores psicológicos e a saúde. 2.2 Sistema Imunológico Este sistema tem a função de defender o corpo contra invasores. Os micróbios (germes ou microrganismos), as células cancerosas e os tecidos ou órgãos transplantados são interpretados pelo sistema imune como algo agressivo, do qual o corpo deve ser defendido. Para isto o sistema imune precisa distinguir entre células próprias e não próprias e, em seguida destruir, neutralizar ou eliminar as que forem consideradas como não próprias que naturalmente não fazem parte do organismo (KIECOLT-GLASER; GLASER, 1997). O sistema imunológico é determinante à sobrevivência humana. Na ausência de um sistema que funcione de maneira apropriada, mesmo as infecções leves podem conter o hospedeiro e se mostrar fatais (PARHAM, 2001).

16 15 As células do sistema imune derivam originalmente da medula óssea; no entanto, os linfócitos T migram da medula óssea para o timo, onde são selecionados apenas aqueles que reconhecem moléculas que não são próprias com alta afinidade. Ao viajarem pelo corpo, pequenos exércitos dessas células ficam em alerta nos nódulos linfáticos e no baço, que possuem compartimentos especializados para diferentes tipos de células do sistema imunológico (BALESTIERI, 2006; PARHAM, 2001). Todas estas células, após o aprendizado de suas funções na medula óssea ou no timo, migram através dos vasos linfáticos para áreas especiais (linfonodos, tonsilas, baço, fígado, pulmões e intestinos) de onde é possível recrutar, mobilizar e deslocar linfócitos até zonas específicas como parte da resposta imune (BALESTIERI, 2006). Para determinar se as moléculas que são encontradas são próprias ou não, o sistema imunológico utiliza inúmeras moléculas solúveis e receptores de superfície celular e mantém o seu próprio sistema de circulação na forma de uma rede de capilares, nódulos linfáticos (glândulas) e dutos que compõem o sistema linfático (os vasos linfáticos) (DOAN, 2001; STRAUB, 2005). O sistema linfático pode ser descrito como: [...] uma rede de linfonodos conectados por vasos linfáticos. Os linfonodos contêm uma malha de tecido em que linfócitos estão intimamente unidos. Esta malha de linfócitos filtra, ataca e destrói organismos nocivos que causam infecções. Os linfonodos freqüentemente estão aglomerados em áreas onde os vasos linfáticos se ramificam, como o pescoço, as axilas e virilhas (MERCK, 2009, A linfa contém uma mistura de substancias que são absorvidas dos eptélios e dos tecidos, a medida que passa pelos linfonodos, as células que apresentam

17 16 antígenos podem examinar os antígenos dos patógenos (causam doenças) que possam ter entrado nos tecidos (ABBAS; LICHTMAN, 2007). Outros órgãos e tecidos do corpo - timo, fígado, baço, apêndice, medula óssea e pequenos aglomerados de tecido linfático (como as tonsilas na garganta e as placas de Peyer no intestino delgado) também fazem parte do sistema linfático. Essas estruturas também ajudam o corpo no combate às infecções (MERCK, 2009). Figura 1. Sistema linfático Fonte: Células do sistema imune As células do sistema imunológico são potentes e possuem funções diferenciadas com um objetivo comum: eliminação de invasores. As principais são os línfócitos, pequenos leucócitos que atacam de diversas formas as ameaças ao organismo, assim como os monócitos, neutrófilos e células Natural Killers (células

18 17 assassinas naturais), que atuam no combate as infecções (KIECOLT-GLASER; GLASER, 1997). Figura 2. Leucócitos componentes do sistema imune. Fonte: Os linfócitos, por sua vez, são subcategorizados como linfócitos B, os quais produzem anticorpos e linfócitos T, que ajudam o corpo a diferenciar entre o que lhe é próprio do que não o é. Os linfócitos B fazem parte da imunidade adquirida e são derivados de uma célula-tronco (célula-mãe) da medula óssea onde amadurecem e passam a produzir anticorpos específicos para diversos tipos de moléculas. Os anticorpos, produzidos pelos linfócitos B ou células B, são pequenas proteínas membros da família de proteínas chamadas imunoglobulinas que atacam bactérias, vírus e outros invasores externos (chamados antígenos). Os mesmos se encaixam as

19 18 moléculas de antígenos que atacam como uma chave que se ajusta à fechadura, sendo que, cada linfócito B produz apenas um tipo de anticorpo que ataca apenas um tipo de antígeno. Por exemplo, um linfócito procura e destrói o vírus do resfriado comum, enquanto outro ataca uma bactéria que causa pneumonia (KIECOLT-GLASER; GLASER, 1997; ABBAS; LICHTMAN, 2007). Os linfócitos T são formados quando as células-tronco migram da medula óssea para o timo, onde eles dividem-se e amadurecem. Os linfócitos T aprendem como diferenciar o que é próprio do organismo do que não o é no timo, porém estes linfócitos não produzem anticorpos, sua função é entrar no sistema linfático, e atuar como vigilante do sistema imune (KIECOLT-GLASER; GLASER, 1997). De acordo com os autores citados acima, os vários grupos diferentes de células T possuem diferentes funções. As células T citotóxicas, junto com outras células sanguíneas chamadas células citotóxicas naturais (NK- natural killer), patrulham constantemente o organismo em busca de células perigosas. Quando as encontram, essas células T associam-se às células invasoras e liberam substâncias químicas microscópicas que as destroem. As células Natural Killers assim como as células T e B linfocíticas, derivam de um precursor da medula, mas até o momento pouco se sabe sobre como se desenvolve. Sabe-se apenas que as necessidades para o desenvolvimento destas células são nitidamente distintas das observadas para as células T e B. Acreditase que as células NK são responsáveis pela imunidade contra células infectadas por vírus e tumores de surgimento espontâneo. O natural de seu nome se refere a sua capacidade para destruir uma variedade de células-alvo assim que são formadas, em vez de exigirem a maturação e o processo educativo que os linfócitos B e T necessitam. As células assassinas naturais produzem ainda algumas citocinas, substâncias mensageiras que regulam algumas das funções dos linfócitos T, dos linfócitos B e dos macrófagos (BALESTIERI, 2006; MOREIRA, 2003). Passaremos a descrever algumas características de dois tipos de fagócitos circulantes: os neutrófilos e os monócitos, tendo como referência Abbas; Lichtman (2007):

20 19 Neutrófilos: é o primeiro grupo celular a responder á maioria das infecções, particularmente ás infecções bacterianas e fúngicas. Eles ingerem os microorganismos na circulação e entram rapidamente nos tecidos extravasculares nos locais de infecção, onde também ingerem os patógenos, morrendo depois de algumas horas. Monócitos: são menos abundantes que os neutrófilos e também têm a função de ingerir microorganismos no sangue e nos tecidos. Ao contrário dos neutrófilos, os monócitos que entram nos tecidos extravasculares sobrevivem por longos períodos, e se diferenciam em células chamadas macrófagos. Dependendo do tecido os macrófagos recebem denominação diferente: histócitos no tecido conjuntivo; células de Kupffer no fígado; células de micróglia no cérebro; macrófagos alveolares nos alvéolos pulmonares; e osteoclastos nos ossos Fisiologia do sistema imune O sistema imunológico tem como função fisiológica prevenir e erradicar as infecções estabelecidas. Para isto utiliza-se de mecanismos de defesa que são constituídos pela imunidade inata, responsável pela proteção inicial contra infecções, e pela imunidade adquirida, que é aprendida e se desenvolve posteriormente, apesar de ser mais tardia também é mais eficaz contra as infecções (ABBAS; LICHTMAN, 2007). Para explanar sobre imunidade inata e imunidade adquirida, iremos utilizar como fonte a descrição dos autores citados acima: Imunidade Inata: está sempre presente em indivíduos saudáveis, seus mecanismos são responsáveis pela defesa inicial contra as infecções e pela estimulação das respostas da imunidade adquirida contra os agentes infecciosos. Alguns de seus mecanismos são utilizados para prevenir as infecções (por ex., barreiras epiteliais) e outros eliminam os microorganismos (p.ex., fagócitos, células NK e o sistema do complemento).

21 20 O sistema do complemento atua para destruir substâncias estranhas, seja diretamente ou em conjunto com outros componentes do sistema imune. Com o passar do tempo houve uma evolução dos microorganismos patogênicos para os seres humanos (capazes de causar doença) que se tornaram mais resistentes aos mecanismos de defesa da imunidade inata. A defesa contra esses agentes infecciosos é função da resposta imunológica adquirida. Imunidade Adquirida: a imunidade adquirida é aprendida. Quando o indivíduo nasce, seu sistema imunológico possui apenas a imunidade inata. Ao iniciar o contato com o mundo exterior o sistema imunológico começa a formar seu arquivo de memória e aprende a responder a cada novo antígeno que ele encontra. Portanto, a imunidade adquirida é específica contra os antígenos encontrados por um indivíduo durante a vida, por sua capacidade de aprender, de adaptar-se e de lembrar-se de um antígeno encontrado anteriormente. Neste sentido Parham (2001) cita a vacinação, que proporciona ao sistema imune à experiência necessária para elaborar uma resposta protetora com pouco risco para a saúde ou a vida. De modo geral, pode-se dividir as reações imunológicas em duas categorias amplas: imunidade não-específica e imunidade específica. As defesas imunológicas não-específicas defendem o corpo contra qualquer antígeno, incluindo algum que nunca tenha sido encontrado. As defesas imunológicas específicas ocorrem somente quando o antígeno já foi encontrado anteriormente, gerando um tipo de memória imunológica para o intruso (STRAUB, 2005) Fases da resposta imunológica As fases da resposta imunológica serão explicadas a partir de sua seqüência segundo os autores Abbas; Andrew (2007): reconhecimento do antígeno, ativação do linfócito, eliminação do antígeno, declínio e memória.

22 21 Reconhecimento do antígeno: nesta fase, linfócitos virgens, específicos para cada antígeno, localizam e reconhecem os antígenos do patógeno. Esta ativação requer pelo menos dois tipos de sinais. Inicialmente, a ligação do antígeno aos receptores de antígenos dos linfócitos (conhecida como sinal 1) para iniciar todas as respostas imunológicas. E o sinal conhecido coletivamente como (sinal 2), que são fornecidos pelos microorganismos e pela resposta imunológica inata aos patógenos, necessários para a ativação dos linfócitos na resposta imunológica primária. Isto garante que as respostas do sistema imunológico adquirido sejam desencadeadas pelos patógenos e não por antígenos nãoinfecciosos inofensivos. Ativação do linfócito: na fase de ativação, os clones de linfócitos que encontraram os antígenos passam por divisões celulares rápidas, gerando uma grande prole; esse processo é chamado de expansão clonal. Ao se diferenciarem, alguns linfócitos, passam de células virgens para células conhecidas como linfócitos efetores, produzindo substâncias que eliminam os antígenos. Como exemplo, podemos citar os linfócitos B que se diferenciam em células efetoras secretando anticorpos, enquanto alguns linfócitos T se diferenciam em células que destroem células do hospedeiro infectadas. As células conhecidas como efetoras, juntamente com os seus produtos, eliminam o patógeno, geralmente com o auxílio dos componentes do sistema imunológico inato; essa fase na qual ocorre a eliminação do antígeno é chamada de fase efetora da resposta imunológica. Declínio e memória: assim que a infecção é eliminada, o estímulo para a ativação dos linfócitos é suspenso, em seguida a maioria das células que foram ativadas pelos antígenos também é eliminada, através de um processo regulado de morte celular, chamado de apoptose. As células mortas são rapidamente retiradas pelos fagócitos sem desencadear uma reação danosa. Após o término da resposta imunológica, as células que permanecem são os linfócitos de memória, que podem sobreviver em um estado de repouso por

23 22 meses ou anos e são capazes de responder rapidamente a um novo encontro com o mesmo patógeno. Figura 2: Fases da resposta imunológica. Fonte: As relações entre sistema imune, endócrino e nervoso. No início da década de 1970 começaram a ser acumuladas evidências sobre o fluxo de informações entre o sistema imune e o eixo hipotálamo-hipófiseadrenal, que exerce a função de governar as reações do corpo diante de mudanças metabólicas e do estresse ambiental. Fundamentado nesses resultados desenvolveu-se a psiconeuroendocrinologia, área que têm como objetivo estudar como as emoções (alegria, raiva, medo) podem vir a modificar a produção de hormônios e neurotransmissores e interferir na resposta imune a agentes infecciosos, tumores e ainda no desenvolvimento de doenças auto-imunes (BALESTIERI, 2006). A concepção do sistema imunológico, notadamente a partir dos anos oitenta, deixou de ser considerado como um sistema fisiológico autônomo de funcionamento exclusivamente químico, destinado a reconhecer o que é e não é

24 23 do próprio organismo, passando a ser reconhecido como um sistema que interage com outros sistemas sendo sensível à regulação dos sistemas nervoso e endócrino (MAIA, 2002). Demonstrou-se que os órgãos do sistema imunológico, conhecidos também como órgãos linfóides, por produzirem linfócitos, contêm redes de células nervosas, que servem como um caminho até o cérebro e o sistema nervoso central, e que influenciam a imunidade (KIECOLT-GLASER; GLASER, 1997). O impulso inicial para o estudo das relações entre o sistema imune e o sistema nervoso central (SNC) advém de trabalhos clínicos relacionados a estados físicos e psicológicos de humanos, tais como períodos que antecedem as provas, problemas em família, luto e desemprego, estão intimamente ligados à atividade de neutrófilos e macrófagos, e, entre outros, à redução na atividade de células natural killer (NK) e na resposta de linfócitos a mitógenos (VISMARI et al., 2008). A relação entre o sistema nervoso central (SNC), o endócrino (SE) e o imune (SI) foi demonstrada com o seguinte experimento: ratos imunizados com hemácias de carneiros apresentaram, de forma simultânea o aumento máximo no número de linfócitos B no baço (SI), pico de produção de cortisol sérico (SE) e aumento na ativação dos neurônios no núcleo ventromedial do hipotálamo (SNC) (BALESTIERI, 2006). Neste caso, uma resposta imune foi seguida de ativação nervosa e endócrina. A função exercida pelo sistema imune é semelhante à dos sistemas nervoso e endócrino, porém sua atuação ocorre em um nível mais sutil. Pois suas células não são fixas, exercem suas funções circulando pelas mucosas e tecidos internos, identificando a entrada de moléculas e microorganismos estranhos e possíveis alterações em células próprias (BALESTIERI, 2006). As interações entre o sistema nervoso central, endócrino e imune provavelmente ocorrem a partir do sistema límbico, por se tratar do local em que as informações do córtex cerebral e do hipotálamo interagem e um dos locais de controle das emoções. Estudos realizados a partir de dados neurológicos indicam que embora o sistema límbico seja o responsável pelo impulso emocional, a

25 24 maneira como expressamos as emoções são reguladas por regiões situadas no córtex pré-frontal. Sendo que, cada lado do córtex pré-frontal processa um conjunto diferente de reações emocionais, por exemplo, as emoções que nos fazem ter medo ou repulsa são reguladas pelo lado direito do córtex, e sentimentos como a felicidade, pelo esquerdo. (BALESTIERI, 2006). A autora supra-citada, menciona estudos que revelaram uma diferença em relação a atividade cerebral. Pessoas com a região anterior esquerda mais ativada demonstraram atitudes mais positivas a respeito de sua vida, em geral ou em resposta a desafios, ao contrário daquelas com maior atividade do hemisfério direito exibem respostas mais negativas. Com base em seus eletroencefalogramas, fez-se uma avaliação da atividade das células NK, e podese constatar que pessoas com maior atividade no hemisfério esquerdo apresentaram maior atividade das células NK, sugerindo que as atitudes positivas em resposta a desafios são importantes para melhorar a resposta celular. A partir destes dados podemos confirmar a interação entre os sistemas: endócrino, nervoso e imunológico, e ainda a necessidade de novas pesquisas que ampliem o conhecimento entre os aspectos comportamentais e a resposta imune.

26 25 3 ASPECTOS METODOLÓGICOS Neste trabalho utilizamos à metodologia de pesquisa bibliográfica para atingir os objetivos propostos. Foram recuperados, selecionados, lidos e analisados estudos referentes à temática pesquisada encontrada em livros, bases de dados (on-line), artigos, monografias e teses já publicadas. As obras foram buscadas em livros na Biblioteca Setorial da UNIVALI, em bases de dados científicas como o SCIELO na internet, artigos e monografias disponíveis na universidade e on-line. As palavras chaves utilizadas para a recuperação foram: emoções, sistema imunológico, psiconeuroimunologia. Utilizou-se como ponto de corte temporal as publicações entre 1990 e 2008, dado que o estabelecimento desta temática no campo das neurociências recebeu um grande suporte neste período temporal por conta da década do cérebro ( ) onde se concentram a maior parte das descobertas mais importantes. A identificação e a fase de reconhecimento do assunto basearam-se no levantamento das obras já publicadas, livros e periódicos verificando o índice das mesmas e as obras contidas neste material. Depois do levantamento bibliográfico e da identificação das obras, buscouse a localização do material bibliográfico. Por tratar-se de um estudo realizado na UNIVALI esta foi a principal biblioteca pesquisada. A compilação é a reunião deste material contido nos livros, revistas e publicações que foram encontrados. O fichamento foi utilizado, então, para condensar os dados obtidos na pesquisa, contendo o autor, ano da obra, cidade, editora e edição. Também foram utilizadas tabelas contendo o nome do autor, o ano de publicação, as principais descobertas e a sustentação atual das mesmas. Foram também levantadas as teorias e hipóteses desta relação (emoções x sistema imune), bem como os centros de pesquisa e pesquisadores (ou grupo de) mais produtivos e importantes na área, no Brasil. A análise e interpretação dos dados foi dividida em quatro fases, conforme proposto por Lakatos e Marconi (1991). A primeira, a crítica do material

27 26 bibliográfico interno (interpretação e valor interno do conteúdo) e externa (texto, autenticidade e proveniência). A segunda fase consistiu na decomposição dos elementos essenciais e sua classificação. Na terceira fase, as informações foram reunidas por semelhança de conteúdo permitindo agrupamento e classificação. A quarta fase, a análise crítica do material encontrado, foi realizada assim que a seleção do material (fases 1 a 3) foram completadas.

28 27 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Como proposto nos objetivos desta monografia, os resultados da pesquisa bibliográfica empreendida serão apresentados de acordo com os temas levantados. As pesquisas que visam estudar as relações entre emoções e o funcionamento do sistema imunológico se concentram em três processos patológicos nos quais os aspectos emocionais são determinantes das suas manifestações: estresse, depressão e ansiedade. Classicamente, estas três condições sempre foram foco de estudo na área dado seu alto impacto sobre as funções imunes e endócrinas. Contudo, uma nova linha de trabalho focando as emoções positivas (alegria, otimismo, etc) tem demonstrado sua relação com o funcionamento adequado dos vários sistemas corporais, apontado uma nova perspectiva de trabalho para os profissionais de saúde, principalmente para os da Psicologia. Na revisão realizada para este trabalho mantemos a tendência da literatura especializada e começamos enfocando a influência das emoções negativas sobre o sistema imune e depois, ao final, sobre as emoções positivas e suas descobertas, no que diz respeito à mesma função. 4.1 Stress De acordo com González (2001) existem duas vias importantes pelas quais esta fundamentada a ação do stress. A primeira age sobre o hipotálamo e, em grande parte, sua ação está regulada pelos estímulos nervosos que procedem do córtex cerebral, a formação reticular e o sistema límbico. Os estímulos nervosos alcançam certas células neuroendócrinas que agem como transdutoras para transformar os sinais nervosos em mensagens hormonais (SELYE, 1976 apud GONZÁLEZ, 2001). O fator liberador de corticotropina (atualmente denominado de

29 28 hormônio liberador de corticotropina - CRH) provoca uma descarga de hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) desde a hipófise, que alcança o córtex adrenal. Esta glândula que produz a liberação de corticóides. Estes, por sua vez, facilitam a glicólise que oferece energia necessária para a realização das adaptações exigidas, além de possibilitar outras respostas adaptativas reguladas por enzimas, assim como também imunológicas. Esta cadeia de eventos é regulada por mecanismos de retroalimentação. A outra via importante é a mediada pelas catecolaminas as que, liberadas pela influência de descargas de acetilcolina nas terminações nervosas autonômicas e na medula adrenal, agem sobre a pressão sanguínea, sobre o metabolismo e sobre o sistema nervoso propriamente dito. Ainda de acordo com o autor citado acima, a comunicação intercelular pode ser endócrina (por hormônios gerais), paracrina (por hormônios locais) e neuronal (mediante substâncias químicas denominadas neurotransmissores). Sendo que as principais substâncias que agem como neurotransmissores são: a dopamina, a noradrenalina, a serotonina, a acetilcolina, a glicina e o ácido gama-aminobutírico (GABA). A excitação fisiológica desencadeada pelo stress pode ser medida através de mudanças na freqüência cardíaca, pressão sanguínea, velocidade de respiração, ou resposta galvânica da pele, que é uma medida da eletricidade da pele em resposta ao aumento da sudorese (STRAUB, 2005). Um dos modelos para se entender o stress implica em dividi-lo em fases. O mais conhecido é do de Hans Selye que dividiu a resposta do organismo ao stress em três fases: alarme, resistência e exaustão. No Brasil, a pesquisadora Marilda N. E. Lipp acrescentou um fase a mais entre a resistência e exaustão, chamandoa de quase-exaustão. Este é conhecido como modelo quadrifásico do stress (LIPP, 2003). Suas fases são descritas da seguinte forma: Fase de alerta: Inicia-se o processo auto-regulatório com um desafio ou ameaça percebida, ativando o mecanismo de luta ou fuga segundo Cannon (1939 apud Lipp, 2003) dando início a produção de noradrenalina pelo sistema nervoso

30 29 simpático e adrenalina pela medula da supra-renal. Em seguida as células do córtex das supra-renais descarregam seus grânulos de secreção hormonal na corrente sanguínea, com isso ocorre o gasto das reservas de hormônio das glândulas. Nessa fase, pode-se observar a dilatação do córtex da supra-renal e o sangue se torna mais concentrado. As mudanças hormonais que resultam dessa fase, contribuem para que haja aumento da motivação, entusiasmo e energia, o que pode, desde que não excessivo, gerar maior produtividade no ser humano, conforme Lipp e Malagris(1995 apud LIPP, 2003). Fase de Resistência: Este estágio caracteriza-se pelo aumento na capacidade de resistência acima do normal, o córtex das supra-renais acumula grande quantidade de grânulos de secreção hormonal segregados e, com isso, o sangue se apresenta diluído. Frente a isso Lipp e Malagris (1995 apud LIPP, 2003) afirmam que, nesta fase, há sempre uma busca pelo equilíbrio, acarretando uma grande utilização de energia, o que pode com frequencia gerar uma sensação de desgaste generalizado sem causa aparente e dificuldades com a memória, dentre outras conseqüências. Fase de Quase-Exaustão: As defesas do organismo começam a ceder e ele já não consegue resistir às tensões e restabelecer a homeostase interior. Normalmente a pessoa começa a sentir que oscila entre momentos de bem-estar e tranqüilidade e momentos de desconforto, cansaço e ansiedade. Algumas doenças começam a surgir nesta fase demonstrando que a resistência já não esta tão eficaz. Fase de Exaustão: Quando o stress alcança este estágio, há uma quebra total da resistência e alguns sintomas são semelhantes ao da fase de alarme, porém sua magnitude é maior. Há um aumento das estruturas linfáticas, exaustão psicológica em forma de depressão e exaustão física, ocasionando o aparecimento de doenças, podendo ocorrer a morte como resultado final. Quando o stress é prolongado, afeta diretamente o sistema imunológico reduzindo a resistência da

31 30 pessoa e tornando-a vulnerável ao desenvolvimento de infecções e doenças contagiosas. Algumas doenças que permaneciam latentes podem ser desencadeadas em conseqüência da queda do sistema imunológico. Úlceras, hipertensão arterial, diabete, problemas dermatológicos, alergias, impotência sexual, e obesidade podem surgir. O stress afeta quase todos os sistemas do corpo, e por isso é considerado um dos problemas de saúde que mais atinge a civilização moderna (GONZÁLEZ, 2001; STRAUB, 2005), pois não altera apenas a fisiologia do organismo, mas também as disposições motivacionais do mesmo, alterando seus comportamentos (SARDÁ; LEGAL; JABLONSKI, 2004; STRAUB, 2005). A união do funcionamento destes sistemas envolvidos no stress (nervoso, endócrino e comportamental) permitiu o desenvolvimento de ciências multidisciplinares que estudam as relações entre os mesmos, como a psiconeuroendocrinologia e neuroendocrinologia (GONZÁLEZ, 2001) De acordo com o autor supra-citado, os hormônios têm entre outras ações, a regulação da resposta imune e mediação das ações entre os sistemas imune e endócrino. Isto tem permitido a adoção de um novo termo e ao mesmo tempo o nome de um ramo de estudo das neurociências chamado de Psiconeuroendocrinoimunologia ou Psiconeuroimunologia. Figura 3: A reação de estresse e suas vias de ação no organismo. Fonte:

32 31 Pesquisas realizadas na área de Psiconeuroendocrinologia estão fornecendo evidências mecanicistas sobre as maneiras como os estressores - e as emoções negativas que eles geram - podem ser traduzidas em alterações fisiológicas. Para isto têm utilizado modelos animais e humanos, com o intuito de saber como o sistema imunológico se comunica bidirecionalmente com os sistemas nervoso central e sistema endócrino e como essas interações geram impacto sobre a saúde (KIECOLT-GLASER; GLASER, 2005). A principal conseqüência da reação do stress sobre o sistema imune é descrita por Gonzalez (2001) como sendo: [...] a imuno-supressão. Os glicocorticóides liberados sob stress são os mediadores principais dessa imunossupressão. Este efeito se produz já que estes hormônios podem inibir a maturação dos linfócitos durante seu desenvolvimento, tirá-los da corrente sanguínea e até destruí-los. Outro dos efeitos dos glicocorticóides sobre a supressão linfocitária manifesta-se inibindo a liberação de citokinas ou diminuindo o número de seus receptores (p.89). Há uma comunicação simultânea entre vida psicossocial e os sistemas nervoso e endócrino. Sendo que, para os fins da pesquisa do stress, os mesmos formam uma unidade indivisível que só é analisada isoladamente com propósitos didáticos ou de controle metodológico (Idem). Dentro dessa perspectiva Epstein (1984 apud AZAMBUJA, 1992) explica que a mente, influenciada por fatores psicológicos, afeta o sistema endócrino, o sistema nervoso simpático e o parassimpático, o fluxo sangüíneo, a contratura muscular e a eficácia da resposta imunológica, tudo ligado a alterações no hipotálamo, substância reticular, sistema límbico e núcleo caudado. Deste modo, conclui que existe estreita relação entre corpo e mente, sendo as vias de integração tão numerosas que seria surpreendente encontrar qualquer aspecto físico ou psicológico sem antecedentes ou consequências em todo o corpo como unidade holística. González (2001) demonstra através de estudos a ação do stress sobre o sistema imune. Dentre eles, estão os de Glaser e Kielcolt-Glaser, que

33 32 constataram, em candidatos a exame, que o nível de anticorpos, o número de células citotóxicas naturais (células NK) e de linfócitos no sangue, diminuía antes da prova. Keller, que verificou a queda da defesa orgânica que resultou em aumento de mortalidade e de morbidade, em homens cujas esposas faleceram de câncer de mama, o que o levou a concluir que as células imunológicas devem tomar conhecimento de estados de solidão e de tristeza por sinais químicos. Felten e Felten, especializados em feixes nervosos, que comprovaram a existência de feixes que estimulam os linfócitos durante sua maturação nos gânglios linfáticos, no timo, na medula e no baço e que liberam seus mediadores químicos, principalmente noradrenalina, a uma distância de seis milionésimos de milímetro dos linfócitos e macrófagos. E que ao serem bloqueados esses feixes nervosos contribuíram para a queda da resposta imunológica em 80%. Bartrop et al (1977apud Azambuja, 1992) realizaram uma pesquisa com 26 mulheres duas semanas antes e seis semanas depois do falecimento de seus maridos. Durante este período foram observados o número e a função de linfócitos T e B e as concentrações hormonais. O resultado foi uma diminuição da resposta celular à estimulação pela fito-hemaglutinina (estimulante de proliferação linfocitária) e pela concanavalina A (indutora de divisão celular em linfócitos) na segunda ocasião. Esta foi considerada a primeira demonstração prospectiva de que o stress psicológico intenso pode produzir uma anormalidade mensurável na função imunológica. Em uma outra pesquisa Godbout; Glaser (2006) constataram que o stress crônico pode aumentar a produção periférica de citocinas pró-inflamatórias, como interleucina (IL) -6. Níveis séricos elevados de IL-6 podem ser associadas a riscos para várias condições, como doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, as complicações de saúde mental, e alguns cânceres. Além do stress psicológico, outra grande fonte de alterações no sistema imune e endócrino está associada aos transtornos do afeto, especificamente a depressão e também a ansiedade.

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