TÍTULO: FREQUÊNCIA DE MICRORGANISMOS CAUSADORES DE INFECÇÕES URINARIAS ORIENTADOR(ES): ALESSANDRA FURTADO NICOLETI, MARCIA EUGENIA DEL LLANO ARCHONDO
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1 Anais do Conic-Semesp. Volume 1, Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN TÍTULO: FREQUÊNCIA DE MICRORGANISMOS CAUSADORES DE INFECÇÕES URINARIAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE SUBÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE DO GRANDE ABC AUTOR(ES): FRANCISLAINE MARIA ADAMI ALVES ORIENTADOR(ES): ALESSANDRA FURTADO NICOLETI, MARCIA EUGENIA DEL LLANO ARCHONDO
2 Frequência de microrganismos causadores de infecções urinárias 1. RESUMO As infecções do trato urinário estão entre as doenças infecciosas mais comuns na pratica clinica, particularmente em crianças, jovens, adultos e mulheres sexualmente ativas. Do ponto de vista prático, por convenção, definem-se como ITU (infecções do trato urinário) tanto as infecções do trato urinário baixo (cistite) como as do trato urinário alto (pielonefrites). A maioria das ITUs são diagnosticadas através de dados clínicos e laboratoriais como piúria e/ou bacteriúria e também pela urocultura com a contagem de colônias. A identidade da bactéria infectante isolada na cultura de urina é um dos fatores indicativos de infecção, o resultado da urocultura deverá ser avaliado juntamente com os outros dados laboratoriais e clínicos. Os maiores responsáveis pelos Itus são os bacilos Gram negativos da microbiota fecal pertencentes à família Enterobactéria. Este trabalho teve como objetivo fazer um levantamento das bactérias mais presentes em amostras analisadas em laboratório de análises clínicas de médio porte na cidade de São Bernardo do Campo durante três meses. Os resultados mostraram presença principalmente de Escherichia coli, seguida de outras bactérias gram negativo como a Klebsiella sp, e Proteus sp. e entre os gram positivos Staphylococcus sp. e Enterococcus sp. Resultados que estão de acordo com a literatura. 2. INTRODUÇÃO Uma variedade de fatores mecânicos predispõe à infecção no trato urinário, qualquer causa de interrupção do fluxo urinário normal ou do esvaziamento completo da bexiga, ou qualquer fator que facilite o acesso de microrganismos à bexiga poderá predispor o individuo a infecção. A uretra feminina, por ser mais curta, é menos eficaz em deter a infecção quando comparada com a uretra masculina que é mais longa. (Mims et al,2004) A infecção do trato urinário é uma patologia extremamente freqüente, que ocorre em todas as idades. Durante o primeiro ano de vida, devido ao maior número de malformações congênitas, especialmente válvula de uretra posterior, acomete 1
3 preferencialmente o sexo masculino. A partir deste período, durante toda a infância e principalmente na fase pré-escolar, as meninas são acometidas por infecção no trato urinário 10 a 20 vezes mais do que os meninos. (Brandino et al,2007) O sistema urinário normalmente contém poucos micróbios, mas está sujeito a infecções oportunistas, que podem ser bastante problemáticas. Quase todas essas infecções são bacterianas, embora infecções ocasionais por outros patógenos também ocorram. A infecção do trato urinário pode ser definida como uma condição onde o trato urinário é infectado por patógenos que determinam inflamação. É uma das patologias mais prevalentes em todas as faixas etária e particularmente importantes nas mulheres sexualmente ativas (Costa et al,2010). Do ponto de vista clínico, a infecção do trato urinário pode ser dividida em dois grupos: ITU inferior, onde a presença de bactérias se limita a bexiga (cistite), e do trato superior (pielonefrite), que se define como aquela que afeta a pélvis e o parênquima renal. A contaminação do trato urinário pode fazer-se por três vias: a via ascendente, a partir da flora fecal e uretral; a via hematogênea, em que a bactéria contamina o sangue e infecta secundariamente o aparelho urinário e a via linfática, que é uma via duvidosa de disseminação da infecção urinária que poderá contudo ter algum papel nas infecções crônicas.( Correia et al,2007) A urocultura quantitativa é o exame mais importante para o diagnóstico de uma infecção urinaria, pois não apenas indica a multiplicação bacteriana, mas também permite o isolamento do agente causador. A natureza do microorganismo invasor depende na maior parte dos casos da historia da infecção e dos fatores subjacentes do hospedeiro, anomalias congênitas ou fatores obstrutivos ao longo do aparelho urinário, do uso de agentes antimicrobianos e da instrumentação do trato urinário. A maioria das infecções urinarias são causadas por bactérias gram negativas como: Escherichia coli,klebsiella sp, Proteus sp entre outros e cocos gram positivos como Enterococos sp e Staphylococcus sp(sato et al,2005) 3. OBJETIVOS Verificar a frequência de microrganismos causadores de infecções urinárias em indivíduos de ambos os sexos sem limite de idade de um laboratório de análises clinicas de médio porte da região do Grande ABC. 2
4 4. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada em um laboratório de médio porte na região do Grande ABC. Foi realizado levantamento de dados das análises realizadas no laboratório no período de três meses, de janeiro a março de No total foram analisados os dados de 3029 pacientes de ambos os sexos sem limite de idade. Os dados foram coletados a partir dos prontuários de cada paciente no arquivo do setor de microbiologia. No período estudado foram analisadas todas as uroculturas realizadas no laboratório no período acima citado. Adotou-se como critério de positividade a contagem de colônias de um mesmo tipo em número igual ou superior a UFC/mL de urina. 5. DESENVOLVIMENTO Em uma fase inicial foi solicitada autorização da direção do laboratório para realização da pesquisa. Os dados analisados correspondem ao total de uroculturas realizadas no laboratório. Para realizar a urocultura as amostras foram coletadas, enviadas ao laboratório e semeadas em meios de cultura como Ágar cled, com alças calibradas de 1 microlitro e incubadas em estufa a 37ºC por 24horas. A bacteriúria considerada significante foi identificada pelos métodos convencionais, de acordo com os procedimentos operacionais padrão do laboratório, os quais constam de ensaios bioquímicos. No estudo as bactérias foram classificadas em três grupos: Enterobactérias, bacilos gram negativos e cocos gram positivos. Para diferenciação dos cocos gram positivos foram realizados os testes de catalase, coagulase e suscetibilidade à novobiocina. Os dados obtidos durante o período em estudo foram tabelados e analisados. 6. RESULTADOS Foram analisadas as uroculturas de 3029 pacientes que foram enviadas para o laboratório entre os meses de janeiro a março de Destas amostras
5 não apresentaram crescimento bacteriano, correspondendo a 90,4% das amostras. Sendo que 291 pacientes (9,6%) apresentaram resultado positivo. Os resultados positivos para crescimento bacteriano apresentaram 93,4% de bactérias gram negativas (tabela 1), 6,18% de bactérias gram positivas (tabela 2) e 0,34% de leveduras (tabela 3). Tabela 1. Número de pacientes diagnosticados com bactérias Gram negativas. Bactérias Número de % pacientes Escherichia coli Klebsiella pneumoniae 25 9,2 Klebsiella oxytoca 05 1,8 Proteus mirabillis 13 4,8 Proteus vulgaris 01 0,4 Enterobacter aerogenes 06 2,3 Citrobacter diversus 05 1,8 Pseudomonas 02 0,7 aeruginosa Total Tabela 2. Número de pacientes diagnosticados com bactérias Cocos positivos. Bactérias Número de % pacientes Enterococcus spp 08 44,4 Staphylococcus aureus 02 11,1 Staphylococcus saprophyticus 05 27,8 Streptococos agalactiae 03 16,7 Total Tabela 3. Número de pacientes diagnosticados com Leveduras Bactérias Número de % pacientes Candida albicans Verificou-se que a bactéria mais comum causadora de infecção urinária é a Escherichia coli, seguida de outras bactérias Gram negativas. 4
6 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Das amostras analisadas durante os três meses de estudo somente 9,6% apresentaram crescimento bacteriano. Com a pesquisa verificou-se que a bactéria mais comum causadora de infecção urinária foi a Escherichia coli, correspondendo a 79% do total de bactérias gram negativas e 73% do total das bactérias encontradas. Esta bactéria é normalmente encontrada no intestino grosso, o que mostra que a infecção nestes casos se dá pela via ascendente. Este dado está de acordo com a literatura que cita a via ascendente e a bactéria E. coli como a forma de infecção urinária mais comum, sendo que difícilmente a infecção se dá por outras vias como a via sanguínea. (Guidoni et al, 2001), (D Azevedo et al, 2004). Apesar de aparecem em menor número de amostras, bactérias gram positivas também foram identificadas, sendo a Enterococcus ssp. a que se apresenta em maior quantidade, correspondendo a 44% das bactérias gram positivas e 2,7% do total. 8. FONTES CONSULTADAS ANDRADE,E.A.Infecção do trato urinário na infância.revista de Medicina Volume1- Número2-AnoI. Abr/Mai/Jun de BRANDINO,B.A. et al. Prevalência e fatores associados a infecção do trato urinário- Artigo de revista.newslab.83.ed.limeira.são Paulo,2007 COSTA,L.C.et al.infecções urinárias em pacientes ambuatoriais prevalência e perfil de resistência aos antimicrobianos.universidade Estadual de Paraiba,vol42(3),p ,2010 CORREIA,C. et al. Etiologia das infecções do tracto urinário e sua susceptibilidade aos antimicrobianos.artigo de revista.acta Med Port.20.p Bragança,2007 CARVALHO,E.S.;MARQUES,S.R.Infecção hospitalar em pediatria. J Pediatr.75(7):p 31,1999 CHAMBÔ,F.A.Fistula vesicovaginal por litíase: relato de caso. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.25 n 7 Rio de Janeiro, agosto
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