TECNOLOGIA COMO (RE) PRODUÇÃO DO CAPITAL: UM OLHAR A PARTIR DA PERSPECTIVA DE KARL MARX

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1 TECNOLOGIA COMO (RE) PRODUÇÃO DO CAPITAL: UM OLHAR A PARTIR DA PERSPECTIVA DE KARL MARX MARGARETH NASCIMENTO DE SOUZA LIRA 1 ANGELA LUZIA MIRANDA 2 Resumo: Este estudo busca compreender por que a tecnologia é uma mediação necessária dentro das relações de produção da sociedade moderna e capitalista. Para responder tal questionamento, o retorno aos escritos de Marx, principalmente o primeiro volume de O capital e seus escritos de , titulados Los Grundrisse (ou Cadernos Tecnológicos ) é de capital importância. Para Marx, as relações econômicas são fundamentais para explicar os fatos históricos, sociais e também culturais. Ou seja, sua teoria constitui-se da análise da realidade a partir das relações de produção, e é neste contexto em que também está inserida a tecnologia. Com base na abordagem do materialismo histórico-dialético, o conceito de tecnologia para Marx parte de duas categorias fundamentais: enquanto ontologia, em sentido abstrato, e também enquanto categoria concreta e histórica. Além deste aspecto relevante da análise metodológica e de conteúdo sobre o significado da tecnologia na modernidade para Marx, e para entender a tese de que a tecnologia é uma mediação necessária dentro do sistema capitalista, a concepção de tecnologia aqui será compreendida ainda a partir de três níveis: como meio de produção, como modo de produção, e, por fim, como capital. Dessa forma, conclui-se que a tecnologia, enquanto fenômeno social, inserida no âmbito das relações de produção, ocupa um papel preponderante na constituição do modelo societário em que vivemos hoje. Palavras-chave: Tecnologia; Capital; Trabalho; Produção; Modernidade. INTRODUÇÃO Para compreender o conceito de tecnologia para Marx, é de grande relevância entender o sentido moderno de ciência, bem como, o modo como o conhecimento científico se atrelou à técnica com o advento da era moderna. Marx, entre outros estudiosos da tecnologia (GAMA, 1985, VARGAS, 1990) observa que é desta aliança entre ciência e técnica que vai emergir o sentido de tecnologia, tal como identificamos hoje. De acordo com Miranda (2002), a aliança entre ciência e técnica, garantida por meio da tecnologia não aconteceu de maneira aleatória, ou seja, tem-se um contexto político, social e econômico que influenciou e determinou tal união. De forma que a tecnologia em sentido moderno não pode ser vista desvinculada do modo de produção capitalista. O surgimento da 1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte /Escola de Ciências e Tecnologia, Brasil. mnslira@gmail.com 2 Universidade Federal do Rio Grande do Norte/ Escola de Ciências e Tecnologia, Brasil. angelalmiranda@gmail.com. 1

2 sociedade capitalista relaciona-se diretamente com o mercantilismo e a Revolução Industrial, de forma que a aplicação da ciência reside na maximização da produção e na minimização do tempo, cuja finalidade é o lucro. Desse modo, de acordo com Milton Vargas (1990, p. 5), a tecnologia é um conceito moderno, que é resultado da utilização dos conhecimentos científicos na solução dos problemas técnicos. Assim, técnica é diferente de tecnologia. Desta forma, é importante destacar que o que é difundido como conhecimento técnico na contemporaneidade traz conceitos que advieram da modernidade, ou seja, nem sempre tais concepções foram essas. Para os gregos a técnica abrangia uma concepção de totalidade, que pertencia ao âmbito da poiésis produção da relação homem-natureza. Logo, a técnica estava ligada à produção material, em que este ato poiético, de acordo com Aristóteles, relacionase diretamente com o conhecimento prudente (phrònesis), de forma que o técnico é o agir de modo certo (MIRANDA, 2002). Atualmente, em contrapartida, o conhecimento técnico encontra-se no âmbito da eficiência. Esta reviravolta de conceitos e visões tem seu desenvolvimento e amadurecimento na transição da sociedade feudal para a sociedade capitalista. É com as grandes navegações que emerge a ideia da ciência aplicada com a finalidade do lucro. Dessa forma, a importância da tecnologia para a modernidade se dá a partir do momento que passa a ser um conhecimento útil, sendo uma mediação necessária dentro do sistema capitalista (MIRANDA, 2002). Juntamente com as mudanças no sistema econômico, ocasionados pela revolução industrial na Inglaterra do Século XVIII, há uma transformação do sentido de técnica com a criação de máquinas que vieram a substituir a mão de obra humana. Essa substituição das ferramentas pelas máquinas foi crucial para a erradicação do feudalismo e a introdução do capitalismo (VELASCO, 2012). A máquina incorpora o saber prático do artesão (técnica) e o saber teórico do cientista (ciência). Surge assim o sentido moderno de tecnologia. Para evidenciar tal realidade explanada, um retorno à lógica de produção capitalista em oposição à lógica de produção do artesão se faz necessária. Haja vista que, em um primeiro momento, há a substituição de parcela do trabalho humano pela máquina. Com essa troca, aumenta-se a produção e diminui-se o tempo de trabalho, uma vez que a máquina reduz a quantidade de trabalho que o operário precisa executar. Este processo aumenta o lucro, todavia, tal lucro pertence aos donos das máquinas. Sendo assim, a troca do trabalho do artesão por esse tipo exposto consiste no modo de produção capitalista estudado profundamente por Karl Marx. 2

3 Segundo Pimenta (2012), Marx analisa em O Capital - Vol. I, como é formado o valor da mercadoria e do dinheiro (o que poucos filósofos deram atenção), sendo base de seu pensamento a dialética de Hegel, convertido no materialismo histórico aos olhos de Marx. Como especialista na análise do capitalismo com base no materialismo histórico, Marx tornase um crítico da economia política, sendo, portanto, este um dos traços característico desta pesquisa com relação ao pensamento de Marx sobre a tecnologia. Neste sentido, a teoria marxiana sobre a tecnologia será analisada e subdividida em três níveis, de acordo com a divisão proposta por Dussel (1984). O primeiro trabalhará a tecnologia enquanto meio de produção, já o segundo tópico abordará a tecnologia enquanto modo de produção e, por fim, no terceiro tópico será explorado o sentido de tecnologia enquanto capital. REFERENCIAL TEÓRICO Para compreender o conceito de tecnologia, em um primeiro momento faz-se necessário introduzir a teoria da produção elaborada por Marx, para, posteriormente, expor com maior profundidade os três momentos da tecnologia segundo Marx, já citados anteriormente, tendo em vista as relações de produção que se estabelecem a partir do modo de produção capitalista. Para Marx, a tecnologia está inserida em duas categorias de análise: em sentido abstrato, enquanto ontologia e em sentido histórico enquanto categoria concreta e histórica. Em sentido ontológico, de acordo com Dussel (1984), a essência da produção, que é o que ele denomina por tecnologia se encontra no sujeito, objeto, instrumentos de produção, trabalho como força física, trabalho acumulado, relações de produção, etc. Em que esta pode subdividir-se em quatro níveis: 1) determinações universais; 2) em um estado social dado; 3) em forma específica; 4) em uma totalidade. Tal autor evidencia o conceito de tecnologia enquanto categoria concreta e histórica a partir do momento que ele trabalha com o conceito de produção, tanto no que se refere aos meios como ao modo (MIRANDA, 2002). Para tanto, traremos uma breve reflexão acerca da produção evidenciada por Marx em seu primeiro volume da obra O Capital. Marx (1996) inicia sua reflexão com o conceito de troca e de valor, de forma que um produto possui o mesmo valor se tiver a mesma quantidade de trabalho humano embutida. Neste sentido, a mercadoria começa a ser valorada tendo como base o dinheiro, de forma que 3

4 no modo de produção capitalista o objetivo sempre é fazer com que o montante de dinheiro aumente tendo em vista as trocas envolvidas no processo. Neste sentido, o operário, expropriado de suas funções, sem mercadorias a oferecer, tem apenas a sua força de trabalho, este a vende para o detentor de capital, que compra com a finalidade de acumular riqueza. O valor da força de trabalho é medida pela quantidade mínima de mercadorias que o operário precisa para sobreviver, ou seja, o salário é a quantidade necessária para a sua subsistência (MARX, 1996). Para Marx (1996), o processo de trabalho tem como base três elementos: força de trabalho, matéria-prima e meios de produção. O cálculo dos gastos dos donos dos meios de produção é feito considerando as despesas com mercadorias, maquinaria e força de trabalho. Todavia, o produto resultante desse processo é vendido em um valor bem mais alto do que ele realmente custa. Disso advém o lucro. Outro ponto que merece destaque refere-se ao fato de que o operário produz muito mais do que o valor necessário para se manter vivo sua produção (que é excedente); mas ele recebe apenas aquilo que condiz com a sua subsistência seu salário. Dessa forma, podemos perceber que os donos dos meios de produção conseguem seus lucros pagando ao operário de uma maneira injusta, um valor muito mais baixo do que o que sua força de produção realmente vale. Ou seja, a força de trabalho rende muito mais do que custa, sendo elemento central para a manutenção modo de produção capitalista e as relações de classe social (MARX, 1996). Ademais, o excedente de produção transforma-se em capital para os detentores dos meios de produção. Com isso, o capital nasce da força de produção, de forma que o que a diferencia das outras mercadorias é justamente o fato dela criar valor, ou seja, a mais-valia. Esta é resultado, sobretudo, do trabalho excedente do operário e pode ser classificada em dois tipos: absoluta e relativa. Para se obter a primeira, aumenta-se o tempo de trabalho do operário, já para a segunda, diminui-se o tempo de trabalho necessário e aumenta-se o sobre-trabalho, mas para isso, diminui-se o salário do trabalhador (MARX, 1996). Com a consolidação do modo de produção capitalista, a produção das mercadorias não acontece de forma exclusiva, ou seja, várias pessoas podem possuir indústrias que produzem um mesmo tipo de produto. Neste sentido, a concorrência, traz como exigência um aumento da produção, uma redução dos preços e um aumento do trabalho do operário, para que a maisvalia se mantenha intacta (MARX, 1996). 4

5 Com a emergência das cooperativas (união das forças de trabalho), a divisão do trabalho e a manufatura, evidencia-se num processo que separa o saber do trabalhador, de forma que o mesmo faz com precisão apenas parte do trabalho. Já não se tem mais conhecimento de todo o processo, agora a máquina detém o saber. Neste sentido, é possível perceber que a maquinaria está a serviço também, da mais-valia e do lucro (MARX, 1996). Marx observa que o homem se diferencia dos outros animais através da maneira como ele produz seus meios de sobrevivência. De forma que, quando o homem produz seus meios de vida, também está produzindo a sua vida material. Com isto, o homem se objetiva por meio da produção, de forma que ao pensarmos a história da humanidade, esta tem que ser sempre ligada a esse universo de produção e trocas (citado por DUSSEl, 1984). Neste sentido, podemos perceber que a tecnologia determina como a sociedade se constitui, uma vez que, para Marx, é a infraestrutura que determina a superestrutura. Se antes a produção se dava para a subsistência, hoje temos uma produção em excedente. De forma que esse tipo de produção é assegurado pela tecnologia, vista enquanto maquinaria. De acordo com Marx, citado por Miranda (2002), a maquinaria é fruto do conhecimento humano objetivado. Ou seja, faz-se o uso da ciência e da técnica em prol da produção, que por consequência gera o trabalho morto, aquele que é realizado não mais pelo homem, mas sim pela máquina. Outro aspecto importante refere-se ao fato de que a tecnologia em forma de maquinaria separa o saber do trabalhador, ou seja, agora a techné (ou o trabalho do artesão) passa a integrar a máquina, assim como o próprio trabalhador é reduzido à condição de máquina (MIRANDA, 2002). Neste sentido, podemos perceber a tecnologia sobre seus três pontos de vista como aspecto central para a manutenção do modo de produção capitalista. Como foi evidenciada anteriormente, a teoria da produção é elaborada tendo como base o trabalho, em que o homem se torna objetivado por meio deste. Ou seja, é por meio do trabalho que o homem se humaniza ou no caso do modo de produção capitalista, se aliena. Uma vez que existe uma separação do trabalho manual e intelectual, de forma que aqueles que não têm instrumentos para produzir, são obrigados a vender a sua força de trabalho ao capitalista (MIRANDA, 2002). Assim, a tecnologia vista a partir da modernidade, emerge da união entre a ciência e a técnica, como mediação necessária para a manutenção do modo de produção capitalista. Em que o conhecimento cientifico é aplicado de forma a alienar o trabalhador, pois a ciência é cada vez mais tecnificada em prol do crescente aumento da objetivação. 5

6 Com isso, é possível inferir, que todo esse processo acima citado, só é possível se mediado pela tecnologia, ou seja, são as máquinas que determinam a divisão do trabalho e o modo de produção e não o seu oposto. Desse modo, a seguir serão explorados com maior profundidade os três níveis da tecnologia para Marx. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa bibliográfica onde, num primeiro momento, fez-se a leitura dusseliana do conceito de tecnologia para Marx, delimitando a tecnologia a partir de três momentos na sociedade capitalista: enquanto meio de produção, modo de produção e como capital. A busca por referenciais bibliográficos se deu com o objetivo de compreender como o autor vislumbra cada um desses três aspectos em suas obras. Nesse sentido, para que se fizesse uma introdução às explanações teóricas do autor, sabendo que a produção de Marx divide-se em três fases, optou-se por trabalhar com duas obras de sua primeira fase, ambas escritas em parceria com Engels: A ideologia Alemã e o Manifesto Comunista. Optou-se por trabalhar com essas duas obras, pelo fato de serem introdutórias no que concerne à teoria marxista, bem como pelo fato do autor já trazer de maneira breve pontos que vislumbram suas visões acerca da tecnologia. Posteriormente, procurou-se compreender mais profundamente o conceito de tecnologia para o autor. As obras que contemplam esta temática de maneira mais preponderante para essa pesquisa são O Capital e os Cadernos Tecnológicos. Ainda que de forma breve, a sua Contribuição à crítica da economia política, também é relevante para trabalhar o modo de produção. Neste sentido, ao buscar as obras do autor, foi possível perceber que para a construção deste trabalho, as obras que se fizeram relevantes encontramse principalmente em sua primeira e terceira fases de produção. Do ponto de vista de seus comentadores, neste trabalho, foi fundamental a contribuição de Dussel e sua leitura sobre os cadernos tecnológicos de Marx. RESULTADOS Tal pesquisa encontra-se em andamento, de forma que os resultados apresentados neste trabalho são, ainda, parciais. Contudo, os resultados parcialmente encontrados podem ser extraídos dos próprios níveis da tecnologia dentro do sistema de produção capitalista, tal como é analisado por Marx e descrito até aqui. 6

7 Tecnologia enquanto meio de produção Para Marx (2011), os meios de produção consistem nos objetos de trabalho equipamentos, ferramentas e máquinas -, naquilo que faz a mediação do trabalho humano com a natureza, cuja finalidade é transformá-la para servir às demandas da humanidade. É importante destacar, que tais meios dependem da sociedade em que eles estão inseridos, pois cada contexto exige meios de produção adaptados a esta realidade. A tecnologia vista enquanto meio de produção consiste na maquinaria, que possibilita uma maior produção em menor tempo. Outro aspecto de grande importância nesse processo é que a máquina separa o saber do trabalhador gerando o conhecimento objetivado ou trabalho morto, que é aquele que é realizado pela máquina e não mais pelo trabalhador. Dessa forma, a técnica deixa de ligar-se à universalidade, ao conhecimento prudente e passa a atender ao valor da eficiência. Onde o trabalhador não precisa mais compreender a totalidade da máquina, apenas como operá-la (MIRANDA, 2002). Isto se faz de grande importância se consideramos a tecnologia enquanto meio de produção, pois, é ela quem sustenta o modo de produção capitalista. E mais: devido a essa falsa ideia de neutralidade da máquina advinda, inclusive, da visão mecanicista de mundo, inaugurada com a modernidade desde Descartes, Galileu e Newton (REALE, 2005), oculta-se o real papel da tecnologia enquanto maquinaria, que é o de oprimir e explorar a maioria que vende as suas forças de trabalho. Ou seja, a tecnologia não é neutra, mas atende na modernidade, principalmente, ao valor da utilidade, onde os frutos da ciência que se fazem importantes, são aqueles que se mostram úteis, eficientes e que possam gerar lucros para os detentores do capital. Com isso, é possível perceber que sem a tecnologia enquanto meio de produção não é possível a manutenção da sociedade moderna, pautada no modelo capitalista. Pois tal sociedade é assegurada pela tecnologia vista enquanto maquinaria. Posto que parcela da população apropria-se dos meios de produção burguesia -, enquanto outra parte é expropriada, possuindo apenas a força de trabalho classe proletariada. Com isso, a classe explorada trabalhadores torna-se alienada, pois é separada dos seus meios de produção, que passam a pertencer à classe dominante. Tal processo será mais bem explicitado no tópico que trabalha a tecnologia enquanto modo de produção. 7

8 Tecnologia enquanto modo de produção Marx (2008) em sua introdução para a contribuição à crítica da economia política analisa as relações de produção da sociedade, defendendo a tese de que ao longo da história os homens estabeleceram relações de produção condizentes com a realidade em que se situavam. De forma que as relações de produção são primordiais para a formação da estrutura econômica da sociedade. Para o autor cada época possui um modo de produção dominante primitivo, asiático, escravista, feudal, capitalista e comunista. Para que se passe de um modo de produção para outro, faz-se necessário que as forças produtivas entrem em contradição com as relações de produção. Já é sabido que para Marx (2008), é o modo de produção que determina os aspectos políticos, sociais e espirituais da sociedade. Ou seja, diferente de Hegel, não é a consciência que determina o ser, mas o ser social que determina a consciência. Ou seja, quando se mudam as estruturas econômicas, também se altera a infraestrutura social. Desse modo, para se compreender a sociedade, sejam as anteriores à moderna, seja a própria modernidade, pautada no capitalismo, se faz necessário explicar as contradições da vida material que se fazem evidentes por meio das relações existentes entre as forças produtivas e as relações de produção. As relações de produção que temos hoje em nossa sociedade, advindas das relações burguesas pós-feudalismo, são aquelas que delineiam o conceito de tecnologia para Marx (2008) enquanto modo de produção. Em que tais relações são cheias de contradições e antagonismos ocultos. Todavia, são por meio delas que se pode desvelar estes ocultamentos e mudar tal modo vigente. Tal mudança tem como ponto central a categoria do trabalho, onde a classe oprimida, atuando de maneira organizada, possui condição de acabar com as relações de dominação. Uma vez que tal classe possui capacidade de se organizar de forma revolucionária, ela pode intervir na sociedade de maneira concreta por meio de ações que possam transformá-la, por meio de uma revolução social que caminhe em direção ao socialismo. As lutas e contradições de classes podem ser evidenciadas no momento que Marx e Engels (2005) escrevem o Manifesto Comunista, onde os autores afirmam que a história de 8

9 todas as sociedades até os dias de hoje, é a história das lutas de classes. De forma que os opressores e os oprimidos vivem sempre em constante oposição, em uma guerra, explícita ou não, que termina sempre, ou em uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou em uma destruição das duas classes. A tecnologia enquanto modo de produção da sociedade capitalista consiste nas relações de desigualdade social produzidas nas relações de trabalho. Ou seja, o aspecto central deste ponto consiste na divisão das classes sociais, de forma que, como já foi explicitado anteriormente, duas grandes classes se formam: a classe dos donos dos meios de produção (empresários latifundiários) e os donos das forças de trabalho (trabalhadores). De forma que se faz evidente a exploração de uma classe pela outra. O modo de produção consiste essencialmente na relação entre as forças produtivas e as relações de produção. Em que o objetivo central da produção é a criação da mais valia para a acumulação do capital, por parte das classes dominantes. É importante destacar que a tecnologia enquanto modo de produção está diretamente relacionada com o processo anterior tecnologia enquanto meios de produção -, uma vez que sem a maquinaria, não há a produção de trabalho morto, de mais-valia, de alienação e de lucro de poucos. São as máquinas que sustentam tais relações de produção da sociedade capitalista e retornam como produto o capital, que pode ser transformado em bens compráveis e bens vendíveis. Tal ponto será mais bem explicitado no tópico seguinte que explorará o terceiro nível da tecnologia para Marx. Tecnologia enquanto Capital De acordo com Benakouche (1984) a tecnologia é definida como um processo onde o resultado é a criação de valor. Ou seja, é a grande mediadora desse processo de acumulação de capital. Neste sentido, as máquinas são produzidas com o objetivo de produzir para acumular e reproduzir relações capitalistas que são pautadas na divisão social do trabalho. A tecnologia em seu terceiro nível consiste no momento de transubstanciação da tecnologia em capital. Ou seja, de acordo com Miranda (2002), é a tecnologia vista sob três subpontos: enquanto capital constante, enquanto capital produtivo e enquanto capital fixo. A tecnologia enquanto capital constante refere-se àquela parte do capital que se transforma em meios de produção, materiais auxiliares e meios de trabalho. Já enquanto capital produtivo, diz respeito ao dinheiro transformado em mercadorias. É um ciclo onde o 9

10 mesmo dinheiro compra o trabalho vivo e a maquinaria. Por fim, o capital fixo refere-se ao momento em que se retira parte do capital de circulação para incorporá-lo ao processo de produção, em que esse investimento nos meios de produção perdura enquanto durar a produção (MARX, 2011). CONSIDERAÇÕES FINAIS Karl Marx é um grande expoente para se discutir a questão da tecnologia na modernidade, haja visto que o mesmo faz um estudo das relações sociais tendo como base o trabalho. Neste sentido, a visão do autor nos mostra como a tecnologia é peça fundamental para a manutenção do sistema capitalista. Uma vez que sua finalidade é o aumento da maisvalia e dos lucros. Para tanto, a sociedade passou por diversas alterações, de forma que o que compreendemos por ciência e técnica também foram modificados. Essa aliança é de grande importância para compreendermos hoje a tecnologia, bem como entender a manutenção da conjuntura social vigente. Dessa forma, este trabalho procurou compreender os principais aspectos que caracterizam o sentido da tecnologia moderna em Marx. Com isso, foi possivel perceber que se antes existia um conhecimento técnico que estava no âmbito também da produção e a técnica era um conhecimento prudente e de totalidade do ponto de vista daquele que detinha o conhecimento técnico (o artesão), hoje a técnica remete à eficiência, em que a produção se dá com a finalidade da objetivação da sociedade, com conhecimentos cada vez mais específicos e que visam principalmente à lógica do mercado. Com tal trabalho foi possível perceber, ainda, que existe em nossa sociedade uma ideologia que está a serviço do capitalismo. A tecnologia expressa na obra de Marx tem como consequência ainda a alienação da dos trabalhadores, uma vez que separa o saber do trabalhador, colocando-o em uma condição de objeto. Com isso, é possível concluir que um retorno aos estudos de Marx é de grande importância para compreender o sentido de tecnologia presente em nossa sociedade hoje, inclusive com o advento do mundo globalizado e tecnificado à escala planetária. Analisar e aprofundar os escritos desse autor sobre o nascimento da tecnologia e seu sentido originário na modernidade pode nos ajudar a entender o desenvolvimento do processo de industrialização e de consumo da sociedade atual, que, juntamente com ela, trouxe a 10

11 cientifização da técnica e a tecnificação da ciência como seu triunfo, tal como bem observou Habermas (1994) dois séculos depois. REFERÊNCIAS BENAKOUCHE, R. A tecnologia enquanto forma de acumulação. Ensaios FEE, Porto Alegre, n.5, p.37-63, In: file:///c:/users/aline/downloads/ pb.pdf Acessado em 6 mai DUSSEL, E. Filosofia de la producción. Bogotá: Editorial Nueva América, ENGELS, F. MARX, K. A Ideologia Alemã. São Paulo: Martins Fontes, ENGELS, F. MARX, K. Manifesto Comunista. São Paulo: Boitempo, GAMA, Rui. História da técnica e da tecnologia. São Paulo, HABERMAS, Ju rgen. Técnica e ciência como ideologia. Lisboa: Edições 70, MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. São Paulo: Editora Expressão Popular, MARX, K. Grundrisse: manuscritos econômicos de : esboços da crítica da economia política. Rio de Janeiro: Boitempo Editorial, MARX, K. O Capital, crítica da economia política, livro I. São Paulo: Nova Cultural, MIRANDA, A. L. Da identidade da tecnologia moderna (texto didático). Natal: UFRN, MIRANDA, A. L. Da natureza da tecnologia: uma análise filosófica sobre as dimensões ontológica, epistemológica e axiológica da tecnologia moderna. 161 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) Programa de Pós-Graduação em Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná, MIRANDA, A. L. O significado da tecnologia moderna. In: Introdução aos estudos filosóficos da tecnologia moderna (texto didático). Natal: UFRN, 2015a. MIRANDA, A. L. O significado de técnica e de tecnologia. In: Introdução aos estudos filosóficos da tecnologia moderna (texto didático). Natal: UFRN, 2015b. 11

12 MIRANDA, A. L. Por que é necessário uma filosofia da tecnologia? In: Introdução aos estudos filosóficos da tecnologia moderna (texto didático). Natal: UFRN, 2015c. PIMENTA, F. Resenha de O Capital, de Karl Marx- Volume Disponível em: < Acesso em: 14 out REALE, G. e ANTISSERI, D. História da Filosofia. Vol 3. São Paulo: Paulus, VARGAS, M. Dupla transferência; o caso da mecânica dos solos. Revista USP. São Paulo, n.7, p.3-12, Disponível em: Acesso em: 2 fev VELASCO, W. Revolução industrial X revolução da tecnologia computacional Disponível em: < Acesso em: 14 out

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