UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto. Direito Penal. Geraldo Domingos Cossalter

Transcrição

1 UNIP-Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto Direito Penal Geraldo Domingos Cossalter Ribeirão Preto Setembro

2 1 Geraldo Domingos Cossalter RA B Direito Penal Trabalho apresentado ao Professor Ricardo Velasco, da disciplina Teoria geral do crime, da turma DR2B18, série 02, turno manhã, do curso de Direito. Unip - Universidade Paulista - Campus Ribeirão Preto SP Ribeirão Preto, 17 de setembro de 2013.

3 2 SUMÁRIO: 1) Introdução...pg 3 2) Fontes do Direito...pg 4 3) Interpretação da lei penal...pg 4,5 4) Analogia do Direito Penal...pg 5 5) Aplicação da lei penal...pg 6 6) Anterioridade da lei penal...pg 6 7) Irretroatividade...pg 6 8) Retroatividade...pg 7 9) Extra-atividade...pg 7 10) lei penal em branco...pg 8 11) Considerações finais...pg 8 12) Bibliografia/e referência...pg 9

4 3 1 ) INTRODUÇÃO: Com o objetivo não de apenas discorrer, mas de compreender e interpretar os conceitos dos temas aqui apresentados pode-se afirmar que tal objetivo foi atingido, haja vista que os doutrinadores simplificam o entendimento com uma linguagem prática e ao mesmo tempo esclarecedora. Portanto, não somente compreender tais conceitos, mas também interpretar é fundamental, pois a fusão das duas proporcionará um conhecimento aprofundado, que resultará em um aprendizado coeso. Praticar o Direito Penal, é muito mais que uma simples operação do Direito, sem exagero algum, creio que o profissional da área penal deva ter uma visão profundamente humana e radicalmente filosófica, pois a compreensão humana tanto nos processos, quanto do código, haja vista que a ação é provocada por um humano, e o código escrito por humanos, levam à um choque em virtude da diversidade humana e da gama de interpretações imprevisíveis, o que com certeza nos irão levar muitas vezes a resultados surpreendentes e inesperados.

5 4 2) FONTES DO DIREITO A palavra fonte, lembra imediatamente água limpa, fonte de água, lugar onde brota água, ou podendo ser também o local de onde vem alguma coisa, podendo ser uma informação, um produto, enfim as variáveis são bastante abrangentes. No caso específico do Direito, ou juridicamente falando, fonte é o lugar de onde vem á norma do direito. Fonte do Direito Penal é, pois, aquilo de que ele se origina. (Magalhães Noronha) Materiais ou de produção e formais e de cognição ou conhecimento, são as fontes do Direito Penal. Substancial ou de produção, aponta para a gênese da norma penal, com respeito ao órgão encarregado de sua elaboração. É o Estado, o órgão criador do código penal, conforme a CF em seu art. 22, I, diz que compete a União legislar sobre Direito Penal e por detrás dela, ditando o Direito Penal como vontade expressa do Estado, está à fonte remota e originária da norma jurídica, que nada mais é que a consciência popular, onde se fazem sentir as necessidades sociais e as aspirações da cultura. As fontes formais ou de conhecimento, correspondem aos processos de exteriorização do Direito Penal ou de se revelarem as sua regras. As fontes formais se dividem em fonte formal imediata, que é a lei, no sentido genérico e a fonte formal mediata, que são aos costumes e os princípios gerais do Direito. A lei é a única fonte imediata de conhecimento e somente a lei abre as portas da prisão. 3) INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL Inter pretare, interpretar, derivado de inter press, mediador, intermediário.

6 5 Intérprete é o mediador entre o texto da lei e a realidade. Interpretar a lei penal significa extrair e a extensão da norma em relação à realidade, com o objetivo de descobrir a vontade da lei em função do ordenamento jurídico e cultural, para aplicá-la em casos reais. A interpretação da lei penal é fundamentada em regras que norteiam a interpretação em geral. Diferentemente do Direito civil, no Direito Penal, existem infrações senão as descritas na lei, em consequência, não existem ilícito senão o que está na lei. Razão pela qual é necessária sua interpretação exige-se que se identifique a lei com clareza, pois a norma, pois mais cuidada que seja, não fica afastada jamais da necessidade de interpretação em virtude da diversidade de compreensão. Em sendo assim, a vontade da lei deve prevalecer, porém a interpretação fará do resultado final o justo ao indivíduo, pois ao legislador coube apenas criá-la, mas interpretá-la é função do operador do Direito, pois como já dissemos, jamais uma realidade é igual à outra, pois somos todos diferentes. 4) ANALOGIA DO DIREITO PENAL Como o próprio nome diz, significa aplicar a uma hipótese que não está prevista em lei, a disposição relativa a um caso semelhante. Quando se procura no Direito positivado uma lei adequada ao fato, que não é encontrado, o julgador aplica a lei, interpretando fatos semelhantes ao fato, oriundo de outros fatos já ocorridos, utilizando a analogia. Em síntese, a analogia no Direito Penal é uma forma de fazer a vontade da lei positivada, que não é perfeita, porém com a ocorrência de fatos semelhantes em casos previstos em lei e já julgados, o julgador encontra sustentação jurídica para aplicar a lei.

7 6 5) APLICAÇÃO DA LEI PENAL Só a lei é fonte imediata do conhecimento do Direito Penal. Do lado do Estado existem pretensões, bem como do lado do criminoso, portanto da lei nasce à pretensão em punir os delitos, sendo que a lei é fonte de medida do direito de punir. Por consequência, o Estado não pode punir um comportamento que não esteja positivado no código penal. Concomitantemente, da lei surge uma pretensão subjetiva em favor do delinquente, no sentido de não ser punido, senão em decorrência da prática de ações e comissões por ela determinadas. A lei penal é garantia de liberdade para todos, que asseguram pretensões punitivas e reparadoras da vítima. Evidencia-se então o princípio da legalidade: nullum crimen, nulla poena sine lege. 6) ANTERIORIDADE DA LEI PENAL CF art. 5, XXXIX; De acordo com o art. 1 do CP, não há crime sem lei anterior que defina. Não há pena sem prévia cominação legal. Para que haja crime e seja imposta pena é preciso que o fato tenha sido cometido depois da lei entrar em vigor.trata-se do Princípio da Legalidade, reserva legal, anterioridade. 7) IRRETROATIVIDADE A irretroatividade da lei penal contida na CF art. 5, XL; CP, art. 2, parágrafo único diz: A lei posterior mais severa é irretroativa; a posterior mais benéfica é retroativa; a anterior mais benéfica é ultra-ativa. Portanto a lei que beneficia o réu é retroativa, e a lei que não beneficia o réu é irretroativa.

8 7 8) RETROATIVIDADE Art. 2 CP: Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. A lei não retroage para prejudicar a pessoa. Nunca. Esse é um princípio básico de democracia. Ou seja, se houver uma nova lei, ela não retroage para punir o indivíduo. Um indivíduo mata e é condenado a 20 anos em regime fechado. Após cumprir 5 anos da penas, a lei muda de 20 para 50 anos de reclusão. O individuo será julgado com base na lei anterior, ou seja, a lei não irá retroagir para prejudicá-lo. Por outro lado, a lei retroage para beneficiar um indivíduo. Se o caso acima fosse inverso, ou seja, a nova lei previsse uma pena menor, o indivíduo seria julgado pela nova lei e se o crime deixasse de existir na nova lei, o indivíduo seria libertado, ainda que a sentença já tivesse transitado em julgado. 9) EXTRA ATIVIDADE Extra-atividade é a capacidade que a lei penal tem de se movimentar no tempo regulando fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo depois de ser sido revogada, ou de retroagir no tempo, a fim de regular situações ocorridas anteriormente à sua vigência, desde que benéficas ao réu. A extra-atividade ocorre mesmo depois de revogada, podendo continuar a regular fatos ocorridos durante a sua vigência e mesmo depois de revogada, pode retroagir para alcançar fatos que aconteceram anteriormente à sua entrada em vigência. Art. 5, XI CF: a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. Em resumo, a extra-atividade somente ocorrerá na hipótese de sucessão de leis no tempo.

9 8 10) LEI PENAL EM BRANCO Quando há a necessidade de outra lei ou ato administrativo para definir a conduta criminosa, podendo ser no sentido amplo ou homogêneo, ou no sentido estrito e heterogêneo. No sentido amplo/homogêneo, ele advém de outra lei, como por exemplo, (art. 237 do cp.) Crime de conhecimento prévio de impedimento. No caso do sentido estrito e heterogêneo, ele advém de um ato administrativo, como é o caso do tráfico de drogas (art. 33 da lei /060, que em seu texto cita entorpecentes, sendo que o ato administrativo, é que ira definir qual tipo e qual gravidade da ação cometida, sem prejuízo para a violação do principio da legalidade, pois basta um mínimo de determinação no tipo penal da conduta criminosa. 11) CONSIDERAÇÕES FINAIS Uma das maiores invenções do homem, o Direito, tem no Direito Penal, talvez a maior expressão humana! Loucura? Acho que não, pois penalizar significa cobrar do autor de um delito, algo em troca da ação provocada por ele, em detrimento da sociedade, do Estado. Mas, analisando imparcialmente, ou filosofando sobre o Direito Penal que acaba de ingressar em minha vida, fico imaginando as milhares de situações que corriqueiramente ocorrem em nossa sociedade, pois, geralmente nos trancamos em nosso pequeno mundo cotidiano, sem sequer olhar para os lados para observarmos o contexto diário de nossa sociedade. Fico a imaginar como deve ser a vida de um condenado após um crime e principalmente a vida dos familiares da vítima de um crime. Obviamente que como operador do Direito, devemos nos abster destas questões, mas como universitário iniciante, preservo o direito de envolver-me em tal discussão, pois para mim, o Direito Penal e sua

10 9 complexidade, chega a fazer com que tenhamos momentos de filosofia pura. Filosofar sobre a humanidade, suas ações e reações, seus desejos e vontades, medos e atitudes, que somente o ser humano tem! O Direito Penal, talvez seja um dos mais complexos feitos do homem, pois cada artigo compreendido e interpretado, levando-se em conta a diversidade e a gama de interpretações, é possível enxergar claramente o quão é impossível determinar a sua extensão e amplitude! 12) BIBLIOGRAFIA 1) Jesus, Damásio de, Direito Penal vol. 1, parte geral, 33 Ed,São Paulo, Saraiva ) Guimarães,Deocleciano Torrieri, Dic. Téc. Jurídico,15ed,S.Paulo,Rideel, ) e referência acessado em 17/09/ ) Vade Mecum, Rideel, 14 edição, S Paulo, 2012.