DE RUÍDO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

Transcrição

1 CNAI 2008 Beja, de Outubro MAPAS DE RUÍDO E AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA Luís Conde Santos luis.conde@absorsor.pt

2 Introdução A recente transposição da Directiva 2001/42/CE, relativa à Avaliação Ambiental Estratégica, coloca novos desafios e oportunidades no domínio do Ruído Ambiental. Os Mapas de Ruído assumem, neste contexto, uma importância acrescida dado constituírem a ferramenta por excelência para fazer previsões e comparações acústicas entre cenários futuros de desenvolvimento e de ocupação do território, decorrentes de Planos e Programas. para encontrar soluções e tomar decisões que conduzam a um ambiente acústico adequado, e para o fazer de forma rápida, eficaz e integrada com os restantes descritores ambientais.

3 Introdução No domínio dos Planos Municipais, contexto: Mais de 200 municípios dispõem já de um Mapa de Ruído Municipal para articulação com o PDM, Iniciou-se a elaboração de Planos Municipais de Redução de Ruído, de acordo com o DL 9/2007, e Maioria dos PDM em fase de revisão, seria de aproveitar o potencial latente em todo o trabalho já desenvolvido para o incluir numa avaliação ambiental destes novos Planos.

4 Introdução No domínio das grandes infra-estruturas de transporte, a elaboração, ainda em curso em Portugal, dos denominados mapas estratégicos de ruído e sequentes planos de acção, obrigatória pela transposição da Directiva 2002/49/CE, poderá também vir a constituir uma ferramenta de grande utilidade de apoio à decisão sobre os aspectos ambientais/acústicos das políticas, programas e planos neste domínio. A presente comunicação focaliza-se no tema Mapas de Ruído aplicados aos municípios, no contexto dos Planos Directores Municipais, na capacidade que os modelos subjacentes a estes mapas possuem para sintetizar informação sob a forma de indicadores simples, bem como de se integrarem em outras ferramentas relevantes neste contexto, como sejam os Sistemas de Informação Geográfica.

5 METODOLOGIA DE ELABORAÇÃO DE MAPAS DE RUÍDO MUNICIPAIS Diversos ortofotomapas condições climáticas Altimetria e Planimetria (3D) Tráfego rodoviário/ ferroviário/aéreo Zonas Industriais medições 1 -Obtenção dos dados de entrada Cartografia 2 -Tratamento dos dados 3 - Utilização do CadnaA para o cálculo da potência sonora e modelação 4Elaboração e Análise do MR Dados acústicos Verificação dos dados de entrada 1ª Elaboração do MR Validação e análise Correcções se necessário Impressão final Validação através de pontos receptores Validação cálculo da potência sonora

6 Importação da altimetria

7 Importação da Planimetria

8 Tratamento da cartografia Perspectiva 3D Edifícios 3D Vias tráfego/ajuste ao terreno Zonas industriais Localização de semáforos, stop Barreiras 3D (ex:muros) Zonas florestais Tipo de solo, etc

9 Tratamento da cartografia

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12 Tratamento da cartografia - Sobreposição a Ortofotomapas

13 Modelo digital do terreno e objectos corrigidos

14 Modelação das fontes sonoras Tráfego Rodoviário

15 Modelação das fontes sonoras Tráfego Ferroviário

16 Modelação das fontes sonoras Áreas Industriais - ISO 8297 /9613

17 Contexto legislativo - Ruído DL 146/2006, de 31 de Julho Avaliação e gestão do ruído ambiente Transpõe a directiva 2002/49/CE Declaração de Rectificação n.o 57/2006, de 31 de Agosto DL 9/2007, de 17 de Janeiro Regulamento Geral do Ruído Declaração de Rectificação n.o 18/2007, de 16 de Março

18 DL 146/2006 Períodos de referência: Diurno: 7 h 20 h Entardecer: 20 h 23 h Nocturno: 23 h 7 h Novos indicadores de ruído: Indicadores de ruído nocturno (Ln), bem como diurno (Ld) e de entardecer (Le) níveis sonoros de longa duração Nível diurno-entardecer-nocturno (Lden) Lden ( ) 1 = 10 lg 13 *10 Ld / *10( Le +5 ) / *10( Ln +10 ) /10 db 24

19 DL 9/2007 regulação da produção de ruído Valores-limite de exposição Zonas mistas: Lden < 65 db(a); Zonas sensíveis: Lden < 55 db(a); Mas Ln < 55 db(a) Ln < 45 db(a) se junto a grande infra-estrutura de transporte Existente (ou transp. Aéreo): limites de zona mista Projectada: + 5 db(a) que os de Z. sensível em geral Zonas ainda não classificadas c/ recep. sens.: Lden < 63 db(a); Ln < 53 db(a)

20 Utilizar os mapas de ruído para o planeamento A utilização da técnica dos mapas de ruído como ferramenta de planeamento e de ordenamento do território municipal permite: Quantificação do ruído na área em estudo e possibilidade de avaliar a exposição da população n.º ou % de pessoas ou edifícios com ocupação sensível expostos a intervalos de nível de ruído, tipicamente de 5 em 5 db ao nível de toda uma região, concelho ou cidade. Disponibilização de uma base de dados, para planeamento urbano: localização de actividades ruidosas e de zonas mistas e sensíveis, ao nível do PDM, ou de PU e PP. Possibilidade de utilização não apenas para avaliar/analisar mas também para influenciar e avaliar alternativas de desenvolvimento ao nível municipal, intermunicipal, regional ou mesmo nacional.

21 Utilizar os mapas de ruído para o planeamento Possível modelar diferentes cenários de evolução futura com maior ou menor grau de pormenor, podendo extrair indicadores globais simplificados, utilizáveis na quantificação de objectivos a atingir, como sejam, a título de exemplo: Potência sonora total de uma cidade por período de referência(diurno, entardecer, nocturno) Potência sonora média para cada período de referência, por Km de extensão de uma infra-estrutura linear, Número médio de pessoas residentes em edifícios com fachadas expostas a ruído com Lden superior a 65 db(a), por Km de extensão de uma infra-estrutura linear, ou por Km2 de uma cidade ou concelho.

22 Utilizar os mapas de ruído para o planeamento Identificar zonas de conflito entre os níveis de ruído existentes e a classificação acústica da zona, bem como hot spots tendo em conta não apenas os valores dos indicadores de ruído mas também o número de pessoas afectadas permitindo hierarquizar zonas por prioridade de intervenção para estabelecer um Plano de Redução de Ruído. Identificar quais as principais fontes de ruído para um dado receptor, ou conjunto de receptores, Especificar qual a redução de ruído necessária em cada fonte para atingir um dado nível de ruído total no receptor, na óptica do critério de exposição máxima, ou um dado diferencial entre ruído ambiente e ruído residual, na óptica do critério de incomodidade.

23 Mapas de Ruído para PDM Concelho com 23 Km2 e habitantes

24 Mapas de Ruído para PDM Concelho com 225 Km2 e habitantes

25 Mapas de Ruído para PDM Concelho com 149 Km2 e habitantes com influência de aeroporto em concelho vizinho

26 Mapas de Ruído para PU Março

27 Mapas de conflitos Mapas de Conflito - permitem uma fácil visualização das zonas onde os níveis de ruído excedem determinados valores pré-estabelecidos Mapa de ruído (Lden) Mapa de conflitos

28 Mapas em perspectiva

29 Mapas verticais e mapas de fachada

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31 Identificação de hot spots Edifícios com níveis na fachada Lden > 70 db(a) ou Ln > 60 db(a):

32 Identificação de hot spots N.º de pessoas expostas por edifício:

33 Conclusões A tecnologia de mapeamento de ruído coloca ao dispor dos técnicos envolvidos nos processos de planeamento e ordenamento do território: ferramentas que potenciam um verdadeiro salto qualitativo no modo de abordar o problema da poluição sonora. Os mapas de ruído à escala concelhia que estão já disponíveis em quase todo o País, se devidamente desenvolvidos e aproveitados: constituem um passo importantíssimo para que, numa perspectiva de longo prazo, se obtenham ganhos significativos na melhoria do ambiente sonoro, com impactes evidentes na melhoria das condições de vida das populações

34 Conclusões Para que tal aconteça, é fundamental que: a enorme quantidade de informação contida nestes mapas não fique fechada mas que seja efectivamente utilizada como ferramenta de gestão do território, de forma integrada aos vários níveis, especialmente na elaboração das revisões em curso dos Planos Directores Municipais, bem como nas suas eventuais Avaliações Ambientais Estratégicas. Por último é de referir que: quer os Planos Municipais de Redução de Ruído (DL 9/2007) quer os Planos de Acção para as grandes aglomerações e GIT s (DL 146/2006) poderão eles mesmos ser objecto de avaliação ambiental estratégica algo que se discute neste momento em vários países europeus, mais adiantados na aplicação da Directiva 2002/49/CE.

35 Obrigado Escritórios dblab: LISBOA Rua Carlos Lopes, ALBAPARK, Edifício A2, Rio de Mouro (SINTRA) Tel: Fax: PORTO Rua Frederico Ulrich, 1583, 1º Esq, MAIA Tel: Fax: FARO Urbanização Monte Branco, Rua dos Malmequeres, Bloco L, Loja 2, FARO Tel/Fax: MADRID C/ Lopez de Aranda, 35, MADRID Tel: Fax: Fábrica ABSORSOR : Zona Industrial Alto da Cruz, Lote nº 1 J e K, , SANTO TIRSO

36 auxiliar

37 DL 9/2007 aspectos gerais Receptor sensível Zona sensível Área definida em PMOT como vocacionada para uso habitacional, ou para escolas, hospitais ou similares, ou espaços de lazer, existentes ou previstos, podendo conter pequenas unidades de comércio e de serviços destinadas a servir a população local, sem funcionamento no período nocturno Zona mista Edifício habitacional, escolar, hospitalar ou similar ou espaço de lazer, com utilização humana Área definida em PMOT cuja ocupação seja afecta a outros usos, existentes ou previstos, para além dos de zona sensível Zona urbana consolidada Zona sensível ou mista com ocupação estável em termos de edificação

38 DL 9/2007 planeamento municipal Classificação de zonas mistas e sensíveis Mapas de ruído para articulação com PMOTs Obrigatórios para PDM e PU Elaborados para os indicadores Lden e Ln, a 4 m do solo Planos municipais de redução de ruído Prazo de 2 anos após entrada em vigor Identificação das áreas de intervenção Quantificação da redução necessária Identificação das entidades responsáveis pela execução de de medidas de redução de ruído Relatórios periódicos sobre o ambiente acústico municipal

39 DL 9/2007 regulação da produção de ruído Verificação de conformidade dos limites (critério de exposição máxima): Através de medições acústicas tipicamente a 4 m de altura Ou por consulta de mapa de ruído Interdito o licenciamento de habitações, escolas, hospitais e similares se se excederem os limites de exposição máxima Excepto: novos edifícios habitacionais em zonas urbanas consolidadas desde que: Zona abrangida por plano municipal de redução de ruído Não exceda limites em mais de 5 db(a) e projecto acústico defina isolamento de fachada maior em 3 db ao especificado no RRAE (DL 129/2002)

40 DL 9/2007 regulação da produção de ruído Actividades ruidosas permanentes Sujeitas ao critério de exposição máxima Sujeitas ao critério de incomodidade LAr (r. amb.) LAeq (r. res.) < 5 db(a) diurno < 4 db(a) entardecer < 3 db(a) nocturno LAr = LAeq + K1 + K2 Não aplicável se: LAeq < 45 db(a) exterior LAeq < 27 db(a) - interior