PLANO DE DISCIPLINA. Período: Carga Horária: 60 h

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1 PLANO DE DISCIPLINA Curso: SERVIÇO SOCIAL Disciplina: Introdução a Antropologia Coordenação: Naiara C. Magalhães Professor (a): Robert Wagner Período: Carga Horária: 60 h 1. UNIDADE TEMÁTICA: Ementa: Discursos de alteridade para compreender o universo social. Conceitos de cultura sob a ótica das escolas positivistas, funcionalistas, culturalista e estruturalistas, bem como a apreensão do método cientifico utilizado em cada escola e suas práticas de pesquisa. Contato com as obras de diversos autores fundamentais para se compreender o objeto de estudo da antropologia. 1.2 Competências: Desenvolver o interesse pela leitura de textos complexos, sua compreensão e interpretação. Exercitar técnicas de escrita, principalmente descritivas. Aprimorar o olhar antropológico a partir da compreensão das técnicas e métodos de pesquisa, além dos conceitos mais relevantes, para se compreender a realidade cultural local e regional. Associar a realidade dos autores que serão lidos a realidade local. Munir com o saber antropológico a sensibilidade técnica e prática para o desenvolvimento do ofício em Serviço Social. 1.3 Habilidades: Essa disciplina tem o caráter de contribuir efetivamente para a formação do estudante de Serviço Social, buscando estabelecer, a partir do arcabouço teórico da antropologia, uma visão de mundo mais ampla e diversificada. Tal empenho se apresenta como fundamental para se compreender a realidade social que não é homogênea e apresenta em sua diversidade cultural a possibilidade de se compreender os diversos tipos de atores sociais. 1.4 Bases Curriculares: Unidade I O PROBLEMA DO OUTRO PARA A ANTROPOLOGIA.

2 Sessão 1: Apresentação da Disciplina. Objetivo: Apresentar aos estudantes às várias possibilidades de se pensar a prática de uma antropologia não institucionalizada até sua institucionalização no século no cenário europeu XIX. Introduzir o problema da alteridade que será o suporte e objeto primordial da antropologia científica. Também refletir sobre os principais acontecimentos da história europeia como o momento das conquistas para identificar progressivamente o objeto de estudo da antropologia. Material de Apoio: ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert. Inícios. In:. História da Antropologia. 5. ed. Petrópolis: Vozes, p Sessão 2: Nós e os Outros: discursos duros da alteridade e o que neles vimos de nós. Objetivo: Apresentar aos estudantes a possibilidade do ponto de vista do nós sobre os outros, tendo como base as nossas concepções de vida e de mundo. Mostrar a possibilidade de usar nossas noções para conhecer os outros. Material de Apoio: MINER, Horace. O Ritual do Corpo Entre os Sonacirema. In: American Antropologist, v. 58, n p TODOROV, Tzvetan. A descoberta da América. In. A Conquista da América. São Paulo: Martins Fontes, p A Missão. Direção: Roland Joffé. Reino Unido: Warner Bros, (126 min.). Sessão 3: Primeiras Antropologias: busca pelas origens. Objetivo: Fazer entender o significado do evolucionismo. Apresentar o mote da ciência evolucionaria e seu impacto no pensamento e teorias dos primeiros antropólogos. Elucidar as principais características do método positivo e seus representantes na antropologia. Material de Apoio: MELLO, Luiz Gonzaga. Evolucionismo cultural. In. Antropologia Cultural. 10. ed. Petrópolis: Vozes, P Sessão 4: : Até onde os outros são um passado vivo do que fomos outrora? Objetivos: Proporcionar o contado dos estudantes com a obra do autor sugerido. Apresentar o autor como um dos fundadores da antropologia moderna. Elucidar os principais problemas de seu pensamento e também seus principais pontos teóricos. Trazer o problema de temas como civilização e barbárie Material de Apoio: MORGAN, Lewis Henry. A sociedade antiga. In: CASTRO, Celso. (Org.). 2. ed. Evolucionismo Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, p Sessão 5: Até onde os outros são um passado vivo do que fomos outrora? (cont.) Objetivos: Proporcionar o contado dos estudantes com as obras dos autores sugeridos. Apresentar os autores como um dos fundadores da antropologia moderna. Elucidar o elemento teórico cultura como objeto da antropologia e seus primeiros significados para a disciplina. Material de Apoio: TYLOR, Eduard Brunett. A ciência da cultura. In: CASTRO, Celso. (Org.). 2. ed. Evolucionismo Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, p FRAZER, James George. O escopo da antropologia social In: CASTRO, Celso. (Org.). 2. ed. Evolucionismo Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, p Unidade II: ANTROPOLOGIA IN LOCUO Sessão 6 : Religião: a ação da sociedade sobre os indivíduos. Objetivos: A partir do conceito de religião de Durkheim apresentar aos estudantes a ideia de sociedade e indivíduos do autor. Também a ideia de coerção, coesão e fato social, além do conceito de força e energias coletivas. Material de apoio: DURKHEIM, Émile. Definição do fenômeno religioso e da religião. In:. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes, p Les Maîtres Fous. Direção: Jean Rouch. França, (36 min.)

3 Sessão 7: Morte e vida como fenômeno social. Objetivos: Abordar a temática da morte sob a ótica dos impactos morais que a sociedade pretende sobre os seus indivíduos. Apresentar a morte como um fenômeno antropológico que exerce ação positiva sobre os indivíduos, além de mostrar o lugar do psicológico e do sociológico nos estudos antropológicos. Material de apoio: MAUSS, Marcel. Efeito físico no individuo na ideia de morte sugerida pela coletividade. In:. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naif, p Sessão 8: Civilização: o problema do primitivo Objetivos: A presentar os conceitos de sociedade e civilização propostos pelos autores. Relativizar o conceito de civilização. Material de apoio: DURKHEIM, Émile; MAUSS, Marcel. Nota sobre a noção de civilização. In: MAUSS, Marcel. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, P MAUSS, Marcel. As civilizações: elementos e formas. In:. Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, p Sessão 9: Perspectiva funcionalista na antropologia. Objetivos: Apresentar a perspectiva de função e estrutura na antropologia como possibilidades metodológicas de apreender os fenômenos culturais e sociais. Fazer entender as principais estratégias teóricas empreendidas pelos funcionalistas. Material de apoio: RADICLIFFE-BROWN, Alfred. Reginald. Sobre a estrutura social. In:. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Petrópolis: Vozes, p Sobre o conceito de função em ciências sociais. In:. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Petrópolis: Vozes, p Sessão 10:O trabalho de campo: observar e viver com o outro. Objetivos: Proporcionar o contato dos estudantes com a obra do autor. Elucidar os principais pontos teóricos e metodológicos da pesquisa antropológica apresentada pelo autor. Focar a pesquisa de campo como tecnologia privilegiada da antropologia para a coleta de dados e obtenção de resultados mais sólidos Material de apoio: MALINOWISKI, Bronislaw. Introducción: objeto, método y finalidade de esta investigacíon. In:. Los Argonautas del Pacífico Occidental. Barcelona: Planeta-Agostini, p Unidade III: CULTURA E ESTRUTURA. Sessão 11: Do local para o universal. Objetivos: Apresentar a perspectiva da escola culturalista americana e suas características principais como uma maior delimitação do campo de estudo da antropologia, bem como sua perspectiva local que privilegia o trabalho de campo. Apreender o problema trazido com os conceitos de raça e progresso para o conhecimento antropológico. Material de apoio: BOAS, Franz. Raça e progresso. In: CASTRO, Celso. (Org.). Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, p Sessão 12: Antropologia institucional: de que lado estamos? Objetivos: discutir a luz do texto proposto os usos das ciências sociais e naturais a quem ou a que elas servem. Apresentar aos estudantes as características da escola culturalista americana no que diz respeito a compreensão das personalidades para se compreender as culturas. Material de apoio: BENEDICT, Ruth. Missão: Japão. In:. O Crisântemo e a Espada. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, p Os Japoneses na guerra. In:. O Crisântemo e a Espada. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, p

4 Sessão 13: Cultura e personalidade. Objetivos: Perceber a partir da abordagem da autora sugerida como a sociedade influencia nos comportamentos afetivos e nos temperamentos dos indivíduos de cada sociedade. Material de apoio: MEAD, Margaret. A padronização do temperamento sexual. In. Sexo e Temperamento. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, p O inadaptado. In. Sexo e Temperamento. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, p Sessão 14: Estruturalismo em direção à diversidade. Objetivos: apresentar numa perspectiva estruturalista o problema do conceito de raça e desenvolvimento históricos propostos pelas escolas evolucionistas. Problematizar a questão da cultura e do conceito de raça. Material de apoio: LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. São Paulo: Presença, Segredos da Tribo. Direção: José Padília. Reino Unido: BBC/HBO, 2010 (97 min). Sessão 15: Somos mesmo diferentes? Objetivos: Elucidar o problema do encontro do outro com o nós. Material de apoio: CLASTRES, Pierre. A economia primitiva. In:. Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac Naif, p SISTEMA DE AVALIAÇÃO A avaliação do desempenho dos estudantes será de forma ora individualmente, ora coletivamente. Ao final de cada unidade será aplicada uma avaliação discursiva (AV), cada uma com duas questões que abordem o conteúdo proposto nas unidades temáticas (UT) associadas a questões contextualizadas socialmente. Cada questão das avaliações terá valor 4.0 (quatro) somando no máximo 8.0 (oito) pontos. A cada sessão de quatro horas aulas será pedido um resumo (R) e duas laudas do material de apoio sugerido, somando ao final de cada unidade 2.0 (dois) pontos com a totalidade dos resumos. A soma dos pontos da avaliação com os pontos resultantes dos resumos apresentados em cada unidade temática representara a quantidade de pontos adquiridos ao final de cada unidade temática. Ao final da disciplina será somado os três resultados obtidos em cada unidade temática e divididos por 3 (três), ao que será o resultado final obtido pelo estudante na disciplina. Resultado por unidade temática: UT = AV + R. Resultado final: RF = UT¹ + UT² + UT³ BIBLIOGRAFIA 3.1- BÁSICA: BENEDICT, Ruth. O Crisântemo e a Espada. 3.ed. São Paulo: Perspectiva, BOAS, Franz. Raça e progresso. In: CASTRO, Celso. (Org.). Antropologia Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, CASTRO, Celso. (Org.). 2. ed. Evolucionismo Cultural. Rio de Janeiro: Zahar, Franz Boas: antropologia cultural. Rio de Janeiro: Zahar, CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência. São Paulo: Cosac Naif, DURKHEIM, Émile. Definição do fenômeno religioso e da religião. In:. As Formas Elementares da Vida Religiosa. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

5 ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert. História da Antropologia. 5. ed. Petrópolis: Vozes, LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. São Paulo: Presença, MALINOWISKI, Bronislaw. Los Argonautas del Pacífico Occidental. Barcelona: Planeta-Agostini, MAUSS, Marcel. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naif, Ensaios de Sociologia. São Paulo: Perspectiva, MEAD, Margaret. Sexo e Temperamento. 4. ed. São Paulo: Perspectiva, MELLO, Luiz Gonzaga. Antropologia Cultural. 10. ed. Petrópolis: Vozes, MINER, Horace. O Ritual do Corpo Entre os Sonacirema. In: American Antropologist, v. 58, n RADICLIFFE-BROWN, Alfred. Reginald. Estrutura e Função na Sociedade Primitiva. Petrópolis: Vozes, 1973 TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América. São Paulo: Martins Fontes, COMPLEMENTAR: DAMATTA, Roberto. Carnavais, malandros e heróis: uma sociologia do dilema brasileiro. Edição atualizada. Rio de Janeiro: Rocco, GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Edição atualizada. Rio de Janeiro: LTC, LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. São Paulo: Brasiliense, MARTINS, C. Antropologia das coisas do povo. São Paulo: Roca, MAUSS, M. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify, VELHO, Gilberto (Org.). Antropologia urbana: cultura e sociedade no Brasil e em Portugal. Edição atualizada. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, Obs.: As referências bibliográficas citadas nas unidades temáticas serão disponibilizadas em mecanografia de acordo com as conveniências acertadas entre os estudantes. As referências bibliográficas que por ventura estão citados em idioma estrangeiro serão disponibilizadas em português.