Decreto-Lei nº 36/96 de 23 de Setembro
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- Therezinha Melgaço Lacerda
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1 Quadro Privativo do pessoal da Inspecção da Educação Decreto-Lei nº 36/96 de 23 de Setembro
2 Decreto-Lei nº 36/96 de 23 de Setembro A dinâmica já imprimida ao processo de reforma educativa, as exigências cada vez maior que são feitas aos estabelecimentos os ensino e aos professores, os objectivos e as metas cada vez mais ambiciosos que se fixam para o sistema educativo requerem uma dinâmica e eficiência da Inspecção da Educação capazes de dar resposta aos novos desafios que lhe são colocados. A especificidade de funções do pessoal técnico da inspecção da educação justifica que o mesmo se organize em quadro privativo, nos termos da Lei n2 114/IV/ 94, de 30 de Dezembro, com uma carreira suficientemente aliciante e urna estrutura salarial ajustada às exigências e ao grau de responsabilidade e de complexidade da função inspectiva. Nestes termos, No uso da faculdade conferida pela alínea c) do nº 2 do artigo 2162 da Constituição, ø Governo decreta o seguinte: Artigo 1º (Criação) É criando o quadro privativo do pessoal de Inspecção da Educação, cujos cargos e correspondentes referências e conteúdos funcionais constam do anexo I, que faz parte integrante do presente diploma. Artigo 2º (Quadro de pessoal) 1. O quadro de pessoal da Inspecção da Educação é o constante do anexo II, que faz parte integrante do presente diploma. 2. As futuras alterações ao quadro de pessoal serão s por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, administração pública e educação. Artigo 3º (Cargos) A carreira do pessoal da Inspecção da Educação integra os seguintes cargos: a) Inspector-Adjunto; b) Inspector-Adjunto principal; c) Inspector; c) Inspector superior; d) Inspecção principal. Artigo 4º (Provimento) 1. Os cargos da carreira do pessoal da Inspecção da Educação são providos da seguinte forma: a) Inspector-Adjunto, de entre os professores habilitados com o curso do Instituto Pedagógico, com pelo menos cinco anos de experiência e avaliação de desempenho mínimo de Bom, ou com o curso do Magistério Primário e a segunda fase da formação em exercício, com pelo menos cinco anos de
3 experiência e avaliação de desempenho mínimo de Bom, ou com o curso de formação de professores do Ensino Complementar, com pelo menos dois anos de experiência e avaliação mínima de Bom, qualquer deles recrutados mediante provas da selecção e realizar para o efeito; b) Inspector-Adjunto Principal, de entre os Inspectores-adjuntos com pelo menos três anos de efectivo exercício do cargo e avaliação de desempenho mínimo de Bom; c) Inspector, de entre indivíduos habilitados com curso superior que confira grau de licenciatura em Educação ou com curso superior que confira grau de licenciatura e, pelo menos cinco anos de experiência no domínio da docência, ou professores diplomados com o curso de formação de professores do Ensino Secundário é, pelo menos, cinco anos de experiência, ou Inspectores-Adjuntos Principais com quatro anos de efectivo exercício do cargo e avaliação de desempenho mínimo de Bom; d) Inspector Superior, de entre Inspectores com pelos menos quatro anos de efectivo exercício de funções no cargo, avaliação de desempenho mínimo de Muito Bom; e) Inspector Principal, de entre Inspectores Superiores, com pelo menos cinco anos de efectivo exercício do cargo e avaliação de desempenho de Muito Bom e apresentem trabalho especializado e de reconhecido mérito e interesse para a Inspecção da Educação. 2. O provimento e progressão dos restantes cargos previstos no quadro de pessoal da Inspecção da Educação processam-se nos termos da lei geral. Artigo 5º (Avaliação anual de desempenho) A avaliação de desempenho do pessoal da Inspecção da Educação será feita nas condições definidas por despacho do membro do Governo responsável pela educação, com observância dos princípios da lei geral. Artigo 6º (Remuneração) A remuneração base do pessoal da Inspecção da Educação é a constante da tabela salarial apresentada no anexo III e que faz parte integrante do presente diploma. Artigo 7º (Direitos) O pessoal da Inspecção da Educação quando em serviço e sempre que necessário para o desempenho das suas funções, para além de outros previstos na lei geral, gozam dos seguintes direitos: a) Ter acesso aos estabelecimentos de ensino público e privado, aos serviços centrais e desconcentrados, objecto de intervenção da Inspecção da Educação; b) Utilizar, junto dos estabelecimentos do ensino, objecto de intervenção, instalações adequadas ao exercício das suas funções em condições de dignidade e eficácia; c) Proceder ao exame de quaisquer elementos em poder de professores, coordenadores, gestores, serviços centrais e desconcentrados ou estabelecimentos de ensino, objecto da intervenção da Inspecção da
4 Educação, quando se mostrem indispensáveis ao exercício das respectivas funções; d) Usar cartão de identificação especial de modelo a aprovar pelo membro do Governo responsável pela área da Educação. - Artigo 8º (deveres) Além dos deveres gerais inerentes ao exercício da função pública, o pessoal de Inspecção da Educação deve: a) Ser discreto nos serviços de que estiver encarregado; b) Ter conduta social compatível com as funções que desempenha; c) Guardar sigilo absoluto em todos os assuntos de que tiver conhecimento no exercício ou por causa de exercício das suas funções; d) Ter uma postura de imparcialidade no exercício das suas funções; e) Zelar pela aplicação das leis, orientações técnicas e metodologias que possam contribuir para a melhoria do desempenho dos professores e dos estabelecimentos do ensino, nomeadamente na promoção da qualidade do ensino e racionalização da gestão e planificação escolar. Artigo 9º (Incompatibilidades) Sem prejuízo do disposto na lei, é vedado ao pessoal de Inspecção da Educação: a) Executar quaisquer acções de natureza inspectiva, bem como averiguações e inquéritos em que sejam visados parentes ou afins, em qualquer grau da linha recta ou até o terceiro grau da linha colateral; b) Ser proprietário ou sócio de entidade proprietária de estabelecimentos de ensino privado; c) Exercer actividade docente ou de direcção pedagógica nos estabelecimentos de ensino público ou privado. Artigo 10º (Articulação) O pessoal da Inspecção da Educação deve trabalhar em estreita articulação com os professores, os estabelecimentos de ensino, os serviços, centrais e desconcentrados do departamento governamental responsável pela área da educação. Artigo 11º (Deve de colaboração) Todos os professores, estabelecimentos de ensino, viços centrais e desconcentrados do ministério responsável pela área de educação devem prestar ao pessoal de Inspecção da Educação todas as informações indispensáveis ao cabal desempenho das suas funções. Artigo 12 (Formação) Tendo em vista a modernização, a eficiência e a eficácia dos serviços a superação e o desenvolvimento do pessoal da Inspecção da Educação, a Inspecção-Geral irá promover acções de formação profissional.
5 Artigo 13 (Transição) O Pessoal em efectividade de funções que se encontra a prestar serviço na Inspecção- Geral como inspector transita para o novo quadro na categoria de inspector e corno inspector-adjunto principal mediante a relação nominal elaborada pela Inspecção-geral com especificação da referência do escalão e homologada pelo membro do Governo responsável pela educação. Artigo 14º (Professores destacados) Os actuais professores destacados na Inspecção-Geral da Educação regressam ao seu quadro de origem. Artigo 15 (Remissão) Sem prejuízo do disposto no artigo 42, às condições de ingresso e acesso e ao desenvolvimento profissional, aplicam-se, com as necessárias adaptações, os artigos 15º a 22º do Decreto-Lei n9 86/92, de 16 de Julho. Artigo 16 (Entrada em vigor) O presente diploma entra em vigor à data da sua publicação.
6 ANEXO I Cargos, referências e conteúdo funcional Cargo Ref. Conteúdo funcional Inspector principal 15 Inspector superior 14 Inspector 13 Inspector-adjunto principal 12 Inspector-adjunto 11 Apoio e assistir o Inspector-Geral na realização de estudos e formulação de medidas de política no âmbito das suas competências: coordenar equipas e grupos de estudos em domínios que exijam elevado grau especialização e de responsabilidade; elaborar pareceres, estudos e projectos em áreas de sua responsabilidade. Coordenar grupos de estudo e análise sobre a eficácia dos curricula e métodos de ensino: coordenar grupos de inspecção e fiscalização: elaborar pareceres, projectos e estudos em áreas de sua especialidade. Realizar acções de inspecção: Coordenar equipas de inspecção e fiscalização; instruir processos de inquérito e disciplinares; analisar e equacionar problemas identificados em diagnósticos às necessidades dos serviços e ao aproveitamento dos recursos; elaborar pareceres e participar em estudos, projectos e investigação em áreas de sua especialidade. Realizar acções de inspecção: instruir processos de inquérito e disciplinares; levantar e sistematizar dados e informações de natureza técnico-operacional sobre o funcionamento do sistema nacional de Educação; colaborar nas determinações das especificações dos equipamentos escolares. Coadjuvar na organização e realização de acções de inspecções e fiscalização; instruir processos de inquérito e disciplinares; levantar dados e informações de natureza técnico-operacional sobre o funcionamento do sistema nacional de Educação; colaborar na determinação das especificações doa equipamentos de trabalho. ANEXO II Pessoal do quadro comum Cargo Referência Quantidade Chefe de divisão Nível II 1 Oficial principal 9 1 Oficial administrativo 8 1 Assistente administrativo 6. 1 Auxiliar administrativo 2 4 Condutor auto 2 2 Ajudante Serviços Gerais 1 2 Quadro do pessoal da Inspecção-geral Cargo Referência Quantidade Inspector-Adjunto Inspector-adjunto Principal Inspector Inspector superior 14 7 Inspector Principal 15 4
7 ANEXO Ill Tabela salarial Referência Escalões A B C D E F Índice 100 = $ Montantes Unidade: ECV Referencia Escalões A B C D E F Visto e aprovado em Conselho de Ministros em 29 de Agosto de Carlos Veiga António Gualberto do Rosário José Luís Livramento José António dos Reis. Promulgado em 13 de Setembro de Publique-se O Presidente da República, ANTÓNIO MANUEL MASCARENHAS GOMES MONTEIRO. Referendado em 16 de Setembro de O Primeiro-Ministro, Carlos Veiga.
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