POLUIÇÃO RADIOATIVA. Compilação: Dr. Jorge Luis Rodríguez Pérez
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- Luiz Eduardo Brunelli Domingues
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1 Compilação: Dr. Jorge Luis Rodríguez Pérez
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3 A tecnologia nuclear passou a ser desenvolvida a partir do momento em que o homem percebeu que para manter suas atividades precisava de mais energia. Embora, inicialmente, usada para a destruição, como a bomba atômica, em Hiroxima, em 1945, a energia nuclear passou a ser usada para outros fins.
4 As perspectivas de que a energia atômica seria uma alternativa para o futuro da humanidade, levaram o homem a explorá-la mais racionalmente. Muitas usinas nucleares foram construídas.
5 Aqui no Brasil, as usinas de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, evidenciam esse crescimento. A preocupação com esse crescimento, a existência de armas atômicas e de usinas nucleares, operando em algumas partes do mundo, leva-nos a perguntar: quais as implicações desse fato? A mais séria é a com a poluição ambiental. Fala-se em poluição radioativa, isto é, a presença de elementos radioativos no meio ambiente em quantidades não controladas.
6 A radioatividade, até certas doses, é tolerável pelos seres vivos. Todavia, em altas intensidades passa a ser prejudicial aos organismos vivos. Assim, o contato com a radioatividade, tal como aconteceu em Hiroxima, pode provocar queimaduras e mortes. Os que sobreviveram passaram a manifestar câncer e posteriormente a morte. E, finalmente, os que se encontravam em regiões próximas tiveram modificações no seu material genético, também, desenvolveram câncer e, o que foi mais lamentável, ao se reproduzirem tiveram descendentes com graves deformações de natureza genética.
7 Em 26 de abril de 1986, ocorreu a explosão de um reator atômico da central de Chernobyl, situado na Ucrânia, a 700 km de Moscou. Entre as consequências se destacam: várias pessoas morreram; um grande número de outras pessoas foi hospitalizada, intoxicadas pela radioatividade, algumas com queimaduras e outras lesões; num raio de 30Km da usina, cerca de 100 mil pessoas foram retiradas.
8 Como consequência da explosão, formou-se uma nuvem radioativa que se espalhou por toda a Europa; essa mesma nuvem contaminou animais e alimentos que, respectivamente, tiveram que se sacrificados e que não puderam ser consumidos.
9 Em setembro de 1998, na cidade de Goiânia, também, ocorreu um acidente envolvendo radioatividade. Uma bomba de césio 137, usada numa clínica para tratamento de câncer, foi parar num ferro-velho. Essa bomba foi aberta a marretada e seu núcleo gerador de radiações, contendo o césio 137, ficou exposto durante vários dias. Um número razoável de pessoas foi contaminada. Algumas acabaram morrendo.
10 O estrôncio 90 é o produto das explosões atômicas e o lixo das usinas nucleares. A contaminação por esse elemento radioativo pode levar a anemia e leucemia, pois ele se comporta no nosso organismo como o cálcio. É incorporado pelo sistema ósseo, cuja medula é responsável pela produção das nossas células sanguíneas. Os iodos 129 e 131 alojam-se na tireoide, reduzindo sua atividade, podendo provocar câncer.
11 O césio 137 pode-se incorporar aos músculos, provocando distrofia muscular, ao fígado, ao baço, a medula óssea, alem de causar queimaduras, queda de cabelos e até a morte. Uma observação final vale a pena ser destacada: o césio 137 pode ser colocado a serviço do homem no tratamento de câncer. Isto implica dizer que a radioatividade, quando bem usada, pode ser muito útil para o homem.
12 Para que se fale em poluição radioativa, devemos primeiramente definir radiação. Radiação é o efeito químico proveniente de ondas e energia calorífera, luminosa etc. Existem três tipos de radiação: raios alfa e raios beta, que têm a absorção mais fácil, e raios gama, que são muito mais penetrantes que os primeiros, já que se tratam de ondas eletromagnéticas.
13 A poluição radioativa tem como fontes - substâncias radioativas naturais: são as substâncias que se encontram no subsolo, e que acompanham alguns materiais de interesse econômico, como petróleo e carvão, que são trazidas para a superfície e espalhadas no meio ambiente por meio de atividades mineratórias; - substâncias radioativas artificiais: substâncias que não são radioativas, mas que nos reatores ou aceleradores de partículas são provocadas.
14 O contato contínuo à radiação causa danos aos tecidos vivos, tendo como principais efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, diminuição da expectativa de vida, mutações genéticas, lesões a vários órgãos etc. Assim, poluição radioativa é o aumento dos níveis naturais de radiação por meio da utilização de substâncias radioativas naturais ou artificiais.
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16 Muito resumidamente, a radioatividade (ou radiatividade) é um fenômeno natural ou artificial (induzido) pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos denominados elementos ou isótopos radioativos, radioelementos, radionuclídios ou radioisótopos.
17 São capazes de emitir partículas e/ou radiações, os quais têm, entre outras, as seguintes propriedades: impressionam placas fotográficas, ionizam gases, produzem fluorescência, atravessam corpos opacos à luz ordinária e causam danos extraordinários ao meio ambiente e aos seres em geral quando são artificialmente produzidos e despejados irresponsavelmente na biosfera. As mais conhecidas e principais partículas e radiações emitidas pelas substâncias radioativas são as partículas alfa, as partículas beta e a radiação gama.
18 A radioatividade encontra-se no nosso meio natural, desde os raios cósmicos que bombardeiam a Terra provenientes do Sol e das Galáxias de fora do nosso sistema solar, até alguns isótopos radioativos que fazem parte do nosso meio natural. A radioatividade pode ser: a) natural (aquela que se manifesta nos radioisótopos que se encontram em a natureza); e b) artificial ou induzida (aquela que é provocada por transformações nucleares artificiais).
19 A fonte de poluição radioativa predominante é a natural, pois a poluição natural da Terra é muito grande, decorrente do decaimento radioativo do urânio, do tório e outros radionuclídeos naturais. Finalmente, devemos lembrar que a poluição radioativa provém principalmente de: indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato, petróleo, minerações, energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares.
20 Partículas Alfa São fluxos de partículas carregadas positivamente, compostas por 2 nêutrons e 2 prótons (núcleo de hélio). São desviadas por campos elétricos e magnéticos; são muito ionizantes, porém, pouco penetrantes. Quando um radioisótopo (que possui núcleo instável) emite uma partícula alfa, seu número de massa (A) diminui 4 unidades e o seu número atômico (Z) diminui 2 unidades. He
21 Partículas Beta São fluxos de elétrons (ß ou ß + ) resultantes da desintegração de nêutrons do núcleo. São desviadas por campos elétricos e magnéticos. São mais penetrantes, porém, menos ionizantes do que as partículas alfa. No decaimento ß, um nêutron é convertido em um próton, com emissão de um elétron e de antineutrino (a antipartícula do neutrino). n p + + e + antineutrino
22 No decaimento ß +, um próton é convertido em um nêutron, com a emissão de um pósitron e de um neutrino: p + n + e + + neutrino
23 Radiações Gama São ondas eletromagnéticas muito penetrantes. Não apresentam carga elétrica e não são afetadas pelos campos elétricos e magnéticos. A radiação gama é muito perigosa aos organismos vivos, pois é mutagênica e cancerígena.
24 Na fissão (ou cisão) nuclear, um átomo de um elemento é dividido heterogeneamente produzindo dois átomos de menores dimensões de elementos diferentes.
25 Na fusão nuclear, dois ou mais núcleos atômicos se juntam e formam um outro núcleo de maior número atômico e de maior número de massa. A fusão nuclear requer muita energia para acontecer, e, geralmente, liberta muito mais energia do que consome. 1 H + 1 H 2 H 2 H + 1 H 3 He 3 He + 3 He 4 He H
26 Como fontes principais do flagelo nuclear podem-se citar as experiências com armas nucleares na atmosfera nas décadas de 50 e 60, sob patrocínio das grandes potências, e a manipulação de rejeitos radioativos oriundos dos reatores nucleares envolvidos na geração de energia elétrica comercial nos 375 reatores nucleares espalhados pelo mundo, assim como dos reatores destinados à propulsão naval.
27 Para todos os casos, tanto na fase de obtenção do combustível nuclear como na de operação deste tipo de máquina, são produzidas enormes quantidades de resíduos radioativos inservíveis, com meias-vidas relativamente longas (meia-vida é o tempo necessário para que se reduza à metade da inicial a quantidade de átomos radioativos presentes em uma amostra radioativa), os quais acenam com graves perigos potenciais para a contaminação ambiental e para a vida na Terra. É o caso, por exemplo, do elemento Plutônio com meia-vida igual a 24 mil anos, ainda que passados mais ou menos 40 anos a maioria dos resíduos do combustível nuclear perca 99,9% de radiação.
28 A poluição radioativa provém principalmente de indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato, petróleo, minerações, energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares. Um dos maiores desafios tecnológicos da atualidade refere-se à eliminação ou contenção, com a necessária segurança, dos produtos radioativos provenientes das usinas nucleares.
29 Há alguns anos, a imprensa internacional veiculou informações relativas ao gravíssimo acidente ocorrido com o submarino nuclear russo Kursk nas águas geladas do mar de Barents, em 12 de agosto de 2000.
30 Já uma guerra nuclear, além da morte imediata de inúmeros seres humanos e dos efeitos da radiação ao longo das gerações, propiciaria mais uma trágica consequência: o inverno nuclear.
31 A poeira levantada pelas explosões nucleares, aliada à fuligem e à fumaça dos incêndios, impediria a penetração de luz na atmosfera, bloqueando por alguns anos a fotossíntese e fazendo a temperatura cair vários graus.
32 Com isso, poderia ocorrer o desaparecimento definitivo de numerosas espécies, inclusive a extinção do próprio homem. Assim, o inverno nuclear designa o ápice de uma série de fenômenos meteorológicos provocados por uma guerra nuclear total entre as potências nucleares.
33 Estudos feitos na década de 1980 mostraram que a queima das cidades e posterior emissão de milhões de toneladas de fuligem na atmosfera resultariam em uma pequena era glacial que duraria alguns anos, matando, por isso, grande parte dos animais e dos vegetais existentes. Esses estudos contribuíram para as campanhas pacifistas e de desarmamento entre os EUA e a Ex-URSS.
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