AS RELAÇÕES AFETIVAS DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM OLHAR PSICANALÍTICO. PINTO, Evelyn Gonçalves de Arruda

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1 AS RELAÇÕES AFETIVAS DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: UM OLHAR PSICANALÍTICO PINTO, Evelyn Gonçalves de Arruda Resumo Este trabalho é resultado de um estágio prático oferecido pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Cuiabá (UNIC) e realizado na Casa de Amparo Celcita Rosa Pinheiro da Silva, sob supervisão da Professora Ilze Maria Gonçalves Costa, em 2006/2. Trabalhou-se com mulheres vítimas de violência doméstica, analisando-se as relações afetivas por elas estabelecidas. Pretende-se pensar, sob o enfoque psicanalítico (FREUD, 1923[1922]), a dinâmica das relações afetivas das mulheres vítimas de violência doméstica. Na análise da problemática, considera-se a dinâmica estrutural da histeria. Enfatiza-se, ainda, a importância da inserção social da Psicologia em instituições como essa em questão, possibilitando o acesso de pessoas em sofrimento psíquico a intervenções que possibilitam um espaço de fala, re-significação e resolutividade desse sofrimento. Os encontros aconteciam duas vezes por semana e duravam uma hora e meia. As técnicas utilizadas foram: dinâmicas de grupo, grupo operativo e filmes. Segundo a Psicanálise, as relações atuais trazem resquícios de uma pré-organização ocorrida na relação com os pais durante a infância: Complexo de Édipo, base das relações posteriores. É o Complexo de Édipo nos permitirá compreender e traçar a dinâmica de uma relação violenta, na qual a agressão física está presente. Relações nas quais mulheres são vítimas de violência doméstica são comuns. Mas é necessário desnaturalizar o condicionamento desse fenômeno a critérios enviesados. Fez-se necessário abordar o tema privilegiando outro vértice que não o socioeconômico. Existem razões de ordem psíquica que contribuem para a permanência da mulher numa relação violenta e que conflituam com pontos de vistas que a eximem de qualquer contribuição nesse acontecimento, no qual ela não é de todo passiva. O enfoque psicanalítico, procurado para dar suporte a essa investigação, mostra que a mulher está mais implicada nessa relação violenta do que se pensa. Afinal, é mais fácil acreditar que a mulher se sujeita a uma relação violenta por anos a fio por ter filhos

2 pequenos, não ter condições financeiras que lhe possibilitem sair de casa e sustentá-los, possuir baixa escolarização e medo de ficar sozinha. A Psicanálise sinaliza que essas mulheres obtêm algum prazer nessa relação. Sigmund Freud, em A Dissolução do Complexo de Édipo (1924), enfatiza que o Complexo de Édipo funda a constituição do sujeito: é no Complexo de Édipo que ocorre o período sexual da primeira infância. Tal complexo tende a ser abandonado por um tempo, quando sucumbe à regressão. Nesse momento, ocorre o período de latência, onde a vivência da sexualidade é deixada de lado para que outra etapa do desenvolvimento ocorra. Esse Complexo possui relação com a mulher: ela adquirirá identificação passando por ele, e lhe garantirá, na puberdade, a vivência de sua sexualidade. Mas essa passagem não é fácil e simples; acontece de forma velada na vida de todos os neuróticos. O Complexo de Édipo é caracterizado como uma relação de amor aos pais. Inicialmente, no pré-édipo, o amor da menina é dirigido à mãe, só que quando essa menina percebe num outro algo que não possui, falta essa localizada na ausência do pênis (alvo de atenção e valor), a menina tende a sentir ódio de sua mãe por não ter lhe dado algo igual e volta-se em busca de outro que seja suposto ter o que lhe falta. Assim, a menina volta-se para o pai por reconhecê-lo como aquele que tem. É nesse momento que a menina entra no Complexo de Édipo, já que seu objeto de amor decisivo será o pai, mas o que a menina espera é que ele possa amá-la: o pênis que faz a menina buscar esse pai pode ser representado pelo amor que espera dele, já que a mãe, para a menina, a fez faltante. Eis uma esperança que gradativamente é abandonada: a menina, desapontada por essa experiência penosa, tende a abandonar o Édipo quando constata que o pai não corresponderá a esse amor por existir outra ocupando esse lugar, sua mãe. Na saída do Édipo, a menina tem três caminhos possíveis: a recusa ao sexual percebida na castidade, a inveja fálica identificada numa mulher virilizada que quer ter o que lhe falta, e, por último, a feminilidade como possibilidade de ter um filho. Assim, o declínio do Complexo se configura, quando mais comumente a menina, na saída pela feminilidade, reconhece que como não pode ter o amor do pai, por equação simbólica, desliza seu interesse de ter o pênis por ter um filho. O que resta do complexo de Édipo é o superego (FREUD, 1924), sendo este formado através das tendências sexuais transformadas em afeto. Por fim, o desejo de ter um pênis/filho é catexizado no inconsciente e prepara a mulher para que esse feito seja realizado no futuro, a partir da puberdade. Fez-se necessária essa introdução sobre o Complexo de Édipo, pois este é a base principal da posição masoquista que a mulher ocupa diante uma relação de violência física e possui

3 ligação direta com a relação estabelecida com o pai no Complexo de Édipo. Desse modo, o masoquismo (FREUD, 1924) está ligado ao sentimento de culpa que, na maioria das vezes, é inconsciente. A pessoa acredita que precisa ser punida por algo que pensa ter cometido: isso está vinculado à masturbação infantil. A fantasia de espancamento pelo pai está próxima do desejo de ter uma relação passiva, portanto feminina, com ele. Ou seja, conforme Freud (1919), a fantasia de espancamento tem sua origem numa ligação incestuosa com o pai (...) estou sendo espancado pelo meu pai, mas, antes, sou amado pelo meu pai. O que há implicitamente no masoquismo são fantasias de ser maltratado, forçado à obediência incondicional, sujado, aviltado e, talvez, até mutilado. E isso é perceptível na seguinte afirmação de Freud (1924) o masoquista deseja ser tratado como uma criança pequena e desamparada, mas, particularmente, como uma criança travessa. Freud, em Uma criança é espancada (1919), faz a colocação de que a pessoa que bate na fantasia de espancamento, inicialmente, é o pai que será substituído posteriormente por alguém que encaixe na categoria paternal. Essas considerações teóricas sustentam, no campo da realidade aqui trabalhada, a dinâmica de uma relação agressiva e violenta. Na fantasia de espancamento, localizada no campo do inconsciente, constata-se que há uma culpa que funda o masoquismo. A pessoa, nessa fantasia de espancamento, tenta se redimir da culpa proveniente do desejo incestuoso, existindo também a realização de uma satisfação libidinal. As intervenções na Casa de Amparo Celcita Rosa Pinheiro da Silva evidenciaram que a relação vivida entre a mulher vítima de violência doméstica e seu marido é prazerosa a ela. Muitas mulheres passam vários anos sofrendo nesse tipo de relação e, somente quando algo muito grave ocorre, (agressão dos filhos, espancamento que poderia levá-la a óbito e/ou traição conjugal) é que procuraram ajuda judicial, amparo. O fato de se sujeitarem prolongadamente a este tipo de relação reflete o que Sigmund Freud apontou em A sexualidade infantil ( ): certos tipos de estimulação na pele provocam uma sensação prazerosa de determinada qualidade, como também servem para a pessoa se redimir da culpa que sente e que não sabe claramente seu motivo levando à contínua repetição. As mulheres vítimas de violência doméstica evidenciaram essa repetição ao dizerem que sempre se relacionam com homens agressores: Meus três últimos namorados eram violentos comigo, até tive um namorado bonzinho, mas ele era muito sem graça, não tinha emoção, daí eu terminei com ele (E., 27 anos). Algumas mulheres assumiram que xingavam, atiravam objetos, agrediam fisicamente seus parceiros provocando uma reação dos mesmos, tornando

4 evidente a afirmação de Freud, no seu texto A sedução e suas conseqüências imediatas ( ): (...) uma criança que se comporta de forma indócil está fazendo uma confissão e tentando provocar um castigo. Espera por uma surra como um meio de simultaneamente pacificar seu sentimento de culpa e de satisfazer sua tendência sexual masoquista. É possível relacionar essa posição masoquista assumida por essas mulheres à dinâmica estrutural da histeria. Conforme Nasio (1991), os histéricos sofrem nas relações com as pessoas, porque investem nessa relação uma fantasia inconsciente. Dessa maneira, quando se vê lesado, sustenta árdua e expressivamente a posição de vítima infeliz e insatisfeita. As mulheres com as quais o trabalho foi desenvolvido, em sua maioria, são histéricas. Esse diagnóstico estrutural foi feito a partir de como se posicionam frente à castração. Elas mantêm um papel de vítima infeliz e insatisfeita como forma de evitar um gozo máximo que as fariam enlouquecer, desaparecer ou dissolver, segundo Nasio (1991). Evitam qualquer experiência que as levem a um estado de plena e total satisfação. Logo, a identidade do histérico, como diz Dor (1993), é frágil e parcial, o que as leva a se verem como tão incapazes. Se elas se vissem como capazes, sairiam dessa posição de insatisfação que lhes oferece segurança e vantagem. O trabalho psicológico com mulheres vítimas de violência doméstica reveste-se de fundamental importância: permite ao indivíduo à re-significação que o libertará de armadilhas inconscientes. Isto foi verificado no trabalho desenvolvido, afinal, elas se reconheceram num lugar por elas mantido e se perceberam como responsáveis por uma mudança. 2 Ética, violências e direitos humanos Este trabalho é resultado de um estágio prático oferecido pela Faculdade de Psicologia da Universidade de Cuiabá (UNIC) e realizado na Casa de Amparo Celcita Rosa Pinheiro da Silva, sob supervisão da Professora Ilze Maria Gonçalves Costa, em 2006/2. Trabalhou-se com mulheres vítimas de violência doméstica, analisando-se as relações afetivas por elas estabelecidas. Pretende-se pensar, sob o enfoque psicanalítico (FREUD, 1923[1922]), a dinâmica das relações afetivas das mulheres vítimas de violência doméstica. Na análise da problemática, considera-se a dinâmica estrutural da histeria. Enfatiza-se, ainda, a importância da inserção social da Psicologia em

5 instituições como essa em questão, possibilitando o acesso de pessoas em sofrimento psíquico a intervenções que permitem um espaço de fala, re-significação e resolutividade desse sofrimento. Os encontros aconteciam duas vezes por semana e duravam uma hora e meia. As técnicas utilizadas foram: dinâmicas de grupo, grupo operativo e filmes. Segundo a Psicanálise, as relações atuais trazem resquícios de uma préorganização ocorrida na relação com os pais durante a infância: Complexo de Édipo, base das relações posteriores. É o Complexo de Édipo nos permitirá compreender e traçar a dinâmica de uma relação violenta, na qual a agressão física está presente. Relações nas quais mulheres são vítimas de violência doméstica são comuns. Mas é necessário desnaturalizar o condicionamento desse fenômeno a critérios enviesados. Fez-se necessário abordar o tema privilegiando outro vértice que não o socioeconômico. Existem razões de ordem psíquica que contribuem para a permanência da mulher numa relação violenta e que conflituam com pontos de vistas que a eximem de qualquer contribuição nesse acontecimento, no qual ela não é de todo passiva. O enfoque psicanalítico, procurado para dar suporte a essa investigação, mostra que a mulher está mais implicada nessa relação violenta do que se pensa. Afinal, é mais fácil acreditar que a mulher se sujeita a uma relação violenta por anos a fio por ter filhos pequenos, não ter condições financeiras que lhe possibilitem sair de casa e sustentá-los, possuir baixa escolarização e medo de ficar sozinha. A Psicanálise sinaliza que essas mulheres obtêm algum prazer nessa relação. Sigmund Freud, em A Dissolução do Complexo de Édipo (1924), enfatiza que o Complexo de Édipo funda a constituição do sujeito: é no Complexo de Édipo que ocorre o período sexual da primeira infância. Tal complexo tende a ser abandonado por um tempo, quando sucumbe à regressão. Nesse momento, ocorre o período de latência, onde a vivência da sexualidade é deixada de lado para que outra etapa do desenvolvimento ocorra. Esse Complexo possui relação com a mulher: ela adquirirá identificação passando por ele, e lhe garantirá, na puberdade, a vivência de sua sexualidade. Mas essa passagem não é fácil e simples; acontece de forma velada na vida de todos os neuróticos. O Complexo de Édipo é caracterizado como uma relação de amor aos pais. Inicialmente, no pré-édipo, o amor da menina é dirigido à mãe, só que, quando essa menina percebe num outro algo que não possui, falta essa localizada na ausência do pênis (alvo de atenção e valor), a menina tende a sentir ódio de sua mãe por não ter lhe

6 dado algo igual e volta-se em busca de outro que seja suposto ter o que lhe falta. Assim, a menina volta-se para o pai por reconhecê-lo como aquele que tem. É nesse momento que a menina entra no Complexo de Édipo, já que seu objeto de amor decisivo será o pai, mas o que a menina espera é que ele possa amá-la: o pênis que faz a menina buscar esse pai pode ser representado pelo amor que espera dele, já que a mãe, para a menina, a fez faltante. Eis uma esperança que gradativamente é abandonada: a menina, desapontada por essa experiência penosa, tende a abandonar o Édipo quando constata que o pai não corresponderá a esse amor por existir outra ocupando esse lugar, sua mãe. Na saída do Édipo, a menina tem três caminhos possíveis: a recusa ao sexual percebida na castidade, a inveja fálica identificada numa mulher virilizada que quer ter o que lhe falta, e, por último, a feminilidade como possibilidade de ter um filho. Assim, o declínio do Complexo se configura, quando mais comumente a menina, na saída pela feminilidade, reconhece que como não pode ter o amor do pai, por equação simbólica, desliza seu interesse de ter o pênis por ter um filho. O que resta do complexo de Édipo é o superego (FREUD, 1924), sendo este formado através das tendências sexuais transformadas em afeto. Por fim, o desejo de ter um pênis/filho é catexizado no inconsciente e prepara a mulher para que esse feito seja realizado no futuro, a partir da puberdade. Fez-se necessária essa introdução sobre o Complexo de Édipo, pois este é a base principal da posição masoquista que a mulher ocupa diante uma relação de violência física e possui ligação direta com a relação estabelecida com o pai no Complexo de Édipo. Desse modo, o masoquismo (FREUD, 1924) está ligado ao sentimento de culpa que, na maioria das vezes, é inconsciente. A pessoa acredita que precisa ser punida por algo que pensa ter cometido: isso está vinculado à masturbação infantil. A fantasia de espancamento pelo pai está próxima do desejo de ter uma relação passiva, portanto feminina, com ele. Ou seja, conforme Sigmund Freud (1919), a fantasia de espancamento tem sua origem numa ligação incestuosa com o pai (...) estou sendo espancado pelo meu pai, mas, antes, sou amado pelo meu pai. O que há implicitamente no masoquismo são fantasias de ser maltratado, forçado à obediência incondicional, sujado, aviltado e, talvez, até mutilado. E isso é perceptível na seguinte afirmação de Sigmund Freud em (1924) o masoquista deseja ser tratado como uma criança pequena e desamparada, mas, particularmente, como uma criança travessa. Sigmund Freud, em Uma criança é espancada (1919), faz a colocação de

7 que a pessoa que bate na fantasia de espancamento, inicialmente, é o pai que será substituído posteriormente por alguém que encaixe na categoria paternal. Essas considerações teóricas sustentam, no campo da realidade aqui trabalhada, a dinâmica de uma relação agressiva e violenta. Na fantasia de espancamento, localizada no campo do inconsciente, constata-se que há uma culpa que funda o masoquismo. A pessoa, nessa fantasia de espancamento, tenta se redimir da culpa proveniente do desejo incestuoso, existindo também a realização de uma satisfação libidinal. As intervenções na Casa de Amparo Celcita Rosa Pinheiro da Silva evidenciaram que a relação vivida entre a mulher vítima de violência doméstica e seu marido é prazerosa a ela. Muitas mulheres passam vários anos sofrendo nesse tipo de relação e, somente quando algo muito grave ocorre, (agressão dos filhos, espancamento que poderia levá-la a óbito e/ou traição conjugal) é que procuraram ajuda judicial, amparo. O fato de se sujeitarem prolongadamente a este tipo de relação reflete o que Sigmund Freud apontou em A sexualidade infantil ( ): certos tipos de estimulação na pele provocam uma sensação prazerosa de determinada qualidade, como também servem para a pessoa se redimir da culpa que sente e que não sabe claramente seu motivo levando à contínua repetição. As mulheres vítimas de violência doméstica evidenciaram essa repetição ao dizerem que sempre se relacionam com homens agressores: Meus três últimos namorados eram violentos comigo, até tive um namorado bonzinho, mas ele era muito sem graça, não tinha emoção, daí eu terminei com ele (E., 27 anos). Algumas mulheres assumiram que xingavam, atiravam objetos, agrediam fisicamente seus parceiros provocando uma reação dos mesmos, tornando evidente a afirmação de Freud, no seu texto A sedução e suas conseqüências imediatas ( ): (...) uma criança que se comporta de forma indócil está fazendo uma confissão e tentando provocar um castigo. Espera por uma surra como um meio de simultaneamente pacificar seu sentimento de culpa e de satisfazer sua tendência sexual masoquista. É possível relacionar essa posição masoquista assumida por essas mulheres à dinâmica estrutural da histeria. Conforme Nasio em A histeria: teoria e clínica psicanalítica (1991), os histéricos sofrem nas relações com as pessoas, porque investem nessa relação uma fantasia inconsciente. Dessa maneira, quando se vê lesado, sustenta

8 árdua e expressivamente a posição de vítima infeliz e insatisfeita. As mulheres com as quais o trabalho foi desenvolvido, em sua maioria, são histéricas. Esse diagnóstico estrutural foi feito a partir de como se posicionam frente à castração. Elas mantêm um papel de vítima infeliz e insatisfeita como forma de evitar um gozo máximo que as fariam enlouquecer, desaparecer ou dissolver, segundo Nasio em A histeria: teoria e clínica psicanalítica (1991). Evitam qualquer experiência que as levem a um estado de plena e total satisfação. Logo, a identidade do histérico, como diz Dor em Estruturas e clínica psicanalítica (1993), é frágil e parcial, o que as leva a se verem como tão incapazes. Se elas se vissem como capazes, sairiam dessa posição de insatisfação que lhes oferece segurança e vantagem. Por outro lado, após toda essa explanação acerca do que estaria sustentando as relações afetivas das mulheres vítimas de violência, tornou-se necessário elencar o sintoma e sua importância sob a visão da Psicanálise. Um sintoma, segundo Freud em Inibições, sintomas e ansiedade (1926), representa a existência de um processo patológico. Na clínica psicanalítica, geralmente, vê-se o sintoma como o motivo que faz com que o analisante busque a análise devido um sofrimento existente. Assim, o sintoma pode ser compreendido como algo que não vai bem com a pessoa, por isso ela procura ajuda. Esse procurar ajuda pode ocorrer com qualquer pessoa, em qualquer tipo de sofrimento e em uma instituição, como nessa em que foi realizado o trabalho, o que não poderia ser diferente. Dessa forma, o trabalho psicológico com mulheres vítimas de violência doméstica reveste-se de fundamental importância: permite ao indivíduo a resignificação que o libertará de armadilhas inconscientes. Isto foi verificado no trabalho desenvolvido, afinal, elas se reconheceram num lugar por elas mantido e se perceberam como responsáveis por uma mudança. Já que permanecer nesse relacionamento fora visto como algo mantido por essas mulheres, e por se tratar de algo que oferece mais sofrimento do que prazer, por mais que o prazer esteja presente e mantenha essa relação, pode-se concluir que se trata de um sintoma e, para que haja sintoma, é necessário que haja um mecanismo anterior que o cause, eis o recalque, no caso de neuróticos. Freud, em seu texto O Recalque (1915), considera que o recalque visa à fuga do desprazer e opera dificultando que essa idéia representante vá ao eu. Como o recalcado exerce a todo instante uma pressão em direção ao consciente, essa idéia vai criar uma formação substitutiva. Trata-se, aqui, de uma idéia carregada de afeto que foi recalcada

9 e traz angústia ao eu. Desse modo, os sintomas podem ser considerados notícias de desejos não realizados de forma original, que saem modificados por conta do recalque, pois, de outro modo, trariam sofrimento ao eu. Assim, as formações substitutivas e os sintomas indicam o retorno do recalcado, modificados para não trazer desprazer ao eu. Em última instância, o recalque tenta preservar o eu. Em síntese, o sintoma pode ser compreendido como o resultado de um conflito, uma charada, o retorno do recalcado que evidencia o fracasso do recalque. A importância do sintoma vai além de ser uma formação do inconsciente que diz de um desejo recalcado, ou seja, o sintoma, como aponta Freud em O sentido dos sintomas (1916), possui um sentido e está ligado com as experiências do paciente. E essa ligação que a pessoa tem com seu sintoma fica mais evidente pela colocação de Quinet em As condições de análise (2005), ao dizer que o sintoma oferece lucro porque o neurótico, seja obsessivo ou histérico, ama seu sintoma e, por conta desse amor, possui dificuldade em abandoná-lo. E isso acontece com as mulheres vítimas de violência por conta da dificuldade que elas possuem em abandonar seus respectivos parceiros, pois, mesmo sofrendo nessa relação, seja por conta do sofrimento físico, visto que o corpo padece os maus-tratos e, também, do sofrimento moral, ainda assim, obtém ganhos secundários nesse tipo de relacionamento, e, por conta desse ganho, tem dificuldade em abandonar a relação, eis o amor pelo sintoma que é prazeroso. E o sintoma, nesse caso, é permanecer nesse tipo de relacionamento. O sintoma pode ser compreendido sob a visão médica e a psicanalítica. A primeira (médica) concebe o sintoma como um sinal de que algo não vai bem com o organismo e lida com o mesmo pela observação, descrição, classificação e a nomeia; a segunda (psicanálise) considera o sintoma como sendo uma verdade do sujeito do inconsciente, que só existe se for falado, a partir do discurso do paciente. Sendo assim, o sintoma concebido pela psicanálise, é o que diz intimamente da realidade psíquica daquela pessoa que nos fala. E o que advém nesse falar é o sujeito do inconsciente, que se estrutura como uma linguagem. Nesse sentido, as mulheres que estão aqui referidas disseram sobre como funcionam na relação estabelecida com os outros. Nesse ínterim, viu-se que o que é, de um lado, sofrimento para elas, é, de outro, prazer. Isso só é possível porque através do sintoma sempre há uma realização do desejo, que se dá de forma irreconhecível, como produto de uma elaboração psíquica sobredeterminada.

10 O sintoma tem um caráter aleatório, imprevisível e individual. Haverá de se construir um saber sobre ele, buscar seu sentido e é isso que um paciente busca quando recorre à análise. Aqui se tratando de uma pessoa que busque análise. Porém, não se pode duvidar de que essas mulheres tenham se deparado, mesmo que minimamente, com seu sintoma e tenham se questionado sobre ele. Afinal, reconheceram que são elas quem mantém essa relação, que são elas que buscam homens com perfis semelhantes. E se isso acontece é porque esperam a mesma coisa das relações estabelecidas. O sintoma é essencial, traz o sujeito à análise. Diz da doença, e não de sua causa. Portanto, segundo Dor em seu livro Estruturas e clínica psicanalítica (1993), o diagnóstico em psicanálise deve ser feito em outro campo, aquém do sintoma, eis o campo da palavra. Isso porque pela palavra se coloca o desejo daquele que fala. Entretanto, o sintoma não se faz sem importância, pois é ele que mostra o caminho. E, através do trabalho realizado com essas mulheres, viu-se que o sintoma que elas apresentaram diz mesmo de uma doença, mas não da sua causa. Portanto, o trabalho da Psicologia em instituições é mesmo importante, pois, mesmo que não seja efetivo e de longo prazo como em uma psicoterapia, permite que as pessoas tenham um momento de reflexão que pode ser também proveitoso. Afinal, não se pode duvidar nunca da capacidade de elaboração de uma pessoa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOR, J. Estruturas e clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Taurus Editora, FREUD, S. A dissolução do complexo de édipo (1924). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. XIX. FREUD, S. A sedução e suas conseqüências imediatas ( ). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. XVII.

11 FREUD, S. A sexualidade infantil: o descaso para com o infantil ( ). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. VII. FREUD, S. Dois verbetes de enciclopédia (1923 [1922]). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. XVIII. FREUD, S. Inibições, sintomas e ansiedade. Obras psicológicas completas. Rio de janeiro: Imago, FREUD, S. O problema econômico do masoquismo (1924). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. XIX. FREUD, S. O Recalque. Obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago, FREUD, S. O sentido dos sintomas. Obras psicológicas completas. Rio de Janeiro: Imago, FREUD, S. Uma criança é espancada: uma contribuição ao estudo da origem das perversões sexuais (1919). In Edição Standart Brasileira das Obras Psicológicas Completas (ESB). Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda, 1976, Vol. XVII. NASIO, J. D. A histeria: teoria e clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, QUINET, A. As condições de análise. 10ª Ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.

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