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1 iirtietkir: * ;.-. ' ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GAB. DES. MARCOS A. SOUTO MAIOR ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N /001 - SERRA BRANCA RELATOR : Juiz Carlos Neves da Franca Neto APELANTE : Estado da Paraíba, representado por seu Procurador, Sebastião Fiorentino de Lucena APELADO : José de Arimatéia da Silva Neves ADVOGADO: Odívio ~rega de Queiroz APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. ARQUIVAMENTO DOS AUTOS. ART. 40, 2 DA LEI N 6.830/80. PROVIMENTO. - Em se tratando de Execução Fiscal, nos termos da Lei n 6.830/80, LEF Lei das Execuções Fiscais, decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que tenha havido localização do devedor ou de bens penhoráveis, os autos devem, por ordem judicial, ser arquivados. referenciados. VISTOS, relatados e discutidos os autos acima A COR D A, a Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, conhecer e dar provimento ao vertente recurso apelatório, para desconstituir a sentença. O Estado da Paraíba, devidamente representado por seu Procurador, Sebastião Florentino de Lucena, já devidamente qualificado nos autos, interpôs apelação, inconformado com a decisão do Juiz de Direito da Comarca de Serra Branca/PB, que extinguiu o processo sem julgamento do mérito por ter o exeqüente, negligentemente, abandonado a causa por mais de um ano. Alega, inicialmente, o apelante, em síntese, alguns fatos que impediram a consolidação das diversas intimações constantes dos autos, a saber: intimação ao

2 Procurador do Estado devolvida sob alegação de que o mesmo estava ausente (fls. 21); intimação dirigida à Fazenda Nacional, com sede em Campina Grande, de onde foi devolvida sem peticionar, já que a exeqüente, no caso, é a Fazenda Pública Estadual (fls. 23); a expedição de Carta Precatória enviada equivocadamente à Justiça Federal de João Pessoa, para cumprimento, quando deveria ser endereçada a uma Vara da Fazenda Pública e/ou Vara Cível da Capital (fls. 26). Ademais, aduz que a Fazenda Pública Estadual requereu a suspensão do feito com base no art. 40 da LEF, tendo o MM. Juiz deferido o pedido, pelo que decorrido o período de um ano o MM Juiz mandou intimar a Fazenda para requerer o que entendesse de direito e, como não houve resposta, lançou a decisão ora recorrida, no que sustenta a ilegalidade da extinção, vez que o processo deveria ter sido arquivado, nos termos do 2 do art. 40 da LEF. O apelado apresentou contra-razões, às fls. 95/96, requerendo o improvimento do recurso apelatório de fls. 90/91, confirmando-se a sentença de primeiro grau em todos os seus termos e efeitos. Neste grau de jurisdição, instada a se manifestar, a Procuradoria de Justiça ofertou parecer, às fls.102/105, deixando, contudo, de se pronunciar acerca do mérito da questão, por entender ausente situação ensejadora de intervenção opinativa obrigatória do Par quet. É o relatório. VOTO: Juiz CARLOS NEVES DA FRANCA NETO Relator Trata-se de Apelação em Ação de Execução Fiscal na qual a MM. Juíza sentenciante extinguiu o feito sem julgamento meritório, com fulcro no art. 267, II, do CPC, por entender que houve negligência da parte, ao deixar de impulsionar o processo por mais de um ano, configurando-se, portanto, abandono da causa. A Fazenda Pública se insurge contra a r. decisão a quo, invocando os artigos 25, caput, e 40, 2, da LEF Lei das Execuções Fiscais (Lei n 6.830/80), pelo que pede o provimento do presente recurso, para que seja reformada a sentença. maiores discussões. caput: O caso em questão é de fácil deslinde e não comporta Vejamos o que dispõe a Lei n 6.830/80, em seu art. 25, Art Na execução fiscal, qualquer intimação ao representante judicial da Fazenda Pública será feita pessoalmente. Desta forma, de acordo com o dispositivo legal acima transcrito, nas ações de execução fiscal as intimações ao Procurador da Fazenda Pública devem ser realizadas de modo pessoal. O STJ já decidiu nesse sentido, senão vejamos: C

3 PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL.. INTIMAÇÃO PESSOAL DO REPRESENTANTE DA FAZENDA PÚBLICA. LEI N 6.830/80, ART A jurisprudência desta eg. Corte é pacífica no sentido de que na execução fiscal qualquer intimação ao representante da Fazenda Pública será frita pessoalmente, não sendo válida, portanto, a efetuada por exclusiva publicação no órgão oficial ou por carta ainda que registrada com aviso de recebimento. 2 - Recurso especial conhecido e provido. (REsp / RS; RECURSO ESPECIAL 2004/ ; RELATOR: Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS (1094); ÓRGÃO JULGADOR: T2 - SEGUNDA TURMA; DATA DO JULGAMENTO: 27/ 09/ 2005; DATA DA PUBLICAÇÃO/ FONTE: DJ p. 206). Assim, quanto a este aspecto não merece reparos a decisão combatida, já que houve intimação pessoal da Procuradoria do Estado da Paraíba, nos termos do que atesta a certidão do Oficial de Justiça no verso do Mandado de Intimação (fls. 84), tendo este sido recebido no referido órgão por Olga de Fátima Franco, conforme carimbo de registro aposto no aludido mandado. A supracitada lei, em seu art. 40, 2, ainda estabelece que: Art omissis 1 - omissis 2 - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos. (Grifei) Neste ponto assiste razão ao apelante, posto que a norma não deixa dúvida ao dispor que, decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que tenha havido localização do devedor ou de bens penhoráveis, os autos devem, por ordem judicial, ser arquivados. Ressalte-se que este arquivamento envolve providência de ordem legal, não sendo cabível a extinção do processo, sobretudo que existe a possibilidade de desarquivamento a qualquer tempo. Ademais, havendo regra específica, como é, no caso, a LEF - Lei das Execuções Fiscais, esta deve prevalecer sobre a regra genérica prevista pelo CPC. Por oportuno, transcrevo a jurisprudência abaixo, oriunda do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. n

4 EXTINÇÃO DO PROCESSO COM BASE NO ART. 267, III, DO CPC. IMPOSSIBILIDADE. ' PROSSEGUIMENTO DA EXECUÇÃO. ART. 40 DA LEI 6.830/80. Se inexistentes bens para constrição, o caso é de suspensão do processo, nos termos do art. 40 da LEF, e não de extinção do processo, por aplicáveis as regras do CPC apenas quando inexistente norma específica. APELAÇÃO PROVIDA. SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. (Apelação Cível N , Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antônio Janyr Dall'Agnol Júnior, Julgado em 27/ 10/ 2004). No mesmo norte são as decisões a seguir, provenientes do STJ: EXECUÇÃO FISCAL - EXTINÇÃO EX OFFICIO - IMPOSSIBILIDADE LEI 6830/80 - PRECEDENTES. 1. O JUIZ NÃO PODE, DE OFICIO, DECRETAR A EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL. 2. A LUZ DO QUE DISPÕE O ART. 40, DA LEI 6830/80, TRANSCORRIDO UM ANO DA SUSPENSÃO DO PROCESSO SERA ELE ARQUIVADO E, A QUALQUER TEMPO, PODEM SER REATIVADO SE ENCONTRADOS O DEVEDOR OU BENS PENHORA VEIS. 3. RECURSO PROVIDO. (REsp 8386 / RJ ; RECURSO ESPECIAL 1991/ ; RELATOR: MIN. PEÇANHA MARTINS (1094); ÓRGÃO JULGADOR: T2 - SEGUNDA TURMA; DATA DO JULGAMENTO: 12/05/1993; DATA DA PUBLICAÇÃO/FONTE: DJ p ) (Grifo nosso) PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. NÃO LOCALIZAÇÃO DO DEVEDOR OU BENS PENHORÁVEIS. EXTINÇÃO. ABANDONO DE CAUSA. REQUERIMENTO DO RÉU. AUSÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 240/STJ. SUSPENSÃO DO PROCESSO. ART. 40, CAPUT, DA LEI N / "A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu" (Súmula n. 240/S TI).

5 4 2. No caso de ausência de localização do executado ou bens para penhora, o art. 40, caput, da.lei n /80 não autoriza o julgador a extinguir o feito, mas, tão-só, suspender a execução fiscal. 3. Recurso especial provido. (REsp /RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em , DJ p. 428). Assim, desde que sejam encontrados o devedor, e bens passíveis de penhora, o processo poderá ser reativado a qualquer tempo para que a execução prossiga. Do contrário, se o feito for julgado extinto e a respectiva sentença transitar em julgado, a lide restará liquidada, sem qualquer condição do Estado recuperar o seu crédito, a não ser que ajuíze uma nova ação, o que é desnecessário, já que poderá requerer o mero desarquivamento. No mais, resta evidente que a intimação de fls. 84, embora pessoal e via mandado, não foi específica no sentido de advertir a parte quanto à possibilidade de extinção, em caso de inércia, de forma a caracterizar o abandono, conforme exige a Lei; outrossim, ao encaminhar com a intimação cópia da inicial, ela própria se desfigurou, de forma ao não atingir a sua finalidade e a criar outra situação, diferente, portanto, da hipótese de se poder levar o processo à extinção. Destarte, diante das considerações expendidas, conheço e dou provimento à apelação, para desconstituir a sentença, determinando o retorno dos autos à Unidade Judiciária de origem, oportunizando-se ao Exeqüente dar continuidade à Execução Fiscal, e/ou adotar-se a providência de arquivamento. É o meu voto. Presidiu a Sessão o Excelentíssimo Desembargador JOSÉ DI LORENZO SERPA, que participou do Julgamento com este Relator, em substituição ao ínclito Desembargador MARCOS A. SOUTO MAIOR, e com o Excelentíssimo Desembargador MANOEL SOARES MONTEIRO. Presente à Sessão, a Excelentíssima Doutora MARILENE DE LIMA CAMPOS DE CARVALHO, Promotora de Justiça convocada. Sala das Sessões da Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, em João Pessoa/PB, 01 de junho de Juiz CARLOS NEVES DA FRANCA NETO Relator

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