GUIAS TÉCNICOS. Perguntas frequentes sobre o Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos (RJET) Índice
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- Luiz Gustavo Ferreira Lagos
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1 GUIAS TÉCNICOS Perguntas frequentes sobre o Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos (RJET) Índice Noções gerais e tipologias - Qual a noção de empreendimento turístico? - Quais as tipologias de empreendimentos turísticos previstas no novo regime e quais as tipologias eliminadas? - Qual é a regulamentação aplicável aos conjuntos turísticos? - A legislação sobre empreendimentos turísticos é a mesma ao nível nacional ou há especificidades para os Açores e Madeira? Competências - É obrigatório parecer do Turismo de Portugal, I.P. para o licenciamento ou admissão de comunicação prévia de operações urbanísticas destinadas à instalação de empreendimentos turísticos? Instalação - Qual é o regime aplicável ao procedimento de instalação de empreendimentos turísticos? - Quais os documentos que devem instruir o pedido de Autorização de Utilização para fins Turísticos (AUT)? - A Portaria n.º 327/2008 define, no Anexo 1 que, por exemplo, em estabelecimentos hoteleiros de duas estrelas a área mínima dos quartos duplos é de 13,5m 2. Esta área mínima apresentada para o quarto já inclui a instalação sanitária obrigatória? Ou aos 13,5m 2 terá que ser acrescentada área para este efeito? - Qual a legislação a aplicar aos licenciamentos de hotéis com camaratas e quais os requisitos a observar neste tipo de empreendimentos? - A quem cabe a aprovação do nome dos empreendimentos turísticos? Classificação - O que é a classificação de um empreendimento turístico? - Em que categorias podem ser classificados os empreendimentos turísticos? Podem ser adotadas categorias não previstas na lei como Luxo, Super Luxo, Plus, etc.? - A quem compete realizar as auditorias de classificação? - As entidades competentes para a realização de auditorias de classificação têm prazo para o fazer? - A Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação dada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro, refere que, após a fixação da classificação, resultante da auditoria, podem ser alterados os requisitos opcionais escolhidos para a obtenção da pontuação mínima obrigatória. Então, se os requisitos opcionais podem ser alterados após a auditoria, para que serve o sistema de pontos e de que forma, clara, contribuem estes para a classificação do empreendimento? - O que é a dispensa de categoria? - A dispensa de categoria significa que os empreendimentos turísticos não têm de ser classificados pelo Turismo de Portugal I.P.? É um sistema de classificação voluntária? - Onde estão definidos os requisitos para a dispensa de categoria? E quais são? - Como funciona a dispensa de categoria? - Quando é que se pode recorrer à dispensa de categoria? - Estando o empreendimento já classificado com uma categoria, pode ser agora solicitada a dispensa da mesma? - Ficando o empreendimento já dispensado categoria, pode o mesmo voltar a tê-la? - A dispensa de categoria poderá dar origem a publicidade enganosa por parte dos empreendimentos? - Quem faz o controlo dos empreendimentos com dispensa de categoria?
2 02 Índice continuação Exploração e Funcionamento - Em que se traduz o novo modelo de exploração dos empreendimentos turísticos? - É obrigatório afixar o período de funcionamento de um empreendimento turístico mesmo quando o mesmo funcione 365 dias por ano? - É obrigatória a afixação de um quadro de pictogramas na receção do hotel com todos os serviços que o hotel oferece? - Como está atualmente regulada a matéria respeitante à responsabilidade operacional dos empreendimentos? - As tipologias que deixaram de existir podem ser adotadas como nome comercial do empreendimento turístico (ex: Hotel Estalagem )? Propriedade Plural - Como se compatibiliza a exploração permanente das unidades de alojamento dos empreendimentos turísticos em propriedade plural com a sua utilização pelo respetivo proprietário? - Se, no limite, o proprietário da unidade de alojamento determinar no contrato de exploração que pretende utilizar a fração 365 dias por ano, ainda assim entende-se que aquela unidade se encontra em exploração turística? - Quem é o beneficiário da garantia (proprietários das frações, Turismo de Portugal, deve constituir-se uma associação de proprietários)? - Um Aldeamento Turístico em propriedade plural que foi notificado pelo Turismo de Portugal, I.P. para proceder à reconversão do empreendimento nas tipologias e categorias estabelecidas no D.L. n.º 39/2008, de 7 de março, deixará de reger-se pelo diploma antigo quando solicitar essa reconversão, passando a reger-se pelo regime jurídico previsto no novo Decreto-Lei, ou continuará a vigorar o regime jurídico previsto no diploma anterior? - No que se refere à exploração turística, e caso todas as unidades de alojamento passem a estar permanentemente em regime de exploração turística, significa que a entidade exploradora tem que celebrar, obrigatoriamente, com os proprietários das frações, contratos para a exploração turística, ou basta garantir que as unidades de alojamento se encontram permanentemente em condições de ser locadas? - Um proprietário que tenha adquirido uma fração autónoma num empreendimento turístico licenciado ao abrigo do Decreto- Lei n.º 167/97, de 4 de julho, e estando aquela desafeta da exploração, poderá utilizar a sua unidade ao abrigo do n.º 3 do novo RJET (alojamento local)? Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, alterada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro e pela Declaração de Retificação n.º 49/2015, de 28 de outubro - Requisitos - Anexo I Estabelecimentos Hoteleiros Requisito 25 Suites Requisito 36 Interruptor de iluminação geral Requisito 83 Serviço de bar Requisitos 68/120 - Acesso à Internet Requisito 98 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Requisito 180 processo de cliente mistério realizado por entidades externas acreditadas - Anexo II Aldeamentos Turísticos Requisito 80 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Requisito 141 processo de cliente mistério realizado por entidades externas acreditadas - Anexo III Apartamentos Turísticos Requisito 80 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Requisito 142 processo de cliente mistério realizado por entidades externas acreditadas
3 03 Índice continuação Portaria n.º 937/2008, de 20 de agosto Requisitos Turismo de Habitação e Turismo no Espaço Rural - Encontramo-nos, há algum tempo, a tentar licenciar empreendimentos turísticos na forma de turismo de aldeia. Quais deverão ser os nossos procedimentos a partir deste momento? - Os hotéis rurais têm limite de quartos? - Os hotéis rurais podem ser apenas residenciais, sem restaurante? - Pode haver lugar a ampliação de construções existentes no turismo no espaço rural, à semelhança do que acontecia no anterior regime jurídico? - É possível a venda de alimentos produzidos no empreendimento, diretamente aos clientes ou cozinhados? - Queria obter informações sobre serviços de refeições almoço/jantar em unidades de Turismo Espaço Rural. Quais são os requisitos? Será que podemos simplesmente começar a servir refeições? - É obrigatória a residência do proprietário dos empreendimentos de Turismo de Habitação ou Turismo no Espaço Rural durante o período de exploração? Portaria 1320/2008, de 17 de novembro Requisitos Parques de Campismo - A tipologia Parque de Campismo Rural foi eliminada. O que acontece aos parques de campismo rural já aprovados ou previstos em Instrumentos de Gestão Territorial (IGT)?
4 04 Noções gerais e tipologias Qual a noção de empreendimento turístico? São empreendimentos turísticos os estabelecimentos destinados a prestar serviços de alojamento, mediante remuneração, dispondo, para o seu funcionamento, de um adequado conjunto de estruturas, equipamentos e serviços complementares. Quais as tipologias de empreendimentos turísticos previstas no novo regime e quais as tipologias eliminadas? As tipologias de empreendimentos turísticos são as seguintes: Estabelecimentos hoteleiros (hotéis, hotéis-apartamento e pousadas) Aldeamentos turísticos Apartamentos turísticos Conjuntos turísticos (resorts) Empreendimentos de turismo de habitação Empreendimentos de turismo no espaço rural (casas de campo, agroturismo e hotel rural) Parques de campismo e de caravanismo Relativamente ao regime jurídico anterior a 2008, foram eliminadas as tipologias: pensão (incluindo as albergarias), estalagem, motel, moradia turística, turismo rural, parque de campismo rural, casa de abrigo, centro de acolhimento e casa-retiro. O turismo de natureza é extinto enquanto tipologia, mas existe enquanto reconhecimento pelo ICNF - Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas I.P. Qual é a regulamentação aplicável aos conjuntos turísticos? A regulamentação dos conjuntos turísticos consta do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos (RJET). Sendo a tipologia conjunto turístico caracterizada por integrar uma variedade de empreendimentos turísticos, os conjuntos turísticos devem observar ainda os requisitos previstos para as partes que o compõem, que se encontram estabelecidos nas respetivas portarias. Um dos empreendimentos que o integram tem necessariamente que ser um estabelecimento hoteleiro, cujos requisitos se encontram previstos na Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação dada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro. A legislação sobre empreendimentos turísticos é a mesma ao nível nacional ou há especificidades para os Açores e Madeira? Nos termos do disposto no artigo 78.º do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos (RJET), o regime jurídico dele constante aplica-se nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem prejuízo das adaptações decorrentes da estrutura administrativa própria dessas regiões.
5 05 Competências É obrigatório parecer do Turismo de Portugal, I.P. para o licenciamento ou admissão de comunicação prévia de operações urbanísticas destinadas à instalação de empreendimentos turísticos? Sim, nos casos de instalação de estabelecimentos hoteleiros (incluindo hotéis rurais), aldeamentos, apartamentos e conjuntos turísticos. Quando desfavorável, o parecer do Turismo de Portugal é vinculativo. A instalação de empreendimentos de turismo de habitação, turismo no espaço rural e parques de campismo e de caravanismo não necessita de parecer do Turismo de Portugal I.P. Nestes casos, são as câmaras municipais que passam a ter competência para aferir, no licenciamento ou admissão de comunicação prévia, da conformidade do projeto apresentado com as disposições legais específicas aplicáveis a esses empreendimentos.
6 06 Instalação Qual é o regime aplicável ao procedimento de instalação de empreendimentos turísticos? A instalação de empreendimentos turísticos rege-se pelo Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na redação atual, com as especificidades constantes do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos (RJET), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2008, de 7 de março, na sua redação atual. Quais os documentos que devem instruir o pedido de Autorização de Utilização para fins Turísticos (AUT)? Não existem elementos específicos para esta instrução, para além dos previstos no Regime Jurídico da Urbanização e Edificação e no Anexo I - V da Portaria n.º 113/2015, de 22 de abril, ou seja: Documentos comprovativos da qualidade de titular de qualquer direito que confira a faculdade de realização da operação; Termo de responsabilidade subscrito pelo diretor da obra ou do diretor de fiscalização da obra; Declaração ou outra prova de reconhecimento da capacidade profissional dos técnicos responsáveis, emitida pela respetiva ordem profissional; Ficha resumo caracterizadora do edifício e da intervenção realizada; Certificado SCE, emitido por perito qualificado no âmbito do Sistema de Certificação Energética dos Edifícios; Termo de responsabilidade subscrito por pessoa legalmente habilitada a ser autor de projeto, pela fiscalização e pela direção da obra; Termo de responsabilidade subscrito por pessoa legalmente habilitada a ser autor de projeto relativo à conformidade da obra com o projeto acústico; Cópia do título da operação urbanística ao abrigo da qual foram realizadas as obras; Telas finais, quando aplicável; Ficha de elementos estatísticos. A Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação dada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro e pela Declaração de Retificação n.º 49/2015, de 28 de outubro, define no Anexo I que, por exemplo, em estabelecimentos hoteleiros de duas estrelas a área mínima dos quartos duplos é de 13,5m 2. Esta área mínima apresentada para o quarto já inclui a instalação sanitária obrigatória? Ou aos 13,5m 2 terá que ser acrescentada área para este efeito? Uma vez que a referida Portaria não fixa a área mínima das instalações sanitárias privativas das unidades de alojamento, mas apenas a área mínima das unidades de alojamento, na área mínima exigida para estas inclui-se a área da instalação sanitária privativa.
7 Qual a legislação a aplicar aos licenciamentos de hotéis com camaratas e quais os requisitos a observar neste tipo de empreendimentos? A atual regulamentação dos hotéis não permite, como a anterior também não permitia, a existência de unidades de alojamento com camaratas. Os estabelecimentos com este tipo de instalações apenas poderão enquadrar-se como alojamento local, na modalidade de Hospedagem, desde que cumpram os requisitos previstos no Decreto-Lei n.º 128/2014, de 29 de agosto. Não poderá, nesse caso, ser usado o termo hotel na identificação do estabelecimento. 07 A quem cabe a aprovação do nome dos empreendimentos turísticos? A matéria das denominações é da competência do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e do Registo Nacional das Pessoas Coletivas, cabendo ao Turismo de Portugal I.P apenas a verificação da conformidade do nome proposto com o que se dispõe no artigo 41.º do Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos.
8 08 Classificação O que é a classificação de um empreendimento turístico? A classificação de um empreendimento turístico é a atribuição, confirmação ou alteração da tipologia e, quando aplicável, do grupo e categoria desse empreendimento. Em que categorias podem ser classificados os empreendimentos turísticos? Podem ser adotadas categorias não previstas na lei como Luxo, Super Luxo, Plus, etc.? Os estabelecimentos hoteleiros são classificados nas categorias de 1 a 5 estrelas. Os aldeamentos turísticos e os apartamentos turísticos são classificados nas categorias de 3 a 5 estrelas. Outras designações ou menções não são objeto de apreciação pelo Turismo de Portugal, I.P., devendo, no entanto, cumprir o disposto nos artigos 41.º e 42.º do RJET e demais legislação aplicável à publicidade, à marca e à propriedade industrial. A quem compete realizar as auditorias de classificação? As auditorias de classificação dos estabelecimentos hoteleiros (incluindo os hotéis rurais), aldeamentos turísticos, apartamentos e conjuntos turísticos são realizadas pelo Turismo de Portugal, I.P. As auditorias de classificação dos empreendimentos de turismo de habitação, turismo no espaço rural e parques de campismo e de caravanismo são realizadas pelas câmaras municipais. A lei prevê ainda que as auditorias possam ser realizadas por entidades acreditadas para o efeito, nos termos a definir em Portaria. As entidades competentes para a realização de auditorias de classificação têm prazo para o fazer? Sim. A auditoria de classificação do empreendimento turístico deve ser realizada (pelo Turismo de Portugal, I.P., ou pela câmaras municipais, conforme os casos) no prazo de 60 dias a contar da data de disponibilização da informação relativa ao título válido de abertura (habitualmente, o alvará de autorização de utilização para fins turísticos. A Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação em vigor, refere que, após a fixação da classificação, resultante da auditoria, podem ser alterados os requisitos opcionais escolhidos para a obtenção da pontuação mínima obrigatória. Então, se os requisitos opcionais podem ser alterados após a auditoria, para que serve o sistema de pontos e de que forma, clara, contribuem estes para a classificação do empreendimento? A atribuição de uma categoria aos empreendimentos depende, cumulativamente, do cumprimento de todos os requisitos mínimos obrigatórios e do cumprimento de um conjunto de requisitos opcionais que permita a obtenção da pontuação mínima obrigatória fixada para a categoria. Os requisitos opcionais podem, assim, ser modificados, desde que necessariamente substituídos por outros que garantam a obtenção do número mínimo de pontos para a respetiva categoria, comunicando-se o facto ao Turismo de Portugal, I.P.
9 09 O que é a dispensa de categoria? É a possibilidade de os promotores ou entidades exploradoras dos estabelecimentos hoteleiros, hotéis rurais, aldeamentos turísticos e apartamentos turísticos requererem ao Turismo de Portugal I.P. que não seja atribuída aos seus empreendimentos turísticos uma categoria (estrelas), desde que cumpram determinados requisitos. A dispensa de categoria significa que os empreendimentos turísticos não têm de ser classificados pelo Turismo de Portugal I.P.? É um sistema de classificação voluntária? Não, a classificação é sempre obrigatória. O nosso sistema não é um sistema de classificação voluntária, em que o promotor não tem requisitos de classificação a cumprir. Trata-se de um sistema em que, mediante o cumprimento de um conjunto de requisitos previstos na lei, que é verificável periodicamente, se atribui dispensa de categoria. Onde estão definidos os requisitos para a dispensa de categoria? E quais são? Os requisitos estão definidos na Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação dada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro e pela Declaração de Retificação n.º 49/2015, de 28 de outubro, que define os critérios para a atribuição das categorias de uma a cinco estrelas. Basicamente os requisitos para a dispensa são os seguintes: Estabelecimentos hoteleiros e hotéis rurais: terão que obter a pontuação mínima obrigatória para a categoria de 3 estrelas, sendo que 20% destes pontos terão que ser obtidos da secção 5. «Qualidade e Sustentabilidade» do Anexo I. Aldeamentos turísticos e apartamentos turísticos: terão que obter a pontuação mínima obrigatória para a categoria de 4 estrelas, sendo que 20% destes pontos terão que ser obtidos da secção 5. «Qualidade e Sustentabilidade» do Anexo II e III, respetivamente. Como funciona a dispensa de categoria? Os empreendimentos (ou projetos de empreendimento) que cumpram os requisitos definidos na portaria de classificação solicitam ao Turismo de Portugal I.P. a dispensa de categoria. Após auditoria, o Turismo de Portugal I.P. concede ou não essa dispensa, sujeita ao cumprimento dos referidos requisitos. Quando é que se pode recorrer à dispensa de categoria? A possibilidade de solicitar a dispensa de categoria dá-se com a entrada em vigor da Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro. A dispensa de categoria depende do cumprimento de requisitos que são verificados na sequência de auditoria do Turismo de Portugal, I.P., nos mesmos termos de todos os empreendimentos turísticos. Estando o empreendimento já classificado com uma categoria, pode ser agora solicitada a dispensa da mesma? Sim, pode. Terá de solicitar ao Turismo de Portugal I.P. a dispensa.
10 10 Ficando o empreendimento já dispensado categoria, pode o mesmo voltar a tê-la? Sim, pode, após auditoria do Turismo de Portugal, I.P. A dispensa de categoria poderá dar origem a publicidade enganosa por parte dos empreendimentos? Não. Os empreendimentos turísticos que sejam dispensados de categoria ficam sujeitos exatamente às mesmas regras que todos os outros empreendimentos turísticos em matéria de publicidade, ficando apenas isentados de publicitar uma categoria. Ou seja, como todos os outros empreendimentos turísticos, não poderão sugerir na sua publicidade, documentação comercial ou merchandising uma classificação ou características que o empreendimento não possua. Quem faz o controlo dos empreendimentos com dispensa de categoria? Os empreendimentos que sejam dispensados de categoria são empreendimentos turísticos e estão sujeitos exatamente às mesmas regras que todos os outros empreendimentos turísticos, nomeadamente estão sujeitos à revisão da dispensa de categoria a cada 5 anos. A sua fiscalização é da competência, à semelhança dos restantes empreendimentos, da ASAE.
11 11 Exploração e funcionamento Em que se traduz o modelo de exploração dos empreendimentos turísticos vertido no RJET? O novo modelo de exploração turística assenta em três princípios base: Exploração por uma única entidade - cada empreendimento turístico deve ser explorado por uma única entidade, responsável pelo seu integral funcionamento e nível de serviço; Exploração permanente - as unidades de alojamento dos empreendimentos turísticos consideram-se permanentemente em exploração turística, cabendo à entidade exploradora a exploração continuada das respetivas unidades de alojamento; Prestação de serviços - as unidades de alojamento devem estar sempre em plenas condições de serem locadas para alojamento a turistas e de nelas serem prestados os serviços obrigatórios inerentes à categoria atribuída ao empreendimento. É obrigatório afixar o período de funcionamento de um empreendimento turístico mesmo quando o mesmo funcione 365 dias por ano? Não. Apenas é obrigatória a publicitação e afixação do período de funcionamento do empreendimento em local visível do exterior quando o empreendimento não funcione todo o ano. É obrigatória a afixação de um quadro de pictogramas na receção do hotel com todos os serviços que o hotel oferece? Não, a legislação refere que devem ser utilizados sinais normalizados nas informações de caráter geral e relativas aos empreendimentos e aos serviços neles prestados; estes sinais poderão estar colocados onde seja de maior utilidade para a prestação da informação, sendo que a receção será sempre um local para esse efeito. Como está atualmente regulada a matéria respeitante à responsabilidade operacional dos empreendimentos? Em todos os empreendimentos turísticos deve haver um responsável, nomeado pela entidade exploradora, a quem cabe zelar pelo seu funcionamento e nível de serviço. Nos empreendimentos turísticos de 5*, 4* e 3* aquele responsável designa-se por diretor de hotel. As tipologias que deixaram de existir podem ser adotadas como nome comercial do empreendimento turístico (ex: Hotel Estalagem )? Sim. Os nomes dos empreendimentos só não podem indiciar ou sugerir uma classificação ou características que o empreendimento não possua. Por exemplo, está proibida a referência às tipologias dos empreendimentos, exceto pelos empreendimentos nelas classificados.
12 12 Propriedade plural Como se compatibiliza a exploração permanente das unidades de alojamento dos empreendimentos turísticos em propriedade plural com a sua utilização pelo respetivo proprietário? A regra da exploração permanente aplica-se a todos os empreendimentos turísticos, inclusive aos empreendimentos turísticos em propriedade plural, ou seja, considera-se que, pelo facto de integrarem um empreendimento turístico, as suas unidades de alojamento se encontram a todo o tempo aptas (mobiladas e equipadas) para serem locadas para alojamento a turistas e que nelas são prestados os serviços obrigatórios da respetiva categoria. Nos empreendimentos turísticos em propriedade plural a entidade exploradora deve obter de todos os proprietários um título jurídico que a habilite à exploração de todas as unidades de alojamento. É nesse título jurídico (contrato de exploração entre o proprietário e a entidade exploradora) que se irá prever os termos da exploração turística, a participação do proprietário nos resultados da exploração, bem como as condições de utilização da unidade de alojamento pelo respetivo proprietário. Se, no limite, o proprietário da unidade de alojamento determinar no contrato de exploração que pretende utilizar a fração 365 dias por ano, ainda assim entende-se que aquela unidade se encontra em exploração turística? Sim. A unidade de alojamento continua a fazer parte do empreendimento turístico. Um dos princípios basilares do novo modelo de exploração é o da prestação de serviços. Assim, mesmo que o proprietário decida utilizar a sua fração durante todo o ano, paga, através da prestação periódica, os serviços obrigatórios respeitantes à categoria do empreendimento turístico onde se encontra integrada a sua unidade de alojamento, devendo a forma de utilização da unidade de alojamento estar regulada no contrato de exploração celebrado entre a entidade exploradora e o proprietário. Quem é o beneficiário da garantia (proprietários das frações, Turismo de Portugal I.P, deve constituir-se uma associação de proprietários)? A caução de boa administração (seguro ou garantia bancária) é prestada a favor dos proprietários, devendo o respetivo título ser depositado no Turismo de Portugal I.P. A lei não exige a constituição de uma associação de proprietários para que estes possam beneficiar da caução de boa administração. Um Aldeamento Turístico em propriedade plural que foi notificado pelo Turismo de Portugal, I.P. para proceder à reconversão do empreendimento nas tipologias e categorias estabelecidas no D.L. n.º 39/2008, de 7 de março, deixará de reger-se pelo diploma antigo quando solicitar essa reconversão, passando a reger-se pelo regime jurídico previsto no novo Decreto-Lei, ou continuará a vigorar o regime jurídico previsto no diploma anterior? As normas propriedade plural em empreendimentos turísticos do RJET não se aplicam aos empreendimentos turísticos em propriedade plural cujo título constitutivo já se encontre depositado à data da sua entrada em vigor. Nos termos do disposto no do mesmo diploma, para os mesmos empreendimentos mantém-se o regime de exploração previsto na legislação vigente aquando do respetivo licenciamento, exceto se por decisão unânime de todos os proprietários se optar pelo regime previsto na atual lei (do artigo 75.º n.º 12).
13 No restante, o atual regime jurídico dos empreendimentos turísticos aplica-se aos empreendimentos existentes à data da sua entrada em vigor. 13 No que se refere à exploração turística, e caso todas as unidades de alojamento passem a estar permanentemente em regime de exploração turística, significa que a entidade exploradora tem que celebrar, obrigatoriamente, com os proprietários das frações, contratos para a exploração turística, ou basta garantir que as unidades de alojamento se encontram permanentemente em condições de ser locadas? No regime de exploração dos empreendimentos turísticos estabelecido no RJET quando a propriedade e a exploração turística dos empreendimentos não pertençam à mesma entidade, ou quando o empreendimento se encontre em regime de propriedade plural, a entidade exploradora deve obter de todos os proprietários um título jurídico que a habilite à exploração da totalidade das unidades de alojamento. Um proprietário que tenha adquirido uma fração autónoma num empreendimento turístico licenciado ao abrigo do Decreto-Lei n.º 167/97, de 4 de julho, e estando aquela desafeta da exploração, poderá registar aquela fração como alojamento local? A desafetação de uma unidade de alojamento não significa que aquela deixe de pertencer ao empreendimento turístico. Tanto no anterior, como no RJET em vigor, o princípio é o de que a exploração dos empreendimentos turísticos é feita por uma única entidade, não podendo as unidades de alojamento ser exploradas diretamente pelos seus proprietários, nem podendo ser objeto de outra exploração comercial, turística ou não, ainda que desafetas da exploração turística ao abrigo do anterior regime.
14 Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, na redação dada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro e pela Declaração de Retificação n.º 49/2015, de 28 de outubro - Requisitos Anexo I Estabelecimentos Hoteleiros Anexo II Aldeamentos Turísticos Anexo III Apartamentos Turísticos 14 Anexo I Estabelecimentos Hoteleiros Requisito 25 Suites as suites podem ter mais que um quarto, devendo, nesses casos, a área mínima exigida para a suite ser acrescida da área dos quartos suplementares. Não é necessária separação física entre o quarto e a zona de estar, bastando a existência de uma separação funcional das duas áreas. Requisito 36 Interruptor de iluminação geral junto à cama pretende-se que seja possível ao utente, depois de deitado na cama, aceder a um interruptor que desligue todas as luzes do quarto, da zona de dormir. Requisito 83 Serviço de bar serviço de bar não implica um barman em permanência, implicando apenas a disponibilidade deste serviço, sem imposição de modelo ou presença constante; distingue-se do requisito 84, que não exige, de todo, serviço prestado por um funcionário, admitindo, por exemplo, modelos de serviço do tipo honesty bar. Requisitos 68/120 - Acesso à Internet - a disponibilização do serviço de acesso à Internet pontua por si, independentemente da disponibilização de computador em zona comum ou nas unidades de alojamento. Já quanto à existência de business center, a pontuação só deverá ser atribuída quando seja disponibilizado o serviço de acesso à Internet e, além disso, computador, impressora e scanner. Requisito 98 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Dependendo do procedimento adotado por cada empreendimento, este registo poderá ser feito através de comprovativo de empresa exterior que execute a higienização ou fatura deste serviço ou, caso seja executado internamente, por registo interno para o efeito. Requisito Existem entidades externas acreditadas para a realização do processo de cliente mistério? Ainda não existem entidades acreditadas para este efeito, segundo informação obtida junto do Instituto Português de Acreditação, IP. Anexo II Aldeamentos Turísticos Requisito 80 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Dependendo do procedimento adotado por cada empreendimento, este registo poderá ser feito através de comprovativo de empresa exterior que execute a higienização ou fatura deste serviço ou, caso seja executado internamente, por registo interno para o efeito. Requisitos 90/91/109 - Espaços verdes e equipamentos de uso comum - a existência de espaços verdes e equipamentos de desporto e lazer é obrigatória nos aldeamentos turísticos, sendo opcional a sua existência com área superior ao mínimo previsto na Portaria e pontuável em função disso. Requisito Existem entidades externas acreditadas para a realização do processo de cliente mistério? Ainda não existem entidades acreditadas para este efeito, segundo informação obtida junto do Instituto Português de Acreditação, IP.
15 Anexo III Apartamentos Turísticos 15 Requisito 80 - colchões higienizados pelo menos uma vez em cada três anos, com registo documental - Como é feito o registo documental? Dependendo do procedimento adotado por cada empreendimento, este registo poderá ser feito através de comprovativo de empresa exterior que execute a higienização ou fatura deste serviço ou, caso seja executado internamente, por registo interno para o efeito. Requisito Existem entidades externas acreditadas para a realização do processo de cliente mistério? Ainda não existem entidades acreditadas para este efeito, segundo informação obtida junto do Instituto Português de Acreditação, IP.
16 16 Portaria n.º 937/2008, de 20 de agosto Requisitos Turismo de Habitação e Turismo no Espaço Rural Encontramo-nos, há algum tempo, a tentar licenciar empreendimentos turísticos na forma de turismo de aldeia. Quais deverão ser os nossos procedimentos a partir deste momento? Os empreendimentos de turismo no espaço rural são uma das tipologias previstas para os empreendimentos turísticos. Os empreendimentos de turismo no espaço rural podem ser classificados como casas de campo, agroturismo e hotéis rurais. Quando as casas de campo se situam em aldeias e são exploradas de modo integrado por uma única entidade, são consideradas como turismo de aldeia. A instalação dos empreendimentos de turismo no espaço rural é licenciada pela câmara municipal territorialmente competente, não havendo lugar a consulta ao Turismo de Portugal, I.P. A classificação destes empreendimentos também compete à câmara municipal da área onde se localize o empreendimento. Os hotéis rurais têm limite máximo de quartos? Os requisitos dos hotéis rurais constam atualmente da Portaria n.º 937/2008, de 20 de agosto e da Portaria n.º 327/2008, de 28 de abril, alterada pela Portaria n.º 309/2015, de 25 de setembro, não estando fixado um número máximo de unidades de alojamento. Os hotéis rurais podem ser apenas residenciais, sem restaurante? O conceito legal de hotel residencial não consta do RJET, sendo que apenas os estabelecimentos hoteleiros de 5 estrelas estão obrigados à prestação do serviço de refeições, incluindo almoço e jantar, sete dias por semana. O serviço de refeições pode ser dispensado pelo Turismo de Portugal I.P. quando o empreendimento se situar em zona que disponha de razoável oferta de estabelecimentos de restauração. Pode haver lugar a ampliação de construções existentes no turismo no espaço rural? Os empreendimentos de turismo no espaço rural são da competência exclusiva das câmaras municipais, pelo que deverá ser junto das mesmas que a questão relativa à ampliação das unidades de TER deve ser formulada. A resposta pode, inclusivamente, depender dos Instrumentos de Gestão Territorial em vigor. É possível a venda de alimentos produzidos no empreendimento, diretamente aos clientes ou cozinhados? A lei prevê a possibilidade da prestação deste serviço nos empreendimentos de turismo no espaço rural, ao abrigo da legislação nacional que derroga os regulamentos comunitários relativos à higiene dos géneros alimentícios (cf. artigo 15.º, n.º 3, da Portaria n.º 937/2008, de 20 de agosto).
17 17 Queria obter informações sobre serviços de refeições almoço/jantar em unidades de Turismo Espaço Rural. Quais são os requisitos? Será que podemos simplesmente começar a servir refeições? Nos empreendimentos de turismo no espaço rural, assim como no turismo de habitação, devem ser disponibilizados almoços e jantares, mediante solicitação prévia, sempre que não exista estabelecimento de restauração a menos de 5 km, exceto quando se trate de casas de campo não habitadas pelo proprietário, explorador ou seu representante. As refeições servidas nos empreendimentos de turismo no espaço rural e de turismo de habitação devem corresponder à tradição da cozinha portuguesa e utilizar, na medida do possível, produtos da região ou da exploração agrícola do empreendimento. É obrigatória a residência do proprietário dos empreendimentos de Turismo de Habitação ou Turismo no Espaço Rural durante o período de exploração? Os empreendimentos de turismo de habitação são caracterizados pela sua natureza familiar, sendo por isso obrigatória a residência no empreendimento do proprietário, da entidade exploradora ou do seu representante legal, durante o período de funcionamento. Nos empreendimentos de turismo no espaço rural este requisito não é obrigatório.
18 18 Portaria n.º 1320/2008, de 17 de novembro Requisitos Parques de Campismo A tipologia Parque de Campismo Rural foi eliminada. O que acontece aos parques de campismo rural já aprovados ou previstos em Instrumentos de Gestão Territorial (IGT)? O art.º 32.º da Portaria n.º1320/2008 estabelece um regime para os PCR que se considera apenas aplicável quando os instrumentos de gestão territorial vigentes à data da entrada em vigor da referida Portaria prevejam especificamente a figura dos parques de campismo rurais. Contudo, o regime deste art.º 32.º já não seria aplicável porque se deverá entender como transitório face à obrigatoriedade de reconversão nas tipologias de Parques de Campismo em vigor, operada pelo n.º2 do artigo 75.º do DL n.º 39/2008 (Regime Jurídico dos Empreendimentos Turísticos).
19 19 Direção de Desenvolvimento e Valorização da Oferta Turismo de Portugal, I.P. Dezembro 2015
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