SocialLine: Assistente de Comunicação para ONGs
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- Raul Neto Camarinho
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1 SocialLine: Communication Assistant for NGOs Santos, Tatiane Godoy; Bacharel; Centro Universitário SENAC Urssi, Nelson José; Mestre; Centro Universitário SENAC Resumo Projetos e ações sociais consistentes demandam planejamento, gerenciamento e organização pelas entidades Organizações Não-Governamentais (ONGs) que os executam. Para que todo o processo ocorra com sucesso, a comunicação, a troca de informações e o conhecimento entre elas, seus profissionais, parceiros e envolvidos na ação são aspectos essenciais. Este projeto propõe o desenvolvimento de uma interface que supra às principais necessidades de comunicação dessas ONGs. Palavras-chave: ONGs, Interfaces, Usabilidade. Abstract Consistent projects and social actions demand planning, organization and management by the non-governmental organizations (NGOs) which carry them out. For all the process to occur successfully, the communication, the information exchange and the knowledge among the NGOs and their professionals, partners and everyone involved in the action are very important. This work proposes the development of an interface that includes information, services and resources to meet the main needs of NGOs. Keyword: NGOs, Interfaces, Usability.
2 1. Introdução Desde suas origens, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) vêm atuando como forma alternativa à atuação do Estado, para complementar ação em áreas de caráter social que o governo não consegue suprir. Ao longo dos anos, essas organizações se proliferaram e expandiram pelo mundo com a prática de projetos em diversas áreas para atender desde questões ambientais à assistência humanitária. Tendo em vista a importância desses órgãos e para que alcancem seus objetivos com maior eficiência, Tavares (1999) destaca a importância do trabalho conjunto entre essas organizações mesmo que, estas se caracterizem principalmente pela sua diversidade. Tenório (2005), afirma em uma visão mais recente que estes órgãos devem trabalhar em redes e manter o diálogo com outras organizações. Para que isso aconteça, acredita-se que é necessária a troca constante de informações e conhecimento para uma atuação mais efetiva. Contudo, o uso disponível de informações entre essas organizações e os recursos que possuem para comunicação ainda é ineficaz ou não são aplicados de forma adequada. Tendo essas questões em vista, surge o conceito colaborativo do projeto SocialLine, que tem como principal objetivo criar uma solução web que ofereça aplicações que atendam às principais necessidades de comunicação das ONGs baseados em conceitos como gerenciamento de informações, de conhecimento e design de informação para assim tornar mais eficiente as informações à disposição. Além do objetivo principal, esse projeto tem como propósito: tornar o aplicativo um repositório confiável de dados das ONGs; abordar o conceito do sistema Open Source para possibilitar sua expansão tanto em desenvolvimento como em aplicação. A proposta é baseada primeiramente em oferecer um diagnóstico sobre as ONGs existentes para posteriormente colocar à disposição as informações específicas de cada organização e manter um ambiente colaborativo de conhecimento de ações sociais. Em seguida é feito um levantamento sobre possíveis serviços que atendam às principais necessidades das ONGs e referências projetuais para a base da proposta. Por fim, é feito uma análise de tecnologias a serem exploradas para a viabilização do projeto e a metodologia de desenvolvimento baseada nos conceitos de design de interação segundo Preece, Rogers e Sharp (2005) para a concepção do produto final. 2. ONG: Panorama Atual Ao propor uma solução que atenda efetivamente a troca de informações constante entre as ONGs, é importante conhecer quais as principais necessidades desses órgãos em termos de comunicação e quais os recursos que estas utilizam atualmente. Para isso, foram realizadas entrevistas com profissionais de três ONGs que possuem reconhecimento e experiência no terceiro setor e que atuam em diferentes áreas. A SOS Mata Atlântica (SOSMA), a Organização Internacional Médicos Sem Fronteiras ou Médecins Sans Frontieres (MSF) que atua na área de assistência humanitária, e o Grupo Técnico de Apoio (GTA), que atua com projetos voltados para habitação e urbanismo. Ainda que estas ONGs possuam propósitos bem distintos, o objetivo das entrevistas foi identificar pontos em comum necessários à atuação desses órgãos, dos quais podemos destacar: (a) Gerenciamento de informações sobre os projetos; (b) Troca de informações entre as ONGs e profissionais envolvidos nos projetos; (c) Troca de informações, experiências e conhecimento com outras organizações; (d) Tornar disponível as informações voltadas a parceiros (principalmente empresas privadas), doadores e voluntários; (e) Divulgação de eventos, projetos e da própria ONG; (f) Avaliação de resultados dos eventos.
3 3. Proposta O projeto SocialLine consiste em projetar um sistema colaborativo por meio de Wikimapps (mapas com sistema de wiki) em uma aplicação web, adaptada também em um segundo momento, à plataforma móvel, que reúne tecnologias e serviços que atendam às principais necessidades de comunicação entre as ONGs. Objetivos principais A partir das necessidades descritas, captar e direcionar de forma eficiente todas as informações úteis na atuação das ONGs seja para seus profissionais internos, parceiros, ou apenas para a divulgação de suas ações demandam uma constante evolução de processos, métodos e práticas de gerenciamento de informações e conhecimentos. Surge assim, o conceito colaborativo deste projeto. Acredita-se que através dessa colaboração, todos os envolvidos, direta ou indiretamente, em suas ações, podem contribuir para que essas organizações alcancem maiores resultados em suas atuações. Sendo assim, o principal objetivo deste projeto é encontrar uma solução que concentre em um único lugar informações vindas de diversas organizações, gerenciá-las e compartilhálas. O grande volume de informações correntes nesse meio demanda uma interface planejada para a experiência mais favorável do usuário através da visualização, interação e acesso a essas informações. Para atender a esses requisitos, foi proposto o modelo de mapeamento, gerenciamento e distribuição de informações, presentes em sistemas WikiMapps 1. Mapeamento de informações Para o acesso de informações voltadas às organizações específicas de interesse do usuário é necessário, primeiramente oferecer uma visão geral das ONGs como um todo, que respondam a três questões em um primeiro momento: onde se encontram, quem são e o que estão fazendo? As respostas a estes itens permitem identificar informações como: descrição das ONGs como área de atuação, localização e quais os projetos que estão sendo realizados. Para oferecer essa visão geral será utilizada a visualização de informações por meio de mapas. Este tipo de visualização permite maior acessibilidade e usabilidade ao usuário da interface, que pode obter informações mais detalhadas sobre a ONG em um segundo momento. Referências projetuais Após analisar o PadMapper, uma aplicação web que oferece serviços de busca de apartamentos em um mapa Google e o HealthMap que reúne várias fontes de dados para obter uma visão unificada e abrangente do atual estado global de doenças infecciosas e seus efeitos sobre a saúde humana e animal, adotamos como proposta semelhante ao projeto, o funcionamento do WikiCrimes. Todo o conteúdo é gerado pelo usuário do sistema, e estas informações podem ser comentadas e compartilhadas com todos os outros usuários, em modelo de wiki. 1 Aplicações de mapas colaborativos. Disponível em < Acesso em 31 maio 2009
4 Figura 1: Visualização de dados da ocorrência com opção da aba de comentários no WikiCrimes. Gerenciamento e distribuição de informações A partir da identificação de informações sobre as ONGs através de seu mapeamento, o usuário do aplicativo pode obter outras informações mais detalhadas sobre a ONG pesquisada e sobre os projetos realizados ou em andamento. Estas informações podem ser classificadas em questões comuns: (a) Quais são e onde estão os projetos? (b) Por que existe o projeto? (c) Quais são os objetivos do projeto? (d) Como participar? (e) Quem pode participar (pessoa física, jurídica, de um determinado local, etc.)? (f) Quem é o responsável? Como acompanhar? (site, TV, SMS, etc.) (g) Como posso ser voluntário da organização? (h) Como posso ser parceiro? (i) Quais as vantagens de apoiar esta ONG? As respostas a estas perguntas são informações geradas pelas próprias ONGs, que ao divulgarem em um sistema colaborativo, poderão gerenciar seus projetos direcionando informações específicas aos seus profissionais durante sua execução. Funcionalidades base do sistema Além do sistema de mapeamento de informações através do WikiMapps, para compartilhar informações relacionadas à própria ONG e seus projetos, outras funcionalidades foram definidas como base para o desenvolvimento do projeto conforme pesquisa das informações necessárias: projetos, eventos, redes sociais, relatórios e perfil do usuário. Tomando as ONGs como entidades que se caracterizam pela sua diversidade, os serviços do sistema devem ser customizáveis de acordo com a necessidade de cada organização, as funcionalidades anteriores poderão ser ativadas ou desativadas de acordo com a preferência do usuário ou da organização. 4. Metodologia de Desenvolvimento Ao chegar ao objetivo principal da proposta, algumas etapas foram constadas: (a) Contexto das ONGs; (b) Pesquisa em campo para identificação das necessidades através de entrevistas com profissionais das ONGs; (c) Levantamento de hipóteses segundo referências projetuais; (d) Documentação do processo. Após essas etapas e a definição das funcionalidades base para o desenvolvimento do projeto, segundo Preece, Rogers e Sharp (2005), novas etapas são definidas como: (1) Identificar necessidades e estabelecer requisitos; (2) Desenvolver design alternativo que vá de encontro aos requisitos; (3) Construir a versão interativa de maneira que possa ser transmitida
5 aos outros e apreciadas; (4) Avaliá-las para medir sua aceitabilidade, ou neste caso a usabilidade da interface. A primeira atividade constitui as bases dos requisitos do produto e sustentam o design e o seu desenvolvimento. A segunda atividade corresponde em desenvolver o design para atender aos requisitos, e pode ser dividida em duas subatividades: design conceitual, que descreve o que o aplicativo deverá fazer e o design físico que considera elementos visuais. A terceira atividade se dá como apoio a última etapa de avaliação através da construção da versão interativa do design da interface, o protótipo. Finalmente na última etapa, corresponde à avaliação da interface de acordo com os testes de usabilidade realizados e à análise de sua aceitação. Os tópicos seguintes demonstram o processo de desenvolvimento do projeto correspondente a essas atividades. Cenários e personas A criação de personas tem como objetivo desenvolver uma descrição mais precisa sobre o potencial usuário do aplicativo, e sobre o que ele deseja realizar, possibilitando assim, a construção de um produto, que resolva problemas reais e que seja mais aceitável por seus usuários 2. Desta forma, são criadas três personas a partir da análise da pesquisa em campo realizada para este projeto e que representam os potenciais usuários do aplicativo. Estes foram limitados à área ambiental, para alcançar maior foco nas tarefas realizadas com o uso do aplicativo descrevendo o perfil de cada persona, que contém: (a) Dados pessoais e características principais; (b) Perfil profissional, com suas respectivas características e atividades; (c) Metas de vida, que correspondem aos seus principais objetivos, seja em âmbito pessoal ou profissional; (d) Metas de usabilidade e experiência, que se referem às expectativas do usuário em relação ao aplicativo; (e) Metas fins, que correspondem às finalidades de uso do sistema ou para quê ele seria usado; e por fim, (f) Necessidades do usuário em níveis de importância. Essas personas correspondem basicamente a três ocupações principais: o coordenador de projetos de uma determinada ONG, o profissional educador ambiental desse mesmo órgão e uma gerente de marketing de uma determinada empresa com pretensões de realizar parceria com a ONG mencionada. A descrição dos cenários demonstra que com o uso do aplicativo, ainda que estejam em contextos diferentes, às informações se cruzam e podem atingir diferentes tipos de usuários. Este aspecto torna o aplicativo mais concreto, uma vez que atende um dos principais objetivos da proposta deste projeto, estabelecer um canal de comunicação e compartilhamento entre ONGs, e todos os envolvidos, direta ou indiretamente em suas ações. Funcionalidades e requisitos Após a descrição dos cenários e personas, e identificar as principais necessidades das ONGs, estabelecemos os requisitos correspondentes às funcionalidades base do sistema e suas restrições. Os requisitos são classificados em: funcionais, que dizem o que o aplicativo deve fazer, e não-funcionais, que indicam quais são as limitações no sistema e em seu desenvolvimento, que podem ser atribuídos também a fatores externos. A tabela abaixo apresenta os requisitos de acordo com cada funcionalidade. 2 Disponível em < Acesso em 24 outubro 2009.
6 Tabela 1 Funcionalidades e Requisitos Funcionalidade Requisitos Funcionais Requisitos Não-Funcionais Mapeamento de ONGs e Projetos Comentários, Fotos e Vídeos Perfil do Usuário Sugestões de Informações para o Perfil do Usuário Relatórios de Serviços Eventos O usuário cadastrado poderá: Registrar a ONG e seus projetos, incluindo informações sobre sua atuação, localização geográfica num sistema de mapas on-line, além de outras informações; Encontrar todas as informações correspondentes às ONGs concentradas em um módulo; O usuário que registrar a ONG passa a ser o moderador dela, e poderá gerenciar as informações obtidas de outros usuários sobre o projeto, permitindo estas serem públicas ou não. Comentar as informações postadas por qualquer ONG e adicionar fotos e vídeos. Customizar seu perfil, adicionando fotos, informações sobre sua atuação, interesses e principais preferências no uso do aplicativo. De acordo com o perfil do usuário, o sistema irá captar dados de suas preferências, através de tags adicionadas por ele, e sugerir informações relacionadas ao seu perfil, que poderiam ser de seu interesse. O moderador da ONG poderá colocar à disposição relatórios em pdf sobre todas as atividades e/ou projetos realizados durante o ano. Compartilhar uma agenda com os eventos que serão realizados durante o ano; Filtrar a busca dos eventos por período, localização, temas e/ou área de atuação. Contatos e Mensagens Utilizar os serviços de microbloggins (Twitter) e de lista de contatos e relacionamento (Facebook), acoplados ao aplicativo; O sistema deverá: ser hospedado em um servidor que suporte JSP; Moderar questões de segurança em relação às mensagens publicadas. Os vídeos devem estar cadastrados no Youtube ou outro site similar; Acoplar sistema inteligente de tags utilizado geralmente em sistemas e-commerce e sites de relacionamento como o Last.fm. O usuário deverá fazer o download do pdf no aplicativo ou se preferir adicionar outras. O usuário já deverá ser cadastrado nos sites mencionados.
7 Busca Leitor de Notícias Aplicativo Customizável de Serviços Enviar e receber mensagens diretas como . Utilizar a busca geral por ONGs e Projetos ou Localização, para encontrar informações específicas ou ainda, utilizar os filtros de busca; Visualizar o resultado da busca no mapa ou em uma lista. Ativar o leitor de notícias (feeds) para ler notícias relacionadas às ONGs e outros sites de projetos sociais. Ativar e/ou desativar as funcionalidades distribuídas nos módulos de acordo com sua preferência; Customizar o design do aplicativo, a partir de cores préselecionadas, para atender às necessidades de visualização de informações de acordo com o ambiente e/ou plataforma que estiver usando. (web ou mobile). Para a versão beta, a fonte de informação padrão do sistema será o Google News. A descrição dos requisitos, cenários e personas demonstra que as principais necessidades dos potenciais usuários do SociaLline podem ser atendidas através de suas funcionalidades. Tomamos como exemplo, as necessidades de um coordenador de projetos de uma determinada ONG, uma das personas citadas neste trabalho: (1) Estabelecer comunicação direta com todos os profissionais envolvidos no projeto ao mesmo tempo; (2) Ter sempre um meio de comunicação alternativo aos já utilizados; (3) Padronizar documentação de mensagens e/ou s; (4) Não depender apenas de telefones para saber o status do projeto. Todas essas atividades podem ser supridas através de algumas funcionalidades do aplicativo, descritas na tabela de requisitos: (1) Mapeamento de ONGs e Projetos; (2) Comentários, Fotos e Vídeos; (3) Contatos e Mensagens. Arquitetura de informação Com base nas funcionalidades e requisitos apresentados, parte-se para a fase de arquitetura de informação do projeto para organizar e estruturar o aplicativo em um mapa, além de prever as possíveis interações do usuário, através dos fluxos de navegação. Para entender melhor este processo, a figura abaixo exemplifica o fluxo inicial da aplicação, em que o usuário cadastrado poderá visualizar e adicionar informações em todos os módulos de conteúdo.
8 Figura 2: Fluxo de Navegação Início Conceito dashboard A partir da estrutura e da navegação do aplicativo, são definidas a organização e a distribuição do conteúdo de cada módulo, baseado no conceito de dashboards (painéis). Este por sua vez é a principal referência para o desenvolvimento da interface deste projeto, tanto na arquitetura de informação como no design. Segundo Stephen (2005), o dashboard consiste em agregar diversas informações sobre uma mesma interface. A disposição e a visualização dessas informações permitem que o usuário tenha maior usabilidade e acesso mais ágil às informações. Figura 3: Visualização de informações em módulos do Netvibes.
9 Para este projeto acredita-se que o desenvolvimento da interface por meio do conceito de dashboard é possível oferecer uma experiência favorável ao usuário. Wireframes Seguindo o conceito de dashboard e tomando o Netvibes como uma das principais referências para a distribuição de informações através de módulos, são construídos os primeiros experimentos da interface por meio de wireframes. A figura a seguir demonstra o wireframe da home do aplicativo com seu conteúdo dividido em blocos de informação e suas respectivas ações. Figura 4: Wireframe primeira versão da home do aplicativo. Já nesta fase de desenvolvimento do projeto, são feitos alguns testes com um protótipo navegável gerado a partir desta estrutura, a fim de verificar em um primeiro momento, qual seria a experiência do usuário em relação à interface do sistema. Após as observações com as correções e melhorias uma nova estrutura de módulos é estabelecida, de modo que o usuário possa realizar as principais tarefas do aplicativo em relação às ONGs em uma única tela. Tecnologias utilizadas A partir das funcionalidades descritas, das referências projetuais, e por se tratar de uma rede colaborativa voltada à ações sociais sabe-se que as tecnologias empregadas adequadas ao desenvolvimento deste projeto, baseiam-se principalmente em linguagens livres (gratuitas). Primeiramente no caso do mapeamento de informações, a tecnologia aplicada é a Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicativos (API) do Google Maps que consiste na linguagem JavaScript e permite incorporar o Google Maps às páginas na web gratuitamente. Além da API, o aplicativo necessita do armazenamento de informações através do
10 banco de dados MySQL, também gratuito, além das linguagens XML e/ou PHP e o Ajax. Para o desenvolvimento da interface gráfica do usuário é necessário a codificação em XHTML e CSS de acordo com as normas de Web Standards pela W3C, para permitir que todos os usuários acessem o aplicativo de quaisquer browsers, incluindo dispositivos móveis sem possibilidades de erros. Além das tecnologias citadas, o projeto será lançado sob licença open source (código aberto) com o objetivo de distribuir o conhecimento adquirido durante o desenvolvimento e agregar valores a outros projetos similares. Segurança de informação Por ser um aplicativo de uma rede colaborativa, algumas informações dos projetos ou da ONG podem ser restritas às próprias organizações, não podendo estas, serem divulgadas por qualquer motivo. Para moderar esse sistema, uma das soluções iniciais encontradas é baseada no projeto que se encontra como uma das principais referências para este trabalho, o WikiCrimes, ou seja, sugere que todo o registro relacionado a projetos que não sejam corretos, reconhecidos através da autenticação do usuário, poderá ser pedido a confirmação via para a moderação da própria organização. Testes de usabilidade Para verificar a eficiência da interface por meio de módulos, principalmente na execução de tarefas relacionadas diretamente às ONGs, são feitos testes exploratórios com os wireframes desenvolvidos apenas no módulo ONGs e projetos, para observar o entendimento dos usuários em relação à estrutura do aplicativo e o que deveria ser feito para a solução de quaisquer problemas encontrados. Os usuários participantes nesses testes são condicionados a entender o contexto das atividades das personas que foram criadas neste trabalho para realizar tarefas como: cadastrar ONGs; cadastrar projetos; ver últimas atualizações; ver relatórios e buscar ONGs no mapa. Sendo assim, para o teste exploratório inicial foram utilizados dois perfis de usuários com suas respectivas tarefas. O teste iniciava-se com a interface dos módulos aberta, com uma breve descrição sobre as tarefas das personas e o cenário que estariam inseridas. 5. O Objeto Após a análise dos testes e a realização de algumas correções, o resultado da interface (versão beta) do aplicativo consiste em uma estrutura de módulos em que o usuário pode realizar as principais tarefas relacionadas às ONGs em uma única tela. Há ainda a aba Mapa no menu principal, que permite ao usuário visualizar as informações no mapa, além das abas que contêm tarefas pessoais que se referem às preferências do usuário, como Contatos e Mensagens, Meu Perfil, e Configurações, conforme mostram as figuras a seguir:
11 Figura 5: Tela Geral com os principais módulos. Ao clicar em uma ação ou link, o conteúdo relacionado a este é visualizado no módulo maior abaixo, com a cor correspondente ao módulo menor. Ainda antes desta tela, o usuário encontra uma tela de inicialização, com as informações sobre o aplicativo e direcionando-o a fazer seu cadastro ou visualizar, de forma experimental, algumas informações no mapa: Figura 6: Tela de Inicial do aplicativo. Descrição das principais funcionalidades Após a autenticação, para mapear a ONG ou o projeto, estes deverão ser cadastrados através do módulo ONGs e projetos, na área ONGs que participo ou Projetos que participo (Figura 8), e posteriormente visualizá-los no mapa relacionado com seus projetos e/ou eventos (Figura 9).
12 Figura 7: Cadastrar ONG Figura 8: ONGs cadastradas no mapa Ao buscar uma ONG, tanto na pesquisa avançada ou na busca por palavras-chave, além da visualização no mapa, uma lista de resultados (Figura 10) é mostrada como forma alternativa para melhor navegação do usuário. Figura 9: Resultados de Busca
13 Além dos módulos de ONGs e projetos, o aplicativo agrega serviços de contatos, mensagens e redes sociais, para centralizar a comunicação aos assuntos relacionados. Estes também funcionam no formato de módulos (Figura 10). Figura 10: Contatos e Mensagens Implantação e divulgação do produto O aplicativo será apresentado primeiramente às ONGs envolvidas na pesquisa realizada. Posteriormente, realizaremos juntos, novos testes de usabilidade para avaliar a aceitação do aplicativo e possíveis correções para que assim, possa atender às necessidades específicas de qualquer ONG interessada no aplicativo de plataforma Open Source, ampliando assim, o seu uso. Ressaltamos que iniciamos recentemente a fase de desenvolvimento em uma das ONGs entrevistadas para o SocialLine, o Grupo Técnico de Apoio (GTA), identificando a necessidade de ampliação do projeto para outras funcionalidades, como o desenvolvimento de um fórum de comunicação e debate envolvendo movimentos sociais e a própria ONG, e o repositório de informações para a difusão do conhecimento obtido nestas instâncias, como entrevistas, estudos e artigos. 6. Considerações Finais Além da pesquisa exploratória pelos conceitos, processos e meios, os procedimentos projetuais do design de interação, segundo Preece, Rogers e Sharp (2005), mostraram-se fundamentais para o desenvolvimento de uma interface centrada nas necessidades do usuário, e contribuiram para o aprendizado e a evolução dos métodos e estruturas adotadas como: criação de cenários e personas, definição de requisitos e arquitetura de informação. Os resultados do projeto foram considerados satisfatórios em caráter inicial tanto na pesquisa de campo realizada como no desenvolvimento da interface. A pesquisa realizada com as ONGs, entidades referenciais por sua atuação, foi essencial para constatar a situação dos processos internos, abrangência e necessidades de cada ação destas organizações, bem como as necessidades de comunicação interna e externa. Os dados obtidos, juntamente com o levantamento histórico e evolutivo das ONGs pela pesquisa
14 inloco e análise de bibliografia atual, proporcionou uma visão ampla do objeto de estudo, permitindo assim, o mapeamento da problemática e, posteriormente dos requisitos essenciais que definiram o SocialLine. Para a evolução do projeto estamos constatando outras ONGs, em diferentes áreas de atuação, para identificar outras necessidades e definir novas funcionalidades. Outros recursos e ideias adicionais estão sendo pensados para práticas de projetos futuros, entre eles podemos listar: (a) Integração de chats, para conversas e visualização de informações simultaneamente durante um projeto; (b) Uso de mapas não somente físicos utilizados para localização, mas para visualizar dados estatísticos como número de ONGs existentes de uma determinada área, ou quais as áreas com mais projetos em andamento; (c) Adequar a interface para dispositivos móveis com menores custos; (d) Integrar o mapa do aplicativo com o GPS do aparelho (se houver) como apoio à ação de mapear ONGs, projetos e eventos; (e) Manter documentação do projeto on-line e compartilhá-la para o desenvolvimento sob a licença Open Source. Vivenciar o contato direto com os profissionais das ONGs, observando e vivenciando as principais necessidades nas várias facetas de seus usuários, demonstrou outros caminhos que o designer de interfaces pode trilhar. A diversidade de necessidades e contextos ampliou os métodos inerentes ao processo projetual e à estrutura visual das interfaces definindo a primordial postura humanista de nossa profissão. 7. Referências TAVARES, Ricardo Neiva. As organizações não-governamentais nas Nações Unidas. Brasília: Instituto Rio Branco, TENÓRIO, Fernando Guilherme. Gestão de ONGs: principais funções gerenciais. 9ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas (FGV), MACIEL, Maria Zeneide. ONG: Uma história de vida solidária. Recife: Disponível em: < maria.zeneide.2006.pdf>. Acesso em 10/04/2009. DIMANTAS, Hernani. Linkania - a multidão hiperconectada. In LEÃO, Lucia. Derivas: cartografias do ciberespaço. 1. ed. São Paulo: Annablume; SENAC, p SOS Mata Atlântica: Website. Disponível em: < Acesso em: 7 maio Médicos Sem Fronteiras: Website. Disponível em: < Acesso em: 7 maio CIDA, Canadian International Development Agency: Website. Disponível em: < Acesso em: 5 maio HealthMapp: Website. Disponível em: < Acesso em 12/04/2009. PadMapper: Website. Disponível em < Acesso em: 13/05/2009. WikiCrimes: Website: Disponível em < Acesso em: 12/04/2009.
15 Paper Prototyping: Website. Disponível em: < Acesso em 31 maio STEPHEN, Few. Information Dashboard Design. Califórnia, EUA: O Reilly, ROGERS, Yvonne. PREECE, Jennifer. SHARP, Helen. Design de interação: além da interação homem-computador. Porto alegre: Bookman, GOOGLE. API do Google Maps. Disponível em: < BR/apis/maps/>. Acesso em: 14 de Novembro FURTADO, Vasco. ASSUNÇÃO, OLIVEIRA. Thiago, Marcos de. BELCHIOR Mairon. D ORLEANS, Jonathan. A Method for Identifying Malicious Activity in Collaborative Systems with Maps - Universidade de Fortaleza, University of Otago
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