PROTOCOLO PARA NECRÓPSIA
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- Marina Godoi Soares
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1 PROTOCOLO PARA NECRÓPSIA EXAME PÓS-MORTEM A importância de um exame post-mortem completo, para o monitoramento de doenças tanto de populações selvagens ou em cativeiro não pode ser subestimada. Os animais devem ser necropsiados, preferencialmente, logo que possível após a morte. O crescimento bacteriano começa logo após a morte dificultando o isolamento de agentes patogênicos que possam estar envolvidos na morte do animal. As carcaças devem ser refrigeradas até que o exame possa ser realizado. Isto irá retardar o crescimento bacteriano e diminuir a autólise dos tecidos. Se não for possível realizar a necrópsia dentro de cerca de 2 dias, a carcaça deve ser congelada. Isto, no entanto, muda muito a arquitetura microscópica dos tecidos, dificultando o exame histopatológico. Portanto, uma grande quantidade de informações valiosas poderá ser perdida se a carcaça for congelada. A necrópsia ideal deverá incluir um exame macroscópico completo da carcaça e dos órgãos internos, exames parasitológicos, exame histológico de cada tecido. Além disso, as culturas de agentes patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus são muitas vezes indicados. Abaixo está um exemplo de um protocolo de necrópsia para lontras, bem como uma forma de relatório da necrópsia. PROTOCOLO DE NECRÓPSIA Coleta Sanguínea A coleta sanguínea antemortem para um banco se soro é recomendada para todos os animais que serão eutanasiados. Colete sangue suficiente para obter no mínimo 5 ml de soro. A coleta de sangue pós-mortem pode ser realizada em indivíduos que morram recentemente. Radiografias Radiografias ventro-dorsal e lateral do abdômen devem ser realizadas em todas as lontras que vierem a óbito. Urolitíase (pedras nos rins e bexiga urinária) é relativamente comum em algumas espécies de lontras. Radiografias podem ajudar a documentar o grau de urolitíase no momento da morte. Exame Pós-mortem Macroscópico Um veterinário deverá realizar o exame pós-mortem o mais rápido possível após a morte do animal. Um relatório padronizado incluso no final dessa seção pode ser usado para a anotação dos resultados. Manipulando Lesões Patológicas Culturas: Culturas (aeróbicas, anaeróbicas e fúngicas) devem ser realizadas de todas as lesões antes que elas sejam contaminadas.
2 Tecidos congelados: Amostras de tecidos lesionados devem ser congelados a -20º ou -70ºC. Histopatologia: Assegure-se que todas as leões foram coletadas para o exame histopatológico. Tecidos Fixados em Formol Os tecidos devem ser coletados e colocados em formol a 10%. Todos os tecidos devem ser colocados juntos em um mesmo recipiente, com um volume de no mínimo 10 vezes o volume dos tecidos. Os tecidos coletados não devem ter mais que 3 cm 3. Uma lista com todos os tecidos coletados deve ser feita em papel vegetal escrita a lápis e colocada dentro do recipiente. Histopatologia Os tecidos fixados devem ser enviados a um patologista, preferencialmente um que tenha experiência com animais silvestres. Tecidos Congelados Cortes de 3-5 cm dos seguintes tecidos devem ser congelados em sacos plásticos a -20º a -70ºC. Fígado Cérebro Soro (antemortem ou pósmortem) se possível Cortes de todas as lesões Neonatos, Natimortos, Abortos No caso de neonatos, natimortos e abortos, além do protocolo de necrópsia padrão, deve-se incluir o seguinte: Peso, comprimento cabeça-base da cauda e sexo. Estimativa de grau de maturidade (1, 2, ou 3 º trimestre). Determinar o coto umbilical e tecidos circundantes. Obter culturas bacterianas antes de fixar se houver evidência de infecção. Verifique cuidadosamente a evidência de deformidades congênitas (fenda palatina, membros deformados, defeitos cardíacos, atresia anal, etc). Avaliar hidratação (umidade do tecido) e evidência de amamentação (leite no estômago). Determinar se ocorreu respiração (se os pulmões flutuam em formalina). Observe se há mecônio (fezes) no cólon / reto. Fixar a placenta se disponível. Primeiro fazer cultura, se indicado. Tecidos que devem ser colocados em formol 10%: Pele: espessura total da pele abdominal. Músculo esquelético: coxa medial, com o nervo ciático. Língua: seção transversal perto da ponta, incluindo ambas as superfícies das mucosas.
3 Traquéia Tireóide/paratireóide Timo: uma seção representativa. Pulmões: seção de vários lobos, incluindo brônquio principal. Coração: seção longitudinal incluindo átrio, ventrículo e válvulas cardíacas tanto do coração direito e esquerdo. Inclua os grandes vasos. Aorta Glândula salivar Trato gastrointestinal: seção de 2-3 cm de comprimento do esôfago, estômago (cárdia, antro, piloro), duodeno, íleo, cólon, omento. Abra cuidadosamente ao longo do eixo longitudinal. Linfonodos: cervical, braquial e mesentérico, cortes transversos. Fígado: Seções de todos os lobos com a cápsula e vesícula biliar. Adrenal: corte transverso. Trato reprodutivo: útero inteiro e ovários com corte longitudinal. Testículos inteiros com corte transverso, próstata inteira com corte transverso. Pâncreas seção representativa. Fígado: cortes transversos incluindo a cápsula. Rins: seções de ambos rins (córtex, medula e pelve). Bexiga urinária/ureter/uretra: cortes transversos da bexiga, seção de 2 cm dos ureteres, seção transversal da uretra. Olhos: deixar intactos Cérebro, incluindo cerebelo: Fatias longitudinais ao longo da linha média. Glândula pituitária: coletar a glândula inteira, incluindo dura. Osso longo: coletar ½ do fêmur. Glândula mamária Diafragma Medula espinhal: seção de 1 cm da medula cervical.
4 Relatório de Necrópsia Instituição onde a lontra estava abrigada ou local onde foi encontrada: Nome comum: Identificação: Gênero/espécie: Necrópsia: Data de nascimento: Idade: Idade estimada: Peso: Sexo: Comp., ponta do nariz a base da cauda: Comp. Ponta do nariz a ponta da cauda: Data do óbito: Data da necrópsia: Exame macroscópico realizado por: Histopatologia realizada por: Coleta de tecido: SIM NÃO Formol 10% Congelado Outros: HISTÓRICO (Incluir sinais clínicos, tratamentos, resultados de testes antemortem, dieta, circunstâncias da morte e quarentena). Estudos Laboratoriais: (Anexar resultados dos seguintes exames:) Hematológico Bioquímico Citológico Análise de fluídos Bacteriológico Micológico Virológico Urinálise Parasitológico Toxicológico Análise de urólitos Fotográfico Outros
5 Radilogia Cálculos urinário SIM NÃO Rin esq. qtd. Tamanho Rin dir. qtd. Tamanho Bexiga urinária: qtd. Tamanho Exame Macroscópico (listar cada lesão separadamente. Incluir órgão, tipo de lesão, distribuição, severidade, etc.) Diagnóstico Histopatológico: Ver relatório anexado Não foi realizado Diagnóstico Final: Sumário/Comentários: EXAME MACROSCÓPICO
6 Condição Geral (aparência externa, condição da carcaça, condição física e nutricional, pelagem, reserva de gordura subcutânea, orifícios corpóreo, linfonodos superficiais.) Sistema Músculo-esquelético: (Ossos, músculos, articulações) Cavidades Corpóreas: (Reservas de gordura, fluído abdominal) Hemolinfático: (Baço, linfonodos, timo) Sistema Respiratório: (Cavidade nasal, laringe, traquéia, brônquio, pulmões, linfonodos regionais) Sistema cardiovascular: (Coração, pericárdio, grande vasos)
7 Sistema Digestivo: (Boca, dentes, esôfago, estômago, intestinos, fígado e vesícula biliar, pâncreas, linfonodos mesentéricos) Sistema Urinário: (Rins, ureteres, bexiga urinária, uretra) Sistema Reprodutivo: (testículos, pênis, prepúcio, ovários, útero, oviduto, vagina, glândulas sexuais acessórias, placenta) Sistema Endócrino: (Adrenais, tireóide, paratireóide, pituitária) Sistema Nervoso e Sensorial: (Cérebro, medulla espinhal, nervos periféricos, olhos, ouvidos)
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