Moody's reduz rating da Espanha para A1; 3º corte desde junho 2010

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1 VALOR ECONOMICO Indicadores Hoje O Banco Central se reúne para decidir rumo da taxa de juros Sai o fluxo cambial semanal Nos EUA, sai índice de preços do consumidor para setembro Também nos EUA, saem os indicadores do Livro Bege Moody's reduz rating da Espanha para A1; 3º corte desde junho 2010 (Atualizado às 20h18) SÃO PAULO A Moody s Investors Service rebaixou o rating de crédito soberano da Espanha nesta terça-feira pela terceira vez desde junho de 2010, citando o risco de o país ser tragado pela crise da dívida da zona do euro. A agência rebaixou a nota da Espanha de Aa2 para A1. Segunda a Moody s, com esta ação ela conclui a revisão para possível rebaixamento do rating da Espanha iniciado em 29 de julho. Contudo, a agência manteve os ratings em perspectiva negativa. Para a Moody s, a Espanha continua vulnerável ao estresse do mercado e a eventos de risco. Desde que o rating foi colocado sob revisão no fim de julho de 2011, não surgiu nenhuma solução crível para a atual crise da dívida soberana e levará tempo para que a confiança na coesão política e a perspectiva de crescimento da região sejam plenamente restauradas. Enquanto isso, a imensa necessidade de financiamento soberano da Espanha, assim como o elevado endividamento externo dos bancos e do setor corporativo espanhol, tornam o país vulnerável a um estresse adicional de financiamento, diz a nota divulgada pela agência. A já moderada perspectiva de crescimento econômico para a Espanha foi rebaixada ainda mais diante da piora da perspectiva de crescimento europeu e global, e da difícil situação de financiamento para o setor bancário e seu impacto sobre a economia mais ampla. Especificamente, a Moody s espera agora que o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 seja de 1% na melhor das hipóteses, comparado com a expectativa anterior de 1,8%, com os riscos principalmente no lado negativo, diz a Moody s, acrescentando que continua a esperar um ritmo bastante modesto de crescimento, de cerca de 1,5% ao ano, na média, para os próximos anos. O crescimento econômico mais lento, por sua vez, tornará o cumprimento das ambiciosas metas fiscais ainda mais desafiadoras para a Espanha. A Moody s espera que os déficits orçamentários do governo federal fiquem acima das metas tanto neste ano quanto no próximo. Em particular, a Moody s continua a ter sérias preocupações relacionadas à situação de financiamento dos governos regionais e sua capacidade de reduzir os déficits orçamentários de acordo com as metas, diz a nota da agência.

2 A Moody s diz ainda que manteve o rating da Espanha com perspectiva negativa para refletir os riscos negativos de uma potencial escalada da crise da zona do euro. A agência espera que o próximo governo espanhol, que irá emergir das eleições parlamentares da Espanha de 20 de novembro, mostre um forte comprometimento em dar continuidade à consolidação fiscal. O rating da Espanha enfrentará uma pressão adicional de baixa se esta expectativa não se materializar. Por outro lado, a execução de um plano crível de reforma estrutural e fiscal de médio prazo, combinado com uma solução convincente para a crise da zona do euro, levariam o rating a voltar para uma perspectiva estável, diz a nota. (Suzi Katzumata Valor) Comunicação do BC garante meio ponto Por Fernando Travaglini Cenário do BC predomina em dia de decisão do Copom No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início a mais uma reunião para deliberar sobre a taxa Selic, o mercado de juros continuou fiel à crença em um novo corte de 0,5 ponto percentual, no encontro que se encerra hoje, para 11,5% ao ano. O cenário difere bastante da decisão de agosto, quando o ciclo de afrouxamento monetário teve início. Naquela ocasião, havia uma divisão bastante acentuada entre os economistas de bancos, que acreditavam na estabilidade da Selic, e a curva futura, traçada pelas apostas dos investidores nos contratos futuros de juros da BM&F. Esses se posicionaram com a expectativa de um corte iminente da taxa básica, que de fato ocorreu. Agora não há cisão. O BC, por meio da sua comunicação, conseguiu trazer a expectativa dos agentes para o seu cenário, que é de forte desaceleração da economia mundial, com reflexos para a atividade doméstica. A expressão "ajuste moderado", cunhada pelo colegiado do BC, permanece na cabeça do mercado, representando um novo corte de mesma magnitude. Mas com um mercado totalmente "tomado" em um único cenário, as possibilidades de ganhos em caso de nova surpresa do Copom se tornam muito baratas. É justamente essa possibilidade de ganho fácil que atraiu novamente ontem alguns bancos e assets para as apostas em um corte mais acentuado, a exemplo do que já ocorreu no pregão de segunda-feira. O movimento é bastante tímido - comparado com a puxada que foi vista às vésperas do Copom de agosto. Mas, segundo operadores, há agentes que apostam até mesmo em um corte mais agressivo dos juros, de um ponto percentual. Reduções dessa magnitude não ocorrem desde o processo de afrouxamento monetário realizado pelo BC em 2009, após o estouro da crise internacional. Os contratos de juros futuros de vencimentos mais curtos fecharam em queda ontem. O de novembro de 2011 caiu 0,04 ponto, para 11,46%. O DI de janeiro de 2012 recuou 0,04 ponto, para 11,14%. Os dados divulgados ontem no mercado internacional - especialmente o crescimento chinês no terceiro trimestre, de 9,1%, abaixo do esperado -, também mexeram com a ponta mais longa da curva futura, ou seja, nos contratos com prazos mais dilatados. Os juros futuros com vencimento em janeiro de 2014 caíram 0,14 ponto, para 10,75%.

3 O "fechamento" da curva longa, fortemente operada por estrangeiros, sinaliza uma crença de que a inflação pode deixar de ser um problema para o Brasil, dado o cenário de baixo crescimento por um longo prazo nos países desenvolvidos e também na China. Dessa forma, os investidores resolveram se posicionar, também de forma ainda incipiente, esperando por um ciclo mais longo de corte dos juros aqui no Brasil. A curva ainda mostra três cortes da taxa em sequência, mas começa a se formar um ala de mercado que acredita em uma redução adicional em Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, vê grande possibilidade de o BC atingir a Selic de um dígito no próximo ano. Segundo ele, em algumas situações a autoridade monetária brasileira lembrou que quase todos os países hoje trabalham com a inflação acima da meta e com juros negativos ou próximos de zero. O economista lembra ainda que muitos banqueiros centrais se mostram mais preocupados com o crescimento do que com a inflação. Ele citou o discurso de segunda-feira do presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, que afirmou que a taxa do overnight nos EUA deveria recuar para zero para reativar o crescimento, mesmo que isso represente mais inflação. Os dados da economia brasileira confirmam o cenário de desaceleração da atividade econômica. Foram criados em setembro 209 mil novos postos de trabalho, 15,3% a menos do que em setembro de 2010, segundo números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. No exterior, que tem sido determinante para a decisão do BC, ainda há muita incerteza. Os investidores continuam operando apenas ao sabor da notícias. Como dizem no mercado, operam sem fundamento, até que se resolvam os problemas na Grécia. Mas parece inevitável uma recessão na Europa e até mesmo nos Estados Unidos, já que até a economia da Alemanha já dá sinais de desaceleração. Amanhã será conhecida a nova Selic. Vale lembrar que a polêmica reunião de agosto foi marcada por uma divisão também na diretoria colegiada. No código do Copom, esse tipo de cisão sempre foi usado para sinalizar alterações no movimento da reunião seguinte. Mas não é o caso dessa vez, já que dois integrantes votaram pela manutenção dos juros, contra os demais que escolheram o corte de 0,5 ponto. Fernando Travaglini é repórter Saia justa de BC e CVM às vésperas do Copom Por Angela Bittencourt De São Paulo O Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) enfrentam um desafio ímpar: punir os eventuais responsáveis por manipulações no mercado de juros na última semana de agosto, se elas de fato ocorreram, com o cuidado de evitar qualquer benefício involuntário a quem pode estar torcendo por essa punição em meio a mais uma decisão sobre o juro básico do país. A penúltima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano termina hoje. E, prevalecendo a expectativa da maioria das instituições financeiras, a taxa Selic cairá em mais 0,50 ponto percentual, para 11,50%. Apesar da projeção majoritária de reprise do corte da Selic neste mês, a temperatura vem subindo no mercado de juro. Após a surpresa da decisão do Copom em 31 de agosto, quando reduziu a taxa básica em 0,50 ponto sem que o ciclo de alívio monetário fosse precedido de uma parada técnica, o mercado se acomodou até a semana passada. Rumores sobre movimentações indevidas no mercado de juros acabaram confirmadas pela CVM na sexta-feira, que reiterou "não comentar investigações em curso".

4 Ontem foi a vez de o BC se manifestar. Em nota à imprensa, a instituição esclareceu que a meta da taxa Selic somente é discutida em reunião reservada no segundo dia de encontro e fixada por maioria de votos dos membros do Copom. "A decisão é imediatamente informada a toda a sociedade, por meio de nota publicada no sítio do Banco Central na internet e no Sistema de Informações do Banco Central (Sisbacen). Assim, não é possível o conhecimento prévio da decisão", afirma a nota. Em documento especial sobre o processo de decisão do Copom, divulgado em 2007, o BC ressalta que "na condução da política monetária no Brasil, à semelhança do que acontece em qualquer outra importante economia de mercado, o exercício do julgamento é fundamental. Por mais informativos que sejam, modelos serão sempre uma aproximação da complexa realidade macroeconômica. Nesse sentido, é importante que projeções de inflação, indicadores antecedentes e todos os demais instrumentos de análise utilizados pelo Comitê sejam combinados com o julgamento dos membros do Copom. Essa avaliação qualitativa possibilita a ampliação do universo de análise, ao viabilizar a incorporação, ao cenário econômico, de elementos que não são capturados diretamente pelos modelos ou pelos indicadores". O BC acrescenta que, entre esses elementos, incluem-se julgamentos subjetivos sobre a natureza (temporária ou persistente) e a intensidade de choques que atingiram ou potencialmente atingirão a economia. Fluxo de investimento japonês no foco do BC Por Filipe Pacheco e Lucinda Pinto De São Paulo Tony Volpon, chefe de mercados emergentes da Nomura Securities: "Está no zero a zero. Não há uma saída significativa de investimentos" O Banco Central (BC) está atento a uma eventual saída de dinheiro de investidores japoneses de ativos denominados em real, em meio à piora do cenário econômico internacional. A dinâmica desses recursos pode ter influência direta sobre a evolução do câmbio local e, no mês de setembro, período em que a moeda americana sofreu forte valorização frente o real, sinais de retirada desses recursos chamaram a atenção da autoridade monetária. A queda do patrimônio desses fundos, entretanto, tem a ver muito mais com a perda recente de valor dos ativos nos quais esse dinheiro está investido do que com saques líquidos de recursos, segundo explicou Tony Volpon, chefe de mercados emergentes para a América Latina da Nomura Securities, que esteve na semana passada em Brasília para falar com integrantes do BC. Segundo ele, o fluxo de dinheiro aos chamados fundo Toshin - fundos mútuos, em que os clientes podem ou não selecionar a moeda em que querem investir - "está no zero a zero, ou no mesmo patamar que de agosto deste ano, não há uma saída significativa de investimentos". O Nomura administra cerca de 60% dos fundos Toshin que existem no mercado. Volpon explica que houve, sim, uma variação do estoque total do valor dos Toshin ligados ao real, que caiu de US$ 69,2 bilhões no final de agosto para US$ 56,7 bilhões no final de setembro. Mas, do total dessa variação, somente US$ 1,9 bilhão representa retirada de investimentos diretamente. O restante, explicou o especialista, foi provocado pela desvalorização de ativos e oscilação cambial. Durante o mês de setembro, parte dos ativos que compõem os fundos, especialmente os chamados "high yields", tiveram uma considerável perda de valor, em função da piora do ambiente externo que marcou o mês passado, provocando uma redução no total do patrimônio dos Toshin. "Se o fundo valia 100 e teve 1 de saque, ficou com 99. Mas como os ativos tiveram perda de valor, foi para 90", simplificou ele. Dos US$ 90 bilhões do patrimônio dos investimentos vinculados ao real ou diretamente em ativos no Brasil, US$ 57 bilhões são feitos por meio de contratos derivativos que têm uma contraparte por aqui, e US$ 33 bilhões são em ativos que podem ser de renda fixa ou variável e títulos públicos ou corporativos, por exemplo.

5 A variação cambial observada no período, quando o dólar se valorizou 18,14%, teve algum impacto na redução dos valores. Os fundos precisaram fazer um ajuste de caixa para poder cumprir com contratos vinculados à variação cambial no final do mês, e tiveram inclusive de vender ativos para poder cobrir essa perda. Mas, na avaliação de Volpon, esse movimento não foi crucial para o desempenho do câmbio. "Todo começo de mês, os contratos que compõem o fundo são rolados para o mês seguinte, vinculados à cotação da moeda. Quando termina o mês, a diferença é paga, no caso de perda cambial, pelo fundo. Se o fundo não tem caixa, levanta ativos e paga. Mas não é caso dos Toshins do Nomura, que são geridos conservadoramente e que tinham caixa para pagar esse desembolso em função da perda da moeda", explica Volpon. Os Toshin são compostos em grande parte por contratos a termo sem entrega física, chamados em inglês de nondeliverable forwards (NDFs). Um desmonte de posições compradas em reais contra o dólar nesse mercado não impactaria diretamente o mercado de câmbio à vista no Brasil, mas acabaria afetando o mercado de dólar futuro na BM&FBovespa, que contribui de forma determinante para a formação do preço do dólar no mercado interno. Assim, a ação mais firme do BC, intervindo com leilões de swap cambial e contendo a desvalorização do dólar, foi importante para interromper a espiral negativa dos Toshin observada em setembro. "Ainda estamos longe de um patamar de retirada dos fundos atingido logo após a quebra do banco Lehman Brothers", diz Volpon. Ele explica que os Toshin denominados em real continuam a ser os preferidos entre os japoneses, e representam 57,6% do total entre aqueles que são vinculados a moedas estrangeiras. Em segundo lugar estão aqueles baseados em uma cesta de moedas de países exportadores de commodities (17,1%). Mas ele reconhece que, diante do ambiente de cautela que começa a determinar as decisões de investimento, há um crescimento da demanda por ativos atrelados a outras moedas, principalmente ao dólar australiano, atualmente responsável por 9,4% do volume investido. Parte do dinheiro que saiu do real em setembro (US$ 1,9 bilhão) foi destinado ao dólar australiano, classificado com grau de investimento mais alto, e portanto, considerado menos arriscado em épocas de incerteza e forte volatilidade. Entre agosto e setembro esses fundos tiveram uma variação de estoque positiva em US$ 200 milhões, sendo que ao se excluir os fatores de volatilidade cambial, houve um aumento estimado de US$ 1,1 bilhão. Os japoneses são tradicionais compradores da dívida externa brasileira, mas esses investimentos são feitos principalmente por outro tipo de fundo, chamados de Uridashi e que compram papéis em outras moedas que não o iene japonês. BC ouvirá bancos do país sobre regras de Basileia 3 ainda este ano Por Assis Moreira De Genebra O diretor-geral do BIS, Jaime Caruana, rejeita apelos para adiar implementação O Brasil abrirá consulta pública até o fim do ano para por em prática os novos padrões de capital e liquidez de instituições financeiras, pelo chamado Acordo de Basileia 3, que exigirá esforço adicional dos bancos. O Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (CBSB) publicou ontem o estado da implementação de Basileia 3 e mostrou que o Brasil está em linha com outros países. Somente a União Europeia já publicou os detalhes de mudanças importantes na regulamentação bancária, com impacto nas atividades e comportamento do setor financeiro. Já Canadá e Japão deixarão o trabalho para 2013.

6 A consulta pública no Brasil poderá ter prazo de 60 dias e já será quase uma minuta de resolução detalhada. As recomendações de Basileia 3 visam melhorar a capacidade das instituições financeiras de absorver choques, reduzindo a severidade de futuras crises bancárias e efeitos negativos sobre toda a economia. O Banco Central do Brasil já avisou que antecipará algumas regras. Aplicará certos ajustes regulatórios a partir de junho de 2012 para melhorar a qualidade do capital dos bancos, enquanto o Acordo de Basileia estabelece Alguns ativos que podem ter valor muito depreciado em momentos de crise, como ágios e créditos tributários, vão começar a ser deduzidos do capital principal do banco em julho de 2012, inicialmente numa proporção de 20%, até chegar aos 100% em Além disso, o BC exigirá a adoção gradual de capital contracíclico a partir de janeiro de 2014, também dois anos antes do previsto por Basileia 3. Começará com exigência adicional de capital de 0,625% até alcançar o nível de 2,5% em A consulta pública no Brasil deve trazer detalhes sobre a penalização para o banco que não cumprir as regras sobre os colchões de capital. O banco faltoso não poderá distribuir dividendos e pagar bônus, até que cumpra os níveis de colchão de capital (de conservação e contracíclico), como prevê o Acordo de Basileia 3. As regras prudenciais no Brasil são mais conservadoras do que o padrão internacional. O BC tem reiterado que as novas regras vão exigir 'algum tipo de adaptação' para os bancos reforçarem a base de capital, mas menor do que o que será exigido dos bancos dos outros países. A União Europeia, em plena crise da dívida soberana, calcula que os mais de 8 mil bancos e firmas de investimento operando na Europa, representando 53% do total mundial, vão precisar levantar 460 bilhões de capital de melhor qualidade para se enquadrarem nas novas regras de Basileia 3 até Com seus bancos em situação combalida, a UE quer ir além das recomendações do acordo global. Planeja introduzir sanções mais severas para quem violar as regras de capital. As multas poderão chegar a 10% da receita anual de um banco, ou interdição temporária para executivos das instituições. Incluiu também reforço de governança corporativa, o que outros países fazem em normas separadas. Para o diretor-geral do Banco Internacional de Compensações (BIS), Jaime Caruana, os novos padrões de Basileia 3 serão "duros'', mas necessários para enfrentar futuras turbulências, e rejeita conclamações de bancos para adiar a implementação de algumas exigências no cenário atual. "O próximo passo é colocar as regras em prática. Para vários bancos, a implementação de Basileia 3 terá barreiras importantes. As regras de capital e liquidez são desenhadas para reforçar de maneira importante o capital do banco e a gestão dos riscos." Ele lembrou que os bancos precisam atrair novo capital, preservar o existente limitando o pagamento de dividendos e bônus e realizar ganhos de eficiência. "Não são apenas os reguladores que estão pedindo por essas mudanças, é o mercado mesmo que está levando os bancos a fazer mais, e mais rápido, nessas frentes'', afirmou em discurso em Lisboa. Ontem, o Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) anunciou que os reguladores globais vão rever anualmente se as regras do setor financeiro acertadas no G-20 estão sendo aplicadas. As áreas prioritárias para monitoramento incluem as exigências de capital mínimo para os bancos e remuneração para os executivos de bancos, além de medidas para controlar os bancos paralelos ("shadow banks") e os derivativos de balcão. Protestos de rua desafiam nova rodada de socorro

7 Por De Genebra A recapitalização de bancos europeus pode enfrentar dificuldades também por causa de outro elemento novo: os protestos de rua que tomam dimensão quase planetária contra a desigualdade econômica e o sistema financeiro. Os claros sintomas de insatisfação ampla em relação ao sistema financeiro foram temas de conversas informais no recente encontro do G-20, em Paris. A constatação é que movimentos como Ocupe Wall Street e Indignados, na Europa, estão ganhando amplitude muito grande contra o que é percebido como situação privilegiada do sistema financeiro em geral. Como haverá eleição em vários países, como nos Estados Unidos, França e Alemanha, esse é um fator que complica a solução da crise, como nota Paulo Nogueira Batista Júnior, diretor executivo no Fundo Monetário Internacional (FMI) pelo Brasil e outros oito países. "Não vai dar para repetir o socorro de O custo político para os governos europeus e para o americano será maior agora para salvar bancos com recursos públicos", diz ele. "O importante é lembrar que não se trata de salvar os acionistas e a administração dos bancos". Para Nogueira Batista, salvar os bancos não significa salvar acionistas e a administração que falharam. Eles não têm que ser protegidos como foram depois da crise de Ou seja, é preciso fazer acionistas pagarem e administradores serem punidos. "Em alguns casos vai ter de haver liquidação, nacionalização temporária de bancos", acredita ele. Na crise de 2008, a União Europeia e seus estados membros adotaram medidas sem precedentes para restabelecer a estabilidade do sistema bancário e garantir o fluxo de crédito para a economia real. A Comissão Europeia aprovou na ocasião medidas de ajuda de 4 trilhões em favor dos bancos, dos quais mais de 2 trilhões foram efetivamente utilizados em 2008 e Segundo estimativas do FMI, as perdas sofridas por bancos europeus entre 2007 e 2010 alcançaram 2 trilhões, ou 8% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE). No entanto, os bancos voltaram a práticas de antes, incluindo os milionários bônus para seus dirigentes. Agora, com protestos de rua alcançando uma dimensão quase planetária, autoridades manifestam "compreensão" em relação aos apelos. Jean-Claude Trichet, ainda presidente por alguns dias do Banco Central Europeu (BCE), deu em parte razão aos manifestantes. "Há um conjunto de lições a tirar da crise que são muito duras: não é possível deixar um sistema financeiro e por consequência um sistema econômico ao nível mundial que seja tão frágil". Ele defendeu reforço de regras sobre as finanças e completou: "Interpreto uma parte da mensagem que nos vem desses movimentos como precisamente nesse sentido". O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos líderes mundiais para ouvir o movimento dos indignados. O Ministério das Relações Exteriores da China vê necessidade de "reflexão" importante. No "Financial Times", grandes executivos dizem "entender" os protestos. O desafio das autoridades europeias é enorme. No domingo, devem anunciar um plano para recapitalizar os bancos, dando prazo de seis a nove meses para que reforcem seu capital. A questão é, de um lado, evitar que os bancos façam isso reduzindo simultaneamente seus ativos, o que geraria enorme contração de crédito. Outro dilema é como fornecer dinheiro público no cenário atual. (AM) Wall Street reage a possível acordo e sobe

8 Por Agências internacionais Os mercados de ações ampliaram a alta nos Estados Unidos por volta das 17 horas (horário de Brasília) após a versão eletrônica do jornal britânico "The Guardian" divulgar reportagem afirmando que França e Alemanha chegaram a um novo acordo para resgatar os países endividados da zona do euro. Pela nova proposta, o plano de resgate europeu seria ampliado dos atuais 440 bilhões para 2 trilhões. O "Guardian" citou como fontes diplomatas da União Europeia, sem revelar nomes. A proposta de ampliação do chamado Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) deve ser apresentada no encontro de líderes da zona do euro, marcado para o próximo fim de semana. Ainda segundo o jornal, França e Alemanha também concordaram que os bancos europeus devem ser recapitalizados para alcançar o nível de capital mínimo de 9% exigido pela European Banking Authority (EBA). O índice Dow Jones subiu 1,58% para ,05 pontos; o Standard & Poor's 500 avançou 2,04% para 1.225,38; o Nasdaq ganhou 1,63% para 2.657,43. Depois de abrirem o pregão em baixa, as ações de bancos fecharam puxando os ganhos. O índice de bancos KBW avançou 5,6%. O Bank of America estava em baixa depois que a divulgação dos resultados do terceiro trimestre mostrou que seu principal negócio estava em dificuldades com a queda do lucro vindo de empréstimos e do banco de investimento. Mas o rali de última hora fez as ações do banco subirem 10,1% para U$ 6,64. O banco divulgou lucro de US$ 6,232 bilhões no terceiro trimestre (US$ 0,56 por ação), revertendo o prejuízo líquido de US$ 7,299 bilhões (US$ 0,77 por ação) de igual período em 2010 e perdas de US$ 8,826 bilhões (US$ 0,90 por papel) do segundo trimestre deste ano. As ações do Goldman Sachs Group também avançaram 5,5% para US$ 102,25 depois que o banco anunciou perdas, mas garantiu que se movimenta para cortar custos, inclusive na folha de pagamentos. As ações de construtoras também estiveram entre as altas do dia de ontem, depois que o índice de confiança entre as construtoras dos EUA, medido pela Associação Nacional dos Construtoras de Imóveis (NAHB, na sigla em inglês), subiu de 14, em setembro, para 18, em outubro. O nível é o melhor desde maio do ano passado e superou a marca de 15 esperada por analistas. As ações da IBM perderam 4,1% depois que a gigante de informática anunciou faturamento de US$ 26,16 bilhões no terceiro trimestre, abaixo do esperado por analistas. Já na Europa, onde as bolsas fecharam antes da notícia do "Guardian", as ações caíram, levadas por preocupação com a crise no continente e com a possibilidade de rebaixamento do rating da França. No Reino Unido, o índice FTSE 100 caiu 0,5%; em Paris, o CAC 40 caiu 0,8% e na Alemanha o DAX subiu 0,3%. O maior banco francês, BNP Paribas, caiu 3,6% para 29,94. Enquanto o Société Générale recuou 5% para 19,24. O crescimento econômico da China desacelerou-se no terceiro trimestre. O PIB chinês avançou 9,1% em comparação a igual período de 2010, depois de avançar 9,5% no segundo trimestre e 9,7% no primeiro trimestre, informou nesta terça-feira o Escritório Nacional de Estatísticas do país. Foi a menor alta desde 2009 e inferior à projeção do mercado.

9 Dupla missão O presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse que uma das principais lições deixadas pela crise financeira de 2008 é que os bancos centrais devem perseguir dois objetivos: o controle da inflação e o suporte ao sistema financeiro. Em palestra no Fed de Boston, Bernanke afirmou que "a diferença entre os objetivos da estabilidade macroeconômica e da financeira sempre será enevoada até certo ponto, dadas as poderosas interações entre as condições financeiras e econômicas". Segundo ele, o ponto principal é descobrir qual "a melhor ferramenta para o objetivo de responder aos desequilíbrios". Bernanke está sob o fogo cerrado dos principais candidatos republicanos à Presidência dos Estados Unidos. Bancos discutem tipo de capitalização Por Tracy Alloway Financial Times Bancos europeus estão sendo acusados por concorrentes americanos de não revelarem todos os seus ativos ponderados pelos riscos Os bancos da Europa parecem surpreendentemente em boa forma quando julgados apenas pelos níveis reguladores de capital. Uma medida da força financeira dessas instituições, a relação de capital "tier 1" (nível 1, o de melhor qualidade), está na média em mais de 9% de seus ativos, bem acima do mínimo exigido pela regulação bancária. Mesmo assim, o medo do impacto de um calote soberano ou reestruturação de dívida vem afetando os bancos da região, que detêm cerca de 700 bilhões em títulos de dívidas de nações mais fracas da zona do euro, como a Itália e a Espanha, segundo dado do Morgan Stanley. As autoridades europeias parecem estar a ponto de fortalecer o sistema financeiro da região, com um plano de recapitalização que deverá ser anunciado em breve, possivelmente neste domingo. Mas a discrepância entre a situação dos bancos europeus no momento e suas potenciais necessidades futuras desencadeou uma discussão sobre o real estado de saúde do sistema bancário da Europa e o que é preciso para melhorá-lo. As estimativas de necessidade de capital dos bancos variam de 100 bilhões a 300 bilhões. "O fato disso ser uma recapitalização ou uma pré-capitalização é que vai ditar o tipo de capital necessário", afirma Simon Samuels do Barclays Capital. "Se for uma recapitalização, porque os bancos estão subcapitalizados no momento, será preciso capital ordinário. Se uma pré-capitalização, porque podem ficar subcapitalizados se a Itália e a Espanha se derem mal, será preciso algo mais." Esse algo mais poderá vir na forma de "capital contingencial", ou dívida conversível em um título que absorva perdas assim que um gatilho for acionado. Essa conversão poderá ocorrer se, por exemplo, se a relação de capital de um banco cair abaixo de um certo nível por causa de uma perda com bônus soberanos. Mesmo assim, os bancos poderão relutar em emitir capital contingencial, se não souberem com certeza se ele vai se enquadrar nas regras do Acordo da Basileia II que estão sendo implementadas. Outras "soluções" contingenciais para o sistema financeiro da Europa estão centradas na noção das garantias, com o fundo de socorro da Europa potencialmente sendo alavancado para fornecer capital bancário novo. Muitos banqueiros acreditam que as instituições financeiras terão que emitir capital ordinário, predominantemente via direitos de subscrição, dando preferência aos acionistas já existentes.

10 Outros especialistas consideram que os "exercícios de gerenciamento de obrigações" - em que os bancos tentam trocar suas dívidas existentes para liberar capital - também poderão voltar. Tais exercícios foram populares nos anos que se seguiram à crise financeira. Na segunda-feira, o banco francês BCPM anunciou uma recompra, a preços inferiores dos de mercado, de sua dívida híbrida. As ações preferenciais, um tipo de dívida híbrida e capital que foi usado nos Estados Unidos para resgatar os bancos do país, também vêm sendo sugeridos como uma possibilidade, juntamente com os bônus conversíveis compulsórios. Enquanto isso, alguns bancos ameaçam encolher seus balanços como meio para reforçar suas relações de capital sem a necessidade de levantar recursos novos. As relações de capital dos bancos são calculadas dividindo-se seu capital disponível pelos ativos ponderados pelo risco. Os coeficientes de risco variam de ativo para ativo e ditam o volume de capital que o banco tem de manter contra eles. Portanto, os bônus soberanos, tradicionalmente considerados seguros pelas autoridades reguladoras, exigem pouco capital em relação aos ativos "mais arriscados" como as dívidas corporativas. As relações de capital dos bancos vêm sendo em parte sustentadas pela queda média dos coeficientes de risco dos bancos europeus - de mais de 50% no começo da década de 1990 para perto de 35%, hoje. Mas essas quedas vêm irritando alguns bancos dos Estados Unidos, que acusam seus concorrentes europeus de não revelar todos os seus ativos ponderados pelos riscos. "Precisamos ter o tipo certo de capital", observa Simon Chester, gerente de portfólio da American Century Investments em Londres. "E precisamos nos concentrar mais na diferença entre os coeficientes de risco e a realidade dos ativos, especialmente onde os governos possuem um coeficiente de risco zero ou baixo." Um dos motivos das autoridades reguladoras estarem querendo cobrir os bancos europeus agora, segundo Samuels, do Barclays, é que elas podem estar olhando para além dos coeficientes de risco, refletindo preocupações sobre como as relações de capital são calculadas. Em uma "alavancagem nominal", que desconsidera os coeficientes de risco, os bancos da região não parecem tão saudáveis, apresentando uma relação de capital de apenas 4%. Uma grande preocupação é se os investidores privados terão disposição para recapitalizar os bancos da Europa. Entre 2007 e 2010, os bancos europeus captaram cerca de US$ 600 bilhões em capital, segundo o JP Morgan. "Se as autoridades reguladoras forçarem uma recapitalização aos bancos, eles terão que dizer aos mercados sob que base ela estará sendo feita", escreveram analistas da CreditSight em nota a clientes. Bancos italianos A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a nota da indústria bancária da Itália e cortou o rating de 24 instituições afirmando que a crise de dívida soberana pode elevar seus custos de financiamento. "Achamos que os custos de financiamento para os bancos vão aumentar notadamente por causa do rendimento mais alto da dívida soberana italiana", escreveu a S&P. A agência cortou o rating do Monte Paschi em um degrau, para "BBB+". Também cortou a avaliação de risco da indústria bancária do país do grupo 2 para o grupo 3. (Bloomberg) Queda nas receitas de corretagem do BofA supera as do Citigroup

11 Por Michael J Moore Bloomberg Montag, do BofA: queda de 28% na divisão de mercados internacionais O Bank of America Corp (BofA), segundo maior banco americano em ativos, registrou no terceiro trimestre, uma queda nas receitas de sua corretora mais do que duas vezes maior às de qualquer concorrente americano, até aqui. As receitas de corretagem foram de US$ 1,07 bilhão, uma queda de 71% em relação ao segundo trimestre. Operações com renda fixa, câmbio e negócios com commodities geraram US$ 314 milhões, o valor mais baixo desde 2008, ao passo que as receitas de negócios com ações somaram US$ 757 milhões, excluindo ajustes do valor da dívida (DVA, em inglês). A divisão de operações bancárias e mercados internacionais, comandada pelo co-principal executivo operacional Thomas K. Montag, ficou aquém do J.P. Morgan Chase & Co, cujas receitas com "trading" caíram 28% em relação ao segundo trimestre, para US$ 3,85 bilhões. No Citigroup Inc, a queda foi de 31%, a US$ 2,56 bilhões. As receitas de corretagem do BofA ultrapassaram as de seus dois concorrentes no mesmo período do ano anterior, exclusive o DVA. Os "resultados brutos de corretagem" ficaram entre as maiores decepções nos resultados do Bank of America, escreveu Glenn Schorr, analista da Nomura Holdings Inc, em Nova York. O declínio nas receitas de corretagem contribuíram para levar as divisões de operações bancária e de mercados a seus primeiros prejuízos desde o primeiro trimestre de 2009, quando o banco começou a divulgar os resultados dessa área. As ações do banco valorizaram na Bolsa de Nova York, depois que o resultado geral saiu do vermelho, graças ao crescimento das receitas, melhor qualidade de crédito e ganhos não recorrentes. Os resultados de tesouraria foram afetados, depois que a companhia encerrou seus negócios nessa área - contribuíram com US$ 434 milhões na primeira metade do ano e zero no terceiro trimestre, informou o principal executivo financeiro, Bruce Thompson. Um mercado "devagar" para emissões de novos títulos também prejudicou a unidade, disse. Embora os negócios com crédito estruturado e carteira de empréstimos por valor justo tenham registrado pequenas perdas, a companhia não incorreu em prejuízos significativos em nenhuma área, disse Thompson. As receitas nos negócios com juros e câmbio caíram 14% no segundo trimestre. "Obviamente, a volatilidade nos mercados de crédito foi particularmente problemática em agosto e setembro", disse Thompson. "Outubro foi bem melhor" do que agosto e setembro. O Goldman Sachs Group Inc informou que as receitas de corretagem cresceram cerca de 5% em relação ao segundo trimestre, para US$ 3,61 bilhões, exclusive o DVA. Os mercados de ações e de títulos foram impactados negativamente devido à decisão da Standard & Poor's de rebaixar a pontuação de crédito dos títulos da dívida do governo dos EUA, de um intenso debate no Congresso sobre a elevação do teto de endividamento do governo e da decisão do Federal Reserve, o banco central dos EUA, de deixar os juros perto de zero até 2013 para combater a estagnação econômica. O debate entre as autoridades governamentais europeias sobre como solucionar os problemas da deterioração financeira governamental e sobre a eventual injeção de capital nos bancos também alimentou as preocupações dos investidores com que decisões inadequadas possam provocar uma nova crise financeira. O índice S&P 500 caiu 14% no trimestre, na pior queda desde o quarto trimestre de 2008, e o índice de volatilidade da Chicago Board Options Exchange (VIX), que mede o custo da compra de seguro contra quedas no índice S&P 500, subiu 160%, a posição trimestral mais alta desde os três primeiros meses de "É preciso ter clareza de quão singularmente difícil foi o terceiro trimestre", disse Charles Peabody, analista da Portales Partners LLC em Nova York. "A correlação entre classes de ativos, conjuntos de produtos e comportamento geográfico foi extremamente incomum no terceiro trimestre. Não houve onde fosse possível alguém se esconder". Olhando o resultado global, o Bank of America reportou lucro líquido de US$ 6,232 bilhões no terceiro trimestre (US$ 0,56 por ação), revertendo o prejuízo líquido de US$ 7,299 bilhões (US$ 0,77 por ação) de igual período em 2010 e perdas de US$ 8,826 bilhões (US$ 0,90 por papel) do segundo trimestre deste ano.

12 Já o Goldman Sachs registrou prejuízo líquido de US$ 393 milhões (US$ 0,84 por ação), revertendo lucro de US$ 1,898 bilhão (US$ 2,98 por ação) do mesmo período do ano passado e ganho de US$ 1,087 bilhão, (US$ 1,85 por ação). Este é o segundo trimestre que o banco registra prejuízo em 12 anos, desde quando abriu seu capital na bolsa de Nova York. Analistas estimavam que o prejuízo seria de US$ 0,11 por ação. Temasek capta US$ 512 mi em bônus Por Kylie MacLellan Reuters A Temasek Holdings, a companhia de investimentos de Cingapura, captou 650 milhões de dólares de Cingapura (US$ 512 milhões) com a venda de bônus de cupom zero conversíveis em ações do Standard Chartered. A oferta, que poderá ser aumentada em 150 milhões de dólares de Cingapura se exercida a opção de venda adicional, teve o preço fixado com ágio de 27%, o limite máximo da faixa entre 22% e 27%, informou o Bank of America Merril Lynch, líder da emissão. Os registros da oferta, lançada depois do fechamento do mercado de Londres na segunda-feira, quando as ações da Standard Chartered fecharam em centavos de libra esterlina, foram esgotados no intervalo de uma hora, disse o BofAML. A taxa de câmbio foi fixada em 1,9997 dólar de Cingapura por libra esterlina. As ações do Standard Chartered caíram 4,6%, para centavos de libra esterlina, inferior à retração de 2% registrada pelo setor. O bônus, para outubro de 2014, representa 0,9% do capital acionário da Standard Chartered, e é pouco provável que a participação de 18,1% da Temasek seja reduzida, a não ser que o preço dos papéis do banco, com ações listadas em Londres, alcance o preço da conversão. A Temasek, que tem um valor líquido de carteira de 193 bilhões de dólares de Cingapura, acumulou sua participação no Standard Chartered desde que comprou parcela de 11% do capital do banco, cinco anos atrás. "Se eles estivessem vendendo sua participação (agora), ela teria saído por um deságio em relação ao atual preço do mercado, ou por muito perto disso", disse uma fonte familiarizada com o negócio. "Dessa maneira, eles obtiveram um preço de venda com ágio de 27% em relação ao atual preço de mercado ou conseguiram dinheiro a 0% por três anos." Os conversíveis com cupom zero com um ágio tão elevado são raros, e o negócio da Temasek refletiu uma combinação entre um ambiente de baixas taxas de juros e bolsas voláteis, disse a fonte. O bônus é atraente para os investidores, acrescentou ele, porque tem uma volatilidade implícita mais baixa do que a própria ação. A Temasek, que disse que os rendimentos serão usados para "financiar o curso regular dos negócios", está entre os fundos soberanos que estariam estudando a possibilidade de ajudar a recapitalizar bancos da zona do euro. Bancos como o Deutsche Bank, o UniCredit e o BNP Paribas deverão precisar captar recursos para reforçar sua capitalização. (Colaborou Steve Slater) Ex-executivos da Austin criam agência Por Vinícius Pinheiro De São Paulo Apesar das críticas às agências de rating, Santos e Bassi veem oportunidade Enquanto o mundo discute a relevância e o papel das agências de classificação de risco, o mercado nacional passou a contar com uma nova empresa. Formada por ex-executivos da Austin, a Liberum Ratings confia no aumento na demanda por serviços de avaliação de risco de crédito no país.

13 "Apesar de todas as críticas sofridas, especialmente após 2008, percebemos que existe hoje uma grande oportunidade no mercado brasileiro", afirma Décio Baptista Santos, sócio-fundador da Liberum, cujo nome é inspirado na expressão latina que representa independência e livre arbítrio. A empresa espera conquistar espaço com a perspectiva de crescimento nas captações por meio de títulos de dívida no país, especialmente por companhias que hoje não têm acesso a esse mercado. Para os executivos, as operações - que hoje são concentradas em empresas de maior porte - devem alcançar um segundo grupo, hoje atendido apenas por crédito bancário. A Liberum é a sétima empresa de rating no mercado brasileiro. Atualmente, a maior parte das emissões que vão a mercado é classificada pelas três grandes agências internacionais - Fitch, Moody's e Standard & Poor's. As empresas nacionais costumam ter presença em áreas específicas ou em operações restritas. Além da Austin, outras duas agências locais, a LF e a SR, atuam no segmento. Criada no final de agosto, a nova agência espera publicar o primeiro relatório de rating ainda este mês. Os executivos esperam contar com a experiência na área para conquistar espaço. Os sócios atuaram por quase dez anos na Austin Rating - Santos como diretor comercial e Mauricio Bassi como responsável pela equipe de avaliação de risco. Os sócios da Liberum mostram-se particularmente otimistas com a criação do chamado Novo Mercado de Renda Fixa, iniciativa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Um dos requisitos para que as emissões obtenham o selo da entidade é justamente a avaliação por uma agência de rating. Os executivos sabem, porém, que construir a reputação de uma agência não é fácil, ainda mais após as falhas cometidas nos Estados Unidos na crise com as hipotecas subprime. O mercado questiona principalmente o modelo das agências, que são remuneradas pelo emissor que recebe a classificação, e não pelo investidor que se vale do rating como um dos fatores de decisão sobre a qualidade de crédito da companhia. Embora reconheça o potencial conflito de interesses nessa relação, a empresa espera minimizar esse efeito aproximando-se dos investidores. A Liberum também diz querer ser mais ativa no processo de acompanhamento dos emissores. "As agências foram criticadas por serem muito reativas na crise", lembra Bassi. Os executivos dizem ver com bons olhos a proposta de regulação das agências em estudo pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Qualquer norma que traga mais transparência é bem vinda, ainda mais para nós que estamos começando." Argo traz ao país R$ 60 milhões em capital Por Thais Folego e Felipe Marques De São Paulo Watson e Purm, da Argo: disputa por mercado de R$ 5,4 bi de risco corporativo A seguradora Argo espera obter nas próximas semanas a autorização final da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para dar o pontapé inicial nas operações. O escritório já está instalado na Vila Olímpia (zona sul de São Paulo), o capital de R$ 60 milhões foi trazido no começo de setembro e os 18 profissionais que vão compor a equipe inicial já foram contratados. "Esperamos emitir a primeira apólice ainda este ano", diz o presidente mundial da Argo, Mark Watson, que esteve no Brasil na semana passada para acertar os últimos detalhes da operação, antes de voltar para a matriz, em Bermudas. A nova seguradora atuará num segmento cada vez mais competitivo no país, o de riscos corporativos. A meta é fechar o terceiro ano de operação com faturamento de R$ 100 milhões, diz Pedro Purm, que comandará as operações locais.

14 A nova seguradora está dividida em três áreas de negócios: patrimonial e riscos de engenharia, que será comandada por Ana Carolina Mello (ex-rsa); riscos financeiros - responsabilidade civil, profissional, D&O e garantia -, que ficará sob o guarda-chuva de Eduardo Pitombeira (egresso da Zurich, assim como Purm); e transportes, cuja operação ficará nas mãos de Salvatore Lombardi, vindo da Ace, uma das líderes nesse segmento. Para ganhar espaço nesse mercado disputado por seguradoras igualmente especialistas com experiência global - como Ace, Allianz, Liberty, RSA e Zurich -, a Argo mira um alvo específico e menos disputado: pequenas e médias empresas. Segundo Watson, há um grande interesse das seguradoras e corretoras pelas apólices de grandes empresas, o que cria uma lacuna no mercado de médios riscos. As alterações feitas nas regras de seguros e resseguro, editadas em dezembro passado, também fizeram a seguradora buscar riscos menores. "A mudança reduziu o apetite que tínhamos para assumir grandes riscos", diz Watson. A nova regra limitou em até 20% a cessão de risco que uma seguradora pode repassar para empresa do mesmo grupo no exterior. Segundo ele, a mudança fez com que a empresa buscasse reduzir a dependência de resseguros, portanto focando empresas de menor porte. Com capital de R$ 60 milhões, a seguradora tem capacidade para absorver até R$ 1,8 milhão por risco sem resseguro - pela regra de solvência, uma seguradora pode reter até 3% de seu patrimônio por risco. Além disso, o grupo tem potencial de absorção de resseguros de US$ 2 bilhões lá fora - mas a regra brasileira permite que sejam acessados apenas 20% dessa cifra. Segundo Purm, já há negociações para fechar um contrato de resseguro para a operação local. A estratégia para chegar nas pequenas e médias empresas é procurar novos canais de distribuição. Para isso, a empresa busca parcerias com associações ligadas a diferentes setores industriais, que sirvam como porta-bandeira dos produtos da Argo. Segundo Watson, será uma "abordagem de afinidades" para vender seguros, estratégia bemsucedida no mercado americano, onde a seguradora tem operações em 18 Estados. A instalação da operação no Brasil faz parte da estratégia de investir em mercados emergentes. À semelhança do que foi feito em São Paulo, a seguradora abriu uma filial em Dubai, nos Emirados Árabes, no começo do ano. A seguradora tem, também, operação em Inglaterra, Bélgica, França e Suíça. Rio tenta criar polo de resseguro na cidade Por Marcelo Mota Do Rio O Rio começou um movimento para se tornar a meca do resseguro no país. Corre no mercado, com o apoio da Rio Negócios, agência de promoção de investimentos da cidade, um memorando de intenções para a criação do Centro Nacional de Resseguros do Rio de Janeiro. O documento, encabeçado por uma carta da prefeitura, convida empresários do setor a se estabelecerem num mesmo local, no Porto Maravilha, principal projeto de revitalização urbana da cidade, com vocação para abrigar escritórios. Segundo um dos organizadores do movimento, mais da metade do empresariado que compõe o setor já assinou o memorando. Os defensores da ideia dizem que, aglutinadas no mesmo centro, essas companhias poderiam reduzir custos e ganhariam com a facilitação de negócios. "Esse tipo de coisa é provocadora", disse Marcelo Haddad, diretor-executivo da Rio Negócios. Ele explicou que, de posse da declaração de intenção dessas empresas de se instalarem no centro, a Rio Negócios vai partir em busca de incorporadores potencialmente interessados em erguer o espaço que abrigará os respectivos escritórios. Nas estimativas dele, serão necessários aproximadamente 10 mil metros quadrados para reunir o setor.

15 No ano passado, conforme a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a atividade de resseguros movimentou no Brasil o equivalente a US$ 2,8 bilhões. Conforme Marco Antônio de Simas Castro, presidente do grupo ressegurador Lloyd's no país, a maior parte dos corretores mais atuantes nesse setor já está no Rio, mas mais da metade das companhias resseguradoras tem sua matriz em São Paulo. Primeiro signatário do memorando e patrono da proposta de criação do centro, Castro conta que 16 das 30 empresas que o movimento tinha como prioridade cativar já subscreveram o texto. Todas, porém, já sediadas na cidade. "Evidentemente, as empresas de São Paulo são mais reticentes", explicou Castro. "Mas a conversa começou mais recentemente", acrescentou ele, que espera ver a adesão dessas empresas à medida que a ideia se torne palpável. Um estímulo ainda mais forte para atração dessas empresas para a cidade segue paralela à proposta de criação do centro, mas a passo muito lento. Desde 2009, tramita na câmara de vereadores do Rio um projeto de lei, encaminhado pelo prefeito Eduardo Paes, que prevê a redução do Imposto Sobre Serviços (ISS), de 5% para 2%. O projeto, segundo Haddad, chegou a ser colocado em pauta, mas não foi votado. Mercado em clima de 'perdidos no espaço' Por Daniele Camba Ibovespa sobe num dia e cai no outro, com falta de rumo O comportamento do mercado nos últimos dias lembra bem o título do seriado americano "Perdidos no espaço". Num dia, os investidores se mostram esperançosos de que haverá uma solução rápida e indolor para a crise europeia. Já no pregão seguinte, o humor muda radicalmente, com a nítida sensação de que não há mais o que fazer e o caos é inevitável. O começo desta semana é um ótimo exemplo dessa esquizofrenia que se instalou no mercado. Na segunda-feira, a Bovespa, juntamente com as principais bolsas do mundo, caiu fortemente, refletindo as afirmações do porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel, de que, a expectativa de um novo superpacote de ajuda não passava de um sonho. Já ontem, o cenário mudou da água para o vinho e exatamente no mesmo assunto. Os mercados esboçavam tímidas recuperações, mas que se acentuaram próximo do fim dos negócios, quando o jornal britânico "The Guardian" divulgou uma reportagem dizendo que França e Alemanha chegaram a um novo acordo para resgatar os países endividados da zona do euro. Segundo o jornal, o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF, na sigla em inglês) deve subir dos atuais 440 bilhões para 2 trilhões, ou seja, um aumento considerável. A boa notícia acentuou a alta dos mercados. No caso do Brasil, o Índice Bovespa fechou em alta de 2,08%, aos pontos. Nessa gangorra em que estão os mercados, hoje seria a vez da queda e as notícias internacionais que saíram ontem, após o fechamento do pregão, podem endossar bem essa linha mais negativa. A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de crédito soberano da Espanha na noite de ontem. Esse rebaixamento é o terceiro feito pela Moody's ao país desde junho de Segundo a agência de risco, a Espanha "continua vulnerável ao estresse do mercado e a eventos de risco."

16 Abolsa parece passar ao largo do burburinho sobre um possível vazamento de informações antes da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ao contrário do mercado de juros. E quanto à reunião de hoje do Copom? O mercado já dá como certo um novo corte de meio ponto percentual na Selic. Portanto, se isso se confirmar, dificilmente trará grandes reflexos positivos na bolsa. No entanto, as ações têm tudo para se valorizarem se o Copom de fato cortar a taxa de juros em um ponto e meio no total, até o fim deste ano. Juros mais baixos significam custos menores no endividamento das companhias, além de um crescimento nas vendas, consequência de uma economia forte. É esperar para ver. Daniele Camba é repórter de Investimentos Cadastros no Tesouro Direto crescem em setembro Por Luciana Monteiro De São Paulo O número de novos cadastros no Tesouro Direto - sistema de compra e venda de títulos públicos pela internet - cresceu 18,45% no mês passado ante o mesmo período de Dados mostram que investidores aderiram ao programa em setembro ante no mesmo mês do ano passado. O balanço das operações no Tesouro Direto revela ainda que as aplicações de até R$ 5 mil continuam sendo as mais procuradas pelos investidores, com 59,33%. Conforme adiantou o Valor na semana passada, vai ficar mais barato e mais fácil investir no Tesouro Direto a partir de Se hoje com R$ 100,00 já é possível aplicar no sistema, será permitido fazer o mesmo com R$ 30,00. Além disso, o valor máximo será alterado de R$ 400 mil para R$ 1 milhão. O volume de vendas realizadas pelo Tesouro Direto em setembro, por sua vez, subiu nada menos do que 81,89% em comparação ao mesmo mês do ano passado. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 53,06% do total e aqueles com prazo acima de 5 anos corresponderam a 46,94% do total. Os papéis com retorno atrelado à inflação foram os que ofereceram as maiores rentabilidades para os investidores em setembro. As Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B) - papel com rentabilidade vinculada à variação do IPCA e que pagam os juros a cada seis meses - com vencimento em maio de 2013 foram os mais rentáveis, com ganho de 2,42% no mês passado. Crise afeta liquidez e dificulta negócios com ações nos EUA Por Tom Lauricella e Gregory Zuckerman The Wall Street Journal Em meio às fortes oscilações das últimas semanas, estão aparecendo rachaduras no mecanismo interno do mercado acionário que, segundo alguns investidores profissionais, estão tornando o mercado traiçoeiro demais para aplicar. Operadores de fundos hedge e administradores de fundos mútuos dizem que está ficando cada vez mais difícil negociar determinada ação sem causar uma grande oscilação no seu preço. Isso levou muitos grandes investidores a se afastar do mercado, para não serem prejudicados pelas dificuldades de se realizar as transações.

17 As grandes oscilações nos índices de ações vêm chamando a atenção. Mas participantes do mercado dizem que as condições são muito piores quando se analisa cada ação, destacando o nervosismo de investidores de todos os matizes. Mesmo entre algumas ações das mais negociadas em Wall Street, como a Apple Inc. ou Netflix Inc., os operadores dizem que está mais difícil do que de costume comprar ou vender. O problema é a falta de liquidez, termo que se refere à facilidade de realizar uma operação a um preço aceitável. Os mercados dependem da existência de muitas ofertas para comprar e vender uma determinada ação, num certo intervalo de preços. Mas como os investidores estão temerosos, muitas dessas ofertas secaram. Isso está causando diferenças mais amplas do que o normal entre os preços que mostram a que nível uma ação pode ser comprada e que nível pode ser vendida - ou seja, a diferença entre o preço "oferecido" e o preço "pedido". Muitos grandes investidores, como fundos hedge e fundos mútuos, que às vezes funcionam como amortecedores para as negociações, pois tendem a operar com grandes blocos de ações, têm ficado à margem do mercado. Alguns fundos hedge, por exemplo, dizem que estão contendo os negócios até saberem quanto dinheiro seus clientes vão retirar no fim de outubro, prazo que alguns clientes têm para informar aos fundos sobre suas intenções de resgatar dinheiro no fim do ano. Já os bancos e outras instituições financeiras de Wall Street têm bem menos apetite para assumir o risco de manter em carteira seja o que for que os clientes estejam comprando ou vendendo. Alguns analistas e investidores dizem que a baixa liquidez e a turbulência do mercado, que viu a Média Industrial Dow Jones subir ou descer 1% ou mais em 15 dos últimos 20 pregões até ontem, vão persistir enquanto as autoridades governamentais continuarem brigando dos dois lados do Atlântico, com os bancos e outros agentes procurando reduzir o risco das operações e a economia global permanecendo numa base instável. De certa forma, já era de se esperar que os investidores abandonassem o mercado em tempos de incerteza. Mas os operadores dizem que o êxodo recente é marcante, e ressaltam o nervosismo dos participantes do mercado e a falta de vontade de muitos de efetuar transações. "A liquidez continuará sendo um grande problema", diz Patrick McMahon, cofundador do fundo hedge MKP Capital. McMahon diz ter notado uma forte queda da liquidez, ou do volume de negócios do mercado, nos últimos meses. E agora que os bancos globais procuram reduzir sua exposição ao risco, é menos provável que entrem no mercado, seja do lado da compra ou da venda, diz McMahon. Ele diz que há menos investidores dispostos a comprar ou vender ações, o que cria, na prática, um vácuo. "É por isso que temos altas ou baixas de 5% em questão de minutos", diz ele. "Quando há vendedores, há poucos compradores, criando um bolsão de ar que pressiona os preços para baixo." E não é apenas no mercado acionário que se nota isso. Operadores dizem que a liquidez também foi sugada dos mercados de crédito, seja de títulos de dívida corporativa ou de títulos lastreados em hipotecas. Os bancos internacionais vêm reduzindo sua exposição aos títulos mais arriscados e estão menos propensos a entrar no mercado de dívida, seja do lado da compra ou da venda, diz McMahon. "Qualquer venda de tamanho razoável está baixando bastante a cotação de um título", diz Jeffrey Kronthal, cofundador do fundo hedge KLS Diversified em Nova York. Ele diz que o spread entre os preços de procura e de oferta de alguns títulos lastreados em hipotecas residenciais e comerciais mais do que dobrou no último mês. "Realmente, não há operadores aplicando recursos. Muitos papéis simplesmente não estão sendo negociados." No mercado acionário, um gerente bem conhecido de um grande fundo hedge disse que recentemente tentou comprar US$ 250 milhões de ações da Tempur-Pedic International Inc., fabricante de colchões com valor de mercado de quase US$ 4 bilhões. O gerente, que não quis dar declarações oficiais, diz que desistiu depois que seu

18 pedido inicial de US$ 20 milhões em ações fez subir demais a cotação do papel. "Você tenta fazer algo em um nível, e se você tira os olhos da tela, aquilo já passa para o próximo nível", diz David Schiff, vice-chefe de operações acionárias na J.P. Morgan Asset Management. "Não há muita consistência em nenhuma cotação", afirma. Previdência reduz o passo Por Silvia Rosa De São Paulo Os fundos de previdência, que vinham, até então, resistindo à turbulência nos mercados, começam a mostrar sinais de desaceleração na captação de recursos, afetada pela saída dos investidores das aplicações em renda variável. Em setembro, o aporte líquido nas carteiras de previdência privada aberta somou R$ 1,94 bilhão, queda de 5,37% em relação ao registrado no mesmo período no ano passado, segundo levantamento da consultoria NetQuant em parceria com a Towers Watson. A queda foi motivada pelos resgates nos portfólios que investem em ações, que acumularam no ano, até setembro, saída líquida de R$ 5,30 bilhões, superior ao total arrecadado no mesmo período de 2010, que foi de R$ 4,84 bilhões. "Em momentos de estresse nos mercados, os investidores acabam saindo das aplicações em renda variável, e não realocam, muitas vezes, seus recursos no mesmo momento", afirma Marcelo Nazareth, sócio-diretor da NetQuant. Para o executivo, no entanto, a queda da captação dos fundos de previdência é mais um movimento pontual, em função do aumento das preocupações com a crise da dívida soberana na Europa. Com o desempenho fraco da bolsa neste ano, que acumula queda de 20.59%, os investimentos em renda fixa continuam em ritmo forte de crescimento, somando em setembro R$ 2,64 bilhões de entrada líquida de recursos, aumento de 53% em relação ao mesmo período do ano passado. No ano, esses fundos acumulam aporte de R$ 22,02 bilhões. No mês passado, as carteiras de renda fixa que aplicam em títulos atrelados ao Índice de preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Notas do Tesouro Nacional - série B, com prazos mais curtos foram beneficiadas pela queda da taxa de juros desses papéis. Em setembro, o índice IMA-B5, que acompanha o desempenho dos papéis com prazo de vencimento de até cinco anos, apresentou alta de 1,66%, superior à variação de 0,94% do CDI no período. O fundo Fram Capital Olsen Renda Fixa foi um dos que aproveitaram esse movimento, apresentando em setembro um ganho de 1,66%. Cerca de 75% da carteira está alocada em NTNs-B com prazo de vencimento até O rendimento desses papéis é composto por uma taxa prefixada mais a variação do IPCA. Em setembro, as taxas desses títulos passaram de 5,40% para 5,12%, o que fez os preços desses papéis recuarem, trazendo um impacto positivo para os fundos compostos por esses ativos quando marcados a mercado. Para o gestor da Fram Capital Luciano Sobral, os prêmios desses papéis, no entanto, já estão menores. "Boa parte do movimento esperado de queda da taxa básica de juros já está refletida nesses títulos." Oferecendo uma taxa real de juros de 4,96%, o maior retorno das NTNs-B com vencimento em 2015, segundo Sobral, deve vir do aumento da inflação. Isso porque os investidores acreditam que com a mudança da política monetária do Banco Central, que sinalizou para um movimento de afrouxamento monetário ao cortar a Selic para 12%, a inflação deve ficar acima do centro da meta, de 4,5% ao ano, pelo menos até Com isso, o gestor vê maior oportunidade nas NTNs-B com prazo mais longo, com vencimento em 2020 e 2040, que ainda não tiveram um forte ajuste das taxas. Em 17 de outubro, esses títulos apresentavam um juro real um pouco acima de 5,60%.

19 Esses papéis, no entanto, não foram bem em setembro. O índice IMA-B5+, que acompanha o desempenho das NTNs-B com prazo superior a cinco anos, apresentou queda de 0,28% no mês passado. O fundo da gestora, Fram Capital Previdência Renda Fixa, já está ajustado a esse cenário, com cerca de 80% da carteira alocada em NTNs-B com vencimento em O portfólio acumulava ganho de 10,21% no ano, o equivalente à variação do CDI no período. "Esse portfólio tende a ter uma performance melhor daqui para frente", diz Sobral. Fundada em 2007, a Fram Capital tem R$ 390 milhões sob gestão, sendo R$ 75 milhões em fundos de previdência. O problema é que os investidores precisam se convencer de que é possível conviver com um juro real mais baixo, mais próximo do praticado no mercado internacional. O BC já deixou claro que o ritmo de queda da taxa de juros está relacionado ao impacto que a crise europeia e o crescimento menor da economia mundial devem ter sobre o comportamento da inflação no Brasil. Para Sobral, a conjuntura vai permitir que isso seja feito pelo BC sem levar a um descontrole da inflação. No último relatório de inflação, divulgado no final de setembro, o BC sinalizou que adotará uma estratégia de cortes moderados da taxa de juros. Para se ajustar às incertezas do cenário e aproveitar as oportunidades de curto prazo, a Santander Asset Management tem realizado uma gestão mais dinâmica dos fundos de previdência. A posição prefixada em taxas de juros garantiu ao fundo Santander Renda Fixa XI Crédito Privado um retorno diferenciado, com ganho de 1,75% em setembro. "Terminamos o mês passado com uma posição prefixada em taxa de juros um pouco menor com a melhora do cenário externo", afirma Eduardo Castro, superintendente executivo da Santander Asset Management. A maior parte dessa carteira está aplicada em NTNs-B com vencimento entre 2014 e "Evitamos as posições em títulos com prazos mais curtos que costumam ter maior volatilidade e menor liquidez", diz Castro. Com a queda da taxa de juros, os gestores também veem boas oportunidades de ganho com os papéis de crédito privado. Para Sobral, da Fram, alguns títulos atrelados a recebíveis imobiliários de empresas de grande porte e com bons ratings de crédito têm oferecido retornos interessantes. A Petrobras, por exemplo, chegou a emitir Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) que pagavam um prêmio de 100 pontos básicos (equivalente a 1%) acima do retorno oferecido pelas NTNs-B de mesmo prazo de vencimento, destaca Sobral. Além disso, o risco desses ativos é mitigado por apresentarem imóveis como lastro. O fundo do Santander também aplica cerca de 20% a 30% do portfólio em papéis de crédito privado, principalmente em Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de grandes bancos. O retorno médio dos fundos de previdência da categoria de renda fixa, no entanto, ficou abaixo do CDI, com ganho de 0,86% frente à variação de 0,94% do referencial. Na renda variável, a busca por proteção para as posições em ações até garantiu um ganho adicional para as carteiras da Mapfre Seguros que podem aplicar até 49% em ações. Os fundos de investimento em cotas da seguradora: Corporate Multimercado Plus, Prevision Multimercado e Prevision Multimercado Plus foram destaque em termos de rentabilidade em setembro, superando o CDI. As carteiras contavam com estruturas de trava de baixa, compostas por opções de venda do Ibovespa, que garantiam um ganho, se exercidas, caso a queda do índice fosse superior a 50 mil pontos e a 60 mil pontos. Em agosto, o Ibovespa bateu a mínima do ano de pontos, e com isso a gestora exerceu as opções, o que

20 proporcionou um retorno positivo para os portfólios. "Ganhamos com as duas posições e mantivemos agora apenas a barreira dos 50 mil pontos", afirma Mariano Cirello, diretor de investimentos da Mapfre Seguros. Segundo o executivo, o que difere as carteiras é o tamanho das posições. As aplicações em ações, por exemplo, são maiores no Corporate Plus do que no Prevision. Mesmo assim, com a alta volatilidade no mercado acionário, a gestora reduziu as alocações em bolsa em todas as carteiras. Elas alcançam hoje no máximo 10% do portfólio. "Estamos mais posicionados em setores defensivos como energia, concessões de rodovias e bancos", diz Cirello. Os fundos também contavam com uma proteção contra a alta do dólar, estruturada também por opções, que garantiria um lucro caso o dólar ultrapasse a cotação de R$ 1,90, R$ 2,00 e R$ 2,50. No dia 22 de setembro, a moeda americana chegou a bater R$ 1,95, maior cotação desde 1º de setembro de 2009, o que levou a gestora a realizar os ganhos. "Mantivemos apenas a trava de alta do dólar a R$ 2,50", destaca Cirello. Dantas comprará ações da Valepar pela metade do preço Por Ana Paula Ragazzi e Cristine Prestes De São Paulo O empresário Daniel Dantas terá direito à compra de um lote de 37,5 milhões de ações ordinárias da Valepar, controladora da Vale, por R$ 771 milhões. A informação foi dada pela Elétron, empresa do grupo Opportunity, em comunicado. Conforme antecipou o Valor na edição de ontem, a Elétron saiu vitoriosa em um processo de arbitragem instaurado para julgar o litígio entre a empresa e suas sócias Bradespar e Litel na Valepar. De acordo com o comunicado, a arbitragem estipulou que a compra dos papéis deve ser feita por R$ 632 milhões, atualizados pela UFIR-RJ a partir de 12 de junho de 2007 até a data do pagamento. Se a compra fosse feita hoje, conforme os cálculos do Valor Data, sairia pelos R$ 771 milhões. A fatia de Dantas na controladora da Vale subirá de 0,03% para 3%. A Valepar não possui ações em bolsa, portanto não existe cotação de mercado para seus papéis. Por equivalência patrimonial, apurou o Valor, essa quantidade de ações da Valepar somaria hoje cerca de R$ 1,5 bilhão. Sem contar os dividendos no período e o prêmio de controle que deve ser embutido em Valepar, Dantas comprará as ações com um desconto de 50%. A holding detém 52,70% do capital ordinário da Vale e 32,37% do capital total. O processo arbitral teve início em 2007 e foi realizado pelo Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA). Uma primeira sentença, em dezembro de 2009, reconheceu o direito de Dantas de exercer a opção de compra das ações da Valepar feita em 1997, durante e logo após o leilão de privatização da Vale. A sentença também estabeleceu que, em um segundo momento, os árbitros definiriam o valor e o montante de ações que seriam transferidos a ele, o que aconteceu agora. A sentença final foi dada em 5 de setembro e complementada em 3 de outubro. Dois acionistas da Valepar ficam obrigados a vender as ações à Elétron e terão, portanto, reduzidas as fatias que possuem na controladora da Vale. Um deles é a Bradespar, que tem 21,21% da holding; o outro, a Litel, que reúne os fundos de pensão Petros, Funcef e Funcesp, liderados pela Previ, com fatia de 49%. Segundo o comunicado, Bradespar e Litel tinham um prazo de 10 dias, que acabou no dia 14, para chegarem a um acordo quanto ao percentual de cada uma no rateio e segregação das ações que deverão vender à Elétron. O prazo venceu sem que ambas tomassem a decisão, informou a Elétron. Agora, a empresa do grupo Opportunity deverá notificar os dois sócios informando de quem exigirá as ações - ou quantos papéis exigirá de cada um - e designar

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