Departamento de Direito Projeto Justiça a Termo
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- Isaque Salgado Cerveira
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1 Departamento de Direito Projeto Justiça a Termo Estrutura e Procedimento no Juizado Especial Cível Federal Prof. Fernando Laércio Alves da Silva
2 Proposta de discussão Fundamentação teórica e antecedentes históricos Instrumentos normativos: Lei nº 9.099/95 e Lei /2001 Princípios basilares dos Juizados Especiais Estrutura dos Juizados Especiais Federais Partes e competência dos Juizados Especiais Federais Procedimento nos Juizados Especiais Federais
3 Fundamentação teórica e antecedentes históricos Base doutrinária: ondas de acesso à Justiça (Cappelletti e Garth) 1ª onda: universalização do acesso à Justiça (gratuidade/defensoria pública etc); 2ª onda: estruturação de mecanismos de tutela efetiva dos direitos difusos e coletivos (ação popular, ação coletiva etc); 3ª onda: estruturação de mecanismos jurisdicionais mais ágeis, com especial foco à Justiça Conciliada
4 Experiências anteriores: Juizados informais de conciliação (São Paulo) e Juízos de Conciliação e Arbitramento (Rio Grande do Sul) Atuação limitada aos estados-membros em que foram criados e restritos às atividades de conciliação e arbitramento, não alcançando as decisões a força da coisa julgada.
5 Juizado Especial de Pequenas Causas (Lei 7.244/84) - Limitação às causas de reduzido valor econômico (20 s.m.); - Incompetência para a execução de sentença; - Incompetência para a execução de Tít. Exec. Extrajudiciais;
6 Instrumentos normativos 1) Embasamento constitucional: art. 98, I da CF/88 A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a execução das causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumaríssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.
7 Considerações: A CF/88 previu originalmente apenas a figura dos JESP Estaduais; Mudança de paradigma: pequenas causas X causas de menor complexidade ; Ampliação dos juizados também para a área criminal; Previsão constitucional dos meios alternativos de solução de litígios; Determinação de uma estrutura formal e recursal própria dos Juizados Especiais
8 2) Lei nº 9.099/95: a lei dos juizados especiais estaduais Considerações: Estabelece os princípios norteadores dos JESP, competência e estrutura nas esferas cível e criminal; Cria o chamado rito sumaríssimo de processamento para as causas cíveis e criminais de menor complexidade, que posteriormente é exportado para os Juizados Especiais Federais; Estabelece a estrutura formal específica dos Juizados Especiais.
9 Princípios basilares dos Juizados Especiais Princípio da oralidade Manifestação: art. 13, 3º; art. 14; art. 30. Princípio da simplicidade Manifestação: inaplicabilidade dos arts. 282, 286, 297, do CPC Princípio da informalidade Manifestação: art. 13, 1º e 2º; art. 19, caput etc. / art. 14, 3º da Lei /2001
10 Princípio da economia processual Princípio específico do JESP? O processo civil deve inspirar-se no ideal de propiciar às partes uma Justiça barata e rápida (THEODORO Jr., Humberto). Na verdade, é princípio geral do processo, mas que, no JESP, se manifesta, aliado aos outros princípios, em toda a sua plenitude. Manifestação: art. 12; arts. 33 e 34; art. 41 etc.
11 Princípio da celeridade Manifestação: concentração dos atos instrutórios em uma única AIJ, caráter dúplice do processo, irrecorribilidade das decisões interlocutórias (salvo no JESF) etc Princípio da busca pela Justiça Conciliada Justiça conciliada? Trata-se do meio pelo qual se prima pela promoção de uma espécie de justiça coexistencial, baseada na conciliação e no critério de equidade social distributiva (DINAMARCO, Cândido Rangel). Manifestação: sessão de conciliação
12 Estrutura dos Juizados 1ª Instância Especiais Federais Juiz Togado: sempre um juiz federal! Conciliador: sempre um bacharel em Direito OBS. Diverso da estrutura do JESP, não existem aqui as figuras do juiz leigo e do árbitro, vez que a União não pode se submeter ao julgamento por um leigo e nem à arbitragem.
13 Em instância recursal Turma Recursal: composta por juízes federais, é competente para o julgamento dos recursos interpostos contra as sentenças proferidas em 1ª Instância; Turma de Uniformização de Interpretação da Lei Federal (art. 14, caput e 1º e 2º) STJ: não é órgão do JESF, mas pode ser acionado nos termos do art. 14, 4º) STF: recurso extraordinário
14 Competência dos Juizados Especiais Federais Competência material: art. 3º da Lei nº /2001 Regra: causas de competência da Justiça Federal com valor não superior a 60 s.m. Prestação continuada? Valor anual não superior a 60 s.m. Litisconsórcio ativo? Divide-se o valor total pelo nº de autores: Súm. 261 TFR (extinto) e Res. 30/2001 do TRF 2ª Região. CAUSAS EXCLUÍDAS DOS JESF: inc. I a IV
15 Competência territorial Será competente o JESF do domicílio do autor!!! IMPORTANTE: competência absoluta ou relativa? 1º caso: há um JESF no domicílio do autor absoluta 2º caso: não há um JESF no domicílio do autor: relativa
16 Das partes em litígio no JESF Quem pode ser autor? Art. 6º, I Pessoas físicas; Microempresas e empresas de pequeno porte (Lei nº 9.317/1996). Quem pode ser réu? Art. 6º, II União; Autarquias e fundações públicas federais; Empresas públicas federais.
17 Procedimento no JESF Considerações prévias: 1º. Todo procedimento judiciário é composto, em julgamento de 1ª Instância, basicamente por 03 fases: composição da lide, instrução e decisão. 2º Nos juizados especiais cíveis (estaduais e federais), ainda na composição da lide, ou entre a composição da lide e a instrução (conforme o caso), acrescenta-se uma outra fase, a da conciliação das partes
18 1ª Fase: Composição da lide Propositura da demanda Instrumento: Petição Inicial X Atermação Art. 14 da Lei nº 9.099/95 Capacidade postulatória: desnecessidade de acompanhamento de advogado Conteúdo da atermação - Descrição sucinta, porém completa! - É possível a formulação de pedido genérico ou de pedido alternativo
19 Citação da parte-ré para a audiência de conciliação Forma - União: arts. 35 a 38 da LC nº 73/96 - Autarquias, fundações e empresas públicas: art. 7º parágrafo único. Conteúdo: citação para participar de Audiência de Conciliação e, querendo, oferecer defesa. Prazo entre a citação e a audiência: mínimo de 30 dias (não há prazo diferenciado para a Fazenda Pública)
20 2ª fase: Audiência de conciliação Abertura: pregão das partes Dá-se abertura à Audiência pela verificação da presença das partes ou seus representantes designados para o ato (art. 10); Ausência do ente público citado? Não se operam os efeitos da revelia, devendo ser entendida a ausência como desinteresse de conciliação, sendo suficiente que apresente sua contestação.
21 Questão interessante... Em atenção ao princípio da celeridade e da economia processual, há casos em que a designação de audiência se faz desnecessária. Exemplo disso se verifica rotineiramente nas Ações de Expurgos Inflacionários, nas quais a CEF, citada, apresenta contestação ou proposta de acordo, conforme o caso, sempre por petição escrita.
22 Condução da audiência de conciliação juiz togado ou conciliador OBS. Firmado o acordo em audiência conduzida por conciliador, será necessária a homologação do juiz. Produção antecipada de provas (arts. 11 e 12) Justificativa: Como o JESF prioriza a solução conciliada do conflito, a exigência da antecipação de certas provas poderá esclarecer as partes quanto à viabilidade do acordo.
23 3ª fase: Instrução Não se logrando êxito na tentativa de conciliação, inicia-se a instrução processual, colhendo o magistrado as provas que as partes tenham a produzir em audiência (testemunhal e depoimento pessoal) e, em seguida, profere sentença. Prova testemunhal? Até 03 testemunhas, que comparecem independente de intimação.
24 Voltemos à prova pericial... Trata-se de ponto de distinção em relação ao JESP, onde não se admite tal modalidade de prova. Quem realiza? Perito judicial (pode ser perito concursado e integrante dos quadros do TRF ou perito ad hoc, sendo o último caso o mais comum) Quem para o perito ad hoc? O próprio TRF e, sendo vencida a União, o valor da perícia é incluído na ordem de pagamento que a ser feita em favor do Tribunal.
25 Prazo para entrega do laudo pericial: até 05 dias antes da Audiência de Conciliação. Apresentação de quesitos e indicação de assistentes? Art. 12, 2º. Perícia judicial X Perícia administrativa nas ações contra o INSS livre convencimento motivado do juiz...
26 4ª fase: Julgamento da lide Encerrada a instrução, o juiz deverá, na própria audiência, proferir sua sentença. IMPORTANTE: Obviamente, se não houve audiência, o juiz produzirá a sentença em seu gabinete... Partes da sentença: - Fundamentação - Dispositivo E o relatório? Desnecessário
27 Publicação da sentença/intimação das partes? Se houve audiência: a sentença é proferida e lida no ato, considerando-se intimadas as partes; Se não houve audiência, as partes são intimadas por ARMP AR X ARMP porque da especificidade? Processo eletrônico? (Art. 8º, 2º) Penso que, mesmo nesses casos, a intimação da sentença deve ser por meio de ARMP. Para que servirá, então a intimação eletrônica? Para outros atos processuais apenas.
28 Dos recursos no JESF Recurso inominado: contra a sentença proferida, poderá a parte sucumbente ofertar recurso no prazo de 10 dias. IMPORTANTE!!! Não se fala em recurso de apelação no JESF; Os recursos obrigatoriamente deverão ser apresentados por advogado e sob a forma escrita Contrarrazões: 10 dias depois de recebido o recurso
29 Recurso contra decisão cautelar Previsão: art. 5º - exceção à regra da irrecorribilidade das decisões interlocutórias; Natureza jurídica: - Bernardo Pimentel e TRF 2ª Região: Agravo - TRF 4ª Região: Recurso sui generis Competência para julgamento: Turma Recursal
30 Embargos declaratórios Objetivo: atacar decisão meritória (sentença ou acórdão) obscura, contraditória, omissa ou confusa. Prazo: 05 dias Competência para julgamento: o próprio julgador Contrarrazões: não há IMPORTANTE: suspende o prazo para o recurso inominado se ofertados contra sentença.
31 Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal Previsão: Art. 14 Processamento: varia conforme o Regimento Interno de cada TRF. OBS. As Turmas de Uniformização existem tanto no nível regional como no nível nacional. Recurso ao STJ: Art. 14, 4º Recurso Extraordinário ao STF
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