Primeiros Socorros. Maria Manuel Coelho Escola Secundária de S. João do Estoril 2006/07
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- Márcio Domingos Lombardi
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1 Primeiros Socorros Prestar imediata e provisoriamente ajuda face a um risco explícito para a saúde e para a vida de uma pessoa até à chegada da ajuda profissional 1
2 Socorrista É o primeiro elo de uma cadeia de sobrevivência que se acciona quando surge uma emergência É um acto de solidariedade Envolve um acto de comunicação 2
3 Omissão de Auxílio Quem, em caso de grave necessidade, nomeadamente provocada por desastre, acidente, calamidade pública ou situação de perigo comum, que ponha em perigo a vida, saúde, integridade física ou liberdade de outrem, deixar de lhe prestar auxílio que se revele necessário ao afastamento do perigo, seja por acção pessoal, seja promovendo o seu socorro, será punido com prisão até 1 ano e multa até 120 dias (Art.º 200.º do D.L. 48/95 de 15 de Março) 3
4 Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) Situações de doença súbita e/ou acidente; Revela-se necessário um conjunto de meios e de acções de socorro para estabelecer a normalidade; Intervenção de diversos elementos específicos (primeiro socorro, estabilização e transporte, hospital). 4
5 SIEM estrela da vida Representa uma sequência de acções que começam com a detecção do acidente/vítima até à sua chegada a uma Unidade de Saúde. Objectivos Estratégicos Chegada rápida e com os meios mais adequados ao local da ocorrência; Estabilização da(s) vítima(s) ou doente(s) no próprio local; Transporte adequado do(s) sinistrado(s) ou doente(s); Tratamento adequado a nível hospitalar, prevendo-se a transferência para unidade hospitalar adequada à situação; 5
6 Fases do SIEM Detecção da ocorrência de emergência médica existência de vítimas de acidente ou doença súbita; Alerta contacta 112 dando conta da ocorrência; Pré-Socorro acções de socorrismo básico, no seio da população, mantidos até à chegada de meios de socorro mais especializados; Socorro acções de socorro complementar executadas por especialistas que visam a recuperação/estabilização da vítima; Transporte do local da ocorrência até unidade de saúde adequada, garantindo a continuidade da prestação de cuidados de saúde (ambulância, helicóptero, ); Tratamento Hospitalar vítima é avaliada e são iniciadas as medidas de diagnóstico e tratamento com vista ao restabelecimento. Pode posteriormente considerar-se a necessidade de novo transporte (transferência) 6
7 SIEM - Intervenientes Público em geral; Operadores do centro de emergência e das centrais de CODU (Centrais de Orientação de Doentes Urgentes); Especialistas de socorro (Cruz Vermelha Portuguesa, Bombeiros, Tripulantes de ambulância, Médicos e Enfermeiros) Especialistas hospitalares. 7
8 SIEM - Recursos Intervenientes Humanos; Meios de transporte Ambulâncias Viaturas de intervenção Helicópteros Materiais de socorro Materiais de reanimação Materiais de imobilização Meios de telecomunicações Rádios Computadores 8
9 Pré-Socorro Princípios Gerais e Procedimentos Leis fundamentais do socorrismo a partir das quais se baseiam e desenvolvem as acções técnicas e práticas do primeiro socorro (Conhecimentos e Procedimentos); Prevenir Alertar Socorrer (PAS) 9
10 Pré-Socorro Princípios Gerais e Procedimentos Prevenir diminuir o número de acidentes ou minimizar as suas consequências Prevenção primária conjunto de acções a realizar com o objectivo de diminuir ou mesmo anular a possibilidade de ocorrência de um acidente; Prevenção secundária - conjunto de acções a realizar após a ocorrência do acidente, com o objectivo de minimizar as suas consequências e/ou impedir que a partir deste se desenvolvam outros acidentes. 10
11 Pré-Socorro Princípios Gerais e Procedimentos Alertar chamar para o local de ocorrência pessoal especializado na estabilização e no transporte de vítimas de acidente ou doença súbita Número nacional de emergência 112 Prestar informações recolhidas no local Localização exacta da ocorrência; Número de vítimas; Estado da(s) vítima(s) e idade aproximada Referência de factores agravantes presentes no local Perigo de incêndio, explosão ou desmoronamento; Vítimas encarceradas, afogamento, acidentes eléctricos. 11
12 Pré-Socorro Princípios Gerais e Procedimentos Socorrer Acção limitada e temporária, visando a eficácia do socorro Destreza, rapidez e qualidade das técnicas a aplicar à vítima Estabelecer prioridades de forma a ordenar e sistematizar as suas acções de acordo com as situações que se apresentam Situações de socorro essenciais (prioritárias) Situações de socorro secundário 12
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16 16
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18 Pré-Socorro Objectivos Prestar imediata e provisoriamente ajuda face a um risco explícito para a saúde e para a vida de uma pessoa até à chegada da ajuda profissional Grupos mais vulneráveis < 5 anos e > 65 anos Quedas; intoxicações; atropelamentos 18
19 Pré-Socorro Princípios Gerais Situações de socorro essenciais (prioritárias) podem comprometer rapidamente a vida da(s) vítima(s) Estabilização e evacuação Alterações cárdio-respiratórias Choque Hemorragias Envenenamentos e Intoxicações 19
20 Pré-Socorro Princípios Gerais Situações de socorro secundário não comprometem directamente a vida da(s) vítima(s), no entanto o socorrista deve estar atento pois podem agravar-se, evoluindo para situações de socorro essenciais Traumatismo vértebro-medular; Fracturas; Queimaduras; Feridas. 20
21 Objectivo: Socorrismo - Prevenir Eliminar todos os factores de risco ambiental e comportamentais que causem os acidentes Instrumentos: Legislação Educação 21
22 Socorrismo - Prevenir Principais zonas de risco Em casa Espaços abertos e públicos Rua Espaços lúdicos e/ou desportivos Praia, piscinas campo Principais acidentes 22
23 Socorrismo - Prevenir Exercício em Grupo Escolher uma zona de risco Identificar acidentes possíveis em grupos alvo diferentes Assinalar medidas de prevenção adequadas 23
24 Pré-Socorro Procedimentos Intervenção sistematizada, planificando a acção Proteger Criar e garantir condições de segurança na sua actuação (salvaguardar a sua integridade física), minimizando os riscos inerentes à situação em que actua; Afastar o perigo da vítima ou, na impossibilidade de o fazer, afastar a vítima do perigo; 24
25 Pré-Socorro Procedimentos Intervenção sistematizada, planificando a acção Ajudar Avaliação da vítima identificando as situações que necessitam de socorro Exame Geral da Vítima Salvar actuar prioritariamente nas situações que possam pôr em perigo a vida da vítima 25
26 1 - Detecção da ocorrência 4 Tratamento Hospitalar 2 - Alerta 4 Transporte 3 Pré- Socorro 4 Socorro prestado especialistas 26
27 Pré-Socorro Procedimentos Primeiro contacto com a vítima com base em 4 atitudes: Informe do que está fazer Ouça e responda às perguntas Aceite as queixas e ansiedade Seja solidário e permaneça próximo 27
28 Exame Geral da Vítima Etapas Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vítima, torna-se fundamental e primário garantir as condições de segurança ou seja, é essencial garantir que pela nossa intervenção não vai resultar perigo para a vitima e/ou para a equipa de socorro. 28
29 Técnica de abordagem à vítima Manter-se próximo da vítima e se possível estabelecer contacto físico (abanar ligeiramente os ombros, dar a mão), prestando apoio psicológico; Utilizar voz clara, concisa e pausada; Identificar-se pessoal e profissionalmente; Comunicar para identificar a vítima; Esperar as respostas; Após identificação da vítima Chamar frequentemente pelo nome; Confortar, diminuir a ansiedade, estabelecendo boas relações de colaboração. 29
30 Exame Geral da Vítima Etapas Identificar o estado da vítima através de um exame geral das suas funções que visa determinar Gravidade das lesões Prioridades de actuação Implementação de medidas de socorro e de evacuação necessária Identificar e corrigir situações que coloquem a vitima em perigo de vida imediato Identificar e corrigir situações que não colocando a vitima em perigo de vida imediato, podem, se não forem prestados cuidados de emergência adequados, provocar um agravamento do estado geral. Avaliar e registar os sinais vitais 30
31 Exame Geral da Vítima Etapas Exame primário iniciado o mais precocemente possível, consiste na avaliação de funções vitais, permitindo identificar situações de risco de vida que implicam uma actuação urgente no local Determinação da actividade ventilatória; Determinação da actividade cárdio-circulatória Determinação do estado de consciência; 31
32 Exame Geral da Vítima Etapas Exame secundário, no qual se tenta identificar e corrigir as situações que não colocam a vitima em perigo imediato de vida mas que se não forem corrigidas podem agravar o estado do doente. 32
33 Exame Geral da Vítima Etapas Exame primário exame das funções vitais, segundo um critério de prioridade que tem em conta: Perigo que a ausência de cada função representa para a vítima; Facilidade e rapidez da sua correcção; Sequência (A, B, C, D, E)» Airway - Permeabilidade da via aérea com estabilização da coluna vertical;» Breathing - Função ventilatória e respiração;» Circulation - Função cárdio-circulatória, hemorragias externa graves, choque;» Disability - Estado de consciência, disfunção neurológica;» Expose - Exposição com prevenção da hipotermia (controle da temperatura) 33
34 Exame Primário Permeabilidade da via aérea vítima consciente Jamais tente colocar os dedos dentro da boca de uma pessoa consciente, pois isto poderá provocar o vómito e agravar o estado da vítima Quando se aspira um corpo estranho pela boca, se a pessoa conseguir, estimule-a a forçar a tosse, uma das melhores formas de expulsão. Se isso não resultar, ajude a vítima a curvar-se até a cabeça ficar a um nível mais baixo que o tórax. A vítima pode estar sentada ou de pé. Dê-lhe entre uma e cinco pancadas secas entre as omoplatas com a palma da mão. Cada palmada deverá ser suficientemente forte para desalojar o corpo estranho. Se a vítima ainda não conseguir respirar, coloque-se de pé ou de joelhos atrás dela. Cerre um dos punhos e encoste-o, com o polegar apontado para dentro, entre o umbigo e a base do esterno. Segure o punho com a outra mão e puxe ambas para si com um rápido movimento dos cotovelos para dentro e para cima. Deste modo, comprime a parte superior do abdómen contra a base dos pulmões, contribuindo para expulsar o resto do ar e forçar a saída do corpo causador da obstrução. Repita até cinco vezes. Cada puxão deve ser suficientemente forte para impulsionar o corpo estranho. (Manobra de Heimlich) 34
35 Exame Primário Permeabilidade da via aérea vítima inconsciente Desapertar a roupa da vítima à volta do pescoço, tórax e abdómen; Garantir que a via aérea está desobstruída para que a respiração se processe normalmente. As vítimas inconscientes podem apresentar uma situação de obstrução da via aérea devido ao relaxamento dos músculos da mandíbula. Nunca realizar a extensão da cabeça nos casos de trauma ou suspeita de trauma (acidente). Extensão da cabeça, colocando a sua mão por cima da testa e com a outra mão faça a elevação do queixo pela ponta. Abertura da boca para verificar Se a boca abre naturalmente; Se existe sangue ou outros fluidos; Se existem dentes partidos; Se existem próteses dentárias ou outros objectos soltos; não tente retirar o objecto às cegas, enfiando o dedo na boca, pois este procedimento muitas vezes acaba por introduzir ainda mais o corpo estranho na via aérea da pessoa; se conseguir visualizar o corpo estranho, retire-o utilizando os dedos polegar e indicador, num movimento de pinça; 35
36 Exame Primário Função ventiladora e respiração Mantendo a posição atrás descrita tente VER, OUVIR e SENTIR a respiração da vítima: Coloque o seu ouvido junto à boca e nariz da vítima, com os olhos virados para o peito dela VER se existe movimento respiratório, se o peito/ tórax apresenta movimentos; OUVIR a respiração junto da boca (sons ventilatórios); SENTIR a respiração através do calor que ela produz na sua face Quando a vítima começar a respirar por si, ponha-a na posição lateral de segurança Excepto nos casos de suspeita de fractura da coluna vertebral ou do pescoço, vire o corpo da vítima inconsciente, mas ainda a respirar, para a posição lateral de segurança, o que impedirá que sangue, saliva ou a língua obstruam as vias respiratórias 36
37 Exame Primário Posição lateral de segurança Excepto nos casos de suspeita de fractura da coluna vertebral ou do pescoço, vire o corpo da vítima inconsciente, mas ainda a respirar, para a posição lateral de segurança, o que impedirá que sangue, saliva ou a língua obstruam as vias respiratórias Estenda ao longo do corpo da vítima o braço que ficar mais perto de si. cruze o outro braço sobre o peito. Cruze a perna mais afastada sobre a que está mais próxima Ampare a cabeça da vítima com uma das mãos e com a outra agarre-a pela anca mais afastada Vire a vítima de bruços, puxando-a rapidamente para si e amparando-a com os joelhos Puxe a testa da vítima para trás, de modo a que a garganta fique direita. Assim, as vias respiratórias manter-se-ão desimpedidas, o que permite que a vítima respire livremente Dobre o braço que fica mais próximo de si para lhe sustentar o tronco. Dobre a perna mais próxima para servir de apoio ao abdómen. Retire o outro braço de debaixo do corpo Se a vítima for pesada Agarre-a pela roupa à altura das ancas com ambas as mãos e vire-lhe o corpo contra os seus joelhos. Se possível peça ajuda a uma segunda pessoa para que ampare a cabeça da vítima enquanto faz rolar o corpo 37
38 Exame Primário Função cárdio-circulatória, hemorragias externa graves, choque Verificar a existência de pulso central e sinais evidentes da existência de circulação durante 10 segundos antes de concluir pela ausência de pulso. Ausência de cianose Boa coloração e temperatura das extremidades A pulsação de mais fácil acesso no adulto é o pulso carotídeo. Para o localizarmos devemos : Indicar a Maçã de Adão (anel cricóide); Utlizar os dedos médio e indicador; Deslizar os dedos para o lado externo do pescoço até o sulco do esternocleidomastoideu; Palpar a carótide do lado mais próximo de si A pulsação é encontrada no pulso da seguinte forma: vire para cima a parte de baixo do pulso por forma a que o polegar aponte para fora do corpo. A artéria encontra-se perto da base do polegar, aproximadamente 2 a 3 cm acima do pulso e cerca de 1 a 1-1/2 cm do exterior do braço. Conte o número de batimentos durante 15 segundos e calcule o número de batimentos por minuto multiplicando por quatro. O ritmo cardíaco, em repouso, encontra-se normalmente entre os 60 e os 80 batimentos por minuto. 38
39 Exame Primário Estado de consciência, disfunção neurológica Estado de consciência pode classificar-se das seguintes formas: Alerta; Responde a estímulos verbais; Responde a estimulação dolorosa; Sem resposta. Estado de reactividade das pupilas, resposta pupilar à luz como indicador da existência ou não de sofrimento cerebral. Incidir uma luz directamente sobre cada uma das pupilas; Verificar se a reacção é idêntica em ambas. Se não existir contracção pupilar ou se esta for diferente de pupila para pupila, poderá indicar sofrimento do Sistema Nervoso Central. 39
40 Exame Primário Exposição com prevenção da hipotermia (controle da temperatura) Exposição Este ponto aborda a exposição da vítima, mas a sua completa exposição deverá, sempre que possível, ser deixada para os tripulantes de ambulância, contudo podese e deve-se desapertar colarinhos, cintos ou outras peças de vestuário que restrinjam os movimentos da vitima ou que lhe dificultem a respiração, não esquecendo contudo que estamos a tratar uma pessoa. Protecção contra frio, sol, chuva Aquecer uma vitima é um procedimento que impede o agravamento de seu estado. É verdade, mas aquecer uma vítima não é elevar a sua temperatura, mas sim protegê-la para que ela não perca o calor do seu próprio corpo. Proteja-a do Sol, da chuva ou do frio, utilizando qualquer peça de vestuário disponível. 40
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