UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE E A ESCOLHA VOCACIONAL: UMA ABORDAGEM PSICANALÍTICA DANIELI FERREIRA BRAZ DE SOUSA ORIENTADOR: CARLOS ROBERTO CEREJA RIO DE JANEIRO JULHO 2002

2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE E A ESCOLHA VOCACIONAL: UMA ABORDAGEM PSICANALÍTICA DANIELI FERREIRA BRAZ DE SOUSA Trabalho monográfico apresentado como requisito parcial para obtenção do Grau de Especialista em Psicopedagogia RIO DE JANEIRO JULHO 2002

3 Agradeço a todos que direta e indiretamente contribuíram para a execução desta pesquisa.

4 Dedico este trabalho de pesquisa ao meu Filho, Alexandro, e à minha mãe, Fátima, sem os quais seria impossível a realização desta pesquisa.

5 o viver criativo e a alegria de viver são as verdadeiras marcas da saúde mental Winnicott ( 1991)

6 SUMÁRIO Página RESUMO 7 INTRODUÇÃO 8 UMA BREVE INTRODUÇÃO ÀS INSTÂNCIAS PSÍQUICAS SEGUNDO SIGMUND FREUD: O PONTO DE VISTA TOPOGRÁFICO 9 RECORDAR, REPETIR E ELABORAR 11 O DESLIZAMENTO DO DESEJO EM LACAN E A ESCOLHA DA PROFISSÃO 13 O DESENVOLVIMENTO LIBIDINAL 14 O PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO E A ESCOLHA DA PROFISSÃO 17 O IDEAL DE EGO E O EGO IDEAL 20 O CONCEITO DE REPARAÇÃO 22 SUBLIMAÇÃO 24 CONCLUSÃO 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31 ANEXOS 33

7 RESUMO A escolha vocacional de um indivíduo não se trata de uma escolha ao acaso ou uma escolha em um tempo circunscrito ao momento da tomada da decisão. Muito além disto, se trata de um processo que tem início no nascimento e faz parte do processo de desenvolvimento da subjetividade deste mesmo indivíduo. O estudo do desenvolvimento da subjetividade sob a ótica psicanalítica, assim como os processos nela envolvidos, são capazes de mostrar claramente a escolha vocacional como sendo um dos resultados finais da mesma,

8 A escolha vocacional, ou seja, a escolha da profissão não se trata de um processo isolado da estrutura da personalidade de um indivíduo. Ao contrário, a escolha vocacional é um processo, que tem início nas mais remotas fases do desenvolvimento do indivíduo. À medida que o indivíduo vai construindo a sua subjetividade, vai construindo também a escolha da sua profissão. O indivíduo, dinâmico, faz diferentes escolhas e estas escolhas pressupõem outras escolhas, a cada escolha corresponde uma modificação e em cada modificação há uma nova estrutura de atuação para com o mundo. Daí a complexidade dessa escolha. O presente trabalho tem como objetivo correlacionar os fatores psicodinâmicos da personalidade com a escolha vocacional, assim como os processos nesta envolvidos. Tendo em vista os aspectos psicodinâmicos desta escolha, assim como todos os mecanismos nela envolvidos serão abordados conceitos de desenvolvimento libidinal, identificação, narcisismo, lutos da adolescência, sublimação, reparação, criatividade, Ideal de Ego, deslizamento do desejo. O objeto desta pesquisa é então o homem, com a sua liberdade de escolha; liberdade esta, assujeitada pelo seu próprio passado, aprisionada nas suas vivências. É esta mesma liberdade que permite ao homem a escolha da sua profissão. De acordo com a pesquisa, será através de uma escolha egossintônica que o indivíduo alcançará a sua realização pessoal. Tal escolha consiste na sintonia do indivíduo consigo mesmo e com a sua realidade externa. A escolha da vocação de um indivíduo põe em foco muito de sua dinâmica do desenvolvimento e muitas forças inconscientes que influenciam sua vida. A eleição vocacional constitui um domínio da conduta na qual a sociedade permite à pessoa combinar satisfatoriamente o princípio do prazer e o da realidade. O ato de trabalhar é um dos fatores fundamentais na constituição da saúde humana. Porém o simples ato de trabalhar não garante a realização pessoal. O que aproxima o homem desta realização é o prazer proporcionado por

9 este trabalho. Esta realização só pode ser obtida mediante a interação de seus fatores internos, expectativas e necessidades. A escolha da profissão é um processo que acompanha o desenvolvimento do indivíduo, não podendo ser reduzido ao momento da tomada de decisão. Paralelamente, a escolha envolve outro processo psíquico: o luto, que corresponde às perdas proporcionadas pela escolha de uma profissão em detrimento a outras. Muitas vezes este acompanham os lutos inerentes ao processo de desenvolvimento, os característicos da adolescência. Portanto, a escolha vocacional é produto de vários fatores, sendo a dinâmica da personalidade o fator de maior relevância, pois diz respeito à totalidade histórica do indivíduo e suas relações com o meio. Uma breve introdução às estâncias psíquicas segundo Sigmund Freud: o ponto de vista topográfico. Este ponto de vista ou modelo metapsicológico supõe o aparelho psíquico como uma organização dividida em sistemas ou instâncias. Literalmente, tópico, vem do grego topos, que significa lugar, portanto o modelo tópico é um modelo de lugares. Estes lugares, ou sistemas estão dispostos numa determinada ordem, formando um conjunto que funciona como tal. Esta noção de aparelho psíquico como um conjunto articulado de lugares virtuais aparece desde A Interpretação dos Sonhos, em 1900, onde descreve o aparelho psíquico como um aparelho ótico, capaz de condensar, distribuir, focalizar ou dispersar o feixe luminoso. A Primeira Tópica divide o aparelho psíquico em três sistemas: o Inconsciente, o Pré-consciente e o Consciente. O consciente estaria localizado na periferia do aparelho psíquico. Freud outorga a este sistema a função de recepcionar as informações provenientes do exterior e do interior, mas sem conservar nenhum traço, nenhuma marca duradoura destas informações. As informações que chegam a consciência realizarão uma espécie de registro qualitativo sensível ao prazer e ao desprazer.

10 O sistema Consciente funciona em conjunção com o sistema Inconsciente, porém se opõe a ele, desde que o sistema inconsciente é o lugar de registro e conservação das excitações. O sistema Consciente cuida dos processos do pensamento, do juízo, assim como da parte consciente da evocação. O sistema Pré-Consciente é um sistema, dentro do aparelho psíquico claramente diverso. Designa um sistema, dentro do aparelho psíquico, claramente diverso do sistema Inconstante, mas que, do modo funcional, está articulado ao sistema Constante. Do ponto de vista tópico, o Pré-Consciente está separado do Inconsciente pela Censura, responsável pela interdição, à maneira de crivo, sofrido pelos conteúdos e processos inconscientes em sua intenção de entrar no campo da consciência. Mas será importante destacar que sua localização, próxima do campo Consciente, faz Parte do Pré-Consciente um Pequeno arquivo, sem que por isso se assemelhe ao Inconsciente. A característica do Pré-Consciente é que seus conteúdos podem ser recuperados por um ato de vontade, o que não ocorre com o Inconsciente. Um conteúdo mental qualquer pode ser consciente ou inconsciente. Mas bastará um ato da vontade para faze-lo entrar ou não na Consciência. O Inconsciente é uma parte mais arcaica do aparelho psíquico, onde se guardam as representações ideativas, também chamadas de traços mnêmicos. Além destas representações ideativas, o Inconsciente é constituído por energia proveniente das pulsões e ambas funcionam em conjunto. A censura é uma importante região fronteiriça que une e separa o sistema Pré-consciente/Consciente do Inconsciente. Esta ação fronteiriça é permanente e sua origem confunde-se com a da repressão e do recalque. A Segunda Tópica foi concebida após o artigo freudiano Além do Princípio do Prazer, em É importante ressaltar que a Segunda Tópica não anula a Primeira Tópica, funcionando como uma espécie de complementação da mesma.

11 Nesta Segunda Tópica, Freud, divide o aparelho psíquico em ID, Ego e Superego. O ID é o pólo psicobiofisiológico da personalidade, constituído fundamentalmente por pulsões. Os conteúdos do Id são em sua maior parte hereditários e o restante é adquirido. Pode-se acrescentar que o Id é o reservatório e a fonte da energia psíquica (pulsão) e que as outras duas estâncias psíquicas são originárias dele. Do ponto de vista funcional o Id se assemelha ao inconsciente, onde reina o princípio do prazer e, portanto, o processo primário. O Ego é a instância central da personalidade, e constitui o pólo psicológico por excelência. Também pode ser considerado como pólo defensivo da personalidade, cuja representação máxima é a ação repressiva que se manifesta clinicamente como resistência. Esta resistência se apresenta como uma ação defensiva do Ego contra a emergência de conteúdos inconscientes que ameaçam a estabilidade psíquica. O Superego, segundo Freud, seria o herdeiro do Complexo de Édipo, o que vem significar que é subseqüente a esse período, e que está constituído pelo precipitado das identificações com as exigências e proibições dos pais. Porém o Superego não é a interiorização dos pais, e sim está construído por aspectos paternos e pode-se acrescentar que ele está identificado com o Superego dos pais. Por tal motivo encontram-se no Superego os valores ditados pela cultura em que viveu o sujeito. Além dos valores culturais, encontrase o que se pode chamar de ideologia ou de ideologias de cada indivíduo. O superego outorga uma espécie de cosmovisão, uma ótica mediante a qual se observa o mundo e os objetos. Recordar, repetir e elaborar. A escolha vocacional está submetida ao processo que Freud chamou de Recordar, Repetir e Elaborar. Em seu texto do mesmo título, Freud relata que, após os primórdios da psicanálise, onde a técnica girava em torno da catarse e da ab-reação, induzida por hipnose, o paciente era levado a lembrar de episódios traumáticos,

12 possíveis causadores dos sintomas. Com o decorrer do tempo, observou-se que os sintomas tendiam a retornar. Com base em seus estudos e nesta observação, Sigmund Freud formula a Regra Fundamental da Psicanálise: a livre associação. A livre associação consiste no fato do paciente dever falar o que lhe viesse a mente e tais colocações, acrescidas dos conteúdos oníricos, ou seja, os conteúdos provenientes dos sonhos, constituíam o material de trabalho do Psicanalista. Caberia ainda ao psicanalista fazer com que o paciente superasse as suas resistências e pudesse continuar trazendo o material analisável. O objetivo dessas técnicas é fazer com que o paciente preencha as lacunas da sua memória, ou seja, supere as resistências devidas à repressão. Antes da progressão do assunto em questão, deve-se elucidar o que é a repressão e o recalque. A repressão é a operação psíquica que ocorre no espaço consciente, mas cujo destino é alojar a representação no espaço préconsciente. Ou seja, funciona como uma espécie de barreira entre o conteúdo pré-consciente e o consciente. O indivíduo ao invés de entrar em contato com tais lembranças utilizase dos mecanismos de defesa, e das chamadas lembranças encobridoras para interceptar o conteúdo reprimido e/ou recalcado. O caráter do indivíduo, sua forma de reagir ao meio, enfim, seus traços de personalidade estariam ligados a estas lacunas e às formas de impedir que estas cheguem a consciência. Como o paciente evita de todas as formas que estão ao seu alcance que tais lembranças cheguem, elas precisam de alguma maneira sair, pois como sabemos o material recalcado busca sempre sair; o indivíduo deixa de recordar tais lembranças para repeti-lo através de comportamentos e da sua atuação no mundo. Através da repetição o indivíduo entra em contato com seus conteúdos internos, conflitos e assim sendo, com as lacunas da sua memória, com seu material inconsciente recalcado e com seu material pré-consciente reprimido.

13 A repetição destes através da escolha da profissão, do ingresso nela e da manutenção da mesma pode ser considerado uma forma de alcançar a saúde, o bem estar psíquico. Ainda no mesmo texto, Freud afirma que o sintoma faz parte da estrutura da personalidade do indivíduo. Se há convicção que o sintoma é uma forma de entrar em contato com os conteúdos internos do indivíduo, e se afirmamos que a escolha profissional seria uma das formas saudáveis de entrar, da mesma forma, em contato com tais conteúdos, pode-se também afirmar que a escolha da profissão também faz parte da personalidade do indivíduo. Porém a escolha por si só é apenas o início do processo, pois o desejo, não é plenamente atingível, da mesma forma que não se pode ter acesso completo a todo material recalcado. O deslizamento do desejo em Lacan e a escolha da profissão Entra aqui então o conceito de deslizamento do desejo. Segundo Lacan, o desejo sempre permanece insatisfeito. A explicação para tal afirmação reside no fato do real desejo ser sempre o desejo incestuoso, impossível de ser realizado. Para que haja alguma satisfação, o indivíduo, através do deslocamento, escolhe objetos substitutivos, que simbolizem de alguma forma seu desejo real. Assim, a família desempenha seu papel na escolha da vocação desde períodos muito precoces, onde o Pai deve fazer-se presente e afirmar a Lei do Pai. Esta metáfora diz respeito à castração, onde proíbe o filho de manter relações incestuosas com a mãe. Caso isto não ocorra, ou ocorra de forma deficiente, o filho (a) continuará a desejar o objeto primário, o progenitor do sexo oposto, e encontrará dificuldades para desejar os objetos substitutivos, especificamente a profissão. De acordo com o conceito acima, para que a escolha vocacional se consolide e o indivíduo possa continuar a entrar em contato com seu material reprimido e recalcado, de forma a se afastar dos sintomas patológicos, outros fatores devem ser levados em consideração entre eles o conceito de sublimação, reparação e criatividade.

14 O desenvolvimento libidinal Antes, porém, há de se considerar de que forma o indivíduo atravessa seu processo de desenvolvimento da subjetividade, quais seus pontos críticos e quais os fatores que neles influenciam. Segundo Freud, toda criança passa por uma série de estágios dinamicamente diferenciados, durante cerca dos seus primeiros anos de vida, seguida de cinco ou seis anos da chamada fase de latência onde essa dinâmica se estabiliza. Com o advento da adolescência esta dinâmica se irrompe novamente e estabilizar-se-á para a entrada na vida adulta. Desta forma, os primeiros cinco anos de vida seriam decisivos na formação da personalidade. O desenvolvimento libidinal percorre fases distintas que se inicia com a fase oral, anal, fálica, de latência e culmina com a fase genital. A nomenclatura se dá devido à área de concentração da libido. Com fins introdutórios explicaremos brevemente o que se entende por libido. Libido é a energia sexual circulante substrato das formações da pulsão sexual quanto ao objeto (desenvolvimento dos investimentos) quanto à meta (exemplo: sublimação) e quanto à forma da excitação sexual (diversidade das zonas erógenas). A libido assim seria a energia afetiva original que sofrerá progressivas organizações durante o desenvolvimento. Cada nova organização da libido é apoiada por uma zona erógena corporal. Pode-se ainda acrescentar que a libido é a energia voltada para a obtenção de prazer. A primeira fase deste desenvolvimento libidinal corresponde à fase oral. Na fase oral, como o nome já diz, a libido se concentra na zona oral, ou seja, na boca e zonas imediatamente circunjacentes (nas mucosas orais e nasais.). A amamentação supre não somente as necessidades da fome, mas também, atende à redução das tensões libidinais. Ou seja, é muitas vezes, um prazer auto-erótico. Freud associa o início deste período a uma fase de narcisismo primário, onde não há necessariamente uma relação com o meio. A primeira

15 forma de conhecer o mundo então se dá através da incorporação. O mecanismo mais atuante nesta fase é então a identificação. A título de analogia pode-se dizer que o mundo é uma realidade a ser engolida. A primeira etapa deste estágio é chamada de oral passivo. Onde se pode dizer que a posição da criança em relação ao mundo é puramente incorporativa. Nesta idade, aos poucos, a criança começa a conhecer a mãe, sorri para ela sente a sua falta e acalma-se com a sua fala. Neste momento surgem os primeiros sinais de dentição e inicia-se junto com ela a chamada etapa oral sádica, sua relação com o mundo ganha uma nova faceta: morder. Morderá então tudo o que estiver ao seu alcance: seio, chupeta, brinquedos. A fase oral registra as primeiras impressões na formação dos caracteres da personalidade do indivíduo como, por exemplo, os caracteres egoístas, a afeição exclusiva a um ser eleito. Outras características deixadas por esta fase são: uma grande dependência na vida adulta, além de alguns traços psicóticos; comportamentos de agressividade, ódio, rivalidade e sadismo; anorexia e bulimia como substituto da atividade sexual. Uma importante característica que desta fase é a predominância dos processos primários, ou seja, a satisfação imediata do desejo sem a atuação do princípio da realidade. Todas estas características deixadas na personalidade querem seja de forma normal, neurótica e até mesmo psicótica influem, de modo direto na escolha da profissão. A fase que se segue a anterior é a chamada Fase ou Estágio Anal. Como o nome já indica, nesta etapa a libido se encontra mais concentrada na zona anal. Por volta do segundo e terceiro ano de vida, a criança adquire controle muscular o que a torna capaz de andar e falar, concomitantemente se encontra no topo da maturação esfincteriana. Dar ou não suas fezes para seus pais, significa obediência e afeição ou oposição e ódio. Nesta fase a fantasia básica estará ligada aos primeiros produtos, notadamente o valor simbólico das fezes. Duas modalidades de relação serão estabelecidas: a projeção e o controle.

16 Em caráter e erotismo anal Freud descreve características dos indivíduos com fixações nesta fase. Seriam desta forma indivíduos ordeiros, parcimoniosos e obstinados. Como ordeiro entende-se a pessoa com esmero individual e escrúpulo no cumprimento de pequenas tarefas, chegando a ser de forma exagerada. O contrário seria o indivíduo descuidado e desordenado. A parcimônia pode aparecer como em sua forma exagerada como avareza e a obstinação pode se apresentar como traços de rebeldia, traços estes que podem se associar a traços de cólera e ímpetos vingativos. Françoise Dolto acrescenta que em tipos extremos na mulher pode-se encontrar a prostituta, a mulher-criança, a marimacho e a mãe patologicamente impecável; nos tipos extremos no homem são possíveis encontrar os cafetões e os pederastas e os compulsivos em geral. Da mesma forma que na fase anterior, estes traços interferem na escolha da profissão. Desde a fase oral a criança assiste ao desabrochar das zonas erógenas fálicas, porém só lhes dá a atenção libidinal em um terceiro momento, após as fases citadas anteriormente. A criança entra então na fase genital, onde a erotização passa a ser dirigida para os genitais, o interesse infantil estará intimamente ligado a estes. O pipi é então a grande preocupação destes pequenos. Comparam e formulam hipóteses sempre ligadas ao fato de que se têm pipi são homens e se não têm, são mulheres. Vala a pena sublinhar que estas diferenças classificatórias em homens e mulheres são com base nas observações sobre a existência ou não do pênis. Assim, a existência da vagina passará despercebida ainda por algum tempo. Nesta fase há o ponto mais alto da primeira fase complexo de Édipo, tanto nas meninas quanto nos meninos. Outro sentimento comum nesta fase é o medo da castração nos meninos e a inveja do pênis nas meninas. Para aliviarem a angústia provocada por estes sentimentos, as crianças costumam identificar-se com seu progenitor do sexo oposto. Tal identificação é indispensável para a elaboração do complexo de Édipo. O somatório das experiências e traços deixados destas fases anteriores é de extrema importância para a escolha vocacional, pois é a partir dele que a criança imerge no período de latência e faz a sua escolha pelo saber.

17 Definirá ainda que de uma forma imprecisa e passível de modificações, os seus interesses intelectuais. As fases pré-genitais culminam com o período ou fase de latência. O passaporte para a entrada nesta fase é a repressão do complexo de Édipo. Como já citado no início deste trabalho, há uma espécie de adormecimento das pulsões sexuais, porém, não se trata de um período de calmaria total, mas que as energias são mais facilmente sublimadas. É uma fase relativamente tranqüila para os pais, as crianças se dedicam mais aos seus estudos e às brincadeiras de grupo. Esta fase se estende até a chegada da adolescência, onde há novamente uma grande mobilização das energias sexuais, desta vez não tão bem sublimada. Aqui ocorre a chamada sede de saber, oriunda da sublimação, tópico que será mais abordado a posteriori. Esta sede de saber pode ser responsável pelo desabrochar dos interesses nas diversas áreas do conhecimento. Como veremos adiante, o interesse é um dos componentes coadjuvantes na escolha da profissão. Na adolescência há a entrada na fase genital. Nesta fase pressupõe-se que o indivíduo já tenha passado pelas adaptações biológicas e psicológicas, que já tenha aprendido a amar e a competir e que, sobretudo, tenha definido seu papel sexual. Agora então é a hora das realizações. O indivíduo poderá então amar no sentido genital mais amplo. Pode-se dizer que aqui é o marco da entrada na vida adulta e coincide com a realização da escolha profissional. O processo de identificação e a escolha da profissão O processo de identificação tem início deste processo tem origem muito cedo no desenvolvimento humano. Pode-se afirmar que o início se dá com a noção de objeto, ainda com meses de idade. O nascimento da criança e suas primeiras semanas de vida são um período simbiótico, onde bebê sente a mãe como sendo parte dele, como se ambos fizessem parte de um só conjunto. Nesta etapa ainda não há noção de objeto, é somente no final desta fase (ou estádio), que Lacan denominou estádio do espelho, que se inicia a noção de objeto.

18 O estádio do espelho se divide em três momentos onde, no primeiro momento o corpo é fragmentado, representado somente em sua composição egóica. Caso colocássemos uma criança, desta fase, em frente ao espelho, esta não perceberia que se trata de uma imagem e muito menos que a imagem é a sua. No segundo momento ainda há total indiferenciação entre a criança e o mundo externo, não há limites nem separação entre ambos. Da mesma forma não há consciência do corpo, não há Ego, sendo o Ego corporal a representação somática. Se colocássemos a criança na frente do espelho ela seria capaz de perceber que não se trata de um ser real, mas não perceberia que se trata da sua própria imagem. No terceiro momento a criança adquire a noção corporal, tendo a certeza que a imagem refletida no espelho é uma imagem e que esta lhe pertence. Ao reconhecer-se através desta imagem, a criança ultrapassa a dispersão do corpo fragmentado, passando a possuir uma totalidade unificada que é a representação do próprio corpo. A aquisição desta imagem corporal é o início da estruturação do sujeito, pois é através dela que realiza sua identificação primária, tão necessária para o início do processo de construção da subjetividade. A identificação é o processo psicológico pelo qual o sujeito se constitui, pode se afirmar ainda que o sujeito humano só pode ser psicologicamente constituído por outro ser humano. De uma forma mais simples pode-se dizer que o ser humano nasce com todas as possibilidades filogenéticas de sê-lo. Tendo esta herança genética em comum, o que faz com que cada ser humano seja singular? Esta singularidade só dar-se-á, a partir do momento em que o corpo biológico, comum a todos, entra em contato com um outro ser humano. Somente outro ser humano pode humanizar. Conclui-se então que as formas biológicas herdadas durante séculos são praticamente as mesmas, o que determina a individualidade e até mesmo a evolução da espécie humana são as identificações. Em Psicanálise, a identificação se divide em dois tipos: a identificação primária e a identificação secundária. A identificação primária se dá nos primórdios da constituição psíquica, é uma espécie de incorporação do mundo objetal exterior, segundo Freud ela é anterior a toda carga objetal. A identificação primária é contemporânea ao final do

19 Estádio do Espelho e aos primórdios da fase oral. No início desta fase de identificação primária não há diferenciação entre o mundo externo e o interno, tudo faz parte de uma realidade interna, sendo o indivíduo e o meio, parte de um todo. O único diferencial entre o Ego e o objeto é a sensação de prazer ou desprazer. Como se sabe o ser humano ao nascer é totalmente dependente de outro ser humano. Seguindo esta linha de raciocínio, o ser humano já nasce dependendo de outro, psicologicamente ele é outro desde o início, ou seja, por forças das circunstâncias ele é passivo, e como passivo sofre as ações que os outros determinam. É essa dependência que representa o âmago desta fase de identificação primária. É a partir das sensações de prazer ou de desprazer que o Ego inicia seu processo de estruturação. Outro conceito contemporâneo a esta etapa da formação do aparelho psíquico é o Narcisismo Primário. O Narcisismo Primário é caracterizado por ser um momento devido à inexistência do objeto, a criança busca em si mesma, de forma auto-erótica a satisfação da libido, ou seja, o investimento libidinal é direcionado para ela mesma. É um período de onipotência narcísica. A importância deste conceito para a escolha da profissão reside na afirmação psicanalítica, acerca da posição dos pais na constituição do narcisismo primário, onde amor dos pais pelo filho equivale a seu narcisismo recém renascido, onde se produz uma revivência, uma reprodução do narcisismo dos pais que atribuem ao filho todas as perfeições e projetam nele todos os sonhos a que eles mesmos tiveram que renunciar. Assim, os pais esperam que o filho, recém nascido, realize todos os seus sonhos os quais tiveram que renunciar, todos os planos os quais não colocaram em prática, garantindo assim a imortalidade do seu eu. Este confronto entre o narcisismo dos pais e o narcisismo nascente dos filhos deixa profundas marcas que irão refletir diretamente na escolha da profissão. A entrada no narcisismo secundário se dá quando a criança se vê confrontada com um ideal com o qual tem que se comparar, ideal este que se formou fora dela e que lhe é imposto do mundo exterior. É também neste

20 momento que a criança, submetida progressivamente às exigências do mundo externo, percebe através da linguagem da mãe, que ele não é tudo para ela, pois esta se dirige para outras pessoas também. Este é o marco da entrada no narcisismo secundário, onde o principal objetivo é fazer-se amar pelo outro, agradá-lo para conquistar seu amor. Para que se faça amar pelos outros, a criança constrói uma espécie de modelo pessoal, que segundo o que ela introjetou no período anterior, poderá agradar e consecutivamente resgatar todo o amor dos seus pais. A este modelo pessoal chamamos de Ideal de Ego. O ideal de ego e o ego ideal. Na obra de Freud, o termo ideal de Ego aparece na segunda tópica, como sendo a instância da personalidade resultante da convergência do narcisismo (idealização do Ego) e das identificações com os pais, com seus substitutos e com os ideais coletivos. A relação do ideal do Ego com a escolha vocacional residem, como já citado, nas duas origens do ideal do Ego: o narcisismo e a identificação com os pais. Com o objetivo de resgatar a onipotência narcísica, perdida com a noção de objeto, o seu investimento narcísico é projetado sobre o objeto. Este objeto é representado, em um primeiro momento, pela mãe, que se torna o primeiro ideal de Ego do filho. Com o decorrer do tempo a criança é levada a projetar seu ideal de Ego em modelos sucessivos cada vez mais evoluídos. O ideal de Ego aparece como um projeto de identificação da criança ao adulto, aos pais, e em particular com o progenitor do mesmo sexo, que no momento do Complexo de Édipo, torna-se seu modelo de identificação. Assim criança se identifica com os pais idealizados. Na adolescência, esta problemática do ideal do Ego adquire novamente grandes proporções, é nesta fase que os adolescentes são confrontados novamente como ideal de Ego, em busca de uma imagem satisfatória de si mesmos, que seja capaz de trazer uma tranqüilidade narcísica. Os adolescentes costumam colocar em questão as gratificações e os recursos

21 narcisistas da infância, em particular todos aqueles que provém dos pais e os das imagens paternas. É em meio a todo este questionamento, que visa a restauração narcísica e a necessidade de reencontrar identificações positivas é que o adolescente deve fazer a sua escolha vocacional. Os sentimentos de culpa e a maneira com que o indivíduo lida com eles, têm suas origens em estágios bem precoces do desenvolvimento, desde o nascimento, mas sem ir tão longe, esta culpa relaciona-se com fatores mais contemporâneos, como por exemplo, a rivalidade com os pais. A rebeldia, a rivalidade para com outras pessoas e a hostilidade, é outras fontes de culpa para o jovem que escolhe a profissão. Pode-se ainda observar que o adolescente que escolhe e que aceita crescer acaba de certo modo desestruturando o grupo familiar, pois quando toma tais atitudes, toma o primeiro passo no sentido da separação dos pais, do grupo familiar. Tal separação supõe uma grande reestruturação, não só dele, mas como de todo o grupo familiar, gerando uma grande culpa no adolescente. Se por um lado desestrutura, por outro o adolescente acaba se tornando o depositário do papel reparatório, o que para ele pode tornar-se um fardo pesado. Toda a família depende da escolha, uma vez que inconscientemente transfere para ele o encargo da reparação de todo o grupo. A escolha vocacional faz-se no momento em o jovem revive a problemática edípica. Assim sendo, é em grande parte influenciada pelos pais, mais precisamente pelo ideal de Ego dos pais. O momento da escolha vocacional coincide com a chamada crise dos 40 ou crise da meia idade. Estar na crise da meia idade significa que eles (os pais) terminaram de crescer e se iniciaram no processo de envelhecer. Significa também que possuem uma família e estão engajados em uma profissão, que seus pais já envelheceram e que seus filhos estão entrando na vida adulta. Para os pais isto representa um luto: o luto da infância e da juventude perdidas. Muitas vezes, os pais não podem oferecer o suporte necessário nesta fase da vida dos filhos, permitindo que eles formem uma imagem de si mesmos e de uma opinião vocacional.

22 Em meio desta crise, os pais questionam a própria escolha da profissão, o seu sucesso ou fracasso na vida profissional. Não raro os pais aconselham os filhos à não seguirem a mesma profissão que eles, a fazerem diferente deles, para não sofrerem o que eles sofreram. Esta superposição de crises, da adolescência e da meia idade, potencializa as dificuldades na escolha vocacional dos adolescentes. Esta situação desperta sentimentos conflituosos tanto nos pais quanto nos filhos, dentre estes sentimentos pode-se citar a revivência do processo edípico, tanto por parte dos pais quanto dos filhos, causando o ciúmes do pai em relação à filha, da mãe em relação ao filho e sentimento de culpa dos filhos em relação a sentimentos incestuosos para com os pais. O adolescente sente exigências sempre por parte de dois objetos reclamantes, um objeto interno e o objeto família, o que torna ainda mais difícil o contexto. O conceito de reparação Não raro a escolha vocacional fica subordinada a esta culpa e impregnada por uma necessidade de reparação. No momento dessa escolha o indivíduo, sente-se diante de um conflito entre dependência e independência, e este conflito é ao que parece o cenário da sua insegurança, mas o sentido profundo é dado pelos reclames aos quais responderá com três formas básicas de separação: rebeldia, submissão e rivalidade. Quando o adolescente busca uma profissão, ele está definindo quem vai ser, está escolhendo um papel adulto, e para fazê-lo, deve se basear em quem é. Mediante o processo de escolha este está estabelecendo quem deixa de ser, está escolhendo deixar de ser adolescente, deixar de ser outro profissional, está optando por deixar objetos. Escolher implica ganhos e perdas e este é um dos motivos para se dizer que a escolha da profissão supõe conflitos, gera ansiedade e pressupõe a elaboração de lutos. As escolhas profissionais feitas durante a infância tendem, de um modo geral, a evoluir. Tais escolhas serão naturalmente substituídas, porém o confronto

23 com o mundo real evoca sentimentos de perdas relativos às facilidades com que, na fantasia se tornava um profissional. Quando a onipotência perdida é negada surge a fantasia de seguir "carreiras-monstros", onde o indivíduo, de forma onipotente, supõe a negação dos próprios limites, manifestando a sua incapacidade em renunciar a antigos projetos, para adequar-se, então, à realidade. Deve-se ainda ressaltar que a perda dos modelos identificatórios infantis é necessária para a evolução do processo de identificação na busca de individuação e autonomia. Mesmo que de forma relativa e progressiva, essa perda gera um estado de conflito e insegurança, uma vez que o Ego, fragilizado por todo este processo, perde alguns pontos de referência. Os ideais de Ego infantil, vão sendo substituídos por novos ideais que se organizam como fruto de idealizações e do resultado de experiências de vida. Tais experiências vão se fazendo a partir das novas descobertas, êxitos e fracassos na vida real e mental, levando a reelaborações internas na relação com as figuras parentais. Nessa reorganização dos ideais de Ego, o adolescente busca novos modelos que serão investidos e introjetados, estabelecendo novo nível de conflito em relação às descobertas de suas capacidades. A boa elaboração dos lutos abre portas para que os objetos identificatórios sejam transformados e reincorporados de forma mais evoluída, contribuindo para a execução de escolhas maduras. O conceito de sublimação refere-se, de um ponto de vista econômico e dinâmico, a alguns tipos de atividades alimentadas por um desejo que não visa de forma manifesta um alvo sexual. Tais atividades englobam as atividades artísticas, a investigação intelectual e, em geral, atividades a que uma sociedade confere grande valor, encontrando seu elemento propulsor na força da pulsão sexual, sem qualquer relação com a sexualidade. Os motivos inconscientes estão presentes em todo o processo da escolha vocacional, sendo este de forma alguma, produto do mero acaso.

24 A sublimação Assim, é de grande importância elucidar de forma clássica o conceito de sublimação. A sublimação encontra-se no encruzamanto de diferentes elaborações conceituais, como a teoria metapsicológica da pulsão e a teoria dinâmica dos mecanismos de defesa do eu. A sublimação é a única noção psicanalítica capaz de explicar as obras criadas pelo homem - as realizações artísticas, científicas ou mesmo esportivas - distantes de qualquer referência à vida sexual, sejam produzida ainda assim, graças a uma força sexual nascida de uma fonte sexual. As raízes e a energia do processo de sublimação, portanto são pulsionalmente sexuais (pré-genitais: orais, anais e fálicas), enquanto a conclusão deste processo é uma realização não sexual conforme os ideais mais consumados de uma dada época. Portanto concluí-se que o conceito de sublimação responde fundamentalmente a uma necessidade de, segundo a teoria psicanalítica, de dar conta da origem sexual do impulso criador do homem. Não se deve deixar de lado, a consideração de Freud a respeito da sublimação, onde esta é uma das defesas do Ego contra a irrupção violenta do sexual, ou como escreveria vinte anos mais tarde, como uma das modalidades de defesa opostas à descarga direta e total da pulsão. Logo, ou a sublimação é a expressão positiva mais elaborada e socializada da pulsão, ou é um meio de defesa capaz de temperar os excessos e extravasamentos da vida pulsional. A sublimação tem uma função de defesa que atenua ou transforma o caráter insuportável das lembranças que o sujeito quer ignorar. A sublimação efetuou o deslocamento de uma representação psíquica inconsciente, ligada ao desejo incestuoso, para uma outra representação psíquica aceitável à consciência, apesar de portadora de sintomas e geradora de sofrimento. A sublimação é considerada por Freud, justamente como um dos quatro modos de defesa empregados pelo Ego contra os excessos da pulsão.

25 Esses modos de defesa são mais corretamente chamados de pulsão destino da pulsão, já que a saída final de uma pulsão depende da barreira encontrada em seu caminho. Uma pulsão é sublimada quando sua força é desviada de sua finalidade primária de obter prazer sexual, para colocar-se então a serviço de uma finalidade social, seja artística, intelectual ou moral. A mudança de objeto sexual da pulsão em favor de outra não sexual só será possível sob a condição de se mudar primeiramente o meio empregado para a obtenção do novo objetivo. A sublimação consiste, pois, em substituir o objeto e o objetivo sexual da pulsão por um objeto e um objetivo não sexuais. A força pulsional sublimada permanece sempre sexual, porque a fonte de onde provém é sexual; e permanece constantemente ativa porque, nunca sendo inteiramente atingido seu objetivo, seu ímpeto insiste e persiste. É sabido que o alvo de uma pulsão é o alívio proporcionado pela descarga de sua tensão, mas também é sabido que, nunca sendo completa esta descarga, a satisfação continua a ser irremediavelmente parcial. A sublimação quer dizer acima de tudo, plasticidade, maleabilidade da força pulsional, é a capacidade de trocar uma satisfação sexual por outra, dessexualizada. Para se produzir, a sublimação requer a intervenção do eu narcísico. O eu primeiro retira a libido do objeto sexual, depois a faz retornar a si e, por fim, destina essa libido a um novo alvo, não sexual. O alvo inicial da pulsão cede então lugar a uma satisfação sublimada, por exemplo, profissional, graças ao prazer intermediário de gratificação narcísica do profissional. Ou seja, pode-se dizer, parafraseando o ditado, que o indivíduo realiza-se no seu trabalho. É importante ressaltar que nem toda a dessexualização é uma sublimação, mas inversamente, toda sublimação é necessariamente uma dessexualização. A passagem de uma satisfação erotizada e infantil, para outra não erotizada e intelectual, não pode desdobrar-se sem o apoio necessário dos ideais simbólicos e dos valores sociais da época.

26 Quer se trate de um pintor, de um músico, de uma criança ou um analisando, a todos encontramos empenhados numa tarefa cujo resultado não pode ser medido com o auxílio de critérios de eficácia, utilidade ou lucro unicamente. Quando se afirma que os objetos que proporcionam a satisfação sublimada são objetos dessexualizados e sociais, pensa-se, sobretudo no fato de eles corresponderem a ideais sociais que exaltam a criação de novas formas de significantes. Esses ideais sociais, interiorizados e inscritos no eu do criador, são parte integrante da formação psíquica que Freud denomina Ideal do EU. A relação entre a sublimação e a escolha vocacional pode ser também encontrada em autores mais atuais, que sem abandonar as idéias freudianas de que a capacidade de amar e trabalhar são os indicativos de saúde psíquica. À ausência de trabalho pode ser atribuído o desencadear de verdadeiras neuroses e cria o termo neurose de domingo para ilustrar a patologia da ausência de sublimação no trabalho presente nos fins de semana. O conceito de sublimação está intimamente ligado ao conceito de reparação. Os sentimentos de culpa da pessoa e seu desejo de restaurar o objeto estragado constituem um fator universal e fundamental no desenvolvimento das suas sublimações. Porém a reparação é o resultado da confluência das noções pulsionais opostas e não meramente o deslocamento de um impulso para algum representante socialmente aceitável, tal como ocorre na sublimação. A reparação estaria ligada, da mesma forma aos impulsos, mas consiste na fantasia de corrigir os efeitos dos componentes agressivos. Assim pode-se dizer de forma sucinta que a reparação corresponde a uma fantasia trazida à tona, em particular da agressão enquanto a sublimação repousa nossos componentes libidinais ou sexuais. A agressão pode, da mesma forma dentro do processo de sublimação, a partir do pensamento de que o ato libidinoso é igual a Eros mais Tanatos, ou

27 seja, que no inconsciente libido e agressão coexistem. Concluindo então que os impulsos agressivos aproveitam-se do processo da sublimação. Pode-se aferir que as necessidades mais ingentes de expressão, mediante palavras, cores, formas, sons musicais, têm sua gênese nas vivências de amor e ódio, na necessidade de unir o separado, de reparar o destruído, de restaurar os objetos conspurcados e recompor o Ego danificado pela autoagressão e a culpa persecutória, conciliando assim, as instâncias psíquicas entre si, o indivíduo com a sociedade, o homem com a vida. A autêntica reparação supõe sempre comportamentos sublimatórios, requer clareza quanto ao papel profissional e colabora na definição da identidade ocupacional de quem escolhe a profissão. O grande mestre da Orientação Vocacional Bohoslavsky crê que o conceito de reparação é mais importante que a questão sublimatória, apoiando-se no pressuposto de que qualquer profissão revela as tentativas reparatórias do profissional que as exerce e que toda escolha de carreira implica a definição dos representantes externos do objeto interno, cuja reparação se procura; além dos instrumentos conceituais e técnicos para realizá-los. Para Winnicott, o valor do conceito de sublimação, vincula o conceito de criatividade à idéia de transformação de elementos destrutivos em atividades construtivas. Em relação à reparação, este reelabora o conceito Kleiniano, afirmando que os sentimentos de culpa provêm da capacidade de tolerar os impulsos destrutivos que acompanham o amor primitivo. Esta capacidade conduz a uma outra capacidade, a de gozar de idéias, mesmo quando estas incluem fantasias destrutivas e a capacidade de gozar das excitações corporais que pertencem a elas. Este desenvolvimento permite que surja o sentimento de inquietude, base de todo o construtivo. A criatividade é a conservação durante toda a vida de algo que em rigor pertence à experiência infantil: a capacidade de criar o mundo. É através da apercepção criativa, mais do que qualquer coisa, que o indivíduo sente que a vida é digna de ser vivida. A criatividade inicia-se quando a mãe oferece ao bebê o seio no exato momento em que ele necessita, favorecendo sua ilusão de que o objeto foi criado

28 por ele. O bebê passa a sentir a capacidade mágica de satisfação. A partir daí a criança começa a oferecer dicas endereçadas a mãe, com objetivo de informa-la de tal necessidade. Tais experiências intensas de criatividade primária fazem com que o lactente sinta que pode criar. A ausência de tais experiências poderia conduzir a uma sensação de incapacidade para fazer algo de novo acontecer, podendo desta forma, contribuir para reforçar as forças anticonstrutivas, destrutivas, culminando em uma sensação final de impotência diante do mundo exterior. A provisão desta necessidade infantil representa um papel importante no desenvolvimento da criatividade. Várias patologias podem estar ligadas a este sentimento de fracasso, dessa desilusão frente ao relacionamento com o mundo. Em termos profissionais, pode-se então, afirmar que o indivíduo ao buscar uma profissão a vislumbrasse como sendo a profissão perfeita, que lhe seria capaz de transformar o seu ser, tanto internamente reparando os defeitos do Ego e atendendo as necessidades do Id, quanto externamente trazendo-lhe riqueza e felicidade. Outra contribuição da criatividade para a escolha da profissão reside no fato de ser ela responsável pela transformação do brincar em laborar. Pode-se afirmar que uma tarefa incomparável envergadura na adolescência é conseguir que aquilo que se converter em trabalho, para ele, se mantenha em seu inconsciente, radicalmente ligado ao brincar, em toda a sua força desiderativa, pois se vê-se separado dela, o trabalho acarretará, em maior ou menor grau, alienação e empobrecimento do sujeito. Sendo o homem é movido por necessidades concretas sempre novas, o potencial criador do homem surge na história como um fator de realização e constante transformação, afetando não só a realidade interna quanto à realidade externa do homem. Conclusão. Com base na pesquisa realizada, o processo da Escolha Vocacional, assim como a construção da subjetividade, tem seu início desde a mais remota

29 infância; envolve toda a formação da personalidade de cada indivíduo: é ao mesmo tempo resultado e resultante da mesma. Tal processo, aliado ao mecanismo de dessimbiotização, e à busca da identidade, tem seu ápice na adolescência: período de grande conflito tanto para os próprios adolescentes, quanto para seus pais e demais familiares. É um momento de crise de identidade, tanto pessoal quanto profissional. Está cercada por cobranças internas e externas; a inconstância é a única constância na cabeça destes jovens. Com base na Psicanálise, consegui-se correlacionar os fatores psicodinâmicos da personalidade e os mecanismos envolvidos na escolha da vocação. E assim sendo, como poderia a Psicanálise oferecer algum tipo de auxílio nesta área? Caberia à Psicanálise atuar no campo da Orientação Vocacional? Acredita-se que, não seria possível realizar uma Orientação Vocacional calcada na Psicanálise, pois se trata de um processo extenso, que envolveria anos de análise: uma vez que este envolve não só o momento da escolha, mas sim toda a construção da história de vida do indivíduo em questão. O trabalho, de cunho psicanalítico, deverá ser realizado junto aos adolescentes e seus pais que se encontrem em processo de análise a partir, é claro, da demanda de cada um. Com os adolescentes, pode-se trabalhar no sentido de proporcionar uma escolha livre, mais ajustada, menos conflitiva, livre de mecanismos de defesa patológicos. Em relação aos pais, poderia ser realizado um trabalho em cima das expectativas em relação aos seus filhos, suas projeções e fantasias em relação ao futuro profissional deste filho; o equilíbrio psíquico dos pais é de fundamental importância neste momento de escolha realizado por seus filhos. A proposta deste trabalho tange a facilitação de uma escolha ajustada (prospectiva, pessoal, autônoma, responsável e independente), baseando-se no que o adolescente é, e não no que pode ser. Há ajustamento, independente

30 do fato se que se decidir por determinada carreira não suponha revisar outras escolhas, elaborar abandonos de outros projetos, etc. Concluí-se que uma escolha egossintônica concorre positivamente para a saúde do indivíduo, melhorando não só sua relação com os outros, mas também a sua qualidade de vida o que o conduzirá diretamente à sua realização pessoal.

31 Referências Bibliográficas. BIAGGIO, Angela Maria Brasil. Psicologia do Desenvolvimento. 2. ed. Petrópolis: Vozes, BLEICHMAR, Hugo. O narcisismo estudo sobre a enunciação e a gramática inconsciente. Porto Alegre: Artes Médicas, BOHOSLAVSKY, Rodolfo. Orientação Vocacional, A Estratégia Clínica. Rio de Janeiro: Martins Fontes, DOLTO, Françoise: Psicanálise e Pediatria. 4 ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses - Fundamentos e Bases da Doutrina Psicanalítica. São Paulo: Editora Atheneu FREUD, Sigmund. Obras Completas. Vols. VII. IX, XI, XII XIV, XVI, XXII. Obra em CDROM. Rio de Janeiro: Imago Editora, KLEIN, Melanie. Contribuições à Psicanálise. 2ed. São Paulo: Mestre Jou, KUSNETZOFF, Juan Carlos: Introdução à Psicopatologia Psicanalítica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, LAPLANCHE, Jean et PONTALIS. Dicionário de Psicanálise. 3 ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, LEVENFUS, Rosane Schotgues. Psicodinâmica da Escolha Profissional. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

32 MANNONI, Maud. Um saber que não se sabe. A experiência Analítica. Campinas: Editora Parirus, MARTINS, Carlos Roberto: Psicologia do Comportamento Vocacional. São Paulo: EPU, MARTINS, Cyro. A criação Artística e a Psicanálise. Porto Alegre: Editora Sulina, NASIO, Juan David. Lições Sobre Os 7 Conceitos Cruciais da Psicanálise. Rio de Janeiro: Editora Zaar, OLIVEIRA, Maria Marta Hübner d. Ciência e Pesquisa em Psicologia. São Paulo: EPU, RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do Desenvolvimento. Vol. 1. São Paulo: EPU, RIVAS, Francisco Martínez. Psicologia Vocacional: Enfoques del Asesoramiento. Madrid: Ediciones Morata, 1988.

33 ANEXOS

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