ACÓRDÃO AP Fl. 1. DESEMBARGADORA MARIA DA GRAÇA RIBEIRO CENTENO Órgão Julgador: Seção Especializada em Execução

Transcrição

1 AP Fl. 1 Órgão Julgador: Seção Especializada em Execução Agravante: Agravado: Origem: Prolator da Decisão: EVERTON ARAÚJO PIRES - Adv. Régis Eleno Fontana CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF - Adv. Karina Martins Berwanger 6ª Vara do Trabalho de Porto Alegre Juiz Max Carrion Brueckner E M E N T A AGRAVO DE PETIÇÃO DO EXEQUENTE. QUANTITATIVO DE HORAS EXTRAS. CÔMPUTO DOS MINUTOS REFERENTES AO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. COISA JULGADA. A irresignação do exequente quanto à consideração dos minutos referentes ao repouso semanal remunerado no quantitativo de horas extras com base nas normas internas da executada não está respaldada na coisa julgada formada no curso do procedimento cognitivo e encontra óbice intransponível no disposto no art. 879, 1º, da CLT. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos os autos. ACORDAM os Magistrados integrantes da Seção Especializada em Execução do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região: por unanimidade, negar provimento ao agravo de petição do exequente.

2 AP Fl. 2 Intime-se. Porto Alegre, 10 de novembro de 2015 (terça-feira). R E L A T Ó R I O Não conformado com a decisão das fls , o exequente interpõe agravo de petição às fls v. Em síntese, pretende sejam considerados os minutos referentes ao repouso semanal remunerado na quantidade de horas extras. Com contraminuta da executada colacionadas às fls , os autos são remetidos a este Tribunal, para julgamento. É o relatório. V O T O (RELATORA): AGRAVO DE PETIÇÃO DO EXEQUENTE. QUANTITATIVO DE HORAS EXTRAS. CÔMPUTO DOS MINUTOS REFERENTES AO REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. A decisão agravada rejeitou a impugnação à sentença de liquidação, no aspecto, com base nos seguintes fundamentos (fl. 722v.): (...) Da análise do título executivo, verifico que não houve determinação para inclusão dos minutos referentes aos repousos remunerados no cálculo das horas extras. Nem

3 AP Fl. 3 poderia ser diferente, porquanto tal critério sequer foi mencionado na petição inicial. O exequente pretende modificar os limites da coisa julgada, o que não é possível na fase de liquidação (art. 879, 1º, da CLT), devendo ser observado o título executivo. Não conformado, recorre o exequente. Sustenta que o critério adotado no cálculo homologado contraria a previsão constante do item da norma interna da executada denominada RH115, segundo a qual "se inclui os minutos referentes ao repouso semanal remunerado na quantidade de horas extras" (fl. 727v.). Busca a apuração das horas extras pagas em sua totalidade. Argumenta que, tendo sido deferidos reflexos nas horas extras pagas, deveria o cálculo pericial ter observado as rubricas de repouso remunerado para determinar a quantidade física destas. Diz, assim, que "não há qualquer pretensão de modificar os limites da coisa julgada" (fl. 728). Sem razão. O título executivo consubstanciado na sentença das fls , integrada às fls. 209-v e parcialmente modificada pelo acórdão das fls , contempla o deferimento de diferenças de horas extras, dentre outras parcelas, pela integração do auxílio alimentação e do auxílio cesta alimentação. Não há no julgado, contudo, qualquer referência à majoração dos quantitativos de horas extras em decorrência dos repousos semanais remunerados, mormente em virtude de análise do Manual Normativo RH115 da executada. Tampouco há margem para a requantificação das horas

4 AP Fl. 4 extras pagas para fins de quantificação dos reflexos nelas deferidos. A propósito, analisado o exemplo apontado pelo agravante quando de sua impugnação à sentença de liquidação (fl. 547), qual seja o mês de dezembro de 2007 (fls. 338 e 339), observo que o que ele pretende é que seja considerado a título de horas extras a rubrica "057 Média Hora Extra - Repouso". Tal parcela não corresponde a eventuais horas extras prestadas em dias de repouso, de forma a ser considerada no quantitativo destas, mas sim a reflexos das horas extras em repousos remunerados pela média, o que não foi objeto das diferenças deferidas no título executivo. Destarte, a pretensão do exequente não está amparada na coisa julgada e encontra óbice intransponível no art. 879, 1º, da CLT, segundo o qual "Na liquidação, não se poderá modificar, ou inovar, a sentença liquidanda nem discutir matéria pertinente à causa principal". Nego provimento. DEMAIS MAGISTRADOS: Acompanham o voto da Relatora. PARTICIPARAM DO JULGAMENTO: (RELATORA) DESEMBARGADOR LUIZ ALBERTO DE VARGAS (REVISOR) DESEMBARGADOR JOÃO ALFREDO BORGES ANTUNES DE MIRANDA

5 AP Fl. 5 DESEMBARGADORA ANA ROSA PEREIRA ZAGO SAGRILO DESEMBARGADORA VANIA MATTOS DESEMBARGADORA LUCIA EHRENBRINK DESEMBARGADOR JOÃO BATISTA DE MATOS DANDA