Dados da obra. FERREIRA, Neudson Nicasio. Um conto atrasado de dia dos namorados. Barra do Corda: Colégio de Literatos, 2015

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2 Dados da obra FERREIRA, Neudson Nicasio. Um conto atrasado de dia dos namorados. Barra do Corda: Colégio de Literatos, 2015 Autor: Neudson Nicasio Categoria: Conto Site da obra: Foto da capa: Folha de outono no fundo branco Petr Kratochvil do site Edição: 1ª edição (ainda não revisado)

3 Prefácio Bem, já faz um tempo que não escrevo um conto, então esse aqui é resultado de um sério processo de readaptação que espero que tenha dado certo. Muita coisa me inspirou a escrever esse conto, embora eu tenha tornado as coisas um pouco mais complicadas no enredo. A grande questão é que, dias atrás, me perguntaram se eu acreditava em histórias perfeitas e essa é a minha resposta parcial. Talvez eu mude ou não de ideia, mas até lá, essa é a minha concepção. Enfim, tenha uma ótima leitura e segue meu pedido de desculpas caso a história não acabe tão bem quanto esperas Sumário Era uma vez...pág. 04 Até que um dia...pág.07 Felizes para sempre...pág. 11 Continuação da felicidade...pág. 15 Acabou?...pág À detentora das minhas melhores memórias, dedico este conto... 25/07/2015

4 Era uma vez Muitas coisas aconteciam durante aquela noite de junho. Motivadas quem sabe, pelo fato de ser dia dos namorados e pelo ar de romance que essa data carrega. Um perfume doce que encanta alguns e provoca um certo enjoo para outros que por consequência do destino, ainda não tiveram a oportunidade de encontrar sua alma gêmea. A lua, embora ofuscasse as estrelas, começava a surgir do horizonte e a ser objeto de deleite dos casais apaixonados da praça que estavam aproveitando ao máximo cada segundo. O primeiro dos personagens desta narrativa não se encontra aqui, nesta praça. Nem fazendo declarações de amor para a sua namorada, e para piorar, nem com sua namorada... Naquele dia 12 estava marcado uma festa na casa na casa de Augusto, ou como era chamado pelos amigos: Guto. Os pais do jovem haviam viajado e o concedido a responsabilidade de cuidar da casa e manter tudo em ordem, mas não bastasse a própria vocação de Augusto para se desviar do pedido, contava ainda a influência dos quatro amigos: Pedro, Fabiano, Diego e Renato. Ambos estavam na faculdade de engenharia civil, mas dificilmente compareciam ou estudavam, porque achavam-se livres, intocáveis e imortais, que tinham por obrigação aproveitar tudo o que o mundo tinha a oferecer-lhes. Até aquela altura do campeonato, já tinham feito todas as irresponsabilidades possíveis de se imaginar para a adolescência, exceto cometer um crime. Pena que as coisas não ficariam assim por muito tempo. Naquele mesmo dia 12, Tâmara vivia uma situação crítica. Tanto preocupou-se com o namorado que acabou deixando a prova de Estatística em segundo plano. Sentia então vontade de sair correndo daquela sala a qualquer momento, sem pensar no que fazer depois, apenas fugir. Parecia que no papel, estava a aprender grego com um pouco de física, e previa muitos problemas caso outra nota ruim fosse parar em seu histórico. Restava então contar com sua amiga e colega da cadeira ao lado, Maria Clara, para que pudesse salvar sua vida acadêmica. Foram tantas as vezes que as duas se ajudaram, que uma a mais ou a menos, embora a situação fosse crítica, não causava qualquer oscilação de amizade. Uma vez com as respostas, restava torcer para que as aulas seguintes passassem rápido, o namorado a esperava do lado de fora da faculdade para aproveitarem o restante da noite. A festa começou então por volta das 8 da noite, tendo uma música eletrônica no volume máximo, um alto consumo de bebidas alcoólicas, um bando de pessoas que naquele estilo de vida mal passariam dos 35 anos de idade, além de uma liberdade desregrada. Cada integrante do grupo de amigos estava dedicadamente ocupado com uma importante tarefa para com seus princípios. Um assaltava todas as refeições da geladeira do anfitrião, outro já

5 devia estar pela quinquagésima lata de cerveja, o restante ia dessas ações até outras tão ou mais degradantes do que essas que acabo de citar. Diego, por exemplo, estava no quarto dos pais de Augusto, lá pelas 22 horas, prestes a conseguir a oportunidade que tanto esperara de Raíssa. Seus dedos já estavam na alça do sutiã da moça, quando os amigos empurraram a porta do quarto de uma vez para dar a notícia: - Diego cara, se liga! O Norberto tá lá fora te desafiando para um pega. - Poxa! disse ele como quem perdesse a paciência Não dava pra dizer que eu tava ocupado, caramba! - Pode ir Diguinho falou a jovem Eu fico te esperando aqui. - Se a Fani souber o que tu tá aprontando aqui em cima... - falou Augusto. - Até parece que chumbo trocado dói. - disse recolocando a camisa vamos logo, detonar com aquele mané! Eram 7 e meia da noite quando o professor pediu que os alunos guardassem todos os materiais que não fossem utilizados na realização da prova, e aproximava-se das 9 quando o último dos alunos entregou sua avaliação. A turma finalmente estava dispensada para um breve intervalo, ao qual Tâmara usou para agradecer a amiga: - Mais uma vez você salvou a minha vida miguxa... - disse ela. - Amiga é pra essas coisas disse sorrindo. - E ai, o que o Henrique te comprou de presente? - Não sei, mas ele já está fazendo mistério a um bom tempo, mal posso esperar... E o seu? - Me esperando do lado de fora, e eu estou num pé e noutro para pular esse muro. Só que agora eu fiquei curiosa por ti. Será que ele vai te pedir em casamento? - Tomara, desde que começamos a sair que eu sonho com isso... E a conversa continuou, sobre expectativas, realidades, fofocas, até retornarem a sala de aula, onde uma outra disciplina tão chata quanto a primeira às aguardavam. Diego e Norberto não se davam bem, isso porque ambos eram competitivos ao extremo um com o outro. A quem ganhasse os desafios restava a glória e o respeito dos amigos, ao perdedor restava a vergonha e a proposta de uma revanche que era sempre aceita, formando um ciclo conflitual infinito. A questão era que o desafiado estava com a vantagem e o desafiante ressentido de sua última derrota. Não é preciso citar o passado dos dois, apenas dizer que tinham nos olhos a mesma expressão de dois lobos antes de lutar pela liderança da alcateia. - Tem gente hoje implorando pra apanhar exclamou Diego ao ver o rival recostado no carro e eu tou morrendo de vontade de dar uma surra em alguém...

6 - Falar muito zombou o outro Típico de quem não faz nada. Vai acabar comendo poeira depois da incrementada que eu dei no motor. - Nem que tivesse um turbo, essa carroça ia me alcançar. - entrou no carro - Vamos logo que eu estou com pressa! Os dois então posicionaram-se no meio da rua. Quase todos os que estavam na festa foram para fora, prestigiar a competição. Os motores roncavam alto, fazendo o público ir ao delírio na mais completa euforia. Diego estava confiante, embora as sete latas de cerveja houvessem lhe concedido tanto um ego irritante de alguém que pensa ser a pessoa mais incrível do mundo, quanto uma visão vertiginosa da realidade que piorava a cada segundo. Em resumo, os estilhaços de uma garrafa de bebida jogada ao chão foi o tiro de partida, seguido do canto dos pneus e de uma estrada incerta que se fazia adiante. Quando o professor dispensou a turma, Maria Clara começou a sentir-se apreensiva pelo encontro com Henrique. Pensou em falar com Tâmara, mas essa deu a desculpa de estar com dor de cabeça para sair uns 20 minutos antes do fim da aula e encontrar o parceiro que a aguardava. Casamento, essa era a ideia que pairava sobre a cabeça da jovem. Se a amiga estivesse certa, seria quase um sonho realizado, afinal, Maria Clara amava Henrique mais que tudo no mundo. Aquele era o homem para o qual ela decidira não somente se entregar por inteira, como também constituir uma família. Depois que passou dos portões da faculdade, encontrou o casal ainda entre beijos e abraços. Tâmara então convidou ela e alguns outros amigos para comerem uma pizza em algum lugar que por ventura estivesse aberto. A princípio a jovem recusou o convite, mas depois da insistência do grupo ela acabou cedendo. Poucos passos depois, seu celular acabou tocando. Era ninguém menos que seu namorado, os amigos sugeriram e ela acabou convidando-o também para a confraternização. Henrique disse que os aguardaria no local. E o grupo seguiu, entre conversas e brincadeiras e um estranho calafrio que atravessou a espinha de Tâmara, dando lhe uma certa vontade de chorar... Como Diego já esperava, o carro de Norberto estava bem atrás do seu. Começava a deixar de ser uma competição e se tornava apenas diversão, ele contra o relógio. Pisava forte no acelerador e ria consigo mesmo da velocidade em que se encontrava, embora vez ou outra sentisse o carro fazendo um leve zigue-zague que o acordava de volta a realidade. A vitória estava certa, mas ao invés de ir mais devagar e concentrar-se em ficar na rua, acabou acelerando ainda mais, pisando no freio apenas em uma curva um pouco fechada que ficava próxima ao prédio da faculdade. Quando encontrou-se mais a frente, pisou rapidamente no freio para que o carro derrapasse e favorecesse a realização de outra curva fechada. O movimento fez com que o jovem sentisse que o cérebro estivesse solto dentro da cabeça e isso

7 acabou fazendo com que ele não percebesse quase nada do que estava a acontecer. Apenas viu as luzes do painel girando, o som dos pneus arrastando no asfalto, uma pancada seguida de um vulto luminoso por causa dos faróis e por fim um monte de gritos estridentes e desesperados. Conseguiu sair do veículo tendo de se apoiar no mesmo porque mal se segurava em pé. A última visão lúcida daquela noite foi um monte de pessoas ao redor de uma outra que estava caída na rua, com um leve filete de sangue que saia dos lábios e com os olhos fechados. Não teve oportunidade de ver se era ou não um rosto conhecido, quanto menos de ter consciência do que acabara de fazer. Sentiu que a gravidade começava a ficar mais forte e desabou no chão, apagando no mesmo instante. Boa parte do que conversaram no percurso até a pizzaria, era referente a prova que foi aplicada a bem pouco tempo atrás. Obviamente aquele era o momento em que todos sabiam das respostas que deveriam ter dado, mas não resistiram ao grito do nervosismo. Todos estavam preocupados com o desempenho, exceto Maria Clara. Era uma excelente aluna sob todos os aspectos, quer fosse na inteligência, quanto na frequência e pontualidade, um verdadeiro exemplo a ser seguido. Não que essa houvesse gabaritado a prova, mas tinha a plena confiança de que conseguiria uma nota razoavelmente boa. Entretanto havia uma pequena fissura na calçada, que fez com que a jovem tropeçasse e deixasse cair o celular. Um dos amigos que lá estavam, acabou falando que aquilo era um mau-presságio, mas como não eram supersticiosos, resolveram conceber a opinião como uma espécie de piada. Enquanto apanhava os pedaços, pediu aos amigos que continuassem andando, alegando que logo os alcançaria. Por fim, eles cruzaram a rua e lá a esperaram, porque ainda não havia encontrado a bateria do aparelho. Tudo pareceu retornar a seu devido lugar quando Maria Clara se recompôs e correu em direção aos amigos. Era uma noite sem quaisquer tráfego de veículos, e isso possivelmente contribuiu para que ela não olhasse para os lados antes de atravessar a rua. Havia um barulho ao longe, como um ronco de um motor, tinha também uma luz fraca na parede de algumas lojas a frente, provocadas certamente por um farol de algum carro distante. Quando os pés da jovem tocaram a faixa de pedestres, foram quase que instantaneamente arrebatados pela frente de um veículo que vinha em alta velocidade. Dai em diante, tudo o que ocorreu foi um barulho pouco estranho de se ouvir, como se alguém esfarelasse uma folha seca em um tom extremamente alto e um clarão ofuscante, seguido de uma escuridão profunda e sobrenaturalmente silenciosa... Foi em um 12 de junho de um ano impreciso que os caminhos de Diego e Maria Clara cruzaram-se pela primeira vez...

8 Até que um dia O sono de Diego durou uma noite e a metade de um dia. Devia ser quase uma da tarde quando tentou levantar-se da cama, mas uma dor de cabeça fez com que ele voltasse a cair sobre a mesma. Claro que depois de uma farra igual aquela, não se poderia esperar uma leve ressaca. Aquela era devastadora. Foi direto para a cozinha, com os olhos cerrados e se escorando nas paredes tal qual um morto-vivo. Procurou algo que tivesse mais semelhança com o café-da-manhã, mas tudo o que encontrou foi o almoço já preparado. Esforçando-se um pouco mais, foi até a sala, onde seus pais discutiam um assunto de extrema importância. - Finalmente esse irresponsável acordou! - brandou seu pai num tom irritado Como é que você faz uma estupidez dessa meu filho?! - O que eu fiz? - perguntou o jovem confuso e atordoado com a gritaria Mas o que foi que eu fiz? - Você enche a cara, pega o volante de um carro, sai por ai correndo mais que sabe-se lá o que, atropela uma pessoa e vem com essa de que não se lembra?! - Calma amor falou a mãe que se esforçava para conter os ânimos. Diego tentou reconstituir as memórias da noite passada, mas essas tentativas apenas traziam mais imagens desconexas e pontadas na cabeça. Questionou quem devia ser a vítima e se estava tudo bem com ela. O pai apenas pediu que ele fosse se aprontar, pois teriam de ir tanto a delegacia, para assinar um termo de responsabilidade, quanto para o hospital, ver como estava o estado da jovem. Uma vez que acertou suas contas com a lei, seguiu de carro com o pai para o segundo compromisso. Parecia preocupado. Não com a lei, não com a opinião dos pais ou ainda com a pessoa que quase perdera a vida por sua culpa. - Pai perguntou ele o carro sofreu muito estrago? - Amassou um pouco o capô e o para-choque dianteiro. Sabe-se Deus como aquela moça escapou... - Vai custar uma nota arrumar tudo isso. - Você não vai gastar um único centavo nesse carro porque assim que sair do mecânico ele já vai para a casa de outra pessoa. - Como assim, o senhor vendeu meu carro?! - perguntou revoltado. - E de onde você iria tirar dinheiro para custear os gastos da pessoa que você atropelou? Ela agora é sua responsabilidade e em tudo o que ela ou a família dela precisar, você vai ajudar! - Que saco! - Você procurou isso. E vamos rezar para ela não ter mais nenhuma complicação porque o estado dela é bastante crítico.

9 Diego não conseguiu se conformar. Aquele carro era tudo para ele, a ferramenta que fazia toda a sua liberdade ter algum sentido e mantinha sua posição no grupo de amigos. Além do que, foram vários fins de semana trabalhando naquele carro para personalizá-lo. Dedicação essa que não devia valer menos que uma fortuna. Uma vez que chegaram ao hospital, o pai tomou a frente para tratar dos tramites médicos para com a família da jovem, além de pedir desculpas pela irresponsabilidade do filho. Obrigou também a se desculpar, mas seu pedido acabou não sendo sincero e o perdão não fora concedido. O ressentimento de alguém quase ter tirado a vida de uma pessoa inocente em um ato totalmente impensável contribuía para que as coisas continuassem como estava. Não tardou muito para que o médico viesse a dar o triste prognóstico. Os pais da jovem, em especial a mãe, começaram a chorar. Embora tivessem de agradecer o fato dela ter escapado das mãos da morte, havia pago um preço muito alto por um crime que não cometera. Quando Henrique chegou e tomou conhecimento da situação foi até a recepção onde Diego estava sentado, colocou-o de pé segurando pela gola da camisa do jovem e deu-lhe um cruzado de direita que, embora não o tenha levado a nocaute, foi o bastante para tirar sangue do lábio inferior e piorar a dor de cabeça ainda decorrente da ressaca. - Levanta seu desgraçado! - brandou Henrique Você acabou com a vida dela seu infeliz! Anda, levanta! Os seguranças chegaram para conter os ânimos e em pouco tempo cada um voltou ao seu canto. E apesar de toda aquela confusão, Diego continuava sem entender a gravidade do que fizera. O sono de Maria Clara estendeu-se por três dias, sendo o primeiro o mais longo e profundo. Durante o tempo que passou inconsciente não teve sonhos ou pesadelos, apenas a mesma escuridão muda que não fazia sentido algum, como uma queda de energia elétrica que acontece repentinamente numa noite qualquer. Quando começou a despertar, teve seus pensamentos invadidos pela confusão de ter ido parar em um lugar estranho, sem fazer a menor ideia de como conseguira ter chegado ali. Sentia a boca seca por causa da sede, a agulha que perfurava sua veia, o curativo que estava nos arranhões e por fim, uma incapacidade de levantar-se, que ela julgou ser excesso de dor ou de cansaço. Quando a enfermeira foi trocar a bolsa de soro, notou que a moça estava acordada. Pôs-se então a avisar ao médico responsável para que fosse examiná-la o quanto antes. - E então, como a senhorita está se sentindo? - perguntou ele. - Meio dolorida falou ela o que houve? - Você foi atropelada por um jovem inconsequente que dirigia bêbado e em alta velocidade

10 enquanto atravessava a rua. Digamos que foi um acidente e tanto... - Quando eu vou ter alta? - Difícil informar, tivemos de operá-la às pressas ontem. Podemos dar alta dentro de uma semana, mas o tratamento e a fisioterapia terão de durar um tempo indeterminado. - Operação?! Fisioterapia? Doutor, pelo amor de Deus, me explica o que houve? - Com o impacto da batida, você fraturou as duas pernas e com o da queda, deslocou o a última vértebra da coluna. Conseguimos salvar suas pernas da amputação, mas tenho de ser realista: as chances de você voltar a andar novamente são relativamente baixas. Se tivesse as forças necessárias, Maria Clara certamente teria enlouquecido com gritos, socos e pontapés. Mas ela não tinha. Apenas levou as mão ao rosto tentando enxugar as lágrimas de tristeza e desespero e em seguida apalpou as pernas na esperança de um milagre repentino que a curasse, ou em última instância, a acordasse daquele que parecia ser o pior pesadelo de sua vida. Sentiu-as doerem, mas não conseguia movê-las, O médico ficou comovido, embora sua profissão o obrigasse a ser forte e a acostumar-se a nem sempre ser o portador de boas notícias. De todas as coisas que estavam a seu alcance, fez a mais adequada, chamou a família e os deixou compartilhar aquele triste momento, com abraços, lágrimas e a fé de que as coisas um dia, voltariam a ser como antes. Tâmara foi visitar a amiga no final daquela tarde. Desejou melhoras e disse que sentiria sua falta na faculdade e no dia a dia. No fim de noite, Henrique disponibilizou-se a ficar em seu leito, vingando o tempo que não puderam passar juntos no dia dos namorados. Durante o tempo que passaram na companhia um do outro, não disseram nada além de um oi na entrada e um tchau na saída. Apenas abraçaram-se enquanto refletiam até que ponto aquele pequeno incidente mudava os planos que tinham projetado para o futuro. Maria Clara esperou que o namorado saísse para que pudesse novamente desabar em pranto. Como aceitar que de um momento para o outro algo havia sido subtraído? E os olhos que não eram seus não continham um olhar de pena, revolta e tristeza, por ver que uma jovem tão cheia de vida, encontrava-se naquela situação, cheia de marcas, cicatrizes e sem poder correr ou pular ou demonstrar qualquer futura felicidade que poderia ter. Desde criança, Maria Clara sonhava em conhecer os grandes castelos da Europa. Andar por toda a extensão da Muralha da China e independente de onde fosse, correr pelo menos uma maratona. Fazia parte de seu espírito doce e aventureiro, livre como uma ave cuja qual teve a plumagem manchada pela sujeira da dor e da ira. Aquela ave de asas quebradas olhava tristemente para o céu. Enquanto as outras tinham medo de cair, ela tinha medo de não conseguir voltar a voar...

11 Dormiu pouco ou quase nada naquele que seria o quarto dia, mas acordou tão melhor quanto pode. O pai veio falar com ela a respeito de um assunto extremamente importante, embora temesse como a filha fosse reagir. O estranho é que ela não reagiu, e talvez não pudesse porque sua mente estava devidamente martirizada por todos os sonhos e planos que ela começava a assassinar secretamente. No final da conversa ela respirou fundo enquanto o pai foi chamar os visitantes. Pouco tempo depois, entravam no quarto um senhor, acompanhado do filho a quem ela dirigia seu pior olhar de raiva. Era a primeira vez que odiava uma pessoa com todas as suas forças. Diego aproveitou que estava no hospital para ali mesmo fazer um curativo. Pediu ao pai que o defendesse ou pelo menos o poupasse de um sermão, mas ambos os pedidos foram negados. Aquilo gerava apenas mais aborrecimento para o rapaz que não via a hora de que tudo voltasse a ser como antes, afinal, não era problema seu. Além do que, a garota ainda estava viva e por isso não acabou sendo um crime grave. Quando o pai voltou da conversa do médico, decidiram retornar para casa porque a jovem ainda passaria por uma cirurgia naquele mesmo dia. Naquela noite Diego resolveu ficar em casa. Tanto para esperar os ânimos esfriarem quanto porque os amigos não planejaram nada. As coisas só não ficaram com um maior nível de tédio porque Fani, sua namorada resolvera aparecer. - O que houve amor perguntou ela parece aborrecido... - É que por causa de uma louca que atravessou sem olhar a rua vou acabar ficando sem o meu carro. - Fiquei sabendo do acidente ontem. E pelo que fiquei sabendo foi bem feio... - Feio nada, ela só quebrou as pernas, ainda está viva e também pode voltar a andar com uma cirurgia ou coisa do tipo. - Tanto faz, vamos mudar de assunto, está afim de sair? - Não tou com cabeça para isso, mas o que você acha começou a abraçá-la de ficarmos aqui essa noite e assistir um filme... - Por mim tudo bem. Os dois então aconchegaram-se no sofá da sala, apagaram as luzes e começaram a assistir um filme de ação. O sono quase fez com que um dormisse no abraço do outro, isso até o celular de Fani tocar. Enquanto atendia o telefonema, mantinha-se distante de Diego até o momento em que teve de despedir-se alegando que a mãe ordenava sua volta imediata para casa. Sem carro, não tinha como ir deixá-la, então limitou-se a pagar um táxi. Só quando o veículo virou na esquina, o jovem pode lembrar-se de algo importante: a mãe de Fani estava

12 viajando. Tentou dizer a si mesmo que aquela ligação não importava, mas era péssimo em acreditar nas próprias mentiras. Sabia que era um outro homem que estava ligando para sua namorada, sabia o que aconteceria entre os dois quando se encontrassem e que aquela não era a primeira nem a última vez que isso acontecia. E que moral teria ele para repreendê-la, se no dia anterior, ao mesmo horário estava a despir uma outra mulher? Havia usado a famosa expressão de que chumbo trocado não doía, mas o fato de ser indolor não diminui sua fatalidade. Quis com todas as suas forças ter ficado com ódio ou raiva da traição da namorada, mas tudo o que pairava sobre sua cabeça eram nuvens de decepções que conturbavam ainda mais sua tempestade pessoal de aborrecimentos. Nos dias que se seguiram não fez quase nada. Não saiu, não estudou, não procurou por Fani. Sequer atendeu as ligações de Guto preocupado pela falta de notícias. Toda atividade diária resumia-se em olhar para o teto do quarto enquanto estava deitado na cama. Isso acabou despertando a preocupação da mãe do jovem, mas o pai acabou interpretando tudo aquilo como um capricho ou pirraça do filho, que ainda trazia consigo a indiferença pela venda do carro e pela própria situação em si, tanto de ser taxado de criminoso quanto de ter pego um soco que bem no fundo de sua dignidade estava anestesiado por uma culpa que não sentia. Não sabia até que ponto sua vida mudou, só tinha certeza de duas coisas: nada era como antes, e se assim fosse, que tudo voltasse a seu devido lugar o mais rápido possível. Quando o quinto dia do acidente amanheceu, Diego e o pai retornaram ao hospital. O jovem continuava de mal grado porque qualquer coisa seria mais interessante do que ficar em um hospital, esperando algo que estava fora do seu alcance. Em suma, não via sentido algum em fazer algo de modo tedioso que pudesse ser feito de uma forma mais interessante. Mas esperar na fila enquanto assistia a um programa na televisão da recepção fazia parte de seu castigo, que por avaliação do pai, ainda estava leve se comparado ao que fez. Depois de um certo tempo, com o aval do médico, seguiu para o leito onde a jovem estava. Enquanto caminhava, procurava uma forma de recuperar outro carro, ou pelo menos, dar um jeito de esquecer tudo aquilo e novamente tentar um encontro mais íntimo com Raíssa, para deixar Fani de lado. Logo, os pensamentos que o haviam deixado tão distante de si, desfaziam-se no momento em que ele entrava no quarto, um choque de realidade provocado pelo olhar frio e revoltado da paciente. Estava agora frente à jovem dos olhos de gelo.

13 Felizes para sempre Maria Clara recolheu-se a poucas palavras. Normalmente era do tipo de pessoa diplomata e que dificilmente recusava qualquer conversa, mas aquela era perfeitamente dispensável. O homem começou a sentir-se constrangido, e não podia tirar a razão da jovem. Saiu do quarto por um instante devido ao chamado do médico e pediu para que o filho o esperasse. O rapaz por sua vez, mal tirava os olhos do celular, parecia ter esquecido do mundo que o rodeava, mas ainda sentia os calafrios provocados pelo olhar de inquisição da paciente, tanto que em um certo ponto desviou a atenção do aparelho e arriscou um diálogo: - Oi. disse com a mesma expressão de quem queria dizer tchau. - Oi. - recrutou ela de forma hostil e irônica. O diálogo entre os dois poderia ser uma ponte para eventuais tréguas, mas o contexto fazia com que Diego fugisse a todo momento de encarar Maria Clara porque sentia algo estranho. Enquanto isso, ela continuava com o olhar objetivo não de quem queria julgar, mas sim de punir, fazer justiça com as próprias mãos. - Doendo muito? - arriscou novamente. A jovem apenas acenou com a cabeça dizendo que sim, sem desfazer o olhar fixo que agora começava a assustá-lo. Contudo, a indignação de Diego por ter perdido o carro era maior do que qualquer culpa que poderia ou não existir dentro do jovem. Tamanha era esse sentimento de estagnação, que não o conteve dentro de si. - Tudo beleza então falou com um tom sarcástico No final das contas foi só um susto. Espero que esteja feliz, por sua culpa acabei ficando sem o meu carro. Maria Clara poderia ter bravejado de ódio, dirigindo-lhe as mais impronunciáveis e degradantes ofensas que já foram ditas na face da terra. O medo e o desespero lhe concederam a rara inteligência dos conformados, que nunca aponta uma resposta clara, mas que possui um efeito devastador para com algumas questões. A verdade é que as palavras que saíram de sua boca teriam mais impacto do que qualquer degradação, porque no fundo, eram verdadeiras, sinceras e inquestionáveis pelas leis da retórica e da ironia: - Foi só um susto respirou um pouco e começou a ficar com os olhos marejados e um tom de choro Espero que esteja feliz porque eu estou viva, mas por sua culpa, perdi as minhas pernas retirou o lençol que a cobria da cintura para baixo. Diego preparou-se para contra-atacar. Entretanto, até a dialética do jovem rapaz teve de render-se para com aquela situação. Como ir contra um inimigo já vencido? Tentou refletir sobre o que sentia, analisando as possíveis explicações ou simplesmente procurando alguma outra preocupação em sua mente que o pudesse distrair daquele problema. A verdade é que

14 simplesmente não conseguiu falar, depois de ver as pernas da jovem ainda envolta nos curativos, além das lágrimas que lhe caiam pelo rosto. Começava então o desabrochar das flores de angústia no pensamento, que por sua vez tinham mais espinhos do que pétalas e em nada eram belas. Restou-o apenas sair atordoado porta afora, trombando com médicos, enfermeiras ou quem quer que cruzasse seu caminho. Quando deu por si, estava recostado no carro, com as mãos apoiando a cabeça e ausente dos chamados do pai: - Diego, o que aconteceu? - perguntou-o. - Vamos pra casa agora. - respondeu ainda meio atordoado. No quarto de hospital, o semblante de dor da moça começava a ceder espaço para o de cansaço. Já não doíam mais as pernas, os sonhos que se destruíram, quaisquer que fosse o futuro que lhe era reservado. Quantas coisas ela teria de vir a abrir mão? Como em um curto espaço de tempo teve seu sorriso mais alegre e suas lágrimas mais tristes? O que tornavam as coisas dolorosas era a esperança de que cedo ou tarde, tudo voltaria a ser como antes, mas era uma chama muito difícil de se manter acesa e aquele era apenas o início dos ventos da tormenta que a vida lhe reservava. Do momento em que saíra do hospital e retornara para casa, o jovem não disse uma única palavra. Trancou-se no quarto e procurou pensar em qualquer outra coisa que não fosse referente a jovem. Durante os próximos três dias que se seguiram, não falou com ninguém ou sequer fez menção de sair de casa, apenas se trancou dentro de um purgatório preparado pela sua consciência e ali ficaria até conseguir a absolvição pelo crime que cometera. Durante duas semanas o jovem começava a perder sua identidade. Não era mais o rapaz festivo e animado que vivia sorrindo e experimentando todas as loucuras do mundo. Estava preso dentro de um profundo e torturante silêncio. Aconteceu que dentro do período de reclusão de Diego, Maria Clara finalmente recebia alta médica, para que pudesse se recuperar em casa. Sua felicidade aparecia em um grau quase imperceptível, afinal, livrava-se da maca, mas era aguardada pela cadeira de rodas e as longas sessões de terapia para ajudar uma possível recuperação. Contudo, iria para um lugar familiar, que certamente lhe faria melhor do que aquele quarto que misturava os odores de tristezas e desinfetantes, santuário de suas memórias mais tristes até então. Os amigos de Diego acharam por bem intervir na situação. Até mesmo porque a própria mãe do jovem já pensara em encaminhar o filho para uma psicóloga ou coisa do tipo. Sob inúmeras recusas, acabou sendo levado a força por Guto para uma boate no meio da noite em um bairro de classe média da cidade. O lugar estava cheio e a música eletrônica no volume máximo, o que deixava-o ainda mais atordoado, porque achara na paz do quarto um

15 meio de equilibrar os conflitos de sentimentos e a tranquilidade de espírito, mas naquele ambiente, tudo refletia perfeitamente a batalha do lado de dentro de sua mente. - Toma isso falou Guto entregando-lhe uma bebida Vai te deixar mais animado. - Eu só quero ir pra casa cara. - falou Diego com um tom desanimado não tou com animo pra festa. - Deixa disso! Vem cá, a Raíssa está por aqui em algum lugar, tenho certeza que ela vai salvar a sua noite! - Sem essa, eu ainda tou de caso com a Fani, então melhor não procurar mais confusão. - Se eu te der dois bons motivos, você vem comigo? - Cara, eu já disse... - Vem ou não? - Tá legal, se me der dois bons motivos, eu vou! - Primeiro: acaso você pensou na Fani naquela noite em que estava na cama com a Raíssa? - Legal, qual o segundo? - disse o jovem depois de respirar fundo. - Olha para o camarote 17 da área vip. De todas as coisas mais estranhas nesse mundo, uma das mais frequentes e comuns, é a ação de quando se falar em uma pessoa ausente, ela simplesmente surgir do nada. Nesse caso, depois de tanto falarem o nome da jovem, eis que Diego percebeu a presença da namorada, no andar acima da boate, quase sem fôlego, nos braços de um homem que teria idade para ser seu pai, senão avô. Sendo assim, decidiu usar a última porção de bom senso para evitar uma confusão e tomando a bebida da mão do amigo, retornou aos mesmos hábitos de antes. - O velho Diego está de volta! - brandou o amigo ao vê-lo se dirigir em direção a Raíssa. Mas as cicatrizes do jovem ainda não haviam curado por completo. Tâmara decidiu passar aquela noite com a amiga. Para isso, saiu da faculdade direto para a casa de Maria Clara, onde haviam combinado de assistir a um filme que passaria na televisão. Quando chegou, viu que a amiga estava deitada na cama entregue à leitura de um livro que parecia ser interessante, mas que logo foi descartado para segundo plano. - Como está amiga? - perguntou Tâmara enquanto a abraçava. - Um pouco melhor respondeu ela com muito esforço, tentando se elevar um pouco mais e as novidades? - Só as mesmas fofocas de sempre disse sentando-se no canto da cama e você, quando vai estar pronta para um passeio no shopping? - Não sei. Daqui a uma semana começa a minha fisioterapia, mas andar mesmo. Não sei se

16 vou voltar a fazer isso algum dia... - O importante é ter fé! - Se não fosse por minha família, você e o Henrique, eu juro que não saberia o que fazer... - E quanto ao cara que te atropelou, foi preso? - Nem me fale nesse cretino. Acredita que não teve um pingo de remorso do que fez? Estava mais afetado por ter perdido o carro do que quase ter tirado a minha vida. - Esse cara é um perfeito mau caráter. As duas acharam por bem mudar de assunto, até mesmo porque o filme já havia iniciado. Era bom começar a voltar aos poucos a normalidade a partir de algumas atividades. Também era essencial para sua recuperação que todos demonstrassem estar ao seu lado, isso porque é preciso mais força para se levantar uma pessoa, do que para derrubá-la. Diego chegou em casa totalmente fora de si, devido ao efeito do álcool. Por sorte, seu pai estava em uma viagem de trabalho, caso contrário, seria outra enxurrada de repreensões e castigos. Embora não estivesse contente com aquilo, sua mãe mostrava-se mais conivente, já que via o filho recuperar o mesmo ânimo e energia que tinha antes que as coisas ficassem tão conturbadas. As imagens confusas o fizeram deitar na cama sem quaisquer preocupação ou remorso. Não sabia, mas tinha terminado com Fani, armado o maior escândalo com o acompanhante dela e por fim, ter vomitado no sapato de Raíssa depois de um longo e demorado namoro. Era bom estar de volta... Uma outra ressaca no dia seguinte, fez o jovem despertar ainda mais tarde. Comia agora toda a quantidade que recusava durante o tempo de reflexão, e já havia esquecido completamente da jovem que vira no hospital. Entre corridas ilegais, bebedeiras e outros fatores da vida desregrada que tinha antes, Diego se sentia com tanto poder quanto possuía tempos atrás. Até que uma tarde, semanas depois de sua primeira festa pós-tragédia, recebeu um telefonema que mudaria sua vida para sempre. Maria Clara tentava uma readaptação, mas era tudo muito difícil. Ainda estava fraca devido a internação médica recente, por isso, pouco se locomovia na cadeira de rodas sem que estivesse exausta de tanto esforço para com o braço. Contudo, havia Henrique para ampará-la, e ela começava a se sentir outra vez, com força para enfrentar todos os desafios do mundo, embora ainda fosse difícil suportar todos os olhares das pessoas, o passeio do casal pela praça naquela manhã foi de certa forma agradável. O sol tocava o terno rosto da moça, enquanto o vento balançava-lhe os cabelos. Escapou também um sorriso de felicidade que há muito tempo não se via. Só que as coisas não terminaram tão bem como ela achava.

17 Henrique apareceu na tarde anterior ao dia em que ela iniciaria as sessões de fisioterapia. Tinha um semblante triste no rosto, que nada mais era do que outro duro golpe na vida da jovem. Sentou-se na cama onde Maria Clara estava, e tentava olhar para todos os lugares possíveis que não o fossem os olhos dela. Era algo difícil, porque acima de tudo, era culpa da sua própria fraqueza: - O que foi amor falou a jovem inclinando-se para ele aconteceu alguma coisa? - A gente precisa conversar... - mencionou - Me conta, o que houve? - Eu achei que ia conseguir contornar a situação, que tudo daria certo, mas... - Mas o quê Henrique? - Quando eu te conheci, você era alegre, cheia de vida. Era a pessoa perfeita com quem eu queria passar o resto da vida... - Como assim era? - começou a ficar com os olhos cheios de lágrimas. - Eu não sei se vou conseguir levar isso adiante, isso é, do jeito que as coisas estão... - Você está querendo terminar?! - A situação não pode continuar assim Maria Clara, eu não consigo. - Você não consegue?! Acha que as coisas estão difíceis pra você?! Olha só pra mim Henrique, meu mundo está desmoronado diante dos meus olhos e é assim que você fica ao meu lado?! - Acredite Maria Clara, as coisas vão ser bem melhor assim... Me desculpe. - saiu do quarto. E em menos de um mês o mundo da jovem ruiu. Todos os seus sonhos haviam se convertido em um mar de cinzas que a afogava cada vez mais. Lágrimas depois, já não queria saber de se alimentar, deixando de lado todas as bandejas que lhe serviam. Fisioterapia era algo que passara a ser definitivamente um assunto fora de questão. A única coisa que a mantinha viva era um soro conectado ao seu braço, que jazia ali depois de lhe faltar força para removê-lo. Depois do episódio de tentar apressar a hora de sua partida cortando os pulsos com a lâmina de uma tesoura, a família viu-se obrigada a pedir ajuda a um psicólogo. O profissional, por sua vez, analisou bem o caso, mas não encontrou quaisquer esperanças de reverter o estado de Maria Clara sem o uso de remédios, e misturará-los com os medicamentos que já eram ministrados devido a operação poderia deixar as coisas em uma situação ainda mais crítica. Contudo, havia uma esperança. Se a situação da moça era resultado de um choque psicológico, talvez outro choque de igual intensidade pudesse fazê-la voltar ao normal. Dentre todas as possibilidades, a mãe de Maria Clara sugeriu que ligassem para a casa do jovem que

18 atropelou, já que muito provavelmente a raiva pudesse fazê-la acordar para um diálogo. O pai da jovem foi contrário à ideia no princípio, mas depois acabou vendo que não havia outro jeito. - Com licença, acaso é da residência do senhor Saraiva? - Essa sim falou Diego mas ele não está. - E o filho dele se encontra? - Sim, é ele. O que deseja? - Bem rapaz, eu sou o pai da jovem que você atropelou... - Olha senhor, já não tenho mais nada a ver com isso... - Como não?! Por sua causa ela está do jeito que está, e além disso é sua obrigação! - Se for dinheiro, já vou avisando que não tenho um tostão... - Escuta ela está muito mal, e se por acaso acontecer alguma coisa com ela, a culpa é sua seu moleque irresponsável, então trate de vir aqui o mais rápido possível senão eu vou ai te buscar à força, entendido! - desligou o telefone. E sua última esperança era o causador de toda aquela tragédia.

19 Continuação do fim Diego ficou extremamente irritado com aquele telefonema. Toda aquela confusão devia ser passado para ele, ainda mais no momento em que tudo, aos poucos, começava a voltar ao normal. Ficou inquieto por algumas horas, percorrendo inúmeras vezes os cômodos de sua casa, até que pediu o endereço para a mãe. Teve de fazer o percurso de ônibus, já que estava sem carro. Para piorar ainda mais, viu numa esquina seu rival Norberto, exibindo o carro para os amigos que um dia eram mais próximos do jovem. Durante toda a viagem, o rapaz se fazia uma única, porém persistente pergunta: por que ele? Por que não Norberto? Certamente ele iria encarar aquela situação de melhor modo que ele encarava. E ainda tinha de conviver com a irônica cartada do destino de torná-lo o único capaz de salvar a garota que arruinara sua vida social. Maria Clara morava em um bairro de classe média, numa casa de simples de dois andares. Ainda sim, o jovem bateu em duas portas por engano, até acertar a residência da moça. - É aqui que mora a Maria Clara? - perguntou para a senhora que abrira a porta. - É aqui sim respondeu a mulher acaso você não se lembra de mim no hospital? - Não muito bem. Ela está ai? - Está no quarto, desolada... Entre por favor... O jovem então entrou, avaliando desinteressadamente cada pequeno detalhe da casa. Sentou-se ao sofá enquanto ouvia tudo o que acontecera com a moça desde o tempo em que ela saíra do hospital. Observou também todas as fotos que exibiam toda uma história de vida, e a culpa que tinha adormecido, acordara como uma fera faminta que novamente, lhe corroía por dentro. Em meio a todas as coisas fúteis e irresponsáveis que revivera nos últimos dias, tinha essa oportunidade de sentir que fazia algo realmente útil, ainda que fosse para reparar um erro que ele próprio cometera. Encarava aquela como a última chance de conseguir salvar sua alma, mostrando que ainda resguardava algo de bom dentro do coração. Maria Clara assemelhava-se a um fantasma tanto no corpo, quanto na alma. Tinha a pele pálida pela falta de sol e um olhar lânguido, perdido no espaço-tempo que levava a um universo paralelo onde tudo havia dado certo. Costumam dizer que fantasmas são nada menos que pessoas cobrando dívidas pendentes, pelo menos nesse caso, a afirmativa era certa. Quando o jovem entrou pela porta, mais parecia ter sido atingido por um forte golpe no estômago, resultado quem sabe, dos pensamentos lançados pela moça assim que o avistou: - O que você está fazendo aqui? - perguntou ela. - Eu vim aqui pra tentar te ajudar... - falou.

20 - Você acabou com a minha vida. Nada do que você fizer vai mudar isso... - Não acha que isso é drama demais? - Eu estou presa numa cama, estou perdendo aula da faculdade, meu noivo terminou comigo e eu nem sei se algum dia vou voltar a andar. Me diz, acaso eu estou sendo dramática? - Desculpe. Mas isso não quer dizer que você possa ficar assim! Afinal, ainda existe chance de você caminhar de novo e de recuperar tudo o que perdeu. - Isso é o que todo mundo diz, só que eu sei a verdade... - A verdade é que amanhã eu vou passar aqui e te levar para a fisioterapia. Se acaso você não tem iniciativa para recuperar sua vida de volta, eu tenho para me livrar dessa culpa, então querendo ou não, você vai! A jovem então deu o assunto por encerrado, virando o rosto de lado e desligando-se da conversa. Diego percebera que se alterou um pouco, então decidiu ir embora antes que piorasse as coisas. Entretanto, antes de sair ouviu as últimas palavras que a jovem diria naquele dia, e que o levara a se sentir como um condenado a morte que aceita irrefutavelmente sua pena: - Nem que você morra, eu nunca vou conseguir perdoar você pelo que me fez... - disse Maria Clara em um tom frio e sinistro. O rapaz não olhou para trás, seguiu seu caminho. Aquele foi o golpe mais forte que já recebera na vida. Eram sete horas da manhã quando Diego tocou a campainha da casa de Maria Clara. Acabou dando de cara com o pai da jovem que saia para o trabalho e curioso, quis saber qual a justificativa da presença do jovem. Dadas as devidas explicações, restava acordar a moça que dormia angelicalmente. - Você aqui? - perguntou ela em meio a um bocejo. - Eu disse que vinha. - Não acreditei. Além do que, eu não vou para a fisioterapia. - Qual o nome da sua mãe? - Lara, por quê? - Ô dona Lara! - gritou da porta do quarto Sua filha tá pedindo para tomar um banho e se preparar que nós vamos sair! A mãe de Maria Clara acabou animando-se com a notícia, e o jovem usou essa empolgação para chantagear sentimentalmente a moça. Como previsto, a raiva que sentia de Diego acabou por despertá-la da letalergia a qual estava submersa, ainda que fosse de forma agressiva e hostil. Não teve coragem de acabar com o sorriso de esperança que sua mãe

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