PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO E DISTRIBUIÇÃO DE PESO CORPORAL COMO PREDITORES DE DOENÇAS CAR- DIOVASCULARES EM ADOLESCENTES ESCOLARES

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1 Recebido em: 16/07/2014 Parecer emitido em: 28/07/2014 Artigo original LIMA, L.C. de D.; SILVA, G.C.B.; MOREIRA, S.M. do N.; REIS, L.A. dos; ARAÚJO, D.M.E. de; ANDRADE, A.P.S. de; Prevalência de excesso de peso e distribuição de peso corporal como preditores de doenças cardiovasculares em adolescentes escolares. Coleção Pesquisa em Educação Física, vol. 13, n. 3, p , PREVALÊNCIA DE EXCESSO DE PESO E DISTRIBUIÇÃO DE PESO CORPORAL COMO PREDITORES DE DOENÇAS CAR- DIOVASCULARES EM ADOLESCENTES ESCOLARES Leonardo Coelho de Deus Lima 1,2, Glauber Castelo Branco Silva 3, Sandra Maria do Nascimento Moreira 1,4, Laudeth Alves dos Reis 1,4, David Marcos Emérito de Araújo 5, Ana Paula Soares de Andrade 1,4. RESUMO O objetivo do estudo foi verificar o índice de massa corporal (IMC) e a distribuição da gordura corporal em escolares adolescentes. Tais medidas indicam riscos de doenças cardiovasculares. O estudo caracterizou-se de corte transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi composta por 105 adolescentes, de ambos os sexos, alunos de uma escola particular do município de Teresina/PI. Foram realizadas medidas de peso, altura e circunferência da cintura (CC). Foi realizado o cálculo de IMC, e para análise estatística foi utilizada estatística descritiva, através da média e desvio padrão, tendo uso da correlação de Pearson para correlacionar as variáveis avaliadas. Os adolescentes apresentaram excesso de peso (sobrepeso + obesidade) mais elevado que a média dos adolescentes brasileiros. A análise estatística apresentou forte correlação entre as variáveis estudadas, sobretudo quando relacionamos IMC/CC, que indica excesso de gordura na região abdominal. Quadro que favorece o desenvolvimento de várias enfermidades que predispõem as doenças cardiovasculares (DCV). Os resultados demonstram que medidas de intervenção quanto ao nível de atividade física e qualidade da alimentação, são atitudes profícuas, para que a possibilidade dos indivíduos estudados serem acometidos por um problema cardiovascular, seja minimizado substancialmente. Palavras-chave: Excesso de peso. Doenças cardiovasculares. Escolares. PREVALENCE OF OVERWEIGHT AND BODY WEIGHT DISTRI- BUTION AS PREDICTORS OF CARDIOVASCULAR DISEASE IN SCHOOL ADOLESCENTS ABSTRACT The aim of the study was to investigate the body mass index (BMI) and body fat distribution in adolescents. Such measurements indicate risk of cardiovascular disease. The study had a cross-sectional, descriptive and correlational. The sample consisted of 105 adolescents of both sexes, students of a private school in the city of Teresina/PI. Were measured weigh, height and waist circumference (WC). Was calculated BMI, and statistical analysis was used descriptive statistics such as mean and standard deviation, and use the Pearson correlation to correlate the variables. The adolescents were overweight (overweight and obesity) higher than the average Brazilian adolescents. Statistical analysis showed a strong correlation between the variables studied, especially when we relate BMI/CC, which indicates excess fat in the abdominal region. Framework that favors the development of various diseases that predispose to cardiovascular disease (CVD). The results show that intervention measures on the level of physical activity and quality of food are attitudes fruitful, so that the individuals studied possibility be affected by a cardiovascular problem, is minimized substantially. Keywords: Overweight. Cardiovascular disease. School. Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

2 INTRODUÇÃO Na sociedade contemporânea há um predomínio do pensamento cartesiano (BENTO, 2012). O intelecto é priorizado em detrimento ao corpo. Este é renegado, relegado, entregue às enfermidades. Tratado como uma mercadoria qualquer, que é consertado quando apresenta alguma falha. Não por acaso, cresce de forma assustadora, o percentual de pessoas obesas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2012), a projeção é que em 2015, deverão existir cerca de 2,3 bilhões de pessoas com excesso de peso e mais de 700 milhões de pessoas sejam obesas. Estudos mostram a relação direta entre o acúmulo de gordura corporal com uma maior prevalência de doenças cardiovasculares. Sobretudo quando este acúmulo ocorre na região abdominal, a denominada distribuição andróide (KATZMARZYK et al., 1999). Segundo Ross (1999), há uma relação direta da obesidade com a atividade simpática e com a inflamação, atividades as quais estão envolvidas no processo aterosclerótico. Ademais, Lopes (2007) afirma que indivíduos obesos são mais acometidos por enfermidades, como: diabetes, hipertensão, dislipidemias. Podendo a obesidade desencadear tais problemas ou agraválos. Quadro que maximiza os riscos de doenças cardiovasculares. Conforme Lessa (2004), doenças cardiovasculares são, atualmente, consideradas a principal causa de mortalidade mundial. Monego; Jardim (2006) investigaram os fatores que podem desencadear problemas cardiovasculares, nas demais faixas etárias. Perfil lipídico, controle da pressão arterial, índice glicêmico, índice de massa corpórea (IMC) e circunferência abdominal são alguns dos principais indicativos de problemas cardíacos. Sabendo que há uma estrita relação entre níveis de obesidade e doenças cardiovasculares, é pacífico o entendimento na comunidade científica, que vários dos fatores de risco às doenças cardiovasculares são adquiridos através de comportamentos negativos iniciados na infância e adolescência. Como nota-se no estudo de Rodrigues et al., (2012), ao afirmarem que a inatividade física na infância e adolescência está relacionada ao sedentarismo e a obesidade na fase adulta, e suas consequências podem comprometer seriamente a saúde das pessoas. Reiterando tais achados e ratificando a importância em se iniciar medidas de prevenção ainda na infância, Berenson et al., (1992) verificaram em sua pesquisa com crianças e adolescentes, que 11% dos sujeitos estudados apresentaram excesso de peso. Destes, 58% tinham no mínimo um fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares quando adultos. É importante estudar o estágio inicial do problema para que medidas de intervenção sejam mais efetivas. Haja vista os malefícios causados pelo acúmulo de gordura corporal e demais enfermidades que podem ser originadas ou agravadas pela obesidade. Assim sendo, o objetivo do estudo foi verificar o índice de massa corporal e a distribuição da gordura corporal, que podem indicar riscos de doenças cardiovasculares em escolares adolescentes. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS O estudo caracterizou-se de corte transversal, descritivo e correlacional. A amostra foi composta por adolescentes, de ambos os sexos, com idade entre 11 e 16 anos, alunos do 7º ao 9º ano do ensino fundamental de uma escola particular do município de Teresina - PI. A referida escola fora selecionada por ser o local de trabalho de um dos autores do presente artigo, e as turmas, por serem as séries as quais este professor lecionava a disciplina Educação Física. Na escola foi distribuído aos alunos o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), a fim de ser assinado pelos pais ou responsáveis. Seria excluído o aluno que apresentasse enfermidades que interferem no controle do peso corporal e o aluno que não apresentasse o TCLE assinado. Não houve exclusão, o que se caracterizou em uma amostra de 105 estudantes, sendo 54 do sexo feminino. Para aferir a massa corporal (Kg), utilizou-se uma balança portátil digital Plenna com capacidade para registrar até 180 Kg, e precisão de 0,100 kg, devidamente aferida e colocada em local plano. A estatura 100 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

3 foi aferida através do uso de estadiômetro portátil Sanny, com variação de cm e a circunferência da cintura (CC) foi verificada com uma fita métrica flexível com escala de medida de 0,1 cm. Para medida de peso, os indivíduos estavam descalços e com roupas leves. Para medida de altura, ainda descalços, os sujeitos postaram-se na posição bípede e ereta, com o olhar no plano de Frankfurt. Para verificar a circunferência da cintura, o avaliado ficou em pé mantendo sua respiração normal. A CC foi determinada pela circundação da fita na cintura no ponto coincidente com a distância média entre a última costela e a crista ilíaca. Após a realização das medidas biométricas, fora realizado o cálculo do índice de massa corpórea (IMC), através da razão entre o peso em quilogramas sobre a altura em metros quadrado, equação proposta por Quetelet no século XVIII, para determinar se a massa corporal da pessoa está dentro do recomendável para a saúde (GUEDES; GUEDES, 1998). A classificação dos valores do IMC fundamentou-se na tabela proposta segundo idade e sexo, em um estudo internacional, que envolveu jovens brasileiros (COLE et al., 2000). Enquanto a classificação da CC fora baseada nos estudos de Taylor et al., (2000), que também consideraram idade e sexo. Para análise dos dados, foi utilizada estatística descritiva de média, desvio padrão e distribuição de frequência. Para correlação entre as variáveis, peso, IMC e CC, utilizou-se a correlação de Pearson, admitindo valor p = O estudo foi iniciado após o consentimento dos pais ou responsáveis e liberação dos coordenadores da escola. RESULTADOS O presente estudo avaliou indivíduos de ambos os sexos, com idade entre 11 e 16 anos, identificando a prevalência de excesso de peso e distribuição de peso corporal, como preditores de doenças cardiovasculares em adolescentes escolares. A tabela 1 apresenta os resultados do IMC de ambos os sexos de forma geral. Verificou-se que 23,8% apresentaram excesso de peso (sobrepeso + obesidade). Os demais apresentaram classificação normal quanto ao índice de massa corporal. Tabela 1. Classificação IMC geral. CLASSIFICAÇÃO FREQUÊNCIA PERCENTUAL Normal Sobrepeso Obeso Nota: IMC: índice de massa corporal em Kg/m2. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população infanto-juvenil do Brasil, a qual os sujeitos do presente estudo fazem parte, nos últimos 20 anos, houve um aumento de 239% nos índices de obesidade nesta faixa etária. Atualmente, 15% dos brasileiros entre 6 e 18 anos estão com sobrepeso e 5% já estão em nível de obesidade (BRASIL, 2010). Analisando os resultados obtidos em nossa pesquisa, percebe-se que os indivíduos, com média de idade de 13 anos, apresentam índices ainda mais elevados, tanto de sobrepeso (18,1%), como de obesidade (5,7%), em relação à média apresentada pelos contemporâneos brasileiros. Apresentamos na tabela 2 a classificação do IMC de acordo com os sexos. Quando estratificamos os sexos, percebemos que os indivíduos do sexo masculino, apresentam maior nível de excesso de peso (sobrepeso + obesidade). Pois, dos 51 adolescentes do sexo masculino, 25,5% deles estão com acúmulo Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

4 de peso desproporcional em relação à altura; enquanto no sexo feminino, 22,3% apresentam tal acúmulo. Tabela 2. Classificação do IMC por gênero. MASCULINO FEMININO Classificação Frequência Percentual Frequência Percentual Normal Sobrepeso Obeso Total Nota: IMC: índice de massa corporal em Kg/m2. Analisando a tabela 3, que apresenta os resultados da análise da circunferência da cintura dos sujeitos, percebe-se que os adolescentes do sexo masculino apresentaram maiores percentuais. Tal medida é importante, pois indica se na distribuição de peso corporal há acúmulo de gordura na região abdominal, preditor de vários problemas cardiovasculares (Tabela 3). Tabela 3. Classificação da circunferência da cintura por gênero. MASCULINO FEMININO Classificação Frequência Percentual Frequência Percentual Normal Alto Total Tendo os homens apresentado maiores índices de excesso de peso e CC, os resultados vão de encontro aos da pesquisa de Moura et al., (2012), realizado também no estado do Piauí, com adolescentes, no qual as representantes do sexo feminino apresentaram maiores percentuais de IMC e CC. Não obstante, assemelha-se ao estudo de Rodrigues (2006), o qual demonstra que adolescentes do sexo masculino apresentam níveis mais elevados de distribuição de peso corporal e gordura visceral, em comparação às adolescentes. Correlacionado as variáveis avaliadas, utilizando a classificação fraca (0.1 a 0.3), moderada (0.4 a 0.6), forte (0.7 a 0.9) e perfeita (1.0), constatou-se fortes correlações entre peso/cc, peso/imc e CC/IMC. Inclusive com correlações quase perfeitas (Tabela 4). Tabela 4. Correlação entre as variáveis do grupo de forma geral. CORRELAÇÕES RESULTADOS CLASSIFICAÇÕES Peso/CC 0.91 Forte Peso/IMC 0.88 Forte CC/IMC 0.85 Forte Nota: IMC: índice de massa corporal em Kg/m2. CC: circunferência da cintura. Realizada a correlação entre as variáveis de acordo com o sexo, observou-se que tanto os homens como as mulheres apresentaram correlações fortes, sobretudo os adolescentes do sexo masculino, como mostra a tabela Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

5 Tabela 5. Correlação entre as variáveis por gênero. MASCULINO FEMININO Correlações Resultados Classificações Peso/CC Forte Peso/IMC Forte CC/IMC Forte Nota: IMC: índice de massa corporal em Kg/m2. CC: circunferência da cintura. Os resultados obtidos no presente estudo são preocupantes, haja vista o que a literatura científica tem demonstrado sobre a relação entre gordura corporal, sobretudo a abdominal, e vários tipos de enfermidade. De acordo com Colagiuri; Colagiuri; Ward (1998), fatores decorrentes do estilo de vida, tais como: alimentação, inatividade e sobrepeso predispõem o acometimento da diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Enfermidade caracterizada pelo excesso de glicose no sangue, gerada em decorrência à resistência ao hormônio insulina. Sobre esta relação entre acúmulo de peso e DM2, Dunstan et al., (2001) afirmam que para reduzirmos o impacto da diabetes no mundo, é imprescindível que controlemos primeiramente a epidemia da obesidade global. Sobre esta relação, McNaughton (2013) fala sobre o neologismo Diabesity, resultado da aglutinação dos vocábulos Diabetes and Obesity. O mesmo autor ainda afirma que a obesidade central é o principal fator ou motivo central para o surgimento da DM2. Em estudo epidemiológico, Steinberg et al., (1997) afirmam que níveis elevados de ácidos graxos livres estão fortemente associados ao desenvolvimento da intolerância à glicose, progressão para DM2 e consequentemente associado às doenças cardiovasculares. Reiterando o papel preditor que a diabetes pode exercer no acometimento de eventos cardiovasculares (DCV), Silva et al., (2012), mostraram uma forte associação de excesso de peso com DM, e desta, com doenças cardiovasculares. Os autores evidenciaram que 78,9% dos sujeitos diabéticos estudados apresentaram DCV. Outra enfermidade comum em pessoas que apresentam acúmulo excessivo de peso, sobretudo quando acontece na região abdominal, é a hipertensão arterial sistêmica (HAS). A obesidade e a hipertensão arterial estão intimamente relacionadas. A prevalência da HAS é cerca de 50% maior em indivíduos obesos (MATAVELLI; MION, 2002). Em uma pesquisa com escolares, Monego; Jardim (2006) mostraram que adolescentes com excesso de peso eram, significativamente, mais acometidos pela hipertensão. Resultado que indicam a não necessidade do acúmulo de peso durante décadas para o aparecimento das comorbidades patogênicas relacionadas à obesidade. Em um estudo com 799 escolares, Silva et al., (2013) mostram a significativa relação entre baixo nível de atividade física, sobrepeso e obesidade com o desenvolvimento da hipertensão arterial. É claro, portanto, a relação entre acúmulo de peso e HAS. A hipertensão arterial, por sua vez, é considerada um dos principais fatores de risco para morbidade e mortalidade cardiovascular (STOKES et al., 1987). Além da forte relação existente entre obesidade/diabetes e obesidade/hipertensão, a dislipidemia tem grande destaque no que tange a sua prevalência em pessoas com excesso de peso. Em um estudo epidemiológico com adultos, Fernandes et al., (2011) identificaram uma relação significativa entre obesidade/dislipidemia. A dislipidemia é caracterizada por alterações na concentração de um ou mais lipídeos/lipoproteínas presentes no sangue: triglicérides, colesterol, lipoproteínas de alta HDL e baixa densidade LDL (DIAZ et al.,1997). Maiores valores de IMC registrados na infância e adolescência estão relacionados com perfil lipídico desfavorável na idade adulta (SINAIKO et al., 1999). Alterações no perfil lipídico estão intimamente relacionadas ao processo de desenvolvimento da aterosclerose (DIAZ et al.,1997). Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

6 Quando as doenças, que foram relacionadas com acúmulo de peso excessivo, acometem o indivíduo de forma coletiva, constitui-se o quadro de síndrome metabólica (SM). Conforme a Federação Internacional do Diabetes (IDF, 2005), o diagnóstico da SM acontece quando o sujeito apresenta circunferência abdominal alterada e mais dois dos seguintes componentes: triglicerídeos 150 e/ou em homens HDL < 40 e em mulheres HDL < 50, pressão arterial 130/85 mmhg ou uso de anti-hipertensivos e glicose sérica > 100. A obesidade tem sido relacionada como um dos fatores principais na fisiopatologia da Síndrome Metabólica (RIBEIRO FILHO et al., 2006). Como consequência, em um estudo prospectivo, Lakka et al., (2002) indicam uma probabilidade de morte, por doenças cardiovasculares, de até 3 vezes maior em portadores da SM. Percebe-se, portanto, que quando instalado o quadro de sobrepeso ou obesidade, já na adolescência, o risco de desenvolvimento de doenças, tais como: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e síndrome metabólica (que favorecem o desenvolvimento das DCVs), é maior que em adolescentes com distribuição de peso corporal normal. Ademais, a literatura nos mostra que a probabilidade de o adolescente manter-se obeso nas demais fases da vida é muito relevante. Deste modo, tão logo medidas intervencionistas sejam realizadas, mais facilmente o quadro será revertido. CONCLUSÃO Vários dos estudos mostrados anteriormente destacam que na fase infanto-juvenil, indivíduos de ambos os sexos, sobretudo quando apresentam excesso de gordura visceral, são acometidos pelas doenças crônicas não transmissíveis. Pela prevalência de tais doenças ter aumentado significativamente no público infanto-juvenil, e, principalmente, levando em consideração a afirmação de Fagundes et al., (2008), ao relatarem que chega a aproximadamente 80% o risco de o adolescente obeso manter-se nessa condição até a idade adulta, é importante que medidas de intervenção sejam realizadas ainda na adolescência para que o risco de desenvolver futuramente enfermidades que favorecem o desenvolvimento das doenças cardiovasculares seja minimizado substancialmente. Portanto, analisando o resultado apresentado pelos sujeitos da nossa pesquisa, que apresentaram uma distribuição de peso corporal mais elevada que a média dos adolescentes brasileiros, tendo forte correlação com gordura abdominal, intervenções na questão comportamental, quanto à elevação do nível de atividade física e a qualidade da alimentação, são medidas necessárias para diminuir o nível de obesidade e, consequentemente, minimizar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares dos escolares investigados no presente estudo. REFERÊNCIAS BENTO, J.O. Pelo regresso do desporto: ensaio epistemológico. In: ; MOREIRA, W.W. (Eds.). Homo sportivus: O humano no homem. Belo Horizonte: Instituto Casa da Educação Física, 2012, p BERENSON, G.S. et al. Atherosclerosis of the aorta and coronary arteries and cardiovascular risk factors in person aged 6 to 60 years and studied at necropsy (The Bogalusa Heart Study). American Journal of Cardiology, v.70, n. 9, p , BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE. Pesquisa de orçamentos familiares : Antropometria e estado nutricional de crianças, adolescentes e adultos no Brasil. Rio de Janeiro, COLAGIURI, S.; COLAGIURI, R.; WARD, J. National diabetes strategy and implementation plan. Canberra: Diabetes Austrália,1998. COLE, T.J. et al. Establishing a standard definition for child overweight and obesity worldwide: international survey. British Medical Journal, v. 320, p , DIAZ, M.N. et al. Antioxidants and atherosclerotic heart disease. New England Journal of Medicine, v. 337, n. 6, p , Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 3, ISSN:

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