Saulo de Oliveira Campos. Capturando Versos. nobres LETRAS

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1 Capturando Versos Saulo de Oliveira Campos nobres LETRAS

2 2012 Saulo de Oliveira Campos Direitos desta edição adquiridos pela Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor. C1574 Campos, Saulo de Oliveira Capturando Versos /Saulo de Oliveira Campos Jundiaí, Paco Editorial: p. ISBN: Poesia Brasileira 2. Literatura Comtemporânea 3. Literatura Brasileira. I. Saulo de Oliveira Campos CDD: B869.1 Índices para catálogo sistemático: 1. Poesia Brasileira B literatura Brasileira B869 IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL Foi feito Depósito Legal Rua 23 de Maio, 550 Vianelo - Jundiaí-SP contato@editorialpaco.com.br

3 Dedico esta obra a todos que contribuíram para sua realização e aos que dela possam se valer de alguma forma em qualquer tempo e lugar. Em especial, à minha filha Pauline, à minha companheira Denise, e a toda minha família. Sintam-se convidados a versejar comigo.

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5 Eternamente grato ao ser superior ao qual denominamos Deus, do qual tudo emana. A cada leitor que passará a ser parte integrante deste versejar. À natureza que a cada novo dia nos mostra que vale a pena viver.

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7 Prefácio Ciente da existência de um sistema que cria e burla suas próprias regras, indiferente às leis que regem o universo, diante dessa conspiração, empunharei sempre meus versos e meu grito ecoará, mesmo que no âmago do silêncio, até que um dia todo o versejar seja apenas uma expressão da poesia. O autor

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9 Sumário O CÉU...13 A IMAGINAÇÃO...14 SOLIDÃO DE TANTOS...15 SANTINHO 3 X IRONIA...17 SONETO DA ESPERANÇA...18 A HARMONIA DAS COISAS...19 DEDO NO GATILHO...20 JOIA RARA...21 POBRE BICHINHO...22 LIRA DA SAUDADE...23 MANSIDÃO...24 A PROCISSÃO DOS LOUCOS...25 À NATUREZA...26 ETERNA BUSCA...27 O POETA DE BRONZE...28 O PALHAÇO...29 SOLIDÃO DE DOIS...30 A ESCULTURA...31 RELÍQUIA ITABIRANA...32 SILÊNCIO...33 DESPEJO...34 A BAILARINA...35 A AMIZADE...36 A TELA...37 A BUSCA...38 SANTA MISÉRIA...39 HOMENAGENS PÓSTUMAS...40 À SOMBRA DE UM GIGANTE...41 BALADA DOS SONHOS...42

10 RABO PRESO...43 OS MISÉRAVEIS...44 OMBRO AMIGO...45 O GRITO...46 JAZIGO DE UM MEDÍOCRE POETA...47 PESSOA...48 TÉDIO...49 PENAS...50 TERRA PARA TODOS...51 ITABIRANO...52 TESOURO DE INDIGENTE...53 TEORIA DA CONSPIRAÇÃO...54 INSANA PROFECIA...55 ALÉM DOS CANAVIAIS...56 ASTRONAVE PENSAMENTO...57 ENCANTAMENTO...58 TRIBUTO À NATUREZA...59 SOBRE ANJOS...60 MARIONETES...61 LOUCURA DO MENESTREL...62 PORRE...63 RELÍQUIA DE PROLETÁRIO...64 O CIRCO...65 ESSÊNCIA...66 VERSEJANDO...67 COTIDIANO...68 FALAS TIRANAS...69 FRONT...71 NÁUFRAGO...73 VITÓRIA A MINAS...74 REDUNDÂNCIA...75 A BRISA QUE EMBALA O POETA...76 PAISAGEM INSÓLITA...77 POR QUE ESCONDERAM O CRAQUE?...78

11 POEMA DE ILUDIR...79 CONSEQUÊNCIAS...80 ENTRADA PROIBIDA...81 OS AMBIDESTROS...82 A ILUSÃO DO TEMPO...83 INCERTEZAS...84 CANÇÃO DO DESENCANTO...85 LABIRINTOS...86 SOBRE O CÉU...87 TEOREMA...88 DESPEDIDA...89 SUSSURROS...90 ANJO FOSCO...91 À LUZ DE VELAS...92 ANJO DE PEDRA...93 RODA DA VIDA...94 O DIA EM QUE NÃO MORRI...95 IRONIA II...96 COISA DE POETA...97 PRELÚDIO DO TÉDIO...98 COMO QUEM VÊ A BELA ADORMECIDA (hexa)...99 SOLIDÃO DOS BICHOS NOS TRILHOS DA INGRATIDÃO LUME ROLETA RUSSA SORRIA A MOÇA TAMBORES DA ALMA CONDENAÇÃO ENCANTOS ANJOS NEGROS...109

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13 CAPTURANDO VERSOS O CÉU Não conheço o pintor, Mas a pintura é linda, Tão linda Que ninguém superou. A tela não foi vendida, Apenas exposta, A tudo e a todos. Há séculos está à mostra Mas não se deformou. Ninguém sabe até hoje A tinta usada pelo pintor, E a moldura jamais foi vista, E o que toca A quem tem olhos para ver, É que o artista Não deu autógrafos Nem se revelou. Ninguém sabe a maneira Como está fixada A pintura no nada Que ninguém pintou. 13

14 SAULO DE OLIVEIRA CAMPOS A IMAGINAÇÃO As bolinhas de gude são planetas, O pião é a Terra a girar. O papagaio com seu rabo é um cometa, E a linha é um raio pelo ar. Faz um giz de um pedaço de carvão, Ensinando o ofício de viver. O quadro negro imenso é o chão, E o garoto começa a escrever. Uma poça de água é um oceano, Onde o moleque se põe a navegar. Seu barquinho é um navio transatlântico, Pode ter tudo que imaginar. Cada sonho é um plano bem traçado Da criança pensando no futuro, A esperança caminha bem do lado, O horizonte é ali depois do muro. Rabiscando com firmeza seu destino Só precisa de lápis e papel. Sabe tudo da vida, bom menino, O mundo a colorir com seu pincel. 14

15 CAPTURANDO VERSOS SOLIDÃO DE TANTOS Numa multidão vão lado a lado, Mas cada qual insiste em ir sozinho. A vastidão os reduz a nada, Enquanto a solidão os agiganta, E vão ficando rastros pela estrada. Apegam-se aos seus tronos, suas ilhas, Hereges, alheios, tão mesquinhos, E, sem perceberem, apagam os rastros Que eles próprios esculpiram no caminho. 15