olh O combate à práticas ilegais deve ser intensificado no comércio brasileiro, a começar pelo consumidor, vítima primária dos riscos
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- Neusa Espírito Santo Martinho
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1 olh O combate à práticas ilegais deve ser intensificado no comércio brasileiro, a começar pelo consumidor, vítima primária dos riscos E MAIS: CADERNO DE ILUMINAÇÃO Em Pauta: Conceitos de fotometria Estudo de caso: CD da Rede de Farmácias Pague Menos (CE) recebe luminárias LED CADERNO DE ELETRICIDADE Em Pauta I: Harmónicos de torque nos motores de indução gerados pelos inversores de frequência Espaço do Especialista: Autorização para trabalhos com eletricidade - Parte I Entrevista: José Roberto Muratori, da Aureside, fala sobre a disseminação do conceito de automação no Brasi
2 José Roberto Muratori O caminho para a automação D mercado de automação está cada vez mais consolidado no Brasil; porém, a falta de cultura e conhecimento por parte de usuários e dos próprios profissionais dificulta a sua disseminação PorWaleria Mattos Osetor de automação cresce anualmente cerca de 30%, segundo pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Automação Residencial (Aureside), sendo o segmento predial o mais consolidado atualmente, diferentemente do residencial, ainda emergente. Para que a tecnologia seja concretizada no mercado, é necessário mudar os conceitos sobre sistemas automatizados, a fim de que os consumidores entendam que a automação não é útil apenas para entretenimento ou conforto, mas que ela pode ser uma grande aliada para economizar energia. É importante esclarecer que o conceito de automação consiste na comunicação de equipamentos que possuem inteligência programada, o que proporciona benefícios ao ambiente e ao consumidor. A automação residencial, também conhecida como domótica, tem apresentado uma certa popularização, mas ainda não é realidade da sociedade brasileira. Os investimentos em sistemas inteligentes variam de acordo com o que se deseja automatizar, e por isso, não há como estabelecer números fiéis; contudo, estima-se que os valores de investimento correspondam a aproximadamente R$20 mil. No Brasil, ainda não há uma norma abrangente que remeta aos níveis da automação, sendo o desenvolvimento dos projetos de acordo com normas de instalações elétricas ou normas estipuladas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatei). Os processos de automação são definidos, normalmente, pelo fabricante da inteligência, executado pelo integrador de sistemas, e por fim, utilizado pelo consumidor. É complexo mensurar os números referentes ao mercado de automação no Brasil, pois quem define o que é ou não sistema inteligente é o próprio consumidor, e quando fala-se de processamento de inteligência, não é necessário que todo estabelecimento ou residência seja automatizado. Fundada em 2000, a Aureside auxilia no aperfeiçoamento dos integradores de sistema que desejam atuar neste mercado promissor, oferecendo cursos, congressos para acompanhamento do setor, certificação e artigos técnicos que esclarecem conceitos básicos dos processos de sistemas integrados de automação. Em entrevista concedida à revista Lumière Electric, o engenheiro de produção José Roberto Muratori, e diretor executivo da Aureside, fala sobre o atual panorama da automação no País e sobre o grau de capacidade técnica dos integradores de sistemas. Antecipa, ainda, sobre o desenvolvimento de uma norma brasileira sobre cabeamento residencial. Muratori explica que o setor está em pleno crescimento, mas pelo fato de ser um mercado emergente, ainda demanda muitas ações. Alguns obstáculos precisam ser superados, incluindo a falta de conhecimento dos próprios profissionais do meio e o mito de que automatizar uma residência requer alto investimento. O engenheiro detalha também as diferentes formas de automação e, como esta tecnologia pode proporcionar benefícios aos consumidores. Acompanhe. Quais as principais diferenças entre os mercados predial e residencial, no que tange à automação? O setor de automação predial é mais maduro em relação ao residencial. São mercados que passam por situações diferentes. No residencial, atendemos diretamente o consumidor final, enquanto que no predial, oferecemos soluções corporativas com tecnologias mais conhecidas e adotadas pelos profissionais. É importante destacar, no caso da automação predial, que nas
3 José Roberto Muratori Diretor executivo da Aureside áreas comuns dos edifícios, é possível aplicar sistemas integrares, algo que não é comum neste mercado. Quando se trata :-. ::~ércios, normalmente, quando é realizada a construção de um shopping center, por exemplo, o sistema de automação zado junto ao projeto. A diferença básica entre as duas tecnologias está no aten- :f mento e não em aspectos técnicos. Quando abordamos i.estões da automação residencial, temos que analisar cada ::-sumidor, caso a caso, pois alguns valorizam a segurança, :.:-os, o conforto ou o entretenimento etc. O sistema inteligente aplicado em residências é personalizado ::-i as características que o usuário determina. É necessário - eisurar o conhecimento tecnológico do consumidor. Sabemos que quando o sistema inteligente é previsto no projeto - : ai, sua aplicação é mais eficiente. 0 que falta ser feito para que ;s ronstrutoras comecem a viabilizar a automação junto com as ::-struções? As construtoras atuam como o mercado solicita. Se o consumidor não exige, a construtora não desenvolverá projetos :.:omatizados. Contudo, há um indício desta preocupação í scredito que será uma tendência de mercado. Em breve, "ão será oferecido apenas conforto e entretenimento, mas a -oortância de se economizar energia será levantada como critério primordial na compra de um apartamento. Hoje, dependendo do edifício, a mensalidade do condomínio é maior do que a própria prestação do imóvel, e com isso, as instrutoras estão perdendo mercado. Então, é provável que a ;-:omação comece a ser prevista no projeto, pois sistemas inteligentes proporcionam economia de energia, menos investimentos em mão de obra, e, assim, consequentemente, os custos para manter o edifício serão menores. Os consumidores já estão adaptados aos sistemas inteligentes? No Brasil, infelizmente, o grau de conscientização em relação à eficiência energética ainda é muito pequeno. Nos Estados Unidos, ao adquirir uma residência ou apartamento, leva-se em conta o quanto ela pode ser eficiente energeticamente. 0 preço pode ser considerado como o principal obstáculo enfrentado para que a automação seja disseminada? As tecnologias em geral se desenvolvem rapidamente, e não é diferente com sistemas de automação. Nos últimos cinco anos, os custos caíram, em média, 50%. Para se ter uma ideia, em 2008, na Aureside, tínhamos 15 empresas associadas; ao passo que hoje, temos mais de 40, sejam elas nacionais ou estrangeiras. Com o aumento da concorrência, há mais competitividade de mercado e, consequentemente, queda nos preços. Atualmente, as pessoas não percebem que gastam mais com a mobília de um apartamento do que com sistemas automatizados. Temos grande oferta de tecnologias, e, além disso, os preços estão caindo a cada dia. Por isso, acredito que o custo não seja um obstáculo. No entanto, culturalmente, as pessoas não conhecem os projetos de automação, o que aliado à falta de divulgação por parte dos próprios formadores de opinião, como arquitetos, projetistas, eletricistas ou engenheiros, torna-se um grande entrave para a aceitação da tecnologia. Muitas vezes, o próprio consumidor chega até a Associação para obter mais informações sobre sistemas inteligentes.
4 22 Entrevista losé Roberto Muratori O custo da automação é muito variável, mas, em um projeto novo, a automação pode custar de 3% a 4% do valor do imóvel. Quando aplica-se retrofit, dependendo dos ambientes que serão automatizados, e se for necessário realizar reformas na construção, o valor terá acréscimos; contudo, não é um valor absurdo. As pessoas podem começar a considerar o sistema inteligente como um investimento, e destaco que no caso do sistema descentralizado, ainda há o benefício da portabilidade dos equipamentos. residencial, pois nunca tivemos algo parecido. As próprias operadoras de TV a cabo seguem os critérios estrangeiros nas instalações. No Brasil, ainda há o agravante de as instalações elétricas não passarem por vistorias, mas, sim, somente pelo Corpo de Bombeiros. Além disto, não há nenhuma outra fiscalização por parte pública. Quando as instalações elétricas são de grande porte, o próprio responsável pela obra contrata um profissional para averiguar se há irregularidades no sistema. Como está dividida a atuação de empresas fabricantes nacionais e internacionais no mercado? Atualmente, posso dizer que o mercado está distribuído igualmente. Entretanto, é possível que este cenário mude devido à crise estrangeira e ao crescimento económico do Brasil. Alguns fabricantes estão tendo a experiência de revender seus produtos em lojas de construção; porém, isso ainda está em processo inicial. Futuramente, é possível que seja desenvolvido alguma norma específica para automação? O sistema de automação entra totalmente no escopo da área elétrica, tanto para comando, quanto para potência. As instalações automatizadas devem se enquadrar nos critérios e exigências da eletricidade. Desta maneira, as normas aplicáveis para automação são: eletricidade, sistemas sem fio, e brevemente, as normas de cabeamento. Acredito que estas sejam suficientes para projetos de automação satisfatórios. As instalações automatizadas seguem algum tipo de prescrição normativa? Existem algumas certificações específicas, como a que diz que todo sistema sem fio necessita estar homologado pela Anatei para que não interfira em outras frequências. Para os demais itens, a automação segue os padrões de normas para instalações elétricas. Orientamos que os integradores utilizem do bom senso quando instalarem sistemas automatizados, mas que sigam as normas existentes para os produtos usados nas instalações. Algumas especificações, às vezes, são contraditórias à norma vigente, e quando isto acontece, o equipamento precisa ser adequado de acordo com as exigências do mercado. Antecipo que será elaborada uma norma brasileira para cabeamento É viável aplicar sistemas inteligentes em instalações antigas? Quando tratamos de automação falamos de inteligência descentralizada e centralizada. No sistema descentralizado, dependendo da quantidade de itens para automatizar, o valor é crescente, de modo que a automação é desenvolvida individualmente de acordo com a necessidade do consumidor. Já no sistema centralizado, há um comando acionado por fios, onde um quadro central faz todo o processamento da automação. O sistema centralizado é feito no projeto junto com a construção, e, caso se aplique algo diferente, o custo será mínimo, pois o local já foi projetado para receber determinada instalação. Pelo fato de o sistema descentralizado agregar inteligência, ele é mais caro devido às adaptações.
5 23 Atualmente, as pessoas não percebem que gastam mais com a mobília de um apartamento, do que com sistemas automatizados Ôô 1. \ margem de crescimento registrada neste ano? V -5-:ado de automação residencial, o crescimento gira entre - ; ;f :: ao ano, ao passo que no segmento de automação : ; zs números são obtidos de acordo com o desempenho x da construção civil. De qualquer forma, o número de -: ~r :s ronstruídos previamente preparados para receber sis- -'-.i -:e.igentes ainda é pequeno. números consolidados é algo complexo, porque : T~:'ísas ainda estão se instalando no mercado e não : dados oficiais. : : para automação são produzidos no rtrasil? zfí~de parte dos equipamentos é desenvolvida no País por :a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), onde os dos estão sendo muito eficientes. Os alunos desenos projetos e aqueles que forem aprovados, ficam * -:_òadoras" dentro da Universidade, e, posteriormente, 2-çados no mercado. ano o senhor classifica o nível de capacidade técnica dos inteir^a.mente, existem profissionais em formação e o que a Auissoe oferece são bases conceituais e teóricas. Diferenciamos :: ::DS de equipamentos disponíveis no mercado e tipos de ogia. O curso tem a duração de três dias presenciais e, 3:s:edormente, o aluno participa de aulas virtuais junto com três 3zs fabricantes de sistemas de automação. -3~a o aluno receber o certificado da Associação, é necessário que ele compareça a ioo% das aulas. Não podemos r-nar que todos os integradores estão capacitados para zzi -ar em campo, mas a Aureside nunca recebeu nenhuma reclamação. Em 2009 e 2010, formávamos uma turma de integradores a cada três meses. Hoje, temos uma turma por mês e realizamos os cursos em outros Estados. A formação dos integradores ainda carece de incentivos? Hoje em dia, não há cursos superiores voltados para automação, mas, sim, alguns casos pontuais de pós-graduação. Há o ensino de engenharia de controle de automação, que ê focado para sistemas industriais; no entanto, trata-se de outro padrão de automação. Parcerias que normalmente dão certo são aquelas feitas entre integradores e arquitetos. O integrador não consegue realizar todo o processo da automação, uma vez que as funções são diversas, desde acompanhar a obra, fornecer o devido atendimento comercial, elaborar o projeto, executar a fiação, aplicar a instalação final dos equipamentos, treinar e capacitar os usuários, entre outros requisitos. É uma atividade extremamente complexa, porque em determinado momento o integrador precisará do auxílio de outros profissionais; logo, não há como saber de tudo. A que público exatamente são destinados os cursos ministrados pela Aureside? O foco é que os profissionais do meio conheçam as possibilidades da automação. Não queremos que todos se tornem integradores de sistemas, mas que os envolvidos saibam das possibilidades de como aplicar a inteligência nos projetos. Cerca de 90% dos participantes dos cursos são da área técnica, mas já houve participação de ocupações diferentes. A Aureside não estipula quem pode ou não participar, porém, para que o integrador receba a certificação, ele precisa passar por todos os processos dos cursos, com aproveitamento de 100%. rftámb
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