FACULDADES DO BRASIL PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESBUROCRATIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FACULDADES DO BRASIL PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESBUROCRATIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA"

Transcrição

1 FACULDADES DO BRASIL PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DESBUROCRATIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CURITIBA 2007

2 RODRIGO OTÁVIO SANCHES DESBUROCRATIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Monografia apresentada como requisito à obtenção no grau de Especialista no Curso de Pós-Graduação em Administração Pública, Faculdades Integradas do Brasil UniBrasil. Orientador: João Carlos Cunha CURITIBA 2007

3 AGRADECIMENTOS monografia. Ao meu orientador João Carlos Cunha, pelo auxílio na elaboração desta À Companhia de Habitação Popular de Curitiba - COHAB, pelo voto de confiança e incentivo oferecido.

4 RESUMO Este estudo tem como finalidade explanar algumas questões a respeito da desburocratização e seu processo dentro do Estado brasileiro. O trabalho está relacionado basicamente em duas partes. A primeira dela diz respeito à teoria da burocracia descrita por Weber, comentando sobre suas características, vantagens, disfunções e grau de inserção dentro das organizações. Na segunda parte é feita uma abordagem à desburocratização, listando um breve relato dos modelos de gestão no Brasil e abordando um histórico da desburocratização brasileira. Para entender melhor o processo de desburocratização no Brasil, serão ilustrados alguns programas do governo e novas técnicas de desatamento do bloqueio burocrático, com finalidade final de atender o cidadão com maior agilidade e eficiência.

5 INTRODUÇÃO Weber talvez não imaginasse que a sua teoria da burocracia pudesse ser tão mal entendida, a ponto de causar entraves, filas e esperas estrondosas para a sociedade. A teoria desenvolvida por ele nasceu da necessidade de definição rigorosa das hierarquias, das regras e regulamentos e das linhas de autoridade como forma de garantir a sobrevivência em longo prazo, porém, por má interpretação acabou tornando-se um dos principais bloqueios para os cidadãos que precisam utilizar os serviços públicos. A partir das décadas de 60 e 70 iniciou-se a busca para eliminar o excesso de formalidades nos procedimentos de trabalho da administração pública brasileira, através de projetos de descentralização e no final da década de 70,. Durante estas décadas, tentou-se eliminar processos burocráticos que dificultavam algumas ações e tornavam o atendimento à sociedade mais moroso, dificultando a emissão de documentos, abertura de empresas e outros serviços utilizados pelos cidadãos em geral. No decorrer deste trabalho pode-se visualizar duas partes distintas. Na primeira será discutida a teoria da burocracia e suas características descritas por weber e outros autores, suas vantagens, disfunções e dilemas, E finalizando a primeira parte, é feita uma análise sobre a Burocracia em si. Na segunda parte, será feito um descritivo dos modelos de gestão pública adotados no Brasil, desde os tempos da monarquia e seu patrimonialismo exagerado, passando pelas altas inflações na década de 80 Na seqüência será descrito um breve histórico sobre a desburocratização no Brasil, que teve início na metade do século, programas de desburocratização implementados pelo governo durante as últimas décadas, a desestatização e desregulamentação como ferramentas de auxílio à desburocratização e um capítulo falando sobre a essência da desburocratização, em que é descrito um esquema modelo para desburocratizar um órgão ou setor da administração pública. No fechamento da segunda parte é feita uma análise do processo de desburocratização brasileiro, suas vantagens e desvantagens, concluindo com a definição de gestão compartilhada com a sociedade, atuando em favor do cidadão.

6 TEORIA DA BUROCRACIA Max Weber ( ), sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia da Burocracia. Em 1894 tornou-se professor universitário de Economia Política das Universidades de Friburgo e de Heidelberg e ficou famoso pela teoria das estruturas de autoridade. Pouco tempo depois passou a viajar pelos Estados Unidos e Europa, tempo que ele decidiu então voltar-se para a Sociologia. Em 1920, Weber faleceu deixando suas obras incompletas e nenhuma traduzida para o inglês. Mas em meados de dos anos 40, suas obras sobre a burocracia foram traduzidas para o inglês o que o projetou no cenário internacional. O termo Burocracia foi usado, pela primeira vez, por ele, para descrever uma cultura e estrutura de empresas rigidamente fixadas. A Teoria da Burocracia nasceu da necessidade de definição rigorosa das hierarquias, das regras e regulamentos e das linhas de autoridade como forma de garantir a sobrevivência a longo prazo. De acordo com Motta 1, a burocracia é uma estrutura social na qual a direção das atividades coletivas fica a cargo de um aparelho impessoal hierarquicamente organizado, que deve agir segundo critérios impessoais e métodos racionais. Seguindo a mesma linha, Chiavenato 2 conceitua a burocracia como uma forma de organização humana que se baseia na racionalidade, isto é, na adequação dos meios aos objetivos pretendidos, a fim de garantir a máxima eficiência possível no alcance desses objetivos. Já Robbins 3 define burocracia como uma estrutura caracterizada por tarefas operacionais, altamente padronizadas, obtidas por meio de especialização e regulamentos bastante formalizados, com autoridade centralizada e estreito controle. As origens da burocracia como forma de organização humana remontam à época da Antigüidade, quando o ser humano elaborou e registrou seus primeiros códigos de normatização das relações entre o Estado e as pessoas. Contudo, a burocracia tal como existe hoje, teve sua origem nas mudanças religiosas verificadas após o Renascimento. A Teoria da Burocracia desenvolveu-se dentro da Administração ao redor dos anos 40, em função principalmente dos seguintes aspectos: 1 MOTTA, Fernando C. Prestes. O que é Burocracia? São Paulo: Brasiliense, CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectives. São Paulo: Saraiva, 2000.

7 A fragilidade e parcialidade tanto da Teoria Clássica como da Teoria das Relações Humanas, ambas oponentes e contraditórias entre si, mas sem possibilitarem uma abordagem global, integrada e envolvente dos problemas organizacionais; Tornou-se necessário um modelo de organização racional capaz de caracterizar todas as variáveis envolvidas, bem como o comportamento dos membros dela participantes, e aplicáveis não somente à fábrica, mas a todas as formas de organização humana e principalmente às empresas; O crescente tamanho e complexidade das empresas passaram a exigir modelos organizacionais mais bem definidos; O ressurgimento da Sociologia da Burocracia, a partir da descoberta dos trabalhos de Max Weber, o seu criador. Segundo essa teoria, um homem pode ser pago para agir e se comportar de certa maneira preestabelecida, a qual lhe deve ser explicada com exatidão, muito minuciosamente e em hipótese alguma permitindo que suas emoções interfiram no seu desempenho. Para compreender melhor a burocracia, Weber estudou os tipos de sociedades e os tipos de autoridades. Tipos de Sociedade Os tipos de sociedades compreendem a sociedade tradicional, sociedade carismática e sociedade legal, racional ou burocrática. Sociedade Tradicional: onde predominam características patriarcais e patrimonialistas, como a família, o clã, a sociedade medieval, etc. Sociedade Carismática: onde predominam características místicas, arbitrárias e paternalísticas, como nos grupos revolucionários, nos partidos políticos, nas nações em revolução, etc. Sociedade Legal, Racional ou Burocrática: onde predominam normas impessoais e racionalidade na escolha dos meios e dos fins, como nas grandes empresas, nos estados modernos, nos exércitos, etc.

8 Tipos de Autoridade Segundo Chiavenato 1, cada tipo de sociedade corresponde, a um tipo de autoridade. No modelo proposto por Weber, a autoridade representa o poder institucionalizado e oficializado. Poder implica potencial para exercer influencia sobre as outras pessoas. A autoridade proporciona o poder: ter autoridade é ter poder. A recíproca nem sempre é verdadeira, pois ter poder, nem sempre significa ter autoridade. A autoridade - e o poder dela decorrente depende da legitimidade, que é a capacidade de justificar o seu exercício. A legitimidade é motivo que explica por que um determinado número de pessoas obedece às ordens de alguém, conferindo-lhe poder. Essa aceitação, essa justificação do poder é chamada legitimação. A autoridade é legitima quando é aceita. Os tipos de autoridades, também chamadas de tipo de dominação, estudadas por Weber e enumeradas por Chiavenato 2, foram: autoridade tradicional, autoridade carismática e autoridade legal, racional ou burocrática. Autoridade tradicional :quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque essa sempre foi à maneira pela qual as coisas foram feitas. O domínio patriarcal do pai de família, do chefe do clã, e o despotismo real representam apenas o tipo mais puro dessa autoridade. Segundo Motta 3, o governante tem grande liberdade para emitir suas ordens, que só são limitadas pelos costumes da sociedade.a dominação tradicional pode assumir duas formas de aparato administrativo para garantir sua sobrevivência: Forma patrimonial e Forma Feudal. Autoridade carismática : quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, por causa da influência da personalidade e da liderança do superior com o qual se identificam. È aplicável a lideres políticos como Gandhi e em grandes industriais, como pode ser visto no fordismo. O poder carismático é um poder sem base racional, é instável e facilmente adquire 1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, MOTTA, Fernando C. Prestes. O que é Burocracia? São Paulo: Brasiliense, 1981.

9 características revolucionárias. Não pode ser delegado, nem recebido em herança como o tradicional. Autoridade legal, racional ou burocrática : quando os subordinados aceitam as ordens dos superiores como justificadas, porque concordam com um conjunto de preceitos ou normas que consideram legítimos e dos quais deriva o comando. É o tipo de autoridade técnica e administrada. Baseia-se na promulgação. A idéia básica fundamenta-se no fato de que as leis podem ser promulgadas e regulamentadas livremente por procedimentos formais e corretos. O conjunto governante é eleito e exerce o comando de autoridade sobre seus comandados, seguindo certas normas e leis. A obediência não é devida a alguma pessoa em si, seja por suas qualidades pessoais excepcionais ou pela tradição, mas a um conjunto de regras e regulamentos legais previamente estabelecidos. Weber identifica os principais fatores que favorecem o desenvolvimento da moderna burocracia: O desenvolvimento de uma economia monetária: a moeda não apenas facilita, mas racionaliza as transações econômicas. Na burocracia, a moeda assume o lugar da remuneração em espécie para os funcionários, permitindo a centralização da autoridade e o fortalecimento da administração burocrática. O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno: apenas um tipo burocrático de organização poderia arcar com a enorme complexidade e tamanho de tais tarefas. A superioridade técnica - em termos de eficiência - do tipo burocrático de administração: que serviu como uma força autônoma interna para impor sua prevalência. "A razão decisiva da superioridade da organização burocrática sempre foi unicamente sua superioridade técnica sobre qualquer outra forma de organização. O desenvolvimento tecnológico fez com que as tarefas da administração tendessem ao aperfeiçoamento. Assim, os sistemas sociais cresceram em demasia, as grandes empresas passaram a produzir em massa, sufocando as pequenas. Além disso, nas grandes empresas há uma necessidade crescente de cada vez mais se obter um controle e uma maior previsibilidade do seu funcionamento.

10 O modelo concebido com grande antecipação por Max Weber tem muita semelhança com as grandes organizações modernas, como a General Motors, a Philips e a Ford, por exemplo. CARACTERÍSTICAS DA BUROCRACIA A burocracia é ligada por normas e regulamentos predefinidos, em outras palavras é uma organização baseada em uma legislação própria (como a Constituição para o Estado ou os estatutos para uma empresa privada) constatando antecipadamente como uma organização deverá funcionar. Essas normas e regulamentos são escritos e também exaustivos porque cobrem todas as áreas da organização, sabendo o que vai ocorrer e para isso enquadrando-se dentro de um esquema capaz de regular tudo o que venha acontecer. E devido a tudo isso, a burocracia é legalmente organizada, pois destina as pessoas investidas da autoridade um poder sobre os subordinados e aos meios capazes de impor a disciplina. Caráter Formal das Comunicações As regras, decisões e ações administrativas na burocracia são formuladas e registradas por escrito, daí o caráter formal da burocracia, pois através de procedimentos sendo feitos para ocasionar comprovação e assegurar a interpretação correta, é necessária a documentação adequada. Portanto a burocracia é uma estrutura social formalmente organizada, pois deixa de lado rotinas e formulários. Caráter Racional e Divisão do Trabalho A divisão do trabalho é adequada aos objetivos, ou seja, a metas a serem alcançadas: a eficiência da organização. Daí o aspecto racional da burocracia, dividindo sistematicamente o trabalho e o poder, cabendo a cada participante uma atribuição. Atribuições essas como um cargo específico, uma função e uma esfera de responsabilidade e competência, sabendo quais são os limites de sua tarefa,

11 para que não venha a interferir na competência alheia e nem prejudicar a estrutura existente, para que haja assim uma estrutura social racionalmente organizada. Impessoalidade nas Relações A distribuição das atividades é feita impessoalmente, ou seja, em forma de cargos e funções, pois a administração da burocracia é realizada sem considerar as pessoas como pessoas e sim com o cargo e funções que ocupam. A prestação de serviço de um subordinado obedecendo aquele que ocupa um cargo de maior poder, também é impessoal, pois o subordinado obedece não à pessoa, mas sim o cargo que o superior ocupa. Sendo assim, a burocracia social é impessoalmente organizada porque as pessoas vão e vêm, mas os cargos e funções permanecem. Hierarquia da Autoridade A burocracia é uma organização que estabelece os cargos segundo princípio da hierarquia. Cada cargo inferior deve estar sobre a supervisão de um superior. Daí a necessidade da hierarquia de autoridade para definir as chefias. Todos os cargos estão dispostos em uma estrutura hierárquica onde a autoridade obtém o poder resultante de controle e a distribuição de autoridade serve para diminuir ao máximo o atrito, por regras definidas pela organização. Sendo assim o subordinado está protegido da ação contrária do seu superior, pois as ações de ambos se processam dentro de um conjunto estipulado por regras, fazendo com que a estrutura social hierárquica seja organizada. Rotinas e procedimentos padronizados A burocracia é uma organização que fixa as regras técnicas para o desempenho de cada cargo. O funcionário não faz o que quer, mas o que a burocracia impõe que ele faça. As regras e normas técnicas regulam a conduta do ocupante de cada cargo, cujas atividades são executadas de acordo com as rotinas e procedimentos. A disciplina no trabalho e o desempenho no cargo são assegurados por um conjunto de regras e normas que ajustam o funcionário ás exigências do cargo e da organização: a máxima produtividade. Essa racionalização do trabalho encontrou sua forma mais extremada na Administração Cientifica, com o condicionamento e treinamento racionais do

12 desempenho do trabalho. As atividades de cada cargo são desempenhadas segundo padrões definidos, nos quais cada conjunto de ações está relacionado com os objetivos da organização. Competência técnica e meritocrática A burocracia é uma organização na qual a escolha das pessoas é baseada no mérito e na competência e não em preferências pessoais. A admissão, transferência e promoção dos funcionários são baseadas em critérios válidos para toda a organização, de avaliação e classificação, e não em critérios particulares e arbitrários. Daí a necessidade de exames, concursos, testes e títulos para admissão e promoção dos funcionários. Especialização da administração A burocracia é uma organização que se baseia na separação entre a propriedade e a administração. Os membros do corpo administrativo estão separados da propriedade dos meios de produção. Em outros termos, os administradores da burocracia não são seus donos ou proprietários. O dirigente não é necessariamente o dono do negócio ou grande acionista da organização, mas um profissional especializado na sua administração. Os meios de produção, isto é, os recursos necessários para desempenhar as tarefas da organização, não são propriedades dos burocratas. O funcionário não pode vender, comprar ou herdar sua posição ou cargo, e sua posição e cargo não podem ser apropriados e integrados ao seu patrimônio privado. Profissionalização dos participantes A burocracia é uma organização que se caracteriza principalmente pela profissionalização dos participantes. Cada funcionário da burocracia é um profissional, pois: É um especialista: Cada funcionário é especializado nas atividades do seu cargo. Enquanto os que ocupam posições no topo da organização são generalistas, os que ocupam posições mais baixas vão-se tornando gradativamente mais especialistas.

13 É assalariado: Os funcionários da burocracia participam da organização e, recebem salários correspondentes ao cargo que ocupam, além do poder. É ocupante de cargo: O funcionário da burocracia é um ocupante de cargo e é a sua principal atividade dentro da organização, O funcionário não ocupa um cargo por vaidade ou honraria, mas porque é o seu meio de vida, o seu ganhapão. É nomeado pelo superior hierárquico: O funcionário é um profissional selecionado e escolhido por sua competência e capacidade, promovido e demitido da organização pelo seu superior hierárquico. VANTAGENS DA BUROCRACIA No modelo weberiano são citadas várias razões para explicar o avanço da burocracia sobre os demais modelos de associação. A principal vantagem da burocracia segundo Robbins 1 consiste na capacidade para executar tarefas padronizadas de maneira altamente eficiente. Além disso outras vantagens podem ser citadas, como a racionalidade em relação ao alcance dos objetivos da organização, a precisão na definição do cargo pelo exato conhecimento dos deveres, rapidez nas decisões, único entendimento nas interpretações, que é garantida pela regulamentação física e escrita, a uniformidade de rotinas e procedimentos que favorece a redução de custos e erros, pois as rotinas são definidas por escrito, continuidade da organização com substituição de pessoas afastadas, baseando-se em competência técnica e a confiabilidade, pois as regras de condução do negócio são conhecidas, as decisões são previsíveis e o processo decisório exclui preferências pessoais, eliminando a descriminação. Somam-se a isso fatos como profissionalização do trabalho, nepotismo evitado e condições que dificultam a corrupção. As pessoas sabem que devem fazer sua parte para que o objetivo global seja alcançado. 1 ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectives. São Paulo: Saraiva, 2000.

14 BUROCRACIA RACIONAL E OS SEUS DILEMAS A racionalidade é um conceito muito ligado à burocracia. Racionalidade é a adequação dos meios aos fins, ou seja, eficiência. A organização é racional se os meios mais eficientes são os escolhidos para a implementação das metas. É importante ressaltar que as metas coletivas é que são levadas em consideração e não as individuais. Quanto mais racional e burocrática for à organização, mais as pessoas tornam-se engrenagens de uma máquina. O modelo weberiano sugere que a racionalidade funcional é alcançada pela elaboração de regras que tem o objetivo de dirigir todos os comportamentos, visando à eficiência. É essa concepção de racionalidade que fundamenta a administração científica que almeja a aplicação da melhor maneira de desempenho e de trabalho industrial. O termo burocratização é usado por Weber de uma forma mais ampla, referindo-se também às formas de agir e pensar que existem fora do contexto organizacional e coincide com o conceito de racionalização. O racionalismo pode referir-se aos meios racionais e sua adequação para chegar a um fim ou à visão racional do mundo através de conceitos precisos e abstratos da ciência, rejeitando a religião e os valores metafísicos ou tradicionais. Por mais que considerasse a burocracia a mais eficiente forma de organização criada pelo homem, temia-se que esta eficiência, cujos resultados seriam uma ameaça à liberdade individual e às instituições democráticas. O modelo weberiano notou a fragilidade da estrutura burocrática que enfrenta um dilema: de um lado, existem pressões exteriores para que o burocrata siga normas diferentes das da organização, e de outro, o compromisso do subordinado com a burocracia tende a se enfraquecer.a capacidade para aceitar ordens e regras como legítimas exige um grande nível de renúncia. As organizações burocráticas apresentam uma tendência a se desfazerem. Assim, a racionalidade da estrutura racional é frágil e precisa ser protegida contra pressões externas, para ser dirigida para seus objetivos próprios e não para outros. Os burocratas são pessoas que formam o corpo administrativo de hierarquia e seguem as regras impostas servindo aos objetivos da organização.

15 Weber salienta também a existência de chefes não-burocráticos que estabelecem regras e nomeiam os subordinados e que geralmente são eleitos ou herdam sua posição. Esses chefes desempenham o papel de estimular a ligação emocional dos participantes com a racionalidade, pois a identificação com um líder ou chefe da organização influi psicologicamente, reforçando o compromisso abstrato com as regras dessa. Nas organizações burocráticas, as identificações referem-se à posição e não ao ocupante. Em sua ausência ou morte, o burocrata é substituído por outro pelo critério de qualificação técnica e a eficiência não é prejudicada. No entanto, a ausência de um chefe não-burocrático da organização - indivíduo perante o qual as identificações são pessoais - provoca uma crise acompanhada de um período de instabilidade. O modelo weberiano alega que a crise de sucessão é mais evidente nos estados totalitários, embora também exista nas organizações como empresas, igrejas e exércitos. As burocracias ditam normas e têm de impô-las. Tem regulamentos e regras. Dão ordens que devem ser obedecidas para que a organização funcione eficientemente. A burocracia tem ainda algumas disfunções que serão exemplificadas a seguir. DISFUNÇÕES DA BUROCRACIA A burocracia é uma organização cujas conseqüências desejadas se resumem na previsibilidade do seu funcionamento no sentido de obter a maior eficiência da organização.todavia, ao estudar as conseqüências previstas da burocracia que a conduzem à máxima eficiência, nota-se também as conseqüências indesejadas e que a levam à ineficiência e às imperfeições. Segundo Merton (apud Chiavenato 1 ), estas conseqüências imprevistas, chamam-se disfunções da burocracia, para designar as anomalias de funcionamento responsáveis pelo sentido pejorativo que o termo burocracia adquiriu junto aos leigos no assunto. 1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 1998.

16 Os cientistas têm dado muita ênfase aos resultados positivos e às funções da organização burocrática, descuidando-se das tensões internas de tais estruturas, enquanto o leigo, ao contrário, tem exagerado exatamente as imperfeições da burocracia. Na verdade, não existe uma organização plenamente racional e o formalismo não tem a profundidade descrita por Weber. Por outro lado, o conceito popular de burocracia faz pensar que o grau de eficiência administrativa deste sistema social racional é baixíssimo. Isto porque o tipo ideal de burocracia sofre transformações quando operado por homens. O homem quando participa da burocracia, faz com que toda a previsibilidade do comportamento, que deveria ser a maior conseqüência da organização, escape ao modelo preestabelecido. Ocorre, então, o que passou a se denominar disfunções da burocracia, isto é, anomalias e imperfeições no funcionamento da burocracia. Cada disfunção é o resultado de algum desvio ou exagero em cada uma das características do modelo burocrático explicado por Weber. Cada disfunção é uma conseqüência não-prevista pelo modelo weberiano. As disfunções da burocracia são basicamente as seguintes: 1. Internacionalização das regras e exagerado apego aos regulamentos: As diretrizes da burocracia, emanadas através das normas e regulamentos, para atingir os objetivos da organização, tendem a adquirir um valor positivo, próprio e importante, independentemente daqueles objetivos, passando a substituí-los gradativamente. As normas e regulamentos passam a se transformar de freios em objetivos. Passam a ser absolutos e prioritários: o funcionário adquire "viseiras" e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade racional. Com isto, o funcionário burocrata torna-se um especialista, não por possuir conhecimento de suas tarefas, mas por conhecer perfeitamente as normas e os regulamentos que dizem respeito ao seu cargo ou função. Os regulamentos, de meios, passam a ser os principais objetivos do burocrata. 2. Excesso de formalismo e de papelório: A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações dentro da burocracia a fim de que tudo possa ser devidamente testemunhado por escrito pode conduzir à tendência ao excesso de formalismo, de documentação e, conseqüentemente, de papelório. Aliás, o papelório constitui uma das mais gritantes disfunções da burocracia, o que leva o leigo, muitas

17 vezes, a imaginar que toda burocracia tem necessariamente um volume inusitado de papelório, de vias adicionais de formulários e de comunicações. 3. Resistência a mudanças: Conforme Robbins 1, as regras e as operações padronizadas funcionam muito bem desde que hoje seja exatamente igual ontem, mas quando surgem casos que não se enquadram nas regras, o sistema fracassa. Como tudo dentro da burocracia é rotinizado, padronizado, previsto com antecipação, o funcionário geralmente se acostuma a uma completa estabilidade e repetição daquilo que faz, o que passa a lhe proporcionar uma completa segurança a respeito de seu futuro na burocracia. Atendendo às normas e regulamentos impostos pela burocracia, o funcionário torna-se simplesmente um executor das rotinas e procedimentos, os quais passam a dominar com plena segurança e tranqüilidade com o passar do tempo. Quando surge alguma possibilidade de mudança dentro da organização, esta tende a ser interpretada pelo funcionário como algo que ele desconhece, e, portanto, algo que pode trazer perigo à sua segurança e tranqüilidade. Com isto, a mudança passa a ser indesejável para o funcionário. E, na medida do possível, ele passa a resistir a qualquer tipo de mudança que se queira implantar na burocracia. Essa resistência à mudança pode ser passiva e quieta, como pode ser ativa e agressiva através de comportamentos de reclamação, tumultos e greves. 4. Despersonalização do relacionamento: A burocracia tem com uma de suas características a impessoalidade no relacionamento entre os funcionários. Daí o seu caráter impessoal, pois ela enfatiza os cargos e não as pessoas que os ocupam. Isto leva a uma diminuição das relações personalizadas entre os membros da organização: diante dos demais funcionários, o burocrata não os toma mais como pessoas mais ou menos individualizadas, mas como ocupantes de cargos, com direitos e deveres previamente especificados. Daí a despersonalização gradativa do relacionamento entre os funcionários da burocracia. Os funcionários passam a conhecer os colegas não pelos seus nomes pessoais, mas pelos títulos dos cargos que ocupam. Algumas vezes, o conhecimento é feito pelo número do registro do 1 ROBBINS, Stephen Paul. Administração: mudanças e perspectives. São Paulo: Saraiva, 2000.

18 colega ou por qualquer outra forma de identificação das pessoas imposta pela organização. 5. Categorização como base do processo decisório: A burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade. Portanto, quem toma decisões em qualquer situação será aquele que possui a mais elevada categoria hierárquica, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto. Quem decide é sempre aquele que ocupa o posto hierárquico mais alto, mesmo que nada saiba a respeito do problema a ser resolvido. Por outro lado, categorizar significa uma maneira de classificar as coisas, a fim de lidar com elas com mais facilidade. Quanto mais se lançar mão da categorização no processo de decisão, menor será à procura de alternativas diferentes de solução. 6. Superconformidade às rotinas e procedimentos: A burocracia baseia-se em rotinas e procedimentos, como meio de garantir que as pessoas façam exatamente aquilo que delas se espera. Como uma burocracia eficaz exige o seguimento correto das normas e regulamentos, esse seguimento às regras e regulamentos conduz à sua transformação em coisas absolutas: as regras e rotinas não mais são consideradas como relativas a um conjunto de objetivos, mas passam a ser absolutas. Com o tempo, as regras e as rotinas tornam-se sagradas para o funcionário. O impacto dessas exigências burocráticas sobre a pessoa provoca profunda limitação em sua liberdade e espontaneidade pessoal, além da crescente incapacidade de compreender o significado de suas próprias tarefas e atividades dentro da organização como um todo. Estudando o efeito da estrutura burocrática sobre a personalidade dos indivíduos, alguns autores chegaram a algumas conclusões, como a "incapacidade treinada", ou a "deformação profissional", para mostrar que o funcionário burocrata trabalha em função dos regulamentos e das rotinas, e não em função dos objetivos organizacionais que foram realmente estabelecidos. Essa conformidade às regras, regulamentos, às rotinas e procedimentos conduz a uma rigidez no comportamento do burocrata: o funcionário passa a fazer o estritamente contido nas normas, nas regras, nos regulamentos, nas rotinas e procedimentos impostos pela organização. Esta perde toda a sua flexibilidade, pois o funcionário restringe-se ao desempenho mínimo. Perde sua iniciativa, criatividade e inovação.

19 7. Exibição de sinais de autoridade: Como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, torna-se necessário um sistema capaz de indicar, aos olhos de todos, aqueles que detêm o poder. Daí surge à tendência à utilização intensiva de símbolos ou de sinais de status para demonstrar a posição hierárquica dos funcionários, como o uniforme, a localização da sala, do banheiro, do estacionamento, do refeitório, o tipo de mesa etc., como meios de identificar quais são os principais chefes da organização. Em algumas organizações - como o exército, a Igreja etc. - o uniforme constitui um dos principais sinais de autoridade. 8. Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público: O funcionário está completamente voltado para dentro da organização, para suas normas e regulamentos internos, para suas rotinas e procedimentos, para seu superior hierárquico que avalia o seu desempenho. Essa sua atuação interiorizada para a organização geralmente o leva a criar conflitos com os clientes da organização. Todos os clientes são atendidos de forma padronizada, de acordo com os regulamentos e rotinas internos, fazendo com que o público se irrite com a pouca atenção e descaso para com os seus problemas particulares e pessoais. Com as pressões do público, que pretende soluções personalizadas que a burocracia padroniza, o funcionário passa a perceber essas pressões como ameaças à sua própria segurança. Daí a tendência à defesa contra pressões externas à burocracia. Com essas disfunções, a burocracia torna-se esclerosada, fecha-se ao cliente, que é o seu próprio objetivo, e impede totalmente a inovação e a criatividade. As causas das disfunções da burocracia residem basicamente no fato de que a burocracia não leva em conta a chamada organização informal que existe fatalmente em qualquer tipo de organização, nem se preocupa com a variabilidade humana (diferenças individuais entre as pessoas) que necessariamente introduz variações no desempenho das atividades organizacionais. Em face da exigência de controle que norteia toda a atividade organizacional é que surgem as conseqüências imprevistas da burocracia.

20 MODELO BUROCRÁTICO DE MERTON O modelo burocrático de Merton é baseado nas conseqüências nãoprevistas, nas disfunções da burocracia. Representa a burocracia dentro dois princípios da Máquina. Começa com a exigência de controle por parte da organização, e esse controle dá ênfase a previsibilidade do comportamento, garantida através de normas e regulamentos. Isso conduz as pessoas a uma justificativa de suas ações individuais e conduz a conseqüências imprevistas, como a rigidez no comportamento e defasa mútua da organização. Essa situação não atende às expectativas e anseios da clientela, provocando dificuldades no atendimento ao público e levando a um sentimento de defesa da ação individual, pois a burocracia não tem como objetivo prestar contas ao cliente, mas sim as regras da organização e a obediência da hierarquia. De acordo com Chiavenato 1, a rigidez do sistema reduz a eficiência organizacional e põe em risco o apoio da clientela. Já no modelo proposto por Merton, a burocracia não é tão eficiente como salientava Weber, mas apresenta na prática uma série de distorções que prejudicam seu funcionamento e a levam à ineficiência. INTERAÇÃO DA BUROCRACIA COM O MEIO AMBIENTE Ao formular o modelo burocrático, Weber não previu a possibilidade de flexibilidade da burocracia para atender a duas circunstâncias: a adaptação da burocracia às exigências externas dos clientes e a adaptação da burocracia às exigências internas dos participantes. Selznick realizou um estudo com o intuito de mostrar a flexibilidade e o ajustamento da burocracia às duas demandas referidas anteriormente, propondo 1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 1998.

21 uma nova abordagem da sociologia da Burocracia e um modelo burocrático diferente do weberiano. Chiavenato 1. O modelo de Selznick mostra que a burocracia gera conseqüências nãoprevistas, demonstrando que essas decorrem dos problemas ligados à organização informal. O modelo de Selznick pode ser assim explicado. Começa com a exigência de controle por parte da administração, levando conseqüentemente a uma delegação de autoridades. Ao mesmo tempo, reforça-se o estabelecimento de subjetivos, além de sua internalização nos participantes do processo. As decisões são tomadas com base em critérios operacionais estabelecidos pela organização e que age como reforço adicional, sendo as decisões reforçadas pelo treinamento de pessoal de cada unidade. Todo esse processo depende da operacionalidade dos objetivos da organização, e qualquer variação nesse processo afeta o conteúdo das decisões diárias, modificando-o gradativamente. A burocracia não é rígida e nem estática, mas adaptativa e dinâmica, interagindo com o ambiente externo e adaptando-se a ele. Quando o produto ou serviço de uma organização não é aceito pelo meio ambiente, a organização deixa de existir, a não ser que receba subsídios de outra organização ou modifique o produto ou serviço. GRAU DE BUROCRATIZAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES Citado por Chiavenato 2, Alvin W. Gouldner realizou uma pesquisa e conclui que não há um único modelo de burocracia, mas uma variedade de graus de burocratização. Para Gouldner, o modelo burocrático leva a conseqüências nãoprevistas por Weber. O modelo burocrático de Gouldner começa com a exigência de controle por parte da organização quanto à condução das regras burocráticas. Essas regras 1 Idem. 2 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. São Paulo: Makron Books, 1998.

22 visam a adoção de diretrizes gerais e impessoais que definem o que é permitido e estabelecem um padrão de comportamento mínimo aceitável. Isso possibilita uma visibilidade das relações de poder, mas essa visibilidade pode provocar o aumento do nível de tensão no relacionamento interpessoal, reduzindo a motivação de produzir. Ao verificar a diferença entre os objetivos organizacionais e sua efetiva realização na prática, a direção reage impondo um maior rigor na supervisão para forçar as pessoas a trabalharem mais. Em outros termos, a direção intensifica a burocracia punitiva, reiniciando o ciclo vicioso do processo. No modelo de Gouldner, o processo burocrático é um ciclo instável que busca estabilidade e equilíbrio, mas provoca tensões e conflitos interpessoais. Não há um tipo único de burocracia, mas uma infinidade, que vai desde o excesso de burocratização até a ausência de burocracia. ANÁLISE DO MODELO BUROCRÁTICO Como se viu anteriormente, não há um tipo único de burocracia, mas vários graus de burocratização. O conceito atual de burocracia é decorrente de dimensões, cada qual delas variando de alguma forma. Trata-se de uma abordagem mais adequada do que se tratar à organização como sendo totalmente burocrática ou não-burocrática. A partir dessa idéia, pode-se selecionar seis dimensões para a burocracia. Divisão do trabalho baseado na especialização funcional; Hierarquia de autoridade; Sistema de regras e regulamentos; Formalização das comunicações; Impessoalidade no relacionamento entre as pessoas; Seleção e promoção baseadas na competência técnica. Uma organização pode ser muito burocratizada quanto ao conjunto de regras e regulamentos ao mesmo tempo em que está escassamente burocratizada quanto à sua divisão do trabalho.

23 A burocracia proporciona uma maneira racional de organizar pessoas e atividades no sentido de alcançar objetivos específicos. Em conclusões de Chiavenato 1, a primeira diz que os erros atribuídos à burocracia não são erros de conceito, mas sim conseqüências do fracasso em burocratizar adequadamente. O autor também descreve a preocupação com a reforma, humanização e descentralização das burocracias apenas obscurecem a verdadeira natureza da burocracia e desvia a atenção para o seu impacto sobre a sociedade. O impacto sobre a sociedade é mais importante do que o impacto sobre os membros de uma organização. A burocracia é uma forma de organização superior a todas as demais que conhecemos ou que esperamos alcançar em futuro próximo. Atualmente insiste-se em que a forma burocrática resulta de uma tentativa bem-sucedida de atingir o que todas as organizações buscam, que é diminuir o impacto de influências externas sobre os seus membros, proporcionar alto grau de especialização para garantir eficiência e competência e controlar as inseguranças e variabilidade do ambiente. Os principais pontos de apreciação da burocracia, segundo Chiavenato 2 são: PONTOS DE APRECIAÇÃO: 1. O EXCESSIVO RACIONALISMO DA BUROCRACIA. A organização burocrática é super-racionalizada e não considera a natureza organizacional e nem as condições do ambiente. 2. MECANICISMO E AS LIMITAÇÕES DA TEORIA DA MÁQUINA. O modelo burocrático de Weber é mecanicista e tem mais coisas em comum com os teóricos da gerência administrativa, como Fayol, do que com os autores posteriores a partir do modelo burocrático. 1 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração. 6ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000

24 3. CONSERVANTISMO DA BUROCRACIA. As organizações burocráticas são unidades complexas destinadas a alcançar objetivos. A burocracia é um processo conservador e contrário à inovação. O burocrata tem um comportamento muito apegado as regras, o que causa o desaparecimento do modelo burocrático. 4. ABORDAGEM DE SISTEMA FECHADO. A Teoria da Burocracia visualiza as organizações como entidades absolutas que existem no vácuo como sistemas fechados. Esses sistemas fechados buscam a certeza, incorporando apenas as variáveis diretamente associadas ao empreendimento e sujeitando-as a uma rede de controle monolítica. A burocracia se sustenta sem depender da coletividade que a sustenta e do ambiente em quem está inserida. 5. ABORDAGEM DESCRITIVA E EXPLICATIVA O modelo burocrático preocupa-se em descrever,analisar e explicar as organizações, a fim de que o administrador escolha a maneira apropriada de lidar com elas, levando em conta aspectos que variam intensamente. 6. CRIÍTICAS MULTIVARIADAS À BUROCRACIA Weber não inclui a organização informal em seu tipo ideal de burocracia; A distinção de Weber entre os tipos de autoridade é exagerada. O conflito interno na organização é considerado indesejado. 7. POSIÇÃO DA TEORIA DA BUROCRACIA DENTRO DA TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES. O modelo burocrático constitui um terceiro pilar da Teoria Tradicional da Organização, ao lado do Taylorismo e das obras de Fayol.

25 MODELO DE GESTÃO PÚBLICA No Brasil, o primeiro modelo de gestão pública foi o patrimonial, em que o estado tinha o dever de administrar os bens da monarquia. Vários problemas surgiram devido a este modelo de gestão, fazendo com que na metade do século XIX fosse aplicado o modelo de administração burocrática profissional, utilizado especificamente para combater o patrimonialismo exagerado, cujos indicadores principais eram a centralização e a padronização de processos e rotinas formalizados com a intenção de garantir a impessoalidade. Segundo Marini 1 a implementação dos princípios do modelo burocrático cumpriu o papel de frear a lógica patrimonialista e foi determinante na administração pública e também no setor privado, profissionalizando as empresas familiares. Entre 1987 e 1991 o Brasil atravessou uma crise relacionada a alta inflação e principalmente a mudança política, que segundo Bresser-Pereira 2, deixou de se dominada pelas classes industriais e passou para as mãos dos rentistas, agentes financeiros que vivem de juros, cenário também dominado pelas multinacionais, que haviam entrado no Brasil com força total na última década. A reforma comercial, com a abertura do mercado foi tratada de forma apressada e no mesmo momento, a abertura financeira, com a liberação completa dos movimentos de capitais fez com que o país perdesse o controle da taxa de câmbio. As privatizações se tornaram mais intensas e a desnacionalização dos bancos privados fizeram com que baixassem as taxas de crescimento, porém as exportações dobraram na década de 90. Esta tentativa de desmonte do aparelho do Estado, baseada no neoliberalismo, fez com que surgisse em 1995 a Reforma Gerencial, encabeçada pelo MARE Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado, que será descrita nos capítulos seguintes. As constantes e cada vez mais presentes mudanças no mundo, devido à globalização, expõe cada vez mais os governos burocráticos, forçando uma descentralização e em enxugamento da sua estrutura, para conseguir acompanhar o ritmo do mundo moderno. Busca-se então o estado com perfil mais gerenciador do 1 MARINI, Caio. Gestão Pública: o debate contemporâneo. Salvador. Fundação Luis Eduardo Magalhães, Caderno nº 7 2 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Burocracia Pública e Reforma Gerencial. Revista do Serviço Público. Edição comemorativa dos 70 anos. Agosto de 2007.

26 que executor, buscando melhorar o atendimento aos anseios da sociedade. As idéias de Bresser-Pereira eram novidade para a sociedade brasileira, além de parecerem neoliberais e irem contra os servidores públicos, o que gerou uma resistência muito forte para a sua implementação. Com base na eficiência do governo, pode-se averiguar que a administração pública deve manter seu foco na sua modernização. HISTÓRICO DA DESBUROCRATIZAÇÃO O processo de desburocratização no Brasil surgiu na metade do século passado, com intuito básico de descentralizar a administração. A criação de autarquias foi a primeira tentativa de descentralização, seguida pela criação do Banco Central, Petrobrás e outras empresas. Segundo Carneiro 1, estas empresas juntamente com o BNDE passaram a ser um braço moderno do Estado. O governo Juscelino Kubitschek utilizava setores da economia como estratégia para esta modernização, inclusive com a alteração da Capital do Brasil para a cidade projetada de Brasília. Já no Governo João Goulart foi criado o Ministério Extraordinário da Reforma Administrativa e a partir de 1967 ocorreram sucessivas mudanças, com enfoque primordial na descentralização administrativa e a criação de várias outras empresas de administração indireta, delegando alguns setores da alçada do governo para tornar-los mais ágeis. Em 1979 foi criado o Programa Nacional de Desburocratização, iniciado por Helio Brandão, tornando possível então retomar a reforma administrativa, focando na descentralização e com ênfase no usuário dos serviços públicos. Alguns fatores impedem que as reformas se tornem permanentes e efetivas, como é o caso da centralização, já difundida na cultura do serviço público. Outro fator é o formalismo jurídico, que nos conduz ao olhar necessariamente legal, fator este vindo desde o término da monarquia, momento em que se iniciava a criação do Estado brasileiro. O terceiro fator é a desconfiança que impera entre o governo e a 1 CARNEIRO, João Geraldo Piquet, Histórico da desburocratização. Disponível em Acesso em 23/08/2007

27 sociedade. A idéia que se tem é que quando o cidadão procura algum serviço público, ele está querendo obter vantagem e não um direito que lhe pertence. Muitas das leis brasileiras tratam o cidadão como um potencial estelionatário, fato que exige excesso de documentação e procedimentos, deixando-se de lado a realidade objetiva. O quarto e último fator diz respeito ao autoritarismo encontrado na administração pública. Este que faz o servidor público se tornar o monopolista e detentor do conhecimento a respeito do que é melhor ou não para o Estado. Esta força faz com que o cidadão se coloque automaticamente na posição de dependente dos interesses e vontade do Estado. Estes fatores combinados fazem com que a administração pública seja demorada e pouco eficiente nas suas ações. O servidor público está a serviço dos interesses da sociedade e não somente aos do governo, por isso deve ajustar as exigências de forma com que não se prejudique a sociedade. PROGRAMAS DO GOVERNO DE DESBUROCRATIZAÇÃO A partir dos anos 30, com o objetivo de proteger o Estado do sistema patrimonialista até então vigente no País, iniciou-se a implantação de uma burocracia profissional, cujos princípios organizadores eram a centralização e a padronização. A partir daí, a busca pela desburocratização, ou seja, pela eliminação do excesso de ritualismos e formalidades jamais cessou. Os primeiros diagnósticos sobre a necessidade de simplificação da burocracia surgiram nos anos 50, na administração do Governo Juscelino Kubitschek e, nas décadas de 60 e 70, sob os governos militares, foram elaborados o projeto de descentralização e a edição da organização jurídico-institucional do País, por meio do Decreto-Lei 200. Porém, somente em 1979, com o Programa Nacional de Desburocratização, é que o Estado explicitou a vontade de proteger os cidadãos contra os excessos da burocracia que, invariavelmente, impedem que os serviços sejam prestados de forma ágil e transparente.

28 Em 1995, logo após a contenção da inflação galopante, foi implementada a Reforma da Gestão Pública, conduzida pelo então Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira. Era o início do declínio do Estado de Bem Estar Social, que construído nos últimos 50 anos, precisava ser reformulado, devido ao inchaço do próprio Estado. O Brasil adiantou-se frente a outros países em desenvolvimento e seguindo as tendências de algumas nações desenvolvidas, emplacou a Reforma Gerencial. A Globalização também forçava a mudança para um Estado Democrático Social, fazendo com que a administração pública burocrática caísse em decadência, pois a eficiência dos serviços públicos era o principal item a ser buscado nos próximos anos. Já no governo Collor pode-se verificar uma tentativa de reforma do Estado, cortando funcionários e diminuindo salários, com o intuito principal de reduzir o tamanho do Estado. Com a chegada de Itamar Franco ao poder, o neoliberalismo já se apresentava e impunha certa pressão sobre a burocracia, trazendo consigo a ideologia de reconstrução de um Estado efetivo e eficiente na regulação do mercado. Assim foram definidas as políticas do MARE. Assim começa a reforma do Aparelho do Estado de De acordo com Bresser-Pereira 1, as idéias apresentadas tiveram que enfrentar uma certa resistência, pois eram entendidas como neoliberais e contra os interesses públicos. Bresser-Pereira utilizou a estratégia de atacar a administração pública burocrática, e propunha o fortalecimento da capacidade gerencial do Estado. A Reforma Gerencial de 1995 baseia-se em um modelo de mudanças na forma de administrar e na cultura da administração pública, alterando principalmente o foco para a descentralização, em que predominavam as agências reguladoras e organizações sociais. Em 1999, o Programa Nacional de Desburocratização foi reestruturado e passou a fazer parte do Programa Avança Brasil., vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Seu objetivo era garantir respeito e credibilidade das pessoas e protege-las contra a burocracia opressiva. O Programa tinha o ideal de que a complexidade e a grandeza da máquina pública não podem ser fatores que obstruam iniciativas que objetivem torná-la mais eficiente no seu foco principal, que é servir o cidadão com qualidade e eficiência. 1 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Burocracia Pública e Reforma Gerencial. Revista do Serviço Público, número comemorativo dos 70 anos. 11 de agosto de 2007.

24/11/2015. Evolução do Pensamento Administrativo. Teoria da Burocracia

24/11/2015. Evolução do Pensamento Administrativo. Teoria da Burocracia Evolução do Pensamento Administrativo 1903 1909 1916 1932 1947 1951 1953 1954 1957 1962 1972 1990 Teoria Abordagem 1903 Administração Científica Clássica 1909 Estruturalista 1916 Teoria Clássica Clássica

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Modelo Burocrático de Organização Parte 3. Prof. Fábio Arruda

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Modelo Burocrático de Organização Parte 3. Prof. Fábio Arruda ADMINISTRAÇÃO GERAL Parte 3 Prof. Fábio Arruda 8- Especialização da Administração A burocracia é uma organização que se baseia na separação entre a propriedade e a administração. Os administradores da

Leia mais

Abordagem Estruturalista

Abordagem Estruturalista Abordagem Estruturalista A Abordagem Estruturalista se divide em: Teoria da Burocracia com ênfase na estrutura e Teoria Estruturalista com ênfase na Estrutura, nas Pessoas e no Ambiente. Teoria da Burocracia

Leia mais

Teoria Básica da Administração. Teoria burocrática. Professor: Roberto César

Teoria Básica da Administração. Teoria burocrática. Professor: Roberto César Teoria Básica da Administração Teoria burocrática Professor: Roberto César BUROCRACIA No início do século XX, MAX WEBER, um sociólogo alemão, publicou uma bibliografia a respeito das grandes organizações

Leia mais

TEORIA da BUROCRACIA WEBER ( )

TEORIA da BUROCRACIA WEBER ( ) TEORIA da BUROCRACIA WEBER (1864 1920) LIVROS - A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO CAPITALISMO, Theory of social and Economic Organization e Três aspectos da autoridade legítima somente a partir de 1940

Leia mais

Weber e a Burocracia 3/18/2014 UM CONJUNTO DE PRECEITOS QUE RESOLVESSE AS LIMITAÇÕES DAS TEORIAS CLÁSSICAS E DAS ESCOLAS DE RELAÇÕES HUMANAS.

Weber e a Burocracia 3/18/2014 UM CONJUNTO DE PRECEITOS QUE RESOLVESSE AS LIMITAÇÕES DAS TEORIAS CLÁSSICAS E DAS ESCOLAS DE RELAÇÕES HUMANAS. Weber e a Burocracia O MODELO DA BUROCRACIA UM CONJUNTO DE PRECEITOS QUE RESOLVESSE AS LIMITAÇÕES DAS TEORIAS CLÁSSICAS E DAS ESCOLAS DE RELAÇÕES HUMANAS. COM AS TRANSFORMAÇÕES DAS ORGANIZAÇÕES EM FUNÇÃO

Leia mais

Economia Monetária: a moeda racionaliza as transações econômicas Superioridade Técnica: a Burocracia é superior a qualquer outro tipo de organização

Economia Monetária: a moeda racionaliza as transações econômicas Superioridade Técnica: a Burocracia é superior a qualquer outro tipo de organização TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO II Modelo Burocrático de Organização Max Weber (1864 1920), sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia da Burocracia. Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg

Leia mais

Evolução do Pensamento Administrativo

Evolução do Pensamento Administrativo Evolução do Pensamento Administrativo Rosely Gaeta Abordagem Estruturalista (Weber) E Neoclássica (APO Peter Drucker) Slides de Aula Fonte: Chiavenatto e diversos autores 22/11/2014 Abordagem Estruturalista

Leia mais

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos Três modelos gerenciais básicos e suas respectivas fontes de legitimação nas organizações. Fundamentos da Administração Origens históricas do Patrimonialismo

Leia mais

SIDNEI BAPTISTA DA SILVA BUROCRACIA NO TRABALHO

SIDNEI BAPTISTA DA SILVA BUROCRACIA NO TRABALHO SIDNEI BAPTISTA DA SILVA BUROCRACIA NO TRABALHO Faculdade da Aldeia de Carapicuíba Carapicuíba 2010 SIDNEI BAPTISTA DA SILVA BUROCRACIA NO TRABALHO Trabalho apresentado a Faculdade da Aldeia de Carapicuíba

Leia mais

Burocracia segundo Weber. A Sociedade da Hierarquia Burocrática

Burocracia segundo Weber. A Sociedade da Hierarquia Burocrática Burocracia segundo Weber A Sociedade da Hierarquia Burocrática Problematização l O que há em comum entre a administração pública e a privada, que garante estabilidade política para a primeira e estabilidade

Leia mais

Como estudar e obter nota para aprovação? Teorias da Administração II. Quem é a professora responsável? Qual o objetivo da disciplina?

Como estudar e obter nota para aprovação? Teorias da Administração II. Quem é a professora responsável? Qual o objetivo da disciplina? Teorias da Administração II 1ª aula satélite 19/outubro Profa Giselle Pavanelli Teorias da Administração II Quem é a professora responsável? Qual o objetivo da disciplina? Como estudar e obter nota para

Leia mais

UNIP Universidade Paulista

UNIP Universidade Paulista Teoria Burocracia Escola Clássica da Administração Escola Clássica da Administração Teoria administrativa Fayol (1841 1925) Administração científica Taylor (1856 1915) A teoria da burocracia Max Weber

Leia mais

TGA PROFA. LUCIANA F. NOVO TEORIA DA BUROCRACIA. Características Disfunções Níveis

TGA PROFA. LUCIANA F. NOVO TEORIA DA BUROCRACIA. Características Disfunções Níveis TGA PROFA. LUCIANA F. NOVO TEORIA DA BUROCRACIA Características Disfunções Níveis RACIONALIDADE DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL BUSCA NOVA TEORIA MAIS ADEQUADA À COMPLEXIDADE MAX WEBER: PREOCUPAÇÃO CENTRAL RACIONALIDADE

Leia mais

Administração Pública

Administração Pública Administração Pública Modelos Teóricos da Administração Pública Administração Pública Burocrática Prof. Rodrigo Janiques - A Administração Pública burocrática surge na segunda metade do século XIX, na

Leia mais

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO

EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO MÓDULO 6 - Abordagem Neoclássica da Administração De acordo com CHIAVENATO (2003), esta abordagem surgiu em 1954, nos Estados Unidos da América do Norte, enfocou as

Leia mais

TEORIA BUROCRACIA. Profa. Dra. Rosângela F. Caldas

TEORIA BUROCRACIA. Profa. Dra. Rosângela F. Caldas TEORIA BUROCRACIA CONCEITO Trabalho baseado em papéis e documentos, movimentados em seqüência contínua entre as várias unidades componentes da estrutura organizacional DESENVOLVIMENTO Europa - Sec. XX

Leia mais

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos Três modelos gerenciais básicos e suas respectivas fontes de legitimação nas organizações. Fundamentos da Administração Origens históricas do Patrimonialismo

Leia mais

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma organização Organização é uma combinação de esforços individuais

Leia mais

ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO

ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO 1. Conceito: Teoria iniciada em meados de 1950, que trata a organização formada pelo todo (organização formal e informal) e inserida em um ambiente maior. 2. Estrutura: Conjunto formal constituído por

Leia mais

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma organização Organização é uma combinação de esforços individuais

Leia mais

Aula 6 Abordagem Estruturalista da Administração EPA

Aula 6 Abordagem Estruturalista da Administração EPA Aula 6 Abordagem Estruturalista da Administração EPA Os desdobramentos da Abordagem Estruturalista Teoria da Burocracia Ênfase na Estrutura Abordagem Estruturalista Teoria Estruturalista Ênfase na Estrutura,

Leia mais

Administração. (parte 2)

Administração. (parte 2) Administração Pública Administração Pública (parte 2) Max Weber (1964 1920) Inventou os conceitos de: Estado Poder Dominação Legitimidade Patrimonialismo Burocracia Weber: três formas de dominação legítima

Leia mais

Da Burocracia a ISO 9.000

Da Burocracia a ISO 9.000 Da Burocracia a ISO 9.000 Aula 5 EAD-610 2017 1 BUROCRACIA Teoria Clássica Administração Científica Taylor e outros Processo Administrativo Fayol Burocracia Weber 2 SUMÁRIO Conceitos sobre autoridade O

Leia mais

"TEORIA DA BUROCRACIA MAX WEBER

TEORIA DA BUROCRACIA MAX WEBER "TEORIA DA BUROCRACIA MAX WEBER (*) Texto compilado do capítulo 11 da obra de Idalberto Chiavenato, "Introdução à Teoria Geral da Administração", MAKRON Books, 4ª edição. Max Weber (1864-1920), sociólogo

Leia mais

Administração. Abordagem Contingencial. Professor Rafael Ravazolo.

Administração. Abordagem Contingencial. Professor Rafael Ravazolo. Administração Abordagem Contingencial Professor Rafael Ravazolo www.acasadoconcurseiro.com.br Administração 1. ABORDAGEM CONTINGENCIAL Conforme o dicionário Caldas Aulete, Contingência é: possibilidade

Leia mais

Concurso TCM Ciências da Administração

Concurso TCM Ciências da Administração Concurso TCM 2016 Ciências da Administração Administração Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos

Leia mais

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 02. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua

POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 02. Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua POLÍTICAS PÚBLICAS Aula 02 Prof. a Dr. a Maria das Graças Rua A elaboração das políticas públicas não ocorre em um vácuo institucional tem seus fundamentos no Estado na sociedade, onde as organizações

Leia mais

BUROCRACIA INTRODUÇÃO

BUROCRACIA INTRODUÇÃO BUROCRACIA INTRODUÇÃO Uma das primeiras aplicações do termo Burocracia data do século XVIII, onde o termo era carregado de forte conotação negativa, designando aspectos de poder dos funcionários de uma

Leia mais

Organização - Estrutura Organizacional

Organização - Estrutura Organizacional Organização - Estrutura Organizacional Criar a estrutura da empresa de modo a facilitar o alcance dos resultados. Alocar/dispor os recursos humanos e materiais em uma estrutura. Maneira pela qual as atividades

Leia mais

Clique para editar o estilo do. título mestre

Clique para editar o estilo do. título mestre 1 IDÉIAS BÁSICAS DO PENSAMENTO ADMINISTRATIVO 2 Antecedentes Históricos da Administração Influência dos filósofos: Sócrates- tratou do princípio da universalidade da administração. Platão- tratou do princípio

Leia mais

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Ênfase nas Tarefas e Estrutura Organizacional

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Ênfase nas Tarefas e Estrutura Organizacional TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Ênfase nas Tarefas e Estrutura Organizacional Prof. Me. Olney Bruno da Silveira Junior Administração Científica Frederick Winslow Taylor (1856-1915) Primeiro Período - 1903 Segundo

Leia mais

Economia Monetária: a moeda racionaliza as transações econômicas Superioridade Técnica: a Burocracia é superior a qualquer outro tipo de organização

Economia Monetária: a moeda racionaliza as transações econômicas Superioridade Técnica: a Burocracia é superior a qualquer outro tipo de organização TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO II Modelo Burocrático de Organização Max Weber (1864 1920), sociólogo alemão, foi o criador da Sociologia da Burocracia. Foi professor das Universidades de Friburgo e de Heidelberg

Leia mais

Concurso TCM Ciências da Administração

Concurso TCM Ciências da Administração Concurso TCM 2016 Ciências da Administração Administração Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos

Leia mais

MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA Prof. FLÁVIO TOLEDO ADMINISTRAÇÃO PATRIMONIALISTA Prof. FLÁVIO TOLEDO 1 A administração patrimonialista era baseada nos Estados Absolutistas firmados nos séculos XVII e

Leia mais

Afundamentos da Administração

Afundamentos da Administração Afundamentos da Administração aula 3 Professor Douglas Pereira da Silva 1 Fayol em uma de suas contribuições para o estudo da Administração define o chamado processo administrativo, com o desempenho de

Leia mais

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Organizações Organização: um tipo de associação em que os indivíduos se dedicam a tarefas complexas e estão relacionados entre si por um estabelecimento consciente e sistemático

Leia mais

ESTRUTURALISMO. Doutoranda Rafaela Carolina da Silva

ESTRUTURALISMO. Doutoranda Rafaela Carolina da Silva ESTRUTURALISMO Doutoranda Rafaela Carolina da Silva SURGIMENTO Arranjo das partes que constituem a organização, cujo funcionamento é determinante e previsto. Análise das contribuições clássicas e humanísticas

Leia mais

TESTE DE FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

TESTE DE FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA TESTE DE FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1. Em relação ao modelo burocrático de administração pública no Brasil, é incorreto afirmar: A) a administração pública burocrática foi adotada para substituir

Leia mais

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Organizações Organização: um tipo de associação em que os indivíduos se dedicam a tarefas complexas e estão relacionados entre si por um estabelecimento consciente e sistemático

Leia mais

EIXO 3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. D 3.1 Debate Contemporâneo da Gestão Pública (16h)

EIXO 3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. D 3.1 Debate Contemporâneo da Gestão Pública (16h) EIXO 3 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA D 3.1 Debate Contemporâneo da Gestão Pública (16h) Professor : Fernando Luiz Abrucio Aula 1 03, 04 e 06 de outubro de 2011 AS BASES DA BUROCRACIA PÚBLICA CONTEMPORÂNEA 1) Origens:

Leia mais

1⁰ ANO - ADMINISTRAÇÃO DIREÇÃO

1⁰ ANO - ADMINISTRAÇÃO DIREÇÃO 1⁰ ANO - ADMINISTRAÇÃO INTRODUÇAÃ O AÀ ADMINISTRAÇAÃ O 3ª Função do processo administrativo DIREÇÃO 18 DE SETEMBRO DE 2018 Prof. Carlos Ronaldo Mafuci 3ª Funça o do Processo administrativo- Direção Os

Leia mais

FACULDADE JOAQUIM NABUCO. Prof. Deyglis Fragoso

FACULDADE JOAQUIM NABUCO. Prof. Deyglis Fragoso FACULDADE JOAQUIM NABUCO Prof. Deyglis Fragoso (Alemanha, 21 de abril de 1864 14 de junho de 1920) É considerado um dos fundadores do estudo moderno da sociologia, mas sua influência também pode ser sentida

Leia mais

Gestão Pública Convergência Gestão Pública e Privada

Gestão Pública Convergência Gestão Pública e Privada Convergência Gestão Pública e Privada -Globalização -Inovações Tecnológicas -Democracia -Cenário que culminou em uma tomada de decisão crucial Convergência Gestão Pública e Privada -Adaptação a Padronização

Leia mais

Administração Pública

Administração Pública Administração Pública 01. Com relação às características próprias da administração pública gerencial, considere: I. As decisões tomadas pelo governo devem ser submetidas à aprovação dos beneficiários,

Leia mais

2ª Feira da Carreira Pública São Paulo

2ª Feira da Carreira Pública São Paulo 2ª Feira da Carreira Pública São Paulo A EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO E AS OPORTUNIDADES DE CARREIRA NO SETOR PÚBLICO PROF. SERGIO JUND MESTRE EM ADM. PÚBLICA FGV/ EBAPE IESAP 2011 Prof. Sergio Jund 1 Doutrinas

Leia mais

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO ACH1113. Profa. Sylmara Gonçalves Dias. Profa. Sylmara Gonçalves Dias. ACH113 Princípios de Administração

PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO ACH1113. Profa. Sylmara Gonçalves Dias. Profa. Sylmara Gonçalves Dias. ACH113 Princípios de Administração PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO ACH1113 Profa. Sylmara Gonçalves Dias Agenda de aula (1)A evolução da Administração Max Weber e a teoria das organizações Max Weber e a teoria das organizações As funções da

Leia mais

Curso Superior de Tecnologia: Redes de Computadores. Disciplina: Dinâmica nas Organizações. Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Unidade 3.

Curso Superior de Tecnologia: Redes de Computadores. Disciplina: Dinâmica nas Organizações. Prof.: Fernando Hadad Zaidan. Unidade 3. Faculdade INED Curso Superior de Tecnologia: Redes de Computadores Disciplina: Dinâmica nas Organizações Prof.: Fernando Hadad Zaidan Unidade 3.3 3 A DINÂMICA DAS ORGANIZAÇÕES E AS ORGANIZAÇÕES DO CONHECIMENTO

Leia mais

Teoria Básica da Administração. Organização. Professor: Roberto César

Teoria Básica da Administração. Organização. Professor: Roberto César Teoria Básica da Administração Organização Professor: Roberto César ORGANIZAÇÃO LINEAR A organização do tipo linear constitui a forma estrutural mais simples e antiga. Origem: Organização dos antigos exércitos

Leia mais

AP05 A ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS

AP05 A ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS 1 2 Conhecer a Escola de Relações Humanas iniciada com as ideias de ELTON MAYO e a Teoria da Burocracia, de MAX WEBER. 3 SUMÁRIO 1. A ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS 2. A TEORIA DA BUROCRACIA 4 RECAPTULANDO...

Leia mais

2.2 Elementos formais e informais

2.2 Elementos formais e informais 2.2 Elementos formais e informais A produtividade de um grupo e sua eficiência estão estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus membros, mas, sobretudo com a solidariedade de suas

Leia mais

Assinale a alternativa que contém a seqüência CORRETA. a) V, F, V, V, V. b) V, V, F, V, V. c) V, V, V, F, F. d) F, V, V, F, F.

Assinale a alternativa que contém a seqüência CORRETA. a) V, F, V, V, V. b) V, V, F, V, V. c) V, V, V, F, F. d) F, V, V, F, F. 1. Acerca do comportamento organizacional, julgue os itens a seguir. O projeto organizacional define uma configuração estrutural para a organização com base na autoridade legal e ordem para qualquer tipo

Leia mais

PARTE IV O SISTEMA ORGANIZACIONAL CAPÍTULO FUNDAMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL by Pearson Education

PARTE IV O SISTEMA ORGANIZACIONAL CAPÍTULO FUNDAMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL by Pearson Education PARTE IV O SISTEMA ORGANIZACIONAL CAPÍTULO 15 FUNDAMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 2006 by Pearson Education O QUE É ESTRUTURA ORGANIZACIONAL? Estrutura organizacional Como as tarefas são formalmente

Leia mais

17/05/2016. Administração Geral / Estratégia e Planejamento. - Teorias administrativas e estratégia - Estudo de Caso 7

17/05/2016. Administração Geral / Estratégia e Planejamento. - Teorias administrativas e estratégia - Estudo de Caso 7 Administração Geral / Estratégia e Planejamento Estudo de Caso 7 - Teorias administrativas e estratégia - Prof. Renato Fenili Maio de 2016 1. de planejamento estratégico As escolas (bem como as categorias

Leia mais

Desenvolvimento Organizacional - DO

Desenvolvimento Organizacional - DO Desenvolvimento - DO Mudança Mudanças nos métodos de produção: processo, localização do trabalho, disposição das áreas de trabalho, materiais, maquinaria, ferramentas, equipamentos, segurança manutenção.

Leia mais

Administração Pública

Administração Pública Administração Pública Modelos Teóricos da Administração Pública Prof. Rodrigo Janiques - Introdução - O paradigma pós-burocrático constitui "um meio-termo" entre a gestão pública burocrática e a administração

Leia mais

Funções de Administração

Funções de Administração Funções de Administração Organização A Língua Portuguesa, como outros idiomas, utiliza uma mesma palavra com diversos significados. Neste curso, você já viu ou ainda verá algumas palavras ou expressões

Leia mais

TÍTULO: OS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS: O MODELO BUROCRÁTICO DENTRO DAS EMPRESAS COMERCIAIS

TÍTULO: OS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS: O MODELO BUROCRÁTICO DENTRO DAS EMPRESAS COMERCIAIS Anais do Conic-Semesp. Volume 1, 2013 - Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade 3. ISSN 2357-8904 TÍTULO: OS PROCESSOS ORGANIZACIONAIS: O MODELO BUROCRÁTICO DENTRO DAS EMPRESAS COMERCIAIS CATEGORIA:

Leia mais

Organização Formal. Organização Formal x Organização Informal. Tipos de Organização. Divisão Racional do Trabalho

Organização Formal. Organização Formal x Organização Informal. Tipos de Organização. Divisão Racional do Trabalho Divisão Racional do Trabalho Organização Formal x Organização Informal Organização Formal - Heterogênea -Rígida - Hierarquizada -Estática - Limitada Princípios Básicos das Organizações - Divisão do Trabalho

Leia mais

Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático. Modelos Teóricos de Administração Pública

Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático. Modelos Teóricos de Administração Pública 1 Administração pública: do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático. Modelos Teóricos de Administração Pública 2 Modelos teóricos de Administração Pública: Patrimonialista Burocrático Gerencial

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz LES-107 Teoria Geral da Administração. Apostila 04

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz LES-107 Teoria Geral da Administração. Apostila 04 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz LES-107 Teoria Geral da Administração Apostila 04 TEORIAS BUROCRÁTICA E ESTRUTURALISTA Prof. Dr. Alex Coltro 1 Abril de 2005 1 Este

Leia mais

Administração Pública. Prof. Joaquim Mario de Paula Pinto Junior

Administração Pública. Prof. Joaquim Mario de Paula Pinto Junior Administração Pública Prof. Joaquim Mario de Paula Pinto Junior 1 O Estado É uma comunidade de homens fixada sobre um território com poder de mando, ação e coerção (ato de pressionar, induzir) constituída

Leia mais

Aspectos Administrativos Comuns às Organizações (segundo Drucker)

Aspectos Administrativos Comuns às Organizações (segundo Drucker) Apostila : Teoria Neoclássica da Administração Apesar da influência das ciências do comportamento sobre a teoria administrativa os pontos de vista dos autores clássicos nunca deixaram de ser considerados.

Leia mais

Teorias das Organizações. Prof. Doutora Maria José Sousa

Teorias das Organizações. Prof. Doutora Maria José Sousa Teorias das Organizações 1 Prof. Doutora Maria José Sousa 2 Abordagem Clássica Administração Científica Referência: Frederick Taylor (1903) Elemento Nuclear: A tarefa Termos mais utilizados Organização

Leia mais

Noções de Administração: Geral e Pública Agente da Polícia Federal

Noções de Administração: Geral e Pública Agente da Polícia Federal Noções de Administração: Geral e Pública Agente da Polícia Federal Conteúdo do edital 1 Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. 1.2 Evolução da administração

Leia mais

Abordagens Organizacionais

Abordagens Organizacionais NOTA DE AULA CLASS NOTE Abordagens Organizacionais Roberto de Medeiros Junior roberto.medeiros.junior@hotmail.com Prof. Maria Terezinha Angeloni, Dr. terezinha.angeloni@unisul.br Abordagens Organizacionais

Leia mais

Outline da carta de Madri de 1998

Outline da carta de Madri de 1998 CLAD - Conselho Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento Outline da carta de Madri de 1998 Este outline foi preparado por Luiz Carlos Bresser- Pereira em 23.2.98 para servir de base para

Leia mais

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO Profa Giselle Pavanelli 5ª Aula Como explicar a Teoria Comportamental? Contexto da Teoria Comportamental A organização como organismo vivo As Relações Humanas Hierarquia das Necessidades

Leia mais

Noções de Administração TRT - Brasil. Rafael Ravazolo

Noções de Administração TRT - Brasil. Rafael Ravazolo Noções de Administração TRT - Brasil Rafael Ravazolo Matérias: 1 Funções da Administração: Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar. 2 Planejamento Estratégico: Níveis de Planejamento, Análise SWOT, Planejamento

Leia mais

Teoria da. Administração Científica. Professor: Roberto César

Teoria da. Administração Científica. Professor: Roberto César Teoria da Administração Científica Professor: Roberto César Abordagem Clássica da Administração Administração Científica Taylor Ênfase nas Tarefas Abordagem Clássica da Administração Teoria Clássica Fayol

Leia mais

Administração Pública I. Virgílio Oliveira FACC UFJF

Administração Pública I. Virgílio Oliveira FACC UFJF Administração Pública I Virgílio Oliveira FACC UFJF Burocracia Bureau + kratos Burocracia Bureau + kratos 1150: tecido grosso sobre o qual se fazem contas 1361: mesa utilizada para esse fim 1557: local

Leia mais

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Funções do Gestor de Pessoas. - Conceito e processos da área de Gestão de Pessoas.

NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Funções do Gestor de Pessoas. - Conceito e processos da área de Gestão de Pessoas. NOÇÕES DE GESTÃO DE PESSOAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - Funções do Gestor de Pessoas. - Conceito e processos da área de Gestão de Pessoas. - Recrutamento e Seleção. Treinamento e Desenvolvimento. Incentivos

Leia mais

Administrar é tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos

Administrar é tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos Administrar é tomar decisões sobre recursos para atingir objetivos 1 Funções Administrativas Escola Clássica = Fayol = PO3C Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar Lacombe = PO2CRhL Planejar,

Leia mais

Estrutura Organizacional

Estrutura Organizacional Aula 3-Organização Estrutura Organizacional È a maneira pela qual as atividades são divididas, organizadas e coordenadas(comunicação). 07:19 Alex Diniz Lopes e-mail: pro99020@hotmail.com 1 Funcionograma

Leia mais

A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA DE MAX WEBER. Professora: Susana Rolim

A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA DE MAX WEBER. Professora: Susana Rolim A SOCIOLOGIA COMPREENSIVA DE MAX WEBER Professora: Susana Rolim MAX WEBER Sociólogo alemão, nascido em 21 de abril de 1864. Seu primeiro trabalho foi A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo (1905).

Leia mais

Informações de Impressão

Informações de Impressão Questão: 72006 Quer numa empresa do setor privado ou do setor público, o grupo é entendido como um conjunto de pessoas que: I- Se ajudam e se influenciam reciprocamente. II- Estão inumes a problemas e

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO GERAL CONCEITOS BÁSICOS

ADMINISTRAÇÃO GERAL CONCEITOS BÁSICOS ADMINISTRAÇÃO GERAL CONCEITOS BÁSICOS Atualizado em 27/10/2015 CONCEITOS BÁSICOS Administração, em seu conceito tradicional, é definida como um conjunto de atividades, princípios, regras, normas que têm

Leia mais

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado Professor Luiz Antonio de Carvalho Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado - 1995 lac.consultoria@gmail.com Objetivos da Reforma a curto prazo, facilitar o ajuste fiscal, particularmente nos Estados

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E CONTROLE

ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E CONTROLE ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E CONTROLE Fernanda Niehues Professora: Albertina de Souza Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI Processos Gerenciais (EMD0110) Prática do Módulo III 05/06/12 RESUMO

Leia mais

Tipos de Dominação. pessoal extracotidiana): quadro. Carismática (carisma como uma qualidade

Tipos de Dominação. pessoal extracotidiana): quadro. Carismática (carisma como uma qualidade Burocracia 1 Tipos de Dominação Carismática (carisma como uma qualidade pessoal extracotidiana): quadro administrativo formado pela devoção ao líder. Ex: Subcomandante Marcos (México); Tipos de Dominação

Leia mais

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Teoria Geral da Administração - TGA. Professores: Jailson Castro Freitas Sâmya Aguiar Lôbo

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Teoria Geral da Administração - TGA. Professores: Jailson Castro Freitas Sâmya Aguiar Lôbo TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Teoria Geral da Administração - TGA Professores: Jailson Castro Freitas Sâmya Aguiar Lôbo Na ENFERMAGEM, o enfermeiro incorpora, em sua formação profissional, o saber de várias

Leia mais

Delegação, centralização e descentralização

Delegação, centralização e descentralização Delegação, centralização e descentralização Amplitude de controle PROF. DACIANE DE O. SILVA DISCIPLINA- OSM Referência: REBOUÇAS, Djalma de Oliveira DELEGAÇÃO Definição : A Delegação pode ser definida

Leia mais

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO. HENRI FAYOL França

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO. HENRI FAYOL França DA ADMINISTRAÇÃO HENRI FAYOL França HENRI FAYOL 1841-1925 Nasceu em Constantinopla, morreu em Paris. Desenvolveu a Teoria Clássica na França. Engenheiro de Minas aos 25 anos. Gerente Geral aos 47 anos.

Leia mais

ESTRUTURA DAS ORGANIZAÇÕES. Estruturas - Finalidade. Modelos Contemporâneos de Organização. Elementos da estrutura organizacional

ESTRUTURA DAS ORGANIZAÇÕES. Estruturas - Finalidade. Modelos Contemporâneos de Organização. Elementos da estrutura organizacional Modelos Contemporâneos de Organização ESTRUTURA DAS ORGANIZAÇÕES Prof. Me. José Antonio Ulhôa Cintra Ferreira 1 Estruturas - Finalidade Resultado de um processo através do qual: Distribui-se a autoridade;

Leia mais

Processo Organizacional

Processo Organizacional Processo Organizacional Controle Controlar significa garantir que aquilo que foi planejado seja bem executado e que os objetivos estabelecidos sejam alcançados adequadamente. Monitoramento está presente

Leia mais

Evolução histórica da. Administração e. Administração. Empreendedorismo. . Administração e Empreendedorismo. Professor Dr. Alexandre Silva de Oliveira

Evolução histórica da. Administração e. Administração. Empreendedorismo. . Administração e Empreendedorismo. Professor Dr. Alexandre Silva de Oliveira . Administração e Empreendedorismo Evolução histórica da Administração Professor Dr. Alexandre Silva de Oliveira 1 Temas abordados Aula 1 e 2: Conceito de administração Eficiência e eficácia As funções

Leia mais

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini   / Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini E-mail: prof.andre.luis.belini@gmail.com / andre.belini@ifsp.edu.br MATÉRIA: INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO Aula N : 03 Tema:

Leia mais

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES AULA 01

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES AULA 01 EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES AULA 01 1. (CESPE / ICMBIO / 2014) De acordo com Henri Fayol, planejamento, preparo, controle e execução são as funções universais da administração. 2. (CESPE / ICMBIO / 2014)

Leia mais

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Graduação 1 UNIDADE 4 TEORIA DA BUROCRACIA Nesta unidade, estudaremos a Teoria da Burocracia, que foi a primeira teoria a receber a influência da Sociologia. Para melhor conduzir

Leia mais

Imagens da Organização

Imagens da Organização Duas abordagens críticas: Organização como Máquina Organização como Organismo Vivo 1 Organização como máquina Maquinas são instrumentos precisos e programados para execução de atividades específicas e

Leia mais

[Ano] ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Campus Virtual Cruzeiro do Sul

[Ano] ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. Campus Virtual Cruzeiro do Sul [Ano] ESTRUTURA ORGANIZACIONAL UNIDADE : ESTRUTURA ORGANIZACIONAL MATERIAL TEÓRICO Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Andréia de Carvalho Andrade 2 1- Fundamentos de organização Em uma empresa tem-se

Leia mais

Introdução à Administração Geral 11/02/2014. Introdução à Administração. Humberto Arantes 1. Unidade 02 A Administração e suas Perspectivas

Introdução à Administração Geral 11/02/2014. Introdução à Administração. Humberto Arantes 1. Unidade 02 A Administração e suas Perspectivas Introdução à Administração Unidade 02 Conteúdo e Estudo da Administração O Estado Atual da Teoria Geral da Administração A Administração na Sociedade Moderna Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas

Leia mais

22. É possível que se identifiquem ao menos 3 modelos de gestão pública fundamentais: a administração patrimonialista, a administração pública

22. É possível que se identifiquem ao menos 3 modelos de gestão pública fundamentais: a administração patrimonialista, a administração pública 22. É possível que se identifiquem ao menos 3 modelos de gestão pública fundamentais: a administração patrimonialista, a administração pública burocrática e administração pública gerencial. A administração

Leia mais

Panorama histórico da administração, parte I Taylor, ford, fayol, weber

Panorama histórico da administração, parte I Taylor, ford, fayol, weber Panorama histórico da administração, parte I Taylor, ford, fayol, weber Panorama histórico da ADM I Nascido na Filadélfia (EUA); Engenheiro Mecânico; Carreira na Midvale Steel Co. (de capataz a engenheiro)

Leia mais

Administração Geral e Pública

Administração Geral e Pública Formas de Administração Pública Patrimonialista; Burocrática; Gerencial; e Paradigma Pós-burocrático. Patrimonialista: o Estado funciona como uma extensão do poder soberano e os servidores possuem estado

Leia mais

Introdução à Teoria Geral da Administração

Introdução à Teoria Geral da Administração Introdução à Teoria Geral da Administração Marcos Azevedo " Grandes visionários são importantes; Grandes administradores são fundamentais. Tom Peters. https://sites.google.com/site/professormazevedo/ AULA

Leia mais

Aula 2. Professor Douglas Pereira da Silva. dps aula 2

Aula 2. Professor Douglas Pereira da Silva. dps aula 2 Aula 2 Fundamentos Fecaf Professor Douglas Pereira da Silva 1 Há 1300 a.c. no Egito antigo já existia a necessidade de planejar, dirigir e controlar milhares de trabalhadores na construção de monumentais

Leia mais

Abordagem Comportamental

Abordagem Comportamental CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Abordagem Comportamental Prof. Augusto Santana 19/02/2013 INTRODUÇÃO Posições Normativas e Prescritivas X Posições Explicativas e Descritivas

Leia mais

Clique para editar o estilo do. título mestre

Clique para editar o estilo do. título mestre 1 A empresa é uma organização. O mundo de hoje é uma sociedade composta de organizações. Organizações são constituídas de: Pessoas Recursos não-humanos (como recursos físicos e materiais, recursos financeiros,

Leia mais