Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004

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1 Latusa digital N 10 ano 1 outubro de 2004 Inconsciente: topografia e topologia Maria Angela Maia * Mal acabara a súplica, um pesado torpor lhe invade os membros; seu peito delicado se reveste de uma fina casca, os cabelos se transformam em folhas, os braços em ramos; os pés, que ainda há pouco corriam tão rápidos, são raízes ao chão presas agora, o rosto desaparece na fronde. Somente o seu encanto permanece. Febo ainda a ama e, pondo a mão no tronco, sente o coração que continua a bater sob a nova casca. Abraçando os ramos, como se fossem membros, cobre a madeira de beijos, mas a madeira se furta a seus beijos. E disse o deus então: Se minha esposa não podes ser,serás minha ó árvore. Sempre estarás comigo, loureiro, nos cabelos, na citara e na minha aljava. [...Com os ramos há pouco formados, o loureiro anuiu, dir-se-ia que inclinou a copa, como uma cabeça. 1 Nenhuma práxis mais do que a análise é orientada para aquilo que, no coração da experiência, é o núcleo do real 2. Frágil do ponto de vista ôntico, em um eterno movimento de realização, o inconsciente se releva ético. Redefinido por Lacan como causa perdida, é pensado como uma estrutura formada por um furo, através do qual o Real, em breves momentos, apresenta alguma coisa de não realizada aliquid, no dizer dos estóicos. Breve e fugaz, o inconsciente não existe, insiste. * Aderente da Escola Brasileira de Psicanálise (EBP). 1 OVÍDIO. Dáfne. Em: As metamorfoses. Rio de Janeiro: Editora Ediouro, LACAN, J. O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,1990, p

2 Aceitar o inconsciente como ético é aceitá-lo estruturado como uma linguagem. Visto como conjunto de regras e valores, a ética é relativa a um sistema de valor e um valor de posição. Lançado no mundo, mesmo sem saber ou reconhecer, o homem é posicionado em algum lugar lieu que, fornecendo-lhe uma territorialidade, o insere também em um sistema de regras e valores, conferindo-lhe uma posição place, por meio da qual os significantes fornecidos pela cultura são apreendidos. Esse jogo combinatório, entre lugar lieu e posição place, capaz de definir os lugares de mãe, pai e filho, garante a formação e organização do grupo humano. Conceituado por Lacan, o termo castração revela as características de instauração de uma falta place organizadora do campo cultural e de um furo lieu responsável pela delimitação no homem do que Freud nomeou como núcleo do inconsciente. Deste, brota a força propulsora do desejo. Núcleo de factível circunscrição pela topologia de uma espiral, cujo movimento contorna, envolve, tal um círculo que não se fecha em si mesmo, sendo impossível delimitar um dentro e um fora. Em A interpretação dos sonhos, Freud considera a imagem onírica em sua função de descarga do excesso de quantidade, visando a busca do prazer. São produções de sentido construídas a partir das marcas impressas em uma superfície topográfica: os desejos inconscientes permanecem sempre em atividade. Representam caminhos sempre transitáveis, toda vez que uma quantidade de excitação se serve deles. 3 Ao mesmo tempo, Freud reconhece na maioria dos sonhos submetidos a um processo interpretativo, a existência de um furo umbigo do sonho provido de uma intensidade sensorial peculiar que corresponde à figuração 3 FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos. Em: Obras completas Rio de Janeiro: Imago Editora, 1988, vol. 2, p

3 direta da realização de desejo ou uma identidade de percepção 4. Trata-se de apresentação direta de uma marca mnêmica de satisfação primordial originariamente recalcada, que encontra, no sonho, o privilégio de alcançar expressão. Aqui está expresso o caráter topológico do inconsciente, em que o umbigo do sonho é o lugar em que o sonho se dirige à marca de um ponto último irredutível à simbolização. A estrutura do núcleo do inconsciente, formada no seu cerne por um não reconhecido fundamental, é análoga para Lacan à estrutura do sujeito do inconsciente. Interrogando sobre quem fala no inconsciente, Lacan cunha a noção de sujeito do inconsciente aquele cuja história, sendo anterior a ele, o faz existir aquele que conta e, ao contar é contado, pois no contado está o contador 5. Ele encontra seu lugar lieu no movimento de pulsação do núcleo do inconsciente. Movimento cujo caráter evanescente o especifica por um desvanecimento fading na ocultação de um significante cada vez mais puro. Significante que, originariamente recalcado, expressa sua própria impossibilidade de expressão. O inconsciente é concebido por Lacan em uma relação profunda, inicial e inaugural com o conceito de causa original do corte de uma plena satisfação, que circunscreve o lugar lieu da estrutura primordial do desejo: uma fenda, um traço, uma ruptura. Ao barrar o gozo, o significante, em uma função de corte, determina o sujeito do inconsciente na sua relação constituinte ao próprio significante 6. A fronteira ou barra instaurada pelo recalque originário expressa, para Lacan, a própria divisão do sujeito. Sujeito movido para o impossível: preencher o furo que faz existir em sua pulsação. 4 Idem, ibidem, p LACAN, J. O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, op.cit., p, Idem, Ibidem, p

4 Entendemos que a tensão entre topografia e topologia poderia ser pensada segundo a figura topológica do furo, ou ainda do toro. Éric Laurent pensa o direito e o avesso do toro 7. Nos interessa ressaltar, na leitura de Laurent, a articulação possível, segundo o toro, de uma exterioridade central um interior que está também no exterior e de uma exterioridade periférica. Na direção de uma exterioridade central, encontramos a proposta de Jorge Alemán de uma topologia da existência, para a qual ele se vale do conceito heideggeriano de existência. Alemán demarca o lugar em que a existência é revelada, iluminada do lado de fora, em uma tensão entre luz e sombra. 8 Entendemos que a tensão entre luz e sombra está presente na figura topológica do toro. Propomos pensar não apenas a topologia êxtima, a topologia da existência, mas também uma exterioridade periférica na qual o toro está mergulhado, o que nos leva a considerar a topografia e a questão da localização, de demarcação de lugares. Éric Laurent relaciona o toro a duas modalidades de trauma: aquele vinculado ao real da angústia traumática e o passível de ser relacionado ao real da linguagem. 9 Nossa proposta é pensar o real de linguagem segundo o conceito de umbigo do sonho de Freud. Ele indica a possibilidade de ocorrer no sonho a figuração de elementos que não possuem recursos próprios para figuração, exatamente por eles se localizarem próximos ao furo central de onde brota o 7 LAURENT, É. El revés del trauma. Em: Virtualia, revista digital da EOL, n 6, ALEMÁN, J. Lacan: the End Notes on the End of Metaphysics and Psychoanalysis. 9 LAURENT, E. El revés del trauma, op.cit. 4

5 desejo 10. Os elementos sem recursos próprios estão a princípio excluídos da possibilidade de expressão, mas pela proximidade do umbigo do sonho em uma exterioridade periférica, poderíamos articular eles poderiam vir a alcançar a capacidade de figuração, quando a força figurante da realização de desejo se difunde até eles, como enuncia Freud: a força figurante da realização de desejo se difunde por uma certa esfera de conexões, dentro da qual todos os elementos, inclusive os que por si não possuem recursos, alcançam a figuração. 11 O furo designa a ausência de gozo que, paradoxalmente, não é falta, pois a própria restrição de gozo absoluto localiza uma possibilidade de gozo parcial e limitado. Desse modo é permitida a experiência do que não tem limites. Lacan não nos deixa esquecer que a nossa práxis é orientada para o Real. Orienta-se para provocar um encontro primeiro, encontro com o que está por trás da fantasia, podemos dizer, a tensão fundadora do furo que permite a abertura e o fechamento do inconsciente. 12 No fechamento do inconsciente, o sujeito é apenas Um significante que petrifica, tal como Dáfne, no encontro com o desejo do Outro. Diferente disso, aquele que consegue vivenciar a travessia da fantasia pode vir, por meio da abertura do inconsciente, ingressar na linguagem real. 10 FREUD, S. A Interpretação dos Sonhos, p Idem, ibidem. 12 LACAN, J. O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise, op.cit., p

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