processo judicial eletrônico nº : SUL AMÉRICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS : william kenzo fujiy

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1 processo judicial eletrônico nº AGRTE REPTE AGRdo ADV agrdo origem RELATOR : SUL AMÉRICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS : william kenzo fujiy : cef - caixa econômica federal : marcos antônio souto maior filho e outro : maria sueli ribeiro alves : juízo FEDERAL DA 9ª VARA - PB : Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Convocado) RELATÓRIO O Sr. Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Relator Convocado): Desafia-se por agravo inominado decisão da minha lavra que negou seguimento ao agravo de instrumento interposto pela ora recorrente contra ato judicial, proferido pelo MM. Juiz Federal Substituto da 9ª Vara/PB, respondendo pela titularidade da 6ª Vara/PB, que, no curso da Ação Ordinária nº , considerou competente a Justiça Estadual para processar e julgar a demanda, determinando, por conseguinte, a devolução dos autos para o juízo de origem (9ª Vara Cível da Comarca de Campina Grande/PB). O agravante sustenta, em suma, que não pode ser desprezada a matéria de ordem pública, concernente à competência da Justiça Federal para conhecer e julgar as causas de interesse da CEF - Caixa Econômica Federal e da União. Afirma que a Lei nº , de estabeleceu que compete a CEF representar judicial e extrajudicialmente os interesses do FCVS, bem como que ela deve ser intimada para manifestar o interesse no feito que tenha por objeto a extinta apólice do Seguro Habitacional do Sistema Financeiro de Habitação - SH/SFH. Argumenta que a competência prevista no art. 109, I, da CF/88 é matéria de ordem pública e deve ser declarada de ofício pelo juízo incompetente, nos termos do art. 113, do CPC e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição independentemente de exceção, sendo dever do Juiz ou do Tribunal o seu reconhecimento a qualquer tempo. Requer, alfim, que o recurso seja conhecido e provido. Em mesa para julgamento. Éo relatório.

2 processo judicial eletrônico nº AGRTE REPTE AGRdo ADV agrdo origem RELATOR : SUL AMÉRICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS : william kenzo fujiy : cef - caixa econômica federal : marcos antônio souto maior filho e outro : maria sueli ribeiro alves : juízo FEDERAL DA 9ª VARA - PB : Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Convocado) VOTO O Sr. Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Relator Convocado): A decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento epigrafado foi vazada nos seguintes termos: "Cuida-se de agravo de instrumento manejado contra decisão proferida pelo MM. Juiz Federal Substituto da 9ª Vara/PB, respondendo pela titularidade da 6ª Vara/PB, que, no curso da Ação Ordinária nº , considerou competente a Justiça Estadual para processar e julgar a demanda, determinando, por conseguinte, a devolução dos autos para o juízo de origem (9ª Vara Cível da Comarca de Campina Grande/PB). A agravante sustenta que é parte ilegítima para figurar no pólo passivo do presente feito, vez que não mantém mais qualquer relação com o SH/SFH desde a extinção da apólice pública com a edição da Medida Provisória nº 478, de 29/12/2009. Argumenta não lhe caber a regulação do sinistro, muito menos o pagamento da indenização pretendida nos autos originários, mormente porque atuou como administradora da apólice do SH/SFH no período de 01/01/2007 a 29/12/2009. Eis o que de relevante havia para relatar. Decido.

3 Com efeito, pela simples leitura das razões de inconformismo expendidas pela ora recorrente, facilmente se constata que elas se encontram dissociadas do que restou decidido pelo douto julgador monocrático. É que o insigne magistrado entendeu pela incompetência do Juízo a quo Federal para apreciar a presente demanda, justamente porque não foram coligidos aos autos documentos que comprovassem o risco ou o impacto jurídico ou econômico ao FCVS, daí a razão de ter ordenado o retorno do feito à 9ª Vara Cível da Comarca de Campina Grande/PB. Nesta senda, a incongruência entre o que restara decidido no decisum verberado e as razões de irresignação manifestadas na petição recursal patenteiam a manifesta inadmissibilidade do agravo de instrumento em referência, eis que lhe falta pressuposto extrínseco de admissibilidade, qual seja, a sua regularidade formal. Ressalto, porque oportuno, que ainda que a alegação do recorrente enquadre-se como matéria de ordem pública, não haveria como se processar e julgar o presente recurso, porquanto o juízo federal, consoante decidido no ato judicial agravado, é absolutamente incompetente para examinar a demanda. Com essas considerações, nego seguimento ao recurso em epígrafe, com supedâneo no art. 557, caput, do Código de Processo Civil. Publique-se. Intimações necessárias. Antes, porém, em atenção ao pleito formulado nas razões do agravo de instrumento em referência, retifique-se a autuação do presente recurso para fazer constar como patronos da parte recorrente "Nelson Luiz Nouvel Alessio e Ilza Regina Defilippi Dias" Adoto como razões de decidir os fundamentos expostos no ato judicial acima reproduzido. Isto porque, no agravo inominado, o recorrente não trouxe a contexto nenhum elemento novo de convicção que justificasse a mudança de orientação traçada no decisum acima transcrito. Como já fico explicitado na decisão ora vergastada, a decisão de primeiro agravada tratou de matéria relativa exclusivamente à competência da Justiça Federal para conhecer, processar e julgar o presente feito, enquanto o recurso de agravo de instrumento trouxe em suas razões assuntos totalmente dissociados do que fora apreciado no decisum supracitado.

4 Sendo assim, deve ser mantida a decisão que considerou inadmissível o agravo de instrumento cujas razões de reforma elaboradas pelo agravante estão dissociadas da matéria abordada na decisão recorrida, hipótese a impor a aplicação do art. 557, caput, do CPC. Neste sentido, colaciono o seguintes julgados: "AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO A RECURSO. ART. 557, CAPUT, DO CPC. MANIFESTA IMPROCEDÊNCIA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE SENTENÇA. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. ART. 58 DO ADCT. CÁLCULOS DE LIQUIDAÇÃO. REAJUSTE DE 84,32%. INCIDÊNCIA. PRECLUSÃO DA MATÉRIA. RECURSO COM RAZÕES DISSOCIADAS. PRINCÍPIO DA SIMETRIA. OFENSA. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO. 1 - Caso em que o agravo de instrumento não impugna a tese de preclusão de questão na fase de execução de sentença, revolvendo o mérito da decisão trânsita em julgado. 2 - Não merece acolhimento razões recursais dissociadas dos fundamentos delineados na decisão atacada, por violação ao princípio da simetria. Agravo regimental desprovido". (TRF-5ªR, AGA nº , Rel. Des. Fed. José Maria Lucena, 1ª Turma, j , DJE , pág. 135). "AGRAVO REGIMENTAL. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO. ART. 557, CAPUT, DO CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PRINCÍPIO DA CONGRUÊNCIA RECURSAL. RAZÓES DISSOCIADAS NO RECURSO INOMINADO. NÃO CONHECIMENTO. 1 - O recurso inominado apresenta razões de reforma dissociadas totalmente dos fundamentos da decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento, monocraticamente; enquanto o INSS desenvolve o regimental exclusivamente em torno da impossibilidade de incidência de juros de mora entre a data de elaboração dos cálculos homologados pelo Juízo, o decisório terminativo embasou-se na inexistência de cópias de peças relativas à fase de execução para fins de averiguação da juridicidade da afirmação da Magistrada de primeiro grau de preclusão da matéria desde A impugnação cujas razões de direito/fato são manifestamente estranhas à estrutura lógica erguida pelos fundamentos da decisão questionada não pode ser conhecida, por afronta ao princípio da congruência recursal (razões dissociadas). Agravo regimental não conhecido". (TRF- 5ªR, EDAG nº , Rel. Des. Fed. César Carvalho, 1ª Turma, j , DJE , pág. 328). Ressalto ainda que o ônus de instruir o feito de forma a preencher os pressupostos de conhecimento e desenvolvimento regular do agravo de instrumento recai sobre o titular do recurso, sob pena de inadmissibilidade. Na espécie, as alegações sobre a questão da competência da Justiça Federal, trazidas à baila no agravo inominado interposto em face da decisão desta Turma, não podem mais ser apreciadas neste julgamento, tendo em vista a

5 ocorrência da prescrição temporal. É que o referido tema deveria ter sido abordado pelo recorrente na petição inicial do agravo de instrumento que impugnou originalmente a decisão de primeiro grau, até porque o referido assunto foi objeto exclusivo da mencionada decisão. Por fim, vale lembrar que mesmo sendo a matéria de ordem pública (competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito), não haveria como se processar e julgar o presente agravo, porquanto o Juízo Federal, consoante decidido no ato judicial recorrido, é absolutamente incompetente para examinar a demanda. Com estas considerações, nego provimento ao agravo inominado. Écomo voto. processo judicial eletrônico nº AGRTE REPTE AGRdo ADV agrdo origem RELATOR : SUL AMÉRICA COMPANHIA NACIONAL DE SEGUROS : william kenzo fujiy : cef - caixa econômica federal : marcos antônio souto maior filho e outro : maria sueli ribeiro alves : juízo FEDERAL DA 9ª VARA - PB : Des. Fed. RUBENS DE MENDONÇA CANUTO (Convocado) EMENTA PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RAZÕES DISSOCIADAS. NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO. MANIFESTA INADMISSIBILIDADE. RECURSO INOMINADO IMPROVIDO. 1. Agravo inominado contra decisão deste Relator que negou seguimento ao agravo de instrumento interposto pela ora recorrente contra ato judicial, proferido pelo MM. Juiz Federal Substituto da 9ª Vara/PB, respondendo pela titularidade da 6ª Vara/PB, que, no curso da Ação Ordinária nº , considerou competente a Justiça Estadual para processar e julgar a demanda, determinando, por conseguinte, a devolução dos autos para o juízo de origem (9ª Vara Cível da Comarca de Campina Grande/PB).

6 2. Caso em que o agravante alega a sua ilegitimidade passiva, a denunciação à lide e a necessidade de comprovação de pagamento regular das prestações do financiamento imobiliário, ao mesmo tempo em que a decisão agravada apenas aborda a questão da competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito. 3. É inadmissível o agravo de instrumento cujas razões de reforma elaboradas pelo agravante estão dissociadas da matéria abordada na decisão recorrida, hipótese a impor a aplicação do art. 557, caput, do Código de Processo Civil (CPC). 4. Precedentes desta egrégia Corte. 5. Agravo inominado improvido. ACÓRDÃO Vistos, etc. Decide a Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, negar provimento ao agravo inominado, nos termos do Relatório, Voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte integrante do presente julgado.