Consequências psíquicas do Complexo de Édipo

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1 1 Consequências psíquicas do Complexo de Édipo Carlos Eduardo Rios Pereira 1 Resolvemos iniciar o desenvolvimento do tema pela interpretação dos sonhos, não aleatoriamente, mas pelo fato de muitos analistas considerarem que boa parte da teoria freudiana se encontra neste trabalho publicado em 1900, tendo sido ampla sua comemoração centenária pela comunidade psicanalítica. Freud toma o sonho como uma produção psíquica do sonhador que, ao acordar e lembrar-se dele, relata a si mesmo o que dele recorda. Este relato, por sua vez, seria conceituado como conteúdo manifesto. No desenvolvimento desta obra, o autor dá-se conta de que há outros conteúdos no sonho que são os chamados conteúdos latentes, constituídos pelos pensamentos oníricos inconscientes, uma vez que ao se referir, isto é, falar de seu sonho, o indivíduo não se dá conta dos pensamentos nele contidos. Só após a interpretação (ou análise) dos sonhos estes pensamentos surgem na consciência do sujeito. Esta abordagem permite a inferência dos conceitos de consciente e inconsciente, bem como de pré-consciente, isto é, que tange ao sonho, permitindo atravessar a distância entre o primeiro e o segundo. Estes conceitos, por sua vez, são conceituados como a primeira tópica freudiana. Em relação ao que permite a análise dos sonhos, o relato (ou o conteúdo manifesto) é curto, o que fez com que os autores que trataram do assunto tivessem sido levados, antes de Freud, a concluírem como em curto-circuito o sentido dos sonhos. Nunca é possível, ao se analisar um sonho, ter certeza de que ele foi completamente interpretado, ou seja, de que seu conteúdo foi totalmente desvelado. Trata-se, portanto, que o sonho é o produto de uma condensação em larga escala dos conteúdos mentais de quem sonha, não sendo possível determinar o volume da 1 Médico psiquiatra, psicanalista didata em atividade pela APVP (Associação de Psicanálise do Vale do Paraíba) e psicanalista didata pelo Colégio Brasileiro de Psicanálise. Aluno do programa de pós-graduação no curso de Psicanálise: teoria e clínica da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba).

2 2 condensação. Destarte, o conteúdo manifesto do sonho é um conjunto de fragmentos do trabalho mental que produz o sonho. Como se trata de uma manifestação mental de cada indivíduo, o sonho só pode ser interpretado por aquele que o produz. Devendo o analista, assim como ensina Freud, pedir que o analisando fale sobre seu sonho e o reconte. Neste processo, as associações livres produzidas irão revelar novos pensamentos oníricos. Nestas ideias do autor, já pode-se encontrar o método da análise que fundamenta sua prática, ou seja, a da livre associação. É necessário admitir que as ideias reveladas na análise do sonho já estavam em ação no processo da formação do sonho. Algumas cadeias de ideias surgem pela primeira vez no processo de interpretação ou análise do sonho. É importante, ademais, notar que as cadeias de ideias reveladas no trabalho da análise dos sonhos constituem pensamentos que fazem parte de uma linguagem particular do inconsciente daquele indivíduo que sonha. É possível articular aqui o conceito lacaniano de que o inconsciente se articula como uma linguagem e que as cadeias de ideias que se articulam na interpretação dos sonhos se constituem a cadeia significante, como bem conceitua Jacques Lacan. Assim, estarão os pensamentos do sonho uns ao lado dos outros ou será que os mesmos ocorrem sequencialmente? Ou haverá diversas cadeias de ideias partindo simultaneamente, para se juntarem depois ou ainda para se cruzarem formando nós. Parece que se fala da rede de significantes de Lacan. Como se sabe, Lacan fez uma cuidadosa releitura de Freud; o mesmo afirmava-se freudiano mesmo que seus alunos e seguidores se afirmassem lacanianos. Na linguística, a condensação corresponde à metáfora que permite uma série de interpretações sendo, portanto, constituída de vários pensamentos. O mito apresenta várias metáforas e, portanto, tanto o sonho quanto o mito e a metáfora são construídos através de símbolos, pertencendo à ordem simbólica. Freud construiu a teoria psicanalítica a partir da neurose histérica cuja estrutura mental pertence à ordem simbólica; onde o pensamento é construído pela série significantes e pela existência de redes significantes. Ao lado do processo de condensação na formação do sonho, Freud percebe que os principais componentes do conteúdo manifesto do sonho estão distantes de

3 3 desempenhar o mesmo papel dos pensamentos oníricos. Assim, o que é claramente a essência do pensamento onírico não precisa de modo algum ser representado no sonho. Sobre sua própria experiência, Freud diz: Se examinar minha própria experiência com a questão da origem dos elementos incluídos no conteúdo dos sonhos, deverei começar pela afirmação de que, em todo sonho, é possível encontrar um ponto de contato com as experiências do dia anterior. Essa visão é confirmada por cada um dos sonhos que investigo, sejam eles meus ou de qualquer outra pessoa. (FREUD, 1900, p. 196) Assim, no mesmo capítulo da obra, Freud se refere ao sonho dele da monografia de botânica (Cf. p. 200), dizendo que este elemento não participa das ideias oníricas deste sonho e que o único sentido possível para ele é de que jamais figuraria entre seus estudos favoritos. Em um sonho de um paciente de Freud, o conteúdo referido versa sobre subir e descer uma escada e por estar em cima ou embaixo, o que nada dizia a respeito ao pensamento onírico central que era a preocupação em ter relações sexuais com pessoas de classe social mais baixa. Freud conceitua então o deslocamento presente nos sonhos quando uma coisa (a questão sexual) é representada por uma ideia inócua (subir e descer escadas). Portanto, o deslocamento é a representação de uma coisa por outra, que produz o efeito de causar estranheza, de não levar a compreensão de sentido. Na linguística, o deslocamento tem sua representação no deslocamento metonímico. Em Lacan, por sua vez, deslocamento metonímico de um significante a outro. O pensamento assim construído é o da linguagem do psicótico, não do neurótico, entenda-se no estado de vigília e não no sonho. Entendendo que o processo de deslocamento tem a função de ocultar o verdadeiro sentido do sonho e que todo sonho tem uma conotação sexual, Freud conclui que todo sonho revela a obtenção de prazer. A formação do sonho e seu conteúdo manifesto passam pelo recalque, evitando, assim, que o funcionamento mental seja regido pelo princípio do prazer. O modelo de pensamento que rege o princípio do prazer é designado como processo primário; enquanto o modelo do pensamento regido pelo princípio de realidade é designado como processo secundário.

4 4 Em seu artigo Sobre o Narcisismo: uma introdução (1914), Freud conceitua o ideal de eu como consequência da necessidade de descarga da excitação acumulada no corpo ou uma parte do corpo, como ocorre na miccção ou na defecação, mas também na necessidade de nutrição. Ao observar o desenvolvimento dos bebês, Freud percebe que o corpo todo do bebê, principalmente a pele e as mucosas são zonas eróticas, notadamente os orifícios do corpo: a boca, o ânus, a genitália. A erotização inicial se dá pela função das necessidades corporais da criança, mas logo se percebe que para além da satisfação das necessidades algo ocorre em função da relação do bebê com a mãe, sem cuja presença a criança não sobreviveria. À fase inicial do narcisismo infantil Freud dá o nome de narcisismo primário, a cuja conceito adiciona o conceito de libido do ego e, como já se viu, de ego ideal vinculado ainda ao princípio do prazer. Para ir além, é preciso incluir a presença da mãe que, ao cuidar do bebê, fala com ele e nomeia as partes de seu corpo, unificando este corpo até então composto de partes não integradas. Desta integração surge o indivíduo. A este processo Lacan chama estádio do espelho que comporá o registro imaginário (que vem da imagem), do psiquismo que se constitui. Quanto ao constructo freudiano há que se falar em constituição do ego, uma vez que o ego não pode existir no indivíduo desde o começo. Necessário então precisar que o corpo físico do bebê é aquele com que a criança nasce, mas que no seu desenvolvimento há a constituição de um corpo psíquico, quando o corpo psíquico não é suficiente, isto é, quando o próprio ego não é suficiente, o resultado é um sujeito cuja estrutura é psicótica como, por exemplo, no caso da paranoia. Quando o indivíduo apresenta uma integração suficiente a estrutura do sujeito e neurótica. A presença/ausência da mãe trará para o bebê uma questão: sua demanda de cuidado, atenção e amor; para além da necessidade primária de suas necessidades de nutrição, de higienização e calor. Se o bebê está se estruturando como um sujeito neurótico uma certa quantidade de libido do ego será atribuída à mãe. O que Freud chamou de libido de objeto constitui-se assim o narcisismo secundário, quando esta libido é afastada dos objetos externos e é dirigida ao ego teremos uma megalomania: uma superestrutura do poder de seus desejos e atos

5 5 mentais, uma onipotência de seus pensamentos e da força das palavras e o não conhecimento ou reconhecimento das diferenças, da diferença dos sexos. Assim, no caso Schreber, o sujeito paranoico se dizia mulher de Deus 2, com quem teria filhos, dando origem a uma nova geração: a geração schreberiana. Há uma antítese entre a libido do ego e a libido objetal, quanto mais uma é empregada, mais a outra se esvazia. Quando um indivíduo adoece gravamente, normalmente retira libido dos objetos externos para reinvestir no ego, ficando o indivíduo mais quieto e desinteressado de qualquer fato externo. O conceito de libido do ego e libido do objeto implica em uma noção de dinâmica e de uso e emprego da libido, de acordo com o desejo do individuo e de uma certa autonomia e, em relação aos objetos externos, certa independência. Um aspecto importante da questão em epígrafe, diz respeito ao fato de que o indivíduo humano leva uma vida dúplice; por um lado, lutando pela própria sobrevivência (libido do ego ou instinto de preservação) e, por outro lado, o instinto sexual, a serviço da preservação da espécie. Independentemente do que o narcisismo promove como consequência na estrutura do sujeito (neurose ou psicose), lidamos hoje com as mais variadas patologias narcísicas: transtorno de pânico, depressão, dependência química (toxicomania), compulsividade, angústia, individualismo, hiperatividade, anoxeria e melancolia. As patologias narcísicas tem a ver com o destino do objeto, que passa por um processo de internalização na busca do indivíduo de recompor a unidade do corpo narcísico primário, perdido quando do desenvolvimento psíquico e reconhecimento da alteridade, perda do narcisismo primário e aquisição do narcisismo secundário. Na hipocondria, o objeto é corporificado, se perde no corpo físico do indivíduo, produzindo os fenômenos psicossomáticos teorizados por Jacques Lacan ou utilizados na construção das doenças psicossomáticas. De acordo com Georg Grodeck e Françoise Dolto quando trata de enurese e eucoprese nas crianças que 2 Como ele mesmo relata: Já em duas ocasiões diferentes (isto quando ainda estava no sanatório de Flechsig) eu possuí órgãos genitais femininos (embora desenvolvidos de modo incompleto) e senti no corpo movimentos que correspondem aos primeiros sinais de vida do embrião humano. Por milagre divino foram lançados no meu corpo os nervos de Deus correspondentes ao sêmen masculino, produzindo-se assim uma fecundação. (SCHREBER, 1996, p. 126).

6 6 viveram a primeira guerra mundial e no nosso meio Luiz Miller de Paiva, Francisco Heládio Capisano e Julio de Mello Filho. No transtorno do pânico, na angústia e na depressão, vemos a patologia do vazio, o objeto está ausente não dando sustentação ao sujeito. Trata-se da impossibilidade de internalizar o objeto, o objeto faltante ou falta da falta, segundo o lacanismo. Na bulimia ou na anorexia, o objeto ora se faz presente (a comida) ora está ausente. Na anorexia o objeto é alucinado, bem como o próprio corpo: presença na ausência e pode ser tão grave que leve à morte. Ainda sobre os transtornos alimentares, o objeto-mãe é coisificado como comida, denotando a ausência da imago materna. Na compulsividade e nas toxicomanias, o objeto coisificado sustenta o sujeito que, em muitos casos, se torna submisso ao objeto e nestes casos é o sujeito que é coisificado. Na melancolia, o objeto internalizado é morto. Atendi um caso de um menino de sete anos e o único objeto de real importância era do avô materno que, na sua fantasia, era a única pessoa que se importava com ele e que tinha importância. Tudo que se tentava questionar, o paciente dizia que não sabia. Em todos os casos se trata da construção da fantasia imaginária, aqui é necessário tocar a questão do que Lacan conceituou como a caixa preta da decisão da criança ou do sujeito, o que fez Lacan conceituar a psicanálise como ética e não ôntica, ou seja, a responsabilidade do sujeito em análise ou não, pelo seu inconsciente. Lacan escapa, assim, à imaginarização no trabalho do analista e a produção de sentido interminável na análise. No lacanismo, primeiro ensino, o analista promove o tratamento das questões imaginárias pelo simbólico, daí o conceito do atravessamento do fantasma, ou seja, da fantasia. Ainda sobre o ego ideal, é necessário ser dito que a sublimação é o processo psíquico que, lidando com as pulsões (as moções do id), o sujeito busca, no reconhecimento do outro e no amor ao outro, em atividades como o trabalho, o estudo, a eleição de causas humanitárias, as artes em geral como a música, a arquitetura, a poesia, etc, uma repressão às moções instintuais, representativas do amor ao ego.

7 7 Para finalizar esta abordagem sobre a introdução ao narcisismo, é necessário citar o processo de idealização do ideal do ego que implica na dificuldade de se reconhecer os limites do próprio termo ideal ; aquilo que só é possível no pensamento, nas ideias e que sugere a persistência do sexual e do narcisismo primário em certa escala. Até agora, neste trabalho, pôde-se abordar aspectos da teoria psicanalítica que podem ajudar na prática clínica do diagnóstico das estruturas psicótica e neurótica. O trabalho de Freud sobre a sexualidade infantil permite a avaliação da psicopatologia psicanalítica referente à perversão. Assim, para abordar a sexualidade infantil, é necessário investigar a sexualidade adulta onde o resultado do desenvolvimento psicossexual chega à sua configuração. O Voyeurismo (pulsão escopofílica) e seu par complementar (é preciso dois para o ato do voyeurismo), represente um nítido desvio do alvo sexual, bem como a pulsão cruel, também com seu par complementar: sadismo e voyeurismo que a componha dentro do par: prazer e dor. A perversão causa desprazer e não prazer para um, para outro ou para os dois parceiros e contra este desprazer, na citação freudiana se erigem na criança (e desde bem cedo): o asco, a vergonha e a moral; moções reativas. O sintoma se organiza a partir de uma hiperpotência da pulsão sexual, com a força de recalque necessária para o impedimento. Em Freud, organiza-se a segunda tópica: o id, o ego e o superego. Portanto, os sintomas se formam às expensas da sexualidade anormal, para que ela sucumba. A neurose é, por assim dizer, o negativo da perversão. Fala-se então em formações reativas (asco, vergonha e moral) e sintomas neuróticos. As zonas eróticas predestinadas seriam então a oral, a anal, a fálica, o olhar e a invocação; estas duas últimas como fruto da elaboração teórica lacaniana. Evidente que o olhar deve-se ao voyeurismo e à voz como consequência da importância que Lacan dá ao significante. A sexualidade infantil apoia-se em funções somáticas vitais de acordo com Freud e é auto-erótica, já que a criança não conhece nenhum objeto sexual sendo, portanto, perversa na sua origem, se tomamos como normal a relação sexual genitalmente entre dois adultos. A potencialidade erótica dos orifícios do corpo, mas também de toda a pele do corpo foi designada por Freud como a disposição perverso-polimorfa da criança.

8 8 A característica da zona erótica oral vai desde o beijo de língua, as chupadelas, o mordisco e a mordedura leve ou violenta, de acordo com a pulsão agressiva do envolvido. O excesso de erotização oral pode provocar, já agora de acordo com Melaine Klein, a voracidade ou a pulsão oral canibalística, crianças que mamam e já possuem dentes não poucas vezes mordem o seio de suas mães, lesionando o bico do seio ou a pele. Segundo Klein, a criança seria dotada de pulsões inatas agressiva, invejando a mãe possuidora do leite e, na suposição dela negar-lhe, essa num processo para introjetar o objeto morde e puxa o seio materno. Segundo ainda a psicanalista inglesa, o seio é percebido como um objeto parcial 3, sem que a criança se dê conta de que é mesma mãe que se negaria a alimentar, que se afasta e se torna para perto do bebê. Klein chamou esta fase do bebê como a posição esquizo-paranóide. Quando o bebê integra este objeto (a mãe), Klein designa a segunda fase como posição depressiva ou de separação. Sobre isso, diz Klein: a ansiedade depressiva é intensificada (...) o bebê sente que destruiu ou está destruindo um objeto inteiro com sua voracidade e agressão incontroláveis (...) sente que esses impulsos destrutivos são dirigidos contra uma pessoa amada (KLEIN, 1952/1991, p.73). Estes conceitos, por sua vez, estão presentes na obra Inveja e gratidão (1957), uma das obras de maior importância da obra kleiniana. Nessa, Klein afirma que o impulso de inveja e ódio à mãe faz com que a criança tenta escavar o corpo da mãe para dele retirar o que tem de valioso, tentando apossar-se daquele conceito presente na obra Amor, culpa e reparação (1945), a segunda obra mais importante de Melaine Klein. Do conjunto de conceitos acima referidos, Klein produz os conceitos de introjeção, já citado, e o de identificação projetiva, ou seja, um potencial agressivo que irá provocar o ataque do objeto em mim: construção notoriamente paranoica. Da solução deste desenvolvimento, o sujeito constituído será mais construtivo ou mais destrutivo pelo conjunto da obra. Lacan dá à Klein o epíteto de carniceira genial. Para Freud, este desenvolvimento da criança irá levá-la ao complexo de Édipo, na relação triangular com o pai e a mãe. A escolha de objeto fará o menino 3 Minha hipótese é que a criancinha possui uma percepção inconsciente inata da existência da mãe. Sabemos que animais de pouca idade de imediato se voltam para a mãe e buscam nela seu alimento. O animal humano não é diferente nesse sentido, e esse conhecimento instintivo constitui a base da relação primária da criancinha com a mãe. (KLEIN, 1971/1991, p.3).

9 9 amar em primeiro lugar a mãe, sofrerá a interdição paterna, identificando-se com ele se sentirá um homem e sua escolha objetal será heterossexual, aceirando a promessa de se for como o pai poderá ter uma outra mulher, quando crescer. A aceitação de amor, sendo interditada, está inscrita no simbólico e escolherá outro homem para marido; sendo, então, heterossexual. Nem tudo será assim tão normal, ninguém passará pelo Édipo incólume. A impossibilidade de identificação com o genitor do mesmo sexo biológico fará com que num corpo feminino possa habitar um homem. A aceitação do tabu do incesto pode não se dar plenamente, havendo pessoas que estão sempre envolvidas em relações amorosas triangulares, etc. O Édipo conceituado por Lacan ocorre muito mais cedo com o pai interditando que a mãe tome seu filho como seu objeto fálico. Assim, dá-se a mãe barrada pelo pai, ou seja, o Outro barrado e a mãe impedida de ser uma toda-mãe. Lacan chama este papel paterno como o Nome-do-pai, a lei. Assim diz ele: o pai, na medida em que é investido pelo significante do pai, intervém no complexo de Édipo de modo mais concreto, mais escalonado por assim dizer. É neste nível que a compreensão das coisas fica mais difícil, no entanto, dizem que é nele que se encontra a chave do Édipo, ou seja, sua saída. (LACAN, 1998, p. 188) Quando a lei é instalada, teremos um sujeito inscrito na lei simbólica, ou seja, um neurótico que sabe e aceita a castração e a diferença entre os sexos. Se o pai for foracluído 4, teremos uma estrutura psicótica que não sabe da diferença entre os sexos e que não se inscreverá na lei; podendo vir a ser um psicótico ou um perverso. O complexo de Édipo e o da castração são, portanto, os dois complexos da psicanálise. Após a identificação, o passo seguinte (ou lateral) é o da escolhe de objeto, o que Lacan chamará de tábua da sexuação. A rigor, o homem não sabe o que é uma mulher, nem ela mesma sabe. Por isso, como enquanto homem ou enquanto mulher opera-se para a conquista do objeto através do semblante, faz o homem acreditar que se é uma mulher ou o inverso, fazendo a mulher acreditar que se é um homem. 4 Falta que dá à psicose sua condição essencial, com a estrutura que a separa da neurose. (LACAN apud CHEMAMA, 1993, p. 79).

10 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CHEMAMA, Roland. Dicionário de psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, FREUD, Sigmund. A interpretação dos sonhos. In: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, KLEIN, Melaine. Inveja e gratidão. Rio de Janeiro: Imago, LACAN, Jacques. O Seminário, Livro 5: As formações do inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., SCHREBER, Daniel. Memórias de um doente dos nervos. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1955.

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