Índice. 1. A Escola e a Linguagem Escrita Aprendizagem Significativa da Linguagem Escrita...3

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1 GRUPO 6.1 MÓDULO 7

2 Índice 1. A Escola e a Linguagem Escrita Aprendizagem Significativa da Linguagem Escrita Motivação: Escrever e Ler faz Sentido Metodologia de Matemática Referências Bibliográficas...7 2

3 1. A ESCOLA E A LINGUAGEM ESCRITA A escola tende a reduzir a aprendizagem da escrita e da leitura a um problema psicomotor e a oferece textos que, do ponto de vista das pessoas jovens e adultas, não servem para ler, pois são textos escolarizados, que só existem dentro da escola. Esse é um dos problemas enfrentados pelas pessoas que estão em processo de alfabetização em idades avançadas, visto que, muitas vezes, o sentido da linguagem escrita usada na escola nada tem a ver com textos de função social real, usados fora da escola. Algumas perguntas devem ser feitas aos professores para a reflexão sobre o trabalho pedagógico a ser desenvolvido na educação de jovens e adultos, afinal qual deve ser o objetivo do ensino escolar da linguagem escrita? Formar escritores ou pessoas com domínio sobre a linguagem escrita? As ênfases serão dadas à dimensão mecânica da escrita e da leitura ou à reflexão sobre seus usos, regras, portadores de textos e destinatários? Queremos ensinar os alunos a decifrar ou a compreender o que a escrita significa e como significa? O que é ler e escrever? O que pensam os jovens e adultos sobre o que é escrever?para que serve ler e escrever no uso social cotidiano? Que sentido tem para o educando a atividade que propomos? Como organizar a aula? Qual é o papel do professor? 2. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DA LINGUAGEM ESCRITA Para construir um pensamento sobre a linguagem escrita, o trabalho pedagógico deve levar em consideração uma maior compreensão das funções sociais da língua, permitindo e apresentando antecipações significativas e pertinentes para os textos de uso social, com o objetivo de aproximá-los dos textos a serem trabalhados na escola. Para que o processo educativo com a linguagem escrita seja realizado em direção a uma aprendizagem significativa, deve-se priorizar a leitura, enquanto compreensão de textos e a escrita, enquanto produção de textos. A aprendizagem da linguagem escrita na educação de jovens e adultos deve levar em consideração o para que serve ler e escrever? Sendo o texto uma unidade básica da comunicação escrita que carrega significado, durante a etapa da conquista da base alfabética da escrita, o nome próprio será o primeiro texto completo e com significado que a pessoa decodificará. Nesse sentido, ler e escrever são instrumentos importantes para o processo cognitivo de todos os indivíduos, uma vez que nos ajuda a: 3 lembrar, identificar, registrar, armazenar; 3 comunicar ou nos inteirar do que aconteceu; 3 desfrutar e compartilhar sentimentos e emoções; 3

4 3 estudar, aprender, conhecer, aprofundar conhecimentos; 3 aprender como se faz as coisas e muitas outras coisas mais. Partindo do princípio de que se lê e se escreve para resolver problemas cotidianos, é importante que o professor desenvolva atividades que permitam aos jovens e adultos pensar sobre a leitura e a escrita, para que servem e como se constituem em suas vidas cotidianas. Na medida em que essas atividades significativas estejam voltadas ao uso social da escrita e da leitura, uma construção progressiva da linguagem escrita, segundo Durante, 1998, p. 72, prescinde de: 3 uso de bons modelos de textos; 3 revisão textual; 3 leitura como busca de significado. A leitura na sala de aula tem diversas funções: 3 ouvir e ler diversos textos literários; 3 ouvir e ler textos para obter informações referentes a um tema estudado; 3 ler textos para buscar informações específicas; 3 ler textos para análise de sua estrutura e domínio para a escrita; 3 ler para revisar textos; 3 ler em voz alta para desenvolver essa habilidade; 3 ler textos para obter informações de âmbito geral. As diversas estratégias de leitura devem: o o o o considerar a diversidade; avaliar constantemente o processo ensino-aprendizagem, por meio, por exemplo, da escrita de um texto de informação científica com o apoio de um roteiro; organizar os conteúdos em projetos e unidades didáticas; escrever e construir o papel do revisor. Diante dessas estratégias, observamos: 3 melhoria no nível de escrita; 3 melhoria do tipo de letra; 3 compreensão de aspectos convencionais importantes; 3 uso do léxico com maior qualidade e riqueza MOTIVAÇÃO: ESCREVER E LER FAZ SENTIDO A predisposição para a aprendizagem vem quando escrever e ler faz sentido na vida do aluno. A crença de que o poder é querer e também a atuação do professor junto à autoestima do aluno, garantem a aprendizagem significativa. 4

5 A participação e o envolvimento dos alunos na tarefa, o prazer de pensar, escrever e ler para resolver necessidades, a escrita e a leitura a serviço de projetos, geram uma motivação que torna-se altamente contagiosa. 3. METODOLOGIA DE MATEMÁTICA O ensino da matemática parte da ideia de que a matemática é um objeto da cultura, um instrumento ou ferramenta que faz parte da construção da sociedade e é uma ciência. Seu ensino na escola não se constitui de uma série de técnicas que tem como objetivo a aprendizagem de conteúdos matemáticos específicos. Seu principal objetivo é auxiliar os alunos a desenvolverem o raciocínio, adquirirem conhecimentos úteis para a vida e conteúdos necessários para a continuidade de seus estudos. Os jovens e adultos não-alfabetizados possuem conhecimentos matemáticos intuitivos, que foram desenvolvidos em função das necessidades práticas do cotidiano. Realizam cálculos mentais para resolver problemas cotidianos e imediatos. Segundo Csik (1995), no contato com jovens e adultos não alfabetizados, observou-se que a rapidez e a precisão do cálculo dependem: 1. Do tipo de trabalho exercido e do cálculo que o aluno precisa realizar. A dona de casa, por exemplo, em seu trabalho com pequenas quantidades, só sabe realizar cálculos com pequenas quantidades e os homens que trabalham na construção civil, com grandes quantidades, realizam cálculos em milhares; 2. Do contexto social, pois há diferença entre um grupo social pequeno e formado por conhecidos cuja sobrevivência é baseada nas trocas e a cidade urbana, em que nas feiras livres e mercados as operações se caracterizam em negócios, nos quais a transação é feita com moedas e necessita de operações mais complexas. O grande desafio do ensino da matemática é organizar um ensino que auxilie os jovens e adultos na compreensão e na atuação em sua realidade. Considerando condições sociais, condições humanas e individuais e as necessidades de contar e de calcular, o ensino da matemática deve estar voltado a esses desafios, valendo-se do uso do cálculo mental, realidade já vivenciada pelo aluno em seu cotidiano. Utilizar a oportunidade de raciocinar e, a partir dos procedimentos mentais que o aluno intuitivamente emprega quando calcula, fazer descobertas que poderão se transformar no aprofundamento do cálculo mental e do cálculo por escrito. Essa passagem para o cálculo escrito pode ser realizada a partir da reflexão e da explicação oral das soluções encontradas para questões realizadas em sala de aula. Após a explicação oral, o professor solicita que os alunos formalizem por escrito o que foi exposto verbalmente, utilizando os conhecimentos matemáticos envolvidos em cada questão resolvida. A introdução de novas informações será apresentada como as questões foram historicamente desenvolvidas e padronizadas pela humanidade. 5

6 Atividades desenvolvidas pelo professor quando partem de situações sugeridas pelos alunos e transformadas em situações-problema e projetos a serem desenvolvidos envolvendo as outras disciplinas, auxiliarão na troca de informações e na formalização de diferentes maneiras de olhar a realidade, resolver problemas, organizar o pensamento e desenvolver a criatividade. As atividades a serem desenvolvidas são sugeridas a partir da organização dos seguintes núcleos propostos por Márcia Csik (1995), pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (2004): 1 - O que é a matemática? A história dos números. A escrita dos números. 2 - Operação fazer corresponder Formação da dezena. Formação da centena. Formação do milhar. 3 - Os números naturais e inteiros 4 - Adição Operações matemáticas. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. Técnica operatória. 5 - Multiplicação Sugestões para desenvolver o cálculo mental. Técnica operatória. 6 - Subtração 7 - Divisão Sugestões para desenvolver o cálculo mental. Técnica operatória. Sugestões para desenvolver o cálculo mental. Técnica operatória. 8 - Resoluções de problemas 9 - Frações 10 - Medidas números decimais e estatística História das medidas. Medidas de áreas Porcentagem e gráficos 12 - Álgebra 13 - Geometria As atividades a serem propostas pelos professores para o desenvolvimento dos núcleos acima apontados podem ser organizadas usando as metodologias já discutidas nesse curso. Para maior compreensão 6

7 do aluno sugerimos a elaboração de projetos pedagógicos por núcleo ou por tema, área de conhecimento ou conceito, para serem desenvolvidos nos estágios, junto aos jovens e adultos da EJA. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEISIEGEL, C. de R. A política de educação de jovens e adultos analfabetos no Brasil. In: OLIVEIRA, D. A. (Org.) Gestão democrática da educação. São Paulo: Vozes, CARNEIRO, M. LBD fácil: leitura crítico-compreensiva. Petrópolis : Vozes, CSIK, M. Os sím bolos do meu mundo uma experiência do meu mundo. Brasília: Qualis, CURTO, L.; MURILLO, M. ; TEIXIDO, M. Escrever e ler. Vols. 1 e 2. Porto Alegre: Artmed, DURANTE, M. Alfabetização de adultos: leitura e produção de textos. Porto Alegre: Artmed, FERREIRO, E.; TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, FERREIRO, E. Y EQUIPO. Los Adultos no-alfabetizado y sus conceptualizaciones del sistema de escritura. In: Cuadernos de investigaciones educativas n. 10. México: Departamento de Investigaciones Educativas Centro de Investigación y de Estudios Avanzados del IPN, FERREIRO, E. Os filhos do analfabetismo. Proposta para a alfabetização escolar na América Latina. Porto Alegre: Artes Médicas, FREIRE, P. Pedagogia da esperança um reeencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Terra e Paz, HADDAD, S. A educação de pessoas jovens e adultas e a nova LDB. In: BRZEZINSKI, I. LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. São Paulo: Cortez, KLEIMAN, A. Os significados do letramento. Campinas: Mundo das Letras, LURIA, A. Diferenças culturais do pensamento. In: A construção da mente. São Paulo: Icone, OLIVEIRA, M. K. Vygotsky, aprendizagem e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Ícone, PALACIOS,J.; COLL, C.; MARCHESI, A. Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artmed, PERRENOUD, P. 10 novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed, SEESP/CENPEC. Ensinar e aprender: construindo uma proposta. Vols 1, 2, e 3. São Paulo: Imprensa Oficial, TOLCHINSKY, L. Aprendizagem da linguagem escrita. São Paulo: Martins Fontes,

8 VYGOTSKY, L. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,