Quão Apertada Foi a Postura Fiscal no Primeiro Trimestre?

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Quão Apertada Foi a Postura Fiscal no Primeiro Trimestre?"

Transcrição

1 Macro Visão segunda-feira, 27 de agosto de 2012 Quão Apertada Foi a Postura Fiscal no Primeiro Trimestre? DESTAQUES Nossos cálculos apontam para um superávit primário estrutural do setor público de 2,3% do PIB nos doze meses até março (saldo convencional: 3,2%). O resultado estrutural subiu marginalmente nos últimos meses, com um aumento (aparentemente) acíclico da carga tributária superando o impacto da aceleração do gasto público no início deste ano. Para 2012, nossa projeção de superávit primário não ajustado de 2,8% do PIB (2011: 3,1%) implica em um saldo estrutural pouco acima de 2,5% (2011: 2,2%). Para 2013, a recuperação da atividade econômica deverá impulsionar a arrecadação cíclica: nossa previsão de saldo convencional de 2,6% do PIB equivale a um primário estrutural em torno de. Uma dinâmica de dívida mais favorável em função de patamares historicamente baixos para a razão dívida-pib e taxa de juros real poderá levar à adoção de um menor esforço fiscal adiante. Um menor resultado estrutural em 2013 poderá ser um primeiro sinal. Esperamos que uma eventual redução do superávit primário se materialize através de menos impostos (de forma horizontal) e mais investimento público, o que poderia ajudar de forma mais duradoura o crescimento sustentado (medido pelo PIB potencial). Relembrando o conceito de superávit fiscal estrutural Em períodos de expansão da atividade econômica e alta nos preços dos ativos (por exemplo, ações, commodities, imóveis), as receitas do governo (tributárias ou não tributárias) aceleram e os gastos públicos dependentes do ciclo econômico (e.g., despesas com seguro desemprego) perdem força, ajudando o alcance de metas fiscais previamente acordadas com a sociedade. O oposto ocorre em recessões, ou em momentos de queda nos preços dos ativos e deterioração das condições financeiras: nestas fases, uma menor arrecadação de impostos e maiores gastos sociais reduzem o resultado orçamentário. O resultado orçamentário estrutural busca purificar o saldo fiscal observado do impacto de variáveis cíclicas (e.g., atividade real, preços dos ativos) sobre a ação dos estabilizadores automáticos do PIB (e.g., arrecadação de impostos, benefícios para desempregados), revelando a verdadeira postura da política fiscal. Por definição, o balanço fiscal estrutural é o resultado primário (ou nominal) consistente com o PIB rodando em linha com o potencial da economia, e com os preços dos ativos sendo negociados nos valores tendenciais de longo prazo. O resultado estrutural também exclui receitas e despesas consideradas "não-recorrentes" (ou seja, meramente temporárias ou contábeis). Para detalhes sobre a nossa metodologia de superávit primário estrutural, consulte nosso relatório Macro Visão "Em prol de uma meta fiscal estrutural para o Brasil" (03 de abril de 2012). Uma discussão ainda mais profunda sobre a nossa metodologia pode ser encontrada no Texto para Discussão Itaú Unibanco No. 6 "Brazil s Structural Fiscal Balance". A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.

2 Resultado primário estrutural e impulso fiscal Os resultados obtidos através de nossa metodologia preferida 1 2 mostram um saldo primário estrutural do setor público de 2,3% do PIB nos doze meses até março de O superávit estrutural vem subindo de forma gradativa, a uma taxa de por trimestre desde o 3T11 (Gráfico 1). 6% Gráfico 1: Superávit Primário Estrutural, Recorrente e Convencional - Setor Público (, 12m) 5% 4% 3% 2% 3,2% 2,9% 2,3% 1% Superávit Primário Estrutural (método agregado - estilo FMI) Superávit Primário 'Recorrente' (apenas com ajustes contábeis) Superávit Primário Convencional 0% 2001-I 2002-I 2003-I 2004-I 2005-I 2006-I 2007-I 2008-I 2009-I 2010-I 2011-I 2012-I, Banco Central do Brasil O saldo primário recorrente conceito de resultado orçamentário com base em ajustes contábeis, sem tratamento cíclico também se elevou, saindo de 2,7% do PIB no 4T11 para 2,9% no 1T12. O superávit primário convencional (ou não ajustado) ficou em 3,2% do PIB no 1T12 (4T11: 3,1%). Após uma significativa contração promovida pelo governo central no ano passado (especialmente no 2T11), a orientação da política fiscal vinha (aparentemente) se tornando um pouco mais apertada até o 1T12. Isto decorre basicamente do fato de que o desempenho fiscal observado ficou estável no início do ano, apesar do lento crescimento da atividade econômica. O pequeno aumento no superávit primário estrutural equivale a um impulso fiscal 3 ligeiramente negativo. Como mostra o Gráfico 2, a contração fiscal no 1T12 foi de do PIB, o que se segue à remoção total no ano passado dos elevados estímulos fiscais dados à economia em 2010 (totalizando 1,2% do PIB). A maior parte da retirada de estímulos ocorreu entre o 2T11 e 3T11. 1 As estimativas de resultado primário estrutural apresentadas neste texto refletem algumas mudanças no procedimento de estimação do PIB potencial apresentado no Texto para Discussão #6. Para evitar a contaminação de uma desaceleração cíclica da produtividade total de fatores (distorcendo para baixo as estimativas de produto potencial), estimamos o PIB tendencial através de uma média das metodologias do filtro Hodrick-Prescott e de extração de tendência linear. Para maiores informações sobre nossa metodologia, consultar o Texto para Discussão #6. 2 Escolhemos como base para nossos resultados o método de cálculo do balanço orçamentário estrutural proposto pelo Fundo Monetário Internacional (método agregado), dadas as melhores propriedades demonstradas em nossa aplicação aos dados brasileiros. Com este procedimento, obtivemos resultados mais intuitivos do que com a abordagem desagregada proposta pelo Banco Central Europeu. Em nossos exercícios, o método agregado não apenas se mostrou mais robusto (ou seja, apresentando menor intervalo de estimativas, sob diferentes hipóteses), mas também foi mais eficaz na remoção de influências cíclicas no superávit primário observado. 3 Definimos como impulso fiscal as variações no saldo primário estrutural em doze meses: um aumento significa aperto fiscal - ou impulso negativo. Queda no saldo estrutural significa afrouxamento fiscal - ou impulso fiscal positivo. Página 2

3 Gráfico 2: Impulso Fiscal (, 12m) 1,5% 1,2% EXPANSIONISTA 0,6% 0,7% CONTRACIONISTA - -0,7% -0,9% -1,5% -1,3% Os efeitos dos ciclos de atividade e preços de matérias primas sobre o desempenho fiscal No 1T12, a diferença entre o superávit primário observado (3,2% do PIB) e o saldo orçamentário estrutural (2,3% do PIB) reflete três elementos: (1) a ação dos estabilizadores automáticos (isto é, a arrecadação de impostos); (2) ajustes contábeis para operações fiscais temporárias e (3) um resíduo 4 de decomposição. Ao longo de 2011 e no início de 2012, a postura fiscal medida pelo saldo primário estrutural ganhou relevância como motor do desempenho orçamentário observado (Gráfico 3). Em 2010, o resultado estrutural representou cerca de um terço do saldo convencional. A partir de 2011, a contribuição do resultado estrutural mais que dobrou. 5,0% Gráfico 3: Decompondo o Superávit Primário (, anual) 4,0% 3,0% 0,7% 0,8% 1,8% 0,9% 0,9% ,0% 4,3% 4,3% 4,1% 3,4% 3,5% 2,2% 2,7% 2,8% 2,6% 2,1% 2,2% 2,3% 0,9% - -0,4% -0,3% -0,6% - Receita Cíclica (Estabilizadores Automáticos) Superávit Estrutural (Postura Fiscal) Superávit Primário Observado Os dados apoiam a idéia de que houve uma substituição do uso de fontes de recursos nãorecorrentes por um esforço fiscal mais efetivo. Em 2012, o esforço aparenta vir do lado da receita. Mas o melhor resultado fiscal recente também reflete maiores contribuições dos estabilizadores automáticos (em nosso caso, a arrecadação de impostos e outras receitas cíclicas). Isto decorre de ciclos mais favoráveis da atividade econômica e dos preços do petróleo. Estimamos que o ventos cíclicos como um todo somaram cerca de do PIB ao superávit primário convencional desde Esta contribuição supera os 0,4% do PIB de impulso cíclico dado ao desempenho 4 O resíduo de decomposição decorre da divulgação do superávit orçamentário estrutural como percentual do PIB nominal potencial. Embora mais adequado conceitualmente, o uso do PIB potencial como escala gera um resíduo ao tentarmos decompor as contribuições cíclicas para os resultados orçamentários convencionais (geralmente expressos como porcentagem do PIB nominal observado). O resíduo de decomposição nunca é superior a do PIB ao ano. Página 3

4 fiscal em 2010 (em 2009, em meio à crise do pós-lehman, houve subtração de 0,7% do PIB). Apesar da economia mais lenta nos últimos trimestres, nossos cálculos mostram um efeito ainda ainda positivo (e defasado) do ciclos da atividade real sobre os estabilizadores automáticos. Desde 2010, o ciclo econômico foi responsável por cerca de 0,4 0,8% do PIB do resultado primário do ano (Gráfico 4), refletindo os efeitos defasados de uma economia superaquecida, pelo menos até o primeiro semestre de Apesar de altas sucessivas nos preços do petróleo (tipo Brent) até o início de 1T12, as contribuições orçamentárias dos estabilizadores automáticos relacionados com os ciclos de commodities têm sido nulas desde Em , os custos do petróleo abaixo da tendência ajudaram a reduzir em 0,3% do PIB ao ano o saldo primário observado. Desta forma, nossas estimativas mostram uma influência direta relativamente pequena do ciclo financeiro (ou de matérias primas) no desempenho orçamentário recente. Gráfico 4: Decompondo Impacto dos Ciclos no Resultado Primário (% PIB, anual) 1,5% - Ciclos de 'Commodities' Ciclos de Atividade Receitas Não Recorrentes 0,3% 0,6% 0,6% 0,3% 0,8% 0,3% 0,6% ,4% -1,1% -0,3% - - 0,8% 1,4% -0,4% 0,4% 0,4% 0,4% -1,5% - -0,3% Composição do superávit estrutural por entidades governamentais e instrumento fiscal Nossas estimativas mostram que o governo central apertou sua postura fiscal em cerca de do PIB no 1T12, com o saldo primário estrutural federal ficando em 2,3% do PIB no período. A contração fiscal federal foi parcialmente compensada por uma expansão de do PIB nos orçamentos dos Estados e municípios. Calculamos que os governos regionais registraram um saldo estrutural zero no 1T12. De 2011 para cá, os impulsos fiscais dos governos federal e regionais moveram-se em direções opostas, com um aperto fiscal ocorrendo em nível federal e um afrouxamento fiscal ocorrendo em nível regional. Como mostra o Gráfico 5, o governo central respondeu pela totalidade do ajuste fiscal do ano passado: depois de uma expansão em 2010 (0,7% do PIB), o governo federal elevou o superávit primário estrutural em cerca de 1,5% do PIB (para 2,1%) em Notamos que a pequena contração fiscal observada no setor público neste início deste ano segue uma combinação de receitas e despesas mais elevadas. Nossos cálculos indicam que as receitas públicas estruturais subiram, em termos anuais, 0,4% do PIB em A totalidade deste aumento ocorreu em nível federal 5. Já os gastos do governo cresceram do PIB, um aumento igualmente dividido entre os governos central e os governos regionais. 5 No entanto, como discutimos mais tarde, obtemos um menor volume de receitas estruturais para o 1T12 utilizando a metodologia desagregada. Isto sugere ser possível que o aperto fiscal aparente no lado da receita, tal como capturado por nossas estimativas agregadas (baseadas no ciclo do PIB), reflita apenas um efeito-composição (i.e., quando há influência Página 4

5 1,5% - Gráfico 5: Impulso Fiscal: Por Entidade - Setor Público (, 12m) 0,4% 0,3% -0,3% -0,3% - -0,7% -0,4% -0,7% -0,4% 0,3% 0,4% 0,7% 0,7% 0,4% 0,3% -0,3% - -1,5% -1,5% - Governo Central Governos Regionais Empresas Estatais Os impulsos fiscais via receitas e despesas estão vindo em direções opostas em 2012 (Gráfico 6), com (sinais de) uma alta na carga tributária estrutural mais que compensando a postura mais expansionista com relação às despesas no início do ano. Em 2011, a contração orçamentária veio tanto no lado da receita (-0,7%) como no lado do gasto 6 (-0,6%), o que sugere uma utilização mais sincronizada dos instrumentos fiscais no ano passado. 1,5% - -1,5% -0,9% Gráfico 6: Impulso Fiscal: Receita e Gasto (, 12m) 0,4% 0,8% -0,4% -1,1% -1,9% 0,3% 0,7% 1,1% 0,8% 1,1% 0,7% 0,3% 0,4% -0,4% -0,9% - -0,7% -0,6% - -2,5% Receita Gasto Superávit de Estatais Ciclos da atividade econômica e dos custos de matérias primas: estimativas, simulações As estimativas de superávit primário estrutural dependem dos resultados obtidos para duas variáveis econômicas não observáveis: o PIB potencial e os preços de ativos (para estes últimos, nossos modelos utilizam o preço do petróleo tipo Brent como proxy). Para dar transparência e credibilidade à nossa metodologia e resultados, discutimos nesta seção as nossas estimativas para o hiato do produto e os ciclos de preço do petróleo, além dos respectivos impactos no superávit estrutural. Para evitar o uso de hipóteses subjetivas ou discricionárias sobre determinadas variáveis econômicas, decidimos empregar o filtro Hodrick-Prescott (HPF) 7 para estimar os ciclos da atividade e os ciclos das condições financeiras (medidos via preços de commodities). No caso dos ciclos econômicos, usamos uma média das estimativas de produto potencial obtidas através do procedimento HPF e por um filtro de tendência linear. O uso da tendência linear suaviza o viés do sobre a arrecadação de variáveis cíclicas de atividade não perfeitamente correlacionadas com o PIB). Neste caso, a contração fiscal via receita não necessariamente refletiria decisões discricionárias de política fiscal. 6 O fator que mais contribuiu para a queda nas despesas como percentual do PIB em 2011 foi o efeito-base da compra de ações de empresas estatais por parte do Fundo Soberano em 2010 (totalizando 0,4% do PIB). 7 Parâmetro = 1.600, como de praxe para dados trimestrais. Página 5

6 filtro HP de superestimar mudanças na tendência mais recente das séries. Nossos cálculos apontam para uma redução recente no ritmo de expansão da oferta, com o crescimento do PIB potencial desacelerando para uma taxa interanual de 3,8% no início de 2012, em comparação com 4,0% no início de 2010 e 4,2% em Nossas estimativas de superávit estrutural usam como insumo uma estimativa de hiato de produto negativa em para o 1T12, sinalizando uma atividade abaixo do potencial (Gráfico 7). Gráfico 7: PIB Potencial e Hiato de Produto - Filtro HP 4,5% 4,4% 4,3% 4,2% 4,1% 4,0% 3,9% 3,8% 3,7% % anual % anual 5,0% 4,0% 3,0% ,0% 3,6% Hiato de Produto - à dir. -4,0% PIB Potencial (% acm. 4 trimestres) - à esq. 3,5% -5,0% 2006-I 2007-I 2008-I 2009-I 2010-I 2011-I 2012-I Para revelar a sensibilidade de nossas estimativas de saldo primário estrutural a diferentes premissas de produto potencial, simulamos o efeito de diferentes níveis de crescimento tendencial. Na extremidade mais otimista, testamos o impacto de um crescimento da oferta estável em 4,5% a partir do 1T11, produzindo um superávit primário estrutural de 2,6% do PIB para o 1T12. No extremo oposto, assumindo PIB potencial de 3,0% para o mesmo período, o saldo estrutural para o primeiro trimestre é de (Gráfico 8). Gráfico 8: Estimativas de Superávit Primário Estrutural para Hipóteses Alternativas de PIB Potencial Estimativa de PIB Potencial 1/ 4,5% 3,8% 3,5% 3,0% Superávit Primário Estrutural 2,6% 2,3% 2,2% 1/ Hipótese de PIB potencial do 1T11 ao 1T12. Para os períodos anteriores, usou-se a média entre resultados do filtro HP e filtro de tendência linear. Nossas estimativas de saldo estrutural para o 1T12 situam-se dentro de um intervalo entre a 2,6% do PIB, dependendo das hipóteses assumidas para o crescimento recente do PIB potencial. Os ciclos dos preços do petróleo também podem influenciar nossas estimativas de superávit fiscal estrutural. Estimamos a tendência dos custos do petróleo tipo Brent (em médias trimestrais), apontando para um preço de equilíbrio de $ 109 por barril no 1T12 (valor observado: $ 122 por barril, Gráfico 9). Ainda que puramente estatístico, nosso processo de filtragem produz estimativas de preço tendencial do petróleo empiricamente adequadas, resultando em ciclos de petróleo correspondentes com as condições econômicas mundiais (e.g., superaquecimento em 2007, queda para abaixo da tendência no início do pós-lehman). Página 6

7 Gráfico 9: Ciclos do Preço de Petróleo (Brent) - Filtro HP Preço do Petróleo (Brent, média trimestral) Tendência do Preço do Petróleo (via Filtro HP) US$ por barril I 2007-I 2008-I 2009-I 2010-I 2011-I 2012-I Testamos duas hipóteses alternativas para a evolução dos preços de equilíbrio do petróleo: primeiro, assumimos que a alta registrada desde o 1T11 foi puramente estrutural. Neste caso, o valor tendencial do petróleo seria igual ao preço observado no período simulado, o que implica em preços tendenciais 12% acima de nossa estimativa-base para o 1T12. Esta hipótese eleva nossa estimativa de saldo primário estrutural em um décimo, para 2,4% do PIB. Também testamos outro cenário para os custos do petróleo em equilíbrio, assumimos valores estáveis desde o 1T11. Isto implica em uma tendência do Brent 12% abaixo de nossa estimativa no cenário base. Resultado: o superávit primário estrutural cai para 2,2% do PIB no 1T12. Estas simulações mostram que as nossas estimativas de superávit estrutural são mais sensíveis aos cálculos de produto potencial do que aos pressupostos para o preço do petróleo. A conclusão natural é que, dada a complexidade da economia brasileira, os choques que afetam a atividade ampla são mais relevantes para as tendências fiscais do que o efeito direto de choques no preço de commodities (ou nos ciclos financeiros). Estimativas para o saldo primário estrutural na metodologia desagregada Nossas estimativas de superávit estrutural seguindo a abordagem do BCE (metodologia desagregada) trazem alguns insights. Neste procedimento, estimamos o viés da política orçamentária através dos ciclos de bases tributárias relevantes, tais como as vendas no varejo, a massa salarial real, a produção industrial, entre outros. Esses subcomponentes da atividade assumem o papel desempenhado pelo PIB na abordagem agregada (usada nas estimativas apresentadas anteriormente). Esta metodologia alternativa nos ajuda a controlar para a presença de efeitos de composição relevantes - quando diferentes combinações entre os subcomponentes da atividade econômica geram diferentes resultados para a arrecadação de impostos, ainda que supondo um mesmo nível de crescimento do PIB. Um exemplo simples de efeito-composição: quando a atividade cresce com base em (1) o crescimento da demanda doméstica, ao invés de (2) exportações, a tributação mais alta das atividades locais (em comparação com os incentivos à exportação habituais) fazem a situação (1) gerar mais receitas fiscais do que a situação (2), mesmo que o crescimento do PIB seja o idêntico para ambas as situações. Nossa aplicação da metodologia desagregada do BCE para dados brasileiros aponta para um saldo primário estrutural de 1,8% no 1T12, em comparação com os 2,3% obtidos no método agregado (Gráfico 10). Página 7

8 Gráfico 10: Superávit Primário Estrutural Por Método (, anual) 4,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,3% 1,5% 1,8% Modelo Agregado Modelo Desagregado 2008-I 2009-I 2010-I 2011-I 2012-I A maior parte da diferença entre o saldo primário estrutural estimado no método agregado e no método desagregado se dá no orçamento federal, com a metodologia do BCE gerando estimativas menores de receitas estruturais do governo central 8. Em meio a uma economia de duas velocidades (setor de serviços superaquecido, setor de bens transacionáveis desaquecido), nossas estimativas desagregadas apontam para receitas atualmente acima da tendência para impostos cujas bases tributárias são mais dependentes dos agentes domésticos (i.e., aqueles que mostram maior grau de aquecimento no presente). Isto implica que, na comparação com os atuais níveis observados, estima-se menores receitas de longo prazo para impostos sobre folha de pagamento, renda pessoal, vendas, lucros corporativos, e importações. Além disso, com o preço do petróleo rodando acima do equilíbrio, estima-se um superaquecimento também nas receitas não tributárias, tais como royalties e dividendos. O foco mais detalhado da metodologia desagregada traz uma mensagem importante: parte do aperto na receita estimado pela metodologia agregada (da qual tiramos nossos resultados centrais) podem refletir apenas um efeito-composição, e não uma política fiscal mais apertada no lado da arrecadação. Sendo assim, é possível que nosso modelo agregado esteja superestimando a efetiva postura da política fiscal nos últimos trimestres. Projeções para o resultado primário estrutural em 2012 e 2013 Nosso cenário macroeconômico traz as seguintes projeções: Crescimento do PIB: 1,9% em 2012 e 4,5% em 2013; Petróleo Brent: $ 108 pb para o fim de 2012 e 2013; Superávit primário convencional: 2,8% do PIB em 2012 e 2,6% para As projeções acima resultam em uma estimativa de saldo primário estrutural de 2,7% do PIB no final de 2012 (2011: 2,2%). Para 2013, o saldo estrutural deve cair para do PIB (Gráfico 11). A intuição destes resultados é simples: em meio a piores condições econômicas, uma queda do superávit primário para 2,8% em 2012, de 3,1% em 2011, implica que uma postura fiscal levemente mais restritiva foi usada para pelo menos parcialmente amortecer a menor contribuição do ciclo econômicos e financeiros para as receitas fiscais e o superávit orçamentário. 8 Isto decorre do fato de que nossa metodologia agregada estima as receitas estruturais dos governos regionais a partir do ciclo das vendas no varejo (e não do PIB), assim como no caso do método agregado. A justificativa para isto é a elevada participação das receitas com ICMS no orçamento regional. Para maiores detalhes, consultar o Texto para Discussão #6. Página 8

9 5,0% Gráfico 11: Projeções de Resultado Primário () Superávit Primário Convencional Superávit Primário Estrutural 4,0% 3,0% 2,9% 3,2% 3,7% 3,4% 3,2% 3,3% 3,8% 3,2% 3,3% 3,4% 2,7% 3,1% 2,8% 2,6% 2,6% E 2013E, Banco Central do Brasil Para o próximo ano, a história será diferente se a economia acelerar na magnitude que esperamos. Ventos cíclicos deverão soprar mais intensamente, levando a uma retomada na arrecadação de impostos e tornando mais fácil o alcance da meta fiscal: neste caso, um pequeno declínio no superávit primário convencional (de dois décimos, para 2,6% do PIB) implica em um abrandamento significativo no orientação da política fiscal, uma vez que os estabilizadores automáticos estarão fornecendo uma contribuição orçamentária maior que em Considerações finais Nossos resultados sugerem que a orientação da política orçamentária governamental pode ter se tornado um pouco mais apertada a partir de meados de 2011 e no início de O impacto efetivo desta postura fiscal sobre a atividade econômica neste ano é incerto, uma vez que receitas (mais apertadas) e despesas (mais aceleradas) operaram em sentidos opostos 9. Esta situação difere do que ocorreu em 2011, quando ambos instrumentos foram usados para frear a economia. Além disso, há evidências de que o aumento da carga tributária no início deste ano poderia refletir efeitos de composição do crescimento, devido à atividade doméstica ainda relativamente forte. Se isto for verdade, o aperto estimado via arrecadação (capturado pelos nossos modelos agregados) não necessariamente reflete decisões discricionárias de política fiscal. Para o próximo ano, projetamos um menor desempenho fiscal, apesar de uma esperada recuperação da atividade econômica. Como resultado, esperamos uma queda no saldo primário estrutural, sinalizando uma orientação de política orçamentária mais expansionista em Com a relação dívida-pib atingindo níveis mais confortáveis para os formuladores de política econômica, e com uma dinâmica de dívida facilitada pelo juro real historicamente baixo, a intenção de reduzir impostos e melhorar a infra-estrutura, de modo a reforçar a competitividade industrial, poderia levar a uma opção de política econômica por uma queda mais duradoura do superávit primário nos próximos anos. Acreditamos que um menor resultado primário estrutural em 2013 seria um sinal de que o superávit primário convencional irá convergir para um patamar entre 1,5 do PIB dentro de cerca de cinco anos. Mauricio Oreng Analista Econômico 9 Há que se considerar que os multiplicadores de receitas e despesas são diferentes entre si, reforçando a ambuiguidade. Página 9

10 Pesquisa macroeconômica no Itaú Ilan Goldfajn Economista-Chefe Artur Passos Adriano Lopes Aurelio Bicalho Caio Megale Elson Teles Felipe Salles Fernando Barbosa Gabriela Fernandes Giovanna Siniscalchi Guilherme da Nóbrega Guilherme Martins Luiz G. Cherman Luka Barbosa João Pedro Bumachar Juan Carlos Barboza Mauricio Oreng Natasha Daher Roberto Prado Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: Informação relevante As informações contidas neste relatório foram produzidas pelo Itaú Unibanco Holding, dentro das condições atuais de mercado e conjuntura econômica, com base em informações e dados obtidos de fontes públicas. Tais informações não constituem, tampouco devem ser interpretadas como sendo uma oferta ou solicitação de compra ou venda de um instrumento financeiro, ou de participação em uma determinada estratégia de negócios em qualquer jurisdição. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Itaú Unibanco Holding não se responsabiliza por quaisquer decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Este relatório foi preparado e publicado pelo Departamento de Pesquisa Econômica do Banco Itaú BBA S.A. ( Itaú BBA). Este relatório não é um produto do Departamento de Análise de Ações do Itaú BBA e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1º da Instrução CVM n.º 483, de 6 de Julho de Este material é para uso exclusivo de seus receptores e seu conteúdo não pode ser reproduzido, redistribuído publicado ou copiado de qualquer forma, integral ou parcialmente, sem a expressa autorização prévia do Itaú Unibanco Holding. Página 10

Macro Visão. Opinião Macroeconômica. Arrecadação: queda cíclica. Relatório Semanal de Macroeconomia

Macro Visão. Opinião Macroeconômica. Arrecadação: queda cíclica. Relatório Semanal de Macroeconomia Opinião Macroeconômica Macro Visão segunda-feira, 24 de agosto de 2009 Relatório Semanal de Macroeconomia Arrecadação: queda cíclica Resumo: a queda na arrecadação federal é cíclica, refletindo o impacto

Leia mais

Contas públicas: dimensionando o impacto das operações "não recorrentes"

Contas públicas: dimensionando o impacto das operações não recorrentes Macro Visão terça-feira, 8 de janeiro de 2013 Contas públicas: dimensionando o impacto das operações "não recorrentes" DESTAQUES Para 2012, estimamos um superávit primário recorrente do setor público entre

Leia mais

Itaú Unibanco 1º Macroeconomia em Pauta. Equipe Econômica Itaú Unibanco Setembro 2009

Itaú Unibanco 1º Macroeconomia em Pauta. Equipe Econômica Itaú Unibanco Setembro 2009 Itaú Unibanco 1º Macroeconomia em Pauta Equipe Econômica Itaú Unibanco Setembro 2009 ROTEIRO 1. O que é o PIBIU? 2. PIBIU de Julho 3. Cenário Itaú Unibanco 4. Perguntas e respostas PIBIU - PIB Mensal Itaú

Leia mais

Resultado fiscal em dezembro Acertando a meta

Resultado fiscal em dezembro Acertando a meta Brasil quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 Resultado fiscal em dezembro Acertando a meta Destaques Uma combinação de (1) receitas atípicas, (2) forte contenção de gastos (temporária), e (3) reclassificação

Leia mais

Revisão de Cenário - Brasil

Revisão de Cenário - Brasil Revisão de Cenário - Brasil Dezembro de 2012 Em busca do crescimento perdido O PIB decepcionou no terceiro trimestre e o crescimento de 2012 e 2013 deve ser mais fraco. Mais estímulos, inclusive corte

Leia mais

Macro Brasil. Opinião Macroeconômica. Por dentro do resultado fiscal de setembro. Destaques

Macro Brasil. Opinião Macroeconômica. Por dentro do resultado fiscal de setembro. Destaques Opinião Macroeconômica Macro Brasil sexta-feira, 29 de outubro de 2010 Por dentro do resultado fiscal de setembro Destaques O superávit primário consolidado recorde de setembro foi viabilizado por uma

Leia mais

Em prol de uma meta fiscal estrutural para o Brasil

Em prol de uma meta fiscal estrutural para o Brasil 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011(A) Macro Visão terça-feira, 3 de abril de 2012 Em prol de uma meta fiscal estrutural para o Brasil Avaliamos que seria benéfica para o país a

Leia mais

Demografia e força dos serviços explicam paradoxo do desemprego baixo com PIB fraco

Demografia e força dos serviços explicam paradoxo do desemprego baixo com PIB fraco Macro Visão sexta-feira, 19 de abril de 2013 Demografia e força dos serviços explicam paradoxo do desemprego baixo com PIB fraco Como conciliar o recente crescimento baixo do PIB com a força do mercado

Leia mais

Revisão de Cenário - Brasil

Revisão de Cenário - Brasil Revisão de Cenário - Brasil outubro de 2012 Mais desonerações, mais estímulos Redução do superávit primário deve ser mais intensa nos próximos anos. Reduzimos a projeção para o superávit primário em 2012

Leia mais

Juros sobem acompanhando mercado americano, alta do dólar e fiscal ruim no Brasil;

Juros sobem acompanhando mercado americano, alta do dólar e fiscal ruim no Brasil; 01-nov-2013 Juros sobem acompanhando mercado americano, alta do dólar e fiscal ruim no Brasil; Dólar inicia novembro em alta respondendo aos dados ruins de economia brasileira; Ibovespa em ligeira queda

Leia mais

Macro Visão. Opinião Macroeconômica. PIB e hiato do produto: o que esperar para 2010? Relatório Semanal de Macroeconomia

Macro Visão. Opinião Macroeconômica. PIB e hiato do produto: o que esperar para 2010? Relatório Semanal de Macroeconomia Opinião Macroeconômica Macro Visão segunda-feira, 14 de setembro de 2009 Relatório Semanal de Macroeconomia PIB e hiato do produto: o que esperar para 2010? Ilan Goldfajn Economista-Chefe Agustina De Marotte

Leia mais

A Lógica e o detalhamento das nossas premissas fundamentais

A Lógica e o detalhamento das nossas premissas fundamentais 994 99 996 997 998 999 6E A Lógica e o detalhamento das nossas premissas fundamentais Crescimento real do PIB A recessão que esperamos no biênio -6 será a primeira desde a década de 93, o que dá a dimensão

Leia mais

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Setembro, 2015 Roteiro Internacional Brasil Desaceleração da China reduz crescimento global China: desaceleração chinesa reduz crescimento

Leia mais

Boletim de. Recessão avança com diminuição lenta da inflação em 2015 Inflação e desemprego

Boletim de. Recessão avança com diminuição lenta da inflação em 2015 Inflação e desemprego Julho de 2015 Recessão avança com diminuição lenta da inflação em 2015 Inflação e desemprego No primeiro semestre do ano de 2015, a inflação brasileira acumulou variação de 8,1% ao ano, superando em mais

Leia mais

Cenário Econômico para Dezembro / Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Cenário Econômico para Dezembro / Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Cenário Econômico para 2010 Dezembro / 2009 Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 O Crescimento do PIB em 2009 2 PIB no 3º Tri/2009 : Crescimento trimestral de 1,3% O PIB do 3º Tri/09 registrou

Leia mais

Crescimento e juros. Roberto Padovani Março 2013

Crescimento e juros. Roberto Padovani Março 2013 Crescimento e juros Roberto Padovani Março 2013 jan-91 dez-91 nov-92 out-93 set-94 ago-95 jul-96 jun-97 mai-98 abr-99 mar-00 fev-01 jan-02 dez-02 nov-03 out-04 set-05 ago-06 jul-07 jun-08 mai-09 abr-10

Leia mais

Brasil: avaliando a postura fiscal recente

Brasil: avaliando a postura fiscal recente Macro Visão quarta-feira, 2 de outubro de 2013 Brasil: avaliando a postura fiscal recente DESTAQUES: Nas últimas comunicações, o Banco Central do Brasil deu ênfase ao superávit primário estrutural, destacando-a

Leia mais

Revisão de Cenário - Brasil

Revisão de Cenário - Brasil Revisão de Cenário - Brasil Março 2012 Todos Motores Ligados Embora as condições apontem para o crescimento, a recuperação lenta e a apreciação da moeda preocupam o governo. A resposta tem sido queda mais

Leia mais

Finanças Públicas: Situação e Condicionantes Apresentação à comunicação social 18 de março de 2015

Finanças Públicas: Situação e Condicionantes Apresentação à comunicação social 18 de março de 2015 Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2015-2019 Apresentação à comunicação social 18 de março de 2015 Programa de Estabilidade: Significado Concluído o PAEF, Portugal está agora enquadrado nas regras

Leia mais

Consultoria. Conjuntura Econômica e Perspectivas Setembro/2016. Juan Jensen

Consultoria. Conjuntura Econômica e Perspectivas Setembro/2016. Juan Jensen Consultoria Conjuntura Econômica e Perspectivas 2017-22 Setembro/2016 Juan Jensen jensen@4econsultoria.com.br PIB Confiança segue mostrando recuperação na margem, ainda que nível ainda seja baixo Estamos

Leia mais

ECONOMIA 17 de julho de 2018 Crédito

ECONOMIA 17 de julho de 2018 Crédito Mar-17 May-17 Jul-17 Sep-17 Nov-17 Jan-18 May-18 ECONOMIA 17 de julho de 2018 Crédito Não é Por Falta de Crédito Parte II: Pessoas Jurídicas Maurício Molan Apesar da variação positiva de 1,2% nos últimos

Leia mais

Brasil: Superávit fiscal estrutural diminui no primeiro trimestre

Brasil: Superávit fiscal estrutural diminui no primeiro trimestre Macro Visão terça-feira, 11 de junho de 2013 Brasil: Superávit fiscal estrutural diminui no primeiro trimestre Nossas estimativas (trimestrais) indicam que o superávit primário estrutural 1 do setor público

Leia mais

NOTA À IMPRENSA DISTANCIAMENTO DA ARRECADAÇÃO DAS ESTIMATIVAS CÍCLICAS E ESTRUTURAIS PARA A RECEITA ADMINISTRADA EM 2015

NOTA À IMPRENSA DISTANCIAMENTO DA ARRECADAÇÃO DAS ESTIMATIVAS CÍCLICAS E ESTRUTURAIS PARA A RECEITA ADMINISTRADA EM 2015 NOTA À IMPRENSA DISTANCIAMENTO DA ARRECADAÇÃO DAS ESTIMATIVAS CÍCLICAS E ESTRUTURAIS PARA A RECEITA ADMINISTRADA EM 2015 INTRODUÇÃO A arrecadação federal vem apresentando desempenho aquém do esperado em

Leia mais

Panorama Latam. Opinião Macroeconômica. América Latina: recessão e recuperação

Panorama Latam. Opinião Macroeconômica. América Latina: recessão e recuperação Opinião Macroeconômica Panorama Latam quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 América Latina: recessão e recuperação A América Latina apresentou resultados variados durante a crise e durante a recuperação,

Leia mais

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS Processo de desinflação acelera e pavimenta espaço para flexibilização monetária no Brasil. A divulgação do IPCA-15 de março (0,15%) sinalizou a intensificação no processo

Leia mais

Política fiscal não exerce pressão sobre a demanda

Política fiscal não exerce pressão sobre a demanda 3 nov 2008 Nº 56 Política fiscal não exerce pressão sobre a demanda Por Beatriz Barbosa Meirelles Economista da APE Dados mostram que a política fiscal tem sido contracionista A taxa real de investimento

Leia mais

ATIVIDADE ECONÔMICA. Junho de 2009

ATIVIDADE ECONÔMICA. Junho de 2009 Principais pontos Relatório de Inflação Banco Central ATIVIDADE ECONÔMICA As medidas anticíclicas vêm se traduzindo em melhoras recentes. A economia brasileira apresenta sinais de gradual recuperação.

Leia mais

Revisão de Cenário - Brasil

Revisão de Cenário - Brasil Revisão de Cenário - Brasil setembro de 2012 Sinais de retomada, mas não disseminados Há evidências de recuperação da atividade econômica. Mas subida disseminada, por enquanto, mais do lado da inflação

Leia mais

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS No Brasil, o processo de desinflação tem se mostrado mais intenso que o esperado. No Brasil, a inflação de janeiro foi a menor da história para mês. O IPCA registrou alta

Leia mais

Crise de confiança. Roberto Padovani Setembro 2013

Crise de confiança. Roberto Padovani Setembro 2013 Crise de confiança Roberto Padovani Setembro 2013 jan/92 nov/92 set/93 jul/94 mai/95 mar/96 jan/97 nov/97 set/98 jul/99 mai/00 mar/01 jan/02 nov/02 set/03 jul/04 mai/05 mar/06 jan/07 nov/07 set/08 jul/09

Leia mais

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008 NIVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008 Guilherme R. S. Souza e Silva * RESUMO - O presente artigo tem o objetivo de apresentar

Leia mais

Opinião ABC Brasil /02/2018

Opinião ABC Brasil /02/2018 23/02/2018 Os últimos Opiniões têm reservado atenção especial ao cenário externo, uma vez que este tem dado o tom para os movimentos internos. À espera das definições no âmbito político, os mercados locais

Leia mais

SIMPÓSIO - O PAC e os requerimentos necessários ao crescimento econômico O PAC e a performance da economia brasileira 1.

SIMPÓSIO - O PAC e os requerimentos necessários ao crescimento econômico O PAC e a performance da economia brasileira 1. SIMPÓSIO - O PAC e os requerimentos necessários ao crescimento econômico O PAC e a performance da economia brasileira Antonio Luis Licha Maria Andréa Santichio 1. Introdução Os fundamentos macroeconômicos

Leia mais

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO CENÁRIO PARA A ECONOMIA BRASILEIRA: 2010- Abril de 2010 Grupo de Conjuntura do Instituto de Economia da UFRJ PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS

Leia mais

ECONOMICS 4 Abril, 2019 Brasil Política Monetária

ECONOMICS 4 Abril, 2019 Brasil Política Monetária ECONOMICS 4 Abril, 2019 Brasil Política Monetária Juros baixos por (muito) mais tempo Maurício Molan* mmolan@santander.com.br +55-11-3012-5179 Lucas Nobrega Augusto* luaugusto@santander.com.br +55-11-3553-5263

Leia mais

Resultado primário consolidado: queda mais pronunciada em agosto

Resultado primário consolidado: queda mais pronunciada em agosto Brasil segunda-feira, 30 de setembro de 2013 Resultado primário consolidado: queda mais pronunciada em agosto Destaques Os dados fiscais mostraram uma trajetória de queda um pouco mais acentuada no esforço

Leia mais

Brasil - PIB Trimestral 2010.IV 2010.II 2011.II 2010.III 2011.I

Brasil - PIB Trimestral 2010.IV 2010.II 2011.II 2010.III 2011.I 2009.II 2009.III 2009.IV 2010.I 2010.II 2010.III 2010.IV 2011.I 2011.II 2011.III 2011.IV 2012.I 2012.II 2012.III 2012.IV 2013.I PIB 1º trimestre de 2013 29/05/13 O produto interno bruto (PIB) do 1º trimestre

Leia mais

MCM Consultores Associados. Setembro

MCM Consultores Associados. Setembro MCM Consultores Associados Setembro - 2006 Cenários Econômicos para 2007-2010 Premissas para a Economia Mundial Não se configura o quadro de recessão prognosticado por vários analistas; Queda moderada

Leia mais

Cenário Macroeconômico 2019

Cenário Macroeconômico 2019 Cenário Macroeconômico 2019 CENÁRIO INTERNACIONAL A ECONOMIA GLOBAL SUGERE UM CRESCIMENTO MAIS FRACO PARA OS PRÓXIMOS ANOS, COM PEQUENA CHANCE DE RECESSÃO. A alta sustentável do PIB global depende da produtividade.

Leia mais

Ibovespa cai na semana contrariando comportamento das bolsas internacionais.

Ibovespa cai na semana contrariando comportamento das bolsas internacionais. 28 de Outubro de 2013 Juros encerram a semana em queda seguindo comportamento da Treasury; Dólar encerrou a semana em alta de 0,5%, cotado a R$ 2,189; Ibovespa cai na semana contrariando comportamento

Leia mais

A semana em revista. Relatório Semanal 08/06/2015

A semana em revista. Relatório Semanal 08/06/2015 Relatório Semanal 08/06/2015 A semana em revista No cenário doméstico, os principais destaques da semana foram os dados da Pesquisa Industrial Mensal e o resultado da reunião do COPOM. A produção industrial

Leia mais

II Projeções para a economia portuguesa em 2018

II Projeções para a economia portuguesa em 2018 II Projeções para a economia portuguesa em 2018 Abrandamento do PIB em 2018 As projeções elaboradas pelo Banco de Portugal apontam para a continuação da expansão da economia portuguesa em 2018, embora

Leia mais

Carta ao Cotista novembro 2017

Carta ao Cotista novembro 2017 Carta ao Cotista novembro 2017 Palavra do Gestor: O descompasso do mercado local. Desde a última quinzena de outubro, os mercados locais sofreram fortemente com a precificação da não aprovação da reforma

Leia mais

Sinais promissores em meio à cautela Informações até 17 de agosto de 2012

Sinais promissores em meio à cautela Informações até 17 de agosto de 2012 Brazil Orange Book terça-feira, 21 de agosto de 2012 Sinais promissores em meio à cautela Informações até 17 de agosto de 2012 Este relatório, publicado seis vezes por ano, resume relatos sobre o ambiente

Leia mais

Boletim Econômico Edição nº 78 agosto de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Boletim Econômico Edição nº 78 agosto de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico Boletim Econômico Edição nº 78 agosto de 2014 Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico A disparidade entre o lucro dos bancos e a remuneração dos bancários 1 Lucro dos bancos sobe com

Leia mais

Riscos Crescentes. Roberto Padovani Junho 2017

Riscos Crescentes. Roberto Padovani Junho 2017 Riscos Crescentes Roberto Padovani Junho 2017 Política volta a ser crítica 1. Política duração da crise - voltou a ser variável de controle; 2. Há impasse político: Economia ajuda manter governabilidade

Leia mais

Opinião ABC Brasil /11/2018

Opinião ABC Brasil /11/2018 16/11/2018 Diante da divulgação dos dados de atividade do mês de setembro, vamos utilizar este Opinião para analisar nossas estimativas para o PIB do terceiro trimestre e destacar as perspectivas para

Leia mais

Boletim Macro IBRE. Seminário de Perspectivas para de Dezembro de 2017

Boletim Macro IBRE. Seminário de Perspectivas para de Dezembro de 2017 Seminário de Perspectivas para 2018 11 de Dezembro de 2017 1 APRESENTADORES PRINCIPAIS PONTOS De acordo com a datação do Codace (Comitê de Datação de Ciclos Econômicos), a atual recessão se iniciou no

Leia mais

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio

Balanço 2016 Perspectivas PIB e Performance do Agronegócio PIB e Performance do Agronegócio 15 16 Balanço 2016 Perspectivas 2017 Perspectivas 2017 MESMO COM A ECONOMIA BRASILEIRA VOLTANDO PARA OS EIXOS EM 2017, O AGRONEGÓCIO NOVAMENTE DEVERÁ SER O SETOR COM MAIOR

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 2º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Não há mais dúvida que a economia brasileira entrou em um

Leia mais

Superávit primário consolidado em janeiro: resultado em linha, com diferente composição

Superávit primário consolidado em janeiro: resultado em linha, com diferente composição Brasil sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014 Gasto federal acelera em janeiro Destaques O superávit primário do setor público em janeiro foi de 19,9 bilhões de reais, abaixo das expectativas do mercado

Leia mais

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS O Relatório Trimestral de Inflação do primeiro trimestre corrobora nosso cenário de aceleração do processo de afrouxamento monetário. O documento divulgado pelo Banco Central

Leia mais

Ilan Goldfajn. Economista-chefe e Sócio Itaú Unibanco. Novembro,

Ilan Goldfajn. Economista-chefe e Sócio Itaú Unibanco. Novembro, IBEF Perspectivas Econômicas Ilan Goldfajn Economista-chefe e Sócio Itaú Unibanco Novembro, 2015 1 Roteiro Crescimento resiliente no mundo. China: atividade melhor no segundo semestre traz alívio. Estabilização?

Leia mais

Debate sobre Política Fiscal no Conselho Federal de Economia (COFECON)

Debate sobre Política Fiscal no Conselho Federal de Economia (COFECON) Debate sobre Política Fiscal no Conselho Federal de Economia (COFECON) Gabriel Leal de Barros Diretor da IFI Brasília, 02 de dezembro de 2017 Estrutura da apresentação¹ 1. Evolução do resultado primário

Leia mais

Introdução à. Macroeconomia

Introdução à. Macroeconomia Introdução à Prof. Fabini Hoelz Bargas Alvarez IBMEC-RJ / UCP O que é? É o estudo da economia como um todo, pois analisa a economia através de suas variáveis fortemente agregadas. Abrange o comportamento

Leia mais

Crise fiscal: diagnóstico e desafios

Crise fiscal: diagnóstico e desafios Crise fiscal: diagnóstico e desafios Felipe Salto Diretor-Executivo da IFI São Paulo, 21 de setembro de 2017 FGV/EESP Sobre a IFI Comandada por Conselho Diretor, presidido por Diretor- Executivo Todos

Leia mais

PIB trimestral tem crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior após 3 anos

PIB trimestral tem crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior após 3 anos PIB trimestral tem crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior após 3 anos No 2º tri./2017, o PIB brasileiro a preços de mercado apresentou crescimento de 0,23% quando comparado ao 2º tri./2016,

Leia mais

Novembro, Informação Confidencial Política Corporativa de Segurança da Informação

Novembro, Informação Confidencial Política Corporativa de Segurança da Informação Novembro, 2016 Informação Confidencial Política Corporativa de Segurança da Informação Informação Confidencial Política Corporativa de Segurança da Informação Cenário Macroecômico China Diante de dados

Leia mais

Rebalanceamento global

Rebalanceamento global Rebalanceamento global Click to edit Master subtitle style Roberto Padovani Novembro 2015 Rebalanceamento global PIB (YoY %) 5.0 3.0 1.0-1.0 9.0 8.0 7.0 6.0 5.0 4.0 Crescimento chinês e crise bancária

Leia mais

ECONOMIA 22 de fevereiro de 2018 Brasil Política Fiscal

ECONOMIA 22 de fevereiro de 2018 Brasil Política Fiscal ECONOMIA 22 de fevereiro de 2018 Brasil Política Fiscal Quando o extraordinário não é suficiente Tatiana Pinheiro tatiana.pinheiro@santander.com.br O déficit primário melhor do que o esperado para 2017

Leia mais

Operações de Crédito do SFN

Operações de Crédito do SFN BC: registram alta de 0,7% em junho, pelo quarto mês consecutivo, e indica continuidade da retomada da tendência de crescimento do crédito. O crédito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) incluindo

Leia mais

PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Bruno Leonardo

PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA. Bruno Leonardo PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA Bruno Leonardo PANORAMA E DESAFIOS PARA A ECONOMIA BRASILEIRA 1 Nível de atividade Econômica: Estamos saindo da recessão? Quais as perspectivas para os próximos

Leia mais

Quadro Fiscal Recente. Uma Leitura Estendida Gabriel Leal de Barros

Quadro Fiscal Recente. Uma Leitura Estendida Gabriel Leal de Barros Quadro Fiscal Recente Uma Leitura Estendida Gabriel Leal de Barros 21 de Novembro de 2013 Resumo Expansão das Desonerações alcança 1,6% do PIB, maior do que os 0,8% no auge da Crise de 2009 e afeta duramente

Leia mais

Workshop IBBA : Classe C

Workshop IBBA : Classe C (*) Veja última página para informações de investidor e completa listagem da equipe. Workshop IBBA : Classe C Ilan Goldfajn Economista-chefe Itaú Unibanco Roteiro Cenário internacional de ajuste de transações

Leia mais

Nota Informativa Efeito da reforma da previdência no crescimento do PIB

Nota Informativa Efeito da reforma da previdência no crescimento do PIB Especial O descontrole das contas públicas está na raiz da grave crise econômica pela qual o país vem passando. A deterioração fiscal é explicada principalmente pelo aumento dos gastos do governo com benefícios

Leia mais

Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação

Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação 10 análise de conjuntura Nível de Atividade: Finalmente Economia em Recuperação Vera Martins da Silva (*) Normalmente se pensa em atividade econômica como cíclica e vem à mente o ciclo matemático, ou seja,

Leia mais

Opinião ABC Brasil /10/2017

Opinião ABC Brasil /10/2017 13/10/2017 Nas últimas duas semanas foram divulgados os primeiros dados de atividade de agosto. Apesar de, no primeiro momento, os indicadores da indústria e do comércio parecerem negativos, já que vieram

Leia mais

Governos regionais elevam superávit primário em fevereiro

Governos regionais elevam superávit primário em fevereiro Brasil sexta-feira, 28 de março de 2014 Governos regionais elevam superávit primário em fevereiro Destaques O superávit primário consolidado em fevereiro foi de 2,1 bilhões de reais, acima das expectativas

Leia mais

Relatório Econômico. Abril de Latitude e Longitude

Relatório Econômico. Abril de Latitude e Longitude Latitude e Longitude Ambiente Global Os mercados têm se ajustado ao ambiente de fortalecimento do dólar e queda nos preços das commodities. A economia norte-americana segue com fundamentos fortes, apoiada

Leia mais

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP Campinas (SP) 29 de julho de 2009 1 CIESP Campinas - 29/07/09 Crise de 2008 breve histórico Início:

Leia mais

Resultado Fiscal em Maio: Mês Forte, Tendência Declinante

Resultado Fiscal em Maio: Mês Forte, Tendência Declinante Brasil sexta-feira, 28 de junho de 2013 Resultado Fiscal em Maio: Mês Forte, Tendência Declinante Destaques O setor público registrou um superávit primário de 5,7 bilhões de reais em maio, um bom resultado

Leia mais

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS

RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS Copom reduz Selic em 100 pontos base e sinaliza ritmo menor na próxima reunião. Safra agrícola recorde impulsiona resultado do PIB referente ao 1º trimestre. Em razão dos

Leia mais

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO

PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO PESQUISA FEBRABAN DE PROJEÇÕES MACROECONÔMICAS E EXPECTATIVAS DE MERCADO Realizada entre os dias 28 de janeiro e 02 de fevereiro de 2016 Analistas consultados: 25 PROJEÇÕES E EXPECTATIVAS DE MERCADO FEBRABAN

Leia mais

Conjuntura econômica: Cenários e Desafios

Conjuntura econômica: Cenários e Desafios Conjuntura econômica: Cenários e Desafios Sinergia -abril de 2014 Patrícia Toledo Pelatieri Elementos para Reflexão O cenário recente é carregado de muita incerteza, o que gera um pessimismo muito além

Leia mais

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança.

SUMÁRIO. Empresas no Simples. Inadimplência. Síntese. Inflação PIB. Crédito. Empreendedorismo. Juros. Expediente. Emprego. Confiança. Novembro/2018 < > 02 SUMÁRIO Síntese Inflação 03 05 Empresas no Simples Inadimplência 09 PIB Juros 04 06 10 Exportações Confiança Emprego 07 08 11 Crédito 14 Empreendedorismo 13 Expediente Núcleo de Inteligência

Leia mais

Retração do PIB apresenta tímida melhora

Retração do PIB apresenta tímida melhora Retração do PIB apresenta tímida melhora No boletim de Conjuntura Econômica do mês de Jun./16 os dados do Produto Interno Bruto (PIB) para o primeiro trimestre de 2016, divulgados pelo Instituto Brasileiro

Leia mais

Relatório Econômico. Resgatando a credibilidade. Junho de bigstock.com

Relatório Econômico. Resgatando a credibilidade. Junho de bigstock.com Resgatando a credibilidade bigstock.com Expansão Contração Relatório Econômico Ambiente Global Com os efeitos dissipados do inverno rigoroso e fortalecimento do dólar, os dados preliminares do mês de maio

Leia mais

Maiores Incertezas Externas e Internas

Maiores Incertezas Externas e Internas 1 Maiores Incertezas Externas e Internas Nos últimos dias, alguns sinais de que a atividade econômica dos Estados Unidos estaria saindo do longo período de contração, iniciado a partir da quebra do Lehman

Leia mais

Outubro/2011. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Outubro/2011. Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Outubro/2011 Cenário para as Micro e Pequenas Empresas Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos 1 Números das Micro e Pequenas Empresas no Brasil 2 Micro e pequenas empresas (até 99 funcionários)

Leia mais

Boletim de Indicadores Econômicos. Estado de São Paulo

Boletim de Indicadores Econômicos. Estado de São Paulo DIEESE SUBSEÇÃO SINAFRESP Rua Maria Paula, 123 17º andar São Paulo e-l: susinafresp@dieese.org.br PABX: (11) 3113-4000 Boletim de Indicadores Econômicos Estado de São Paulo Julho de 2014 1. Introdução

Leia mais

COMENTÁRIO ECONÔMICO Avaliação da Economia no 3T17

COMENTÁRIO ECONÔMICO Avaliação da Economia no 3T17 COMENTÁRIO ECONÔMICO Avaliação da Economia no 3T17 No terceiro trimestre de 2017 (3T17) foram apresentados dados presentes e de expectativas mais positivos da economia brasileira do que nos trimestres

Leia mais

Seminário na FGV/EPGE. Ajuste fiscal: o que significa para o Brasil? Felipe Salto

Seminário na FGV/EPGE. Ajuste fiscal: o que significa para o Brasil? Felipe Salto Seminário na FGV/EPGE Ajuste fiscal: o que significa para o Brasil? Felipe Salto Rio de Janeiro, 21 de junho de 2018 Hiato do produto PIB no curto prazo o As estimativas de mercado para o PIB de 2018 obtidas

Leia mais

Terça 28 de março 05:00 IPC (semanal) FIPE. 08:00 Sondagem da Construção (mar) FGV - INCC-M (mar) FGV

Terça 28 de março 05:00 IPC (semanal) FIPE. 08:00 Sondagem da Construção (mar) FGV - INCC-M (mar) FGV Informe Semanal 45/2017 Publicado em 29 de março de 2017 Brasil Relatório Focus 10/03/2017 Agenda da Semana Conjuntura ISAE SUMÁRIO EXECUTIVO DA SEMANA Segunda 27 de março Sondagem do Consumidor (mar)

Leia mais

BOLETIM ECONÔMICO Fevereiro/2017

BOLETIM ECONÔMICO Fevereiro/2017 BOLETIM ECONÔMICO Fevereiro/2017 Governo vê retomada já no 1º trimestre. Embora os analistas de mercado projetem crescimento de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o governo aposta na

Leia mais

10. Em Foco IBRE: Cenário Macroeconômico

10. Em Foco IBRE: Cenário Macroeconômico 24 10. Em Foco IBRE: Cenário Macroeconômico 2014-2015 5 Cenário Internacional O cenário econômico global é de recuperação gradual do mundo desenvolvido, mas com heterogeneidade entre os países. Nos Estados

Leia mais

Receitas extraordinárias elevam superávit primário em novembro

Receitas extraordinárias elevam superávit primário em novembro Brasil sexta-feira, 27 de dezembro de 2013 Receitas extraordinárias elevam superávit primário em novembro Destaques O superávit primário consolidado de 29,7 bilhões de reais em novembro foi o mais elevado

Leia mais

Análise CEPLAN Clique para editar o estilo do título mestre. Recife, 17 de novembro de 2010.

Análise CEPLAN Clique para editar o estilo do título mestre. Recife, 17 de novembro de 2010. Análise CEPLAN Recife, 17 de novembro de 2010. Temas que serão discutidos na Análise Ceplan: O Brasil no contexto internacional; Conjuntura do Brasil, do Nordeste e de Pernambuco; Informe especial sobre

Leia mais

INFORME ECONÔMICO 28 de outubro de 2016

INFORME ECONÔMICO 28 de outubro de 2016 RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS No Brasil, Banco Central sinalizou a manutenção do ritmo de corte para a próxima reunião. Nos Estados Unidos, o crescimento do PIB acelerou no terceiro trimestre. No Brasil,

Leia mais

Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira

Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira 7 Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira Vera Martins da Silva (*) A economia brasileira está saindo do fundo do poço, mas muito mais lentamente do que o desejado pela grande massa

Leia mais

Abrandamento no primeiro trimestre do ano

Abrandamento no primeiro trimestre do ano Síntese de Conjuntura 1º Trimestre 2018 Abrandamento no primeiro trimestre do ano 1.CONJUNTURA SETORIAL Nota: Os índices que se seguem resultam da média aritmética das respostas das empresas associadas,

Leia mais

Setor Público Registra Déficit Primário em Maio

Setor Público Registra Déficit Primário em Maio Brasil segunda-feira, 30 de junho de 2014 Setor Público Registra Déficit Primário em Maio Destaques O setor público registrou um déficit primário de 11,0 bilhões de reais em maio, o menor resultado registrado

Leia mais

07 de novembro de 2018

07 de novembro de 2018 (CIEL3 Compra) Lucro ajustado do 3T18 em linha com o trimestre anterior A registrou no 3T18 um lucro líquido ajustado de R$ 812,8 milhões, com queda de 20,1% em relação ao 3T17 e baixa de 0,6% ante o 2T18,

Leia mais

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco

Perspectivas Econômicas. Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Perspectivas Econômicas Pesquisa Macroeconômica Itaú Unibanco Setembro 2016 Roteiro Internacional Ambiente externo ainda favorável para os mercados emergentes O Fed, o banco central americano, deve voltar

Leia mais

COMENTÁRIO ECONÔMICO Primeiro trimestre (1T18): Mais uma queda dos juros e crescimento moderado

COMENTÁRIO ECONÔMICO Primeiro trimestre (1T18): Mais uma queda dos juros e crescimento moderado Primeiro trimestre (1T18): Mais uma queda dos juros e crescimento moderado Em março e até meados de abril, o que avaliamos é que a economia brasileira está mostrando crescimento bastante moderado em 2018.

Leia mais

26 de fevereiro de 2019

26 de fevereiro de 2019 Balanço de Pagamentos Dentro das expectativas do Banco Central O déficit em conta corrente é um dos mais importantes indicadores de solvência externa, considerando-se uma medida ideal déficits abaixo de

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Dezembro de 2014 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial no Ano de 2014... 4 3.

Leia mais

SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL

SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL SONDAGEM INDUSTRIAL RIO GRANDE DO SUL MARÇO E 1º TRIMESTRE DE 2014 Março e I trimestre de 2014 www.fiergs.org.br Atividade segue fraca e otimismo é cada vez menor A Sondagem Industrial de março e primeiro

Leia mais

4,90 5,13 5,07 5,59 3,49 3,42 10,50 11,63 50,75 0,58 0,75-26,00 45,00 70,00 5,50

4,90 5,13 5,07 5,59 3,49 3,42 10,50 11,63 50,75 0,58 0,75-26,00 45,00 70,00 5,50 6,72 6,83 7,18 6,58 3,35 3,45 13,75 14,16 45,40 3,49 6,23 19,00 47,00 65,00 6,02 6,49 6,80 7,02 6,29 3,38 3,46 45,20 3,48 6,72 20,00 47,00 67,16 5,95 6,40 6,80 7,02 6,29 3,37 3,46 45,20 3,49 6,68 20,35

Leia mais

Menor nível de capital de giro nos últimos 5 anos, com redução de 55 dias; Redução de 25,0% ou R$25,8 milhões no 4T17, versus o 4T16

Menor nível de capital de giro nos últimos 5 anos, com redução de 55 dias; Redução de 25,0% ou R$25,8 milhões no 4T17, versus o 4T16 Receita Bruta Marcas de Clássico No 4T17 atingiu R$138,6 milhões, com sinais de recuperação versus os últimos trimestres Crescimento de 1,3% de receita com aumento de participação de 1,7 p.p., impulsionado

Leia mais

-0,09 Indice de setembro 2018 Ìndice de setembro de Índice de agosto de 2018

-0,09 Indice de setembro 2018 Ìndice de setembro de Índice de agosto de 2018 ANO 6 NÚMERO 74 SETEMBR0 DE 2018 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO 1 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS Há poucos dias após a escolha do novo Presidente da República, no campo econômico são

Leia mais