A Possibilidade de Reivindicar Direitos em Rousseau

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A Possibilidade de Reivindicar Direitos em Rousseau"

Transcrição

1 A Possibilidade de Reivindicar Direitos em Rousseau Ivonil Parraz 1 Resumo: Nossa intenção é mostrar o modo como Rousseau concebe o Estado Civil e, com isso, a possibilidade dos cidadãos reivindicar seus direitos caso o Estado, cuja razão de ser é garantir a paz social e a liberdade, negligenciar suas funções. Palavras-chave: Estado Civil; direito; paz social; liberdade natural; liberdade civil. Introdução Rousseau considera justa uma sociedade política se esta garantir a paz social e a liberdade de seus associados. Isto é possível se a implantação daquela for à expressão da vontade geral : o que cada homem quer em comum com todos os demais não reclamando para si mais do que ele pode querer ao mesmo tempo para todos os outros. Fruto da vontade geral, o Estado Civil apresenta-se como uma exigência racional. E, por ser a vontade geral, igual para todos, ela é uma vontade justa. Oriunda desta, o Estado Civil pode garantir a paz social e a liberdade de todos os seus membros. Quando o Estado mostra-se incapaz de assegurar essa paz e essa liberdade cabe a cada membro da sociedade reivindicar seus direitos. Não direitos naturais, pois estes para Rousseau, cada homem os alienou ao fundar o Estado Civil. Reivindicá-los seria então ter a si mesmo como inimigo. Só resta ao homem, na concepção do filósofo, a possibilidade de reivindicar direitos civis. Esta é o objeto de nossa conclusão. 1 Professor de História da Filosofia Medieval e Moderna na Faculdade João Paulo II Marília/SP e Professor de Filosofia Geral e Filosofia Jurídica das Faculdades Integradas de Ourinhos Ourinhos /SP.

2 2 Uma sociedade justa é aquela que garante a paz social e a liberdade de cada indivíduo. Esta sociedade é possível somente se, em seu ato fundador pacto socialestiver contemplada a liberdade de todos, isto é, se este ato for a expressão da vontade geral. Esta, na linguagem de Roussseau, nada mais é do que os interesses que cada pessoa tem em comum com todos os outros. Ao contrário do que pensa Hobbes, para quem a vontade de todos (vontade comum) é representada por alguém que personifica esta vontade e, por isso, dispõe dos recursos de todos os quais serão empregados para a segurança de todos segundo o julgamento do príncipe 2, Rousseau entende que, para que uma sociedade seja justa, é condição necessária que a liberdade de cada um seja preservada. Isto é possível somente se cada membro do Estado se submeter à vontade geral e não à vontade de um déspota. A vontade geral, conforme aponta Joseph Moreau em seu artigo Du Droit Naturel, não é a opinião da maioria; é o que os homens querem conjuntamente quando cada um não reclama para si mais do que ele pode querer ao mesmo tempo para todos os demais (MOREAU, 1965, p.151). A vontade geral assenta-se sobre uma exigência racional e uma vez que ela é igual para todos é uma vontade justa, exprimindo-se, desse modo, na idéia de direito natural. O pacto social estabelecido a partir da vontade geral produz em lugar da pessoa particular de cada contratante, um corpo moral e coletivo, [...], e que, por esse ato, ganha sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade (ROUSSEAU, 1987, p.33). Por esse pacto social, cada membro do corpo político contrata consigo mesmo: dando-se a todos não se dá a ninguém (ROUSSEAU, 1987, P. 33). Com efeito, a vontade de cada um não é alienada na vontade de um só, isto é, não há, no pacto 2 Em Hobbes, o Estado Civil repousa sobre a constituição de uma vontade comum constitutiva de um poder comum. Este poder comum é impossível estabelecê-lo naturalmente, uma vez que os homens são inimigos por natureza. O único modo de estabelecê-lo é confiar a força e o poder de cada homem a um homem, ou a uma assembléia de homens, que possa reduzir suas diversas vontades, por pluralidade de votos, a uma só vontade. O que equivale dizer: designar um homem ou uma assembléia de homens como representante de suas pessoas, considerando-se e reconhecendo-se cada um como autor de todos os atos que aquele que representa sua pessoa praticar ou levar a praticar, em tudo o que disser respeito à paz e segurança comuns; todos submetendo assim suas vontades à vontade do representante e suas decisões a sua decisão. Isto é mais do que consentimento ou concórdia, é uma verdadeira unidade de todos eles, numa só e mesma pessoa, realizada por um pacto de cada homem com todos os homens (HOBBES, 1988, p. 105). A constituição artificial dessa vontade comum implica o reconhecimento das decisões e dos atos dessa vontade como sendo as próprias decisões e atos de cada indivíduo que contrata.

3 3 social de Rousseau, um representante da vontade coletiva, tal como é em Hobbes. A soberania é cada um dos membros que formam o corpo político. A soberania não sendo senão o exercício da vontade geral, jamais pode alienar-se, e que o soberano, que nada é senão um ser coletivo, só pode ser representado por si mesmo (ROUSSEAU, 1987, p.43-44). A existência e a vida do corpo político é dada pelo pacto social. Porém, o movimento e a vontade desse corpo político são dados pela legislação, o ato primitivo, pelo qual esse corpo se forma e se une, nada determina ainda daquilo que deverá fazer para conservar-se (ROUSSEAU,1987, p.53). A legislação é o que garantirá a conservação do corpo político. É ela que sustenta uma sociedade justa. Ora, para que a justiça seja admitida por todos, ela deve ser recíproca. Há justiça na associação civil se a positivação dos direitos (leis) for a expressão da vontade geral. Somente assim, a liberdade de cada membro é preservada, dado que ao formar o corpo político cada membro aliena seus direitos naturais, não à vontade de um outro, mas a si mesmo como parte do todo. Essa é a condição da liberdade, da autonomia (NASCIMENTO, 2000, p.164). Obedecendo às leis, expressão da vontade geral, cada membro do corpo político obedece a si mesmo. Se cada membro tem sua autonomia garantida no corpo político em movimento, o que caracteriza uma sociedade justa, é necessário garantir a justiça na relação entre eles. Mister se faz então encontrar um meio para que a justiça imponha respeito a todos. A reciprocidade da justiça é o meio que Rousseau aponta. A união dos direitos aos deveres faz com que reine a justiça nas relações entre os membros. Pois, se por ventura, alguém não visar à justiça em seus atos, esta poderá ser tida como um engodo para aquele que, em seus atos, for inspirado por ela. Sem unir os direitos aos deveres, a relação entre os homens é insustentável. Por isso mesmo, a justiça como recíproca garante a conservação do corpo político. São, pois, necessárias convenções e leis para unir os direitos aos deveres, e conduzir a justiça a seu objetivo (ROUSSEAU, 1987, p.54). A necessidade de convenções deve-se ao fato de que, para Rousseau, na ausência da idéia de justiça não há direito. Aquela vem de Deus, que é a sua única fonte (ROUSSEAU, 1987, p.53). Como os homens não conseguem colhê-la das alturas,

4 4 resta às convenções, as quais todos devem obedecer, levá-los, em suas ações, à própria razão de ser das leis: a justiça. Mas para que as convenções, as quais contemplam a idéia de justiça, tenham a força de lei, é necessário que o poder político suposto pela própria necessidade do estabelecimento das convenções, emane da vontade geral, isto é, a adesão de todos à exigência racional de justiça (MOREAU,1965, p.154). O poder político, concebido assim, não é estranho à justiça, ao contrário, é posto ao serviço dela. A lei positiva (convenções) aparece então como requerida para juntar direitos e deveres e referir a justiça ao seu objeto. A lei aparece assim como meio para garantir a justiça mútua 3. Dando vida e movimento ao corpo político (pelo pacto social e a legislação) resta saber qual é a tarefa do legislador e a este a contribuição do escritor político, e a do príncipe (governo). O legislador é o mecânico que inventa a máquina e o governo é o que a monta e a faz funcionar (ROUSSEAU, 1987, p.57). Diferentemente da tarefa do legislador, a tarefa do governo é de zelar pelo bem público. O governo não é o que detém o poder soberano tal como em Hobbes. O soberano é o povo. O governo é uma pessoa moral criada artificialmente pelo poder soberano como um corpo intermediário entre o Estado e o soberano. Sua razão de ser no Estado é a de servir à comunicação entre o Estado e o soberano (ROUSSEAU,1987, p.74). Seu poder, portanto, está subordinado ao poder soberano. Inventor da máquina, pois na formação do corpo político, o legislador é aquele que: transforma cada indivíduo, que por si mesmo é um todo perfeito e solitário, em parte de um todo maior, do qual de certo modo o indivíduo recebe sua vida e seu ser; alterar a constituição física e independente, que todos nós recebemos da natureza, por uma existência parcial e moral. Em suma, é preciso que destitua o homem de suas próprias forças para lhe dar outras e das quais não possa fazer uso sem socorro alheio. Na medida em que tais forças naturais estiverem mortas e aniquiladas, mais as adquiridas serão grandes e duradouras, e mais sólida e perfeita a instituição, de modo que, se cada cidadão nada for, nada poderá senão graças a todos os outros, e se a força 3 A justiça é feita à pessoa moral necessidade de cada pessoa de ser reconhecida e respeitada por todos como alguém que tem valor e dignidade sem depender de ninguém- através de sua posição de igualdade no conjunto com as demais pessoas, como membro legislativo do corpo soberano, no qual ninguém está subordinado a outrem, e cada um funciona como indivíduo igualmente respeitado e investido de poder (DENT, 1996, P. 149).

5 5 adquirida pelo todo for igual ou superior à soma de forças naturais de todos os indivíduos, poderemos então dizer que a legislação está no mais alto grau de perfeição que possa atingir (ROUSSEAU, 1987, p.57). O cidadão aparece em Rousseau como aquele que aniquilou seu ser natural para assumir o corpo político, comprometido por aquilo que ele possui de comum com os demais membros deste corpo. Ora, a tarefa do legislador é exatamente a de transformar o homem do estado de solidão em cidadão. Isto implica em aniquilar as forças naturais do homem, ou seja, embora no corpo político o homem tenha sua liberdade natural, sua vontade particular, esta não deve prevalecer sobre a vontade geral e aquela sobre a liberdade política. Aniquilar o homem do estado de solidão é, portanto, criar os mecanismos visando impedir que o particular se sobreponha ao social. Este homem artificial, alterado em sua constituição física e independente, é tarefa do legislador preservar. Mas para que o legislador invente a máquina, o trabalho do escritor político, como aquele que mantém viva a chama da liberdade, é de tal monta que dele o legislador não pode prescindir. Diferentemente de Pascal, para quem o trabalho do escritor político é de moderar a loucura dos homens 4, Rousseau entende que seu trabalho é de delinear o quadro de um Estado que, mesmo não existindo em parte alguma, deve ser o horizonte que sirva para guiar as ações políticas, o quadro de princípios posto não somente para ser observado por aqueles que fazem a política (príncipe e legisladores), mas para que estes tenham um referencial, um quadro teórico para suas ações. Rousseau é ele mesmo um investigador de princípios políticos. Perguntar-me-ão se sou príncipe ou legislador, para escrever sobre política. Respondo que não, e que por isso escrevo sobre política (ROUSSEAU, 1987, p.21). 4 Platão e Aristóteles [...], se escreveram sobre política foi para pôr em ordem um hospício, e, se fizeram menção de falar dela como de uma grande coisa, é que sabiam que os loucos a quem falavam julgavam ser reis e imperadores, entravam nos seus princípios para moderar a loucura deles na medida do possível (PASCAL, 1988, p. 119). Escrever sobre política é procurar por freios à loucura dos homens. Esta necessidade decorre do fato de que, nesse hospital de loucos, em que cada um vivendo em união com os outros não abre mão de seu egoísmo, julga ser reis e imperadores. (PARRAZ, 2002, p ).

6 6 Conclusão O Contrato Social é o lugar de julgamento de toda cidade existente, pois nesta obra Rousseau opõe as políticas existentes ao ideal político. Diante desse ideal político é possível reivindicar algum direito ou defender os direitos daqueles que os reivindicam? No Estado Civil, o homem não é uma unidade monadológica sem relação uma com a outra, mas uma unidade relativa. Como membro da comunidade política, o homem faz parte do todo. E somente como parte do todo o homem pode ser considerado cidadão: aquele que em igualdade com todos os demais formula as regras gerais comuns por meio das quais organizam suas vidas no Estado. Ora, para que o cidadão se afirme com sua liberdade civil é preciso eliminar de si a liberdade natural, característica do homem no estado de solidão. O que o homem perde pelo contrato social é a liberdade natural e um direito ilimitado a tudo quanto aventura e pode alcançar. O que ele ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo o que possui (ROUSSEAU, 1987, p.36). A liberdade civil, de que fala Rousseau, é aquela que se limita pela vontade geral (ROUSSEAU, 1987, P. 36), isto é, como membro da comunidade política não é mais possível ao homem considerar somente sua pessoa, tal como no estado de natureza, mas considerar todos os associados. Não mais obedecer a seus apetites, mas às leis acordadas com todos os demais e que estatui a si mesmo. A liberdade civil é então a única a tornar o homem verdadeiramente senhor de si mesmo (ROUSSEAU, 1987, p.37). Assim não é mais possível ao homem reivindicar liberdade natural no Estado Civil, uma vez que esta ele alienou a si mesmo para colocar-se inteiramente sob a proteção da comunidade política. Reivindicá-la na cidade é fazer de si mesmo seu adversário. Na cidade, gozando da liberdade civil, o homem possui o direito de reivindicar direitos 5. Pois reivindicá-los é pedir que o Estado, isto é, a comunidade política faça justiça ao contrato originário. Este pedido traz explicitamente a exigência que as leis sejam respeitadas, a exigência do funcionamento do Estado, a exigência de que a 5 Em Hobbes o príncipe, que é o representante do povo, pois a ele foi transferido o direito de cada um, tem plenos poderes. Seu poder é então declarado pela própria questão da representação. A vontade comum outorga a ele tal poder. Diante disso, os súditos não têm a possibilidade de reclamar direito algum. Toda rebeldia é, no Estado concebido por Hobbes, ilegítima.

7 7 justiça atinja seu objeto. Longe de ser uma falta de bom senso reivindicar direitos e defender os direitos daqueles que por eles clamam, é o que faz, na visão de Rousseau, com que o Estado funcione. E funcione em benefício de cada cidadão o que, aliás, é sua razão de ser. Para Rousseau reivindicar direitos e defender aqueles que por eles clamam é a condição da paz no Estado. Assim, a possibilidade de reivindicar direitos (civis) decorre da própria constituição do Estado Civil. Bibliografia

8 8 1) DENT, N.J.H.: Dicionário de Rousseau, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, ) HOBBES: Leviatã, Os Pensadores, Nova Cultural, São Paulo, ) MOREAU, J.: Du Droit Naturel, In: Les Estudes Philosophiques, PUF, Paris, n.2, ) NASCIMENTO, M, M.: Figuras do Corpo Político, Tese de Livre Docência, São Paulo, ) : Opinião Pública e Revolução, EDUSP/ Nova Stella, São Paulo, ) PARRAZ, I.: Pascal e a Política. Cadernos de Ética e Filosofia Política. 5. Dep. De Filosofia da USP. São Paulo. p ) PASCAL: Pensamentos. Os Pensadores. Nova Cultural, São Paulo, ) ROUSSEAU: Do Contrato Social, Os Pensadores, Nova Cultural, São Paulo, 1987.

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 1º TRIMESTRE 2 ANO DISCIPLINA: SOCIOLOGIA

ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 1º TRIMESTRE 2 ANO DISCIPLINA: SOCIOLOGIA ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA 1º TRIMESTRE 2 ANO DISCIPLINA: SOCIOLOGIA CONTEÚDOS: Política: - O conceito de política para Platão e Aristóteles Aulas 25 e 26 - O que é política - Estado moderno e

Leia mais

Prova de Filosofia - Maquiavel e Thomas Hobbes

Prova de Filosofia - Maquiavel e Thomas Hobbes INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO - CAMPUS BELO JARDIM Avaliação da Terceira Unidade 2 ano B, Disciplina: Filosofia II Prova Sobre os Pensamentos de Maquiavel e Hobbes Professor:

Leia mais

Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza?

Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza? Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza? O princípio básico da soberania popular, segundo Rousseau, é: a) o poder absoluto b) o poder do suserano c) a vontade de todos

Leia mais

REVISIONAL DE FILOSOFIA Questões de 1 a 10

REVISIONAL DE FILOSOFIA Questões de 1 a 10 REVISIONAL DE FILOSOFIA Questões de 1 a 10 1) Hobbes assim define a essência da república ou cidade: Uma cidade (...) é uma pessoa cuja vontade, pelo pacto de muitos homens, há de ser recebida como sendo

Leia mais

Thomas Hobbes ( ) Colégio Anglo de Sete Lagoas Professor: Ronaldo - (31)

Thomas Hobbes ( ) Colégio Anglo de Sete Lagoas Professor: Ronaldo - (31) Thomas Hobbes (1588 1679) Colégio Anglo de Sete Lagoas Professor: Ronaldo - (31) 2106-1750 O maior dos poderes humanos é aquele que é composto pelos poderes de vários homens, unidos por consentimento numa

Leia mais

NODARI, Paulo César. Ética, direito e política: a paz em Hobbes, Locke, Rousseau e Kant.

NODARI, Paulo César. Ética, direito e política: a paz em Hobbes, Locke, Rousseau e Kant. NODARI, Paulo César. Ética, direito e política: a paz em Hobbes, Locke, Rousseau e Kant. Paulus, 2014. 301 p. 11 RESENHA Moisés João Rech * A tarefa que Paulo César Nodari se coloca é, em grande medida,

Leia mais

Locke e Bacon. Colégio Ser! 2.º Médio Filosofia Marilia Coltri

Locke e Bacon. Colégio Ser! 2.º Médio Filosofia Marilia Coltri Locke e Bacon Colégio Ser! 2.º Médio Filosofia Marilia Coltri John Locke Locke divide o poder do governo em três poderes, cada um dos quais origina um ramo de governo: o poder legislativo (que é o fundamental),

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA I 2º semestre de 2002 Disciplina Obrigatória Destinada: Alunos de Filosofia e outros departamentos Código: FLF0388 Pré-requisito: FLF0113 e FLF0114 Prof. Milton Meira do Nascimento

Leia mais

A liberdade e a legislação republicana

A liberdade e a legislação republicana A liberdade e a legislação republicana Renato Fagundes de Oliveira 1 Nos diz o filósofo de Genebra na oitava das Cartas escritas da montanha: É inútil querer confundir a independência e a liberdade. Essas

Leia mais

Filosofia Política: Thomas Hobbes ( )

Filosofia Política: Thomas Hobbes ( ) Filosofia Política: Thomas Hobbes (1588-1679) Thomas Hobbes parte da concepção do homem em seu estado de natureza para caracterizar a necessidade da fundação do Estado. Suas obras mais significativas foram

Leia mais

O Contratualismo - Thomas Hobbes

O Contratualismo - Thomas Hobbes O Contratualismo - Thomas Hobbes 1. Sem leis e sem Estado, você poderia fazer o que quisesse. Os outros também poderiam fazer com você o que quisessem. Esse é o estado de natureza descrito por Thomas Hobbes,

Leia mais

Professor: Décius Caldeira HISTÓRIA 3ª série Ensino Médio HISTÓRIA E PENSAMENTO POLÍTICO

Professor: Décius Caldeira HISTÓRIA 3ª série Ensino Médio HISTÓRIA E PENSAMENTO POLÍTICO Professor: Décius Caldeira HISTÓRIA 3ª série Ensino Médio HISTÓRIA E PENSAMENTO POLÍTICO I- OS HOMENS DEVEM AMOR AO REI: SÃO SÚDITOS. Jacques Bossuet II- AS VIRTUDES DO HOMEM PÚBLICO SE CONFUNDEM COM AS

Leia mais

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES SARTRE (UFU) Liberdade, para Jean-Paul Sartre (1905-1980), seria assim definida: A) o estar sob o jugo do todo para agir em conformidade consigo mesmo, instaurando

Leia mais

Locke - Política. Das afirmativas feitas acima

Locke - Política. Das afirmativas feitas acima Locke - Política 1. (UNIOESTE 2013) Através dos princípios de um direito natural preexistente ao Estado, de um Estado baseado no consenso, de subordinação do poder executivo ao poder legislativo, de um

Leia mais

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau 1712-1778 Da servidão à liberdade Temas centrais da filosofia política rousseauniana O contrato social. O surgimento da propriedade privada. A passagem do estado de natureza para

Leia mais

Thomas Hobbes Prof. Me. Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges -

Thomas Hobbes Prof. Me. Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges   - Thomas Hobbes 1588-1679 Prof. Me. Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges www.professorrenato.com - contato@professorrenato.com Jó 41 1. "Você consegue pescar com anzol o leviatã ou prender sua

Leia mais

Thomas Hobbes: natureza humana, Estado absoluto e (falta de) cidadania

Thomas Hobbes: natureza humana, Estado absoluto e (falta de) cidadania Thomas Hobbes: natureza humana, Estado absoluto e (falta de) cidadania Sérgio Praça pracaerp.wordpress.com sergiopraca0@gmail.com Temas da aula 1) Hobbes e a natureza humana 2) Estado absoluto: em defesa

Leia mais

1- As matrizes clássicas do Estado de Direito - Características comuns 2- O Rule of Law Britânico

1- As matrizes clássicas do Estado de Direito - Características comuns 2- O Rule of Law Britânico 1- As matrizes clássicas do Estado de Direito - Características comuns 2- O Rule of Law Britânico Profa. Nina Ranieri 15/09/2017 1 Plano de aula I - Introdução As matrizes clássicas do Estado de Direito

Leia mais

Prof. Me. Renato R. Borges - Rousseau

Prof. Me. Renato R. Borges   - Rousseau Prof. Me. Renato R. Borges - contato@professorrenato.com Rousseau 1762 O homem nasce livre e por toda a parte encontra-se acorrentado. Rousseau forneceu o lema principal da Revolução Francesa: Liberdade,

Leia mais

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA

TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA PATRULHA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA A palavra república é derivada de RES PUBLICA, expressão latina que significa COISA DO POVO, COISA PÚBLICA, O QUE É DE TODOS. Forma de governo

Leia mais

Filosofia e Política

Filosofia e Política Filosofia e Política Aristóteles e Platão Aristóteles Política deve evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes. Não há cidadania quando o povo não pode acessar as instituições

Leia mais

Pol í tica e É tica. Jean Jacques Rousseau

Pol í tica e É tica. Jean Jacques Rousseau Pol í tica e É tica Jean Jacques Rousseau 1762 Prof. Me. Renato Borges facebook.com/prof.renato.borges - contato@professorrenato.com CONTEXTO HISTÓRICO Jean Jacques Rousseau participou da corrente de pensamento,

Leia mais

O que é Estado Moderno?

O que é Estado Moderno? O que é Estado Moderno? A primeira vez que a palavra foi utilizada, com o seu sentido contemporâneo, foi no livro O Príncipe, de Nicolau Maquiavel. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um governo,

Leia mais

Filosofia Política Clássica

Filosofia Política Clássica Filosofia Política Clássica Antiguidade Clássica - Platão Platão - seres humanos são divididos em três almas ou princípios de atividades: alma desejante que busca a satisfação dos apetites do corpo; alma

Leia mais

2.3 Jean-Jacques Rousseau

2.3 Jean-Jacques Rousseau 2.3 Jean-Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau escreveu em 1762 sua obra O Contrato Social 1, na qual discorre sobre o Estado e a soberania popular. Suas idéias exerceram grande influência sobre os ideais

Leia mais

Prof. M.e Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges -

Prof. M.e Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges   - Thomas Hobbes 1588-1679 Prof. M.e Renato R. Borges facebook.com/prof.renato.borges www.professorrenato.com - contato@professorrenato.com Jó 41 1. "Você consegue pescar com anzol o leviatã ou prender sua

Leia mais

ILUMINISMO, ILUSTRAÇÃO OU FILOSOFIA

ILUMINISMO, ILUSTRAÇÃO OU FILOSOFIA O ILUMINISMO ILUMINISMO, ILUSTRAÇÃO OU FILOSOFIA DAS LUZES Começou na Inglaterra e se estendeu para França, principal produtor e irradiador das ideias iluministas. Expandiu-se pela Europa, especialmente

Leia mais

Instituições de Direito Público e Privado. Parte IX Contratos

Instituições de Direito Público e Privado. Parte IX Contratos Instituições de Direito Público e Privado Parte IX Contratos 1. Contratos Conceito Contrato é a convenção estabelecida ente duas ou mais pessoas, para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação

Leia mais

1) (UNICENTRO-PR) O filósofo que se relaciona ao pensamento político moderno é. 2) (UEL) Leia o seguinte texto de Maquiavel e responda à questão.

1) (UNICENTRO-PR) O filósofo que se relaciona ao pensamento político moderno é. 2) (UEL) Leia o seguinte texto de Maquiavel e responda à questão. Revisional FILOSOFIA Questões de 1 a 10 1) (UNICENTRO-PR) O filósofo que se relaciona ao pensamento político moderno é a) Aristóteles. b) Descartes. c) Maquiavel. d) Sócrates. e) Hume. 2) (UEL) Leia o

Leia mais

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 25/Outubro/2017 FEA USP

Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 25/Outubro/2017 FEA USP Ética e Organizações EAD 791 Prof. 25/Outubro/2017 FEA USP Ética Aula 25/10/2017 Deontologia Referências Sobre Deontologia CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2010. Unidade 8 Cap. 6.

Leia mais

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Sujeitos de Direito Internacional Público: O sistema das Nações Unidas. Organizações internacionais especializadas da ONU. Parte 1 Profa. Renata Menezes . Histórico: Durante

Leia mais

A POLÍTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO

A POLÍTICA NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO PLATÃO (428-347 a.c.) Foi o primeiro grande filósofo que elaborou teorias políticas. Na sua obra A República ele explica que o indivíduo possui três almas que correspondem aos princípios: racional, irascível

Leia mais

Legitimação Política e Convenção em Rousseau

Legitimação Política e Convenção em Rousseau Legitimação Política e Convenção em Rousseau Guilherme de Paula Lopes 1 Resumo: Jean-Jacques Rousseau fez parte de uma corrente filosófica conhecida como Contratualismo, doutrina segundo a qual a sociedade

Leia mais

A Revolução Federal. Republicanismo e pluralismo. (p.45-52) Apresentação de Victor Campos Silveira

A Revolução Federal. Republicanismo e pluralismo. (p.45-52) Apresentação de Victor Campos Silveira A Revolução Federal Republicanismo e pluralismo (p.45-52) Apresentação de Victor Campos Silveira Republicanismo e pluralismo Objetivos: Apresentar contexto histórico-filosófico, identificando os fatores

Leia mais

Verifique se cada caderno das disciplinas específicas contém 8 questões que você deve resolver, sem rasuras ou falhas.

Verifique se cada caderno das disciplinas específicas contém 8 questões que você deve resolver, sem rasuras ou falhas. Você está recebendo do fiscal três cadernos de prova (2 de disciplinas específicas correspondentes ao curso escolhido por você no ato da inscrição e 1 de redação). Verifique se cada caderno das disciplinas

Leia mais

Ética deontológica (do dever) de I. Kant. Influências

Ética deontológica (do dever) de I. Kant. Influências Ética deontológica (do dever) de I. Kant Influências Ética Kantiana Influências Iluminismo* Séc. XVII/XVIII ( 1650-1790) Revolução francesa Séc. XVIII (1789) Pietismo** Séc. XVII Física Newtoniana Sec.

Leia mais

1)Levando em conta o estado moderno quais foram os antagonismos?

1)Levando em conta o estado moderno quais foram os antagonismos? Exercícios Modulo 6 1)Levando em conta o estado moderno quais foram os antagonismos? Poder espiritual e o poder temporal 2)Cite pelo menos 4 características de soberania? Una; Única, Singular, Absoluta;,

Leia mais

Questão 2 Mostre a importância dos partidos políticos no processo de participação democrática brasileira.

Questão 2 Mostre a importância dos partidos políticos no processo de participação democrática brasileira. Disciplina: Sociologia Data: / /2012 Professor(a): Celso Luís Welter Turma: 3º ano Tipo de Atividade: trabalho de recuperação Segmento: EM Valor: 6 pontos Etapa: segunda Nome do(a) aluno(a): Caro(a) Aluno(a),

Leia mais

Link para animação do mito da caverna. https://www.youtube.com/watch?v=xswmnm _I7bU

Link para animação do mito da caverna. https://www.youtube.com/watch?v=xswmnm _I7bU Link para animação do mito da caverna https://www.youtube.com/watch?v=xswmnm _I7bU A DOUTRINA DAS IDEIAS OU TEORIA DOS DOIS MUNDOS Para Platão existem, literalmente, dois mundos O mundo das ideias O mundo

Leia mais

Conceito de Soberania

Conceito de Soberania Conceito de Soberania Teve origem na França (souveraineté) e seu primeiro teórico foi Jean Bodin. Jean Bodin Nasceu em Angers, França 1530, e faleceu em Laon, também na França em 1596, foi um jurista francês,

Leia mais

A formação dos Estados Modernos

A formação dos Estados Modernos A formação dos Estados Modernos Onde: Europa Período: fim da Idade Média e início da Idade Moderna Dividido em dois momentos: Estados Monárquicos (centralização do poder econômico e político) e Estados

Leia mais

Os contratualistas Thomas Hobbes (1651), foi responsável por formular teses que demonstravam a legitimidade do poder das monarquias e seus respectivos

Os contratualistas Thomas Hobbes (1651), foi responsável por formular teses que demonstravam a legitimidade do poder das monarquias e seus respectivos Os contratualistas Thomas Hobbes (1651), foi responsável por formular teses que demonstravam a legitimidade do poder das monarquias e seus respectivos soberanos. Hobbes A natureza fez os homens tão iguais,

Leia mais

TEORIA DO PODER CONSTITUINTE. Marcelo Leonardo Tavares

TEORIA DO PODER CONSTITUINTE. Marcelo Leonardo Tavares TEORIA DO PODER CONSTITUINTE Marcelo Leonardo Tavares Introdução É uma teoria de legitimação do poder Jean Bodin Seis livros da República 1576 Poder absoluto do soberano (distinção entre rei e coroa) Hobbes

Leia mais

ANÁLISE E COMENTÁRIO DA OBRA LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES

ANÁLISE E COMENTÁRIO DA OBRA LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES ANÁLISE E COMENTÁRIO DA OBRA LEVIATÃ DE THOMAS HOBBES Aurius Reginaldo de Freitas Gonçalves INTRODUÇÃO A obra intitulada Leviatã ou o Estado de Thomas Hobbes é antes de qualquer coisa um aceno para a possibilidade

Leia mais

Resolução de Questões do Enem

Resolução de Questões do Enem Resolução de Questões do Enem Resolução de Questões do Enem 1. Sempre teceremos panos de seda E nem por isso vestiremos melhor Seremos sempre pobres e nuas E teremos sempre fome e sede Nunca seremos capazes

Leia mais

Professor Danilo Borges

Professor Danilo Borges Professor Danilo Borges O ESTADO CONCEITO E ORGANIZAÇÃO O poder emana do povo. E esse, em última análise, que confere ao Estado o seu poder de normatizar (regulamentar). O território que é identificado

Leia mais

MONTESQUIEU. Separação de poderes. Origens da teoria e sua aplicação na atualidade. Prof. Elson Junior

MONTESQUIEU. Separação de poderes. Origens da teoria e sua aplicação na atualidade. Prof. Elson Junior MONTESQUIEU Separação de poderes Origens da teoria e sua aplicação na atualidade Prof. Elson Junior Santo Antônio de Pádua, Maio de 2017 1. Primeiras ideias 1.1. Esclarecimentos iniciais Pela definição

Leia mais

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 Aula Véspera UFU 2015 Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 NORTE DA AVALIAÇÃO O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode

Leia mais

Kant e a Razão Crítica

Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica 1. Leia o texto a seguir. Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, acompanhou os desdobramentos das Revoluções Americana e Francesa e foi levado a

Leia mais

Liberalismo e re r vi e são ã

Liberalismo e re r vi e são ã Liberalismo e revisão Liberalismo e revisão Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade, Fraternidade Direitos (Liberdades) CIVIS: livre expressão, ir e vir, contrato, justiça, corpo... Liberdade Sécul o

Leia mais

Filosofia política na Antiguidade romana: Cícero

Filosofia política na Antiguidade romana: Cícero Filosofia política na Antiguidade romana: Cícero As influências de Platão e Aristóteles no terreno da reflexão política foram marcantes tanto na Antiguidade como na Idade Média. A ideia de que a política

Leia mais

Direito Constitucional. TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais art. 1º ao 4º

Direito Constitucional. TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais art. 1º ao 4º Direito Constitucional TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais art. 1º ao 4º Constituição A constituição determina a organização e funcionamento do Estado, estabelecendo sua estrutura, a organização de

Leia mais

Política. Como o poder se realiza? Força (violência) Legitimação (consentimento) - carisma, tradição e racionalização.

Política. Como o poder se realiza? Força (violência) Legitimação (consentimento) - carisma, tradição e racionalização. Política Ciência política: Objeto de estudo: o poder político. Principal instituição moderna do poder político: o Estado-nação. Outras instituições políticas modernas: o executivo, o legislativo, os partidos

Leia mais

A SOCIEDADE POLÍTICA: ESTRUTURA E FUNÇÃO Fábio Konder Comparato

A SOCIEDADE POLÍTICA: ESTRUTURA E FUNÇÃO Fábio Konder Comparato A SOCIEDADE POLÍTICA: ESTRUTURA E FUNÇÃO Fábio Konder Comparato Estrutura I - O poder político A Conceito É a capacidade de mandar e ter obediência. Distingue-se da simples dominação, na qual prescinde-se

Leia mais

1. A IDEIA DA JUSTIÇA

1. A IDEIA DA JUSTIÇA Segurança x Justiça 1. A IDEIA DA JUSTIÇA O desejo de justiça tem acompanhado todas as civilizações, obviamente, através de diferentes concepções, até por que cada povo, cada época tem seu ideal próprio,

Leia mais

1. O CONCEITO DE SOBERANIA

1. O CONCEITO DE SOBERANIA Conceito Soberania e Legitimidade do Poder 1. O CONCEITO DE SOBERANIA 1.1. ORIGEM DO CONCEITO - O conceito de soberania teve origem na França (souveraineté) e seu primeiro teórico foi Jean Bodin. O Estado

Leia mais

FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 13 O CONCEITO DE DEMOCRACIA

FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 13 O CONCEITO DE DEMOCRACIA FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 13 O CONCEITO DE DEMOCRACIA Como pode cair no enem Um cidadão é um indivíduo que pode participar no Judiciário e na autoridade, isto é, nos cargos públicos e na administração

Leia mais

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau Aula 18 Rousseau Jean-Jacques Rousseau 1712-1778 Da servidão à liberdade Temas centrais da filosofia política rousseauniana O contrato social. O surgimento da propriedade privada. A passagem do estado

Leia mais

Noções de Estado. Organização da Federação e Poderes do Estado

Noções de Estado. Organização da Federação e Poderes do Estado Noções de Estado Noções de Estado Organização da Federação e Poderes do Estado Estado É a sociedade política e juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob um governo, para

Leia mais

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE DEMOCRÁTICAS

LIBERDADE E RESPONSABILIDADE DEMOCRÁTICAS 1 de 6 Estado Liberdade e Democráticas OBJECTIVO: Reconhecer as s inerentes à Liberdade pessoal em democracia LIBERDADE E RESPONSABILIDADE DEMOCRÁTICAS Reconhece as s inerentes à liberdade pessoal em democracia.

Leia mais

Thomas Hobbes

Thomas Hobbes Contratualismo Nos séculos XVII e XVIII, ganharam espaço as teorias que compreendem o corpo político como derivado de um contrato. O poder se torna legítimo quando se fundamenta na livre vontade do indivíduo

Leia mais

FILOSOFIA Questões de 1 a 10

FILOSOFIA Questões de 1 a 10 1 O ANO 2012 FILOSOFIA FILOSOFIA Questões de 1 a 10 1) (UNICENTRO-PR) O filósofo que se relaciona ao pensamento político moderno é a) Aristóteles. b) Descartes. c) Maquiavel. d) Sócrates. e) Hume. 2) (UEL)

Leia mais

22/08/2014. Tema 7: Ética e Filosofia. O Conceito de Ética. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes

22/08/2014. Tema 7: Ética e Filosofia. O Conceito de Ética. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes Tema 7: Ética e Filosofia Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes O Conceito de Ética Ética: do grego ethikos. Significa comportamento. Investiga os sistemas morais. Busca fundamentar a moral. Quer explicitar

Leia mais

TEORIAS POLÍTICAS MODERNAS: MAQUIAVEL, HOBBES E LOCKE (2ª SÉRIE).

TEORIAS POLÍTICAS MODERNAS: MAQUIAVEL, HOBBES E LOCKE (2ª SÉRIE). TEORIAS POLÍTICAS MODERNAS: MAQUIAVEL, HOBBES E LOCKE (2ª SÉRIE). NICOLAU MAQUIAVEL (1469-1527) E A FUNDAÇÃO DA POLÍTICA MODERNA. Fundador da Ciência Política Moderna Distancia-se das teorias políticas

Leia mais

O ILUMINISMO 8º ANO. Prof. Augusto e Marcos Antunes

O ILUMINISMO 8º ANO. Prof. Augusto e Marcos Antunes O ILUMINISMO 8º ANO Prof. Augusto e Marcos Antunes O ILUMINISMO Movimento que justificou a ascensão da burguesia ao poder político O Iluminismo foi um movimento intelectual, ocorrido na Europa, principalmente

Leia mais

A FUNÇÃO SOCIAL DO ADVOGADO

A FUNÇÃO SOCIAL DO ADVOGADO A FUNÇÃO SOCIAL DO ADVOGADO Reis, Camila Oliveira. R375a A função social do advogado / Camila Oliveira Reis. Varginha, 2015. 13 slides. Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso: World Wide

Leia mais

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 42

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 42 Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 42 DIREITO CONSTITUCIONAL O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que estabelece as normas que estruturam o Estado e sua organização

Leia mais

França: séc. XX Período entre guerras

França: séc. XX Período entre guerras Michel Foucault França: séc. XX Período entre guerras Nasce 15/10/1926 Morre 02/06/1984 École Normale Supérieure nunca se destacou academicamente Seus estudos iam da psicologia à filosofia Influenciado

Leia mais

O DOMÍNIO SOBRE AS ÁGUAS

O DOMÍNIO SOBRE AS ÁGUAS Direito Internacional Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 12 O DOMÍNIO SOBRE AS ÁGUAS As faixas de mar, até os dias de hoje, já passaram por diferentes delimitações. Antigamente, se media o domínio

Leia mais

Idade Moderna Parte I

Idade Moderna Parte I Idade Moderna Parte I A expansão marítima europeia Período: séculos XV e XVI. Domínio das rotas mediterrânicas para o Oriente pelas cidades italianas. Busca de rotas alternativas Oceano Atlântico. Reinos

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Teoria da Constituição Constitucionalismo Parte 1 Profª. Liz Rodrigues - O termo constitucionalismo está ligado à ideia de Constituição - independentemente de como, de fato, esta

Leia mais

Direito Constitucional

Direito Constitucional Direito Constitucional Câmara dos Deputados CEFOR/DRH Constitucionalismo Movimento político e jurídico destinado a estabelecer em toda parte regimes constitucionais, quer dizer, governos moderados, limitados

Leia mais

Maria da Conceição Muniz Ribeiro

Maria da Conceição Muniz Ribeiro Maria da Conceição Muniz Ribeiro O cidadão é um ator na construção da sociedade, é uma pessoa revestida de plenos direitos civis, politicos e sociais, e a pessoa tem a obrigação de trabalhar pela proteção

Leia mais

No princípio é a relação. Martin Buber

No princípio é a relação. Martin Buber No princípio é a relação. Martin Buber Direitos e obrigações são uma expressão das relações que nos ligam uns aos outros por sermos membros de uma comunidade e, consequentemente, derivam de tal comunidade.

Leia mais

DIREITOS SOCIAIS, JUSTIÇA E DEMOCRACIA

DIREITOS SOCIAIS, JUSTIÇA E DEMOCRACIA DIREITOS SOCIAIS, JUSTIÇA E DEMOCRACIA Bruna dos Santos Silva Benaglia 1 Paola Flores Serpa 2 Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar os direitos sociais como princípio basilar para a justiça

Leia mais

A sociedade em crise e o Advogado ético: Utopia ou realidade?

A sociedade em crise e o Advogado ético: Utopia ou realidade? A sociedade em crise e o Advogado ético: Utopia ou realidade? Esta apresentação está voltada para a partilha de alguns conceitos sobre ética do advogado, que foram elencados sem grande sustentação científica,

Leia mais

FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 05 O JUSNATURALISMO DE LOCKE

FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 05 O JUSNATURALISMO DE LOCKE FILOSOFIA - 3 o ANO MÓDULO 05 O JUSNATURALISMO DE LOCKE Como pode cair no enem (WATTERSON, B. Calvin e Haroldo: O progresso científico deu tilt. São Paulo: Best News, 1991.) De acordo com algumas teorias

Leia mais

Reflexões introdutórias

Reflexões introdutórias Reflexões introdutórias Escola de Governo 07/03/2014 O que são Direitos Humanos? Perspectivas dos Direitos Humanos Jusnaturalista Direitos Naturais Técnica Direitos emanam do Estado Histórica Direitos

Leia mais

O mestre ignorante - cinco lições sobre a emancipação intelectual

O mestre ignorante - cinco lições sobre a emancipação intelectual Resenha O mestre ignorante - cinco lições sobre a emancipação intelectual Por Rafael Santos Ferreira* Desde a Academia de Platão até as plataformas de ensino mais avançadas dos dias atuais, a discussão

Leia mais

6º Anos. Leitura e Análise do Texto

6º Anos. Leitura e Análise do Texto 6º Anos Leitura e Análise do Texto Hamurábi, nascido em Babel, pertencente à primeira dinastia babilônica dos amoritas, foi o fundador do primeiro Império Babilônico, que unificou a Mesopotâmia, juntando

Leia mais

ARTIGOS 1º AO 4º. A vigente Constituição Federal (de 5 de outubro de 1988) contém a

ARTIGOS 1º AO 4º. A vigente Constituição Federal (de 5 de outubro de 1988) contém a ARTIGOS 1º AO 4º A vigente Constituição Federal (de 5 de outubro de 1988) contém a definição jurídica da Organização do Estado brasileiro, no seu artigo 1º: A República Federativa do Brasil, formada pela

Leia mais

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A S S E M B L E I A D A R E P Ú B L I C A. O Presidente INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA INTERVENÇÃO DE EDUARDO FERRO RODRIGUES, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 150 ANOS DA ABOLIÇÃO DA PENA DE MORTE EM PORTUGAL 1867 2017 CENTRO CULTURAL DE BELÉM 1 JULHO DE 2017 Há 150 anos era promulgada

Leia mais

---------------------------------------------------------------------------------------------- O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO E OS ADVOGADOS

---------------------------------------------------------------------------------------------- O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO E OS ADVOGADOS ORDEM DOS ADVOGADOS DELEGAÇÃO DE BARCELOS DIA DO ADVOGADO 19 DE MAIO DE 2010 ---------------------------------------------------------------------------------------------- O ESTADO DE DIREITO DEMOCRÁTICO

Leia mais

ESTADO E PODER POLÍTICO

ESTADO E PODER POLÍTICO AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que foram interpretados por estudiosos dos temas expostos. Todo exemplo citado em aula é, meramente,

Leia mais

Declaração dos Direitos da Mulher (1792) Olympe Gouges Preâmbulo

Declaração dos Direitos da Mulher (1792) Olympe Gouges Preâmbulo Declaração dos Direitos da Mulher (1792) Olympe Gouges Preâmbulo As mães, as filhas, as irmãs, representantes da nação, reivindicam constituir-se em Assembléia Nacional. Considerando que a ignorância,

Leia mais

Jean-Jacques Rousseau (1753) de Maurice Quentin de La Tour Da vontade geral surge o Estado

Jean-Jacques Rousseau (1753) de Maurice Quentin de La Tour Da vontade geral surge o Estado 1 JEAN-JACQUES ROUSSEAU: A VONTADE GERAL. Jean-Jacques Rousseau (1753) de Maurice Quentin de La Tour Da vontade geral surge o Estado Rousseau e a democracia direta 2 Assim como os demais pensadores políticos

Leia mais

Os contratualistas. Thomas Hobbes ( ) John Locke ( ) Jean-Jacques Rousseau ( )

Os contratualistas. Thomas Hobbes ( ) John Locke ( ) Jean-Jacques Rousseau ( ) Os contratualistas Thomas Hobbes (1588-1679) John Locke (1632-1704) Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) 1 Contratualismo Vertente filosófica derivada do jusnaturalismo ou direito natural moderno. Direito

Leia mais

Colégio Anglo-Brasileiro

Colégio Anglo-Brasileiro Colégio Anglo-Brasileiro Rua Mangalô, n 156 Colina A Patamares, Salvador/Bahia CEP: 41680-380 Tels: 33672173 / 33674510 Projeto Social Do 6 ao 9 ano EFII 2014 Colégio Anglo-Brasileiro/Projeto Social 2014/Cristina

Leia mais

CIÊNCIA POLÍTICA & TEORIA GERAL DO ESTADO EDUARDO TUMA

CIÊNCIA POLÍTICA & TEORIA GERAL DO ESTADO EDUARDO TUMA CIÊNCIA POLÍTICA & TEORIA GERAL DO ESTADO EDUARDO TUMA APRESENTAÇÃO DA MATÉRIA : SEMESTRE 02/2014 Aproximações conceituais: Estado e Ciência Política. Distinções de Ciência Política e Filosofia Política

Leia mais

A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE

A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE Diego Richard Ronconi 1 A Sociedade é a criadora do Estado. Na lição de Rousseau 2 a criação do Estado se deu diante da necessidade de se

Leia mais

A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE

A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE A CONSCIÊNCIA JURÍDICA E A PROTEÇÃO DOS INTERESSES DA SOCIEDADE Diego Richard Ronconi 1 A Sociedade é a criadora do Estado. Na lição de Rousseau 2 a criação do Estado se deu diante da necessidade de se

Leia mais

TEORIA GERAL DO ESTADO ELEMENTOS DO ESTADO. Prof. Thiago Gomes. Teoria Geral do Estado 1. CONTEXTUALIZAÇÃO. O que é necessário para formar um Estado?

TEORIA GERAL DO ESTADO ELEMENTOS DO ESTADO. Prof. Thiago Gomes. Teoria Geral do Estado 1. CONTEXTUALIZAÇÃO. O que é necessário para formar um Estado? TEORIA GERAL DO ESTADO Prof. Thiago Gomes 1. CONTEXTUALIZAÇÃO O que é necessário para formar um Estado? 1 1. A IDEIA DE ESTADO Primeira definição apresentada Estado é uma forma específica de sociedade

Leia mais

Prova de Filosofia - Contratualismo de J. J. Rousseau

Prova de Filosofia - Contratualismo de J. J. Rousseau PROFESSOR: RICARDO EVANGELISTA BRANDÃO DISCIPLINA FILOSOFIA II ESTUDANTE: EMANUEL ISAQUE CORDEIRO DA SILVA ASSUNTO: FILOSOFIA POLÍTICA/CONTRATUALISMO DE ROUSSEAU 1 ) Na primeira parte do Discurso Sobre

Leia mais

Duração estimada: No mínimo 10 horas-aula, no caso 5 encontros de aulas duplas.

Duração estimada: No mínimo 10 horas-aula, no caso 5 encontros de aulas duplas. Ensino Médio Disciplina filosofia Tema das aulas: Viver em Sociedade (Política) Duração estimada: No mínimo 10 horas-aula, no caso 5 encontros de aulas duplas. Material e método: xerox dos trechos dos

Leia mais

Aula 01 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO

Aula 01 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Turma e Ano: 2016 (Master A) Matéria / Aula: Teoria da Constituição - 01 Professor: Marcelo Leonardo Tavares Monitor: Paula Ferreira Aula 01 TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 1. Conceito de Constituição Sob um aspecto

Leia mais

Ética, direito e política. O homem é um animal político (Aristóteles)

Ética, direito e política. O homem é um animal político (Aristóteles) Ética, direito e política O homem é um animal político (Aristóteles) Homem Ser social - necessita do outro para se construir como pessoa Viver com os outros é: Uma necessidade Uma realidade Um desafio:

Leia mais

Filosofia Iluminista. Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p Unidade 08. Capítulo 05: pg

Filosofia Iluminista. Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p Unidade 08. Capítulo 05: pg Filosofia Iluminista Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p.57-58 Unidade 08. Capítulo 05: pg. 442-446 Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século

Leia mais

ROTEIRO DE OBJETO DE APRENDIZAGEM - RIVED- CURSO DE FILOSOFIA Título: Por que devo ser justo? Tela#1 (opção!)

ROTEIRO DE OBJETO DE APRENDIZAGEM - RIVED- CURSO DE FILOSOFIA Título: Por que devo ser justo? Tela#1 (opção!) ROTEIRO DE OBJETO DE APRENDIZAGEM - RIVED- CURSO DE FILOSOFIA 30.10.2007 Título: Por que devo ser justo? Título da animação: [1] Por que devo ser justo? [2] Fui educado assim. Para não ser punido. Porque

Leia mais

Pelo Exº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado parecer acerca da seguinte situação:

Pelo Exº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado parecer acerca da seguinte situação: ASSUNTO: Contratação de pessoal. Procedimento concursal.mobilidade. Contrato de avença. Parecer n.º: INF_DSAJAL_LIR_5731/2017 Data: 04-07-2017 Pelo Exº Senhor Presidente de Câmara Municipal foi solicitado

Leia mais