ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2010/11 FEIJÃO
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- Ian de Paiva Lage
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1 ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA RURAL ANÁLISE DA CONJUNTURA AGROPECUÁRIA SAFRA 2010/11 FEIJÃO Engenheiro Agrônomo Carlos Alberto Salvador novembro de INTRODUÇÃO O feijão é um alimento tradicional e muito consumido pelos brasileiros. É a base da dieta quando servido com arroz e fornece elementos indispensáveis à formação e saúde da população. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa 1) : Os grãos de feijão representam uma importante fonte protéica na dieta humana dos paises em desenvolvimento das regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, o feijão é um dos componentes básicos da dieta alimentar da população e importante fonte de proteína para as classes economicamente menos favorecidas. As Américas respondem por 43,2% do consumo mundial, seguidas da Ásia (34,5%), África (18,5%), (34,5%), África (18,5%), Europa (3,7%) e Oceania (0,1%). Os países em desenvolvimento são responsáveis por 86,7% do consumo mundial. Esta espécie apresenta ampla adaptação edafoclimática, o que permite seu cultivo durante todo o ano, em quase todas as unidades da federação brasileira, nas diferentes épocas e safras. Para White (1993), o feijoeiro é considerado uma espécie com pouca tolerância a estresses hídricos severos, sendo que 60% da produção mundial está submetida a este fator, tornando a seca o segundo maior redutor da produtividade, a qual é superada apenas pela ocorrência de doenças. O fornecimento de 1 Disponível em: Acesso em: 21 ago (41)
2 quantidades adequadas de água é um dos fatores fundamentais para garantir uma produtividade adequada na cultura da leguminosa. As espécies de feijão cultivadas são a Phaseolus vulgaris, feijão comum, cultivado em todo o território e Vigna unguiculata, vulgarmente chamado de feijão de corda, feijão macassar ou caupi, com predominância de plantio na Região Amazônica e Nordeste. A FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations), em sua metodologia, separa as estatísticas de feijão seco e de feijãocaupi seco. O objetivo deste trabalho é apresentar, de uma forma breve, considerações e dados relativos ao produto feijão, demonstrando sua importância na economia agrícola nos aspectos da produção e comercialização. 2 MUNDO A produção mundial de feijão seco, em 2008, situou-e em torno de 20,4 milhões de toneladas. Os seis principais países produtores de feijões secos, que juntos são responsáveis por cerca de 64% da produção mundial, são: Brasil, India, Mianmar, China, EUA e México. TABELA 01 FEIJÃO SECO - PRODUÇÃO MUNDIAL A 2008 (em toneladas) Países Brasil Índia Mianmar China EUA México Outros Total Fonte: FAO O Brasil é o maior produtor mundial de feijões (está incluída a produção de feijão-caupi), respondendo em 2008 por 17% da produção mundial. Na 2ª posição - (41)
3 está a Índia com 15% e na 3ª colocação está Mianmar com uma participação de 12%. Considerando-se a metodologia da FAO, a produção mundial de feijão-caupi em 2008 foi de 3,7 milhões de toneladas. O principal país produtor de caupi é a Nigéria, que responde por 51% da produção mundial. Em seguida vem o Níger, participando por 27% do total e Burkina na 3ª colocação com 5% do volume total médio produzido em TABELA 02 FEIJÃO CAUPI SECO - PRODUÇÃO MUNDIAL A 2008 (em toneladas) Fonte: FAO Países Nigéria Níger Burkina Faso Mianmar Camarões Outros Total As exportações mundiais de feijão em 2007 corresponderam a 2,9 milhões de toneladas, gerando uma receita de US$ 1,93 bilhão. A China foi o principal pais exportador, com 27% do total. O percentual do feijão produzido e transacionado internacionalmente no período de 2005 a 2007 está abaixo dos 16%. De acordo com a FAO, apenas cinco países respondem por 76% do comércio mundial da leguminosa. São eles: China, Mianmar, EUA, Canadá e Argentina. Quando comparado ao comércio mundial do trigo, da soja e do milho, que movimentam grandes volumes por ano, o comércio internacional de feijões apresenta menor destaque por ser usado basicamente como alimento humano. Os principais países consumidores também são os maiores produtores, tais como: India, Brasil, México e EUA; assim, o excedente é pequeno e o volume exportado também é reduzido. - (41)
4 TAELA 03 - FEIJÃO SECO: EXPORTAÇÕES MUNDIAIS 2005 a 2007 Países mil t milhões US$/t mil t milhões US$/t mil t milhões US$/t US$ US$ US$ China Mianmar EUA Canadá Argentina Outros Mundo Fonte: FAO Os principais países importadores de feijão são: India, EUA, Cuba, Japão, Reino Unido, Brasil, Itália e México. Juntos importaram em 2007 em torno de 1,32 milhão de toneladas e representam 45% das importações mundiais. A índia é o segundo maior produtor e principal importador de feijão. TABELA 04 FEIJÃO COMUM: IMPORTAÇÕES MUNDIAIS a 2007 Países mil t milhões US$ mil t milhões US$ mil t milhões US$ Índia 304,1 135,5 620,5 423,0 486,2 304,9 EUA 147,4 106,8 152,4 102,5 171,2 128,7 Cuba 138,5 63,0 138,9 65,1 127,2 66,4 Japão 117,5 92,3 119,6 89,1 122,8 103,8 Reino Unido 114,5 74,2 124,4 83,6 122,9 84,0 Brasil 100,7 43,1 70,1 26,5 96,3 52,3 Itália 92,4 65,8 106,8 76,7 104,9 94,6 México 79,0 56,2 131,7 81,1 91,7 68,3 Outros 1.387,8 780, ,8 895, , ,1 TOTAL 2.482, , , , , ,2 Fonte: FAO - (41)
5 3 BRASIL O plantio desta leguminosa é estendido a todas as regiões do território brasileiro. Considerada uma cultura de subsistência em pequenas propriedades, mas adotada também em sistemas de produção que requerem o uso de tecnologias intensivas como a irrigação. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), não há uma divisão entre os dados estatísticos do feijão comum e os do caupi. Para fins de preços mínimos de garantia, a CONAB classifica em duas tipificações: feijão anão (Phaseolus vulgaris) e feijão macassar (Vigna unguiculata). O feijão anão é cultivado em todo o território nacional. O cultivo do feijão macassar, ou caupi, está localizado principalmente nas regiões Nordeste e Norte. O cultivo dessa leguminosa é realizado em três safras, sendo a primeira denominada safra das águas, a segunda safra da seca e a terceira safra de outono/inverno : a 1ª safra é plantada no período de agosto a dezembro, se concentra em maior proporção nos Estados da Região Sul, e a colheita se dá entre novembro e abril; o plantio da 2ª safra abrange todos os Estados brasileiros, ocorre de dezembro a março, e a colheita está distribuída entre março a julho; a 3ª safra concentra-se na região tropical, é realizada de abril até julho, e colhido de julho a outubro. Segundo a CONAB, o Brasil colheu no período de 2006 a 2010 (tabela 05) em média 3,4 milhões de toneladas por ano. Na safra 2009/10, os três maiores produtores dessa leguminosa são o Paraná, Minas Gerais e a Bahia que, juntos, respondem em média por 47% da produção nacional, com destaque para o Paraná que participou na safra de 2009/10 com 23% do total nacional. - (41)
6 TABELA 05 FEIJÃO (TOTAL) - BRASIL - ESTADOS PRODUTORES 2006/07 A 2009/10 (em mil toneladas) ESTADOS 2006/ / / /10 (1) Partic. (%) Bahia 322,6 352,4 336,4 333,0 9,9 Ceará 124,6 253,0 159,3 84,5 4,6 Goiás 271,4 217,6 263,8 288,8 7,6 Mato Grosso 67,1 144,7 151,2 120,9 3,6 Minas Gerais 503,5 566,1 599,3 623,7 16,8 Paraná 795,3 763,8 723,2 794,2 22,6 Pernambuco 114,2 154,6 136,7 88,5 3,6 Rio Grande do Sul 146,3 103,3 125,4 115,3 3,6 Santa Catarina 208,9 180,9 178,5 167,7 5,4 São Paulo 313,9 277,1 324,8 318,6 9,1 Outros 471,9 507,4 492,0 329,9 13,2 BRASIL 3.339, , , ,1 100,0 FONTE: CONAB (nov/2010) Nota: (1) Dados Preliminares A região Sul é a maior produtora brasileira de feijão. Na última safra, a produção chegou a toneladas e responde aproximadamente por 31,6% da produção nacional. TABELA 06 FEIJÃO (TOTAL) BRASIL REGIÕES PRODUTORAS 2006/07 A 2009/10 (em mil toneladas) REGIÕES 2006/ / / /10 (1) Partic. (%) Norte 136,6 123,4 141,1 81,9 3,5 Nordeste 801, ,9 901,3 640,7 25,0 Centro-Oeste 411,4 424,7 473,4 493,2 13,2 Sudeste 839,8 865,6 947,7 972,1 26,6 Sul 1.150, , , ,2 31,6 FONTE: CONAB BRASIL 3.339, , , ,1 100,0 (nov/2010) Nota: (1) Dados Preliminares - (41)
7 Em 2º lugar vem o Sudeste com 26,6% e uma produção de 972 mil toneladas. Na 3ª colocação está o Nordeste com 926 mil toneladas de feijão e 25% da produção brasileira. Conforme a Tabela 07, na safra 2009/10, considerando-se a soma dos três plantios de feijão, a 1ª safra participou com 41%, a 2ª safra com 35% e a 3ª safra com 23%. A distribuição dos plantios nas três safras, no abastecimento nacional, vem se mantendo estável. TABELA 07 - FEIJÃO (TOTAL) BRASIL - PRODUÇÃO POR SAFRA /07 A 2009/10 (em mil t) SAFRAS 2006/ / / /10 (1) Partic. (%) 1ª Safra 1.567, , , ,1 41,3 2ª Safra 996,6 1445, , ,8 35,5 3ª Safra 775,2 832,3 774,5 779,2 23,2 BRASIL 3.339,7 3520, , ,1 100,0 FONTE: CONAB (nov/10) Nota: (1) Preliminar Conforme os dados do IBGE (tabela 08), foram selecionados os trinta maiores municípios produtores de feijão do país que, juntos, totalizaram 600 mil toneladas, cerca de 16% da produção total brasileira no referido ano. Os sete maiores produtores de feijão foram: Prudentópolis/PR, Unaí/MG, Euclides da Cunha//BA, Quijingue/BA, Reserva/PR, Cristalina/GO e Castro/PR. O Paraná, que é o maior Estado produtor de feijão, tem nove municípios dentro desse ranking: Prudentópolis, Reserva, Castro, Irati, Lapa, Cruz Machado, São Mateus do Sul, Ivaí e Tibagi, os quais responderam por 5,2%, com uma produção de 200,4 mil toneladas. - (41)
8 TABELA 08 FEIJÃO (TOTAL) BRASIL PRINCIPAIS MUNICÍPIOS Posição Município/Estado Produção (t) Partic. (%) 1 Unaí - MG ,21 2 Cristalina - GO ,69 3 Castro - PR ,47 4 Paracatu - MG ,34 5 Euclides da Cunha - BA ,26 6 Prudentópolis - PR ,26 7 Brasília - DF ,18 8 Luziânia - GO ,12 9 Buritizeiro - MG ,94 10 Reserva - PR ,73 11 Ituiutaba - MG ,68 12 Buritis - MG ,62 13 Irati - PR ,61 14 Centralina - MG ,60 15 Campos Novos - SC ,60 16 São Mateus do Sul - PR ,54 17 Planura - MG ,51 18 Tibagi - PR ,48 19 Lapa - PR ,48 20 Frutal - MG ,46 21 Rio Verde - GO ,42 22 Ibiá - MG ,42 23 Sapezal - MT ,39 24 Pato Branco - PR ,38 25 Cruz Machado - PR ,38 26 Água Fria de Goiás - GO ,37 27 Vitorino - PR ,36 28 Corbélia - PR ,36 29 Ivaí - PR ,36 30 Primavera do Leste - MT ,35 Outros ,42 Total Brasil ,00 Fonte: IBGE - (41)
9 Os dados da CONAB para o período 2006/11 apontam para estabilidade no consumo de feijão no Brasil. Neste período, a demanda média nacional está em torno de 3,5 milhões de toneladas. TABELA 09 FEIJÃO BRASIL - OFERTA E DEMANDA 2006/07 A 2010/11 ( mil toneladas) Safra Estoque Estoque Produção Importação Consumo Inicial Final 2006/07 176, ,7 96, ,0 81,4 2007/08 81, ,9 209, ,0 230,0 2008/09 230, ,7 110, ,0 317,7 2009/10 317, ,1 80, ,0 208,8 2010/11 208, ,8 100, ,0 270,6 Fonte: CONAB (nov/10) Consumo médio =>300 a 310 mil toneladas/mês de feijão 4 PARANÁ O feijão ocupa lugar de destaque na agricultura paranaense. É a quarta cultura em área plantada, sendo cultivada principalmente em pequenos e médios estabelecimentos e é uma das principais alternativas para o pequeno produtor e também uma grande demandadora de mão-de-obra, tanto familiar como contratada. A cultura do feijão sempre teve um papel importante para a economia paranaense, como geradora de emprego e renda no campo. O Valor Bruto da Produção Agropecuária Paranaense (VBP), que representa toda a receita bruta gerada pelo setor agropecuário, situou-se entre 2005 e 2009, em torno de R$ 32,6 bilhões anuais. O VBP do Paraná em 2009 foi de R$ 37,4 bilhões, a segunda maior cifra alcançada, desde A renda bruta do feijão em 2009 apresentou uma média de R$ 935 milhões anuais, o que representou, em média, 2,9% do VBP do Paraná. Em comparação com outros grãos, o produto tem se mantido na 4ª colocação, ficando atrás da soja, - (41)
10 do milho e do trigo. TABELA 10 - VALOR BRUTO PRODUÇÃO (1) - PARANÁ - CULTURAS SELECIONADAS A 2009 (em bilhões R$) Culturas Feijão 0,657 0,802 0,543 1,598 1,075 Milho 2,077 2,496 4,090 4,920 2,893 Soja 4,382 3,917 5,936 8,293 6,832 Trigo (3) 0,894 0,542 1,098 1,520 1,082 Outros (2) 17,690 18,046 18,025 20,879 25,060 Total 26,016 25,779 32,510 41,376 37,421 Fonte: SEAB/DERAL (1) Valores Nominais (2) Demais produtos: produção animal, outros grãos, outras culturas, produtos florestais, frutas, hortaliças, etc (3) Inclui triticale O plantio está distribuído, ao longo do ano, em três safras. A 1ª safra é a mais importante, com plantio compreendido entre agosto e novembro. De acordo com a tabela 11, a produção média de feijão total no período 2007 a 2010 situa-se em toneladas anuais, o que representa cerca de 57% da produção total paranaense de feijão. TABELA 11 FEIJÃO (TOTAL) PARANÁ PRODUÇÃO POR SAFRA 2007/08 a 2009/10 (em toneladas) SAFRA 2007/ / /10 (1) 1ª ª ª Total Fonte: IBGE; SEAB/DERAL (nov/2010) (1) Dados preliminares A produção da 2ª safra estadual de feijão, com época de plantio - (41)
11 recomendada para os meses de dezembro a fevereiro, tem se situado em torno de toneladas, o que representa cerca de 42% da produção total do estado. A 3ª safra está concentrada na região Norte e no Noroeste do estado e o plantio compreendido entre 11 de fevereiro e 10 de abril. É a menor safra, com uma produção média de toneladas e corresponde a 1% do total produzido no estado. A produção média de feijão total nas três safras é de toneladas. O Ministério da Agricultura, Pecuária e e Abastecimento (MAPA), por meio de Instrução Normativa estabelece o Regulamento Técnico do Feijão. De acordo com a coloração do tegumento (película) do grão o Feijão Comum é classificada em quatro classes definidas: branco, preto, cores e misturado. As duas principais classes são: preto e cores. TABELA 12 - FEIJÃO PARANÁ PRODUÇÃO POR CLASSE 2009/10 Safra (em %) Cores Preto 1ª ª ª Fonte: SEAB/DERAL A tabela 12 apresenta a produção por classe no estado para a safra 2009/10. No plantio do feijão das águas, cerca de 35% da produção é de feijão cores e 65 de feijão preto. No feijão da seca predomina o plantio de feijão de cor com cerca de 56% contra 44% de feijão preto. Na safra de inverno praticamente a totalidade da produção é de feijão de cor. 4.1 Preços do Feijão O plano agrícola e pecuário, safra 2010/11, do Ministério da Agricultura, - (41)
12 Pecuária e Abastecimento (MAPA), para garantir os preços mínimos para a Safra de Verão de produtos regionais e das regiões norte e nordeste, estabelece em R$ 80,00 o valor para a saca de 60 kg de feijão. Os preços nominais médios recebidos pelos agricultores no período de 2006/10 do feijão da classe cor e preto estão apresentados nas tabelas 13 e 14. TABELA 13 - FEIJÃO (CORES) PARANÁ -PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES 2006 A 2010 (R$/saca de 60 kg) Ano (1) Janeiro 61,53 43,77 177,23 96,15 55,86 Fevereiro 73,61 40,63 153,70 72,28 54,71 Março 85,52 40,43 144,65 63,44 74,63 Abril 76,94 42,09 108,34 66,79 104,97 Maio 57,21 52,77 112,34 64,75 104,66 Junho 47,69 59,12 153,46 68,12 99,76 Julho 43,19 57,75 134,78 74,45 88,74 Agosto 40,53 65,89 132,50 68,68 83,1 Setembro 49,30 76,20 157,03 66,64 116,84 Outubro 57,41 89,22 158,37 65,24 127,55 Novembro 57,60 97,38 99,81 60,52 110,12 Dezembro 52,66 168,59 93,70 54,42 - Média 58,60 69,49 135,49 68,46 92,81 Fonte: SEAB/DERAL Nota: (1) Janeiro a novembro De janeiro a outubro de 2010 (tabela 13), os preços médios recebidos pelos agricultores para o feijão preto foram de R$ 92,81/sc, cerca de 35,58% acima dos praticados em 2009 e 31,5% abaixo dos preços de 2008, quando as cotações atingiram níveis elevados. - (41)
13 TABELA 14 - FEIJÃO (PRETO) PARANÁ - PREÇOS MÉDIOS RECEBIDOS PELOS AGRICULTORES A 2010 (R$/saca de 60 kg) Ano/Mês (1) Janeiro 67,91 33,48 98,66 131,22 57,45 Fevereiro 64,31 32,34 111,57 100,23 56,86 Março 62,16 34,71 111,00 71,22 65,23 Abril 46,81 33,35 99,53 67,81 73,44 Maio 45,17 34,38 120,78 61,87 71,21 Junho 43,85 39,41 135,25 63,49 69,87 Julho 41,49 41,53 119,31 67,17 68,17 Agosto 40,40 45,51 120,17 62,85 66,27 Setembro 40,92 53,30 134,73 61,67 75,53 Outubro 44,50 62,95 155,86 61,84 88,09 Novembro 40,34 67,15 114,32 60,49 76,94 Dezembro 35,23 82,00 110,77 52,69 - Média 47,76 46,68 119,33 71,88 69,91 Fonte: SEAB/DERAL Nota: (1) Janeiro a novembro Para o período de janeiro a outubro de 2010, os preços recebidos pelos agricultores (tabela 14) foram de R$ 69,91/sc, cerca de 2,73% abaixo dos praticados em 2009 e menos 41,41% dos preços em 2008, quando as cotações atingiram níveis elevados. 5 Perspectivas para a safra 2010/11 O Brasil passa por um cenário de desenvolvimento econômico e tecnológico. A cultura tradicionalmente é cultivada por pequenos produtores, e desafia o agricultor à necessidade de produzir em menores espaços de área com aumento na produtividade e um produto final de qualidade. O aumento de renda da população nos últimos anos também reflete no consumo dos alimentos, possibilitando ganho no poder aquisitivo da população e o acesso a uma maior variedade de produtos. A tomada de decisão do agricultor Paranaense entre cultivar feijão na 1ª safra ou outra espécie passou pelas seguintes variáveis: Clima: De acordo com o Zoneamento Agrícola para a cultura de feijão 1ª safra no Estado do Paraná, ano-safra 2010/11 (Portaria 64/2010 do MAPA), a - (41)
14 espécie apresenta-se como não tolerante a geada, sensível ao calor excessivo e baixa tolerância a deficiência hídrica. A previsão climática para a primavera/2010 do Instituto Tecnológico SIMEPAR, em 15/09/2010, indicava que a partir da primavera o regime climático global estará sob a influência da La Ninã e com tendência de atingir seu ápice ao longo do próximo verão, e no decorrer do segundo semestre de 2010 será observado condição de estiagem. Custo de Produção: Redução no Custo de Produção (R$/saca de 60 kg) na relação agosto de 2008 e agosto O Custo Variável diminuiu 12,98% e o Custo Total foi 6,7% menor. Preços: Para o feijão cores houve recuperação, com um aumento de 58,9% nos preços médios recebidos pelos agricultores no período de janeiro a julho de Na classe preto ocorreu uma recuperação de 18,6% nos preços no período e os valores não chegaram ao preço minimo estabelecido pelo governo federal. Conforme o segundo levantamento da intenção de plantio da safra 2010/11, CONAB (novembro de 2010), a área de feijão primeira safra 2010/11 está estimada entre 1,41 milhão e 1,44 milhão de hectares, o que configura uma variação entre menos 0,4 e mais 2,2%, em relação à safra passada. As unidades da federação: Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio Grande do Sul apresentam redução na área de plantio. Com exceção da Bahia, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, São Paulo e Rio Grande do Sul, todos os demais estados apresentam produções maiores do que na safra anterior. Considerando-se as três safras, a CONAB estima uma produção brasileira de feijão, no período de 2010/11, de 3.47 milhões de toneladas, levando em conta a média entre o limite inferior (3,44 milhões de toneladas) e o superior (3,49 milhões de toneladas). O Brasil colherá um volume superior entre 5,3% a 7% à safra passada, que foi de 3,27 milhões de toneladas. De acordo com a SEAB/DERAL, a estimativa do plantio do feijão para a safra das águas 2010/11, no Paraná, aponta para uma área a ser cultivada de hectares, 3% maior que a da 1ª safra 2009/10. Ocorrendo condições climáticas - (41)
15 normais, a expectativa é de que a produção possa atingir toneladas, cerca de 8% acima do obtido na safra passada ( toneladas). Para a próxima safra, a região Sul e o Norte são as principais produtoras de feijão das águas e respondem respectivamente por 77% e 11% do total da produção. Nas seis regiões do estado verifica-se, com exceção da Norte e Noroeste, aumento da produção da leguminosa. Na região Sul, principal produtora de feijão, o aumento poderá ser de quase 13%. No Sudoeste do Estado (3ª região produtora) e no Oeste (4ª região produtora), a produção aumenta 26% e 59%, respectivamente. TABELA 15 FEIJÃO (1ª SAFRA) - PARANA - COMPARATIVO DE SAFRAS /10(1) e 2010/11(2) Núcleo Área (ha) Produção (t) Regional 2009/ /11 Var. (%) 2009/ /11 Var. (%) Apucarana , ,8 Campo Mourão , ,2 Cascavel , ,9 Cornélio Procópio , ,0 Curitiba , ,1 Francisco Beltrão , ,6 Guarapuava , ,2 Irati , ,3 Ivaiporã , ,6 Jacarezinho , ,1 Laranjeiras do Sul , ,8 Londrina , ,0 Maringá , ,0 Paranaguá , ,1 Paranavaí , ,3 Pato Branco , ,0 Ponta Grossa , ,8 Toledo , ,5 Umuarama , ,0 União da Vitória , ,3 Total , ,4 NORTE , ,2 NOROESTE , ,4 OESTE , ,3 C. OESTE , ,2 SUDOESTE , ,5 SUL , ,0 Fonte: SEAB/DERAL (1) Dados Preliminares (2) Estimativa nov / (41)
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COMPLEXO SOJA CBOT - Soja (U$/Bushel = 27,216) Máx Min NOV 989,25 981,50 7,75 992,00 981,75 JAN 998,50 990,75 7,75 1.001,75 990,00 MAR 1005,50 997,25 8,25 1.007,75 996,25 MAI 1012,25 1004,00 8,25 1.014,25
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