Macro Latam Mensal Revisão de cenário

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1 Macro Latam Mensal Revisão de cenário abril de 2013 Página Economia global Crescimento diverge nas margens opostas do Atlântico 3 Eventos recentes nos EUA e Europa reforçam a trajetória divergente de expansão Brasil Piora fiscal para segurar inflação e juros 6 Projetamos superávit primário em queda e déficit em transações correntes em alta Argentina Taxa de câmbio no mercado paralelo sofre nova depreciação 12 A Argentina propôs pagar os holdouts em condições semelhantes às oferecidas nas reestruturações anteriores. A probabilidade de um default permanece alta México Provável corte adicional na taxa de juros 15 O peso mexicano se fortaleceu com as notícias positivas sobre as reformas. Esperamos agora uma apreciação ainda mais forte da taxa de câmbio, abrindo espaço para um corte adicional na taxa de juros no final do ano Chile Déficits em conta corrente mais altos são preocupantes? 18 Embora o alto crescimento da demanda interna não tenha resultado em inflação, o déficit em conta corrente aumentou consideravelmente Peru Mineração lidera investimentos 21 Um relatório do Banco Central revelou que o setor de mineração vem liderando os planos de investimento ao redor do país. Os conflitos sociais abrandaram. A inflação acelerou em março, mas a tendência continua sob controle, mostrando que o forte crescimento econômico é sustentável Colômbia Banco Central encerra ciclo de afrouxamento 23 O Banco Central surpreendeu o mercado em sua última reunião com um corte maior na taxa básica de juros. O crescimento econômico encerrou 2012 em razoáveis 4,0%, impulsionado pela mineração Commodities Demanda mais fraca por grãos 25 Exportações de Brasil e Argentina também podem afetar preços no curto prazo Pesquisa macroeconômica Itaú Ilan Goldfajn Economista-Chefe Para acessar nossas publicações e projeções visite nosso site: A última página deste relatório contém informações importantes sobre o seu conteúdo. Os investidores não devem considerar este relatório como fator único ao tomarem suas decisões de investimento.

2 Em um mundo heterogêneo, América Latina avança, com exceções A economia global está acelerando ou desacelerando? Não há uma resposta simples. EUA e Europa têm comportamento divergente. A economia dos Estados Unidos cresceu a taxas robustas no primeiro trimestre. Esperamos alguma desaceleração no 2º trimestre, induzida pela política fiscal, mas o setor privado parece mais ajustado e a economia deve acelerar à medida que o ajuste fiscal arrefecer. Na Europa, em contrapartida, os últimos números sugerem que a recessão pode ser mais prolongada que o antecipado. Na Ásia, o Japão começou 2013 melhor, em parte impulsionado pelas políticas fiscal e monetária expansionistas. A China, por sua vez, mostrou moderação do crescimento no início do ano, em linha com nosso cenário. O crescimento heterogêneo no mundo, e os eventos como a crise bancária no Chipre e a indefinição política na Itália, denotam a fragilidade que ainda marca o cenário global, apesar dos avanços recentes. Na América Latina há mais sincronia, apesar das exceções relevantes (Brasil e Argentina). Em geral, o crescimento segue robusto, com baixa inflação. Destaque para o forte crescimento do investimento no Chile e no Peru. No Brasil, o crescimento melhora, mas moderadamente. A política fiscal continua expansionista. Desonerações tributárias, especialmente ao consumidor, estimulam a demanda e seguram a inflação no curto prazo. No médio prazo, trazem efeitos colaterais indesejados, como expectativas de inflação mais elevadas e um aumento mais rápido do que o esperado do déficit em conta corrente. A Argentina continua em crise. O câmbio paralelo voltou a se depreciar rapidamente em março, sintoma dos desequilíbrios de política econômica. O crescimento pode ser anda mais baixo do que o projetado, enquanto a inflação deve atingir novos picos, apesar do congelamento de alguns preços. O risco de um default técnico permanece elevado. Cordialmente, Ilan Goldfajn e equipe de macroeconomia Revisão de Cenário Mundo América Latina e Caribe Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior PIB - % 2,9 2,9 3,5 3,5 PIB - % 3,4 3,3 3,7 3,7 Brasil México Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior PIB - % 3,0 3,0 3,5 3,5 PIB - % 3,5 3,5 3,6 3,6 BRL / USD (dez) 2,00 2,00 2,00 2,00 MXN / USD (dez) 12,0 12,2 11,5 11,8 Taxa de Juros - (dez) - % 8,25 7,25 8,25 7,25 Taxa de Juros - (dez) - % 3,50 4,00 3,50 4,00 IPCA - % 5,6 5,7 6,0 6,0 IPC - % 3,3 3,3 3,5 3,5 Argentina Chile Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior PIB - % 2,0 2,0 2,0 2,0 PIB - % 5,3 5,3 5,0 5,0 ARS / USD (dez) 5,9 5,9 7,4 7,4 CLP / USD (dez) BADLAR - (dez) - % 21,0 21,0 22,0 22,0 Taxa de Juros - (dez) - % 5,00 5,00 5,00 5,00 IPC - % (estimativas privadas) 30,0 30,0 32,0 32,0 IPC - % 2,5 2,5 3,0 3,0 Colômbia Peru Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior Atual Anterior PIB - % 3,8 3,2 5,0 5,0 PIB - % 6,2 6,2 6,2 6,2 COP / USD (dez) PEN / USD (dez) 2,45 2,45 2,40 2,40 Taxa de Juros - (dez) - % 3,25 3,25 4,50 4,50 Taxa de Juros - (dez) - % 4,25 4,25 4,25 4,25 IPC - % 2,8 2,8 3,0 3,0 IPC - % 2,5 2,5 2,5 2,5 Página 2

3 Economia global Crescimento diverge nas margens opostas do Atlântico Eventos recentes nos EUA e Europa reforçam a trajetória divergente de expansão A economia dos EUA mostrou-se forte no primeiro trimestre. Estimamos que a expansão anualizada do PIB, com ajuste sazonal, atingiu 3,4%. Esperamos moderação no segundo trimestre, em virtude da desaceleração do acúmulo de estoques e da redução de gastos do governo federal. Mas o crescimento do consumo mostrou-se surpreendentemente resistente, e a perspectiva geral para a economia americana é boa. Elevamos nossas projeções de PIB de 1,7% para 1,9% em 2013 e de 2,3% para 2,4% em Do outro lado do Atlântico, a Europa ainda enfrenta problemas. O caso do Chipre e as eleições na Itália evidenciam a recorrência de períodos de incerteza. O índice dos gerentes de compras da indústria na Zona do Euro caiu de 47,9 em fevereiro para 46,6 em março, revertendo a maior parte dos ganhos registrados desde outubro. Agora esperamos contração de 0,6% (antes -0,5%) no PIB da Zona do Euro em Divergência no crescimento deve continuar PIB real da Zona do euro e EUA 110 índice, 2007 = Essas diferenças destacam o contraste gritante no desempenho econômico dos EUA e da Zona do Euro desde 2011 (ver gráfico). Acreditamos que este padrão persistirá em 2013 e Parte da diferença é cíclica Fonte: BEA, Eurostat, Itaú EUA Zona do euro Primeiro, o reequilíbrio do setor privado está mais avançado nos EUA. Os balanços de bancos e empresas já estão saudáveis, e a riqueza das famílias vem se recuperando. Por outro lado, na Europa, os bancos continuam se desalavancando, pois os balanços permanecem frágeis, especialmente nos países periféricos. Em segundo lugar, o ajuste fiscal nos EUA só se intensifica agora (ver gráfico), quando as finanças do setor privado já estão melhores. Na Zona do Euro, os setores público e privado estão se ajustando simultaneamente. 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0-0,5-1,0-1,5-2,0 Impulso fiscal nos EUA e zona do euro % do PIB EUA Zona do euro O terceiro aspecto cíclico é que as condições monetárias têm sustentado o crescimento nos EUA e nos países centrais da Zona do Euro, mas têm permanecido restritivas nos países periféricos desde As taxas de juros dos títulos soberanos são baixas nos EUA, Alemanha e França, enquanto seguem elevadas na Itália e Espanha, apesar de terem recuado das máximas (ver gráfico abaixo). Diante da conexão entre o balanço dos bancos e os títulos soberanos, os juros altos atrapalham a transmissão dos estímulos monetários do Banco Central Europeu aos países periféricos. Mas parte da diferença é estrutural. Os EUA têm Fonte: FMI, Itaú dinâmica populacional melhor e mercados de trabalho e de bens mais flexíveis do que a Europa. Estimamos que o crescimento potencial do PIB nos EUA esteja próximo de 2,0% ao ano até Já na Zona do Euro, calculamos o crescimento potencial ligeiramente abaixo de 1,0% ao ano no período. Página 3

4 Apesar da perspectiva de crescimento, a política monetária dos EUA permanecerá expansionista. Antecipamos que o FOMC só reduzirá o ritmo de compras de ativos (QE3) no segundo semestre de 2013, e só começará a elevar a taxa de juros no fim de 2015, quando a taxa de desemprego cair abaixo de 6,5% % juros Política monetária frouxa nos EUA, França e Alemanha. Apertada na Itália e Espanha. Títulos de 10 anos do governo Além disso, com o cenário econômico pior na zona do euro, o Banco Central Europeu (BCE) deve manter juros até E há chance de estímulos adicionais se indicadores antecedentes não estabilizarem nos próximos meses. 3 2 EUA Alemanha + França Itália + Espanha Fonte: Bloomberg, Eurostat, Itaú Esperamos que o dólar se aprecie. Revisamos nossa projeção do valor do euro em dólares de 1,28 para 1,25 no fim de 2013 e de 1,25 para 1,20 em EUA Boas perspectivas de crescimento, apesar de uma desaceleração no segundo trimestre Subimos nossa estimativa para o PIB no primeiro trimestre de 2,0% para 3,4%, pela taxa anualizada com ajuste sazonal. Esperamos moderação do crescimento no segundo trimestre, à medida que o acúmulo de estoques se desacelera e o governo federal corta gastos. Mas o crescimento do consumo mostra-se surpreendentemente resistente. A perspectiva geral para a economia americana é boa. Estimamos que o consumo tenha crescido ao redor de robustos 3,1% anualizados no primeiro trimestre. As famílias diminuíram a poupança para manter o nível de consumo, apesar da queda na renda pessoal provocada pela elevação de impostos. A taxa de poupança recuou de 3,9% na média de 2012 para 2,5% no primeiro trimestre de Esperamos retorno gradual a um patamar de 3,0% a 3,5%, mais consistente com o equilíbrio de longo prazo. Há risco de o consumo crescer menos do que o esperado se a poupança se ajustar mais rapidamente. Mas até agora há poucas evidências de que esse risco vá se materializar. O acúmulo de estoques parece ter se acelerado no primeiro trimestre, e deve contribuir com cerca de um terço do crescimento do PIB no período. Contribuições de estoque são ajustes transitórios na produção, de modo que antecipamos menor contribuição no resto do ano. Os cortes automáticos de gastos do governo federal (conhecido como Sequestro) equivalentes a 0,5% do PIB começaram em 1º de março. O governo federal deve implantá-los gradualmente, mas reduzirá o crescimento da demanda no segundo e terceiro trimestres de Resumidamente, diante da maior força observada no primeiro trimestre e do crescimento mais resistente do consumo, subimos nossas projeções para o PIB de 1,7% para 1,9% em 2013 e de 2,3% para 2,4% em Chipre Precedentes importantes, mas contágio limitado O Chipre tornou-se a mais recente vítima da crise do euro. Seus dois maiores bancos, com volume de ativos equivalentes ao triplo do PIB da ilha, tornaram-se insolventes pelas perdas com títulos da Grécia. A chamada Troika de credores internacionais (BCE, União Europeia e Fundo Monetário Internacional) acertou um programa de resgate de 10,0 bilhões (US$ 12,8 bilhões), que impõe Página 4

5 grandes perdas aos credores desses bancos. O governo cipriota foi obrigado a impor controles de capitais para impedir uma corrida bancária. O Chipre reacenderá a crise do euro? Há riscos, mas avaliamos que o contágio aos países periféricos continuará limitado. O principal risco é que depositantes de bancos dos países periféricos fujam em massa para os bancos de economias mais fortes, temendo o mesmo destino de quem depositou dinheiro no Chipre. De fato, pela primeira vez na crise do euro, dívida bancária sênior e depósitos sem garantias (acima de euros) foram atingidos, e controles de capitais foram impostos dentro da união monetária. Consideramos um risco importante, sobretudo se algum país precisar de ajuda adicional da Troika para estabilizar o sistema bancário. Não é o caso no momento. Os programas adotados por Grécia, Portugal, Irlanda e Espanha permanecem bem estabelecidos, sem necessidade de fundos adicionais para os bancos. Se a situação mudar e alguma dessas economias (ou Itália) precisar de ajuda, a Europa dificilmente repetiria a estratégia usada no Chipre. Apesar da correta intenção de economizar o dinheiro dos contribuintes e obrigar os credores dos bancos a assumirem parte dos custos de suas decisões, a maioria dos líderes europeus afirma que o modelo do resgate de Chipre é uma exceção. A economia é muito pequena e sem muitas ligações com o resto da Zona do Euro. Além disso, houve perda para os depositantes (parte importante vindo da Rússia) porque, ao contrário de outros países, esses são praticamente a única fonte de financiamento de um sistema financeiro relativamente grande. O avanço da união bancária e o reforço à possibilidade de capitalização direta dos bancos pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) também devem ajudar a acalmar os investidores e evitar o contágio. Além disso, o mecanismo do BCE, de compra de títulos e fornecimento de liquidez aos bancos, continua sendo uma barreira protetora crível. De todo modo, a evolução dos depósitos bancários na Europa será monitorada de perto por nós e pelo mercado nos próximos meses. Não esperamos grandes fugas, mas se isso ocorrer, os mercados reagirão negativamente e as autoridades precisarão intensificar novamente os esforços para conter a crise. China Moderação do crescimento, política monetária mais neutra A atividade na China moderou nos dois primeiros meses do ano. A produção industrial subiu 9,9% na comparação anual, abaixo dos 10,3% de dezembro. A expansão das vendas no varejo recuou de 15,2% para 12,3%. Já o investimento nominal em ativos fixos aumentou 21,2%, um pouco mais do que a taxa de 20,8% apurada no último trimestre de A inflação em 12 meses subiu de 2,0% em janeiro para 3,2% em fevereiro, alta bastante influenciada pela celebração do Ano Novo Chinês. Esperamos que a inflação diminua em março, mas volte a acelerar no fim do ano. O banco central sinalizou preocupação com a alta de preços e que vai adotar uma postura neutra para a política monetária este ano. A desaceleração suave da atividade e políticas fiscal e monetária menos estimulativas nos parecem consistentes com nossas projeções para o PIB de 8,0% em 2013 e 7,7% em Japão Banco do Japão supera expectativas O novo governador Haruhiko Kuroda do Banco do Japão (BoJ) estreou agressivamente. O banco central vai comprar mais ativos, em um ritmo mais rápido, e com prazos mais longos do que acreditávamos. O BoJ também substituiu o seu objetivo operacional de taxa de juros para expansão da base monetária. Finalmente, o banco manterá a expansão até inflação estabilizar na meta de 2%, Página 5

6 o que espera que ocorra em cerca de dois anos. No geral, vemos o BoJ expandindo seu balanço agressivamente e mais do que qualquer outro dos principais banco centrais do mundo. A recuperação da economia japonesa continua nos trilhos. A atividade é sustentada por ações mais valorizadas e por um iene mais fraco, que já incorporam as expectativas de uma política monetária mais frouxa. A política fiscal provê estímulos adicionais. O otimismo de consumidores e empresários sugere que o consumo continuará firme, assim como a recuperação dos investimentos. A variação do PIB no quarto trimestre de 2012 foi revisada de -0,1% na primeira estimativa para 0,0%, com melhora em todos os componentes da demanda doméstica. Elevamos nossas projeções para o PIB de 0,8% para 1,0% em 2013 e de 1,0% para 1,1% em Commodities Menor demanda por grãos Os preços das commodities caíram 2,1% em março. Olhando adiante, baixamos nossas projeções para os preços de soja, trigo e metais básicos. Agora esperamos queda anual de 0,9% para o Índice de Commodities Itaú (ICI) em 2013 (nossa previsão anterior era de alta de 0,4%). Quando comparado às variações anuais de preços entre 2007 e 2012, nossa projeção continua sendo de preços praticamente estáveis em O sub-índice de agricultura recuou 2,3% em março. A principal queda ocorreu em 28 de março, após a divulgação do relatório do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que revelou estoques acima do esperado para milho, soja e trigo no país. A alta de preços agrícolas no ano passado provocou uma maior redução da demanda do que sugeriam indicadores recentes. Do lado da oferta, os embarques das boas safras de grãos do Brasil e da Argentina também podem ajudar a manter a tendência declinante dos preços no curto prazo. Para o próximo ano-safra, as condições climáticas continuam consistentes com a recuperação da produtividade no Hemisfério Norte. Mas o período crítico para o desenvolvimento da safra ainda está distante, e não se pode descartar uma reprise das perdas do ano passado. Os preços dos metais básicos registraram queda de 2,1% no último mês, mas sem mudanças relevantes nos fundamentos. Restrições ao mercado imobiliário na China e a recessão na Europa continuam restringindo o crescimento da demanda de metais. Por fim, o sub-índice de energia subiu 1,0%. O barril de petróleo do tipo Brent seguiu próximo de US$ 110, consistente com nosso cenário básico, diante das condições de oferta e demanda ao longo de Projeções: Economia mundial P 2014P Economia mundial Crescimento do PIB Mundial - % 2,8-0,6 5,1 3,8 2,8 2,9 3,5 EUA - % -0,3-3,1 2,4 1,8 2,2 1,9 2,4 Zona do Euro - % 0,3-4,4 2,0 1,5-0,5-0,6 0,9 Japão - % -1,0-5,5 4,7-0,6 1,9 1,0 1,1 China - % 9,6 9,2 10,4 9,3 7,8 8,0 7,7 Taxas de juros e moedas Fed funds - % 0,2 0,1 0,2 0,1 0,2 0,2 0,2 USD/EUR - final de período 1,40 1,43 1,34 1,30 1,32 1,25 1,20 YEN/USD - final de período 91,3 90,0 83,2 77,8 83,6 95,0 95,0 Índice DXY* 83,1 76,8 80,0 79,6 79,8 83,3 84,9 * O DXY é um índice para o valor internacional do dólar americano, que mede seu desempenho em relação a uma cesta de moedas incluindo: euro, iene, libra, dólar canadense, franco suíço e coroa sueca. Fontes: FMI, Haver e Itaú. Página 6

7 Brasil Piora fiscal para segurar inflação e juros Projetamos superávit primário em queda e déficit em transações correntes em alta Nossas projeções para o superávit primário mostram queda para 1,9% do PIB em 2013 e para 0,9% do PIB em 2014 (em relação aos 2,4% de 2012). Em função das desonerações, acreditamos em uma inflação menor neste ano. Devido à prorrogação do desconto no IPI, reduzimos a projeção de variação do IPCA em 2013 de 5,7% para 5,6%. Para 2014 a projeção foi mantida em 6,0%. As projeções de crescimento do PIB são de 3,0% neste ano e de 3,5% em Após a divulgação da ata da reunião do Copom de março, onde o Banco Central (BC) sinalizou alta de juros, alteramos nosso cenário para a taxa Selic de estabilidade para um aumento de no máximo 100 pontos base (p.b.), a passos de 25 p.b. por reunião a partir de maio. Após este ciclo de alta, esperamos a manutenção da taxa Selic em 8,25% ao ano até dezembro de O risco é um ciclo de aperto monetário mais curto do que aquele que projetamos, inclusive a manutenção da taxa Selic no atual patamar, caso a inflação corrente seja melhor do que o esperado. O déficit em conta corrente tem se elevado, e o investimento estrangeiro direto (IED) mostra algum arrefecimento. Há financiamento ao nosso déficit externo, mas suas condições já foram mais favoráveis. Elevamos nossa projeção para o déficit em transações correntes deste ano de 2,6% para 2,9% do PIB, em parte devido à redução das projeções do saldo comercial de US$ 14 bilhões para US$ 10 bilhões. Revisamos também para baixo as projeções de IED, de US$ 63 bilhões para US$ 59 bilhões (ou 2,4% do PIB). Para a taxa de câmbio, continuamos com o cenário de 2 reais por dólar até o final de Política fiscal mais expansionista Em fevereiro, o setor público registrou um saldo primário negativo de 3,0 bilhões de reais, ou 0,8% do PIB do mês. Este foi o pior resultado para o período desde o início da série histórica (2002), reforçando a nossa avaliação de que o forte desempenho de janeiro (i.e., saldo primário de 30,3 bilhões de reais, ou 8,1% do PIB mensal) havia sido um ponto fora da curva. Em decorrência da gradual recuperação da atividade econômica, e a despeito das desonerações de impostos, há sinais de estabilização na arrecadação tributária federal, após seguidas quedas registradas no segundo semestre de Contudo, os gastos do governo central crescem a taxas elevadas neste início de ano em torno de 7,5% em relação ao ano passado o que ajuda a explicar a redução recente no esforço fiscal. 4,5% 4,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,0% Superávit primário continua em queda % PIB, acumulado em 12 meses Estimamos que o resultado primário recorrente (que exclui operações orçamentárias atípicas ou temporárias) esteja em torno de 1,7% do PIB no acumulado em doze meses até fevereiro (o resultado convencional no mesmo período é de 2,16%). Este é o menor patamar da nossa série de primário recorrente desde abril de 2011, o que sugere uma postura de política fiscal provavelmente mais expansionista. Decisões recentes de política econômica vêm reforçando as expectativas de uma redução do superávit primário nos próximos anos. O orçamento aprovado recentemente pelo Congresso Nacional conta com um volume de abatimentos da meta fiscal superior ao de anos anteriores. De acordo com a LDO (Lei de 2,16% 1,5% Superávit primário 1,72% 1,0% convencional Superávit primário 0,5% recorrente fev-08 fev-09 fev-10 fev-11 fev-12 fev-13 Fonte: Banco Central, Itaú Página 7

8 Diretrizes Orçamentárias) de 2013, o governo pode reduzir a meta de superávit primário em até 65 bilhões de reais (1,4% do PIB), utilizando-se de qualquer combinação entre gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações tributárias. Esta maior flexibilidade na utilização dos abatimentos deverá garantir uma plena utilização deste espaço fiscal, dado o elevado volume de desonerações já previstos para este ano (que estimamos em cerca de 60 bilhões de reais para 2013) e uma provável execução mais acelerada do PAC (em função do trâmite final de projetos orçados em anos anteriores e da reclassificação de despesas do PAC que elevou a lista de projetos no final do ano passado). Novas reduções de tributos vêm sendo anunciadas ou discutidas. Em março, o governo desonerou itens da cesta básica, o que deverá ocasionar uma renúncia fiscal de 5,5 bilhões de reais neste ano (cerca de 7,3 bilhões de reais no ano que vem). Também decidiu-se por não elevar as alíquotas do imposto sobre produtos industrializados (IPI) aplicadas aos automóveis (a programação era a de elevar as alíquotas em abril e em julho). A manutenção das alíquotas em vigor no mês de março gera uma renúncia fiscal de cerca de 2 bilhões de reais em Outros produtos (tais como medicamentos e combustíveis) podem ter anúncios de reduções de impostos em breve. Para os próximos anos, antevemos um crescente volume de desonerações e uma expansão relativamente rápida na despesa federal (cerca de 5% ao ano, acima, portanto, das estimativas de PIB potencial, que giram em torno de 3%). Projetamos um resultado primário em queda para os próximos anos, com o resultado primário convencional saindo de 2,4% do PIB em 2012 para 1,9% (primário recorrente: 1,5%) em 2013 e para 0,9% (primário recorrente: entre 0,5% e 0,9%) em Nossos números projetados para o orçamento são consistentes com uma pequena elevação do endividamento público no biênio : estimamos que a dívida líquida do setor público deverá subir de 35,2% do PIB em 2012 para um nível um pouco abaixo de 36% do PIB. A dívida bruta do governo geral excluindo o impacto das variações nas reservas internacionais depositadas no Banco Central deverá aumentar dos cerca de 40% do PIB ao final de 2012 para algo em torno de 41% até dezembro de A inflação deve ter superado o teto da meta no primeiro trimestre, porém recuará nos próximos meses A inflação se manteve pressionada no início do ano e deve ter fechado o primeiro trimestre com variação próxima de 2%, contra 1,2% no mesmo período de Com este resultado, a taxa do IPCA em 12 meses deve ter alcançado 6,6%, superando o teto da meta de inflação. O índice de difusão continua revelando altas de preços mais disseminadas, enquanto as medidas de núcleo mostram que a inflação subjacente permanece em nível elevado. 6,0 5,6 5,2 4,8 4,4 % Expectativas de inflação em alta IPCA: mediana de mercado (Relatório Focus) ,0 jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 Fonte: Banco Central Apesar da pressão de alta no início do ano, esperamos que a inflação recue ao longo do segundo trimestre, sobretudo por conta do grupo alimentação. Os preços dos alimentos devem começar a reverter parte da alta de períodos anteriores, em função tanto da desoneração de produtos da cesta básica como do repasse de baixas nos preços agrícolas no início do ano. No âmbito dos preços ao produtor, vários produtos já apresentaram queda no primeiro trimestre, com destaque para soja, milho, arroz, café, bovinos, aves e suínos. A normalização da oferta de alimentos in natura também deve trazer alívio à inflação um pouco mais à frente. As alíquotas do IPI sobre os automóveis, que seriam elevadas no início de abril e de julho, foram mantidas até o final do ano. Esta desoneração tributária Página 8

9 reduz a inflação deste ano, permanecendo tudo o mais constante. O impacto no IPCA, ao retirarmos as altas para os preços de automóveis novos que contemplávamos no cenário, é de -0,14 p.p. Portanto, considerando esta alteração tributária, reduzimos a projeção para o IPCA deste ano de 5,7% para 5,6%. Para 2014 mantivemos a projeção de 6,0% para o IPCA. O principal fator de risco de alta no nosso cenário para a inflação é o de que o aumento recente dos preços, que se mostrou mais disseminado, se torne mais persistente. Condições mais favoráveis de demanda e piora nas expectativas de inflação podem sancionar um maior repasse de alta nos custos das empresas, com impacto principalmente nos preços dos produtos transacionáveis. Neste cenário, tanto o indicador de difusão quanto o índice cheio e as medidas de núcleo podem se acomodar em patamares mais elevados, tornando mais difícil o processo de redução da inflação. Outro fator de risco se origina na inflação de serviços, que segue resistente, em que pese algum arrefecimento na margem. Em contraste, o risco de baixa no nosso cenário está relacionado à possibilidade de um comportamento ainda mais favorável dos preços dos alimentos. O repasse da desoneração da cesta básica pode ser maior do que o esperado. Da mesma forma, a reversão das condições desfavoráveis do ano passado, que caracterizaram o choque de oferta agrícola, pode se mostrar mais pronunciada. Por fim, o governo pode anunciar mais desonerações tributárias, bem como adiamentos ou diluição de reajustes em preços administrados. Política monetária com cautela O Banco Central tem reconhecido a piora da inflação. Todavia, como a persistência da pressão inflacionária é incerta, agirá com cautela. Se agir. Em suas últimas comunicações oficiais ata do Copom de março e Relatório de Inflação (RI) do primeiro trimestre o Banco Central (BC) reconhece a dinâmica desfavorável da inflação no curto prazo e seu risco sobre as expectativas. No entanto, indica que a persistência desse quadro é incerta. Segundo o BC, incertezas de origem externa e interna cercam o cenário prospectivo da inflação. As incertezas de origem externa estão provavelmente relacionadas às indefinições na Europa (impasse político na Itália, crise bancária no Chipre), ajuste fiscal nos EUA e dinâmica dos preços das commodities, entre outras. Entre as incertezas internas, estão o ritmo e a sustentabilidade da retomada da atividade econômica e o impacto das diferentes medidas de desoneração tributária sobre a dinâmica inflacionária de curto prazo. Diante desta visão de um quadro complexo, o Copom sinaliza que conduzirá a política monetária com cautela. Em outras palavras, esperará até ter certeza de que uma ação de política monetária é necessária. Nesta visão, ganha importância a inflação corrente. Em nosso cenário, o IPCA mensal deve recuar de forma importante nos próximos meses, beneficiado pela queda nos preços dos grãos nos mercados internacionais, pela sazonalidade dos alimentos in natura e, principalmente, pelas desonerações tributárias. A inflação mais favorável no curto prazo tende a reduzir a urgência de um eventual aperto monetário. Um processo de aperto monetário que na visão do governo seja prematuro ou intenso demais pode abortar a recuperação da economia, com efeitos indesejados sobre o mercado de trabalho e o consumo. Podemos sintetizar a visão do governo da seguinte forma: a inflação surpreendeu para cima e pode contaminar as expectativas, demandando um ajuste nos juros. Desonerações fiscais ajudam a reduzir a inflação corrente. O cenário é incerto e existem razões para acreditar que a inflação será baixa nos próximos meses. Há que buscar o ajuste fino dos instrumentos para conter as expectativas Página 9

10 de inflação, mas não a ponto de afetar o crescimento. Desta forma, a alta de juros, se ocorrer, tende a ser moderada e cautelosa. Acreditamos em um ciclo de alta de no máximo 1 ponto percentual, a partir da reunião de maio, ao ritmo de 0,25 p.p. por reunião. Caso haja alívio mais intenso do que o esperado da inflação no curto prazo, a programada elevação de juros poderá não ocorrer. Atividade econômica com sinais mistos O crescimento do PIB deve ter sido forte no primeiro trimestre. Nossa projeção de 1,2% de crescimento na comparação com o quarto trimestre não se alterou com as últimas informações, embora tenha aumentando o risco de uma expansão um pouco mais baixa. Os dados também reforçam que fatores temporários explicam parte relevante desta expansão. Além do forte aumento da safra agrícola (algo já considerado em nosso cenário há alguns meses), que deve ser bem menos intenso no segundo trimestre, a atividade industrial também mostra que a força de janeiro não representava uma nova tendência. Os dados de fevereiro foram fracos, e os primeiros dados de março são mistos (forte produção de veículos, mas queda do índice de confiança). A expansão do segundo trimestre também deverá ser menor na indústria. Melhora da confiança continua lenta 120 Sondagem industrial índice, com ajuste sazonal jan-10 out-10 jul-11 abr-12 jan-13 Reforça este quadro o comportamento da confiança do empresário industrial. Depois da estagnação de janeiro e fevereiro, o indicador caiu 1,5% em março, voltando ao nível de setembro de A lenta retomada da confiança do empresário é indicação de atividade industrial crescendo moderadamente e investimento acelerando a passos lentos adiante. Do lado externo, permanece o cenário de crescimento gradual da economia mundial. E as incertezas continuam elevadas. As dúvidas sobre o plano de resgate do sistema bancário do Chipre e suas consequências ilustram a fragilidade do cenário externo. Fonte: FGV, Itaú O consumo das famílias continua em expansão, embora haja sinais também de algum arrefecimento. O consumidor, embora ainda otimista, tem reduzido sua confiança há vários meses. O mercado de trabalho continua positivo, sendo fonte de sustentação do aumento do consumo. Porém, a menor elevação do salário mínimo, as contratações em ritmo um pouco mais lento e a inflação mais alta diminuem o ritmo de aumento da renda real. A prorrogação das alíquotas do IPI até o fim do ano deve evitar uma queda das vendas no segundo semestre. O impacto no PIB pode ser positivo, mas pequeno. De qualquer modo, reduz o risco de um crescimento ainda mais baixo da economia neste ano. Os investimentos devem ter fechado o primeiro trimestre com crescimento forte. A produção de bens de capital de transportes, em especial dos caminhões, avançou a taxas elevadas. Isso influenciou a formação bruta de capital fixo no primeiro trimestre. No entanto, o efeito tende a ser temporário. A lenta melhora da confiança e as incertezas quanto ao cenário externo e quanto à retomada doméstica tendem a fazer com o que o investimento cresça devagar. Outro elemento que reforça a perspectiva de crescimento gradual após um primeiro trimestre forte é a difusão dos dados de atividade econômica. Um conjunto amplo de dados relativos à renda, crédito, emprego, produção, vendas, entre outros, sugere um crescimento adiante inferior ao que projetamos para o primeiro trimestre do ano. Embora os dados apontem para uma expansão nos trimestres seguintes inferior ao projetado para o primeiro trimestre, estes mesmos dados sugerem que o ritmo de crescimento deverá ser mais Página 10

11 Projeção Macro Latam Mensal abril de 2013 intenso do que no segundo semestre de Por exemplo, os estoques na indústria estão bem ajustados, e o mercado de crédito mostra sinais de melhora. Em termos reais, a média diária das concessões totais cresceu 15,1% ante o mesmo mês do ano anterior, um ritmo semelhante ao dos dois meses anteriores, mas acima do registrado no segundo semestre de 2012 (4,3%). A taxa de inadimplência acima de 90 dias à pessoa física passou de 5,5% em janeiro para 5,4% em fevereiro, quinto mês consecutivo de queda. No mesmo período, a taxa de inadimplência acima de 90 dias à pessoa jurídica ficou estável em 2,3%. Nos juros, os sinais são de estabilidade, assim como nos spreads. Uma mudança na direção de um crescimento mais lento, especialmente em 2014, é o aperto das condições monetárias. Nosso cenário, ao longo do último mês, passou a contemplar um aumento de 100 pontos base na taxa de juros básica. Este aperto, mesmo considerando alguma obstrução no canal de transmissão da política monetária, reduziria em 0,1 ponto percentual a taxa de crescimento do PIB deste ano, e teria um impacto de -0,4 p.p. em No entanto, projetamos que outros instrumentos de política econômica (para-fiscal, por exemplo) serão utilizados para evitar um arrefecimento da atividade econômica, principalmente em Em suma, a economia está avançando. No entanto, as evidências de diversos indicadores são de que o ritmo ao longo do ano não deve ser nem tão forte quanto o do primeiro trimestre de 2013, nem tão fraco quanto aquele dos trimestres de Mantemos as nossas projeções de crescimento para o PIB deste ano em 3,0%, e em 3,5% para Mais déficit em conta corrente e menos investimento estrangeiro direto O déficit em conta corrente tem se elevado, ao mesmo tempo em que o investimento estrangeiro direto mostra algum arrefecimento. Ainda assim, a posição externa brasileira é bastante favorável, e há fluxos para financiar o déficit atual. Ou seja, ainda há apetite por ativos brasileiros. No entanto, para um país que precisa de poupança externa para garantir um aumento da taxa de investimento nos próximos anos, mudanças na dinâmica do balanço de pagamentos e de sua composição, se forem permanentes, podem ter implicações relevantes para o cenário doméstico (pressão cambial, perda de reservas e menor crescimento) Em fevereiro, o déficit em conta corrente somou US$ 6,6 bilhões, uma deterioração de US$ 8,3 bilhões em relação ao mesmo mês de Essa piora se deveu principalmente a dois componentes: o saldo comercial, que registrou déficit de US$ 1,3 bilhão no mês, impulsionado pelas importações de combustíveis, e a remessa de lucros e dividendos, que volta a aumentar juntamente com o ritmo da atividade econômica Déficit em conta corrente supera IED bilhões de dólares, acumulado em 12 meses Déficit em conta corrente IED Fonte: Banco Central, Itaú O IED, por sua vez, somou US$ 3,8 bilhões em fevereiro, e US$ 7,5 bilhões no bimestre, marcando um recuo em relação aos US$ 9 bilhões do mesmo período de Já os investimentos em portfólio mantêm-se em níveis bastante positivos, com o investimento em bolsa e renda fixa no Brasil somando US$ 6,7 bilhões nos primeiros dois meses do ano. Acreditamos que essa alteração no balanço de pagamentos perdurará e que, em 2013, o déficit em conta corrente acumulará US$ 71 bilhões, ou 2,9% do PIB (antes, 2,6% do PIB). Essa mudança no déficit tem dois determinantes principais: (i) a piora do saldo comercial; e (ii) o aumento das remessas de lucros e dividendos. Página 11

12 Reduzimos nossa projeção para o superávit de 2013 de US$ 14 bilhões para US$ 10 bilhões, devido, especialmente, à decepção das exportações de manufaturados em relação às nossas projeções anteriores. Apesar da América Latina, principal destino desses produtos (41% do total), estar crescendo em ritmo elevado, barreiras comerciais e outros fatores têm evitado que as vendas de produtos brasileiros acompanhem essa expansão. Quanto às exportações de soja, diversos problemas logísticos nas rodovias e hidrovias brasileiras, juntamente com ameaças de greve, estão fazendo com que os embarques do primeiro trimestre tenham somado apenas 4,5 milhões de toneladas, em comparação com 9,1 milhões em Entretanto, as exportações do grão e de seus derivados não estão comprometidas para o ano. A safra recorde de soja será um ponto positivo para o saldo comercial de Alteramos também a nossa projeção para a remessa de lucros e dividendos, de US$ 25 bilhões para US$ 31 bilhões, incorporando os dados realizados e reavaliando o fluxo futuro. Em relação ao investimento estrangeiro direto, diminuímos nossa projeção, de US$ 63 bilhões para US$ 59 bilhões (ou 2,4% do PIB). Com isso, o IED não financiará mais o déficit em transações correntes e o acúmulo de reservas sairá de US$ 18,9 bilhões em 2012 para US$ 9 bilhões em Todavia, dados os US$ 380 bilhões em reservas acumuladas e a dívida externa líquida negativa, a nossa posição internacional de investimentos continua benigna. Apesar da posição externa ainda favorável, há alguma piora do prêmio de risco-país. Diferente de alguns de seus pares, o risco Brasil subiu nas últimas semanas, com um movimento que não parece somente decorrente do incerto ambiente internacional. A piora, ainda que modesta, pode estar associada a fatores domésticos, como resultados mais fracos das contas públicas. Entretanto, fluxos externos piores podem elevar a percepção de risco-país na margem. Em relação ao câmbio, não houve alteração do nosso cenário. Continuamos com a projeção de 2 reais por dólar ao fim de 2013 e de Projeções: Brasil P 2014P Atividade Econômica Crescimento real do PIB - % 5,2-0,3 7,5 2,7 0,9 3,0 3,5 PIB nominal - BRL bi PIB nominal - USD bi PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual 7,9 8,1 6,7 6,0 5,5 5,4 5,1 Inflação IPCA - % 5,9 4,3 5,9 6,5 5,8 5,6 6,0 IGP M - % 9,8-1,7 11,3 5,1 7,8 4,5 6,0 Taxa de Juros Selic - final do ano - % 13,75 8,75 10, ,25 8,25 8,25 Balanço de Pagamentos BRL / USD - dez 2,40 1,75 1,69 1,84 2,08 2,00 2,00 Balança comercial - USD bi Conta corrente - % PIB -1,7-1,5-2,2-2,1-2,4-2,9-3,0 Investimento estrangeiro direto - % PIB 2,7 1,6 2,3 2,7 2,9 2,4 2,4 Reservas internacionais - USD bi Finanças Públicas Resultado primário - % do PIB 3,4 2,0 2,7 3,1 2,4 1,9 0,9 Resultado nominal - % do PIB -2,0-3,3-3,3-2,6-2,5-3,0-3,5 Dívida pública líquida - % do PIB 38,5 42,1 39,1 36,4 35,2 35,9 36,3 Fontes: FMI, IBGE, BCB, Haver e Itaú. (Para ver nossas projeções mensais de Brasil, clique aqui) Página 12

13 Argentina Taxa de câmbio no mercado paralelo sofre nova depreciação A Argentina propôs pagar os holdouts em condições semelhantes às oferecidas nas reestruturações anteriores. A probabilidade de um default permanece alta Em março, a taxa de câmbio no mercado paralelo teve depreciação acentuada. A taxa de câmbio "blue" está agora cerca de 70% mais depreciada do que no mercado oficial. Em nossa opinião, um aperto das políticas macro, uma depreciação mais rápida da taxa de câmbio oficial e um afrouxamento dos controles sobre as compras de dólares seriam a melhor resposta. Contudo, essa estratégia é improvável. Portanto, nossas previsões para a taxa Badlar e para a taxa de câmbio permanecem inalteradas. Esperamos que o peso se desvalorize num ritmo anualizado de aproximadamente 20% ao longo deste ano e de 25% em Projetamos que a taxa Badlar atinja 21% no final deste ano e 22% em Com controles de preços, a inflação caiu temporariamente. Ainda projetamos a inflação em 30% neste ano e em 32% em Mantivemos nossa expectativa de crescimento de 2% tanto para 2013 quanto para No entanto, existem riscos significativos de baixa para essas previsões. Entre eles estão a incerteza em relação ao futuro da dívida soberana e a escassez associada aos controles de preços. Nova alta no mercado paralelo de dólar Em março, a taxa de câmbio paralelo ("blue") sofreu uma rápida depreciação, atingindo um pico de 8,75 pesos por dólar. A depreciação acumulada no mês foi de 7,5%, que se soma à depreciação de 16,5% registrada em janeiro. O câmbio "blue" está agora cerca de 70% mais depreciado do que o câmbio oficial. Em um ambiente de forte expansão monetária, inflação crescente, incerteza acentuada e controles cambiais, era apenas uma questão de tempo até que essa depreciação se materializasse. 9,00 8,50 8,00 7,50 7,00 6,50 6,00 5,50 5,00 4,50 Taxa de câmbio: corrida maluca pesos por dólar Blue Blue chip swap Oficial 4,00 jun-11 nov-11 abr-12 set-12 fev-13 Fonte: BCRA, Ambito, Bloomberg O enfraquecimento do peso no mercado informal de câmbio ressalta a insustentabilidade das políticas macro na Argentina. As expectativas de depreciação estão subindo, ao mesmo tempo em que o ritmo atual de desvalorização da taxa de câmbio oficial (cerca de 20%) está acima do nível da taxa de juros nominal. Os importadores estão antecipando as compras, enquanto os exportadores (especialmente os produtores de soja) podem tentar atrasar as vendas (o que pode levar a um novo conflito político). Além disso, com os persistentes saques de depósitos em dólares, o banco central já perdeu quase 2,5 bilhões de dólares em reservas internacionais desde o início do ano. O governo pode permitir algum aumento nas taxas de juros e depreciar a taxa de câmbio oficial um pouco mais rápido, mas um ajuste mais amplo é improvável no curto prazo. Em parte por razões ideológicas, o governo continuará evitando uma depreciação acentuada (no mercado de câmbio oficial) e taxas de juros reais positivas. Esperamos um ritmo de depreciação de 20% para este ano e de 25% em Esperamos que a taxa Badlar suba no segundo semestre de 2013, atingindo 21% no final do ano e 22% em 2014, de 15% atualmente. Em nossa opinião, também é improvável que medidas heterodoxas para conter a depreciação nos mercados paralelos sejam introduzidas até as eleições legislativas de outubro. Assim, o câmbio "blue" deve continuar se enfraquecendo, elevando a inflação através de uma Página 13

14 deterioração das expectativas. A taxa de câmbio real oficial vai continuar a apreciar rapidamente, deixando a economia menos competitiva. Nesse cenário, o governo pode tentar introduzir novos controles de preços para conter a inflação, prejudicando ainda mais a atividade econômica. Tensões sociais podem aumentar, especialmente se houver um resultado negativo para o governo na disputa judicial com os holdouts. Passadas as eleições legislativas, acreditamos que o governo possa introduzir um regime formal de câmbios múltiplos. Em nossa opinião, as distorções geradas por tal política podem acabar deteriorando ainda mais o crescimento. Holdouts devem recusar proposta do governo argentino A Argentina apresentou sua proposta para pagar os holdouts ao Tribunal de Apelações norteamericano. A oferta possui termos semelhantes aos apresentados no swap de dívida de 2010: bônus Discount, com desconto de 66% sobre o valor nominal e vencimento em 2033, e bônus Par, com cupons atrelados ao PIB. Somente juros vencidos após 2003 são reconhecidos, e seriam pagos através de um bônus com vencimento em Os holdouts devem responder a esta oferta até 22 de abril. De acordo com a Argentina, a proposta seria uma compensação significativa aos holdouts, e seria consistente com a cláusula pari passu e com a capacidade de pagamento soberana. A Argentina afirmou que, caso o Tribunal concorde com a proposta, o governo se comprometeria a tomar todas as medidas necessárias para implementá-la. Esperamos que os holdouts rejeitem a proposta do governo. Caberá, assim, ao Tribunal aceitar a oferta ou exigir que a Argentina pague de acordo com uma fórmula diferente. Se a Argentina for condenada a pagar mais do que os valores pagos aos detentores da dívida reestruturada, e o tribunal decidir que os bancos intermediários não poderão continuar cumprindo o serviço da dívida reestruturada sem que a Argentina pague os holdouts, um default técnico é muito provável. Antes, contudo, o governo provavelmente irá tentar apelar para a Suprema Corte. Em nosso cenário base, a decisão não será imposta aos bancos intermediários; no entanto, os riscos são altos. Em consequência dos desenvolvimentos no processo judicial, a agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating dos títulos de dívida externa argentina sob legislação estrangeira, de B3 para Caa1. A agência diferencia esta parte da dívida da Argentina de outros títulos soberanos em moeda estrangeira. Por conta disso, a agência reafirmou o rating de emissor da Argentina em B3, que se aplica a títulos de dívida sujeita à legislação doméstica, e reafirmou o rating Ca sobre a dívida de 6,3 bilhões de dólares da Argentina que permanece em default até hoje. A perspectiva para todos esses ratings é negativa, de acordo com a agência. Controles de preços temporariamente reduzem a inflação De acordo com coletas de preços feitas pelo setor privado, os preços ao consumidor na Argentina subiram 1,23% em fevereiro em relação ao mês anterior. Assim, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou para 25,27%, contra 26,3% em janeiro, refletindo o acordo que o governo fez com supermercados para congelar preços. Recentemente, os maiores supermercados da Argentina estenderam o acordo com o governo para congelar preços até o final de maio (originalmente, o congelamento acabaria no final de março). Os supermercados também concordaram em lançar um cartão de crédito de baixo custo (chamado de cartão Super), que irá competir com os cartões oferecidos pelos bancos comerciais. O governo finalmente mostra alguma preocupação com a inflação, mas suas políticas se limitam a conter os preços através de controles, ao mesmo tempo em que tenta limitar os aumentos dos Página 14

15 salários a 20%. Acreditamos que a extensão dos controles de preços até as eleições legislativas de outubro é provável. Os controles não devem ter efeito relevante na inflação no médio prazo. Assim, continuamos esperando que a inflação atinja 30% em 2013 e 32% em A atividade econômica surpreendeu positivamente em fevereiro O IGA, proxy mensal para o PIB calculado pela empresa de consultoria OJF, registrou um crescimento robusto de 1,0% em relação ao ano anterior. Na margem, a atividade cresceu 2,2% em relação a janeiro, após uma contração de 0,5%, trazendo o crescimento trimestral para 1,1%. Apesar de mantermos nossas previsões de crescimento do PIB em 2% para 2013 e 2014, os riscos de baixa são relevantes. A incerteza acentuada, em particular em relação ao futuro da dívida soberana, continua jogando contra uma recuperação mais sólida. Além disso, os riscos relacionados à produção agrícola e à escassez resultante da extensão dos controles de preços também precisam ser monitorados. O superávit comercial caiu ainda mais em fevereiro O superávit em conta corrente foi revisado para 0,1% do PIB em 2012 (de 0,5% anteriormente). A balança comercial registrou um superávit de 0,5 bilhão de dólares em fevereiro, comparado a 1,3 bilhões de dólares no ano anterior. Como resultado, o superávit acumulado nos 12 meses caiu para 11,6 bilhões de dólares. Esperamos agora um déficit em conta corrente de 0,2% do PIB em 2013 (anteriormente, um superávit de 0,2%) e 0,7% do PIB em 2014 (anteriormente, um déficit de 0,3%). Melhora do déficit fiscal em janeiro devido ao crescimento menor das despesas O saldo fiscal do governo federal melhorou para um déficit de 1,6 bilhões de pesos em janeiro (1,2 bilhões de pesos abaixo do déficit registrado um ano atrás). O déficit acumulado em 12 meses está agora em 54,3 bilhões de pesos, cerca de 2,6% do PIB. Esperamos que o déficit fiscal caia para 1,9% do PIB em 2013 e em 2014, de 2,6% no ano passado, impulsionado por maiores lucros do banco central: a depreciação da taxa de câmbio em 2012 aumentou significativamente o valor das reservas internacionais do país em pesos. Projeções: Argentina P 2014P Atividade Econômica Crescimento real do PIB (Estimativa privada) - % 8,9 3,4-4,2 8,2 5,8-0,4 2,0 2,0 PIB nominal - USD bi 260,4 324,8 305,5 368,7 446,0 475,5 530,6 581,9 População (milhões hab.) 39,4 39,7 40,1 40,5 40,9 41,3 41,7 42,0 PIB per capita - USD Taxa de desemprego - média anual 8,5 7,9 8,7 7,8 7,2 7,2 7,3 7,8 Inflação IPC (Estimativa privada) - % 22,3 20,3 14,9 26,4 22,8 25,6 30,0 32,0 Taxa de Juros Taxa BADLAR - final do ano - % 13,63 19,75 10,00 11,25 17,19 15,44 21,00 22,00 Balanço de Pagamentos ARS / USD - final de período 3,15 3,45 3,80 3,98 4,30 4,92 5,90 7,38 Balança comercial - USD bi 11,3 12,6 16,9 11,6 10,0 12,7 11,0 8,0 Conta corrente - % PIB 2,7 2,1 3,5 0,7 0,1 0,1-0,2-0,7 Investimento estrangeiro direto - % PIB 2,5 3,0 1,3 1,9 1,9 1,8 2,4 2,3 Reservas internacionais - USD bi 46,2 46,4 48,0 52,2 46,4 43,3 42,1 38,7 Finanças Públicas Resultado nominal - % do PIB 1,1 1,4-0,6 0,2-1,7-2,6-1,9-1,9 Dívida pública bruta - % PIB 55,6 44,9 48,2 44,7 40,1 39,2 36,9 34,8 Fontes: Banco Central, Haver, INDEC e Itaú. Página 15

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