CABO VERDE. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP. Maio de Parceiro estratégico:

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1 CABO VERDE Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Maio de 2014 Parceiro estratégico:

2 Índice 1. CEDEAO. Enquadramento regional, político e económico Caracterização da comunidade Principais objetivos e aspirações da CEDEAO Os Estados Membros da CEDEAO Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento da CEDEAO A CEDEAO enquanto comunidade económica As economias da CEDEAO Nigéria e Gana. As duas maiores economias da Comunidade Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal e Togo. Setor agrícola dominante Guiné, Níger e Serra Leoa. Indústria Extrativa, um setor em expansão Cabo Verde e Gâmbia. Economias orientadas para os serviços Trocas comerciais na CEDEAO Complementaridade das economias Comércio intrarregional Comércio extrarregional Principais parceiros comerciais da CEDEAO Trocas comerciais entre a CPLP e a CEDEAO Investimento direto estrangeiro na CEDEAO Principais setores de oportunidade por país e infraestruturas de apoio Principais produtos importados pelos países da CEDEAO e oportunidades para as empresas Portuguesas Nigéria A principal economia da CEDEAO Macroeconomia PIB da economia nigeriana Orçamento Geral do Estado Dívida pública Estrutura Produtiva Política económica Perspetivas Futuras Prioridades estratégicas da Nigéria Infraestruturas e energia Grandes projetos de investimento previsto em infraestruturas Abertura da economia e relações comerciais Principais setores de oportunidade Investimento direto estrangeiro na Nigéria Financiamento à economia Principais bancos presentes Bancarização da população Taxa de juros de empréstimos

3 Bolsa de valores Cabo Verde Macroeconomia PIB da economia cabo-verdiana Orçamento Geral do Estado Dívida Pública Reservas de moeda estrangeira Nível de financiamento à economia Evolução das taxas de juro e variação da liquidez Política Económica Estrutura produtiva PIB por setor Retrato do setor empresarial do Estado Turismo - Principal setor da economia Cabo-verdiana Infraestruturas e energia Projetos de investimento previsto em infraestruturas Abertura da economia e relações comerciais Importações Importações com proveniência da CPLP Exportações de Cabo Verde Exportações de Cabo Verde para a CPLP Principais setores de oportunidades na Economia Financiamento à economia Principais bancos presentes Bancarização da população Bolsa de valores Investir em Cabo Verde Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de segurança social Mercado de trabalho Desemprego Alfabetização Breve descrição do regime de segurança social Como investir em Cabo Verde Incentivos e benefícios fiscais ao investimento Outros mecanismos de financiamento Competitividade de Cabo Verde no contexto regional Atratividade do país no contexto regional Principais constrangimentos ao IDE e exportação Exportações barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos Entradas e saídas de capitais Estabilidade legal e fiscal Barreiras legais, fiscais e regulamentares

4 Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade Sistema jurídico e judiciário Resolução extrajudicial de litígios Principais caraterísticas dos Acordos de Cabo Verde no domínio do comércio e investimento Protocolos existentes na CEDEAO e posicionamento de Cabo Verde Face aos mesmos Acordos essenciais de Cabo Verde na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) Acordos entre Estados Unidos e Cabo Verde Acordos entre a União Europeia e Cabo Verde Atratividade de Cabo Verde no contexto da CPLP

5 Acrónimos ACP African, Caribbean, and Pacific Group of States ADT Acordo para evitar a Dupla Tributação AGO Angola AGOA African Growth and Opportunity Act ANIP Agência Nacional de Investimento Privado APPRIS Acordos de Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos ASEAN Association of Southeast Asian Nations BAD Banco Africano de Desenvolvimento BD Barris (de petróleo) por dia BDI Burundi BIT Bilateral Investment Treaty BM Banco Mundial BNA Banco Nacional Angolano BNT Barreiras Não Tarifárias BTA Bilateral Trade Agreements BT Barreiras Tarifárias BWA Botsuana CAF República Centro-Africana CARG Compound Annual Growth Rate Taxa de crescimento anual composta CCI Câmara de Comércio Internacional CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental CEEAC Comunidade Económica dos Estados de África Central CMR Camarões COD República Democrática do Congo 5

6 COG Congo CPLP Comunidade dos Países de Língua Portuguesa DB Ranking Doing Business EM Estados Membros EUA Estados Unidos da América FMI Fundo Monetário Internacional GAB Gabão GATT General Agreement on Tariffs and Trade GNL Gás Natural Liquefeito GNQ Guiné Equatorial IDE Investimento Direto Estrangeiro IDH Índice de Desenvolvimento Humano INE Instituto Nacional de Estatística IPA Investment Promotion Agency LSO Lesoto LUPP Luanda Urban Poverty Programme MDG Madagáscar MERCOSUL Mercado Comum do Sul MMTZ Maláui-Moçambique-Tanzânia-Zâmbia MOZ Moçambique MUS Maurícias MWI Maláui NAM Namíbia OEM Original Equipment Manufacturer OMC Organização Mundial do Comércio OPEC Organização dos Países Exportadores de Petróleo 6

7 PE Projetos Estruturantes PIB Produto Interno Bruto PPPs Parcerias Público-Privadas PTAs Preferential Trade Arrangements SACU Southern African Customs Union SADC Southern African Development Countries SIDS Small Islands Developing States STP São Tomé e Príncipe SWZ Suazilândia SYC Seicheles TBI Tratado Bilateral de Investimento TCD Chade TIC Tecnologias de Informação e Comunicação TZA Tanzânia UE União Europeia UNCTAD United Nations Conference for Trade and Development USAID United States Agency for International Development WTTC World Travel & Tourism Council ZAF África do Sul ZCL Zona de Comércio Livre ZMB Zâmbia ZWE Zimbabué 7

8 Nota prévia 8

9 Nota prévia O presente documento constitui resultado de um trabalho de pesquisa e análise que decorreu entre 1 de julho e 31 de Dezembro de 2013, ao abrigo de contrato celebrado entre a AIP Associação Industrial Portuguesa ( AIP ) e a PricewaterhouseCoopers&Associados Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda. ( PwC ). Os elementos estatísticos, dados e informação constantes do presente documento e que serviram de base à análise e conclusões obtidas, têm por base informação pública disponível, como referenciado ao longo do documento, as quais foram alvo de apreciação quanto à sua materialidade e aplicabilidade à análise, tendo presente critérios de razoabilidade e aderência às realidades locais e regionais, e que sejam do nosso conhecimento. Foram integrados alguns dados e elementos adicionais que foram publicados após a fase de pesquisa e análise dada a sua relevância para o estudo. Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto. As conclusões obtidas e os cálculos efetuados estão dependentes da qualidade da informação obtida em todos os aspetos materialmente relevantes, sendo que a informação recolhida foi considerada como adequada, não tendo sido realizada qualquer forma de auditoria ou certificação, para além do referido, que não as de consistência com fontes concorrentes ou complementares, salvo indicação expressa em contrário. Os valores e as conclusões apresentados só terão sustentabilidade caso se verifiquem os pressupostos considerados, não podendo este estudo ser entendido como uma garantia ou confirmação de que esses pressupostos se verificarão. Desta forma, as nossas conclusões devem ser analisadas em função das limitações referidas. A PwC e a AIP, não se responsabilizarão por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita. Em nenhuma circunstância, assumiremos qualquer responsabilidade relativamente a terceiros que tenham acesso ao presente documento. Projeto Co-Financiado: 9

10 Sumário Executivo 10

11 Sumário Executivo A redefinição das centralidades de dinamismo económico, a par da relativa contração das economias desenvolvidas, confere uma nova relevância às economias emergentes. Entre estas, os países da CPLP e a Região Administrativa Especial de Macau (RAE Macau) assumem um papel relevantíssimo, não só pelo seu potencial intrínseco, mas também por se encontrarem inseridas em comunidades económicas regionais em crescente integração económica. Constituem, assim, um incontornável desafio e uma oportunidade única para os empresários nacionais. Com efeito, os países da CPLP e a RAE de Macau encontram-se integrados em sete espaços regionais económicos distribuídos por quatro continentes. Estima-se que o espaço lusófono tenha cerca de 258 milhões de habitantes e as regiões económicas que integram cerca de 1.8 mil milhões de habitantes. Os estados membros da CPLP e a RAE de Macau apresentam, no seu conjunto, potencialidades e características próprias que podem permitir aumentar as exportações das empresas portuguesas, potenciar novas parcerias para a sua internacionalização e atrair investimento direto estrangeiro. CPLP Características População CPLP 2012, % da população mundial 3,68% PIB 2012, % do PIB mundial % 3,67% Comércio CPLP (% Quota Mundial) CPLP - Total do comércio mundial Exportações totais CPLP Água disponível na CPLP 2012, % mundo 13,53% Importações totais CPLP % - Valor 3,9% - US$ 706 mil milhões 2,1% - US$ 379 mil milhões 1,8% - US$ 327 mil milhões Terra arável disponível na CPLP, % mundo 5,86% Fonte: Banco Mundial, FAO e UNCTADstat Acresce que muito embora os países da CPLP apresentem uma dinâmica de crescimento relevante, quando comparados com o resto do mundo, verificamos a existência de um gap. Ora, este gap deverá poder ser minimizado ou revertido, através do incremento da cooperação e da integração da CPLP, assente na proximidade cultural e na complementaridade de competências. 11

12 Taxa de crescimento estimada 5% 4.37% 4.46% 4.51% 4.49% 4.04% 4% 3.31% 3.24% 3.40% 3.38% 3.54% 3% 2.35% 2.60% 2% O reforço da integração no espaço comum lusófono e o estabelecimento de players regionais e de redes de empresas oriundas desse espaço facilitarão o acesso a novos consumidores, com preferências tendencialmente convergentes, e a mercados com elevadíssimo potencial de desenvolvimento e forte necessidade de investimento. Por outro lado, o desenvolvimento será exponenciado com o desenvolvimento dos grandes projetos de infraestruturas regionais, aumentando ainda o grau de integração de cada uma das comunidades económicas regionais. Fonte: FMI e análise PwC CPLP Mundo Adicionalmente, grandes áreas dessas regiões não apresentam, ainda, um nível de concorrência particularmente elevado, podendo conferir uma vantagem relevante (first mover) aos investidores que primeiro acedam ao mercado. As comunidades económicas regionais a que pertencem os demais países da CPLP e a RAE de Macau, são constituídas por 53 países, aos quais acrescem ainda os EM da União Europeia e do Espaço Económico Europeu. Apesar de Timor-Leste ainda só ser membro observador da ASEAN já apresentou o pedido formal de adesão à ASEAN. Comunidades económicas regionais* SADC Estados Membros: Angola, Botsuana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seicheles, África do Sul, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabué. MERCOSUL Estados Membros: Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela. CEEAC Estados Membros: Angola, Burundi, Camarões, República Centro - Africana, Chade, Congo, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Gabão e São Tomé e Príncipe. ASEAN Estados Membros: Indonésia, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Brunei Darassalam, Vietname, Laos, Myanmar e Camboja. Membros observadores: Papua Nova Guiné e Timor-Leste. CEDEAO Estados Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. *RP China e RAE Macau * A RAE Macau apesar de não se encontrar numa comunidade económica regional foi analisada enquanto plataforma para a China e RAE Hong-Kong. 12

13 O presente guia procura, portanto, enfatizar como os países da CPLP e a RAE de Macau podem contribuir para as exportações portuguesas e o IDE nacional, enquanto plataformas de acesso àqueles mercados de integração regional. E, reciprocamente, enfatizar ainda como Portugal pode tornar-se uma plataforma de acesso do resto do mundo àqueles mercados e, simultaneamente, promover também as exportações e o IDE oriundos daquelas regiões, enquanto plataforma de acesso à União Europeia e ao Espaço Económico Europeu. Para o efeito procurou-se caraterizar, nas suas múltiplas dimensões, os mercados das comunidades económicas regionais, o país com maior representatividade económica na região e o país da CPLP. Foi analisado um conjunto muito alargado de variáveis económicas e oportunidades nestes mercados que resultam no presente guia de investimento, não só para os mercados alvo, neste caso Cabo Verde, como também para a respetiva comunidade económica regional, neste caso a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Conhecer a estratégia regional comum e o nível de integração dos países, permitirá antecipar as tendências de desenvolvimento da economia, o comportamento dos mercados e a sua futura evolução que será sempre reforçada pelo processo de integração destas regiões e consequente convergência económica. Cabo Verde e a CEDEAO No presente estudo procurou-se analisar em que medida a integração regional de Cabo Verde com a CEDEAO, e com os países da CPLP, poderá dinamizar o desenvolvimento deste país enquanto plataforma para as trocas de bens e serviços e capitais, fortalecer a sua presença na região com base nas vantagens geoestratégicas e económicas únicas e reforçar a presença económica da CPLP na CEDEAO. As relevantes potencialidades da CEDEAO poderão ser exploradas pela CPLP através dos seus 2 países membros que pertencem à comunidade, Cabo Verde e a Guiné-Bissau. Muito embora estes países apresentem diferenças endógenas que deverão ser consideradas, ambas as nações apresentam caraterísticas comuns aos demais países da CPLP, dado que têm o português como língua oficial e possuem relevantes laços culturais. A contínua integração de Cabo Verde na CEDEAO, um bloco económico com assinalável dinamismo, aproveitado a sua localização geográfica, estabilidade política e macroeconómica, financeira e fiscal, poderá posicionar Cabo Verde como uma plataforma logística e de capitais entre os EMs da CEDEAO e/ou mesmo entre a CPLP e estes EMs. O crescimento anual do PIB tem registado valores anuais superiores a 4% (5,0% em 2011 e 4,3% em 2012), um crescimento muito concentrado no setor dos serviços, dominado principalmente pelo turismo, imobiliário e construção, com significativo investimento direto estrangeiro da Irlanda, Portugal e Espanha. Estima-se, contudo, que o incremento das reservas de água (dada a maior capacidade instalada pelas barragens) venha dar um contributo importante para o setor agrícola (setor com um peso atual modesto na Economia). Acresce que Cabo Verde é uma das nações africanas com maior sucesso democrático e com uma das melhores governações, e neste aspeto ocupa o lugar cimeiro na CEDEAO. Este é igualmente um fator decisivo para atrair IDE. Cabo Verde definiu metas estruturais para suportar o crescimento futuro: (i) (ii) (iii) educação, é de realçar a dotação orçamental que o Estado cabo-verdiano tem vindo a fazer para a educação (entre 2010 e 2012 este setor absorveu, em média, 22,8% do Orçamento de Estado); turismo, assente na qualidade notória de Cabo Verde em termos de clima, alojamento, diversidade cultural e hospitalidade dos habitantes; melhoria das infraestruturas, o Governo definiu um Plano de Investimento Público ( PIP que inclui infraestruturas fundamentais como portos, aeroportos, telecomunicações, água e saneamento e energia); 13

14 (iv) fomentar o crescimento do setor privado (apoio a agronegócios, pesca sustentável); e, (v) desenvolvimento de parcerias para a competitividade, intimamente relacionadas com a percentagem da população cabo-verdiana que está a viver fora do território A visão estratégica para o período encontra-se centrada no desenvolvimento de uma parceria para a competitividade com o setor privado. Cabo Verde assume nítidas ambições para se revelar, cada vez mais, como um país cujo sucesso democrático e governativo lhe permitirá ser o construtor de pontes para o desenvolvimento com os países vizinhos e entre estes e países como os Estados Unidos da América, que contam com uma fatia importante da população cabo verdiana a residir neste país; ser a base para os esforços diplomáticos e políticos com África e ser um centro de negócios internacional direcionado para estes territórios. Setores relevantes no país: Numa perspetiva mais granular identificamos setores ou produtos específicos que num futuro próximo poderão apresentar procura latente/efetiva relevante ou vantagens competitivas na sua produção em Cabo Verde. Dividimos pela tipologia de setor. Setor primário: entre outros destacamos as seguintes áreas: Atividades piscatórias. Cabo Verde possui uma ampla Zona de Exclusividade Económica, com recursos piscatórios de reconhecida qualidade e próximos de uma diversidade de mercados africanos e do arquipélago das Canárias (com acesso direto ao mercado da EU). Setor secundário: Construção de centrais geradoras de eletricidade, com particular foco no polo das energias renováveis (potencial eólico entre os melhores do Mundo); Construção, desenvolvimento e modernização de infraestruturas portuárias, rodoviárias e aeroportuárias (de destacar que a localização geográfica Cabo Verde interseta relevantes rotas marítimas internacionais); Trabalhos de engenharia relacionados com barragens, diques e reservatórios (maior autonomia do país face às suas necessidades hídricas); Setor terciário: entre outros destacamos as seguintes áreas: Turismo, setor com maior atratividade de IDE no curto prazo encontram-se previstos investimentos na ordem dos 750 milhões até em termos de resorts, imobiliária turística e indústria complementar; Desenvolvimento do setor de atividades de nearshoring, particularmente atrativas no contexto geopolítico cabo-verdiano; Projetos de desenvolvimento de parques tecnológicos (pedra basilar da estratégia TIC de Cabo Verde). 14

15 Comércio Internacional de Cabo Verde com os parceiros económicos: Os principais parceiros comerciais de Cabo Verde são Portugal, Países Baixos, Estados Unidos da América e Espanha, que representam no conjunto a origem de cerca de 69% das importações totais de Cabo Verde. As importações globais de Cabo Verde ascendem a um total anual de US$ 754 milhões. Os produtos mais importados por Cabo Verde são os óleos de petróleo, o leite e produtos lácteos, materiais de construção (cimento) e mobiliário. Portugal atualmente representa cerca de 39% do total das importações caboverdianas (US$ 292 milhões). Os produtos portugueses mais exportados para Cabo Verde em 2012 foram o cimento e os materiais de construção fabricados (US$ 20 milhões), óleos e gorduras vegetais (azeite e óleos) (US$ 13 milhões) e bebidas alcoólicas (US$ 11 milhões), as quais Fonte: UNCTADStat, dados de 2012 representam 98%, 82% e 77% do valor de importações destes bens, o que demonstra que Portugal é um fornecedor quase exclusivo destes artigos. Os agentes económicos Portugueses poderão alavancar a quota de mercado que têm em Cabo Verde, bem com as boas relações, para explorar as oportunidades do mercado da CEDEAO. Do total dos produtos importados por Cabo Verde a Portugal, que totalizaram US$ 292 milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 56% das importações, no montante de US$ 163 milhões: Materiais de construção; Gorduras vegetais e óleos; Bebidas alcoólicas; Leite e produtos lácteos; Mobiliário e peças; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro e painéis; Artigos de plástico; Produtos comestíveis e preparações; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Papel e cartão; Materiais de construção; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Frutas e frutos secos; Legumes; Metais comuns; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Tubos, canos e mangueiras de plásticos; Sumos de frutas e vegetais; máquinas de processamento de dados; Equipamento de telecomunicação; Carne, miudezas, comestíveis e conservadas; Máquinas e aparelhos elétricos. Do total dos produtos importados por Cabo Verde aos seus parceiros comerciais, que totalizaram US$ 754 milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 58% das importações, no montante de US$ 435 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Leite e produtos lácteos; Materiais de construção (cimento); Mobiliário e peças; Arroz; Equipamento de telecomunicação; Gorduras vegetais; Produtos comestíveis e preparações; Outras carnes e miudezas comestíveis; Bebidas alcoólicas; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Artigos de plástico; Açúcar, melaço e mel; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Veículos a motor transporte de mercadorias; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Papel e cartão; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Materiais de construção (tijolos); Legumes; Aeronaves e equipamentos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Milho; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Carne, miudezas, comestíveis, preparados e conservados. Simultaneamente os agentes económicos poderão atender a 2 aspetos críticos: (i) execução do PIP e (ii) expansão do turismo em Cabo Verde e consequentemente posicionarem-se no sentido de a) aumentarem a exportação de materiais de construção, b) reforçar a exportação de bens de consumo que sejam privilegiados pelos turistas (o que permitirá, inclusive, possibilidades nos mercados de origem destes), e c) concorrer aos grandes projetos de modernização e construção de infraestruturas. Fonte: UNCTADStat, dados de

16 Comunidade Económica do Estados da África Ocidental (CEDEAO) Através da estratégia adotada pela CEDEAO em 2006, a Visão 2020, os EMs pretendem desencadear um processo de transformação nos seus territórios, que permita incrementar o nível de relações comerciais e económicas numa verdadeira região sem fronteiras, tomando partido dos enormes recursos da CEDEAO. Sendo o nível de complementaridade ainda muito reduzido no seio da CEDEAO, a melhoria da intensificação das trocas comerciais é um dos seus objetivos, pelo que se torna necessária alguma especialização na cadeia de valor pelos EMs. Observa-se, contudo, que há uma potencial alavancagem comercial entre Nigéria, Costa do Marfim, Gana, e Senegal, podendo este sub- grupo de países dentro da CEDEAO vir a tornar-se o eixo motor da região. O detalhe dos bens importados e exportados por estas nações evidencia a preponderância de cacau, algodão, combustíveis, minérios e outros, tendo por contrapartida necessidades de bens que não se encontram disponíveis nesta região. No comércio extrarregional, os principais mercados de exportações são países com elevada produção industrial, como a China, países membros da UE (França, Reino Unido e Holanda, em particular), EUA e República da Coreia. As matérias-primas têm um enorme destaque nas exportações da CEDEAO, sendo em boa parte responsáveis pelo saldo positivo da balança comercial, e permitindo uma redução considerável das suas necessidades de financiamento junto do exterior. Ao nível das importações da região, verifica-se um abrandamento do crescimento, embora as importações mantenham uma taxa média de crescimento de 11.8% entre 2009 e Importa referir que a CEDAO conta com um mercado potencial de 319 milhões de consumidores. No Top dos produtos mais importados pela CEDEAO são de destacar os óleos brutos, óleos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto e veículos automóveis para transporte de pessoas, consequência do desenvolvimento industrial da região. Ainda assim, as exportações de Portugal diminuíram 3,1% no período de 2008 a Perspetivase que a curto ou médio prazo, Do total dos produtos importados pela CEDEAO, no montante de US$ 104 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 70% das importações, no montante de cerca de US$ 72,7 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Produtos comestíveis e preparações; Embarcações; Equipamento de telecomunicação; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Trigo e centeio em grão; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Peixe fresco ou congelado; Materiais de construção; Açúcar, melaço e mel; Tecidos de algodão; Leite e dos produtos lácteos; Geradores; Motocicletas e velocípedes; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Gorduras vegetais e óleos, refinados; Papel e cartão; Máquinas e aparelhos; Artigos de plástico; Peças e acessórios dos veículos; Máquinas de energia elétrica e componentes; Fertilizantes; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Material impresso; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Motores de combustão interna e peças; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos de medição, análise e controle; Polímeros de etileno, em formas primárias; Produtos laminados planos de ferro, aço não ligado, não revestido; Ferramentas mecânicas, outras; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Aquecimento e resfriamento de equipamentos e suas partes; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Alumínio; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos diversos das indústrias químicas; Máquinas de processamento de dados; Mobiliário e peças; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas, de plástico. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Portugal apresenta uma balança comercial negativa com a região, a qual é fortemente influenciada pela importação de combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados que corresponderam a 90% das importações portuguesas da região em

17 Do total dos produtos importados pela CEDEAO a Portugal, no valor total de US$ 593 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 59% das importações do bloco, no montante de US$ 353 milhões: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Bebidas alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, refinados; Gás propano e butano liquefeito; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Bebidas não alcoólicas; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Mobiliário e peças; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Produtos comestíveis e preparações; Leite e produtos lácteos; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Papel e cartão; Materiais de construção (tijolos); Artigos de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Equipamento de telecomunicação; Máquinas para a construção civil; Metais comuns; Tabaco; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Papel e cartão. Nas trocas comerciais entre a CEDEAO e CPLP, apenas Portugal e o Brasil apresentam níveis significativos, quer em termos de importações, quer em termos de exportações. O Brasil e Portugal têm vindo a registar fortes deficits comerciais em relação à CEDEAO. Portugal registou em 2012 um défice comercial de US$ 1,1 mil milhões, em particular devido ao peso das importações de petróleo. Fonte: UNCTADStat, dados 2012 Neste contexto Cabo Verde pode ganhar uma nova relevância económica posicionando-se enquanto porta de saída e de entrada da região. Ao papel de Cabo Verde enquanto plataforma logística e de serviços é indispensável a modernização e a construção de estruturas portuárias em zonas privilegiadas de acesso ao continente, vias terrestres de transporte, e um quadro político e legal estável e credível que permita ancorar expectativas. Nigéria A Nigéria assume um papel central na região, enquanto principal economia da CEDEAO (responsável por cerca de 66% do PIB), o país africano mais populoso (cerca de 168 milhões de habitantes), e com base na revisão do PIB de 2013, a maior economia africana. A Nigéria possui uma equilibrada distribuição espacial da sua economia e um grau de desenvolvimento notório (existem poucas áreas com aproveitamento agrícola que não estejam a ser exploradas), além das relevantes reservas petrolíferas e um setor de serviços, bancário e telecomunicações, bastante desenvolvido). O governo tem levado a cabo um programa de consolidação orçamental que estabelece como teto máximo um défice orçamental de 3% do PIB, o qual tem sido eficientemente cumprido nos últimos anos, o que, juntamente com uma política monetária conservadora dotou a economia de uma estabilidade macroeconómica facilitadora do desenvolvimento da atividade económica. Desta forma, a Nigéria tem beneficiado de anos de forte e sustentável crescimento, proporcionando uma melhoria na qualidade de vida da população, redução da pobreza (muito embora se devam registar as elevadas desigualdades na distribuição do rendimento), desenvolvimento de setores chave, e qualificação da população. Em suma, trata-se de uma economia em transformação, o que conduz a mudanças de padrões de consumo e a novas rotas de desenvolvimento, o que traz novas oportunidades de negócio. Em termos de política industrial foi decidido eliminar os subsídios ao setor petrolífero em 2012, responsáveis por 30% dos gastos totais do Estado em 2011 (cerca de 4,2% do PIB da Nigéria). Esta poupança orçamental foi, em parte, redirecionada para a execução do plano estratégico nacional, fundamentado nos seguintes eixos: i) programas para a segurança social, e ii) projetos de infraestruturas tidas como fulcrais para o desenvolvimento da economia. Segundo alguns relatórios internacionais, a Nigéria será o país com a maior taxa média de crescimento anual do PIB a nível mundial, entre 2010 e Note-se que, apesar do moderado crescimento económico a que se assiste no setor petrolífero, a Nigéria registou um crescimento anual do PIB em 2012 superior a 6%, sendo que 2012 faz parte de um período em que o crescimento da economia se tem vindo a dever ao setor das telecomunicações, correios, extração mineira, hotelaria, restauração, construção civil, comércio grossista e 17

18 retalhista, imobiliário e agricultura. Este crescimento evidencia a diversificação da base económica nacional e o aligeirar da dependência face ao setor petrolífero. Do total dos produtos importados pela Nigéria aos seus parceiros económicos. no montante de US$ 51 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 53% das importações, no total de cerca de US$ 27.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grão; Equipamento de telecomunicação; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Peixe fresco ou congelados; Embarcações; Automóveis; Motocicletas e velocípedes; Geradores; Leite e produtos lácteos; Máquinas para a construção civil; Máquinas de energia elétrica e componentes; Papel e cartão; Peças e acessórios dos veículos; Açúcar, melaço e mel; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Motores de pistão de combustão interna; Metais comuns; Cacau; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio. A Nigéria importa maioritariamente óleos brutos de petróleo, veículos automóveis para transporte de pessoas, produtos comestíveis e preparações representando estes, 65% do total das importações. As importações da Nigéria à CPLP não são significativas (3,21%), sendo estas maioritariamente asseguradas pelo Brasil, e em segundo e terceiro lugar por Portugal e por Angola. As exportações da Nigéria para o mundo encontram-se concentradas em combustíveis minerais (94%). Os principais destinatários são países industrializados como a China, os EUA, o Brasil e a Alemanha, representando 47% das suas exportações. Os EUA têm vindo a incrementar o seu peso, enquanto a China apresenta variabilidade ao longo dos períodos analisados. Refira-se que a balança comercial de Portugal Fonte: UNCTADStat, dados 2012 com a Nigéria tem sido negativa, cifrando-se em cerca de US$ 1,5 mil milhões em 2012, dados os elevados volumes de crude, óleos brutos de petróleo e gás natural importados para satisfazer as necessidades energéticas do país. As oportunidades que sobressaem na Nigéria baseiam-se em 3 eixos fundamentais: i) o crescimento anual previsto para o setor agrícola em cerca de 5% ao ano, ii) o crescimento do setor industrial a 15% ao ano até 2020, e iii) o crescimento do setor financeiro, imobiliário, comércio e outros serviços a 13%. Para os agentes económicos Portugueses e da CPLP poderão ser prioritárias a implementação de soluções para infraestruturas e a indústria de materiais ou complementares à construção e para a indústria agroalimentar (prevê-se que a pressão do crescimento dos rendimentos per capita venha colocar pressão sobre a procura deste tipo de produtos. As empresas brasileiras com implementação relevante no território poderão ser uma fonte de inspiração e de ensinamentos. Conclusões Globais Face ao que foi dito, Cabo Verde poderá ser uma porta de entrada para a comunidade económica regional (comunidade que aspira a uma maior integração com objetivos de coordenação das iniciativas regionais de desenvolvimento), tanto para bens como para serviços. A localização, a estabilidade política e a segurança de Cabo Verde, a par das estratégias de requalificação de infraestruturas promovidas pelo Governo (investimentos estatal previsto), dotam o país de elevada atratividade ao investimento (industria piscatória e de serviços) e ao turismo internacional. Cabo Verde poderá, igualmente, ser uma ponte robusta para a África Subsariana, face à sua localização geográfica e demais características. Os recursos da CEDEAO e as oportunidades de negócio são elevadas e Cabo Verde poderá posicionar-se como um centro credível e competente para negócios na região. Há um conjunto de elementos a ponderar na abordagem ao mercado que podemos sintetizar no seguinte quadro: 18

19 Forças Fraquezas Português é a língua oficial de Cabo Verde Dimensão da ZEE oceânica Portugal é um parceiro económico potencial ao nível de bens agrícolas Elevado investimento externo Liderança em África, em termos de estabilidade política e segurança Localização geográfica entre a UE, África e Brasil; Previsões de continuação de crescimento da atividade económica nos próximos anos Localização geostratégica para a CEDEAO, para área dos serviços e logística 4 portos internacionais e 4 aeroportos Os produtos de Cabo Verde são elegíveis para exportação para os EUA ao abrigo do African Growth and Opportunity Act, AGOA Cabo Verde foi o primeiro país Africano a assinar com a UE um acordo especial que concede acesso preferencial ao mercado da UE e redução de tarifas sobre as suas exportações. Potencial eólico que figura entre os melhores do Mundo Fatores como as praias, a paisagem, o clima, a hospitalidade, e a cultura local, que potenciam o turismo Oportunidades S W O T Reduzida integração regional na CEDEAO Baixos níveis de rendimentos Nível de endividamento estatal Reduzida capacidade de cobertura e exploração da sua ZEE A reduzida área de solo arável no arquipélago Reduzida dimensão da economia Falta de água e energia Ameaças Grande potencial de crescimento, apoiado na tendência de crescimento económico registada nos últimos anos Atual solidez do sistema bancário cabo-verdiano, com forte presença de bancos internacionais Tendência de privatização da economia estatal Projetos relevantes de investimento previstos em infraestruturas (elevada concentração no setor portuário e hídrico) Dependência elevada das remessas de emigrantes, que ainda representam uma parcela significativa dos rendimentos disponíveis da população local Sujeição a períodos de seca Elevada dependência de combustíveis fósseis, com elevados custos de importação Programa ambicioso de investimento na Educação Objetivos ambiciosos para o setor turístico, com o interesse claro em diversificar o setor, atrair turismo de elevado valor acrescentado e melhorar as ligações do turismo com os outros setores da economia Planos para transformar Cabo Verde num centro regional de processamento e exportação de recursos marinhos (criação e fortalecimento de infraestruturas de congelamento de recursos piscatórios, entre outros) Modernização tecnológica do país objetivo de construção de Parques Tecnológicos orientados para o mercado internacional (implementação do projeto financiado a 88% pelo Banco Africano de Desenvolvimento) Realização de negócios de nearshoring no arquipélago, dadas as suas caraterísticas muito atrativas ao IDE 19

20 1. CEDEAO Enquadramento regional, político e económico 20

21 1. CEDEAO. Enquadramento regional, político e económico 1.1. Caracterização da comunidade Principais objetivos e aspirações da CEDEAO 1 A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) foi criada em 1975 e é composta, atualmente, por 15 Estados-Membros (EM). Inicialmente, a constituição desta comunidade teve como objetivo principal a diminuição das barreiras tarifárias e não-tarifárias, a supressão dos direitos e taxas de importação, a eliminação das restrições de comércio intrarregional e a introdução progressiva de uma tarifa aduaneira e de uma política comercial comum, a supressão dos obstáculos à livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais, a harmonização das políticas económicas, industriais, agrícolas, monetárias e de infraestruturas. As insuficiências do Tratado de 1975 vieram a ser reconhecidas na década de 90. Após amplo debate, o Tratado foi revisto a 24 de julho de O novo Tratado passou a dotar formalmente a Comunidade da responsabilidade de evitar e de resolver conflitos na região. Oito países da sub-região (Benim, Burkina-Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo) organizaram-se igualmente numa União Económica e Monetária a UEMOA (União Económica e Monetária do Oeste Africano), partilhando a mesma moeda, o franco CFA. Figura 1 Principais etapas históricas na criação da CEDEAO 1 A Inserção de Cabo Verde na CEDEAO 21

22 Os Estados Membros da CEDEAO Figura 2 - Países que integram a CEDEAO A CEDEAO é composta por quinze Estados-Membros: Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo. Não obstante a pluralidade linguística e de dialetos que se encontram na região, a língua oficial predominante é o inglês (65% da população da região), seguida do francês. O Português surge como 3º língua, sendo língua oficial em Cabo Verde e Guiné-Bissau, que no seu conjunto representam 0.7% da população residente na CEDEAO. Língua Oficial por País Português Francês Inglês Cabo Verde, Guiné- Bissau Benim, Burquina-Faso, Costa do Marfim, Guiné, Mali, Níger, Senegal, Togo Gâmbia, Gana, Libéria, Nigéria, Serra Leoa Atualmente, todos os países que constituem a comunidade são também membros da OMC, estando adstritos ao regime jurídico e acordos estabelecidos no quadro desta organização Mecanismos de integração e prioridades de desenvolvimento da CEDEAO 2 Por forma a permitir aumentar a coesão entre os EM e eliminar progressivamente as barreiras à plena integração, a Comunidade tem vindo a implementar programas estratégicos no âmbito do seu processo de renovação e desenvolvimento. Estes programas têm como objetivos de estratégia regional: 1. Promover a boa governação, justiça e melhorar a prevenção, gestão e mecanismos de resolução de conflitos; 2. Promover o desenvolvimento de infraestruturas e um ambiente empresarial competitivo; 3. Promover o desenvolvimento sustentável e a cooperação regional; 4. Aprofundar a integração económica e monetária; 5. Reforçar a capacidade institucional; 6. Reforçar os mecanismos de integração no mercado global

23 1. Promover a boa governação, justiça e melhorar a prevenção, gestão e mecanismos de resolução de conflitos Desafios Necessidade de implementar soluções que evitem o conflito e que ajudem a estabilizar o pós-conflito ; Necessidade de melhorar os sistemas de gestão regional e recursos humanos, por forma a ser possível gerir múltiplas tarefas de forma eficiente e eficaz; Estratégia Mobilizar os recursos e melhorar as estratégias necessárias para cumprir a missão de manutenção da paz, estabilidade e segurança na região, dentro do contexto de uma boa governação como base para o desenvolvimento sustentável. A necessidade de melhorar a infraestrutura social, diplomacia e questões humanitárias. 2. Promover o desenvolvimento de infraestruturas e um ambiente empresarial competitivo Desafios Fornecimento de infraestruturas económicas e tecnológicas de base; Desenvolvimento do setor educacional; Empreendedorismo e desenvolvimento empresarial. Estratégia Fornecer os elementos políticos necessários por forma a assegurar a competitividade regional e nacional, bem como um ambiente de negócios propício ao desenvolvimento do setor privado e aumento da capacidade de suporte a uma estrutura de investimento regional. 3. Promover o desenvolvimento sustentável e cooperação regional Desafios Falta de infraestruturas físicas e sociais para o estabelecimento de um setor privado forte; Ausência de vontade política para implementar os vários protocolos de livre circulação de pessoas, mercadorias e serviços; Estratégia Apoiar e incentivar iniciativas que facilitem o cumprimento das políticas e protocolos existentes e proporcionar um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentado da região. Falta de capacidade de gestão do processo de desenvolvimento e falta de coerência e consistência na negociação coletiva; Falta de um programa de harmonização da política industrial que promova o desenvolvimento do setor e facilite a redução de custos nos setores produtivos das economias regionais. 4. Aprofundar a integração económica e monetária Desafios Ausência de políticas económicas e estruturas Estratégia Promover a harmonização da política económica e 23

24 jurídicas e contabilísticas comuns; Falta de coerência e sinergias no mecanismo de vigilância multilateral das diversas instituições da Comunidade; cooperação monetária como um meio de atingir a convergência macroeconómica e eventualmente, obter uma moeda única na região. Escassez de informação sobre questões de desenvolvimento socioeconómico; Não-realização de critérios de convergência primária e secundária de forma sustentável pelos EM; Não operacionalização das instituições relevantes necessárias para a introdução de moeda única. 5. Reforçar a capacidade institucional Desafios Escassez de investimento no desenvolvimento dos recursos humanos e falta de cultura organizacional; Estruturas organizacionais ineficientes e sistemas de gestão fracos; Estratégia Desenvolver um ambiente de trabalho eficiente e funcional por forma a melhorar a produtividade e a coordenação das atividades necessárias à concretização dos objetivos da região. Baixa penetração das Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs). 6. Reforçar os mecanismos de integração no mercado global Desafios A instituição de um planeamento estratégico e de um sistema de programação que seja não só prospetivo, mas também a chave para alcançar a visão da região; Estratégia Implementação da Visão 2020 da CEDEAO (ver caixa abaixo). Falta de mecanismos eficazes para uma abordagem integrada de promoção do comércio; Baixo valor acrescentado e má qualidade dos produtos provenientes da região; Mau estado das infraestruturas da região; A atual crise global e os seus efeitos nas ajudas e nos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE). 24

25 Visão 2020 A Visão 2020, que tem como objetivo transformar a Região da África Ocidental numa região sem fronteiras, onde os cidadãos podem criar e aproveitar as oportunidades de negócio para uma produção sustentável, através da exploração dos enormes recursos da região, foi adotada em 2006, no seguimento de vários processos de mudança. A Visão pretende atingir os seguintes objetivos até 2020: i) Transformar a CEDEAO de Estados numa CEDEAO de Pessoas, para que os próprios cidadãos estejam envolvidos no processo de integração regional e estejam no centro das preocupações políticas da região; ii) Criar um espaço no qual as pessoas vivam com dignidade e paz, no âmbito do Estado de Direito e da boa governação; iii) Criar uma região sem fronteiras; iv) Estabelecer uma região devidamente integrada na aldeia global e que consiga tirar proveito dessa globalização. Para assegurar a implementação da Visão 2020, a Comissão da CEDEAO criou o Programa de Desenvolvimento da Comunidade, cujo objetivo é assegurar a coerência e coordenação das iniciativas regionais de desenvolvimento e oferecer à região um programa de desenvolvimento económico regional de referência, de médio e longo prazo A CEDEAO enquanto comunidade económica O desempenho económico da região da CEDEAO nos últimos 5 anos foi fortemente influenciado pela desaceleração da economia global. O fraco desempenho económico mundial provocou uma diminuição da procura global, comprometendo o ritmo de crescimento acelerado da economia da região da CEDEAO, que ainda assim registou uma taxa de crescimento média entre 2008 e 2012 de 5,9%. Tabela 1 - Caracterização dos países membros da CEDEAO País Extensão Territorial (km 2 ) População 4 População (% s/ total região) PIB 3 (milhões US$) PIB per capita 4 Nível de IDH 4 Índice de Liberdade Económica 5 (ranking 2013) Benim ,2% Baixo 101 Burquina-Faso ,2% Baixo 86 Cabo Verde ,2% Médio 65 Costa do Marfim ,2% Baixo 126 Gâmbia ,6% Baixo 92 Gana ,0% Médio 77 Guiné ,6% Baixo 137 Guiné-Bissau ,5% Baixo 138 Libéria ,3% Baixo 147 Mali ,7% Baixo World Bank PNUD 2012 e World Bank

26 País Extensão Territorial (km 2 ) População 4 População (% s/ total região) PIB 3 (milhões US$) PIB per capita 4 Nível de IDH 4 Índice de Liberdade Económica 5 (ranking 2013) Níger ,4% Baixo 128 Nigéria % 262, Baixo 120 Senegal ,3% Baixo 116 Serra Leoa ,9% Baixo 151 Togo ,1% Baixo 150 Total % N/A Os países-membros da CEDEAO apresentam profundas e crescentes assimetrias estruturais, que apontam para uma disparidade entre tamanho e riqueza. A extensão territorial dos países membros oscila entre os 4.03 km 2 de Cabo Verde e os km 2 do Níger. Este último, apesar de ser o país com maior extensão territorial, representa apenas 5,4% da população total da região. De acordo com dados do Banco Mundial, a Nigéria representava, em 2012, 53% da população total da região e cerca de 66% do Produto Interno Bruto (PIB) do mesmo. No que se refere ao índice de liberdade económica 6, é de notar que a pontuação geral para a região da CEDEAO em 2013 é de 55%, ligeiramente abaixo da média mundial nesse mesmo ano, de 59,6%. No entanto, verificam-se profundas diferenças entre os 15 países da comunidade. Cabo Verde e Gana, países com maior pontuação neste índice (63,7% e 61,3%, respetivamente) são, coincidentemente, também os países da região com maior PIB per capita (US$ e US$ 1.605). Por outro lado, Serra Leoa, Togo e Libéria encontram-se no fim da tabela situando-se em 151º, 150º e 147º lugares do ranking, respetivamente, cerca de 70 posições abaixo de Cabo Verde, com valores igualmente reduzidos do seu PIB per capita. Gráfico 1 PIB por setor - CEDEAO 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura Em 2012, o PIB dos EM da CEDEAO ascendia no seu conjunto a US$ milhões, com uma contribuição relevante do setor agrícola que, em média, representava cerca de 36% do total do PIB da região. Mesmo nos países em que as exportações são dominadas por produtos minerais (industria extrativa), como a Guiné, Níger e Serra Leoa, é o setor agrícola que que apresenta maior peso no PIB e que ocupa a maior parte da população ativa. Cabo Verde e Gâmbia são uma exceção, com o setor dos serviços a representar mais de metade do PIB. Em termos de crescimento, o PIB dos EM da CEDEAO aumentou, em 2012, cerca de US$ milhões em relação ao ano de 2011 (+6,4%), e US$ milhões face a 2008 (+5,9% /ano), sugerindo uma aceleração económica dos EM nos anos mais recentes. Os países que mais cresceram nos últimos 5 anos ( ) foram a Libéria e o Gana, com taxas de crescimento médias de 11,09% e 8,61%, 6 Considera dez categorias: negócios; comércio; liberdade fiscal; intervenção do governo; monetária; investimentos; financeira; corrupção; trabalho; direitos de propriedade. 26

27 PIB (US$ milhões) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP respetivamente. No entanto, sendo a Libéria um país economicamente pobre, tem um contributo proporcionalmente modesto para o crescimento da região. Gráfico 2 - Crescimento médio anual países CEDEAO , , , , ,000 50, % 6.16% 4.89% 4.00% 2.55% 8.61% 2.87% 3.42% 11.09% 3.33% 12% 10% 8% 6.96% 6.97% 6% 3.25% 2.60% 4% 4.02% 2% 0% PIB (2008) PIB (2012) CAGR PIB Economicamente, a região é dominada pela Nigéria que representa cerca de 66% do PIB da região, em parte como resultado do setor petrolífero, o qual tem crescido a uma taxa média de 6,96% ao ano, em linha com a média da região, como seria expectável. Também o Gana tem um peso significativo na região, superior a 10%, e tem crescido a uma taxa média de 8,61% nos últimos 5 anos, constituindo um acelerador do crescimento económico, em parte motivado pelo desenvolvimento do setor financeiro. Cabo Verde, Gâmbia, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Níger, Serra Leoa e Togo representam, no seu conjunto, apenas 6,7% do total do PIB da região (dados de 2012). Gráfico 3 - Contribuição de cada EM para o PIB da CEDEAO, 2008 e Nigéria % 7.4% 2,1% 6,0% 2.6% 2.8% Gana Costa do Marfim Senegal 3.6% 6.2% 1,9% 6,7% 2.6% 2.6% 9.1% 65.7% Mali Burquina- Faso 10.3% 66.2% Benin Outros 7 Elaboração própria com base em dados do World Bank 27

28 Crescimento do PIB 2012 Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Nos últimos 5 anos, podemos verificar que a contribuição de cada país para o PIB da região tem-se mantido relativamente constante, sendo de referir, no entanto, que os países de matriz francófona têm vindo a perder peso na região, com especial destaque para o Senegal e a Costa do Marfim. Em 2012, representando 35% da população, os países de língua oficial francesa contribuíam com apenas 18% do PIB regional (20% em 2008). Gráfico 4 Evolução das economias da região % 15% Serra Leoa; 3,796 10% 5% 0% Costa do Marfim; 24,680 Niger; 6,568 Burquina-Faso; 10,441 Gana; 40,711 Gâmbia; 917 Nigéria; 262,606 Benin; 7,557 Togo; 3,814 Guiné; 6,768 Cabo Verde; 1,897 Senegal; 14,160 Mali; 10,308 Guiné-Bissau; 897 Liberia; 1,767 (5%) (5%) 0% 5% 10% 15% 20% Crescimento médio do PIB A análise do gráfico permite-nos compreender a dimensão do PIB de cada um dos países e o seu crescimento não só em 2012 como, também, face à média de crescimento entre o período 2008 a Assim temos, a Costa do Marfim que denota um retomar do crescimento económico, crescendo acima da média que vinha apresentando nos últimos anos. O mesmo se passa com a Gâmbia, Níger, Burkina-Faso e Serra Leoa. No entanto, todos estes países possuem economias relativamente pequenas quando comparadas com os verdadeiros motores da região, a Nigéria e o Gana, cujo crescimento abrandou em 2012 face à média dos últimos 5 anos, mas ainda assim, entre os 5% e 10%. África apresenta em termos mundiais índices de competitividade reduzidos, com perspetiva de crescimento. Figura 3 Índice de competitividade global 28

29 Taxa de crescimento medio anual do PIB Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Fonte: African Competitiveness Report 2013 Os países da CEDEAO que mais desceram no ranking de competitividade global foram a Gâmbia, Nigéria e Benim, cujas posições nos rankings do Global Competitiveness Index do World Economic Forum. Gráfico 5 - Relação entre crescimento do PIB e variação no global competitiveness index % 20% Liberia; 20.08% Mali; 20.08% 15% Guiné; 15.69% 10% Niger; 5.16% 5% Cabo Verde; 4.98% Togo; 4.81% Guiné Bissão; 1.59% 0% Ghana; 9.30% Bukina Fasso; 5.74% Senegal; 1.41% Nigeria; 5.16% Benim; 3.31% Gambia; -1.29% -5% Alteração ao Ranking GCI 2008/-2013/14 Fonte: Cálculos PwC com base nos dados do World Economic Forum 29

30 Para 2014, estimou-se que a grande maioria dos EM da região apresente perspetivas de crescimento superiores a 6%. Figura 4- Estimativas de crescimento do PIB em África Fonte: FMI 30

31 1.3. As economias da CEDEAO Nigéria 8 e Gana. As duas maiores economias da Comunidade. A economia nigeriana é a maior da região e a segunda maior da África Subsariana, a seguir à África do Sul. Esta economia está estruturada fundamentalmente em torno de produtos agrícolas e do petróleo. Deve porém ter-se presente a riqueza disponível em recursos naturais, contando com cerca de 34 minerais diferentes, neles se incluindo ouro, minério de ferro, carvão e calcário. O setor agrícola representa cerca de 30,9% do PIB do país e emprega quase ¾ da população. A avicultura e o cacau são duas das áreas em que a produção não tem conseguido acompanhar a procura doméstica e internacional. Não obstante a sua relevância económica, o setor agrícola representa apenas 2,5% das exportações, com especial destaque para o cacau, as peles e os couros. Já o setor petrolífero, apesar de representar 15% do PIB, é responsável por 71% das exportações e 79% das receitas do Estado. Os planos de desenvolvimento estabelecidos pelo Governo visam incentivar o crescimento de atividades não ligadas ao setor petrolífero, com forte investimento em infraestruturas chave, de modo a evitar assim que a Nigéria continue a sofrer da designada doença holandesa 9. Por comparação podemos verificar que Angola está a fazer um esforço semelhante a preparar um futuro não dependente do petróleo. A Nigéria importa 10 combustíveis refinados, máquinas e automóveis, que juntos somaram 48,3% das importações do país em É o maior exportador de petróleo do mundo mas, devido à baixa capacidade de utilização das suas refinarias, cerca de 85% dos produtos petrolíferos de que necessita têm de ser importados. Gráfico 7 - PIB por setor Gana 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Gráfico 6 - PIB por setor Nigéria 100% Comércio 90% % 2.3 Transportes e comunicação A economia do Gana é a 2ª maior da África Ocidental e a 6ª maior da África Subsariana. Encontra-se localizada numa zona estratégica, o Golfo da Guiné, onde se concentra cerca de 2/3 da produção petrolífera da África Subsariana). O país produz um conjunto variado de culturas, sendo as principais o cacau, o óleo de palma, o coco, o café, o caju, o algodão, o tomate, a cola, a borracha e a madeira. O setor primário é o principal empregador do país (60% do total da população ativa). O Gana é o 3º produtor mundial de cacau, tendo esta cultura contribuído para aproximadamente 20% das exportações em A produção petrolífera representou cerca de 6,8% do PIB em 2012, tendo as exportações de petróleo representado cerca de 20% do total das exportações nesse mesmo ano. A exploração do ouro dominou o setor da indústria extrativa, representando cerca de 40% das exportações (10º produtor mundial em 2012). No Gana, segundo maior produtor 8 e African Economic Outlook. 9 Doença holandesa Dutch disease explica as consequências negativas que resultam de aumentos significativos nos rendimentos de um país. A abundância em recursos naturais leva a que o país se especialize só na produção / exploração desses bens e não desenvolva a sua indústria. 10 Brasilglobal.net 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura 31

32 africano de ouro, também existe produção de diamantes, de manganésio e de bauxite. Os serviços financeiros têm vindo igualmente a desempenhar um papel relevante no desenvolvimento da economia do Gana, encontrando-se em expansão, com ativos sobre gestão estimados em cerca de 35% do PIB 11, acima da média da região (31%) Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Senegal e Togo. Setor agrícola dominante. Benim, Guiné-Bissau, Libéria e Togo são países com economias pouco diversificadas e predominantemente agrícolas. Gráfico 8 - PIB por setor Benim 100% Comércio No Benim, a economia é dominada pela produção de algodão. Apesar do enorme potencial no setor (36% do PIB em 2012), apenas 17% da área agrícola disponível é explorada anualmente. A agricultura, incluindo a criação de gado, é um dos pilares da economia do Benim, particularmente na ocupação da mão-de-obra. O setor agro-pastoril ocupa cerca de 80% da população ativa do país. Para além do setor agrícola, o país é rico em recursos minerais como o calcário, areia, granito e gravilha, apenas explorados para produção local. O setor industrial é tipicamente manufatureiro, com destaque para unidades dedicadas ao processamento de produtos agrícolas. O setor petrolífero é desenvolvido e o petróleo bruto é o principal produto exportável do Benim. Os serviços têm ganho importância na economia, particularmente no que diz respeito às atividades comerciais estimuladas pelo Porto de Cotonou. Em 2012, os principais produtos exportados pelo Benim foram petróleo e derivados de petróleo (47,3%), metais e pedras preciosas (14,5%), produtos têxteis (10,2%), produtos de metais não-ferrosos (7,2%) e castanhas de caju (7,1%). 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura Gráfico 9 - PIB por setor 2012 Guiné- Bissau 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Adminstração pública, saúde e educação Indústria Serviços financeiros Construção Agricultura Quanto às importações, destacam-se produtos como o petróleo e derivados de petróleo (17,2%), tecidos de algodão (14,3%), gorduras e óleos animais e vegetais (7,5%), automóveis (7,3%) e confeções (5,3%). A Guiné-Bissau é altamente dependente da agricultura, que representou 47,3% do PIB em Apesar do considerável potencial económico de que o país dispõe na exploração de recursos minerais, a sua exploração é ainda limitada, consequência da elevada instabilidade política recorrente em que o país vem vivendo nos últimos anos. Os principais produtos exportados 12 pelo país são as frutas (castanha-do-pará e castanha de caju) - 83,7% do total em , a borracha - 4,8% -, a madeira - 4,5% -, e os peixe congelado - 3,9%. Quanto às importações, destacaram-se em 2012 os combustíveis, cereais e 11 Bank of Ghana Set

33 máquinas (41,8% do total das importações), o ferro e aço (6,9%), as obras de ferro/aço (6,4%) e as bebidas (5,7%). Com múltiplas reservas naturais e a inexistência de obstáculos à obtenção de vistos exigidos apenas para cidadãos de países não pertencentes à CEDEAO o país deverá ver aumentada a relevância do turismo na sua economia. Na Libéria e no Togo, a agricultura é de subsistência, sendo este setor o principal empregador da população. Os principais produtos agrícolas cultivados na Libéria são o arroz, a mandioca, o café e o cacau, enquanto no Togo se encontra a mandioca, o milho, o algodão, o café e o cacau. Neste último caso, apesar de a agricultura representar 46,6% no PIB do país, verifica-se existir ainda muito potencial agrícola por explorar, uma vez que apenas 45% do terreno cultivável está realmente cultivado. O Togo é também um dos maiores produtores de fosfato em África e tem significantes reservas de minério de ferro, mármore e rocha calcária. Gráfico 10 - PIB por setor 2012 Libéria Gráfico 11 PIB por setor Togo 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura 100% Comércio % Transportes e 9.6 comunicação 80% Outros % 4.4 Adminstração pública, 8.2 saúde e educação 60% 5.1 Ind. Extrativa 50% Indústria 40% 30% 20% 10% 0% 46.2 Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Em 2012, a borracha foi o principal produto exportado pela Libéria, com 26% do total exportações. Outros produtos exportados foram as embarcações flutuantes com 23,9%, minério de ferro com 23,1%, combustíveis (óleo de petróleo, bruto e refinado) com 12,9% e madeira com 6,8%. O país importa na sua maioria, bens com alto valor agregado, especialmente embarcações, que representaram 58,2% do total das compras do país em Os combustíveis, basicamente óleo de petróleo refinado, representaram 4,8%. De notar que a Libéria é, hoje em dia, procurada para o registo de navios face a um regime fiscal extremamente favorável. Libéria, Ilhas Marshall e Panamá detém, em conjunto, 40% da frota mundial de navios. No Togo, os principais produtos exportados foram, no ano de 2012, o sal, pedras e cimento 13 (26,3% do total das exportações do país), seguido dos plásticos (8,2%), algodão (7,4%), combustíveis (7,2%) e embarcações flutuantes (5,3%). Os principais produtos importados foram: combustíveis (21,8%), sal, pedras e cimento 14 (6,2%), plásticos (6,1%), automóveis (6%), embarcações flutuantes (5,5%), máquinas mecânicas (5,2%), produtos farmacêuticos (4,4%), aço e ferro (3,6%) e máquinas elétricas (3%). 13 Existem duas cimenteiras no Togo: a WACEM (West African Cement) e a CIMTOGO (subsidiária da HeidelbergCement). 14 Existe uma cimenteira na Libéria: Liberia Cement Corp (CEMENCO), subsidiária da HeidelbergCement. 33

34 Mali e Senegal são os países com maior PIB da região, a seguir à Nigéria, ao Gana e à Costa do Marfim. Os recursos naturais têm um papel fundamental na economia do Mali, em particular o ouro e o algodão. O país tornou-se no terceiro maior produtor de ouro do continente africano, depois da Africa do Sul e do Gana. A produção deste recurso representando atualmente ¼ do PIB do país. Quanto ao algodão, apesar de ainda não ter sido criada uma indústria de produção local, a disponibilidade de algodão de boa qualidade pode ser uma vantagem potencial para o Mali. O setor primário foi o único fator de crescimento em 2012, graças à produção de arroz (27%) e algodão (8%). O principal produto exportado é o algodão, que representa cerca de 65% do total das exportações do país, seguido dos adubos (10,9%) e das sementes e grãos (8,3%). No que respeita às importações, destacam-se as máquinas mecânicas e elétricas (22,4%), os automóveis (8,2%), o sal, pedras e cimento (8,1%) e os produtos farmacêuticos (7,7%). Gráfico 12 - PIB por setor Mali 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Gráfico 13 - PIB por setor Senegal 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Quanto ao Senegal, a agricultura não só é um dos principais setores de atividade do país (16,7%), como emprega mais de 60% da população ativa. Dentro da produção agrícola destaca-se a produção de amendoim (10º maior produtor mundial) e de óleo de amendoim. Embora a indústria extrativa seja um setor com um reduzido peso relativo no PIB senegalês, representando apenas 2,9% do mesmo em 2012, merece referência a exploração de ouro que foi, nesse ano, o segundo produto mais exportado pelo país. A necessidade de diversificar as bases de apoio da economia, fortemente dependente, para efeitos de exportações, da agricultura e pescas e da indústria extrativa levou a uma aposta no setor do Turismo, maioritariamente balnear (54%) e de negócios (33%). Em 2012, o peso do setor no PIB era de cerca de 11%, sendo de esperar que aumente 4,7% em Atualmente está a ser construído um novo aeroporto (Blaise Diagne International Airport), próximo da cidade de Ndiass, que será um hub para a região do oeste africano. Os principais produtos exportados pelo país foram, em 2012, as pérolas, pedras preciosas (15,7%), combustíveis e óleos minerais (13,9%), peixe, crustáceos e moluscos (12,6%), sal, enxofre, pedra; gesso, cal e cimento (11%) e produtos químicos inorgânicos (10,7%). No que respeita às importações, destacam-se os combustíveis e óleos minerais (24,4%), cereais (10,3%), máquinas e aparelhos mecânicos (8,3%), veículos automóveis e partes (5,9%) e máquinas e aparelhos elétricos (4,4%). 34

35 O Burkina Faso é um país pobre, sem acesso ao mar e dependente das exportações de algodão e ouro. É escasso em recursos naturais e tem uma base industrial precária. Cerca de 90% da população vive da agricultura de subsistência, a qual é vulnerável às cheias e secas. Em 2010, o ouro tornou-se a maior fonte de exportações do país, estando a sua produção estimada em 32,4 toneladas em Quanto ao setor secundário, a indústria mineira (12,9% do PIB) constitui a sua espinha dorsal, e o seu forte crescimento tem impulsionado os restantes setores da economia. A pauta de exportações do país é concentrada. Em 2012, o ouro foi o principal produto exportado, representando 77,4% do total das vendas externas nesse ano. O algodão representou 11,8%, as sementes/grãos 3,9% e as frutas (cocos, castanhado-pará e castanha de caju, tâmaras, figos, abacates, etc.) representaram 2,9%. As importações são compostas, em grande parte, por bens com alto valor agregado, especialmente os combustíveis (23,9%), as máquinas mecânicas e elétricas (14%), os automóveis (7,2%), os produtos farmacêuticos (5,9%) e os cereais (5,1%). Gráfico 14 - PIB por setor 2011 Burkina Faso 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Gráfico 15 PIB por setor 2011 Costa do Marfim 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Também na Costa do Marfim o setor agrícola é o principal setor de atividade do país (30% do PIB), sobretudo na área das culturas alimentares. A Costa do Marfim é o primeiro produtor mundial de cacau, seguido da Indonésia e do vizinho Gana. É também o quarto produtor mundial de caju e o sétimo produtor mundial de borracha. O ouro, os diamantes e o manganês têm sido os principais recursos explorados na Costa do Marfim desde a sua independência. Esta atividade de exploração mineira, que representa uma pequena fração do potencial de exploração mineira do país, deverá ser intensificada podendo o setor vir a tornar-se uma componente essencial no desenvolvimento económico do país. Em 2011, a indústria extrativa representava cerca de 5% do PIB da Costa do Marfim, sendo particularmente notável a contribuição do setor petrolífero e do ouro. Os principais produtos exportados em 2011 foram o cacau (38,2%), os combustíveis (24,5%) e a borracha (10%). No que respeita às importações, os combustíveis predominam e representaram, em 2011, mais de 1/4 do total. O país importa em grande parte óleo bruto e exporta o óleo refinado. 35

36 Guiné, Níger e Serra Leoa. Indústria Extrativa, um setor em expansão. Gráfico 16 - PIB por setor 2012 Guiné 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Construção A economia da Guiné beneficia da grande quantidade de minerais presentes no seu território, possuindo 1/3 do total das reservas de bauxite do planeta, milhões de toneladas de minério de ferro, grandes depósitos de diamante e de ouro e quantidades ainda não determinadas de urânio. O bauxite, o ouro e os diamantes representam quase 88% das exportações de bens. O setor é o principal destino do IDE. Tem também um potencial de crescimento considerável para setores como agricultura e pesca. A terra, a água e as condições climatéricas favorecem a agricultura e a agroindústria em grande escala. 10% 0% 21.2 Agricultura Gráfico 17 - PIB por setor 2011 Níger O Níger, é um país sem costa litoral e com uma economia centrada na agricultura de subsistência e na criação de animais, e com uma das maiores jazidas de urânio do mundo. O setor primário registou níveis de crescimento elevados em 2012 (16,5%), tendo o setor agrícola contribuído em 24,8% para este crescimento. O crescimento do setor secundário em 2012 (37,7%) deveu-se à evolução positiva das indústrias extrativas, que cresceram cerca de 152,5% graças à produção de petróleo. É um país com abundancia em recursos naturais, particularmente minerais, petróleo e gás. Os principais recursos são o urânio, ouro, carvão, ferro, calcário e fosfatos. Os principais produtos exportados 15 pelo país em 2012 foram os minerais (41,4%), combustíveis (31,5%) e pérolas, ouro e pedras preciosas (11,5%). No que respeita às importações de produtos agrícolas, destaca-se o arroz (14,1%), dada a sua importância na base alimentar. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura 15 MRE/DPR/DIC - Divisão de Informação Comercial, com base em dados da ONU/UNCTAD/ITC/COMTRADE /Trademap, agosto

37 A agricultura é o principal setor de atividade da Serra Leoa, representando 53,91% do PIB e empregando a maior parte da mão-de-obra local. A indústria mineira tem vindo a ganhar importância na economia do país. Segundo o FMI, o PIB do país deverá crescer a um ritmo acelerado entre 2013/2014, em média 15% ao ano, impulsionado principalmente por este setor. Existem perspetivas de exploração de novas reservas de petróleo, bem como de exploração de jazidas de ouro e diamantes. O Governo tem como objetivo atrair investimentos para os setores de infraestrutura básica, energia, saúde e educação. O elevado índice de importação de recursos alimentares (cerca de 40% da procura doméstica) constitui ainda um desafio às autoridades locais. Gráfico 18 - PIB por setor 2012 Serra Leoa 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção O país tem também um grande potencial para o Turismo, com belas praias, sendo este setor um dos quatro pilares do programa estratégico de desenvolvimento do país. 10% 0% Agricultura No que respeita às exportações 16, os principais produtos exportados pelo país em 2011 foram os minérios (12,9%), pérolas, ouro e pedras preciosas (12,1%) e cacau (7%). Quanto aos produtos importados destacamse, no mesmo ano, as máquinas mecânicas e elétricas (31,8%) e os automóveis (11,3%) Cabo Verde 17 e Gâmbia. Economias orientadas para os serviços. Cabo Verde é uma pequena economia aberta, muito condicionada pela conjuntura externa, o que se explica pela elevada dependência face às importações de energia e alimentos e aos fluxos de capitais oriundos do estrangeiro. A economia é orientada para o setor dos serviços, incluindo atividades como o comércio, transportes, comunicações, hotelaria, atividade bancária, de alojamento e serviços públicos que totalizam cerca de 70% do PIB. A agricultura e pescas representam cerca de 9% do PIB, atividades essas que são desenvolvidas por cerca de 70% da população de Cabo Verde que habita em regiões rurais. No entanto, de todo o território, apenas quatro ilhas têm produção agrícola significativa (Santiago, Santo Antão, Fogo e Brava). O turismo, uma das atividades estratégicas de Cabo Verde, concentra-se em grandes zonas de resorts, criando assim um desafio importante de articulação com comunidades locais, na alavancagem do seu potencial impacto económico. Gráfico 19 - PIB por setor 2010 Cabo Verde 100% Comércio 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Mineira Industria Serviços financeiros (*) Energia (*) Construção Agricultura Entre os produtos mais exportados por Cabo Verde em 2012 estão as conservas de pescado, representando 43,3% do total das exportações e o peixe, moluscos e crustáceos que se posicionam em segundo lugar com Plano Estratégico PwC 37

38 40,7%. Os principais produtos importados pelo país no mesmo ano foram os combustíveis (14,3%), os reatores e caldeiras (7,3%), as máquinas (5,9%), os veículos automóveis (5,1%) e o ferro e o aço (5%). Gráfico 20 - PIB por setor 2011 Gâmbia 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% (10%) Comércio Transportes e comunicação Outros Adminstração pública, saúde e educação Ind. Extrativa Indústria Serviços financeiros Energia Construção Agricultura Também na Gâmbia são os serviços que mais contribuem para a economia do país, representando cerca de 60% do PIB em A reexportação, o comércio e o turismo, bem como os transportes e telecomunicações, são os principais motores de crescimento do setor. A reexportação e o comércio transitário têm sido uma parte importante da economia do Gâmbia, sendo o porto de Banjul o único no país e um dos mais eficientes e seguros da região. A agricultura continua a ser o 2º setor mais importante na economia em termos de peso no PIB, sendo considerado o único meio de subsistência de grande parte das famílias do meio rural. A indústria extrativa contribuiu em apenas 2,7% para o PIB do país, uma vez que este apenas produz minerais industriais para consumo local. Os principais produtos exportados em 2012 foram a madeira (54,5%), frutas (19,6%), peixe e crustáceos (5,3%), gorduras e óleos animais ou vegetais (4,6%), minérios, escórias e cinzas (4,6%). Os principais produtos importados em 2012 foram o algodão (15,9%), açúcares e produtos de confeitaria (5,9%), gorduras e óleos animais ou vegetais (5,4%), cereais (5%) e combustíveis minerais (4,9%) Trocas comerciais na CEDEAO Complementaridade das economias A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. O baixo nível de industrialização das economias da região reduz essa possibilidade, que, no entanto, poderá ser estimulada pelo desenvolvimento económico e pelo esforço de diversificação das economias - uma aspiração de muito dos países da região. As exportações intra-cedeao representam 8,64% do total das exportações da região (2012) 38

39 País importador Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-cedeao 18 País exportador Benim Burkina Cabo Costa do Faso Verde Marfim Gâmbia Gana Guiné- Serra Guiné Libéria Mali Níger Nigéria Senegal Bissau Leoa Togo Benim Burkina Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gâmbia Gana Guiné-Bissau Guiné Libéria Mali Níger Nigéria Senegal Serra Leoa Togo Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat O nível de complementaridade intrarregional da CEDEAO é muito reduzido, sendo particularmente baixos os indicadores apresentados por Cabo Verde e pela Guiné-Bissau. De facto apenas 8,64% das exportações dos países da região ficam na região e Cabo Verde e a Guiné Bissau apresentam graus de complementaridade que não excedem 18 e 8 pontos, respectivamente. Não obstante, verifica-se que poderá existir um potencial de complementaridade e maior intensidade no relacionamento comercial entre alguns países da CEDEAO. De facto, é notória qua alavancagem comercial intra-cedeao poderá ser potenciada fundamentalmente por 4 motores, pela Nigéria - país dominante da região, Senegal, Costa do Marfim e subsidiariamente pelo Gana - ou seja pelas 4 maiores economias da região Comércio intrarregional A CEDEAO regista o 4º maior valor de trocas intrarregião, entre as comunidades comparadas (cfr infra), medido pelo rácio de exportações sobre o PIB dos espaços de integração analisados, cujo nível de integração é liderado pela União Europeia ( UE ) e seguido pela ASEAN e SADC. Importa, no entanto, ter em consideração o nível de desenvolvimento da região e o facto das trocas informais nestas regiões poderem representar o dobro das registadas. 18 O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade. 39

40 Importações; Exportações (Milhões US$) PIB a preços correntes (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012) Indicador Exportações intrarregião (milhões US$, 2012) Exportações intrarregião (% no PIB da região, 2012) Exportações intrarregião (% das exportações mundiais, 2012) Crescimento anual médio das exportações intrarregião ( ) SADC União Europeia CPLP CEEAC Mercosul CEDEAO ASEAN ,09% 21,90% 0,62% 0,47% 2,10% 2,86% 13,90% 0,15% 19,87% 0,09% 0,01% 0,37% 0,06% 1,77% 6,66% -2,17% 8,12% 3,43% 4,50% 4,27% 6,65% Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Apesar do peso relativo reduzido no total das exportações mundiais (0,06%), a CEDEAO apresenta um crescimento médio anual das exportações intrarregião de 4,3%, pouco mais de metade do crescimento evidenciado pela CPLP. Este crescimento de relacionamento comercial, vem sendo acompanhado pelo ritmo de crescimento do PIB, que apresenta uma correlação positiva relativamente forte com este indicador, como seria expectável, crescendo a um ritmo inferior ao do PIB que desde 2008 cresceu a uma taxa anual média de 5,7% ao ano. Gráfico 21 - Evolução do comércio intra-cedeao vs. Evolução do PIB da região 14, , ,695 12, , ,618 10, ,997 8, , , , , ,000 6,000 4,000 2,000 9,872 8,200 9,776 10,538 11, , , ,000 50, Exportações (milhões US$) PIB (milhões US$) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Verifica-se uma grande disparidade ao nível das relações comerciais dos países membros da CEDEAO, existindo 3 clusters principais, situando-se Cabo Verde e a Guiné-Bissau no cluster menos dinâmico. 40

41 Importações intra-cedeao (% no total importações intra-cedeao) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 22 - Peso das exportações/importações intra-cedeao no total da região, % 40% 36% 32% 28% 24% 20% 16% 12% 8% 4% CPV GMB GIN LBR GNB SLE TGO BEN NER MLI SEN BFA 0% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 14% 16% 18% 20% 22% 24% NGA CIV GHA Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 19 Exportações intra-cedeao (% no total das exportações da CEDEAO) Cabo Verde, Guiné-Bissau, Gâmbia, Serra Leoa, Guiné, Libéria, Níger, Togo e Benim apresentam uma contribuição muito pequena ou quase nula (no caso de Cabo Verde) para o comércio intra-cedeao, o que pode ser explicado pela dimensão das suas economias relativamente aos restantes países da comunidade. O segundo cluster é constituído pelo Burkina Faso, Mali e Senegal, evidenciando um maior peso de exportações e importações intra-cedeao. Os países que mais contribuem para a intensificação das trocas comerciais intra-cedeao são a Nigéria, Costa do Marfim e o Gana que, simultaneamente, melhor se podem constituir como motores de desenvolvimento regional, à luz das conclusões inferidas ao nível da complementaridade comercial das suas economias acima. Produtos transacionados intra-cedeao (2012) Gráfico 23 - Produtos transacionados intra-cedeao (2012) 10% 4% 8% 8% 3% 63% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Maquinaria e equipamentos de transporte Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados As principais trocas assentam em produtos petrolíferos, produtos manufaturados e maquinaria e equipamentos de transporte, representando 81% do total. Outros artigos manufaturados Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat (2012)Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 19 Acrónimos World Bank: BEN Benim; Burkina Faso BFA; CVP Cabo-Verde; CIV - Costa do Marfim; GMB - Gâmbia; GHA - Gana; GIN Guiné; GNB - Guiné-Bissau; LBR Libéria; MLI Mali; NER Níger; NGA Nigéria; SEN Senegal; SLE Serra Leoa; TGO Togo. 41

42 Peso nas importações totais da CEDEAO I mportações (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.5. Comércio extrarregional Principais parceiros comerciais da CEDEAO A CEDEAO importa maioritariamente da China, países membros da UE (França, Reino Unido e Holanda, em particular), EUA e República da Coreia. Ao longo de , verificou-se um saldo positivo da balança comercial, com um fluxo de exportações superior ao das importações de 61 milhões de US$ (2011) e de 58 milhões de US$ (2012), reduzindo consideravelmente as necessidades de financiamento externas Importações (milhões US$) Exportações (milhões US$) Saldo da balança comercial Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Além disso, constata-se que a balança comercial relativa às trocas intrarregião tem vindo a contribuir significativamente para o crescimento da economia, em média cerca de 12% do PIB. Entre 2008 e 2009 assistiu-se a uma queda acentuada de 25% quanto às importações da região, assim como a um ligeiro abrandamento do crescimento das importações (2011 para 2012: 1,2%). Não obstante, as importações têm vindo a apresentar um crescimento médio anual de 11,8%, entre 2009 e Gráfico 24 - Evolução das importações da CEDEAO e principais países de destino, % 90% 80% 70% 60% 89,399 67,044 83, , , , ,000 80,000 50% 40% 30% 20% 10% 0% 8% 6% 6% 6% 7% 7% 7% 7% 7% 8% 7% 7% 6% 7% 6% 5% 7% 7% 6% 15% 17% 20% 20% 23% China França EUA Holanda República da Coreia Reino Unido Importações (milhões US$) 7% 60,000 40,000 20,000 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat; International Trade Center 42

43 Importações (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Trocas comerciais entre a CPLP e a CEDEAO A Balança Comercial entre a CPLP e a CEDEAO apresenta-se fortemente deficitária, sendo que a taxa de cobertura das importações por exportações da CPLP, é de 26%, correspondendo a um saldo comercial negativo para a CPLP em US$ 8,4 mil milhões. Importações Analisando a relação comercial na vertente das importações da CEDEAO com os países pertencentes à CPLP, apenas Portugal e Brasil apresentam níveis significativos no contexto global. Apesar do Brasil apresentar um fluxo de exportações superior ao de Portugal (2.354 milhões de US$ em 2012 face a 588 milhões de US$), constata-se que as exportações de Portugal para a região diminuíram a uma média 3,1% no período entre 2008 a Gráfico 25 - Importações da CEDEAO dos países da CPLP 4,000 3,500 3, % 3.37% 2.80% 2, % 2.85% 2,000 1,500 2,437 1,735 1,788 2,808 2,345 1, Portugal Brasil Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 43

44 Gráfico 26 - Importações CEDEAO de Portugal (2012) 7% 8% 8% 11% 12% Bens manufaturados 28% 22% A CEDEAO importa maioritariamente de Portugal bens manufaturados, maquinaria e equipamentos de transporte e combustíveis que, no total, respeitam a 62% do cabaz de produtos importados a este país. De referir que o principal parceiro comercial de Portugal na CEDEAO é Cabo Verde. Maquinaria e equipamentos de transporte Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Químicos e produtos relacionados Outros artigos manufaturados Bebidas e tabaco Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Gráfico 27 - Importações CEDEAO do Brasil (2012) 10% 8% 4% A CEDEAO importa fundamentalmente alimentos, animais vivos e alguma maquinaria e equipamentos de transporte ao Brasil, sendo que o valor das exportações é 5 vezes superior ao valor de Portugal. 12% 61% O volume mais significativo de importações ao Brasil, por parte dos EM da CEDEAO, é alcançado por países que não integram a CPLP. Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 44

45 Exportações (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações A CPLP é o destino de 6,9% das exportações da CEDEAO, direcionadas maioritariamente para Portugal e Brasil. Gráfico 28 - Exportações da CEDEAO para a CPLP 14,000 12,000 10,000 8,000 9,911 9,643 6,000 6,368 6,430 4,000 5,093 2,000 2,222 1,744 1,906 2,341 1, Portugal Brasil As exportações da CEDEAO para estes 2 países cresceram, em média, 7,2% por ano, entre 2008 e 2012, embora com tendências dissimilares Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A CEDEAO apresenta uma balança comercial com a CPLP superavitária por via das importações à região do Brasil e de Portugal. Gráfico 29 - Exportações CEDEAO para Portugal (2012) Gráfico 30 - Exportações CEDEAO para Brasil (2012) 3% 3% 3% 90% 96% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos e animais vivos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O Brasil importa quase exclusivamente combustíveis da CEDEAO (96%), Portugal importa também alimentos, animais vivos e matérias-primas. 45

46 Milhões US$ Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.6. Investimento direto estrangeiro na CEDEAO Desde 2008, a CEDEAO tem conseguido manter a sua competitividade relativamente à captação de investimento direto estrangeiro. Apesar de um declínio considerável em 2010 e de um ligeiro abrandamento sentido em 2012, os montantes de capital estrangeiro investido em cabo Verde no período entre 2008 e 2012, aumentaram. É igualmente de realçar os valores significativos de investimento da região no exterior, que em 2012 representaram 20% do investimento atraído para a região, um valor que representa o dobro do montante investido Gráfico 31 - IDE na CEDEAO - inward e outward, ,000 16,000 14,712 17,117 15,612 12,000 12,136 11,846 8,000 4,000 1,700 2,115 1,288 1,467 3, Inward Outward Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Os níveis de investimento direto estrangeiro apresentam valores relativamente reduzidos, equivalentes a cerca de 4% do PIB da região. O IDE na região é normalmente orientado para a Nigéria e Gana. O Burkina Faso, a Gâmbia, a Guiné-Bissau e o Togo têm-se apresentado pouco atrativos ao investidor estrangeiro, seja pela sua dimensão, seja pela sua estrutura produtiva e menor estabilidade política e económica. Cabo Verde, como referido, vem captando investimento estrangeiro fundamentalmente ao nível do turismo, embora se registem investimentos de natureza industrial, tal como a recuperação da fábrica de conservas de peixe Frescomar pelo grupo de matriz espanhola, Ubago, e que hoje se apresenta como um dos maiores exportadores de Cabo verde. 46

47 Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros da CEDEAO inward, País Benim Burquina-Faso Cabo Verde Costa do Marfim Gâmbia Gana Guiné-Bissau Guiné Libéria Mali Níger Nigéria Senegal Serra Leoa Togo CEDEAO Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 47

48 Gâmbia Arroz, milho, sorgo, amendoim, gergelim, mandioca, sementes de palma; bovinos, ovinos, caprinos Agricultura, Metalurgia, Indústria aeroespacial, Indústria aeronáutica, Aquacultura, Energia, Turismo, Indústria mineira Yundum International Airport Banjul Costa do Marfim Café, cacau, banana, sementes de palma, milho, arroz, mandioca, batatadoce, açúcar, algodão, borracha, madeira Agricultura, Indústria petrolífera, Indústria mineira, Indústria têxtil, Materiais de construção, Indústria alimentar, Turismo Felix Houphouet Boigny International Airport Abidjan San-Pedro CEDEAO Burkina Faso Algodão, amendoim, nozes de karité, sésamo, milho, sorgo, milheto, arroz; pecuária Algodão, bebidas, agroindústria, sabão, cigarros, têxteis, ouro Ouagadougou Bobo Dioulasso n/a Benim Algodão, milho, mandioca, inhame, feijão, óleo de palma, amendoim, castanha de caju, pecuária Indústria têxtil, Materiais de construção, Cimento, Agronegócio, Indústria mineira, Energia, Turismo Cotonou Cadjehoun Airport Cotonou Região Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 1.7. Principais setores de oportunidade por país e infraestruturas de apoio País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 48

49 Mali Algodão, milho, arroz, legumes, amendoim, bovinos, ovinos, caprinos Agronegócio, Indústria mineira, Telecomunicações, Produção de energia, Urbanização, Formação técnica Senou International Airport Gao International Airport Koulikoro Libéria Borracha, café, cacau, arroz, mandioca, óleo de palma, cana-de-açúcar, bananas; ovinos, caprinos, madeira Agronegócio, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo, Serviços financeiros Roberts International Airport Buchanan Monrovia Guiné Arroz, café, abacaxi, sementes de palma, mandioca, banana, batatadoce; bovinos, ovinos, caprinos, madeira Agricultura, Saúde, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Telecomunicações, Turismo Osvaldo Vieria Airport Conakry Kamsar Gana Cacau, arroz, mandioca, amendoim, milho, nozes de karité, bananas, madeira Agricultura, Indústria têxtil, Indústria alimentar, Saúde, Horticultura, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo Cimento Kotoka International Airport Takoradi Tema Região Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 49

50 Togo Café, cacau, algodão, inhame, mandioca, milho, feijão, arroz, sorgo, pecuária; peixe Mineração de fosfato, agroindústria, cimento, artesanato, têxteis, bebidas. Lome Niamtougou Kpeme Lome Serra Leoa Arroz, café, cacau, sementes de palma, óleo de palma, amendoim; aves, bovinos, ovinos, suínos; peixe, Agricultura, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Energia, Serviços financeiros, Turismo, Indústria têxtil Sherbro International Airport Lungi International Airport Freetown Pepel Sherbro Islands Senegal Amendoim, milho, sorgo, arroz, algodão, tomate, vegetais verdes, gado, aves, suínos, peixe Agronegócio, Telecomunicações, Indústria mineira, Turismo, Indústria petrolífera, Materiais de construção Leopold Sedar Senghor International Airport Dakar Níger Feijão-frade, algodão, amendoim, milho, sorgo, mandioca, arroz, gado, ovelhas, cabras, camelos, burros, cavalos, aves Agricultura, Saúde, Indústria mineira, Indústria petrolífera, Turismo, Indústria alimentar Mano Dayak International Airport Diori Hamani International Airport Bonny Inshore Terminal Calabar Lagos Região Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP País Principais produtos agrícolas Oportunidades para o bloco (produtos e serviços associados aos setores) Principais aeroportos Principais portos 50

51 1.8. Principais produtos importados pelos países da CEDEAO e oportunidades para as empresas Portuguesas A CEDEAO apresenta algumas oportunidades para as empresas portuguesas em termos de destino de exportações e que, em muitos casos, poderão ser potenciados por via de Cabo Verde. Do total dos produtos importados pela CEDEAO, no montante de US$ 104 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 50 principais produtos que representam 70% das importações, no montante de cerca de US$ 72,7 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Arroz; Produtos comestíveis e preparações; Embarcações; Equipamento de telecomunicação; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Trigo e centeio em grão; Máquinas para a construção civil; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Peixe fresco ou congelado; Materiais de construção; Açúcar, melaço e mel; Tecidos de algodão; Leite e dos produtos lácteos; Geradores; Motocicletas e velocípedes; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Gorduras vegetais e óleos; Papel e cartão; Máquinas e aparelhos; Artigos de plástico; Peças e acessórios dos veículos; Máquinas de energia elétrica e componentes; Fertilizantes; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Material impresso; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Motores de combustão interna e peças; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Aparelhos de medição, análise e controle; Polímeros de etileno, em formas primárias; Produtos laminados planos de ferro, aço não ligado, não revestido; Ferramentas mecânicas, outras; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Aquecimento e resfriamento de equipamentos e suas partes; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Alumínio; Aparelhos para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas; Outras matérias plásticas em formas primárias; Produtos diversos das indústrias químicas; Máquinas de processamento de dados; Mobiliário e peças; Chapas, filmes, papel alumínio e lâminas, de plástico. Do total dos produtos importados pela CEDEAO a Portugal, no valor total de US$ 593 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 59% das importações do bloco, no montante de US$ 353 milhões: Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Bebidas alcoólicas; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Gás propano e butano liquefeito; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Bebidas não alcoólicas; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Mobiliário e peças; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Produtos comestíveis e preparações; Leite e produtos lácteos; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Papel e cartão; Materiais de construção (tijolos); Artigos de plástico; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Equipamento de telecomunicação; Máquinas para a construção civil; Metais comuns; Tabaco; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Papel e cartão. Do total dos produtos importados pelo Burkina Faso aos parceiros económicos, no total de US$ 3.1 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 60% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de Do total dos produtos importados pela Costa do Marfim aos parceiros económicos, no total de US$ 9.7 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 66% das importações, no total de cerca de US$ 6.4 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Embarcações; 51

52 70%; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Materiais de construção (cimento); Artigos de plástico; Máquinas para a construção civil; Fertilizantes; Tabaco; Equipamento de telecomunicação; Produtos comestíveis e preparações; Geradores; Trigo e centeio em grão; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Aparelhos para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Produtos medicinais e farmacêuticos; Metais comuns; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Papel e cartão; Sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento; Motocicletas e velocípedes; Papel e cartão. Arroz; Peixes frescos ou congelado; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Trigo e centeio em grão; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Equipamento de telecomunicação; Materiais de construção (cimento); Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Polímeros de etileno, em formas primárias; Tabaco não manufaturado: Veículos a motor para transporte de mercadorias; Papel e cartão; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestido, folheado; Leite e produtos lácteos; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Fertilizantes; Outras carnes e miudezas comestíveis; Outras matérias plásticas em formas primárias; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Bombas e compressores a gás e ventiladores; Ferramentas mecânicas, outras; Produtos comestíveis e preparações. Do total dos produtos importados pela Gambia aos parceiros económicos, no total de US$ 380 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 67% das importações, no total de cerca de US$ 255 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Tecidos de algodão; Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Açúcar e mel; Gorduras vegetais e óleos refinados; Tecidos artificiais; ; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Materiais de construção (cimento); Veículos automóveis para transporte de pessoas; Leite e produtos lácteos; Chá; Legumes, raízes, tubérculos, preparados, conservados; Artigos de plástico; Máquinas e aparelhos elétricos; Outros artigos manufaturados diversos; Tules, guarnições, renda, fitas e outras mercadorias pequenas; Calçado; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Outras carnes e miudezas comestíveis; Geradores; Produtos medicinais e farmacêuticos; Tabaco; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados. Do total dos produtos importados pelo Gana aos parceiros económicos, no total de US$ 18 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 54% das importações, no total de cerca de US$ 9.7 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos, materiais em bruto; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Máquinas para a construção civil; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Embarcações; Arroz; Material impresso; Equipamento de telecomunicação; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Artigos de plástico; Materiais de construção (cimento); Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Açúcar e mel; Aparelhos de medição, análise e controle ; Metais comuns; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Outras carnes e miudezas comestíveis; Mobiliário e peças; Fertilizantes; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis. Do total dos produtos importados pela Guiné aos parceiros económicos, no total de US$ 2.3 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 64% das importações, no total de cerca de US$ 1.5 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados pela Libéria aos parceiros económicos, no total de cerca US$ mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 739 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: 52

53 Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Tabaco; Materiais de construção (cimento); Tecidos de algodão; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogéneo; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Veículos automóveis para transporte de pessoas; Açúcar e mel; Motocicletas e velocípedes; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Máquinas e aparelhos elétricos; Produtos comestíveis e preparações; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Geradores; Calçado; Roupas e outros artigos têxteis usados; Os sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Trigo e centeio em grãos; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis. Embarcações; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Estruturas e peças, ferro, aço, alumínio; Máquinas de construção civil; Arroz; Partes não elétricas e acessórios para máquinas; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Outras carnes e miudezas comestíveis; Produtos comestíveis e preparações; Geradores; Materiais para a construção civil (tijolos); Materiais de construção (cimento); Relógios; Metais comuns; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Equipamento de telecomunicação; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Roupas e outros artigos têxteis usados; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Artigos de plástico; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados; Ferramentas para a indústria, outros; Aparelhos de medição, análise e controle. Do total dos produtos importados pelo Mali aos parceiros económicos, no total de cerca US$ 2.9 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 66% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Materiais de construção (cimento); Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Fertilizantes; Os tecidos de algodão; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grãos; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Motocicletas e velocípedes; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Metais comuns; Artigos de plástico; Sais metálicos e peroxossais, de ácidos inorgânicos; Tabaco; Inseticidas e produtos semelhantes, para venda a retalho; Leite e produtos lácteos; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Automóveis; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Gorduras vegetais e óleos; Máquinas e aparelhos elétricos. Do total dos produtos importados pelo Níger aos parceiros económicos, no total de US$ 2.9 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 68% das importações, no total de cerca de US$ 1.9 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Máquinas para a construção civil; Roupas e outros artigos têxteis usados; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Materiais de construção (cimento); Tecidos de algodão; Produtos comestíveis e preparações; Fertilizantes; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Leite e produtos lácteos; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tabaco; Açúcar e mel; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Animais vivos; Equipamento de telecomunicação; Milho; Rádios; Legumes; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Tubos e perfis ocos, acessórios, ferro, aço; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Energia. Do total dos produtos importados pelo Senegal aos parceiros económicos, no total de US$ 6.4 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 67% das importações, no total de cerca de US$ 4.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados pela Serra Leoa aos parceiros económicos, no total de US$ 1.5 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 76% das importações, no total de cerca de US$ 1.1 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: 53

54 Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Óleos brutos de petróleo, óleos de xistos; Arroz; Trigo e centeio em grãos; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Produtos comestíveis e preparações; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinado; Gás propano e butano liquefeito; Pirites de enxofre e de ferro não torrados; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Máquinas para a construção civil; Equipamento de telecomunicação; Açúcar e mel; Geradores; Tecidos de algodão; Leite e produtos lácteos; Fertilizantes; Gorduras vegetais fixos e óleos, refinado, do fracionamento; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Legumes; Artigos de plástico; Motores de pistão de combustão interna, peças; Bombas, compressores de gás e ventiladores. Do total dos produtos importados pelo Togo aos parceiros económicos, no total de US$ 1.7 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam cerca de 75% das importações, no total de cerca de US$ 1.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Os tecidos de algodão; Tecidos artificiais; Mobiliário e peças; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Motocicletas e velocípedes; Gás propano e butano liquefeito; Produtos residuais de petróleo; Artigos de plástico; Materiais de construção (cimento); Calçado; Luminárias e acessórios; Copos; Aparelhos de medição, análise e controle de aparelhos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Roupa para mulher, de malha; Produtos comestíveis e preparações; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Máquinas e aparelhos elétricos; Artigos de viagem, bolsas e artefactos semelhantes; Açúcar e mel; Roupas de homem de matérias têxteis, de malha, croché; Arroz; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Os polímeros de etileno, em formas primárias. Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Roupas e outros artigos têxteis usados; Outras carnes e miudezas comestíveis; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Açúcar e mel; Leite e produtos lácteos; Materiais de construção (cimento); Veículos a motor para transporte de mercadorias; Geradores; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Trigo e centeio em grãos; Cereais em grãos (excluindo o trigo, arroz, cevada, milho); Produtos laminados planos, ferro, aço não ligado, revestidos, folheados; Tabaco; Legumes; Produtos residuais de petróleo; Compostos de função amina; Preparações de cereais, farinha de frutas ou vegetais; Embarcações; Elementos químicos inorgânicos, óxidos e sais de halogéneo; Motocicletas e velocípedes; Máquinas e aparelhos elétricos; Pneus de borracha e câmaras-dear; Mobiliário e peças. Do total dos produtos importados pelo Benim aos parceiros económicos, no total de US$ 2.2 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 76% das importações, no total de cerca de US$ 1.6 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os tecidos de algodão; Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Gorduras vegetais e óleos, refinado; Arroz; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Outras carnes e miudezas comestíveis; Tecidos e tecidos artificiais; Máquinas e aparelhos elétricos; Tules, guarnições, rendas, fitas e outras mercadorias pequenas; Barras de ferro e aço, barras, cantoneiras, perfis e seções; Roupas e outros artigos têxteis usados; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Energia; Outros artigos manufaturados diversos; Calçado; Equipamento doméstico; Metais comuns; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Sabonetes, produtos de limpeza e de polimento; Materiais de construção (cimento); Motocicletas e velocípedes; Equipamento de telecomunicação; Artigos de vestuário e tecidos têxteis; Artigos de plástico; Açúcar e mel; Veículos a motor para transporte de mercadorias. Países analisados autonomamente Do total dos produtos importados por Cabo Verde aos seus parceiros comerciais, que totalizaram US$ 754 milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 58% das importações, no montante de US$ 435 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Do total dos produtos importados por Cabo Verde a Portugal, que totalizaram US$ 292 milhões identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 56% das importações, no montante de US$ 163 milhões: 54

55 Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Leite e produtos lácteos; Materiais de construção (cal e cimento); Mobiliário e peças; Arroz; Equipamento de telecomunicação; Gorduras vegetais; Produtos comestíveis e preparações; Outras carnes e miudezas comestíveis; Bebidas alcoólicas; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Artigos de plástico; Açúcar, melaço e mel; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Veículos a motor transporte de mercadorias; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Papel e cartão; Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis; Materiais de construção (tijolos); Legumes; Aeronaves e equipamentos; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Milho; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Carne, miudezas, comestíveis, preparados e conservados. Materiais de construção; Gorduras vegetais e óleos refinado; Bebidas alcoólicas; Leite e produtos lácteos; Mobiliário e peças; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Medicamentos (incluindo medicamentos veterinários); Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro e painéis; Artigos de plástico; Produtos comestíveis e preparações; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio; Papel e cartão; Materiais de construção; Equipamento para distribuição de energia elétrica; Frutas e frutos secos; Legumes; Metais comuns; Pigmentos, tintas, vernizes e materiais relacionados; Equipamentos de aquecimento e refrigeração; Tubos, canos e mangueiras de plásticos; Sumos de frutas e vegetais; máquinas de processamento de dados; Equipamento de telecomunicação; Carne, miudezas, comestíveis e conservadas; Máquinas e aparelhos elétricos. Do total dos produtos importados pela Nigéria aos seus parceiros económicos. no montante de US$ 51 mil milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 53% das importações, no total de cerca de US$ 27.3 mil milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Produtos comestíveis e preparações; Trigo e centeio em grão; Equipamento de telecomunicação; Arroz; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Peixe frescos ou congelado; Embarcações; Automóveis; Motocicletas e velocípedes; Geradores; Leite e produtos lácteos; Máquinas para a construção civil; Máquinas de energia elétrica e componentes; Papel e cartão; Peças e acessórios dos veículos; Açúcar, melaço e mel; Pneus de borracha e câmaras-de-ar; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro, aço; Outras máquinas e aparelhos para as indústrias particulares; Motores de pistão de combustão interna; Metais comuns; Cacau; Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio. Do total dos produtos importados pela Guiné-Bissau aos parceiros económicos, no total de US$ 227 milhões, identificamos de seguida, por ordem decrescente, os 25 principais produtos que representam 70% das importações, no total de cerca de US$ 159 milhões, e a negrito os produtos que poderão representar oportunidades de exportação para as empresas portuguesas: Os óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70%; Arroz; Bebidas não alcoólicas; Tubos e perfis ocos, acessórios de ferro e aço; Pedra, areia e cascalho; Bebidas alcoólicas; Materiais de construção (cimento); Produtos comestíveis e preparações; Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções; Gorduras vegetais fixos e óleos, petróleo bruto, refinado; Óleos brutos de petróleo, materiais em bruto; Farinha de trigo e farinha de trigo com centeio; Sabonetes, limpeza e produtos de polimento; Geradores; Válvulas e tubos catódicos; Veículos a motor para transporte de mercadorias; Gorduras vegetais fixos e óleos, petróleo bruto; Açúcar, melaço e mel; Produtos laminados planos, ferro, de aço não ligado, revestidos, folheados; Veículos automóveis para transporte de pessoas; Tabaco; Mobiliário e peças; Artigos confecionados de matérias têxteis; Equipamento de telecomunicação; Leite e produtos lácteos. Fonte: UNCTADStat, dados

56 02 2.Nigéria A principal economia da CEDEAO 56

57 2. Nigéria A principal economia da CEDEAO 21 Independente desde 1960, a Nigéria é o maior país do continente africano em termos populacionais, com uma população estimada em mais de 168 milhões de habitantes, sendo esperado que ultrapasse os 200 milhões de habitantes até Apesar da língua oficial da Nigéria ser o inglês, existem mais de 500 dialetos locais. O país possui mais de 200 grupos étnicos e tem uma população rural que representa cerca de 50% da sua população total, estimando-se que mais de 40% da população é cristã e que mais de 40% da população é muçulmana. Esta diversidade da população nigeriana tem suscitado alguns conflitos étnicos e religiosos que, por vezes, têm interferido no desenvolvimento económico do país. Superar os problemas de segurança e encarar positivamente a multiculturalidade do país apresentase como o maior desafio que a Nigéria enfrenta atualmente. O país conta com uma área total de Km 2 (cerca de 10 vezes o tamanho de Portugal) divididos por 36 estados e o território da capital federal, onde se encontra Abuja, a capital do país. A Nigéria faz fronteira com o Benim, o Níger, o Chade e os Camarões, beneficiando ainda de uma linha costeira de 853 km. A distribuição espacial da economia nigeriana demonstra diferenças marcantes entre o norte e o sul. O sul caracteriza-se por uma elevada densidade populacional e é onde se situam as maiores cidades do país. No entanto, também se verifica uma importante atividade agrícola no norte do país, com um volume populacional relevante. A incidência da pobreza evolui à medida que a distância à costa marítima aumenta. Enquanto as taxas de pobreza nos estados costeiros estão tipicamente abaixo dos 40%, essas taxas passam os 70% em muitas partes do centro e do extremo norte da Nigéria. Relativamente a outros países africanos, o desenvolvimento da agricultura é forte: existem poucas áreas com potencial agrícola que não estejam já a ser exploradas, o que se verifica com maior ênfase no norte do país. A Nigéria integra organizações económicas internacionais relevantes como é o caso da CEDEAO, da Commonwealth of Nations e ainda da OPEC (OPEP), beneficiando assim de relações privilegiadas com vários países. 21 CIA Factbook 57

58 2.1. Macroeconomia 22 A Nigéria tem beneficiado de anos de estável crescimento económico, proporcionando assim uma melhoria na qualidade de vida da população, diminuição da corrupção e desenvolvimento de setores chave para um crescimento sustentável do seu PIB. No entanto, o país ainda enfrenta grandes desafios. Em primeiro lugar, o desenvolvimento das suas infraestruturas de modo a conseguir diminuir os custos de produção e distribuição dos produtos; em segundo lugar, a segurança que afeta particularmente a produção de petróleo e, por fim, a aposta no capital humano, particularmente desafiante considerando a elevada taxa de pobreza e de analfabetismo da Nigéria. Tabela 5 Indicadores sociais (2012) Nigéria IDH Esperança média de vida Número médio de anos de estudo Analfabetismo Índice de pobreza multidimensional 153.º 52,3 anos 5,2 anos 38,7% 31% Fonte: Human Development Reports United Nations A Nigéria tem vindo a desenvolver recentemente consideráveis esforços no combate à corrupção, podendo-se, por exemplo, observar uma evolução positiva no índice de perceção da corrupção. Apenas com o desenvolvimento económico, alcançado através da abertura da sua economia, do combate à corrupção, de reformas estruturais em setores chave não relacionados com o petróleo e do investimento em capital humano, pode a Nigéria vir a afirmar-se enquanto líder no continente africano, garantindo assim um crescimento sustentável PIB da economia nigeriana 23 Como referido a Nigéria é o país com maior peso na região, representando mais de 66% do PIB da CEDEAO. Conjuntamente com o Gana e a Costa do Marfim, estes três países correspondem a 82,29% do PIB da CEDEAO. Gráfico 32 - Representação da percentagem do PIB dos EM na CEDEAO 24 Nigeria 66.17% Senegal 3.57% Outros 3.30% Benin 1.90% Serra Leoa 0.96% Togo 0.96% Niger 1.65% Mali 2.60% Gana 10.26% Guiné 1.71% Burquina Faso 2,63% Costa do Marfim 6.22% Libéria 0.45% Guiné-Bissau 0.23% Gâmbia 0.23% Cabo Verde 0.48% Fonte: Banco Mundial 22 Human Development Reports Nações Unidas 23 Banco Africano de Desenvolvimento 24 World Bank 58

59 A economia nigeriana sofreu um ligeiro abrandamento do seu crescimento, em 2011 e em Este abrandamento deveu-se ao elevado crescimento registado em 2010 e ao abrandamento do crescimento no setor petrolífero. Os setores agrícolas, comércio grossista e retalhista e petrolífero continuam a ser a base da economia nigeriana, apesar do decréscimo no setor petrolífero. No entanto, destaca-se pela positiva o forte crescimento do setor das telecomunicações. A Nigéria removeu os subsídios ao setor petrolífero e pretende depender menos das receitas do petróleo para se financiar, através da modernização da sua economia Gráfico 33 Evolução anual do PIB, em milhares US$ 300, , , , , , , , , ,000 50, Fonte: Banco Mundial Gráfico 34 - Taxa média anual de desemprego, em percentagem 30% 23.90% 25% 19.70% 21.10% 20% 14.90% 12.70% 15% 10% 5% 0% A previsão de crescimento económico mantém-se estável, apesar dos riscos relacionados com a segurança, fruto de conflitos religiosos, da falta de infraestruturas, nomeadamente que ajudem a contrariar as cheias anuais, e do abrandamento do crescimento económico mundial. Importa salientar que o forte crescimento económico vivido pela Nigéria ainda não se traduziu em níveis relevantes de criação de emprego ou de diminuição da pobreza, sendo um desafio futuro da economia. Fonte: FMI O desemprego continua a aumentar fixando-se em 23,9%, sendo os últimos dados disponíveis referentes ao ano de O crescimento económico não tem sido acompanhado por alterações estruturais na economia nigeriana geradoras de emprego. Os planos de desenvolvimento estabelecidos pelo Governo visam incentivar o crescimento de atividades não ligadas ao setor petrolífero Orçamento Geral do Estado 25 A política orçamental da Nigéria tem como objetivo a manutenção da estabilidade macroeconómica, visando a consolidação orçamental, a par do crescimento económico. O programa de consolidação orçamental estabeleceu como teto máximo um défice orçamental de 3% do PIB, o que tem sido eficientemente cumprido nos últimos anos. Esta política fiscal menos expansionista, bem como uma política monetária relativamente 25 Banco Africano de Desenvolvimento,

60 rígida conduzida pelo Banco Central da Nigéria, têm conseguido manter a inflação em níveis considerados aceitáveis, a rondar os 12%. O governo visa reorientar os gastos do Estado, passando uma parte da despesa corrente para despesas em capital, visando assim melhorar as infraestruturas físicas. Como parte da consolidação orçamental, o Governo eliminou os subsídios ao setor petrolífero em 2012, que representaram 30% dos gastos totais do Estado em 2011 (cerca de 4,2% do PIB do país). A poupança realizada foi direcionada para programas de segurança social e projetos de investimento. O Governo tem conseguido alocar os seus recursos de acordo com os objetivos estabelecidos, dedicando assim uma parte relevante dos investimentos públicos à segurança (19,9%), educação (8,65%), saúde (6%), energia (3,5%), desenvolvimento e agricultura (1,7%) e serviços públicos (3,9%). No Orçamento de Estado para 2013 está projetado um défice de 2,17% do PIB, o que significa uma melhoria do défice de 2,85% obtido em 2012, sendo o objetivo do Governo manter esta política fiscal prudente e sustentável. Tabela 6 - Principais rubricas dos Orçamentos de Estado Dívida pública 26 Indicador Receitas totais (em % do PIB) 29,20% 28,80% 29,10% Receitas fiscais (em % do PIB) 4,20% 4,00% 3,80% Receitas petrolíferas (em % do PIB) 23,40% 23,40% 23,80% Despesa corrente (em % do PIB) 18,80% 18,10% 17,50% Fonte: Banco Africano de Desenvolvimento Durante o forte crescimento do setor petrolífero nos anos 1970, a Nigéria investiu avultadas quantias em infraestruturas, tendo para isso contraído uma elevada dívida, que se tornou insuportável com a queda do preço do petróleo nos anos seguintes. No início do século XXI o país encontrava-se altamente endividado, nomeadamente devido ao acumular de juros compensatórios pelo atraso no pagamento do seu passivo. Este facto levou os seus principais credores internacionais a concederem-lhe um perdão de endividamento, mediante um pagamento imediato de uma parte relevante do mesmo, em Desde então a Nigéria tem vindo a aumentar novamente a sua dívida pública, tanto em termos brutos como em percentagem do PIB. A dívida pública nigeriana ascende a cerca de 18% do PIB, sendo mais de 80% deste passivo detido por credores domésticos. O Governo federal é responsável por cerca de 64% da dívida pública e 70% deste passivo de fonte doméstica, pelo que os Estados detêm cerca de 60% do endividamento público de fonte estrangeira e representam um total de 36% da dívida pública total. 26 Banco Africano de Desenvolvimento 60

61 Gráfico 35 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de NGN Gráfico 36 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB 9,000 8,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000-7,663 6,494 5,323 3,816 2, % 17.20% 17.76% 15.20% 15.49% 15% 11.60% 10% 5% 0% Fonte: FMI Apesar dos desenvolvimentos recentes serem bastantes positivos para a Nigéria, sendo inclusive o seu crescimento económico aparentemente estável, as agências de notação de crédito consideram que a economia da Nigéria está demasiado dependente do preço do petróleo. Reconhecem, no entanto, a estabilidade política, o crescimento económico e algumas das reformas introduzidas pelo governo na Nigéria como positivas, o que conduziu a evoluções positivas na notação concedida à Nigéria ao longo da última década. Ainda assim, o roubo de petróleo e a sabotagem aos oleodutos já custaram mais de US$ mil milhões ao Estado nigeriano apenas durante os primeiros 4 meses de Tabela 7 - Notação de crédito da dívida pública nigeriana Indicadores S&P Moody s Fitch Notação BB- BA3 BB- Perspetivas Estável Estável Estável Considerações Especulativo Especulativo Especulativo Fonte: S&P, Moody s e Fitch 2.2. Estrutura Produtiva A Nigéria é o maior produtor africano de produtos agrícolas, com especial relevo para a produção de cereais, arroz, óleo vegetal, raízes e tubérculos, citrinos, vegetais, nozes e frutas, o que concede alguma diversificação às exportações do país. No entanto, o setor agrícola sofreu durante anos da falta de infraestruturas. O setor contribuiu para 39,21% do PIB do país em 2012, tendo obtido um crescimento de 3,97% no mesmo ano, sendo previsto que o setor continue a crescer entre 4% e 5% nos próximos anos. 61

62 Gráfico 37 - Contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012) Telecomunicações 7.05% Indústria 4.20% Finanças e seguros 3.37% Petróleo e gás natural 13.76% Comércio grossista e a retalho 19.92% Agricultura 39.21% Construção civil 2.19% Outros 6.58% Outros 3.73% Imobiliário 1.85% Serviços comerciais 0.95% Mineração 0.38% Hotelaria e restauração 0.55% Fonte: National Bureau of Statistics O crescimento populacional da Nigéria aliado ao aumento do rendimento disponível das famílias conduziu o país a uma condição de importador de alimentos, dado que a produção agrícola não tem aumentado a um ritmo suficientemente rápido (nomeadamente arroz, trigo, milho, peixe e açúcar). Outro setor relevante para a economia nigeriana é o comércio grossista e a retalho, contribuindo para 19,92% do PIB e que tem vivido anos de forte crescimento, sendo projetado um crescimento superior a 8% por ano para os próximos anos. Em terceiro lugar destaca-se o setor petrolífero que representa 13,76% do PIB nigeriano e que tem vindo a estabilizar a sua importância, nomeadamente devido a problemas relacionados com a segurança e infraestruturas, bem como com o desenvolvimento do preço internacional do petróleo desde 2010, dependente do crescimento dos principais países consumidores de petróleo. Finalmente, a economia do país tem sido impulsionada pelo crescimento do setor da tecnologia telecomunicações e entretenimento, que se destaca com crescimentos superiores a 30% por ano, representando já 7,05% do PIB do país. Dado o baixo nível de desenvolvimento atual deste setor, a margem para o crescimento é ainda muito elevada, pelo que se espera que o setor continue a apresentar um crescimento acima de 20% por ano (no ponto 4.4. Infraestruturas e energia pode encontrar-se uma descrição detalhada do estado atual da tecnologia e das perspetivas para o futuro). Tabela 8 - Contribuição para o PIB e crescimento dos setores de atividade na Nigéria, em 2012 e 2013 Contribuição para o PIB em 2012 Crescimento em 2012 O transporte de mercadorias, equipamentos, petróleo e gás é consideravelmente mais dispendioso na Nigéria do que em países comparáveis da África Subsariana Crescimento estimado (1ºT 2013) Agricultura 39,21% 3,97% 4,14% Mineração 0,38% 12,52% 12,00% Petróleo e gás natural 13,76% -0,91% -0,54% Indústria 4,20% 7,55% 8,41% Telecomunicações 7,05% 31,83% 24,53% Finanças e seguros 3,37% 4,05% 3,61% Comércio grossista e a 19,92% 9,61% 8,22% 62

63 Crescimento estimado para 2013 Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP retalho Construção civil 2,19% 12,58% 15,66% Hotelaria e restauração 0,55% 12,15% 13,61% Imobiliário 1,85% 10,41% 10,06% Serviços comerciais 0,95% 9,69% 8,63% Outros 6,58% 5,18% 5,37% Fonte: National Bureau of Statistics Analisando o crescimento de 2012 face ao estimado para 2013, os principais setores encontram-se em desaceleração, com exceção do Turismo, Construção e Indústria, no entanto, todos eles com peso relativamente pequeno no PIB. Gráfico 38 - Crescimento e contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012 e 2013) 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Agricultura; 4.14% (2013) Petróleo e gás natural; % (2013) Hotelaria e restauração; 13.61% (2013) Construção civil; 15.66% (2013) Indústria; 8.41% (2013) Comércio grossista e a retalho; 8.22% (2013) Telecomunicações; 24.53% (2013) (5%) (10%) (5%) 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Crescimento do setor em 2012 Fonte: National Bureau of Statistics 2.3. Política económica Perspetivas Futuras 27 De acordo com um relatório do Citigroup de 2011, a Nigéria será o país com a maior taxa média de crescimento anual do PIB no mundo, entre 2010 e 2050, incluindo-se assim no grupo designado como Global Growth Generators 28. Considera-se que a Nigéria sofreu durante anos da chamada maldição dos recursos naturais, no entanto, o país está a começar a demonstrar capacidade para gerir eficazmente os seus recursos. Desta forma espera-se que o crescimento médio do PIB per capita entre seja de 6,9% por ano. 27 Banco Africano de Desenvolvimento, FMI, World Bank e Citigroup 28 Global Growth Generators: Bangladesh, China, Egito, Índia, Indonésia, Iraque, Mongólia, Nigéria, Filipinas, Sri Lanka, Vietname 63

64 Gráfico 39 - Crescimento anual do PIB real 12% 10% 8% 6% 4% 2% 0.10% 2.50% 4.30% 2.70% 1.88% 1.10% 5.40% 3.10% 1.55% 10.60% 10.30% 7.98% 7.20% 6.45% 7.36% 7.00% 6.96% 6.55% 6.70% 6.20% 5.98% 5.40% 0% A inflação, acima dos 11%, embora elevada, quando comparada com países de desenvolvimento médio, é em grande medida influenciada pela dependência externa dos preços dos alimentos, do preço petróleo e suscetível às condições climatéricas que tenham impacto na produção agrícola interna. No entanto, as restrições na política monetária e a estabilidade do preço do petróleo poderá permitir, ao longo dos próximos anos, uma queda da inflação para valores inferiores a 10%. Fonte: Banco Mundial e Citigroup Os grandes desafios da Nigéria centram-se no desenvolvimento do seu capital humano. O país necessita de fortes investimentos na educação e na saúde de forma a poder garantir a qualidade de vida da sua população, bem como a qualidade da sua força de trabalho. Encontram-se previstas reformas agrícolas e o desenvolvimento de infraestruturas que permitam o escoamento rápido e eficaz dos produtos, bem como incentivos ao desenvolvimento do setor privado e reformas institucionais nos diversos organismos do Estado Prioridades estratégicas da Nigéria 29 A Nigéria estabeleceu um plano de desenvolvimento económico designado Nigeria Vision 20: 2020 (NV20), que deve ser implementado em três planos de implementação de médio prazo. O primeiro plano de implementação de médio prazo cobre o período , o segundo o período e o terceiro plano de implementação compreende o período A visão baseia-se em dois objetivos específicos que pretendem ser alcançados até 2020: PIB nominal não inferior a US$ 900 mil milhões; e, PIB per capita não inferior a US$ 4 mil. Para se alcançarem estes objetivos, foram definidas um conjunto de prioridades estratégicas em termos políticos, macroeconómicos e nos principais setores da economia. 29 Nigeria Vision 20: 2020 Economic Transformation Blueprint 64

65 Tabela 9 - Objetivos NV20 Aspirações nacionais Política Macroeconomia Agricultura Saúde Indústria Infraestrutura Educação Democracia estável, pacífica e harmoniosa. Uma economia estável e internacionalmente competitiva, com um PIB não inferior a US$ 900 mil milhões e um rendimento per capita não inferior a US$ 4 mil. Um setor agrícola tecnologicamente modernizado que explore a totalidade dos recursos agrícolas do país, garanta a segurança alimentar nacional e contribua para ganhos na balança comercial. Um setor que contribua e sustente a esperança média de vida do país não inferior a 70 anos e reduza ao mínimo as doenças infeciosas, entre outras. Um setor competitivo que contribua pelo menos para 40% do PIB. Serviços adequados, cujas infraestruturas garantam a completa circulação de todos os setores económicos. Um sistema de educação moderno que proporcione oportunidades para atingir um capital humano adequado, competente e no seu máximo potencial. O grupo de trabalho dedicado à implementação do primeiro plano, subjacente ao tema acelerando o desenvolvimento, a competitividade e a criação de riqueza, foca-se no estabelecimento das fundações necessárias para atingir os objetivos propostos para 2020, começando pelas infraestruturas, as fontes de crescimento e o capital humano. Tabela 10 Objetivos do 1.º Plano de Implementação Seis grandes objetivos 1. Diminuir a lacuna infraestrutural para permitir o desencadear do crescimento económico e da criação de riqueza; 2. Otimizar as fontes de crescimento económico de modo a aumentar a produtividade e competitividade; 3. Estabelecer uma base de capital humano produtivo, competitiva e funcional com vista ao crescimento económico e ao progresso social; 4. Desenvolver uma economia baseada no conhecimento; 5. Melhorar o sistema de governação, a segurança, a lei e a ordem, bem como promover um uso mais eficiente e eficaz dos recursos naturais de modo a promover a harmonia social e um ambiente empresarial propício ao crescimento; e, 6. Fomentar o desenvolvimento económico e social acelerado e sustentável de forma competitiva e ecológica. O Governo pretende continuar e incentivar as reformas nos setores petrolífero, energético e dos serviços públicos, a par do combate à corrupção e da melhoria dos níveis de cumprimento da lei. Tabela 11 Quadro macroeconómico de base para o NV20 Desenvolvimentos Desenvolvimentos no setor real Crescimento médio anual do PIB real em cerca de 6,5%; Crescimento sustentado por setores não-petrolíferos; Crescimento superior ao crescimento populacional médio de 3,2% por ano; e Um setor agrícola dominante na economia durante esse período. Setor externo Balança corrente positiva no período (saldo negativo em 2009 foi provocado pela crise económica); A Nigéria abandonou o grupo dos Países Pobres Altamente Endividados (PPAE), mantendo desde então um rácio dívida/pib baixo; e Taxa de câmbio estável. Operações orçamentais Política orçamental do Governo baseada na consolidação orçamental e na promoção de emprego, crescimento e desenvolvimento; e Elevadas receitas de fontes petrolíferas. 65

66 Desafios ao desenvolvimento Infraestrutura desadequada e agricultura de subsistência; Fraca pesquisa focada no desenvolvimento e na inovação; Contribuição reduzida da indústria para o emprego e elevado desemprego jovem; Receitas do Estado demasiado dependentes das receitas petrolíferas; e Preocupações sobre o crescimento da dívida nacional. Perspetiva económica global O ambiente económico internacional é essencial para o desenvolvimento da Nigéria; Dependência da recuperação do crescimento económico mundial; Principais consumidores de petróleo empenham-se cada vez mais para diminuir a sua dependência do petróleo; o o Os EUA lançaram uma nova política energética que incentiva fontes de energia alternativas e eficientes; Aproveitamento das extensas reservas petrolíferas do país, para permitir ao país criar uma conjuntura de não dependência face ao petróleo; O maior desafio na gestão da política macroeconómica durante o período de implementação do programa NV20 será a diversificação da estrutura económica, para setores não dependentes do petróleo; e, Quadro macroeconómico irá focar-se na manutenção da estabilidade macroeconómica de modo a posicionar a economia numa trajetória de crescimento sustentável, sem pressões inflacionistas. Estratégias de política macroeconómica Os 3 Pilares Garantir a produtividade e o bem-estar da população; Otimização das fontes chave do crescimento económico; e, Fomento do desenvolvimento económico e social sustentável. As estratégias Crescimento económico de dois dígitos e manutenção de fundamentos económicos fortes; Diversificação da economia; Estimular o setor industrial e fortalecer as suas ligações; Elevar a competitividade relativa do setor real; Desenvolver o setor financeiro; Investimento massivo em infraestrutura e capital humano; e, Adoção de uma política orçamental e monetária pragmática, com atenção ao comércio externo e à dívida pública. O total de investimento para o primeiro plano de implementação é de cerca USD 185 mil milhões, sendo que USD 60 mil milhões serão investidos pelo Governo Federal da Nigéria, USD 55 mil milhões pelos Estados e USD 80 mil milhões pelo setor privado. 66

67 2.4. Infraestruturas e energia 30 O estado das infraestruturas na Nigéria Figura 5 - O Estado das Infraestruturas em África - Nigéria Fonte: Africa gearing up, PwC 2013 Apesar das infraestruturas na Nigéria ilustrarem a concentração espacial da atividade económica no sul, o país (contrariamente aos seus vizinhos) desenvolveu acessos de alcance nacional. São poucas as áreas que permanecem sem acessos ao nível nacional. A condição da rede de estradas é porém muito irregular, 30 Africa Infrastructure Country Diagnosis e Banco Africano de Desenvolvimento 67

68 afetando negativamente a conetividade nacional, sendo que algumas estradas têm simultaneamente troços em boas e em péssimas condições. Existem 5 pontos onde as redes rodoviárias nigerianas intersetam a rede regional, nomeadamente na costa este-oeste e em alguns corredores que ligam ao interior do país. A rede elétrica tem alcance nacional e quase todos os grandes centros de produção de energia estão ligados ao sistema nacional. Apesar do sistema GSM de telecomunicação ter uma boa cobertura, existem regiões, principalmente a norte, que sofrem falhas e interrupções frequentemente. A nível de integração regional, a Nigéria encontra-se ligada a cabos submarinos que rodeiam a costa oeste da África (SAT-3, MAIN-1 e Glo-1), no entanto, o país não tem ligação terrestre de fibra-ótica com os seus vizinhos. Quanto ao setor agrícola, apesar da sua vasta implantação e níveis de produtividade, as áreas irrigadas são reduzidas e muito dependentes dos rios. Os recursos naturais concentram-se fundamentalmente concentrados na zona sudeste do país, já próximo da costa litoral. Figura 6 - Recursos naturais Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis No domínio dos transportes públicos, estes verificam-se como desadequados, e têm encorajado a utilização de motociclos para o transporte comercial e de passageiros. O transporte fluvial, esse, mantém-se estagnado, tal como as infraestruturas do setor, apesar do país ter cerca de kms de vias fluviais navegáveis. Não obstante essas vias terem como objetivo conferir acesso à costa, não estão ainda adequadas à navegação devido à falta de alargamento das vias, e à falta de navios modernos. 68

69 Relativamente ao setor energético, a rede elétrica nigeriana está ligada ao Níger a norte, existindo planos para ligar a Nigéria ao Benim e ao Níger, no contexto do Grupo de Energia da África Ocidental. No entanto, a rede elétrica da Nigéria ainda não está ligada aos Camarões. O Gasoduto da África Ocidental liga o Gana à Nigéria, através do qual é exportado gás para fins de produção energética. Apesar do estado de algumas das suas infraestruturas, a Nigéria fez importantes progressos infraestruturais nos últimos anos. Comparando com a maioria dos países da África Subsariana, tem uma rede energética, rodoviária, ferroviária e tecnológica (telecomunicações e plataformas informáticas) que cobre uma extensa área do país. Tabela 12 - Realizações e desafios dos setores de infraestruturas Transportes aéreos TIC Portos Energia Realização Expansão recente do mercado interno; Surgimento de transportadoras regionais importantes; Novas rotas para a Europa e para os EUA; Avanços significativos na supervisão da segurança. Cobertura GSM de baixo-custo extensiva; Setor de linha fixa competitivo; Rede de fibra ótica privada extensa. Adoção de um modelo de concessão moderno; Emissão de inúmeras concessões. Elevadas taxas de eletrificação; Restruturação do setor e aumento das tarifas. Desafios Desenvolver o potencial como centro regional de transporte aéreo; Concessão de aeroportos. Aumentar a penetração de serviços TIC; Reduzir os custos de serviços online; Tornar o mercado mais eficiente. Melhorar o desempenho alfandegário; Melhorar os acessos marítimos e térreos; Planear o incremento de novas capacidades. Investimento para melhorar a confiança nos serviços; Combater as enormes ineficiências do setor. Ferroviário Extensa rede ferroviária nacional. Melhorar o desempenho para aumentar o fluxo. Rodoviário Extensa rede rodoviária nacional. Aumento dos fundos para manutenção rodoviária; Melhorar os acessos rurais. Recursos hídricos Água e saneamento Progresso no quadro institucional. Desenvolver o potencial de irrigação de altoretorno. Melhorar o acesso a bons serviços de água; Melhoria dos hábitos sociais; Combater as enormes ineficiências dos serviços; Maior atenção a poços e furos; Melhorar a qualidade de latrinas tradicionais. Transportes A densidade rodoviária da Nigéria é de 0,21km de estrada por km 2, o que fica bem acima da média da África Central e Ocidental de apenas 0,06km de estradas por km 2, chegando a ser semelhante à densidade verificada em países como a África do Sul, o México ou o Brasil. De igual maneira, o volume do tráfego na rede rodoviária nigeriana é relativamente elevado quando comparado com o verificado em países similares, o que indica que a rede está a ser efetivamente utilizada. Estima-se que a rede rodoviária da Nigéria seja superior a km, sendo que apenas 18% estão pavimentados. A rede primária federal é responsável por cerca de 9% do total, com os Estados a gerir a maioria das estradas 69 A rede rodoviária é responsável por cerca de 90% do transporte interno e transfronteiriço de mercadorias

70 secundárias que totalizam aproximadamente 24% da rede total. O remanescente da rede rodoviária está sob a gestão dos governos locais, correspondendo a acessos às comunidades locais. Cerca de km da rede rodoviária estão localizados em áreas urbanas. Os maiores problemas da rede rodoviária estão relacionados com a desadequação dos serviços devido à falta de manutenção o que conduz a um mau estado da rede rodoviária. Adicionalmente, problemas com segurança, aplicação da lei e criminalidade são comuns. Estima-se que em 2010 a frota de veículos de 4 rodas fosse de cerca de 5,2 milhões de veículos e a frota de veículos de 2 rodas de cerca de 5,2 milhões. A frota total de veículos tem crescido cerca de 10% por ano, no entanto, quando se tem em consideração a população do país, estes números perdem alguma importância, dado ainda se encontrarem muito abaixo da densidade encontrada em países como a África do Sul, o Brasil ou a Rússia. Figura 7 - Cobertura nacional da rede de transportes da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 70

71 Tabela 13 - Indicadores das infraestruturas rodoviárias da Nigéria comparados com países africanos de baixo e de médio rendimento, com referência a 2006 Unidade Países ricos em recursos Nigéria Países de rendimento médio Densidade das estradas pavimentadas Densidade das estradas não-pavimentadas Km/1000 km 2 de terra arável 59,1 174,1 318,4 Km/1000 km 2 de terra arável 38,0 94,2 278,4 Acessibilidade rural ao SIG % de população rural residente até 2 km de distância de uma estrada 26,0 19,7 31,5 Tráfego nas estradas pavimentadas Tráfego nas estradas nãopavimentadas Condição da rede pavimentada Condição da rede nãopavimentada Média anual do tráfego diário 1.408, , ,3 Média anual do tráfego diário 24,7 32,7 74,7 % em condições boas ou razoáveis 67,9 67,4 82,0 % em condições boas ou razoáveis 61,4 32,9 57,6 Qualidade percecionada dos transportes Sobreinvestimento Subinvestimento % de empresas que identificam as estradas como grande constrangimento % da rede pavimentada com menos de 300 veículos por dia % da rede não pavimentada com mais de 300 veículos por dia 30,2 29,9 18,2 19,8 4,8 18,4 9,3 26,7 20,0 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis A Nigéria tem ainda um pequeno nível de sobreinvestimento (estradas cujo investimento foi demasiado alto para as necessidades reais) mas acima de tudo tem um elevado nível de subinvestimento (estradas que necessitam de mais investimento mediante a realidade). Nota-se que uma extensão relevante dos acessos rurais irá requerer uma estratégia de alinhamento das políticas de desenvolvimento do setor das infraestruturas rodoviárias e do setor agrícola. A rede rural rodoviária nigeriana totaliza cerca de km, no entanto, para garantir acesso a estradas durante todo o ano a 75% das populações rurais necessitaria da extensão em mais km. Adicionalmente, a Nigéria tem pouco mais de 54% da média da densidade das estradas pavimentadas verificada nos países africanos de rendimento médio, e apenas cerca de 34% da média da densidade das estradas não-pavimentadas verificada nos países africanos de rendimento médio. A Nigerian Railway Company detém uma frota com cerca de 200 locomotivas, apesar da maioria não estar operacional A rede ferroviária estende-se por um total de km, no que corresponde a cerca de km de rotas, sendo que apenas pouco mais de 30 km são em duas vias e concentram-se na zona de Lagos. A Nigéria tem uma das mais extensas redes ferroviárias de África, sendo apenas inferior em comprimento à rede ferroviária da África do Sul. Apesar de historicamente as ferrovias da Nigéria se encontrarem entre as melhores da África Ocidental, nos últimos anos tem havido um fraco investimento na requalificação de algumas linhas. Apesar da procura potencial por serviços ferroviários existente, o tráfego em volume tem vindo a diminuir de modo latente nas últimas décadas. A larga população e economia da Nigéria constituem as bases para uma enorme procura tanto para o transporte de passageiros, como para o transporte de mercadorias. Devido a um 71

72 desempenho deficiente e a serviços de má qualidade, o transporte ferroviário de mercadorias e passageiros caiu consistentemente entre 1960 e Com o reconhecimento da importância do setor dos transportes ferroviários para o país pelo Governo, algumas linhas essenciais foram construídas, concluídas ou melhoradas. Assim a linha de Lagos Kano que se estende por km encontra-se agora operacional e espera-se que as linhas de Port Harcourt Maiduguri e de Itakpe Aajaokuta venham a estar brevemente operacionais. Foram compradas 25 novas locomotivas, bem como reformados alguns vagões e carruagens. Estas reformas resultaram num crescimento significativo, passando a rede ferroviária de 1 milhão de passageiros em 2009 para cerca de 4,2 milhões de passeiros em Tabela 14 - Indicadores das infraestruturas ferroviárias para a Nigéria e outros países selecionados, com referência a 2006 NRC (Nigéria) GRC (Gana) OCBN (Benim) SITARAIL (Costa do Marfim- Burkina Faso) TRANSRAIL (Senegal Mali) CAMRAIL (Camarões) SPOORNET (África do Sul) Concessionado (1) / Estado (0) Densidade de tráfego, carga, t-km/km Eficiência Pessoal: taxas unitárias por colaborador Carruagem: passageiros-km por carruagem Carruagem: t- km por vagão Disponibilidade das locomotivas em % Tarifas Taxas unitárias médias, carga, US$ cêntimos/t-km Taxas unitárias médias, passageiros, US$ cents/passageiroskm ,4 2,0 3,3 2,2 2, ,4 5,8 5,5 3,3 5,2 - Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis A Nigéria conta com cerca de kms de vias navegáveis nos 12 principais rios do país, com notável destaque para a importância do rio Níger e do rio Benue. A Nigéria tem ainda um fraco desempenho no índice de qualidade das infraestruturas portuárias (Fórum Económico Mundial), obtendo em 2012 apenas 3,6 pontos, em 7. Este desempenho encontra-se abaixo de alguns dos países comparáveis, como a África do Sul (4,7 pontos) mas, ainda assim, acima de países como o Brasil (2,6 pontos). Convém ainda notar que a qualidade dos portos nigerianos tem vindo a aumentar, tendo o país passado de 2,6 pontos em 2008 para 3,6 pontos em 2012, com crescimento em todos os anos. Os rios Níger e Benue são as principais ligações aos portos marítimos de Apapa, Tin Can, Warri, Port Harcourt, Onne e Calabar 72

73 O sistema portuário da Nigéria tem tradicionalmente colocado entraves ao desenvolvimento económico do país, devido à sua capacidade condicionada e aos elevados custos operacionais. O tempo médio de espera dos contentores nos maiores portos da Nigéria varia entre 30 a 40 dias, enquanto o benchmark internacional aponta para uma média de 7 dias em Uma reforma profunda das infraestruturas portuárias começou no ano Essa reforma visava diminuir os maiores constrangimentos ao funcionamento eficiente das operações e assim facilitar as atividades de importação e exportação. Esta reforma foi bem planeada e, inclusive, bem implementada na maioria do sistema portuário nigeriano. As alterações incluíram a concessão da exploração dos portos, bem como a concessão ao setor privado da maioria das operações de movimentação de carga. De modo a adaptar o país aos novos modelos de gestão dos portos, a Autoridade Portuária Nigeriana (NPA, na sigla inglesa) foi profundamente restruturada, passando a existir 4 autoridades portuárias autónomas: Lagos, Calabar, Port Harcourt e Delta. De acordo com esta reforma as funções da NPA são de planeamento e desenvolvimento das infraestruturas portuárias, facilitação do financiamento de novas construções através de contratos de construção, exploração e transferências (BOT), concessões a operadores privados para prestação de serviços portuários, arrecadação das tarifas portuárias e, genericamente, agir como a entidade concessionária em nome do Governo. No entanto, as reformas não conseguiram ainda combater os problemas de base que afetam negativamente o sistema portuário da Nigéria, tal como um baixo desempenho das alfândegas e níveis elevados de corrupção. A nível dos transportes aéreos a Nigéria registou melhorias significativas ao longo da década de 2000, principalmente a nível dos voos domésticos. O país encontra-se no grupo restrito de países da África Subsariana que tem autorização para operar voos para os EUA, em companhias nacionais, dado a supervisão de segurança aérea nigeriana ser considerada boa para os padrões americanos. O recurso aos portos interiores ainda é muito limitado, tanto no transporte de passageiros como no transporte de mercadorias Tabela 15 - Indicadores de referência para o transporte aéreo para a Nigéria e outros países selecionados 31 Tráfego Nigéria Gana Costa do Marfim Senegal Quénia Tanzânia Lugares domésticos (milhões por ano) 9,3 0,14 0 0,13 2,09 1,87 Lugares em viagens internacionais para África (milhões por ano) Lugares em voos intercontinentais (milhões por ano) 1,3 0,91 0,85 1,26 3,14 1,27 2,44 0,83 0,3 1,23 2,76 0,59 Lugares disponíveis per capita 0,09 0,08 0,06 0,23 0,28 0,12 Qualidade % de lugares-km em aviões de pequeno e médio porte 29,6 15,7 52,3 39,3 23,3 48,6 % de lugares-km em novos aviões 71,4 96,8 90,8 98,3 80,2 79,3 Número de companhias na lista negra da UE FAA/IASA auditoria N/A Não Não N/A Não Não % de companhias 28, ,0 11,1 33,3 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 31 Ano de referência:

74 Apesar do tráfego aéreo ter crescido rapidamente as ligações permanecem as mesmas e maioritariamente centradas nos países da CEDEAO. O que se torna impressionante dada a importância da Nigéria na região é que as ligações relevantes centram-se nas ligações Lagos-Acra e Abuja-Lagos. A Nigéria é servida por 4 aeroportos internacionais (Lagos, Abuja, Kano e Port Harcourt) e por cerca de 20 aeroportos domésticos, os quais são detidos e operados pela Federal Airports Authority of Nigeria (FAAN). A infraestrutura aeroportuária nigeriana conta com 62 pistas de aviação, das quais 32 estão pavimentadas Lagos ainda não assumiu o seu papel como centro de transporte aéreo para a região. Enquanto na África Oriental e na África Austral algumas cidades desenvolveram-se já como um centro de transportes para as respetivas regiões, tal como Joanesburgo, Nairobi e Adis Abeba, não existe ainda um centro equivalente para a África Ocidental, sendo expectável que o aeroporto de Lagos venha a assumir esse papel, dada a sua localização e dimensão. Esperam-se pois desenvolvimentos nesta área, com a reforma da Autoridade Federal Aeroportuária da Nigéria e com a concessão de alguns terminais de diversos aeroportos ao setor privado, como é o caso do aeroporto de Terminal Internacional de Lagos II. Energia A Nigéria alcançou taxas de eletrificação relativamente elevadas, principalmente nas áreas urbanas, sendo que o acesso à eletricidade tem vindo a expandir-se rapidamente. No entanto, a Nigéria enfrenta problemas relativamente à sua capacidade instalada e ao funcionamento de alguma da sua produção. Adicionalmente, o setor energético na Nigéria pode ser caracterizado pelos seus elevados níveis de ineficiência operacional e por preços demasiado baixos, mesmo quando comparados com qualquer grupo de países semelhantes. Assim, as ineficiências no setor energético têm custos ocultos muito avultados, sendo estimados em mais de 1% do PIB. A rede nigeriana de gasodutos estende-se por km para gás natural, 124 km para gás condensado e 156 km para GPL. A capacidade instalada de geração de energia em infraestruturas públicas, em 2010, era de cerca de MW, no entanto, em 2012 apresentava apenas uma disponibilidade de MW, equivalente a apenas 48% da capacidade instalada. Por sua vez, a capacidade instalada de geração de energia em infraestruturas privadas era de MW, em No entanto, a capacidade disponível nesse ano foi de apenas MW. Perante uma procura estimada entre MW e MW, a capacidade disponível conjunta de MW. O impacto económico do défice energético da Nigéria é ainda significativo. De acordo com alguns inquéritos realizados a empresas, a Nigéria é afetada por interrupções no fornecimento de energia em mais de 320 dias por ano, um nível muito mais elevado do que o verificado em outros países africanos. Como consequência, 60% das empresas nigerianas têm os seus próprios geradores, novamente uma percentagem substancialmente superior a verificada em outros países africanos. Estima-se que as perdas no setor privado resultantes das falhas de energia atinjam quase 10% das receitas totais. 74

75 Figura 8 - Infraestrutura da rede de eletricidade da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis Tabela 16 - Indicadores energéticos de referência Unidades Países ricos em recursos Nigéria Início dos anos 2000 Nigéria Fim dos anos 2000 Países de rendimento médio Capacidade instalada de produção de energia MW/milhões de pessoas 43,2 41,7 38,1 798,6 Consumo de energia kwh/capita 205,7 151,9 107, ,3 Falhas de energia Dias/ano 14, ,9 Empresas que dependem do seu próprio gerador Perdas devido a falhas de energia % consumo 44,9 60,9-10,9 % vendas 7,0 8,9-1,6 Acesso a eletricidade % população 46,0 51,3 48,6 59,9 Acesso urbano a eletricidade Acesso rural a eletricidade Crescimento do acesso a eletricidade % população 79,4 84,0 85,0 85,2 % população 28,0 34,6 31,0 31,8 % população/ano 2,4 2,8 0,6 1,5 Cobrança das faturas % faturação 81,1 63,5 88,0 100,0 Perdas na distribuição % produção 25,8 30,0 20,0 10,1 Recuperação de custos % custos totais 53,9 28,0 31,0 100,0 Totais de custos ocultos em % das receitas % 168,3 548,2 246,6 0,1 Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 75

76 Tabela 17 Desafios identificados pelo Governo no setor energético Desafios ao setor energético Capacidade instalada de produção de energia desadequada; Fornecimento de combustível insuficiente para as centrais térmicas; Problemas relacionados com a tecnologia utilizada na produção de energia; Um sistema de transmissão e distribuição de energia sobrecarregado, com equipamentos ineficientes e obsoletos, um sistema de controlo e gestão antiquado e roubos frequentes de equipamento; Quadro regulatório e institucional fraco; Ambiente desadequado para a atração de investimento privado; Política de preços desajustada conciliada com uma reduzida capacidade de faturação, tornando o setor financeiramente não-sustentável; Constrangimentos da capacidade e qualidade da força de trabalho no setor. Água e saneamento A Nigéria tem extensos recursos hídricos, com uma capacidade total em barragens de 51 mil milhões de metros cúbicos. Cerca de 47% da capacidade total das barragens nigerianas está alocada exclusivamente à produção de energia hidroelétrica, cerca de 41% para múltiplos objetivos e finalmente, cerca de 12% exclusivamente para a irrigação e o fornecimento de água. No ano de 2010, apenas 4% da população nigeriana tinha acesso a água canalizada, abaixo da média da África Subsariana (16%) e ainda bem abaixo da média dos países africanos de rendimento médio (60%). O acesso a água tratada é muito superior nas áreas urbanas, chegando a 74% da população urbana, enquanto nas áreas rurais mais de metade da população depende de poços e nascentes não protegidos ou tratados. A maioria dos problemas relacionados com o fornecimento de água está relacionada com o desencontro entre as receitas provenientes dos serviços prestados e os custos associados. A maioria dos Estados nigerianos não tem fundos para investir dado os baixos preços praticados pelos serviços públicos, para além das dificuldades de cobrança das taxas aplicadas. 76

77 Figura 9 - Infraestruturas de irrigação da Nigéria Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis Adicionalmente, apenas cerca 33% da população tinha acesso a saneamento básico em 2010, sendo que este indicador tem vindo a piorar ao longo dos anos, devido ao aumento populacional nas zonas em zonas urbanas de modo pouco controlado e à dificuldade de incremento de cobertura nas zonas rurais. Tabela 18 Saneamento básico na Nigéria Problemas relacionados com o saneamento básico na Nigéria A falta de mecanismos públicos de intervenção que estejam alinhados com as políticas utilizadas, deixando às populações a responsabilidade de aquisição dos equipamentos necessários; Pobreza nas zonas rurais, o que dificulta a aquisição de equipamentos pela população nestas zonas; Capacidade insuficiente dos níveis de governação relacionados com o planeamento e implementação dos programas que atinjam os objetivos ambiciosos estabelecidos; Falta de mecanismos que suportem a entrada de investidores privados para o fornecimento de serviços relacionados com o saneamento básico. 77

78 Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) O número total de utilizadores da internet e linhas de telefone móvel e fixa ascendeu a 143 milhões, em 2011, o que corresponde a mais de 85% da população nigeriana. A cobertura de rede GSM alcança mais de 70% da população. O investimento privado em infraestruturas de telecomunicações no período totalizou cerca de US$ 3,4 mil milhões, com valores muito superiores a serem investidos na operação e manutenção da rede. Nota-se ainda que a política de liberalização do Governo resultou na entrada de 30 operadoras no mercado nigeriano apenas em A Nigéria conseguiu avanços significativos no desenvolvimento das suas infraestruturas TIC. Em particular, o país foi bem-sucedido no desenvolvimento de uma rede de fibra-ótica a nível nacional. Contrariamente a outros países africanos que estão a desenvolver as suas redes através de infraestruturas públicas, a Nigéria optou por liberalizar o mercado da fibra-ótica, o que resultou num investimento privado avultado neste setor. No entanto, é pouco provável que o setor privado invista na extensão desta rede para pequenos centros urbanos ou comunidades rurais. Apesar do desenvolvimento impressionante na última década, um grande fosso digital continua a separar a Nigéria das economias mais avançadas do mundo. Este fosso é especialmente notório no que toca à qualidade das infraestruturas, ao custo do acesso da população e à falta de competências relacionadas com o setor. A penetração de telemóveis foi de 67 por 100 pessoas em 2012 o que contrasta com uma penetração de 2 por 100 pessoas em 2003, demonstrando assim o rápido crescimento do setor no país. No entanto, um dos grandes constrangimentos a maiores progressos na penetração das tecnologias de comunicação é o seu custo e o baixo nível de rendimento da população. Apesar do declínio dos preços verificados nos últimos anos, fruto do aumento da competitividade, os preços ainda são superiores ao desejável, principalmente no acesso à internet, pelo que incentivos ao investimento privado em prol da competitividade são ainda necessários (ver ponto 2.5. Grandes projetos de investimento previstos em infraestruturas, para uma análise dos desenvolvimentos previstos para o setor). Figura 10 - Cobertura das redes TIC Fonte: Africa Infrastructure Country Diagnosis 78

79 2.5. Grandes projetos de investimento previsto em infraestruturas 32 A adequada implementação do programa de investimento em infraestruturas facilitará atingir o objetivo de US$ 900 mil milhões de PIB e US$ de PIB per capita para. Este crescimento colocaria a economia nigeriana no mesmo patamar que países como a Austrália, a Polónia ou Taiwan em termos de dimensão absoluta. Os gastos previstos de US$ 448 mil milhões no desenvolvimento e manutenção de infraestruturas teriam um enorme impacto no mercado doméstico de trabalho, na redução da pobreza e no setor privado. No mercado de trabalho significaria a criação de cerca de 4,5 milhões de empregos, com um custo estimado de US$ 126 mil milhões em salários. Melhores infraestruturas têm um papel fundamental na redução da pobreza, com um impacto direto no rendimento, na saúde, nutrição, educação e coesão social, (estima-se que com a implementação deste plano o número absoluto de pessoas que vivem abaixo do limiar da pobreza diminua de 108 milhões em 2010 para 98 milhões em 2020). Um investimento tão significativo gerará oportunidades reais para a comunidade empresarial no país, nomeadamente no fornecimento de bens e serviços à construção e manutenção das infraestruturas, bem como pelos benefícios inerentes à atividade económica de uma rede de infraestruturas muito mais eficiente. Investimentos previstos O programa envolve investimentos de cerca de US$ 137 mil milhões em bens de capital, US$ 90 mil milhões dos quais em infraestruturas e US$ 47 mil milhões na renovação e expansão da frota dos transportes; Uma parte substancial destes equipamentos será importada, dada a limitada capacidade da indústria interna; Cerca de US$ 184 mil milhões serão gastos em materiais de construção, peças sobressalentes e outros bens necessários às atividades de investimento e manutenção; Estima-se que este programa de investimento venha a aumentar a procura doméstica por bens e serviços importados. 32 Nigeria Vision 20:

80 Transportes Setor Objetivos Rodoviário Cerca de km da rede atual (cerca de 75% do total) será reabilitada e melhorada, incluindo a reabilitação e melhoria de estradas terciárias; Cerca de km das estradas federais primárias e secundárias passarão a ter duas vias; A rede irá expandir cerca de km (incluindo 726 km na Autoestrada Níger Delta Coastal e km em novas estradas secundárias geridas pelos Estados, em resposta à contínua urbanização do país; Manutenção periódica de km de estradas federais no período e manutenção de rotina de km de estradas no período Ferroviário Conclusão prioritária da reabilitação de 85% das vias existentes e conclusão da linha Ajaoukuta Warri; A reabilitação inclui ligações ferroviárias aos principais portos nigerianos; Construção de uma forte rede de transportes ferroviários em Lagos e Abuja; Concessão das linhas ferroviárias Lagos Kano e Port Harcourt Maiduguri; Construção das linhas ferroviárias aos armazéns no interior, de modo a liga-los aos portos marítimos, aeroportos internacionais e principais centros económicos e industriais; Expansão da rede atual em 784 km nas linhas Abuja/Idu Kaduna, Abuja portos de Lagos, Warri e Port Harcourt, Abuja Minna, Kafanchan e Itakpe, Calabar Cidade de Benim (Nigéria). Portos Construção de novos grandes portos marítimos de águas profundas, um no Sudoeste (em Lekki, Badagry ou Olokola) e outro no Sudeste (em Bonny ou em Akwa Ibom); Contratos de concessão para melhorar a gestão; Investimentos em movimentação de carga e no aprofundamento dos cais para uma média de 13 metros, para permitir maiores navios; Aprofundar os canais em aproximadamente 3 metros, particularmente os canais do complexo de Lagos e o canal de Bonny-Port Harcourt. Vias fluviais Dragagem e instalação de auxílios de navegação 24 horas durante o ano inteiro, nas principais vias fluviais; Promoção de políticas de preços que aumentem o tráfego nas vias fluviais; Reestruturação da National Inland Waterways Authority para conceder oportunidades de participação ao setor privado na gestão e operação das vias fluviais; Estabelecimento de uma autoridade de supervisão de segurança para reduzir o número de acidentes. Armazenamento Construção de 6 contentores com instalações alfandegárias nos Estados de Abia, Bauchi, Platea, Oyo e Borno para acomodar os contentores despachados por comboio a partir dos portos marítimos. Aviação Melhorar e expandir os aeroportos internacionais, bem como melhorar os padrões de segurança; Concessão dos 4 aeroportos internacionais e transferência de todos os aeroportos domésticos para os Governos Estaduais; Reabilitação de 21 aeroportos geridos pelo Estado; Expandir a capacidade de alguns aeroportos geridos pelo Estado para atender à procura projetada no transporte de passageiros; Construção de um pequeno número de novos aeroportos para atender à nova procura identificada; Aumento da frota existente em 50 a 60 aviões, para incrementar a capacidade disponível em lugares. Transporte de Construir 3 centros de tratamento de gás e uma rede de transmissão de gás em 80

81 gás Transporte urbano Warri/Forcados, em Port harcourt e Calabar/Akwa Ibom; Desenvolver a rede de gasodutos locais, acrescentando km à rede de distribuição existente; Acrescentar 82 navios à frota de GPL para a Europa e para os EUA; Desenvolver um gasoduto entre a Nigéria e a Argélia. Operacionalização para 47 principais cidades e algumas áreas urbanas; Reparação de km de estradas urbanas até 2020, com cerca de 90% das estradas pavimentadas; Pavimentação de km de novas estradas; Manutenção periódica de km de estradas urbanas em condições aceitáveis; Manutenção de rotina em km de estradas; Desenvolvimento de grandes sistemas de transporte nas áreas metropolitanas, com ênfase em autocarros, comboios (grandes sistemas ferroviários em Lagos, Abuja e Port Harcourt) e ferries. Setor Investimento Rodoviário US$ 41 mil milhões em infraestruturas rodoviárias US$ 27 mil milhões em manutenção da rede; US$ 932 milhões em estudos técnicos Ferroviário US$ 540 milhões em reabilitação de estradas; US$ 8,8 mil milhões no aumento da capacidade instalada; US$ 360 milhões em estudos técnicos de alta-prioridade. Portos US$ 1,83 mil milhões no investimento de terminais existentes; US$ 19 mil milhões no total do programa de investimentos nos portos; US$ 250 milhões em estudos de viabilidade e planeamento. Vias fluviais US$ 176 milhões para reabilitação de 9 portos e 2 cais; US$ 248 milhões na aquisição de 16 cargueiros; US$ 136 milhões para a aquisição de 13 ferries; US$ 95 milhões para terminais; US$ 16 milhões para estudos técnicos. Armazenamento US$ 64 milhões no total do programa de investimento. Aviação US$ 1,1 mil milhões na reabilitação de 21 aeroportos; US$ 530 milhões na reabilitação dos 4 aeroportos internacionais; US$ 590 milhões em 17 aeroportos domésticos; US$ 140 milhões em estudos; US$ 400 milhões em segurança aérea; US$ 3,3 mil milhões no aumento da frota. Transporte de gás US$ 4 mil milhões para a construção dos 3 centros de tratamento de gás; US$ 19,6 mil milhões para investimentos nos gasodutos; US$ 5,1 mil milhões no transporte de GPL; US$ 14,5 mil milhões na aquisição de navios para o transporte de GPL; US$ 10 mil milhões no investimento do gasoduto entre Nigéria e a Argélia (estimativa de 2008). Transporte urbano US$ 11,1 mil milhões na reabilitação e expansão da rede terciária das 47 principais cidades; US$ 3,2 mil milhões na reabilitação e expansão da rede terciária das outras áreas urbanas; US$ 8 mil milhões para a construção do sistema de transporte ferroviário de Lagos; US$ 3,2 mil milhões para a construção do sistema de transporte ferroviário de Abuja e Port Harcourt; US$ 20,4 mil milhões em serviços relacionados com autocarros; US$ 992 milhões na renovação da frota de táxis; US$ 5,8 mil milhões na expansão da frota de táxis; US$ 597 milhões em parques de estacionamento; US$ mil milhões para melhoria de vias para pedestres e veículos motorizados de 3 rodas; US$ 660 milhões para estudos técnicos. 81

82 Energia Objetivo Privatização de todas as centrais de produção de energia térmica Melhoria do desempenho da distribuição de energia através de investimento na transmissão e na privatização de empresas de distribuição Investimento na transmissão de energia Investimento na distribuição de energia Investimento US$ 40,9 mil milhões para a produção de energia US$ 1,6 mil milhões em programas de capacitação US$ 800 milhões em estudos técnicos US$ 11,4 na reabilitação e expansão da atual rede transmissão US$ 6,879 mil milhões em linhas de distribuição e conectividade Água e saneamento Setor Investimento Recursos hídricos Irrigação Fornecimento de água Saneamento básico US$ 1,95 mil milhões para a construção de barragens para irrigação e múltiplos objetivos; US$ 210 milhões em programas de capacitação e estudos técnicos; US$ 23 milhões na reabilitação das atuais barragens. US$ 8,43 mil milhões em trabalhos após as barragens; US$ 1,94 mil milhões em trabalhos antes das barragens; US$ 740 milhões em programas de capacitação, estudos de viabilidade e estudos técnicos. US$ 13,1 mil milhões na reabilitação das infraestruturas urbanas de fornecimento de água; US$ 5 mil milhões em infraestruturas associadas aos programas rurais; US$ 1,5 mil milhões em programas de capacitação e estudos técnicos. US$ 59,1 mil milhões em saneamento básico urbano; US$ 4,7 mil milhões em saneamento básico rural. 82

83 TIC Objetivo Desenvolvimento de uma rede de banda larga ligada a outros países da África Austral e Ocidental Desenvolvimento regional de plataformas de e-government Estabelecimento de um fornecedor independente de infraestruturas relacionadas com a rede de fibra-ótica Investimento US$ 252 milhões para projetos de harmonização de sistemas na CEDEAO US$ 795 milhões em outros projetos US$ 1.042,5 milhões US$ mil milhões 83

84 Peso nas importações totais da Nigéria Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP 2.6. Abertura da economia e relações comerciais A Nigéria depende em larga escala do mercado internacional do petróleo, uma vez que as exportações de petróleo são uma grande fatia das exportações nacionais. De forma a combater esta dependência, o Governo Nigeriano tem apostado na promoção de exportações não-relacionadas com o petróleo, através do esforço do Nigerian Export Promotion Council (NEPC). A balança comercial tem vindo a deteriorar-se mas ainda assim mantendo-se em terreno positivo. A taxa de inflação mantém-se elevada sendo que o objetivo do Governo passa por reduzir esta taxa para valores abaixo dos 10%. Tabela 19 - Abertura da economia de Nigéria Nigéria Taxa de câmbio (US$ / NGN) 117,19 148,27 149,27 154,26 157,54 Inflação 11,58% 11,54% 13,72% 10,84% 12,22% Balança Comercial (em % do PIB) 11,55% 5,32% 5,31% 3,99% n.d. Balança Corrente (em % do PIB) 1,41% 0,82% 0,58% 0,36% n.d. Fonte: World Bank; OANDA Importações As importações da Nigéria têm a sua origem na sua maioria nos Estados Unidos da América e na China, tendo ambos vindo a aumentar o seu peso no total das importações do país. Gráfico 40 - Evolução das importações de Nigéria e principais países de origem, % 56,000 60,000 90% 80% 49,951 44,235 51,000 50,000 Índia 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 4% 33,906 4% 4% 5% 5% 4% 5% 6% 6% 5% 7% 4% 4% 3% 6% 5% 6% 6% 7% 8% 3% 7% 3% 4% 17% 15% 12% 15% 18% 18% 18% 22% 8% 6% ,000 30,000 20,000 10,000 - França Japão Alemanha Brasil Antígua e Barbuda China EUA Importações Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat 84

85 A maioria das importações nigerianas corresponde a maquinaria e equipamentos de transporte. Além dos referidos destacamos os seguintes produtos: óleos de petróleo ou de minerais betuminosos com o máximo de 70% de óleo bruto (12% das importações da Nigéria), veículos de transporte de pessoas (5%) e produtos e preparações comestíveis (4%). Gráfico 41 - Importações da Nigéria - Top produtos, 2012 Maquinaria e equipamentos de transporte 5% 3% Alimentos e animais vivos 10% 35% Bens manufaturados 13% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Químicos e produtos relacionados 15% 17% Outros artigos manufaturados Matérias-primas (exceto combustíveis) Fonte: UNCTAD, UNCTADstat A CPLP tem pouca representatividade nas importações da Nigéria. O Brasil é o país com maior relevância,,representa 3% das importações da Nigéria, nomeadamente através de bens alimentares (mel, açúcar e arroz) 85

86 Importações (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 42 - Importações da Nigéria à CPLP 2,500 2,000 1,500 1, % , % 2.61% % , % ,542 A CPLP representou, em 2012, apenas 3,21% das importações da Nigéria 500 1,068 1, Brasil Portugal Angola Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Figura 11 - Principais importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) 33 Brasil Origem de 3% das importações da Nigéria 33 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 86

87 Gráfico 43 - Importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) O Brasil apresenta um saldo comercial positivo com a Nigéria (US$ 7,8 mil milhões). Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte Químicos e produtos relacionados 11% 7% 6% Mais de metade das importações da Nigéria provenientes do Brasil referem-se a bens alimentares, nomeadamente o açúcar e o arroz 56% Bens manufaturados 16% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Figura 12 - Principais importações da Nigéria provenientes de Portugal (2012) 34 Portugal Origem de apenas 0,1% das importações da Nigéria 34 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 87

88 As relações comerciais da Nigéria com Portugal têm pouca expressão. Gráfico 44 - Importações de Nigéria provenientes de Portugal (2012) 35 Maquinaria e equipamentos de transporte Sendo pouco significativas, as importações da Nigéria provenientes de Portugal correspondem, em grande percentagem, a maquinaria e equipamentos de transporte 18% 8% 6% 4% 35% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Bens manufaturados Químicos e produtos relacionados 28% Alimentos e animais vivos Matérias-primas (exceto combustíveis) 35 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 88

89 Importações (milhões US$) Peso nas importações totais de Nigéria Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações No conjunto, EUA e China representaram 34% das exportações da Nigéria, (essencialmente em petróleo) Nos últimos 5 anos, os EUA têm vindo a aumentar o seu peso nas exportações da Nigéria. 94% das exportações nigerianas em 2012 referem-se a petróleo Gráfico 45 - Evolução das exportações da Nigéria e principais países de destino, % 56,000 60,000 90% 80% 49,951 44,235 51,000 50,000 Índia 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 4% 33,906 4% 4% 5% 5% 4% 5% 6% 6% 5% 7% 4% 4% 3% 6% 5% 6% 6% 7% 8% 3% 3% 7% 3% 17% 12% 4% 15% 15% 18% 18% 18% 22% 8% 6% ,000 30,000 20,000 10,000 - França Japão Alemanha Brasil Antígua e Barbuda China EUA Importações Fonte: International Trade Center; UNCTAD, UNCTADstat Dos países da CPLP, Brasil e Portugal são os que mais importam da Nigéria. Em 2012, as importações de combustíveis minerais representaram 99% e 96% das importações destes países provenientes da Nigéria, respetivamente. Gráfico 46 - Exportações da Nigéria para a CPLP 36 14, % 12, % 2,251 10,000 1, % 9.44% 8,000 2, % 1,825 6,000 1,640 9,727 9,363 4,000 6,237 6,347 2,000 4, A CPLP representou, em 2012, 8,75% das exportações da Nigéria Brasil Portugal A Balança Comercial entre a CPLP e a Nigéria apresenta-se fortemente negativa, sendo as importações cobertas por menos de 15% das exportações, sendo que o único país da CPLP com saldo comercial positivo é Angola, que apenas exporta US$50 milhões. 36 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 89

90 Figura 13 - Principais exportações da Nigéria para o Brasil (2012) Brasil destino de 7% das exportações da Nigéria A Petrobras explora petróleo e gás, em parceria com um veículo de investimento gerido e administrado pela BTG Pactual, representando estes produtos cerca de 92% das exportações da Nigéria para o Brasil. Figura 14 - Principais exportações da Nigéria para Portugal (2012) 37 Portugal Destino de 1,6% das exportações da Nigéria 37 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat 90

91 Memorando de entendimento Brasil e Nigéria O memorando assinado em 8 de outubro de 2013 prevê a cooperação institucional entre o Brasil e a Nigéria, com a criação de um grupo de trabalho permanente para tratar dos assuntos comerciais e de investimento. O grupo deverá ainda discutir a possibilidade de serem estabelecidos acordos de comércio e de investimento entre os dois países. A cooperação industrial, financeira e comercial se relacionam entre si e, por meio deste grupo, poderemos trabalhar em diferentes frentes, com uma governação que irá permitir aos dois ministérios acompanhar a parceria de acordo com as estratégias dos nossos países. O grupo também permitirá o encaminhamento de diversos temas para os devidos órgãos governamentais, o que facilitará a solução das questões pendentes. Este grupo de trabalho irá contar com a participação do Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social (BNDES), e do Banco de Infraestrutura da Nigéria, onde será debatido o lançamento de instrumentos financeiros entre os dois países. A proximidade geográfica e cultural que existe entre os nossos países ainda não está refletida em nossas relações económicas. Esta parceria, portanto, visa promover o nosso potencial neste sentido. Ricardo Schaefer, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior 2.7. Principais setores de oportunidade Um nível de investimento substancialmente grande será realizado em áreas não relacionadas com o petróleo. O investimento fixo na economia irá aumentar de cerca de 24,7% do PIB (US$ 57 mil milhões em 2010) para cerca de 32% do PIB em 2020 e espera-se que se mantenha a este nível nos anos seguintes. O investimento total em infraestruturas, que se estima ter sido de 2,2% do PIB em 2010, irá crescer para cerca de 12% do PIB até 2016 e depois irá reduzir-se para 9,6% até Estima-se que o setor agrícola irá continuar a crescer a uma taxa próxima de 5% por ano, pelo que se espera que o setor venha a ter um peso relativo cada vez menor na economia nigeriana. Estima-se que o setor industrial irá crescer a uma taxa de 15% por ano no resto da atual década (acima da verificada no início da década, de 9,2%). Os setores relacionados com as infraestruturas têm sido os que mais têm crescido nos últimos anos, pelo que se espera que no período a média de crescimento deste setor seja de 15% por ano, um pouco abaixo das taxas de crescimento médias obtidas nos últimos anos de cerca de 17%. Finalmente, serviços financeiros, imobiliário, seguros, comércio e outros serviços irão crescer a uma taxa de 13% por ano, pelo que se espera que venham a ganhar algum peso na economia. Considerando o elevado nível de investimento em infraestruturas que está planeado até 2020, o aumento da população e o aumento da renda per capita, destacamos alguns dos grandes setores que identificamos como de forte potencial de crescimento e retorno. 91

92 Fluxos de IDE (milhões US$) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 20 Setores de forte crescimento potencial Setor Potencial Obras públicas Projetos de infraestrutura planeados; Habitações derivadas do crescimento populacional e do aumento da renda per capita. Telecomunicações Com a falta de know-how existente, a procura potencial, as redes de fibra-ótica instaladas, o aumento do rendimento per capita da população e ainda com a diminuição dos custos operacionais fruto de economias de escala, o desenvolvimento no setor das telecomunicações deverá ser relevante e sustentado. Indústria Materiais para a construção civil; Peças sobressalentes; Navios, veículos automóveis, carruagens e outros meios de transporte; e Equipamento de média-alta tecnologia para a indústria. Agrícola O crescimento populacional previsto, aliado ao crescimento do rendimento per capita colocará uma enorme pressão sobre a já deficitária balança comercial agrícola da Nigéria, pelo que o país deverá continuar a aumentar as suas necessidades de produtos agroindustriais nos próximos anos Investimento direto estrangeiro na Nigéria A Nigéria é o principal destino de IDE do continente africano Devido à turbulência sentida no norte do país desde há 3 anos, há insegurança política e ao menor dinamismo da economia global, o investimento direto estrangeiro na Nigeria tem vindo a regredir desde De notar que a Nigéria é o país que mais IDE recebe em África. Gráfico 47 - Fluxos de IDE na Nigéria, Nigéria Dados referentes aos Número de projetos: 104 CAPEX: milhões US$ Postos de trabalho criados: Empresas/investidores: (.826) - (.097) Top cidades recetoras de IDE Lagos: 43 projetos Port Harcourt: 5 projetos Abuja: 4 projetos (5) Inward Outward Ikeja: 3 projetos Ibadan: 1 projeto Fonte: UNCTAD, UNCTADstat O interesse pelos investidores estrangeiros na Nigéria vem motivado pelos abundantes combustíveis minerais existentes na região. 92

93 2.9. Financiamento à economia Principais bancos presentes O sistema bancário é dominado por 6 bancos (First Bank of Nigeria Plc, Zenith Bank, United Bank for Africa Plc, Guaranty Trust Bank Plc, Access Bank Plc e Ecobank Nigeria Plc), num total de 22 bancos. No final de 2011, os 6 bancos dominantes (1 panafricano e 5 bancos nacionais) foram responsáveis por cerca de 60% do total dos ativos do setor bancário. Estrutura acionista bancária Figura 15 - Estrutura acionista bancária em África Contrariamente ao que sucede nos demais países da África Subsariana, os bancos europeus na Nigéria apenas detêm 4% do total de ativos. O sistema bancário nigeriano está capitalizado, com boa liquidez e rentabilidade. O rácio de empréstimos não rentáveis (NPL) caiu para cerca de 5% do total de empréstimos em junho de 2012, maioritariamente devido à transferência de ativos tóxicos para a Companhia de Gestão de Ativos da Nigéria (AMCON, na sigla em inglês). O total de ativos do setor financeiro fixou-se em MGN milhões no final de dezembro de 2011, o que representa cerca de 53,6% do PIB. Dos 22 bancos existentes, 4 são detidos por grupos financeiros estrangeiros (Citibank Nigeria Limited, First Bank of Nigeria, Ecobank Nigeria Plc e Guaranty Trust Bank), enquanto 17 são inteiramente controlados domesticamente. Predominantemente local Equilibrada Estrangeira e Governo Predominantemente estrangeira Predominantemente Governo Excluído (Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007) Os bancos domésticos controlavam 86,4% dos ativos da indústria em dezembro de 2011 comparando com os 13,6% controlados pelos grupos estrangeiros. 38 Nigeria: Financial Sector Stability Assessement - FMI 93

94 Bancarização da população 39 Tabela 21 Acesso ao setor bancário Indicadores Depositantes em bancos comerciais (por 1,000 adultos) 304,85 454,39 462,79 506,70 Sucursais de bancos comerciais (por 100,000 adultos) 6,13 6,34 6,43 6,44 Mutuários de bancos comerciais (por 1,000 adultos) 25,75 28, , ,56 Caixas multibancos (ATM) (por 100,000 adultos) 8,45 11,21 10,99 11,99 Fonte: Banco Mundial Tabela 22 Obtenção de crédito Indicador Nigéria África Subsariana OCDE Índice de eficiência dos direitos legais (0-10) Índice de profundidade das informações de crédito (0-6) Cobertura de órgãos de registo públicos (% de adultos) Cobertura de órgãos de registo privados (% de adultos) Fonte: Relatório Doing Business Banco Mundial Contas bancárias (% +15anos) Figura 16 - Contas bancárias (% +15 anos) em África A relativa baixa bancarização da população nigeriana está obviamente relacionada com o nível de rendimento médio da população. Dado que uma grande percentagem da população se encontra abaixo do limiar da pobreza, muitas pessoas não têm fundos necessários para abrir uma conta bancária. Ainda assim pode verificar-se uma melhoria em todos os indicadores. O número de pessoas que possuem uma conta bancária tem vindo a aumentar de forma rápida e consistente desde 2008, passando de cerca de 30% para cerca de 50% da população adulta. < 10% Entre 10% e 20% De igual modo, o número de sucursais de bancos tem vindo a aumentar, em nível absoluto e relativo ao incremento populacional, bem como o número de caixas multibanco. Entre 20% e 30% Entre 30% and 40% > 40% Não disponível (Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011) 39 Banco Mundial 94

95 Taxa de juros de empréstimos 40 Tabela 23 Taxas de juro de referência Indicador Taxa de juros nos depósitos (%) 11,97 13,30 6,52 5,70 8,41 Taxa de juros dos empréstimos (%) 15,48 18,36 17,59 16,02 16,79 Taxa de juros real (%) 4,05 23,82-7,25 13,36 14,09 Fonte: Banco Mundial A política monetária tem tido como objetivo uma inflação de apenas 1 dígito, sendo assim mantida uma política monetária rigorosa. Desde o declínio da inflação no final de 2011, verificou-se uma subida rápida em 2012 como resultado da supressão dos subsídios ao setor petrolífero. Três medidas foram tomadas em janeiro de 2012 para reduzir as pressões inflacionistas. A taxa de referência do Banco Central da Nigéria foi aumentada de 6,25% para 12%, o requisito de reservas obrigatórias (CRR) foi aumentado de 1% para 8% e os rácios de liquidez (LR) foram aumentados de 25% para 30%. Gráfico 48 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem 16% 13.72% 14% 12.22% 11.58% 11.54% 12% 10.84% 10% 8% 6% 4% 2% 0% de NGN 160 por 1 US$. A taxa de inflação relativamente elevada contribuiu para taxas de juros igualmente elevadas. Os bancos na Nigéria aumentaram as suas taxas máximas de juros nos empréstimos em maio de Este facto condiciona a concessão de crédito ao setor privado e particularmente ao setor agrícola. As taxas de juros elevadas e a utilização de reservas de moedas estrangeiras para apoiar o naira ( NGN no mercado internacional de câmbio, limitou a volatilidade da taxa de câmbio, ajudando assim a manter a taxa de câmbio em torno Fonte: Banco Mundial Bolsa de valores 41 Em janeiro de 2013, a bolsa de valores da Nigéria (NSE) tinha 258 empresas cotadas, sendo esperado que a NSE atinja uma capitalização bolsista de US$ milhões em 2016, sendo a terceira maior bolsa de valores de África em capitalização bolsista. Cerca de 57% dos 5 milhões de investidores ainda são investidores nigerianos, o que poderá vir a ser alterado, considerando os bons desempenhos da NSE, a atratividade do país e a adoção das IFRS. 40 Banco Mundial e Banco Africano de Desenvolvimento 41 Nigerian Stock Exchange 95

96 3.Cabo Verde 96

97 3.Cabo Verde 3.1. Macroeconomia PIB da economia cabo-verdiana 42 Cabo Verde é dado por muitos como exemplo de boa governação política e esforço de convergência para o crescimento económico, respeito pelos direitos humanos, e empenho pela melhoria da qualidade de vida da população. Em 2009, a ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, apresentou Cabo Verde como um exemplo a seguir em África. O país é também membro de várias organizações internacionais 43, das quais se destacam o BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), a OMC (Organização Mundial do Comércio), a OIT (Organização Internacional do Trabalho), a ONU (Organização das Nações Unidas), a OMS (Organização Mundial de Saúde) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura). Acresce também que Cabo Verde ratificou uma Parceria Especial com a UE. Gráfico 49 Ilustração do PIB dos EMs da CEDEAO (%) Burquina Faso; 2,63% Togo; 0.96% Serra Leoa; 0.96% Senegal; 3.57% Benin; 1.90% Cabo Verde; 0.48% Costa do Marfim; 6.22% Gana; 10.26% Gâmbia; 0.23% Guiné; 1.71% Guiné-Bissau; 0.23% Libéria; 0.45% Mali; 2.60% Niger; 1.65% Nigeria; 66.17% Fonte: Banco Mundial 42 Cabo Verde Investimentos PwC 43 Outras organizações das quais Cabo Verde faz parte são: OUA (Organização de Unidade Africana), AID (Associação Internacional de Desenvolvimento), BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento), MIGA (Agencia de Garantia de Investimentos Multilaterais), FMI (Fundo Monetário Internacional), o FIDA (Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola), UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) 97

98 O crescimento económico de Cabo Verde tem sido significativo, tendo em conta a escassez de recursos naturais e a grande vulnerabilidade a choques externos na sua economia. O PIB do país, que representa apenas 0,5% do PIB da região da CEDEAO, e 0,07% da CPLP, cresceu 4,3%, em A integração regional poderá, assim, representar uma importante oportunidade para Cabo Verde. Gráfico 50 - Crescimento anual do PIB Cabo-verdiano (últimos 5 anos) 2,000 1,500 1, % % 3.7% 5.0% PIB (M USD) Crescimento anual PIB (em %) 7.0% 6.0% 5.0% 4.3% 4.0% 3.0% 2.0% 1.0% 0.0% Fonte: Banco Mundial Como resultado da crise financeira, e da lenta recuperação da Europa, verificou-se uma desaceleração do ritmo de crescimento da atividade económica de Cabo Verde, em No que respeita ao consumo privado, verificou-se uma redução de 12%, em A redução do rendimento disponível das famílias, em resultado da diminuição dos rendimentos, e da desaceleração das remessas dos emigrantes, explicam este comportamento negativo. Também os investimentos privados contraíram cerca de 11% em termos reais, reflexo de avultados investimentos realizados em 2011 no setor energético (nos parques eólicos e nas centrais elétricas), no setor das telecomunicações (com a instalação de um novo cabo submarino, e outras plataformas para a introdução da tecnologia de comunicação 3G) e no setor dos transportes e hotelaria. A melhoria da procura externa líquida em 2012 foi determinada pela queda das importações de mercadorias e de serviços (12,3%). Tal queda foi determinada por algum aumento da produção nacional, num contexto de ajustamento do setor privado e contenção dos gastos da Administração Pública. As exportações de bens e serviços reduziram-se ligeiramente (0,7%), principalmente devido à contração da procura de pescado, calçado e vestuário, pelos principais mercados (França e Portugal, sobretudo). O Governo de Cabo Verde tem vindo a aplicar nas últimas décadas políticas de desenvolvimento que têm influenciado positivamente o crescimento da economia nacional e o reconhecimento internacional por parte de outros países e organizações. Em 2007, Cabo Verde foi reclassificado pela ONU como um país em desenvolvimento (anteriormente classificado com o estatuto LDC Least Developed Country) e, em 2008, tornou-se membro da Organização Mundial do Comércio. Comparativamente com outras economias africanas, verifica-se que Cabo Verde tem crescido mais rapidamente do que a média, sendo ultrapassado apenas pela Guiné Equatorial, Angola e o Chade, beneficiando as duas primeiras de vastos recursos energéticos fósseis. Apesar das estratégias governamentais serem um dos principais fatores deste crescimento acentuado, este também tem sido influenciado em parte pelo recebimento de apoios internacionais (Portugal US$ 25 milhões, União Europeia US$ 22 milhões, Banco Mundial US$ 21 milhões e Luxemburgo US$ 15 milhões), assim como através do desenvolvimento do turismo. 98

99 Orçamento Geral do Estado 44 As perspetivas para a economia cabo-verdiana para 2013 estarão condicionadas pela evolução da conjuntura externa. Tendo em conta o espaço macroeconómico relativamente reduzido, o desafio será identificar políticas económicas capazes de mitigar os efeitos adversos da conjuntura internacional globalmente adversa, sem pôr em causa os ganhos em matéria da sustentabilidade orçamental e cambial, mantendo o compromisso de atingir todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio em A estimativa de execução das despesas correntes para 2012 é de ECV milhões. A diminuição da despesa deve-se a medidas de contenção, resultado do efeito da crise internacional. Em 2013 as despesas correntes continuam marcadas por uma excessiva rigidez estrutural, onde as despesas obrigatórias constituem cerca de 88% do montante total do orçamento, sendo as despesas com o pessoal quase 50% do total, e os encargos comuns 40,3%, sobretudo as transferências aos municípios, pensões, restituições, indemnizações, subsídios e subvenções. Para 2013, o montante global das despesas do funcionamento do Estado é de ECV milhões, um aumento de 14,6% em relação à estimativa de execução do Orçamento de Estado de Gráfico 51 - Despesas de natureza económica do OGE 2013 (%) 13% 11% 8% 6% 10% 50% Despesas c/ Pessoal Aquisição de Bens e Serviços Juros e Outros Encargos Transferencias Correntes Beneficios Sociais Outras despesas correntes Analisando as despesas totais numa ótica funcional, verifica-se que o setor da educação nos últimos três anos tem absorvido cerca de 22,8% do total do orçamento de Funcionamento de Estado, alocado em grande parte à despesa com pessoal, às bolsas de estudos e ao funcionamento dos estabelecimentos de educação dos ensinos básicos, secundário e universitário. Para o ano 2013 prevê-se que este setor absorva 22,7% do total do orçamento de funcionamento do Estado, justificado essencialmente com despesas para os Ensinos Secundário, Primário e Préprimário. Gráfico 52 - Despesas de natureza funcional do OGE 2013 (%) Serviços Públicos Gerais A distribuição funcional e programática da despesa evidencia uma forte prioridade conferida à educação 23% 13% 37% Segurança e Ordem Pública Assuntos Económicos Saúde 9% 5% 9% Educação Proteçao Social 44 Relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado para

100 Dívida Pública 45 Em resultado do aumento das suas necessidades de financiamento, o stock da dívida do Governo Central atingiu, em 2012, 95% do PIB. Esta evolução em termos nominais reflete tanto o aumento do endividamento externo, para financiar os investimentos públicos, como o crescimento da dívida interna para financiar quer a tesouraria do Estado, quer alguns projetos de investimento. Nos últimos cinco anos, o stock da dívida do Governo Central aumentou consideravelmente, determinado pela estratégia de financiamento de grandes projetos de infraestruturas que permitam aumentar a competitividade da economia. Foi também implementado o Programa de Investimentos Públicos (PIP) 46, com o intuito de estimular a economia, numa conjuntura global de recessão económica. Numa análise desagregada da dívida pública, prevê-se que a dívida interna aumente 8% em No que se refere ao rácio da dívida interna em relação ao PIB (21,3% em 2011 e 21,1% em 2012), projeta-se que este se venha a cifrar em 20,8% em 2013, e que o stock da dívida externa se situe em ECV milhões. Para 2013 a previsão é para que o rácio serviço da dívida/pib, atinja 2,06%. O 10º Fundo Europeu de Desenvolvimento ( ) é a principal fonte para apoiar a cooperação técnica e financeira com Cabo Verde. Aproximadamente 86 % dos fundos estão canalizados através do apoio ao orçamento geral de Cabo Verde para promover a redução da pobreza e o crescimento económico de maneira sustentável assim como para a promoção da Parceria Especial entre Cabo Verde e a UE. O resto do portefólio está dedicado ao setor de água e saneamento, assim como para projetos específicos em várias áreas. Na implementação dos projetos, a Delegação da UE trabalha em cooperação com o Governo Cabo-verdiano. A cooperação pretende promover os 5 princípios da «Declaração de Paris»: capacitação do país beneficiário, alinhamento com as prioridades do Governo Cabo-verdiano, harmonização dos procedimentos dos doadores, gestão fundada em resultados e responsabilidade mútua entre o país beneficiário e os doadores. Fonte: Delegação da União Europeia em Cabo Verde Reservas de moeda estrangeira 47 As contas externas evoluíram favoravelmente em 2012, tendo as necessidades de financiamento da economia, medidas pelo défice conjunto das balanças corrente e de capital, reduzido cerca de 27%. O excedente de financiamento face às necessidades da economia resultou num aumento das reservas externas na ordem de 37 milhões de euros, que passaram a garantir 3,8 meses de importações projetadas para Gráfico 53 - Reservas em moeda estrangeira e ouro (US$ Milhões) Cabo Verde 45 African Economic Outlook e Relatório Anual 2012 Banco de Cabo Verde 46 O PIP comporta projetos de infraestruturação portuária, aeroportuária e viária. Visa, igualmente, a construção de infraestruturas de suporte ao crescimento da produção agrícola, e pretende colmatar as deficiências energéticas e habitacionais. 47 Relatório Anual 2012 Banco de Cabo Verde 100

101 Nível de financiamento à economia 48 As condições económicas e financeiras desfavoráveis da Zona Euro têm condicionado o financiamento da economia cabo-verdiana, via redução das exportações de mercadorias, da ajuda orçamental, do investimento direto estrangeiro, bem como das remessas dos emigrantes. Outros fatores que exerceram a sua influência, como a redução das taxas de juro na Europa, a depreciação cambial do Euro e a descida de notações de risco das instituições financeiras europeias afetaram negativamente a remuneração das reservas do país, aplicadas preferencialmente nos mercados financeiros da Zona Euro. Os fluxos financeiros do setor privado, nomeadamente os desembolsos líquidos dos créditos comerciais e dos empréstimos financeiros, bem como o investimento direto, reduziram-se significativamente Evolução das taxas de juro e variação da liquidez As taxas de juro das operações bancárias mantiveram-se em 2012, tal como em 2011, relativamente estáveis. A taxa média de colocação, quer dos Títulos de Intervenção Monetária (TIM), quer dos Títulos de Regularização Monetária (TRM), fixou-se em 5,75%, durante todo o ano. Nos títulos de dívida pública verificou-se que as taxas de colocação, para todos os prazos, situaram-se entre 4,1% e 4,3%. Tabela 24 Evolução das taxas de juro jan-13 ago-13 Banco de Cabo Verde Taxas de juro de redesconto 7,50 7,50 9,75 9,75 9,75 Taxas de juro de cedência de liquidez 7,25 7,25 8,75 8,75 8,75 Taxas de juro de absorção de liquidez 1,75 1,75 3,25 3,25 3,25 Taxas médias de juro dos Bilhetes de Tesouro 91 dias 4,000 4,095 4,095 4,063 3, dias 3,938 4,188 4,188 4,000 4, dias 3,625 4,250 4,250 4,500 4,500 As condições de financiamento, em particular do setor privado, tornaram-se mais restritivas. As taxas de juro efetivas dos empréstimos aumentaram, em termos médios, cerca de um ponto percentual e os bancos tornaram-se mais exigentes na avaliação de riscos. O aumento dos depósitos em 8,5%, a par da redução do crédito a clientes, em 2,9%, refletiu-se na diminuição do rácio de transformação de depósitos em crédito. Com efeito, o índice inverteu a tendência de subida, caindo para 68%, contra os 76% de Esta evolução traduz uma melhoria do quadro global de financiamento e de liquidez do sistema 50. A evolução dos indicadores de robustez financeira - rácio Ativos Líquidos / Total do Ativo, bem como do rácio Ativos Líquidos/Exigível de curto prazo, indiciou, igualmente, melhoria significativa do nível de liquidez geral, face ao ano anterior. Tabela 25 Indicadores de liquidez Cabo Verde 51 Indicadores de Liquidez Dez-11 Dez-12 Var. Ativo Líquido / Ativo total 8,17% 13,2% 5,03% Ativo Líquido / Passivo de curto prazo 28,2% 42,9% 14,7% Índice de transformação de depósitos em crédito 76% 68% (8,0%) 48 Relatório Anual 2012 Banco de Cabo Verde 49 Relatório de Politica Monetária do Banco Mundial Banco de Cabo Verde 51 Banco de Cabo Verde 101

102 O nível observado nos indicadores de liquidez revela-se, todavia, modesto, se comparado com os países com maior desenvolvimento, onde os índices de liquidez, atingem 50% do total dos ativos. Uma caraterística positiva de reforço da posição de liquidez dos bancos em Cabo Verde é a qualidade da sua carteira de títulos, composta em quase 50 por cento por títulos de dívida pública, elegível para operações de financiamento junto do Banco Central. Cabo Verde pretende tornar-se um centro internacional de serviços e reforçar a sua competitividade global através da criação de "Clusters de Desenvolvimento Nacional", como o mar, o céu, as tecnologias de Informação, e comunicação, finanças, turismo, energias renováveis, cultura e indústrias criativas 3.2. Política Económica Visão do Banco Mundial, FMI e OCDE 52 Cabo Verde tem procurado (através da sua política económica) manter o crescimento num caminho sustentável. Não obstante, o crescimento económico reduziu para 4,3 % em 2012, em comparação com 5% em 2011, influenciado pela quebra no investimento privado, associada à diminuição dos fluxos de investimento direto estrangeiro (IDE) e condições monetárias mais restritas. O Banco Mundial previa que o crescimento do país continuasse a abrandar em 2013 (4,1%), mantendo-se a procura interna fraca. No entanto, a recente instabilidade no Norte de África poderá contrariar este abrandamento, visto que Cabo Verde se constitui como uma alternativa turística. Gráfico 54 Previsões de crescimento - Cabo Verde 7% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 6.2% 3.7% 5.2% 5.0% 4.8% 4.3% 4.3% 4.3% 4.1% 5.0% 4.5% 3% OCDE FMI O FMI prevê que a economia do país deverá manter um desempenho positivo, embora influenciada pelas adversidades do cenário internacional. As últimas projeções do FMI sugerem que a economia cabo-verdiana deverá registar um crescimento real de 4,1% em 2013 e de 4,5% em 2014, em razão da manutenção dos fluxos turísticos dirigidos ao arquipélago, e de investimentos no setor industrial, com o apoio do governo local. Já a OCDE prevê que a economia do país cresça 4,8% em 2013 e 5% em Visão do Governo de Cabo Verde 53 O ano de 2013 é o 2º ano de implementação da Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza ( DECRP III ), sendo necessário gerir os riscos resultantes do cenário externo, para que os objetivos e metas estipuladas sejam atingidos. O DECRP III procura mudar o paradigma para o processo de desenvolvimento cabo-verdiano, colocando no setor privado o papel de motor da economia. Para tal, o envolvimento do setor privado é fulcral e urgente, no sentido de serem atingidos os objetivos definidos pelo Programa do Governo e corporizados no DECRP III (ver Caixa 1). 52 Banco Mundial, FMI e OCDE 53 Relatório do Orçamento de Estado

103 Caixa 1 - Síntese da Estratégia de Crescimento e Redução da Pobreza III - DECRP III O Programa do Governo eleito em 2011 apresenta uma visão estratégica do país para os próximos cinco anos, centrada no desenvolvimento de uma parceria para a competitividade, através de uma economia dinâmica, inovadora, inclusiva e de um setor privado forte, competitivo, capaz de enfrentar os desafios e as necessidades internas, que cria emprego e pode ajudar a reduzir as assimetrias relacionadas com o crescimento económico regional e aumentar o desenvolvimento social e económico. Cabo Verde pretende tornar-se um centro internacional de serviços e pretende reforçar a sua competitividade global através da criação de "Clusters de Desenvolvimento Nacional", como o mar, o céu, as tecnologias da Informação, e comunicação, finanças, turismo, energias renováveis, cultura/indústria criativa. A implementação de "Clusters" e sua consolidação irá estimular o crescimento económico e reduzir a pobreza a nível nacional, regional e local. O programa também identifica um conjunto de intervenções prioritárias: o Reforço do capital humano, para torná-lo mais adequado às novas exigências do desenvolvimento nacional, através de um maior investimento em educação, saúde, desporto e formação profissional; o Reforço e consolidação da boa governação, com enfoque na reforma do Estado; o Descentralização dos serviços a nível municipal e local; o A segurança nacional de pessoas e bens; o Inovação na justiça; o Adequação do nível de planeamento e regulamentação territoriais aos desafios regulatórios impostos pela urbanização cada vez mais intensa; o A inspeção e o controlo das intervenções públicas, sociedade civil e setor privado; o A proteção do meio ambiente; o A estabilidade macroeconómica do país; o O bem-estar de populações específicas e parcerias externas para enfrentar os desafios do país. 103

104 Prioridades estratégicas para o país 54 Conforme referido no Orçamento Geral do Estado para 2013, o ( ) Programa de Investimento Público (PIP) para 2013, elaborado com base no DECRP III, assenta na estrutura de eixos, objetivos e medidas do Programa do Governo, garantindo a coerência global dos instrumentos de planeamento existentes, assegurando o adequado financiamento dos Programas, respeitando os objetivos de estabilidade macroeconómica, controlando o défice fiscal e a sustentabilidade da dívida pública. Configura uma estratégia de crescimento e de redução da pobreza para um horizonte de cinco anos. Para além de ter como base o DECRP III, o PIP foi elaborado com base no Quadro Orçamental a Médio Prazo e Quadro Despesa a Médio Prazo (2013 a 2016), focalizado nos projetos com maior fator multiplicador na economia, principalmente nos programas do setor primário, e ancorados numa abordagem integradora e de coesão social, visando, por um lado, expandir a base produtiva da nossa economia, aumentar a produtividade e melhorar a competitividade, e por outro, reduzir a taxa de pobreza, bem como a taxa do desemprego, em particular entre os jovens e as mulheres e as prioridades foram as seguintes: - Inscrição das contrapartidas nacionais, exigidas no quadro do acordo de financiamento, dos projetos financiados com crédito externo (empréstimos); - Priorização dos projetos que visam a formação bruta de capital fixo; - Assunção dos compromissos relativamente a matriz conjunta das ações acordadas com os parceiros no quadro do Grupo de Apoio Orçamental; - Orientar o programa de investimentos numa ótica plurianual para o crescimento económico e redução da pobreza, bem como neutralizar os desequilíbrios regionais. As prioridades da política económica e social do Governo estão refletidas no Programa de Investimentos Publico através dos meios financeiros posto a disposição para cada Eixo / Programas para investimentos, dentro da sua área de atuação. Infraestruturas À semelhança dos anos anteriores e dando continuidade à política de desenvolvimento de infraestruturas do país, grande parte dos recursos são canalizados para projetos de modernização e expansão das infraestruturas de portos, aeroportos, telecomunicações, requalificação urbana, água, energia e saneamento. Este eixo representa 63% do total dos investimentos, equivalentes a ECV milhões, contribuindo para a redução da pobreza, para o desenvolvimento sustentado, para a unificação do espaço nacional, e para a internacionalização da economia. ECV milhões serão canalizados para infraestruturas Em 2013 este Eixo financia 14 Programas do PIP e grande parte dos recursos (86,8%) estão canalizados para os Programas de Desenvolvimento das infraestruturas portuárias, "Mobilização de Agua e Ordenamento das Bacias Hidrográficas", "Infraestruturas de Produção, Armazenamento e Distribuição de Energia", "Desenvolvimento das Infraestruturas Rodoviárias", "Mobilização de água e reforço da Capacidade de Abastecimento Publico". Boa governação Este eixo tem por objetivo consolidar a democracia, reforçar a boa governação e abrange a reforma do Estado, descentralização, segurança, justiça, ordenamento do território, política externa, regulação, proteção do ambiente, estabilidade macroeconómica e proteção social. Em 2013, o total do financiamento previsto é de ECV milhões, o que representa 18,7% do total do PIP para Destacam-se os investimentos previstos para os Programas "Mais Qualidade, Mais Comunidade e de Microrealizações", Reforço das Competências Técnicas do MFP, "Consolidação e Requalificação do 54 Relatório Orçamento do Estado, 2013, Cabo Verde 104

105 Ambiente, Garantia do Acesso a Todos os Grupos Sociais e Profissionais a Proteção Social, e "Governação Eletrónica". Capital Humano Este eixo tem como objetivo capacitar os recursos humanos e produzir conhecimento propiciador de crescimento económico, abarcando a modernização do sistema educativo, desde a ação social escolar, ensino pré escolar, ensino primário, ensino secundário, ensino superior, e a promoção da educação de adultos, ciência e tecnologia, o sistema da saúde, emprego e formação profissional, cultura e desporto. Representa 11,7% do total dos investimentos públicos, equivalentes a ECV milhões. Destacam-se os investimentos previstos para o Programa de "Formação Profissional, Direcionada para o Emprego e Inclusão Social, seguido do Programa "Desenvolvimento de Infraestruturas do Ensino Secundário", e do Programa "Ação Social Escolar". Reforço do Setor Privado Tem por objetivo fomentar o crescimento do setor privado, do investimento e da produtividade, representando um total de investimentos de ECV milhões, equivalentes a 5,9% do total do PIP. Financia 16 programas, sendo os maiores investimentos previstos para os programas de Melhoria do Agronegócio e das Fileiras Agropecuárias", "Gestão dos Recursos Haliêuticos, para uma Pesca Sustentável", "Melhoria do Ambiente de Negocio", Promoção e Capacitação das Medias e Pequenas e Micro Empresas e Construção dos Clusters Estratégicos e o programa Administração, Cidadão e Empresa. Afirmar a Nação Global Tem por objetivo desenvolver parcerias para a competitividade. Tem um total de financiamento de ECV 39 milhões, destacando os investimentos previstos para os programas de "Melhoria da Qualidade de Vida dos Emigrantes" com ECV 19.6 milhões e "Melhoria da Politica de Emigração" com ECV 19 milhões. De facto, a diáspora cabo-verdiana representa um fatia de população que tem contribuído positivamente para a balança de transferências unilaterais do país, através das remessas de emigrantes. Constitui também um fator importante para a divulgação da cultura cabo-verdiana a nível internacional, com reflexos ao nível do crescimento gradual, embora ainda de uma base pequena, das exportações, não só de bens tradicionais, como sejam o biscoito, o grogue e o vinho do fogo mas, fundamentalmente, ao nível das indústrias criativas, como a música. 105

106 3.3. Estrutura produtiva PIB por setor 55 O arquipélago de Cabo Verde divide-se em dois sub-grupos de ilhas, as ilhas do Barlavento e do Sotavento, sendo 10 no total, 9 das quais habitadas. Tratam-se de pequenas ilhas vulcânicas montanhosas. O subconjunto do Barlavento inclui: Santo Antão (uma das maiores ilhas), São Vicente, Santa Luzia, São Nicolau, Sal e Boa Vista. Já no caso do Sotavento, refiram-se: Maio, Santiago, Fogo e Brava. As principais ilhas turísticas são o Sal e a Boa Vista. A economia cabo-verdiana está especialmente orientada para o setor dos serviços, incluindo atividades como o comércio, transportes, comunicações, hotelaria, atividade bancária, alojamento e serviços públicos que totalizam cerca de 70% do PIB. Este setor é dominado pelo turismo que, juntamente com o imobiliário e a construção, são impulsionados principalmente pelo investimento direto estrangeiro, oriundo em particular da Irlanda, Portugal e Espanha. O Turismo, uma das atividades estratégicas de Cabo Verde, apresenta concentração em grandes zonas de resorts, com início de desenvolvimento na ilha do Sal, e a mais recente expansão na ilha da Boa Vista, criando assim um desafio importante de articulação com comunidades locais, na alavancagem do seu potencial impacto económico, ao qual acresce a forte pressão que induz ao nível das infraestruturas, em particular da energia, água e saneamento. O crescimento e a diversificação nas restantes áreas é ainda residual. Gráfico 55 - Produto Interno Bruto por setor 2012 Cabo Verde 56 Comércio 19% Transportes e comunicação 17% Outros 16% Agricultura 9% Construção 12% Adminstração pública, saúde e educação 14% Indústria 6% Energia 2% Serviços financeiros 4% Ind. Extrativa 1% A agricultura e pescas representam cerca de 9% do PIB, atividades essas que são desenvolvidas por cerca de 70% da população de Cabo Verde que habita em regiões rurais. No entanto, conclui-se também que, de todo o território, apenas quatro ilhas têm produção agrícola significativa (Santiago, Santo Antão, Fogo e Brava). Estima-se que as novas barragens conduzam a um aumento da produção agrícola. No entanto, a agricultura continua a ser um setor marginal da economia - apesar da existência de novas infraestruturas de irrigação em construção, apoiadas por investimento público, antecipa-se que a agricultura continue a dar uma contribuição modesta para o crescimento do PIB. O setor industrial ainda é modesto, mas está previsto ser o setor de mais rápido crescimento da economia, com uma média de crescimento anual de 5% em , devido, principalmente, ao programa governamental de investimento público. Na verdade, o investimento público será um importante motor do crescimento em , já que se prevê a estagnação do IDE - principal fonte de investimento estrangeiro em Cabo Verde- em resultado das condições económicas registadas na Europa. A elevada dependência de Cabo Verde da importação de combustíveis fósseis é uma das principais dificuldades sentidas no atual sistema energético do país. O preço dos combustíveis constitui um peso significativo, representando cerca de 70%, da estrutura de custos do preço de energia elétrica. 55 AEO e Cabo Verde Investimentos - PwC 56 Banco Mundial 106

107 Porta Atlântica para África A globalização confere uma acrescida centralidade a Cabo Verde no palco da economia regional, onde tem condições impares de projeção. Cabo Verde localiza-se geograficamente no centro das importantes rotas comerciais que ligam a África e a Europa aos mercados da América do Sul e da América do Norte. Muito relevante para a afirmação de Cabo Verde como porta de entrada para a África Ocidental é a sua plena integração regional nomeadamente no quadro da CEDEAO e o estreito relacionamento que mantém no quadro da CPLP com países integrantes de outras comunidades regionais da Costa Ocidental Africana: Angola, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial (membros da CEEAC e também, no caso da Guiné Equatorial, da Comunidade Económica e Monetária da África Central - CEMAC). Fonte: BES Research 2013 Turismo Cabo Verde é o 10º país à escala global em termos da importância relativa do setor do turismo para a sua economia, sendo o 12º no que concerne às expetativas de crescimento para o setor, o que se traduz na evolução crescente da capacidade de alojamento no arquipélago, e na maior qualidade das infraestruturas e recursos humanos disponibilizados. Em 2011, a capacidade de alojamento em Cabo Verde envolvia 195 estabelecimentos hoteleiros e mais de 14 mil camas. As camas disponíveis continuam a ter maior expressão na Ilha do Sal, 44.7%, seguindo-se as Ilhas da Boa Vista, 31.1%, Santiago, 9.6%, e São Vicente, 6.9% Retrato do setor empresarial do Estado Até 1989, as políticas económicas de Cabo Verde concentraram-se na substituição das importações e no controlo estatal da economia. Várias empresas públicas e público-privadas foram criadas no seio de setores como os transportes, a agricultura, a indústria farmacêutica, a construção civil, os serviços de hotelaria, entre outros. O Governo controlava também o setor financeiro, desempenhando portanto um papel significativo na economia. Até ao final de 1988, 19 empresas públicas e 14 público-privadas haviam sido criadas. A partir de 1991, o papel do Estado na economia foi diminuindo, passando o setor privado a ser o motor do desenvolvimento. Tendo em vista redefinir o conceito de propriedade pública, por forma a criar uma estrutura jurídica para a liberalização do mercado, a constituição do país foi revista. Determinados setores económicos deixaram de estar reservados à atividade pública a fim de estimular o setor privado e promover o investimento estrangeiro. Em resultado, mais de 20 empresas estatais foram privatizadas (Tabela 26 Algumas das empresas totalmente privatizadas / parcialmente privatizadas). 107

108 Tabela 26 Algumas das empresas totalmente privatizadas / parcialmente privatizadas Empresa original Empresas privadas resultantes (totalmente privatizadas) Setor económico Agência Nacional de Viagens ANV e ANAV Turismo AGRIPEC Agripec Comércio CABETUR Cabetur Turismo CONCHAVE Concave Construção Civil ENAVI Sociave (Mindelo) e Enavi (Praia) Pecuária FAP Agripec, Coopechaves e Prolac Produção géneros alimentares para animais INTERBASE Salmar e INTERBASE Logística e armazenamento MACSOBIL Macsobil Construção METALCAVE Metalcave Metalomecânica e metalurgia MORABEZA Morabeza Vestuário ONAVE Recoref, Belcab, Funcave e Lusonave Metalomecânica e metalurgia SITA SITA Químico (tintas) ULTRA Ultra. N/A MOAVE MOAVE Comércio INTERBETÃO INTERBETÃO Cimento TRANSCOR TRANCOR, S. Vicente Transportes Empresa original Empresas privadas resultantes (parcialmente privatizadas) Setor económico ELECTRA ELECTRA Água e Eletricidade ENACOL ENACOL Distribuição de combustíveis BCA BCA Financeiro (Banca) Caixa Económica Caixa Económica Financeiro (Banca) Garantia Garantia Financeiro (Segurador) Promotora Promotora Financeiro (Banca) Cabo Verde Telecom Cabo Verde Telecom Telecomunicações Empresa original Empresas privadas resultantes (parcialmente privatizadas) Setor económico CABNAVE N/A Reparação naval ENAPOR N/A Serviços portuários EMPROFAC N/A Produtos farmacêuticos TACV N/A Transportes aéreos e controlo de tráfego aéreo 3.4. Turismo - Principal setor da economia Caboverdiana Ao longo dos últimos 12 anos, o turismo em Cabo Verde cresceu a uma taxa média anual de 17,5%. Dados oficiais do Instituto Nacional de Estatísticas de Cabo Verde ( INE ) revelam que, durante este período, o país 108

109 recebeu turistas e dormidas em 2000, valores que cresceram para turistas e 3.3 milhões de dormidas em Gráfico 56 Evolução da procura turística em Cabo Verde 3,500,000 3,300,000 3,000,000 2,500,000 2,000,000 1,827,196 1,500,000 1,000, , , , , , , , Turistas Dormidas Algumas das caraterísticas que fazem de Cabo Verde um destino atrativo incluem não só o clima, mas também a qualidade do alojamento, a diversidade cultural e a hospitalidade do povo cabo-verdiano. No entanto, apesar desta diversidade de atrações, nem todas as ilhas do arquipélago beneficiam deste fenómeno de crescimento. Grande parte das atividades turísticas está concentrada em 4 ilhas: Boa Vista e Sal (grande oferta balnear), Santiago, (oferta de Turismo de Negócios), e Boa Vista, (oferta Cultural). Tabela 27 Distribuição dos turistas e dormidas por ilha Ilhas % de turistas % de dormidas Boa Vista 38,1% 47,4% Sal 35,2% 42,2% Santiago 12,9% 4,4% São Vicente 6,5% 2,6% O setor do turismo em Cabo Verde contribui para a economia em vários aspetos. O impacto positivo refletese na criação de emprego e na manutenção de postos de trabalho, no pagamento de impostos aos governos locais e regionais e na geração de rendimentos para os negócios locais. Resto das ilhas 7,2% 3,5% Apesar das recentes controvérsias relacionadas com a decisão do Governo em aumentar as taxas do IVA no setor da restauração e cobrar taxas pela estadia nos hotéis, ainda contínua otimista em relação ao crescimento do setor do turismo na economia do país Acresce que Cabo Verde tem aproveitado com sucesso a instabilidade do Norte de África para se posicionar como alternativa turística. Comparando com o ano anterior, verificou-se um aumento de 12,6% no número de turistas em 2012, atingindo os 482 mil. Em termos de mercados de origem, o Europeu aparece em 1º lugar, representando cerca de 85% do total dos turistas internacionais de Cabo Verde em 2012, com destaque para os turistas provenientes do Reino Unido (21%), Alemanha (15%), Bélgica e Holanda (6%), Portugal (13%) e França (12%). 57 INE

110 Dados da World Travel and Tourism Council (WTTC) 58 indicam que a contribuição do setor do turismo para o PIB do país foi de ECV 69 mil milhões 2012 (44,1% do PIB). Estima-se que este setor cresça cerca de 8,3% em 2013, atingindo os ECV 74,7 mil milhões (45,7% do PIB) e continue a crescer a uma taxa anual de 7,1% até 2023, atingindo os ECV 148 mil milhões (57,% do PIB). No que respeita à contribuição do setor para a criação de emprego, esta foi de postos de trabalho em 2012 (39% do total), prevendo-se que continue a crescer e atinja os postos de trabalho (51,7% do total da população empregada) em Gráfico 57 Evolução da contribuição do setor do Turismo para o PIB e para o Emprego Cabo Verde 59 Contribuição para o PIB do país TOP % 1 Macau 92,9 2 Aruba 83,8 3 Antígua e Barbuda 77,4 4 Ilhas Virgens Britânicas 77,3 5 Anguila 66,4 6 Seicheles 63,0 7 Vanuatu 50,7 8 Maldivas 48,7 9 Bahamas 48,4 10 Cabo Verde 44,1 Contribuição para o PIB do país TOP % 1 Macau 89,2 2 Aruba 88,8 3 Antígua e Barbuda 87,3 4 Anguila 67,9 5 Ilhas Virgens Britânicas 63,9 6 Cabo Verde 57,3 7 Seicheles 55,9 8 Vanuatu 55,7 9 Maldivas 53,4 10 Bahamas 53,3 Embora extremamente positivo o crescimento projetado de Cabo Verde, não só pela contribuição económica e para o emprego, mas também pelo turismo se constituir como uma atividade eminentemente exportadora e captadora de divisas externas, caso o setor seja estruturado para tal, esta subida no ranking revela, por outro lado, a extrema dependência de Cabo Verde desta atividade, como resultado da ausência de recursos naturais ou outros fatores endógenos de competitividade, que não os assentes numa Economia de Serviços. Tabela 28 - Rankings WWTC 27 70% 60% 60% 50% 40% 30% 51.0% 44.8% 41.9% 38.8% 38.1% 38.6% 39.3% 40.7% 44.9% 45.8% 43.4% 44.1% 45.7% 46.9% 57.3% 51.7% 50% 40% 30% 20% 20% 10% 10% 0% Contribuição do Turismo para o PIB (%) Contribuição do Turismo para o emprego (%) 0% 58 World Travel & Tourism Council (2013) 59 World Travel & Tourism Council (2013) 110

111 Programa do Governo para o Turismo O turismo é definido no Programa do Governo como o motor principal da economia, sendo apontada a melhoria da sua qualidade como o objetivo a atingir para o setor baseado no reforço da respetiva fileira. A procura e oferta turística de Cabo Verde tem-se vindo a desenvolver positivamente nos últimos anos: O desenvolvimento dos aeroportos internacionais da Boa Vista e da Praia A abertura do aeroporto internacional da Boa Vista (em 2008) marcou um aumento nas taxas de ocupação e estadia média dessa ilha; A oferta hoteleira tem crescido, sendo Sal e Boa Vista os maiores empregadores do Turismo. O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo em Cabo Verde (em revisão) norteia as suas orientações na sustentabilidade e valor acrescentado e define 4 princípios fundamentais para o seu desenvolvimento: Um turismo sustentável e de alto valor acrescentado, com o envolvimento das comunidades locais no processo produtivo e nos seus benefícios; Um turismo que maximize os efeitos multiplicadores, em termos de geração de rendimento, emprego e inclusão social; Um turismo que aumente o nível de competitividade de Cabo Verde, através da aposta na qualidade dos serviços prestados; Um turismo que promova Cabo Verde no mercado internacional como destino diversificado e de qualidade. Objetivos gerais do Programa 60 Objetivos específicos do Programa Orientar o crescimento e o desenvolvimento da atividade turística de forma sustentável, aumentando a responsabilidade das empresas ligadas ao setor; Desenvolver infraestruturas capazes de aumentar o nível de competitividade de Cabo Verde como destino turístico internacional. Ampliar a capacidade do setor turístico de gerar emprego, rendimento e inclusão social; Garantir uma maior interiorização da cadeia produtiva do turismo; Criar uma estrutura institucional capaz de executar uma Política Nacional de Turismo. Atingir um fluxo anual de turistas até 2013; Aumentar o emprego direto gerado pelo turismo na ordem dos 60% até 2013; Aumentar a participação do turismo no PIB em 2013, via crescente interiorização e democratização das receitas do turismo; Aumentar substancialmente os benefícios do turismo para a população. Segundo dados do INE, no ano de 2012 registaram-se cerca de 482 mil turistas em Cabo Verde A estratégia do desenvolvimento do turismo em Cabo Verde no período assentou fundamentalmente em 3 eixos gerais: 1. Aumentar a competitividade do destino Cabo Verde ; 2. Garantir a sustentabilidade da atividade turística; 3. Maximizar a interiorização e democratização dos benefícios do turismo segundo dados da OMT, cada turista gera, em média, US$ 1.021,00 de receitas. No entanto, uma grande fatia deste bolo não é retida no país recetor

112 3.5. Infraestruturas e energia O estado atual das infraestruturas em Cabo Verde 61 A geografia de Cabo Verde condiciona os acessos e contribui para os elevados custos de construção e manutenção de infraestruturas. A descontinuidade territorial, a dispersão da população, cerca de meio milhão de habitantes espalhados por um arquipélago de nove ilhas e, a baixa densidade populacional fora dos centros urbanos da Praia e Mindelo, requerem a multiplicação de infraestruturas, e limitam sinergias e economias de escala. O país não possui quaisquer recursos petrolíferos conhecidos, e a água doce é extremamente escassa. É dependente das importações de petróleo para o seu abastecimento de combustível e a escala relativamente pequena do seu mercado contribui para o elevado preço do mesmo. No que respeita aos recursos hídricos, Cabo Verde apresenta uma das menores dotações da África Subsaariana, e os recursos do subsolo são muito limitados. Apenas as ilhas de Santo Antão e Fogo possuem fontes de água significativas. Cabo Verde continua e continuará a depender fortemente de centrais de dessalinização de água, as quais são atualmente responsáveis por cerca de 85% da produção, para suprir as necessidades de abastecimento de água para consumo humano. Este enquadramento é demonstrativo da profunda ligação entre os setores elétrico e da água em Cabo Verde, uma vez que o segundo depende do primeiro, pelo menos no respeita à atividade de produção. Energia 62 O setor energético em Cabo Verde é caraterizado pelo consumo de combustível fóssil (derivados do petróleo), biomassa (lenha) e utilização de energias renováveis para a produção de eletricidade, nomeadamente eólica e solar. A produção renovável, embora represente ainda uma pequena percentagem do total de energia consumida no país, apresenta um potencial extraordinário e é uma das áreas de aposta estratégica do país, com vista à redução da sua dependência dos derivados do petróleo, em particular na produção da eletricidade. Cabo Verde reexporta uma parte dos combustíveis fósseis importados, mas uma grande parte é destinada ao consumo interno, essencialmente para os transportes e produção de eletricidade e, indiretamente, de água dessalinizada. O combustível com maior peso no consumo interno é o gasóleo, que representa cerca de 41%. A produção de água dessalinizada está diretamente ligada à produção de energia elétrica e consome cerca de 10% da energia elétrica produzida em Cabo Verde. Nos últimos anos, o consumo de energia elétrica total do arquipélago de Cabo Verde registou um crescimento médio superior a 8%, atingindo em 2009 os 302 GWh. O sistema elétrico cabo-verdiano carateriza-se por apresentar, atualmente, uma taxa de cobertura territorial das redes de eletricidade na ordem dos 95%. O aumento da cobertura das redes elétricas tem-se revelado um processo progressivo, registando-se uma cobertura de 100% nas ilhas do Sal e Brava, no ano de 2006, Boa Vista e São Vicente em 2007 e São Nicolau em 2008, segundo dados da ELECTRA. 61 AICD - As Infraestruturas em Cabo Verde: Uma perspetiva Continental 62 Política Energética de Cabo Verde Ministério da Economia, Crescimento e Competitividade 112

113 Gráfico 58 Evolução histórica do consumo de energia das 9 ilhas (ELECTRA) Fonte: Plano Energético Renovável de Cabo Verde O Parque Electroprodutor cabo-verdiano assenta, predominantemente, em centrais termoelétricas alimentadas por combustíveis fósseis, sobre as quais foram realizados investimentos importantes nos últimos anos, do qual é exemplo a Central do Palmarejo na ilha de Santiago. A economia energética cabo-verdiana encontra-se, portanto, exposta à volatilidade dos mercados petrolíferos, tendo de absorver as constantes variações do preço dos combustíveis. Os desafios energéticos que se colocam a Cabo Verde são caraterizados por duas tendências: a expansão e o crescimento económico acelerado e, a crescente procura, que inflacionam o aumento do consumo de energia em Cabo Verde. O sistema elétrico cabo-verdiano está, face aos desafios acima identificados, sob uma enorme pressão com vista ao aumento da capacidade instalada do lado da produção, ao mesmo tempo que procede à modernização das suas infraestruturas de distribuição. Investimentos relevantes foram já realizados, com especial incidência na atividade de produção, com impactos positivos na garantia de fornecimento. A instabilidade da garantia de fornecimento, sendo muitas vezes associada à capacidade instalada na produção, tem, nos dias de hoje, uma relação muito mais próxima com a obsolescência das redes de distribuição, cujas perdas, em algumas zonas urbanas, estão muito acima dos níveis normalmente aceitáveis (perdas técnicas) e com o roubo de energia ou energia fornecida e não faturada (perdas comerciais). Consciente deste facto, o Governo de Cabo Verde e os agentes do setor têm em curso um conjunto de projetos que visam precisamente o combate às perdas, através da realização de investimentos de requalificação das redes de distribuição e de monitorização de perdas técnicas e comerciais. Importa ainda salientar o esforço que o Governo de Cabo Verde tem vindo a desenvolver no sentido de modernizar as instituições com responsabilidades no setor, em particular a ELECTRA e a ARE (Agência de Regulação Económica). Encontra-se em curso um processo de reestruturação da empresa pública de energia e água com vista a prepará-la para dar resposta aos desafios que os setores enfrentam numa economia em crescimento com exigências cada vez maiores, estando igualmente em curso uma redefinição do modelo de regulação dos setores, com vista à promoção da eficiência dos diferentes agentes, bem como a correta alocação dos riscos de negócio entre eles. 113

114 Figura 17 Localização das centrais produtoras de energia elétrica 63 Os desafios que se colocam ao setor energético em Cabo Verde são caraterizados ainda por: - Fraca capacidade institucional e de planeamento e fraco sistema de incentivos à eficiência; - Indefinição quanto aos níveis de serviço público que poderão ser satisfeitos pelos prestadores; - Reduzida capacidade de investimento, devido à elevada dependência de ajuda externa; - Elevada dependência de combustíveis fósseis com elevados custos de importação e distribuição; - Inadequação da capacidade de armazenagem e de meios logísticos; - Sistema de distribuição de energia elétrica deficiente, devido à falta de investimentos de requalificação e expansão das redes; - Fraca penetração das energias alternativas: as energias renováveis exigem investimentos iniciais avultados e portanto custos financeiros importantes, resultando daí custos de produção elevados; - Fragilidade da biomassa: meio ambiente de Cabo Verde é bastante frágil; - Aumento da procura de água devido ao aumento do turismo e ao incremento das necessidades locais, com impacto direto nas necessidades de investimento em infraestruturas de produção de água e eletricidade; - Aumento da mobilidade das pessoas no território nacional, impulsionados pelo desenvolvimento económico e melhoria da qualidade de vida das populações: aumento das necessidades de transportes; - Falta de conhecimento sobre o potencial de petróleo e gaz natural: Cabo Verde deverá aprovar um quadro legal para incentivar a prospeção de eventuais jazidas de petróleo e gás natural; 63 Mapa retirado do Plano Energético Renovável de Cabo Verde,

115 Aposta nas energias renováveis O potencial das energias renováveis encontra-se por explorar, embora possa acarretar benefícios económicos para o país, pois a expetativa é superar 50% de taxa de penetração de Energias Renováveis na produção de eletricidade em Cabo Verde até Prevê-se que o consumo de eletricidade, que em 2010 era de 335 MWh, duplique até 2020, atingindo os 670 MWh. Cabo Verde tem um potencial estimado de MW de energias renováveis, tendo sido estudados mais de 650 MW em projetos concretos com custos de produção inferiores aos dos combustíveis fósseis. O maior recurso renovável de Cabo Verde é o solar que, recorrendo ao financiamento através de linhas de crédito, é já uma tecnologia de geração de energia competitiva face aos combustíveis fósseis. O recurso renovável mais económico é o eólico, tendo sido estudados 241 MW em potenciais projetos com custos de geração inferiores a metade do custo do fuelóleo. Também os resíduos sólidos urbanos podem ser uma fonte de energia competitiva em Santiago e São Vicente. A energia das ondas e geotérmica apresentam uma elevada incerteza associada à tecnologia e ao recurso. Os estudos realizados demonstram que é possível superar 50% de taxa de penetração de Energias Renováveis na produção de eletricidade em Cabo Verde até 2020, de forma tecnicamente viável e economicamente competitiva, desde que se cumpram um conjunto de requisitos ao nível das infraestruturas de suporte e de financiamento. Nas ilhas de Santiago e São Vicente é possível atingir uma taxa de penetração de Energias Renováveis de 60% com investimentos em sistemas de armazenamento de energia inercial, numa central hidroelétrica de bombagem pura em Santiago e na ligação elétrica em São Vicente e Santo Antão. Centro de Energias Renováveis da CEDEAO Nestas ilhas torna-se necessário financiar os projetos com recurso a linhas de crédito, beneficiando de um menor custo. Esta redução permite compensar os investimentos em infraestruturas de gestão e armazenamento necessários, bem como as perdas de produção associadas ao excesso de energia nas horas de maior produção renovável e menor consumo. Nas restantes ilhas a dimensão do consumo limita o potencial de integração de renováveis com segurança e de forma economicamente vantajosa, valores próximos dos 30%. De forma a atingir os 50% de energias renováveis e reduzir a dependência face aos combustíveis fósseis, o Governo decidiu lançar um ambicioso programa de ação assente em 5 eixos principais: Nos últimos anos, a Comissão da CEDEAO tem vindo a tomar medidas no sentido de integrar as Energias Renováveis (ER) e a EE ( eficiência energética ) nas suas atividades e políticas regionais. A integração regional pode ser uma ferramenta útil para facilitar a adoção e a implementação de políticas e sistemas de incentivos no domínio das ER e EE a nível nacional. Em 2010, o ECREEE ( The Regional Centre for Renewable Energy and Energy Efficiency ) foi formalmente inaugurado na sua sede na cidade da Praia, Cabo Verde. O Mandato do ECREEE está perfeitamente alinhado com as metas estratégicas mais amplas da Visão da CEDEAO para A um nível mais específico, a missão do ECREEE é a de contribuir para a realização de várias metas do Plano Estratégico Regional da CEDEAO Eixo 1 Preparar as infraestruturas; Eixo 2 Garantir o financiamento e envolver o setor privado; Eixo 3 Implementar os projetos; Eixo 4 Maximizar a eficiência; Eixo 5 Lançar o cluster das energias renováveis. Até 2020, o plano de ação resultará na instalação em Cabo Verde de mais de 140 MW de energias renováveis através de um plano de investimentos superior a 300 milhões. Este plano permitira a criação de mais de 800 postos de trabalho diretos e indiretos e permitirá atingir, em 2020, custos de geração de energia 20% inferiores 115

116 aos atuais. Serão também economizados cerca de 37 milhões de importações, o equivalente a cerca de 75 milhões de litros de fuelóleo ou gasóleo e toneladas de emissões de CO2. Cabo Verde assume a ambição de, até 2020, pertencer ao Top 10 dos países com maior taxa de penetração de energias renováveis. O grande desafio associado às metas de penetração das renováveis em Cabo Verde está na preparação das redes de distribuição e nos instrumentos de monitorização da procura, para acomodar um tão grande volume de produção renovável não controlável sem afetar a continuidade de serviço. Uma visão para o futuro Cabo Verde detém um potencial eólico entre os melhores do mundo. Se esse potencial for apenas aproveitado para alimentar o setor elétrico tradicional, a sua forte dependência de derivados do petróleo só será parcialmente aliviada, uma vez que o setor dos transportes continuará a consumir combustíveis e com tendência para crescer. Com os adequados investimentos em redes de distribuição inteligentes, a introdução do automóvel elétrico em Cabo Verde, pelo menos nas ilhas mais populosas, poderá revolucionar definitivamente o setor energético cabo-verdiano, otimizando a utilização de energias renováveis e reduzindo os custos de produção. Água e saneamento 64 A água potável constitui um recurso natural escasso em Cabo Verde. É necessário valorizar os recursos disponíveis e recorrer às tecnologias de dessalinização de água salobra ou salgada do mar como fontes alternativas. Cabo Verde está a aproximar-se do limite de exploração de água potável no subsolo. O país tem desenvolvido, ao longo das últimas duas décadas, vários projetos de centrais dessalinizadoras da água do mar, que têm permitido atenuar a exploração dos lençóis freáticos. De acordo com os dados disponíveis (2012), no que respeita aos meios de distribuição de água potável sabese que a rede pública de distribuição de água chega a 58% dos agregados familiares (66,7% nos meios urbanos; 43% nos meios rurais). O saneamento é caraterizado por enormes carências, revelando-se um dos maiores desafios para Cabo Verde: apesar de cerca 67% dos agregados familiares residirem em alojamentos com sistemas de evacuação de águas residuais (fossa sética ou rede pública de esgoto), apenas 35% utiliza estes dispositivos, preferindo os restantes verter as águas sujas ao redor da casa. No meio urbano 78% dos agregados possuem fossa sética ou estão ligados à rede de esgotos, apesar de apenas 48,6% as utilizarem regularmente. No meio rural 45% dos agregados tem acesso a um sistema de evacuação mas somente 9,5% utiliza este sistema para o efeito. Quanto à questão da recolha e do tratamento das águas residuais, esta é praticada apenas nos dois principais centros urbanos do País: Praia e Mindelo. Para resolver o problema atual dos recursos hídricos, a solução deve ser encontrada no quadro de uma gestão integrada dos recursos hídricos, isto é, através de um processo que favoreça o desenvolvimento e a gestão coordenados da água, das terras e dos recursos conexos, com vista a maximizar, de forma equitativa, o bem-estar económico e social resultante, sem comprometer a perenidade dos ecossistemas vitais. Nesta perspetiva, o enquadramento estratégico assenta nos pontos a seguir descritos: Atingir uma produção sustentada de água para melhorar a qualidade de vida e facilitar o desenvolvimento económico; Melhorar as condições de vida através do acesso à água potável e aos serviços de saneamento; 64 AICD - As Infraestruturas em Cabo Verde: Uma perspetiva Continental 116

117 Reduzir a pobreza no meio rural através da introdução de sistemas de irrigação eficazes e duráveis; Assegurar de forma durável que a população, no seu todo, tenha acesso aos serviços mínimos de abastecimento de água potável e de saneamento. Transportes Transportes Aéreos 65 Cabo Verde dispõe neste momento de uma rede de aeroportos e aeródromos capazes de facilitar a circulação de pessoas e bens entre as principais ilhas do arquipélago. Está dotado de quatro aeroportos internacionais, o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral (Sal), o Aeroporto Internacional da Praia (Santiago), o Aeroporto Internacional de Cesária Évora (São Vicente) e o Aeroporto Internacional do Rabil (Boa Vista). Para além destes existem vários outros aeródromos e aeroportos de menor dimensão, usados para o transporte de pessoas e mercadorias entre ilhas. Cabo Verde tem tido um crescente volume de passageiros nos últimos 10 anos. Entre 1999 e 2009, os aeroportos nacionais registaram um CAGR de 4,3%, evoluindo desde 912 mil movimentos de passageiros para mais de 1,4 milhões de movimentos de passageiros. Este aumento não foi, no entanto, linear, tendo havido um pico máximo em 2004 com quase 1,5 milhões de embarques e desembarques. No ano de 2011, o tráfego de passageiros nos aeroportos de Cabo Verde cresceu 13% em relação ao ano de 2010, reconfirmando-se a tendência de maior dinâmica nas atividades internacionais (+17,4%) do que na doméstica (+8,2%). O movimento de aeronaves conheceu também um aumento expressivo de +22,5%. O tráfego de carga aérea e correios cresceu cerca de 17% e 0,5%, respetivamente. O aeroporto da Boa Vista quase quadruplicou, em apenas três anos, o número de embarques e desembarques de mais de 50 para mais de 200 mil, muito devido ao peso dos voos internacionais. Nos outros dois aeroportos internacionais Sal e Praia o peso dos voos internacionais diminuiu nos últimos anos embora só no primeiro se tenha verificado uma redução do nº de embarques e desembarques. Cabo Verde dispõe de 4 aeroportos internacionais que poderão servir de plataforma para o respetivo espaço regional 65 Cabo Verde Investimentos - PwC 117

118 Transportes Rodoviários 66 A rede nacional principal de Cabo Verde ascende a pouco mais de kms, aumentando para kms quando as estradas urbanas e outras não classificadas são consideradas. Existem apenas três ilhas com redes de estradas com mais de 100 kms: Santiago, Santo Antão e Fogo. No entanto, dado a dimensão e configuração territorial do país, a densidade rodoviária é de 3,5 em Cabo Verde, apresenta-se relativamente mais elevada do que a de países insulares comparáveis (Maldivas = 2,2; Ilhas Maurícias = 2,0). Esta rede de estradas permite que toda a população possa beneficiar de cuidados de saúde, educação, e outros serviços básicos. Quase três quartos da rede nacional de estradas encontram-se pavimentados. O resto da rede divide-se, em partes iguais, entre estradas de gravilha e de terra. A extensão da pavimentação varia significativamente de acordo com as ilhas, de 100% de pavimentação, em São Nicolau e São Vicente, para pouco mais de 50%, em Santiago. Cabo Verde utiliza diversas tecnologias (principalmente a calçada de paralelos e a calçada Portuguesa - um forma local de pavimentação com seixos ou pedras arredondadas); a maior parte das estradas pavimentadas não corresponde a estradas de asfalto convencionais. Transportes Marítimos 67 Sendo Cabo Verde um arquipélago, as infraestruturas portuárias têm uma importância muito significativa para a sua economia. Nove 68 dos principais portos do arquipélago são geridos pela ENAPOR, empresa que se encontra em processo de privatização. A atividade portuária reflete o ténue crescimento do PIB e a contração do comércio externo nas componentes exportação e importação de bens de consumo e de investimento. Figura 18 Mapa de Cabo Verde Localização dos principais Portos 66 AICD - As Infraestruturas em Cabo Verde: Uma perspetiva Continental 67 Relatório e Contas ENAPOR 68 Porto Grande, Porto da Praia, Porto da Palmeira, Porto Novo, Porto do Tarrafal, Porto Vale de Cavaleiros, Porto Inglês, Porto Furna e Porto de Sal-Rei 118

119 Em 2012, registaram-se escalas de navios nos portos de Cabo Verde, sendo de origem nacional e 808 de origem estrangeira. Em termos de volume, houve uma diminuição de 33,7% nos navios nacionais e um acréscimo de 7,2% nos estrangeiros. Neste ano, o tráfego total de mercadorias foi de toneladas (menos 7,8% que em 2011) e o movimento de passageiros de Encontrando-se Cabo Verde numa situação geográfica de cruzamento de rotas marítimas internacionais, identificam-se oportunidades de exploração dos setores que poderão dar suporte ao comércio marítimo. As obras de melhoria das infraestruturas portuárias facilitarão as operações intermodais, quer para transportes inter-ilhas, mas sobretudo para o transporte de longo curso, pretendendo-se criar condições para Cabo Verde se tornar numa placa giratória regional e internacional de passageiros e cargas. As obras de beneficiação e ampliação - porto da Praia, porto Grande e porto da Palmeira - dotarão Cabo Verde de maior capacidade de acostagem e dos parques de contentores, melhoria da capacidade de armazenamento coberta e em silo, e criação de uma área dedicada a operações de logística. Tendo em conta o crescimento do setor do turismo e as necessidades de transporte de pessoas e mercadorias e cargas entre ilhas, os projetos de beneficiação de portos incluirão a adaptação de todos os portos para transportes e movimentação de navios roll-on/roll-off (transporte horizontal). No quadro da reorganização do setor, perspetivam-se oportunidades de privatização por concessão das operações portuárias, com o objetivo de incremento de eficiência e equilíbrios dos modelos de financiamento do setor. Os principais portos de Cabo Verde são o Porto Grande (S. Vicente), Porto da Praia (Santiago) e Porto da Palmeira (Sal). O Porto Grande continua a assumir-se como o principal porto de Cabo Verde, tendo registado, em 2012, cerca de 35% do total das mercadorias movimentadas. Os restantes portos do arquipélago têm um papel essencialmente de suporte à pesca local de subsistência e cabotagem, tendo assim um papel residual no transporte de mercadorias de longo curso. Porto Grande 69 : O Porto Grande, cuja profundidade varia entre os 11 e os 30 metros, oferece excelentes condições de entrada e abrigo a qualquer tipo de embarcação. Possui as maiores e melhores infraestruturas portuárias existentes em Cabo Verde. É constituído por três molhes em forma de F, unidos pelo cais de acesso, com profundidades que variam entre os 3, 5 e 12 metros. Possui também um cais de pesca com 240 metros de comprimento, um terrapleno de 3 hectares, cinco armazéns de mercadorias cobertos e uma área descoberta de m 2. Figura 19 Esquemática Porto Grande A bacia de manobras tem cerca de 1,5 km de diâmetro, com profundidades que vão dos 3,5 aos 16 metros. Para atracar, o porto pode receber navios que vão até aos 11 metros de calado. O Terminal de Contentores de Mindelo, que está a ser construído na parte oeste da baía do Porto Grande, poderá receber, em simultâneo, dois porta-contentores de 3ª geração com um comprimento máximo de 275 metros, 35 metros de largura e 13 metros de calado. Incluirá também uma plataforma logística, que ocupará uma área de 19,4 hectares, preparada para garantir o adequado armazenamento de mercadorias, em especial cereais. Quanto este terminal estiver construído, possuirá uma capacidade de armazenamento de TEU (unidades equivalentes a 6,1metros)/ano, e proporcionará aos navios de longo curso um cais acostável 69 Guia do Porto Grande 2012/13 119

120 de 1km de comprimento e 17 metros de profundidade. O tempo médio de estadia de contentores deverá situar-se em 6 dias para o transbordo, 5 para as importações, 3 para as exportações e 10 dias para os contentores vazios. Porto da Praia Situado na ilha de Santiago, é considerado o motor de desenvolvimento económico e social do país, e porta de entrada na cidade capital. Pretende-se que o porto seja não só âncora, mas também parceiro de negócios. Polivalente, versátil e seguro, possui infraestruturas que garantem a operacionalidade de qualquer tipo de navio, desde cargueiros de tráfego inter-ilhas, portacontentores e graneleiros. Figura 20 Esquemática Porto da Praia Dispõe atualmente de dois cais em "L", com profundidades entre 5 e 9 metros, e está concebido e equipado para permitir o trânsito de um volume de carga que poderá ir até um milhão de toneladas por ano. Possui um cais de pesca com 55 metros de comprimento, 24,5 metros de largura e 3 metros de profundidade, com uma unidade de tratamento e comercialização de pescado. Um terminal de passageiros com 146 metros de comprimento completa as infraestruturas acostáveis do Porto da Praia. Porto da Palmeira Situado na ilha do Sal, o Porto da Palmeira é o terceiro Figura 21 Layout Porto da Palmeira porto cabo-verdiano a nível do tráfego de mercadorias. Comportando, para além da atividade comercial de transporte de mercadorias e passageiros, as atividades de pesca, indústrias relacionadas com náutica de recreio e marítimo-turísticas. Enquanto recetor de tráfego internacional de combustível, contribui para a inserção de Cabo Verde no sistema económico mundial. O porto é abrigado a maior parte do ano e o molhe acostável estende-se por um comprimento de 112 metros. O terrapleno sul dispõe de um cais com 34 metros de comprimento e 1 metro de profundidade, destinado a barcos de pesca artesanal. Para o armazenamento de mercadorias possui uma área coberta de 450 m 2, um terrapleno descoberto com m 2 e uma área de m 2 para expansão. O porto tem capacidade nominal para movimentar toneladas de carga por ano. 120

121 Tabela 29 Projetos de investimento Portos de Cabo Verde 70 Projetos em curso Valor do investimento (US$) Projeto de modernização e expansão do Porto da Praia n.d. Projeto de expansão e modernização do Porto da Palmeira Projeto de Scanner de Contentores Projetos em planeamento Projeto do terminal de transbordo de contentores do Porto Grande Projeto do acesso norte do Porto Grande A definir Privatização da CABNAVE A empresa Chinese National Fisheries Corporation (CNFC), proprietária de uma frota de 210 grandes embarcações e 5 bases de reparação naval na sub-região da África Ocidental é uma das interessadas, pretendendo introduzir não só capital e tecnologia, mas também garantir mercado aos estaleiros navais sedeados em São Vicente. A reparação dos barcos da CNFC já constitui cerca de metade do volume de negócios da Cabnave. A recente concorrência do grupo holandês Damen e da empresa turca Yildirim Group of Companies não tem afastado a China da corrida pela privatização dos estaleiros navais de São Vicente, podendo mesmo fazer com a CNFC dê passos concretos no sentido de fechar negócio com o Estado de Cabo Verde. Recentemente, foi criada uma equipa de negociação com o objetivo de negociar a parceria e as modalidades de implementação do Centro Logístico de Pesca. Esta equipa deverá apresentar um plano de ação para as fases de negociações e uma proposta de custo de funcionamento da equipa e de estratégias e principais pontos a serem negociados com a empresa CNFC. Esta equipa tem também como atribuições negociar a participação da CNFC no capital social da CABNAVE, sendo a base da negociação as linhas orientadoras do memorando de entendimento assinado em Pequim, China, em julho de As negociações devem conduzir ainda à separação das atividades de reparação naval a serem desenvolvidas na CABNAVE das outras atividades da CNFC em Cabo Verde, garantir uma participação maioritária da CNFC no capital social da CABNAVE, empresa de capital mista, que deve desenvolver as suas atividades em regime de serviço público, sendo consideradas para todos os efeitos de utilidade pública. No quadro do processo de privatização da Cabnave, em curso, há já alguns anos que a empresa CNFC tem manifestado interesse em adquirir parte das ações da empresa cabo-verdiana, o que vem ao encontro do objetivo do Governo de edificar, em São Vicente, o Centro Logístico de Pescas. Tecnologias de Informação e de Comunicação (TIC) 71 A televisão encontra-se no topo dos equipamentos com maior penetração em Cabo Verde, a seguir aos telemóveis, estando presente em mais de 90% dos alojamentos com eletricidade (73% do total) Cabo Verde Investimentos - PwC 121

122 Posse de telefone fixo Posse de telémovel Posse de aparelho de televisão Posse de rádio Posse de computador Acesso a TV CABO Acesso a Internet Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 59 Meios de informação e comunicação em Cabo Verde 72 80% 70% 60% 75.7% 73.0% 62.3% 50% 40% 40.8% 30% 20% 10% 20.4% 6.9% 7.1% 0% Adicionalmente, importa considerar os recentes esforços do governo no sentido da informatização do país e do acesso da população à internet através de redes sem fio (wireless) em espaços públicos, o qual não apresenta ainda reflexo nas estatísticas. Mais de 70% da população em idade ativa tem acesso à internet a partir de origens recorrentes e de fácil acesso, do emprego ou da sua habitação. O Estado tem efetuado um esforço significativo na administração pública, introduzindo sistemas de informação robustos e seguros, compostos por um Data Center e uma rede de comunicação que asseguram a interligação de todas as 9 ilhas e instituições do Estado, desde os órgãos de soberania até aos institutos e municípios. Hoje contabilizam-se cerca de terminais de acesso que viabilizam serviços de voz pela internet, (VOIP), e aplicações. Núcleo Operacional para a Sociedade de Informação NOSI O NOSi, enquanto estrutura de coordenação da promoção da sociedade de informação e da governação eletrónica, tem a missão de propor e executar as medidas de política nas áreas da inovação, da sociedade de informação e da governação eletrónica. Tem como competências a promoção e execução de medidas que mobilizem a sociedade e os setores privado e público para o desenvolvimento da sociedade de informação e implementação das medidas que visem a modernização da estrutura organizacional da administração pública. São objetivos gerais: - Contribuir para a definição de uma visão estratégica global que associe os principais desafios da sociedade cabo-verdiana ao desenvolvimento da sociedade de informação; - Propor políticas que visem a generalização do acesso à Internet como condição indispensável para o lançamento da Economia de Conhecimento; - Promover uma nova fase de desenvolvimento da internet, suportada pela implementação de novas tecnologias de rede e por uma visão de convergência de serviços digitais; - Promover a conetividade como impulsionador das atividades económicas através do surgimento de novos serviços, aplicações e conteúdos para criar novos mercados, reduzir custos e aumentar a produtividade. 72 O INE NOSI Censo tem contribuído 2010 para a modernização do aparelho do Estado e para a dinamização da sociedade civil na área da sociedade de informação e do conhecimento. Neste domínio podem ser destacadas várias ações, designadamente, o Portal de Cabo Verde, a Casa do Cidadão, as certidões online, a empresa no dia, o projeto Konekta, o projeto SNIAC, entre outros. 122

123 3.6. Projetos de investimento previsto em infraestruturas Ministério das Infraestruturas e Economia Marítima - 38,9% do total do PIP 2013 Tem como principais objetivos específicos:(i) a conclusão das infraestruturas portuárias, tornando-as mais competitivas e adequadas às necessidades da internacionalização da economia e à natureza dos tráfegos de pessoas e de mercadorias inter-ilhas; (ii) implementação de um Plano Rodoviário Nacional para o horizonte 2020, que garanta a circulação de pessoas e mercadorias em condições de segurança e conforto; e (iii) contribua para o acesso das populações aos benefícios do desenvolvimento e promoção e valorização dos produtos das pescas, reforçando as atividades de conservação, transformação e comercialização. Tabela 30 Projetos - Ministérios das Infraestruturas e Economia Marítima Expansão e modernização dos portos - Projetos Montante (ECV Milhões) Expansão do Porto da Praia II Fase Expansão e Modernização do Porto de Sal Rei Acesso Norte ao Porto Grande do Mindelo Expansão e Modernização do Porto Vale dos Cavaleiros e Furna 744 Construção, modernização, reabilitação e melhoramento das estradas - Projetos Montante (ECV Milhões) Construção do Anel do Fogo 640 Reabilitação e Asfaltagem da Estrada Assomada - Tarrafal 376 Estradas Rurais de Santiago" 247 Variante S. Domingos - Pedra Badejo - Calheta 216 Ministério do Turismo, Industria e Energia - 13,6% do total do PIP 2013 Coordena e executa as políticas públicas para as atividades económicas de produção de bens e serviços, à indústria, à energia, ao comércio, ao turismo e artesanato e às atividades de serviço às empresas e ao desenvolvimento empresarial, incluindo a vertente inovação, visando a competitividade, a produtividade e o crescimento da economia. Tabela 31 - Ministério do Turismo, Industria e Energia Projeto Montante (ECV Milhões) Sistema de Transmissão e Distribuição de Energia, em seis Ilhas de Cabo Verde Ministério do Desenvolvimento Rural - 12,4% do total do PIP 2013 Coordena e executa as políticas em matéria de agricultura, silvicultura, pecuária e alimentação. Os seus projetos visam promover o acesso e a gestão sustentável dos recursos naturais através do reforço das infraestruturas e das capacidades de gestão sustentável das comunidades rurais, intensificar e diversificar os sistemas integrados de produção vegetal e animal e agro-silvo-pastoril, promover a gestão e a exploração sustentável dos recursos haliêutica, valorizar os produtos agrícolas; reforçar os serviços técnicos pela ativação da pesquisa participativa para o desenvolvimento e da promoção/vulgarização de tecnologias apropriadas e garantir a segurança alimentar às populações. Tabela 32 - Projetos previstos em Cabo Verde Ministério do Desenvolvimento Rural Projeto Montante (ECV Milhões) Programa Mobilização de Agua e Ordenamento de Bacias Hidrográficas

124 Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território - 7% do total do PIP 2013 Tem a missão de coordenar e executar as políticas de valorização, proteção e preservação do ambiente, e em matérias de descentralização e desenvolvimento regional, urbanismo, habitação e ordenamento do território, bem como as relações com as Autarquias Locais. Tabela 33 Projetos Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território Projeto Montante (ECV Milhões) Programa Mobilização de Agua e Reforço da Capacidade de Abastecimento 917 Programa Consolidação e Requalificação Ambiental 357 Sistema Nacional do Cadastro Predial Abertura da economia e relações comerciais Cabo Verde apresenta uma economia pequena e uma elevada dependência de ajuda financeira externa, incluindo o apoio à manutenção da paridade fixa entre o escudo cabo-verdiano e o euro, que se mantém em 110,265 ECV por EUR. A UE detém um papel de destaque nas relações externas cabo-verdianas pelo seu peso na balança comercial de bens e serviços. O acordo em negociação entre a UE e CEDEAO irá acentuar esta relação. Tabela 34 - Abertura da economia cabo-verdiana Cabo Verde Taxa de câmbio (US$ /CVE) 74,15 79,17 80,68 78,36 84,89 Inflação 6,78% 0,98% 2,08% 4,47% 2,54% Balança Comercial (em % do PIB) (33,03%) (32,29%) (28,54%) (30,32%) (25,88%) Balança Corrente (em % do PIB) (12,9%) (9,9%) (12,4%) (15%) (12,3%) Fonte: Banco Mundial; OANDA, OCDE A Balança Comercial Cabo-verdiana, como seria de esperar em face do já exposto, apresenta-se estruturalmente deficitária, com taxas de cobertura das importações pelas exportações inferiores a 10% e um défice comercial de cerca de US$ 700 milhões Importações 73 Portugal lidera a lista dos países exportadores para Cabo Verde, seguido dos Países Baixos, dos Estados Unidos da América e Espanha, representando este conjunto dos países 69% do total das importações do país. 73 Fonte: Centro Internacional de Comércio; UNCTAD, UNCTADstat 124

125 Peso nas importações totais de Cabo Verde Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 60 - Evolução das importações de Cabo Verde e principais países de origem, (em US$ milhões) 100% 961 1,000 90% % 70% 60% 50% 40% % 4% 9% 7% 13% 13% 755 4% 4% 8% 10% 9% 16% 13% Brasil Espanha EUA Países Baixos Portugal 30% 300 Importações 20% 42% 45% 39% 40% % 0% n.d Importações com proveniência da CPLP Nos últimos 5 anos, apenas Portugal e Brasil apresentam relevância como país de origem nas importações de Cabo Verde, no contexto da CPLP. O peso destes países tem vindo a diminuir. Em 2012, Portugal representou cerca de 39% das importações de Cabo Verde, enquanto o Brasil se limitou a 4%. A CPLP representou, em 2012, 42,43% das importações caboverdianas, com tendência decrescente 125

126 Importações (US$ milhões) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 61 - Importações cabo-verdianas da CPLP % % % % % Portugal Brasil Gráfico 62 - Importações cabo-verdianas - Top produtos 71 8% 6% 3% 2% Alimentos e animais vivos 23% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Maquinaria e equipamentos de transporte Bens manufaturados 16% 21% Outros artigos manufaturados Químicos e produtos relacionados Bebidas e tabaco 20% Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras As importações cabo-verdianas são bastante diversificadas, sendo de destacar os grupos de produtos alimentares, combustíveis minerais e lubrificantes, maquinaria e equipamentos de transporte e bens manufaturados. Gráfico 63 - Importações cabo-verdianas Evolução dos produtos CAGR Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

127 Importações (US$ milhões ) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP - 1, % -3% -9% -7% -14% -6% 5% -3% 3% Commodities e transações n.e. Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras Químicos e produtos relacionados Bens manufaturados Bebidas e tabaco Matérias-primas (exceto combustíveis) Maquinaria e equipamentos de transporte Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Outros artigos manufaturados Alimentos e animais vivos Importações cabo verdianas de Portugal Figura 22 TOP 3 das importações cabo-verdianas de Portugal 75 Portugal origem de 39% das importações caboverdianas 75 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

128 Gráfico 64 - Importações cabo verdianas de Portugal 76 Bens manufaturados Maquinaria e equipamentos de transporte Alimentos e animais vivos Outros artigos manufaturados Químicos e produtos relacionados Óleos vegetais e animais, gorduras e ceras 11% 11% 5% 5% 18% 27% 21% As importações de Cabo Verde com origem em Portugal têm um enorme peso na economia caboverdiana e apresentam um elevado grau de diversificação de produtos. São, no entanto, de destacar as importações de cal, cimento e materiais de construção fabricados, óleos e gorduras vegetais fixos "soft" e bebidas alcoólicas, que em 2012 representaram, respetivamente, 96%, 82% e 77% do total das importações de Cabo Verde desses produtos. Ou seja, Portugal acaba por ser o fornecedor quase exclusivo destes produtos. Bebidas e tabaco 76 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

129 Importações cabo verdianas do Brasil Figura 23 TOP 3 das importações cabo-verdianas do Brasil 63 Brasil Origem de 4% das importações caboverdianas Gráfico 65 - Importações cabo-verdianas do Brasil 77 Alimentos e animais vivos Bens manufaturados 17% 3% 5% As importações de Cabo Verde oriundas do Brasil consistem, na sua maioria, em bens alimentares, sendo de destacar as importações de açúcar e carne. Em relação às importações de açúcar, o Brasil representa 87% do total das importações deste produto de Cabo Verde. Outros artigos manufaturados 71% Químicos e produtos relacionados 77 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

130 Peso nas exportações totais de Cabo Vede Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações de Cabo Verde Espanha e Portugal são os países com maior peso nas exportações cabo-verdianas, sendo que Espanha tem vindo a aumentar o seu peso nas exportações, fundamentalmente como resultado do investimento do Grupo Ubago na reabilitação da fábrica de conservas de peixe, Frescomar, atualmente um dos principais exportadores de Cabo Verde. Estes dois países representaram em 2012 cerca de 87% do total das exportações de Cabo Verde. Gráfico 66 - Evolução das exportações de Cabo Verde e principais países de destino (em US$ milhões) % 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 69 38% 25% 16% 15% % 67% 72% 55% 2008 n.a Espanha Portugal Exportações As exportações de Cabo Verde consistem sobretudo na exportação de peixe e conservas de peixe para o mercado espanhol. Principais produtos exportados por Cabo Verde Gráfico 67 - Principais produtos exportados por Cabo Verde Alimentos e animais vivos 7% 3% Outros artigos manufaturados 11% 12% 64% Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Maquinaria e equipamentos de transporte Matérias-primas (exceto combustíveis) 78 Fonte: Centro Internacional de Comércio; UNCTAD, UNCTADstat 130

131 Exportações (US$ milhões ) Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Exportações de Cabo Verde para a CPLP Ao nível dos países da CPLP, apenas Portugal merece destaque nas exportações cabo-verdianas. Gráfico 68 - Exportações cabo-verdianas - CPLP 79 A CPLP / Portugal representou, em 2012, 14,05% das exportações cabo-verdianas % % 21.33% 18.42% % Portugal 79 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

132 Principais exportações cabo-verdianas para Portugal Figura 24 - Principais exportações cabo-verdianas para Portugal 80 Portugal 14% das exportações cabo-verdianas. Gráfico 69 - Exportações cabo-verdianas para Portugal 64 Outros artigos manufaturados 7% 3% As principais exportações de Cabo Verde para Portugal em 2012 foram o calçado e o vestuário, representando em conjunto 59% do total deste fluxo. Alimentos e animais vivos Maquinaria e equipamentos de transporte 14% 73% Também merecem destaque as exportações de crustáceos, moluscos e invertebrados aquáticos (11%). Bebidas e tabaco 80 Fonte: UNCTAD, UNCTADstat,

133 3.8. Principais setores de oportunidades na Economia 81 As maiores oportunidades estão no Setor do Turismo. A economia cabo-verdiana tem mostrado boa capacidade de resistência à crise e, apesar do contexto externo desfavorável, o ritmo de crescimento da economia tem-se mantido acima do crescimento da economia mundial. O Governo de Cabo Verde tem feito esforços no sentido de otimizar as infraestruturas e de melhorar a qualificação dos recursos humanos, da saúde e do turismo, introduzindo tecnologias modernas. Nos últimos anos, para além do Turismo, o Governo tem apostado numa nova fase de investimento público e privado em Cabo Verde: uma fase mais ambiciosa, cujo objetivo é criar riqueza, para o país e para os parceiros comerciais, e sofisticar a atitude empresarial. As áreas prioritárias para os próximos anos são o turismo, a agricultura, a pecuária, as pescas e serviços conexos, as energias renováveis e as tecnologias de informação. Neste sentido, a economia cabo-verdiana está a oferecer cada vez mais variadas oportunidades de negócios, em setores cada vez mais diversos, destacando-se os seguintes Clusters de desenvolvimento: Turismo - setor maduro e o mais preparado para, de imediato, receber IDE. O turismo tem captado a maior fatia do investimento privado. Existem na presente conjuntura oportunidades para acelerar o ritmo de crescimento do turismo, fruto do aumento progressivo do fluxo de turistas nos dois últimos anos. No horizonte de 2016, a meta é chegar a cerca de turistas/ano, e consolidar o destino Cabo Verde, para que a oportunidade conjuntural se transforme em algo de duradouro e sustentável. Tem-se trabalhado em três direções principais: a diversificação do setor, a atração de um turismo de alto valor acrescentado e a melhoria das ligações do turismo com o resto da economia e com outros setores como a agricultura e a pecuária, as pescas e as indústrias culturais. Investimentos previstos milhões em matéria de modernização, adequação e desenvolvimento das infraestruturas portuárias, com destaque para a construção de um novo Porto de Águas profundas e terminal de contentores, bem como de um terminal para navios de cruzeiro na Ilha de S. Vicente e a conclusão da construção da última fase do Porto de águas profundas da Praia. Cluster das Energias Renováveis - estão a ser criadas capacidades para construir um setor económico em torno das energias renováveis. Estão a ser iniciadas parcerias internacionais no sentido de caminhar para o objetivo de 100% de energias renováveis, no ano de 2020, e estão previstos para os próximos quatro anos avultados investimentos visando um aumento substancial da participação de fontes alternativas de energia. Cluster do Mar Procurando potenciar e tirar proveito da excelente localização geográfica do país e da sua proximidade com os mercados africanos, estão a ser tomadas medidas para transformar Cabo Verde num centro regional de processamento e exportação de recursos marinhos com infraestruturas de congelamento de produtos da pesca, num hub marítimo de passageiros e carga, num centro logístico e de reparação e manutenção naval, de transbordo e de bunkering. Investimentos previstos milhões até 2016 nas áreas de resorts e imobiliária turística e da indústria complementar do turismo; - Grandes investimentos na modernização de infraestruturas aeroportuárias - construção do novo Aeroporto Internacional da Praia, com a ampliação e modernização do Aeroporto Internacional da Boa Vista e da consolidação, na Ilha do Sal, de um hub aéreo de passageiros e carga. 81 I Congresso de Engenheiros de Língua Portuguesa - CI - Agência Cabo-verdiana de Promoção de Investimentos 133

134 Transformação do Mundo Rural - intenso esforço de mobilização da água e de ordenamento das bacias hidrográficas para a agricultura, visando o incremento da área irrigada e da produtividade agrícola, e mobilização de um volume importante de investimentos neste setor nos próximos anos. Com efeito, estão já em curso investimentos e empreendimentos (barragens, diques, perfurações, reservatórios, captação, adução, bombagem e distribuição). Cluster das TIC Sendo já uma referência no domínio do E-government e na prestação de serviços de governação eletrónica a nível regional, a experiência está a ser potenciado para o desenvolvimento das TIC, através de parcerias público-privadas para construção de Parques tecnológicos orientados para o mercado internacional, principalmente o regional. Para o Governo de Cabo Verde as Tecnologias de Informação e Comunicação constituem uma grande oportunidade. A estratégia do país tem duas dimensões complementares: Setor TIC como um negócio, de cariz empresarial, voltado para a produção, exportação e emprego; e TIC como instrumento fundamental para a inovação, a competitividade, para a alavancagem dos diferentes setores da economia e para a construção de uma sociedade de conhecimento. Uma das medidas de políticas mais relevantes para executar essa estratégia é a implementação de um Parque Tecnológico, cujo modelo concetual está a ser erigido de forma participada e em parceria entre o Estado, as empresas e as academias. Este Parque Tecnológico é um projeto bandeira para a nação, correspondendo a uma solução que irá incluir a construção de um Centro de Dados, um Centro de Negócios, um Centro de Incubação de Empresas e um Centro de Treino e Qualificação. Uma vez implementado, Cabo Verde irá registar uma significativa melhora das suas plataformas digitais, sendo que o seu tecido empresarial, de base tecnológica, terá à sua disposição as mais modernas infraestruturas, bem como programas de incubação para starts ups, e instalações para a formação e certificação de quadros em TIC. Encontra-se em fase muito adiantada de construção na Cidade da Praia um data center para a prestação de serviços nos domínios do BPO (Business Process Outsourcing), de call centers e de outros serviços de outsourcing/offshore. Nearshoring: uma entre as várias oportunidades de IDE 82 Para além das oportunidades de IDE em infraestruturas e turismo, setores que têm sido o principal alvo de IDE nos últimos anos, o nearshoring 83 surge como oportunidade de desenvolvimento de Cabo Verde, não só pela competitividade dos custos da mão-de-obra, mas também pela crescente qualificação dos seus recursos. Acresce, ainda, que se prevê para este ano a inauguração do segundo cabo submarino de fibra ótica que ligará Cabo Verde aos continentes africano e europeu, executado no âmbito do projeto WACS (West African Cable System) e que potenciará ainda mais a qualidade das comunicações com o exterior. 82 PwC Revista CEO 2º Semestre Outsourcing ou transferência de processos de negócio ou tecnológicos para países próximos 134

135 Parque Tecnológico O Parque Tecnológico da Cidade da Praia visa potenciar o desenvolvimento, a visibilidade e a comercialização de serviços de e-gov, e-educação e financeiros, fomentar um clima de inovação e empreendedorismo tecnológico, concretizar parcerias com atores internacionais de referência no setor. Com a implementação deste projeto, o Governo cabo-verdiano pretende também atrair investimento direto estrangeiro para a prestação de serviços baseados em TIC, contribuindo para a capacitação dos recursos humanos nacionais nesta área. O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai disponibilizar 88% do valor para implementação do projeto Parque Tecnológico em Cabo Verde. Os restantes 12% deste projeto, orçado em 27,2 milhões, ficarão por conta do Governo Cabo-verdiano. Rede Nacional de Incubadoras O projeto da rede nacional de incubadoras da ADEI (Agência para o Desenvolvimento Empresarial e Inovação) visa apoiar as empresas com serviços especializados, orientação estratégica, espaço físico e infraestrutura técnica. Esta oferta pretende fazer com que os projetos dos empreendedores que recorram a este rede sejam mais viáveis e sustentáveis. A rede nacional de incubadoras é um passo importante do alinhamento entre o sistema educativo e a ADEI para a execução da estratégia de desenvolvimento para Cabo Verde. A ambição da nação é implantar esta rede em todas as ilhas habitadas do arquipélago. ad 3.9. Financiamento à economia Principais bancos presentes 84 O papel dominante do sistema bancário caboverdiano no financiamento da economia do país é crítico. No segmento onshore, o setor comportava oito instituições de crédito (Banco Comercial do Atlântico, Caixa Económica de Cabo Verde, Banco Interatlântico, Banco Cabo-Verdiano de Negócios, Banco Angolano de Investimentos, Novo Banco, Ecobank - Cabo Verde e Banco Espírito Santo Cabo Verde). Estrutura acionista bancária Figura 25 Estrutura acionista bancária em África Na vertente parabancária encontravam-se autorizadas, em 2012, dez instituições: uma sociedade gestora de capital de risco, três agências de câmbio, uma sociedade emissora de cartões de crédito e de intermediação bancária do sistema de pagamentos, três sociedades gestoras de fundos mobiliários e uma agência de transferência de dinheiro. No mercado offshore, operam nove instituições licenciadas: oito em atividades bancárias (Banco Predominantemente local Equilibrada Estrangeira e Governo Predominantemente estrangeira Predominantemente Governo Excluído 84 BES Research Julho 2013 / Banco de Cabo Verde - Relatório Anual de 2012 (Fonte: World Bank Staff Estimates, 2007) 135

136 Fiduciário Internacional, Banco Sul Atlântico, Banco Português de Negócios, Banco Montepio Geral, Banco Espírito Santo, Banco Privado Internacional, Caixa de Crédito Agrícola Mútua e Atlantic International Bank) e uma atuando como sociedade gestora de fundos (CA Finance, SA). A rede de cobertura de serviços bancários viu-se reforçada, entretanto, com a criação de mais quatro novas agências, sendo três do Banco Comercial do Atlântico e uma da Caixa Económica de Cabo Verde. A preocupação em criar balcões de atendimento mais personalizados nasceu em 2007, com o BCA a abrir a primeira agência deste tipo, seguido de outras instituições de crédito nos anos seguintes. Em finais de 2012, o mercado continuava a contar com 8 balcões com essa configuração (7,2% do total dos balcões), sendo que nem todas as Instituições de Crédito disponibilizam esse serviço através de balcões próprios, mas sim de segmentos dentro das agências já existentes. Tabela 35 Estrutura do sistema bancário cabo-verdiano Balcões Contas à ordem Nº Taxa de Taxa de Nº crescimento crescimento ,8% % ,8% ,4% ,4% % ,2% ,3% Bancarização da população 85 Contas bancárias (% +15anos) Figura 26 - Contas bancárias (% +15 anos) em África < 10% Entre 10% e 20% Entre 20% e 30% Entre 30% and 40% > 40% Não disponível (Fonte: World Bank, Global Financial Inclusion Database, 2011) No final de 2012, o grau de bancarização da população cabo-verdiana atingiu 93,8%, o que corresponde a um ligeiro acréscimo de 0,2% comparativamente ao período homólogo. No entanto, este rácio continua a refletir um certo enviesamento, justificado particularmente pela abertura de mais do que uma conta por cidadão. A nível do rácio de balcões e da distribuição da cobertura geográfica da rede por região, destaca-se a zona sul do país, que participa com 57,7% (64 balcões) distribuídos por 13 dos 14 concelhos da região, o que revela uma taxa de cobertura de 92,9%, continuando com apenas um concelho sem cobertura. Por seu turno, a zona norte contribui com 42,3% (47 balcões) apresentando uma cobertura de 100%. No país, a cobertura é de 95,5% (21 concelhos). Ainda no quadro da análise individual do rácio dos balcões, o concelho da Praia apresenta-se com o maior número de agências/balcões, somando 37 agências/balcões em 2012, representativas de cerca de 33,3% do número total de balcões a nível nacional e 69,8% das sedeadas na ilha de Santiago. 85 Sistema de Pagamentos Relatório BCV

137 Gráfico 70 Evolução do número de habitantes por agências , ,500 6, , ,000 4,500 4, Habitantes por agência Como reflexo da crescente penetração das agências/balcões pelas várias localizações no país, a evolução da média da cobertura da população nos últimos cinco anos tem-se revelado positiva, com cada vez menos habitantes por agência/balcão, tendo a média em 2012 sido de, aproximadamente, um balcão por habitantes (2011 era de habitantes), de acordo com as projeções demográficas do INE. Em termos de concentração da banca, continua a sobressair o domínio da ilha de Santiago, com um total de 53 balcões (47,7%). Para as outras ilhas, o número de agências/balcões manteve-se inalterado face ao ano transato, evidenciando, porém, ligeiras perdas de peso em termos da distribuição geográfica da banca. São Vicente destaca-se, assim, com 13 agências, com um peso de 11,7%, seguida das ilhas do Sal e Santo Antão, ambas com 10,8% do total das agências, com 12 agências cada. A ilha do Fogo comparticipa com 5,4% do total de balcões, seguida da Boa Vista e São Nicolau, ambas com 4,5%, Maio com 2,7% e Brava com 1,8 %. A configuração do setor bancário em termos de presença dos bancos pelo país mantém-se, com o Banco Comercial do Atlântico e o Banco Cabo-verdiano de Negócios presentes em todas as ilhas habitadas, distribuídos por 20 e 16 dos concelhos, respetivamente. A Caixa Económica de Cabo Verde continua presente em 8 ilhas (18 concelhos) e presta serviços bancários ao público através dos Correios de Cabo Verde, nos concelhos onde não possui estrutura própria. Gráfico 71 Distribuição geográfica da banca 5% 5% 3% 2% 5% 11% 48% 11% 12% Santiago São Vicente Santo Antão Sal Fogo Boa Vista São Nicolau Maio Brava A rede vinti4 é a única rede partilhada de caixas automáticos e terminais de pagamentos automáticos existente no país, com grande potencial de desenvolvimento, e que abrange um número cada vez maior de serviços. A oferta de terminais tem vindo a crescer progressivamente, tendo registado, no final de 2012, um total de terminais instalados no país. Em termos de média, nos últimos cinco anos, o número de caixas automáticas e terminais de pagamento automáticos cresceu 13,4% e 33,3%, respetivamente. 137

138 A rede de caixas automáticos assegura uma cobertura a todas as ilhas e municípios do país, com uma média de 18 terminais por ilha e 8 por concelho e disponibiliza, através dos seus terminais, uma alargada e diversificada gama de serviços e funcionalidades aos seus utilizadores, nomeadamente, levantamento de numerário, transferências bancárias, pagamento de serviços, consulta de saldos e de movimentos, carregamento móvel, consulta do NIB/IBAN, entre outros Bolsa de valores 86 A Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) foi inaugurada, em instalações próprias, em Março de O processo de desenvolvimento da BVC começou a passar por dificuldades a partir de 2001, e só conseguiu ultrapassá-las em finais de 2005, altura em que, num contexto macroeconómico mais favorável, se procedeu à dinamização da BVC. A retoma foi acompanhada pelo Banco de Cabo Verde (BCV) enquanto entidade responsável pela supervisão do Mercado de Valores Mobiliários (MVM), que operacionalizou a Auditoria Geral do Mercado de Valores Mobiliários (AGMVM), serviço do BCV encarregue da supervisão do MVM. Paralelamente, deu-se início a um processo de aprofundamento e reforma da regulamentação relevante. O MVM cabo-verdiano tem vindo a crescer nos últimos anos, designadamente a partir de 2005, ano em que foram efetuadas as primeiras ofertas públicas de títulos com admissão à cotação em mercado regulamentado. Esta dinâmica continuou nos anos seguintes, e a 31 de dezembro de 2010 o total da capitalização bolsista atingia ECV 24,9 mil milhões, equivalente a pouco mais de 20% do PIB. Estes indicadores colocam Cabo Verde a par de outros países do seu nível de rendimento. As ofertas públicas têm registado um acolhimento muito positivo por parte dos investidores, com a procura de títulos excedendo a oferta, com rácios procura/oferta elevados em muitos casos. Atualmente, encontram-se presentes no mercado de valores mobiliários a ELECTRA, TECNICIL, BCA, SCT, BAICV, SOGEI, entre outras. Refira-se ainda o crescente peso relativo do MVM dentro do sistema financeiro nacional. De 2005 a 2010, o volume anual de recursos mobilizado pelo MVM evoluiu de cerca de 14% para cerca de 67% do volume total do crédito interno líquido concedido pelo setor bancário. 86 Oportunidades e riscos emergentes no mercado de valores mobiliários cabo-verdiano 138

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140 4.Investir em Cabo Verde 140

141 4.Investir em Cabo Verde 4.1. Breve descrição do mercado de trabalho e do regime de segurança social Mercado de trabalho 87 A partir da década de 90 o crescimento económico em Cabo Verde (6%) foi acompanhado por um aumento significativo da população ativa (3,7%). De acordo com dados recentes do INE, a população residente em Cabo Verde apresentou uma taxa média de crescimento anual perto de 2%, superando as 503 mil pessoas em 2013, estando a sua maioria localizada na ilha de Santiago. Em 2020 prevê-se que a população residente em Cabo Verde atinja as 632 mil pessoas. A atividade económica de Cabo Verde é predominantemente marcada pelo peso do setor dos serviços, com uma contribuição de aproximadamente 75% do valor anual do PIB, sendo que a área do turismo, hotelaria e os serviços públicos concentram a maioria da população ativa. O setor com menor peso na população ativa ocupada é o setor da agricultura, silvicultura e pesca Desemprego O desemprego em Cabo Verde tem verificado um aumento nos últimos anos, motivado maioritariamente pela conjuntura económica internacional e pela falta de qualificação da população, refletindo-se no aumento da taxa de desemprego, que apresentava valores na ordem dos 10,7% da população ativa em 2010, chegando aos 16,8% em Também o desemprego jovem tem verificado um acréscimo, passando de 21,3% em 2010 para 32,1% dos jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos, de acordo com os últimos dados do INE. Os níveis de desemprego jovem em Cabo Verde estão, em parte, relacionados com o abandono escolar devido aos custos associados à frequência do sistema de ensino (transporte, material e propinas) Alfabetização 88 O país apresenta um crescimento notável na evolução das taxas de alfabetização. Aquando da independência, Cabo Verde já apresentava uma taxa de analfabetismo superior a 70%, enquanto em 2010 a taxa de alfabetização atingiu 82,8% dos jovens com idade a partir dos 15 anos (77,3% das mulheres e 88,5% dos homens, com taxas mais baixas nas áreas rurais - quase 68% das mulheres e 83% dos homens). A taxa de alfabetização em Cabo Verde entre os anos de idade está perto de 96%, não existindo disparidades claras entre géneros, ou entre os níveis de rendimento Breve descrição do regime de segurança social 89 Em Cabo Verde, a Segurança Social é um direito constitucionalmente consagrado. Através do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), entidade gestora da previdência social no país, é garantida a proteção aos trabalhadores e seus familiares nas situações de perda ou redução de capacidade para o trabalho, em caso de doença, maternidade, paternidade, adoção, invalidez, velhice ou morte. 87 Mudança Estrutural e Crescimento Económico em Cabo Verde Tese // e African Economic Outlook 89 Câmara de Comércio Indústria e Turismo Portugal Cabo Verde 141

142 A proteção social tem carácter obrigatório, abrangendo trabalhadores por conta de outrem (incluindo, sob regulamentação especial, os profissionais do serviço doméstico e os membros dos órgãos estatutários de pessoas coletivas e entidades equiparadas) e os trabalhadores liberais. A taxa de contribuições devidas é de 23%, sendo 15% devida pela entidade patronal, e 8% suportado pelo colaborador (trabalhador por conta de outrem). A taxa de previdência social devida por trabalhadores em regime liberal é de 19,5% (regime alargado). Para o cálculo das contribuições são considerados como remunerações todos os montantes atribuídos aos trabalhadores como contrapartida do seu trabalho. Os trabalhadores estrangeiros que exerçam a sua atividade profissional em Cabo Verde são ainda abrangidos pelo regime da proteção social obrigatória. Como exceção a esse princípio, os trabalhadores estrangeiros que se encontrem temporariamente em Cabo Verde, ao serviço de empresas nacionais ou estrangeiras, bem como de organismos internacionais, não são abrangidos pelo sistema desde que sejam enquadrados em sistema de proteção social obrigatória nos seus países de origem, durante os dois primeiros anos de vinculação ao empregador em Cabo Verde. Esgotado esse período inicial, a manutenção dessa situação deverá ser requerida. Cabo Verde celebrou um Acordo com Portugal, em matéria de Segurança Social, com o intuito de garantir a igualdade de tratamento no acesso e na concessão de prestações sociais que decorram diretamente da aplicação da legislação de cada uma dos países. O financiamento destes regimes de proteção social estão a cargo das contribuições e quotizações dos trabalhadores, contribuições das entidades empregadoras, transferências do Orçamento de Estado, receitas próprias das Autarquias Locais, subsídios, donativos, legados e heranças, rendimentos de bens próprios e outras receitas legalmente permitidas Como investir em Cabo Verde O investimento em Cabo Verde é regulado pela Lei de Investimento, aprovada pela Lei n.º 13/VIII/2012, de junho de 2012, alterada e republicada pelo Decreto-Lei n.º34/2013, de 24 de setembro de 2013, e aplica-se a todos os investimentos de natureza económica, realizados em território Cabo-verdiano, ou no estrangeiro a partir de Cabo Verde, quer por investidores nacionais, quer por investidores estrangeiros que visem beneficiar das garantias e dos incentivos nele previstos. Os investidores (empresas ou empresários individuais), nacionais ou estrangeiros, que pretendam operar em Cabo Verde podem fazê-lo sob diversas modalidades, nomeadamente através de aplicação de capital em ativos tangíveis e intangíveis e na constituição e aquisição de empresas, sucursais e partes sociais. Investimento externo São considerados investimento externo os negócios efetuados no país com recurso a capitais provenientes do exterior, suscetíveis de avaliação pecuniária, designadamente os seguintes: Moeda livremente convertível e depositada em instituições financeiras legalmente autorizadas a operar em Cabo Verde; Bens, serviços e direitos importados sem dispêndio cambial para o país; Lucros, dividendos de um investimento externo reinvestidos na mesma ou outra atividade económica. 142

143 A Lei de Investimento garante aos investidores estrangeiros, igualdade de tratamento, paridade de direitos, deveres e obrigações em relação aos investidores Cabo-verdianos, excecionado os casos de projetos especiais diretamente negociados pelo Governo que pela sua dimensão ou importância para o país mereçam tratamento diferenciado. Regime excecional - Convenção de estabelecimento A Lei de Investimentos admite a possibilidade de o investidor celebrar um contrato escrito com o Governo designado de convenção de estabelecimento que constitui um regime excecional justificado pela importância e interesse nacional do projeto que o investidor se propõe a desenvolver em Cabo Verde. Ao abrigo desse regime poderão ser estabelecidas condições especiais e diferenciadas em função do interesse e contribuição excecional do projeto para o desenvolvimento socioeconómico do país. A Agência Cabo-verdiana de Promoção de Investimentos (Cabo Verde Investimentos) A Agência Cabo-verdiana de Promoção de Investimentos (Cabo Verde Investimentos) é a entidade responsável pela promoção de Cabo Verde como um destino turístico e um território com condições propícias ao investimento externo. A Cabo Verde Investimentos é, igualmente, o interlocutor institucional dos investidores que pretendam desenvolver negócios em Cabo Verde. É da sua competência aprovar e dar a conhecer aos potenciais investidores, os apoios e condições necessárias para a realização do projeto de investimento em Cabo Verde, quer sejam investidores nacionais ou estrangeiros. Certificado de registo de Investimento e registo do Investidor Externo No caso de investidores externos, i.e., qualquer agente que realize investimentos em Cabo Verde, por meio de contribuições provenientes do exterior, qualquer que seja a sua nacionalidade, deverão ser respeitadas as formalidades previstas na Lei de Investimentos supra referida. Para obter a autorização para a realização de investimento externo em Cabo Verde, o certificado de investimento deve ser obtido por via eletrónica através do Cabo Verde Investimentos. As operações de investimento externo devem ser registadas junto do Banco de Cabo Verde, após o registo na Cabo Verde Investimentos. Procedimentos complementares Posteriormente à aprovação do projeto e à criação da empresa, deverão ser cumpridos os requisitos e procedimentos adicionais, nos casos em que tal seja aplicável, nomeadamente os seguintes: Licenciamento de atividade comercial deve ser obtido na Conservatória dos Registos Predial, Comercial e Automóvel ou na Casa do Cidadão, sendo necessário para a realização de atividades de importação, exportação e comércio por grosso ou retalho. Licenciamento da atividade industrial necessário para o exercício de atividade de natureza industrial, devendo ser entregue na Direção Geral de Comercio e Industria a documentação de suporte necessária à candidatura. O Governo de Cabo Verde prepara-se para implementar uma plataforma eletrónica de investimentos, designada por Balcão Único de Investimentos que vai permitir, agilizar, desburocratizar e uniformar os procedimentos de investimentos no país. Formas de jurídicas de implementação e organização do investimento 143

144 As sociedades estrangeiras que desejem exercer a sua atividade em Cabo Verde por mais de um ano deverão instituir uma representação permanente no País (sociedade comercial ou sucursal), sob pena de responsabilização pessoal e solidária, perante terceiros, dos administradores ou gerentes da sociedade, e das pessoas que pratiquem atos em seu nome. Os investidores, nacionais ou estrangeiros, que pretendem realizar negócios em Cabo Verde através de uma estrutura societária, podem fazê-lo adotando uma das cinco formas societárias previstas no Código de Empresas de Cabo Verde: sociedade em nome coletivo, sociedade por quotas, sociedade anónima, sociedade em comandita e sociedade cooperativa. O investidor deverá ter conta os objetivos específicos do negócio que pretende realizar, bem como as particulares legais relativas a sociedades com determinados objetos sociais. A legislação Cabo-verdiana admite ainda outras formas de organização e implementação de negócios nesse território, nomeadamente através de sociedades gestoras de participações sociais (SGPS), consórcios, agrupamentos de empresas, entre outros. O processo de constituição de uma sociedade comercial em Cabo Verde pressupõe, fundamentalmente, os seguintes passos: Certificado de admissibilidade da firma, atestando que não existe outra empresa com o mesmo nome, obtido numa Conservatória; Registo do contrato de sociedade (a requerer ao Conservador) acompanhado dos estatutos redigidos pelos sócios; Documento comprovativo do depósito em dinheiro do capital realizado, emitido por uma instituição bancária Cabo-Verdiana; Após o registo na conservatória, publicar o pacto constitutivo ou os estatutos da sociedade no Boletim Oficial de Cabo Verde; Obter, junto da Direção Geral de Contribuição e Impostos, o número de identificação fiscal da sociedade a constituir (Mod. 109) e declarar o início de atividade (Mod. 110); Proceder ao registo da entidade na Direção do Comércio de Cabo Verde para o exercício de atividade comercial; Efetuar a inscrição da entidade no Instituto Nacional de Providência Social, na Direção Geral do Trabalho e na Inspeção Geral do Trabalho. Alternativamente, caso o investidor pretenda criar uma sociedade comercial, a Casa do Cidadão em Cabo Verde permite a constituição de uma sociedade comercial em tempo reduzido, através do serviço de Empresa no Dia. Os documentos exigidos para a constituição de uma sociedade comercial ou forma de representação que sejam emitidos no estrangeiro devem ser traduzidos para língua portuguesa, e visados pelos Serviços Consulares de Cabo Verde no país estrangeiro, para que sejam válidos e aceites no país. Todas as operações de investimento externo em Cabo Verde, independentemente do setor de atividade, encontram-se sujeitas a autorização prévia, não havendo restrições à opção por qualquer uma das formas jurídicas previstas na Lei de Cabo Verde para a constituição de sociedades. Importa referir que, regra geral, não é necessária a inclusão de um sócio Cabo-verdiano no momento da constituição da empresa. As sociedades estrangeiras podem optar pela constituição de sucursais registadas em Cabo Verde, que traduzem a extensão da personalidade jurídica reconhecida no seu país, ao invés de instituírem sociedades comerciais de direito Cabo-verdiano anteriormente referidas. 144

145 Para efeitos de registo das sucursais em Cabo Verde é necessário apresentar, para além dos documentos exigidos para o registo das sociedades comerciais em geral, um certificado emitido pelo agente consular competente ou representação equiparada no país estrangeiro onde a sociedade comercial tenha a sua sede, e comprovativo de que tal sociedade se acha constituída e funciona em harmonia com a lei desse país. Quanto ao capital social, as Conservatórias dos Registos Comerciais admitem que a sociedade estrangeira possa afetar um capital próprio à sucursal, caso em que se exige a competente prova na instrução do respetivo registo. Se não for realizada essa afetação, considera-se como capital social da sucursal o da sociedade estrangeira que a constitui. A sociedade estrangeira deve designar uma pessoa que represente a sucursal em Cabo Verde e obter o respetivo NIF. A constituição e o registo de uma sucursal em Cabo Verde devem ser publicados no Boletim Oficial da República de Cabo Verde Incentivos e benefícios fiscais ao investimento As entidades nacionais e estrangeiras que pretendem investir em Cabo Verde dispõem de um conjunto de benefícios e incentivos de natureza fiscal, aduaneira e financeira que abrangem diversos setores da economia Cabo-verdiana, nomeadamente os setores da indústria, energias renováveis, turismo, construção civil, transporte marítimo, serviços portuários e aeroportuários, pesquisa e investigação científica, tecnologias de informação e comunicação, financeiro, projetos de internacionalização de empresas Cabo-verdianas, entre outros. Apenas são considerados elegíveis, para efeitos de obtenção de benefícios fiscais, os investimentos realizados à luz da Lei de investimentos e que cumpram os requisitos previstos nesse diploma. Crédito fiscal ao investimento Os investimentos efetuados no âmbito da Lei de Investimentos em determinados setores de atividade elencados no Código dos Benefícios fiscais beneficiam de um crédito fiscal por dedução à coleta em sede do imposto sobre o rendimento (IUR), com o limite de 50% do valor da coleta, em função da atividade desenvolvida pelo investidor, nos seguintes moldes: 50% do investimento relevante realizado nas áreas de turismo, serviços de transporte aéreo e marítimo, serviços portuários e aeroportuários, produção de energias renováveis, pesquisa e investigação científica, tecnologias de informação e comunicação. 30% do investimento relevante realizado nas demais áreas. As parcelas do crédito fiscal que não sejam utilizadas num determinado exercício, podem ser deduzidas nos exercícios seguintes, até ao limite máximo de 10 anos a contar da data de início do investimento ou de início da exploração, consoante o caso. Os incentivos ao investimento podem ainda assumir a forma de: Isenção de direitos aduaneiros relativamente a bens, materiais e equipamentos destinados a serem incorporados no projeto de investimento; Isenção de Imposto de Selo sobre os financiamentos obtidos para o projeto de investimento; Dedução à coleta derivado da criação de emprego; 145

146 Majoração de custos e encargos com formação para colaboradores; Possibilidade de isenção de Imposto Único sobre o Património (IUP), relativamente a imóveis que sejam adquiridos para instalação e construção de edifícios destinados a instalação do projeto, mediante a decisão da respetiva Câmara Municipal. Benefícios fiscais contratuais O investidor, atendendo à dimensão e relevância do projeto de investimento, está habilitado pela Lei de Investimento e pelo Código dos Benefícios Fiscais a negociar e celebrar com o Governo de Cabo Verde um acordo designado por convenção de estabelecimento relativamente aos incentivos e benefícios fiscais a conceder ao projeto de investimento, desde que o mesmo seja revelante para o desenvolvimento da economia do país e cumpra ainda, cumulativamente, os seguintes requisitos: Valor do investimento ser superior a ECV 10 mil milhões (aproximadamente Euros); Criação de pelo menos 100 postos de trabalho diretos, no prazo máximo de 3 anos. Os impostos que podem ser objeto de negociação no âmbito da convenção de estabelecimento são os seguintes: o IUR sobre o rendimento de empresas e particulares, o IUP, o imposto de selo e os direitos aduaneiros. Todavia, os benefícios a conceder não poderão, no seu conjunto, exceder 1/5 da taxa efetiva em vigor. A convenção de estabelecimento deverá ser aprovada sob a forma de resolução em Conselho de Ministros, e publicada no Boletim Oficial da República de Cabo Verde. Benefícios fiscais associados à internacionalização Também em regime contratual, os investidores que pretendam desenvolver projetos vocacionados para a internacionalização da economia Cabo-verdiana podem usufruir de um conjunto de benefícios fiscais atribuídos pelo Governo, desde que demonstrem a viabilidade técnica e económica e económica do projeto. Para o efeito é necessário que os investidores instruam um processo de candidatura que visa demonstrar que o projeto está capacitado tecnicamente e economicamente, o qual deverá ser submetido à apreciação da CI, enquanto organismo gestor. Mediante o parecer favorável da CI, o investidor fica autorizado a celebrar um contrato de concessão com o Governo, regra geral por um período de 3 anos. No entanto, os projetos de internacionalização que envolvam investimento no valor de CVE, podem ter o prazo do contrato prorrogado até 5 anos. Os benefícios fiscais a conceder ao investidor podem assumir a forma de redução de 50% da taxa de IUR sobre os lucros resultantes do projeto de internacionalização, até ao fim do termo do contrato de concessão de incentivos. Adicionalmente, é ainda concedida isenção de IUR aos trabalhadores qualificados e expatriados, bem como aos cidadãos cabo-verdianos, mediante determinadas condições. Os investimentos realizados neste âmbito podem ainda beneficiar de outros incentivos, nomeadamente isenção de imposto de selo, isenção de direitos e taxas aduaneiras, possibilidade de isenção de IUP na aquisição de imóveis para o projeto mediante decisão da respetiva Câmara Municipal, e isenção de emolumentos e outras imposições notariais na constituição e registo de empresas, sob a forma de sociedade comercial ou empresa em nome individual. 146

147 Benefícios Aduaneiros Para além dos benefícios aduaneiros previstos nos casos específicos anteriormente referidos, o Código dos Benefícios Fiscais consagra um capítulo específico aos incentivos aduaneiros sobre importação de bens, equipamentos, matérias primas, matérias subsidiárias, embalagens, equipamentos de transporte material de construção, bem como outros bens que sejam necessários para a implementação e desenvolvimento dos investimentos efetuados nos setores de: Agricultura, pecuária e pescas; Indústria; Aeronáutica civil; Transporte marítimo; Comunicação social. O reconhecimento dos benefícios fiscais aduaneiros depende de vistoria das autoridades aduaneiras que visa verificar a aplicação efetiva dos bens nos projetos de investimento. Para o efeito, o caderno de encargos e lista de bens devem ser previamente submetida à apreciação das autoridades aduaneiras. Benefícios fiscais à construção, reabilitação e aquisição de habitações de interesse social, no âmbito do programa Casa para Todos As entidade construtoras, credenciadas junto do CCC-SNHIS (Comissão de Coordenação e Credenciação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social), podem beneficiar de: Em certas condições, o IUR incide apenas sobre 30% dos rendimentos derivados da atividade desenvolvida no âmbito do projeto de habitação de interesse social; Reembolso de 80% do IVA suportado no mercado interno, no caso de serem praticadas exclusivamente operações isentas sem direito à dedução; Redução em 75% dos direitos de importação sobre materiais de construção listados em anexo ao diploma. Benefícios Instituições Financeiras Internacionais (IFI) As IFI gozam de um regime fiscal mais favorável, como forma de incentivo desse tipo de atividades em Cabo Verde, que se traduz em isenção de tributação, até 31 de Dezembro de 2017, sobre os lucros derivados do exercício da sua atividade. Após esse período, passam a beneficiar de uma tributação de IUR à taxa reduzida de 2,5%. As IFI gozam de isenção de direitos aduaneiros na importação de materiais e de bens de equipamentos que se destinem exclusivamente à sua instalação. Adicionalmente, encontram-se isentos de imposto de selo todos os atos e operações (comissões, financiamento, etc.) praticados pelas IFI que estejam sujeitas a esse imposto. O regime fiscal associado aos fundos de investimento constituídos de acordo com a legislação Cabo-verdiana (fundos de investimentos mobiliários, fundos de capital de risco, fundos de poupança, fundos de poupança em ações) é bastante vantajoso na medida em que, regra geral, isenta de tributação os rendimentos obtidos na esfera dos fundos. Importa notar, contudo, que o regime fiscal não é de completa isenção. O regime contém algumas particularidades de tributação, determinadas em função do tipo de fundos e também da natureza do rendimento em questão. Encontram-se por exemplo nessa situação o caso das mais-valias obtidas pelos fundos de investimentos mobiliários que são tributadas à taxa autónoma de 10%, e os rendimentos prediais e 147

148 mais-valias prediais obtidos pelos fundos imobiliários que são tributados autonomamente, à taxa de 10% e 7,5%, respetivamente. O regime é igualmente vantajoso para os participantes dos fundos mobiliários e imobiliários, titulares das unidades de participação (UP), cujos rendimentos derivados das UP encontram-se isentos de tributação. Ficam excluídos dessa regra os rendimentos obtidos pelos participantes em fundos de poupança cuja tributação depende da natureza do rendimento e das circunstâncias do resgate, bem como os rendimentos obtidos pelos subscritores dos fundos de poupança em ações, aquando do encerramento desses fundos. Nesse contexto, o investidor deverá consultar e obter informações detalhadas sobre regime fiscal aplicável ao tipo de fundo em concreto. Benefícios fiscais à Bolsa de Valores O Código dos Benefícios Fiscais prevê alguns incentivos que visam dinamizar as atividades da BVC e o mercado de valores mobiliários em Cabo Verde. Nesse contexto, serão tributados à taxa liberatória de 5%, até 31 de dezembro de 2017, os rendimentos de obrigações ou produtos de natureza análoga, com colocação pública e cotadas na BVC. Os dividendos das ações cotadas em Bolsa não são sujeitos a tributação, desde que sejam colocados à disposição até 31 de dezembro de As entidades dedicadas à intermediação financeira em valores mobiliários na BVC encontram-se isentas de IUR durante os 3 primeiros da sua atividade. Benefícios fiscais das Sociedades Gestoras de Participações Sociais O Código dos Benefícios Fiscais prevê que as mais-valias obtidas na alienação de participações sociais detidas por SGPS há pelo menos 1 ano não são sujeitas a imposto. Os dividendos distribuídos pelas participadas à SGPS e os dividendos distribuídos pelas SGPS aos seus acionistas não são objeto de tributação. Não são dedutíveis para efeitos fiscais as menos-valias realizadas com alienação de partes sociais, bem como os encargos financeiros suportados para a respetiva aquisição. Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde (CIN) Cabo Verde criou um Centro Internacional de Negócios de Cabo Verde (CIN), que surge da necessidade de promoção do comércio internacional e de fomento de investimentos com potencial exportador, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento económico e social de Cabo Verde. Neste quadro, foi autorizado o licenciamento de entidades vocacionadas para o exercício das atividades de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços e destinadas ao comércio internacional, às quais foram concedidos um conjunto de benefícios fiscais. O CIN compreende duas zonas geograficamente vedadas correspondentes ao Centro Internacional de Industrial (CII) e ao Centro Internacional de Comércio (CIC). O Centro Internacional de Serviços (CIS) corresponde ao território de Cabo Verde. As entidades que pretendem desenvolver uma dessas atividades no CIN deverão solicitar uma licença para efeito. A concessão da licença depende da avaliação da idoneidade da entidade requerente e do interesse da atividade a desenvolver. Às entidades licenciadas para operarem no CIN podem beneficiar de um conjunto de benefícios fiscais relativamente aos rendimentos auferidos no exercício das atividades de natureza industrial ou comercial ou de 148

149 prestação de serviços, que sejam obtidos através de atividades mantidas exclusivamente com outras entidades licenciadas ou com entidades não residentes em Cabo Verde. Nesse âmbito são aplicáveis, até 2025, as seguintes taxas reduzidas de IUR: 7,5% para entidades com 5 ou mais trabalhadores dependentes; 5% para entidades com 20 ou mais trabalhadores dependentes; 2,5% para entidades com 50 ou mais trabalhadores dependentes; 2,5% para entidades no Centro Internacional de Prestação de Serviços com o mínimo de 2 postos de trabalho criados. A aplicação das taxas reduzidas de IUR depende da criação de um mínimo de 5 postos de trabalho no caso de entidades que desenvolvam atividades industriais ou comerciais. As entidades licenciadas no CIN estão isentas de direitos aduaneiros na importação de um conjunto de bens e materiais destinados ao desenvolvimento da atividade da empresa. Essas entidades gozam ainda de isenção de imposto de selo na constituição de empresas ou no aumento de capital, bem como nas operações de financiamento. O Código de Benefícios Fiscais prevê a possibilidade de as entidades licenciadas no CIN obterem, de forma condicionada, isenção de IUP relativamente aos imóveis adquiridos para instalação ou expansão das suas atividades. Neste caso, a concessão deste benefício fica condicionada à decisão da respetiva Câmara Municipal. Os benefícios fiscais não são aplicáveis a atividades exercidas no âmbito do turismo, banca, seguros, imobiliária e construção civil Outros mecanismos de financiamento O meio privilegiado para o investimento em Cabo Verde é a banca comercial do país, a par da banca comercial do país de origem do investimento. Adicionalmente diversos países disponibilizam linhas de crédito não só com o intuito de facilitar e promover as suas próprias exportações para Cabo Verde, mas igualmente para promover o investimento neste país. Do ponto de vista interno, o regime de internacionalização de empresas Cabo-verdianas prevê a constituição de um Fundo de Apoio à Internacionalização dotado de um capital inicial de 100 milhões de escudos, subscrito integralmente pelo Estado, em condições a definir em diploma próprio. O apoio desde Fundo visa conceder subvenções sob a forma de comparticipações a fundo perdido aos projetos considerados elegíveis no âmbito do regime de internacionalização. Essas subvenções incidem, nomeadamente sobre as seguintes ações: licenças e alvarás, consultoria externa, missões empresariais organizadas pela Cabo Verde Investimentos, ou por entidade devidamente mantada para o efeito, campanhas promocionais no estrangeiro (incluindo material promocional). Portugal dispõe de linhas de crédito específicas de apoio à internacionalização das empresas e à exportação, sendo de salientar a linha de crédito ao importador do bem com origem em Portugal, com o apoio da Caixa Geral de Depósitos. No caso concreto de Cabo Verde, a Promotora, empresa do Grupo CGD, apoia e promove investimentos no setor privado e na inovação, através da participação temporária no capital dos projetos ou empresas, fornecendo formação e aconselhamento na área empresarial e financeira e disponibilizando soluções técnicas para investimentos neste território. Importa igualmente destacar a existência da International Premium Unit do Banco Espirito Santo, que oferece às empresas portuguesas um serviço especializado de apoio à internacionalização, quer através de apoio à 149

150 exportação, quer através de apoios ao IDE, disponibilizando soluções em vários mercados, nos quais se inclui Cabo Verde. O MCA, através do segundo pacto de financiamento, o Millenium Challenge Account (MCA) disponibilizou a Cabo Verde cerca de 50 milhões de euros que visam apoiar parceiros nacionais e internacionais no desenvolvimento das condições de acesso à água e saneamento e gestão dos registos de propriedade sobre terrenos para facilitar os projetos de investimento. O Banco Mundial tem neste momento 4 projetos ativos em Cabo Verde, num valor total de US$ 94 milhões. Estes projetos visam promover a renovação do setor dos transportes, a recuperação e reforma do setor da eletricidade e o desenvolvimento do Programa de pescas regional da África Ocidental. Entre os métodos de financiamento disponíveis para investidores à procura de desenvolver atividade económica em Cabo Verde, encontra-se também o SOFID, destinado a empresas detidas no mínimo em 20% por agentes de naturalidade portuguesa. Esta instituição financeira de desenvolvimento apoia projetos de investimento sustentável, privilegiando os países da CPLP e concedendo financiamentos entre os 250 mil Euros e os 2,5 milhões de Euros. Os apoios estão disponíveis para investimentos em todos os setores que sejam considerados como relevantes para o desenvolvimento sustentável, como a agro-indústria, a energia e o turismo. Existem vários mecanismos alternativos para investir em Cabo Verde, sendo que alguns dos bancos comerciais que operam no país recorrem a financiamento junto de instituições financeiras multilaterais, como o Banco Africano de Desenvolvimento, o Banco Europeu de Investimento, o Fundo Europeu de Desenvolvimento ou o Banco Mundial, recebendo fundos que permitem a concessão de crédito à economia e às empresas. Para grandes projetos de investimento com impacto económico em países em desenvolvimento, e cujo plano de investimento permita desenvolver a economia local, existem instrumentos financeiros disponibilizados pelas referidas instituições financeiras multilaterais destinados ao apoio direto às empresas interessadas em realizar investimentos nestes países. Outro instrumento disponível para o financiamento de investimentos de grande dimensão e com reconhecido impacto económico é o Fundo de Cooperação China-Países de Língua Portuguesa. Este fundo, criado em 2010 com intuito de fortalecer a cooperação e as relações de investimento entre a China e os países de língua Portuguesa, disponibiliza um total de US$ mil milhões para projetos de investimento que promovam a melhoria da qualidade de vida das populações e o desenvolvimento social e económico dos países destinatários do financiamento. Um dos critérios elegíveis para obtenção do financiamento é a aposta na utilização de tecnologia industrial avançada. O acesso a este fundo faz-se através do preenchimento da candidatura por parte da empresa ou investidor interessado, e depende da decisão da comissão de investimento, composta por membros da equipa de gestão do fundo. Os montantes máximos de investimento em cada projeto são determinados pela equipa de gestão do fundo e podem variar entre 5 e 20 US$ milhões. No que se refere aos veículos de investimentos, o fundo admite a utilização de diversos instrumentos, adaptados em função das caraterísticas das empresas e da natureza dos projetos. Nesse sentido, para além dos instrumentos de capital diretos, tais como ações ordinárias de empresas ou projetos, admite-se ainda investimentos de quase capital ( instrumentos híbridos de capital e obrigações convertíveis). Para além destas entidades, existem na Europa Instituições Financeiras ao Desenvolvimento (IFD), que financiam projetos de investimento em países em desenvolvimento mediante o cumprimento de um conjunto de requisitos, onde se inclui, a contribuição para o desenvolvimento económico do país alvo do investimento a realizar. Estas instituições representam uma fonte de financiamento importante para investimentos em países em desenvolvimento, uma vez que beneficiam de apoios do Estado Europeu de origem e do acesso a fundos comunitários orientados para o apoio ao desenvolvimento permitindo-lhes financiar projetos de 150

151 internacionalização de pequenas e médias empresas a condições de mercado mais competitivas, por prazos mais longos e com instrumentos alternativos que permitem diminuir os riscos da operação. As IFD europeias constituíram uma associação designada por European Development Finance Institutions (EDFI), que no final do ano de 2012, detinha um portfolio de projetos num total de cerca de 26 mil milhões de euros, sendo que só no ano de 2012 foram aprovados 4,7 mil milhões de euros a aplicar em 714 novos projetos. Contudo, nem todas as áreas ou setores de atividades são elegíveis para efeitos de atribuição de financiamento. Regra geral, os produtos financeiros disponibilizados pelas IFD são: Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros de mercado; Empréstimos de longo prazo, com taxas a juros bonificados; Participações de capital; Financiamento mezzanine ; Garantias; Donativos destinados ao financiamento de atividades específicas nos países de menor rendimento; Produtos de gestão de risco; Apoio à realização de estudos de sustentabilidade do projeto. Modalidades de financiamento EDFI % 46% 51% Participações de capital e equiparáveis Empréstimos Subvenções Fonte: Relatório Anual EDFI 2012 Ao nível das soluções de financiamento internacionais importa também referir a African Finance Corporation (AFC) que, em parceria com uma das maiores Instituições Financeiras de apoio ao desenvolvimento, a holandesa FMO, apresentam um conjunto de soluções para o desenvolvimento e financiamento de infraestruturas, e ativos industriais e financeiros. Estas instituições visam, em conjunto com parceiros nacionais e internacionais, suprir as necessidades de planeamento e financiamento iniciais adequados ao desenvolvimento dos projetos de investimento apoiados. Também relevante ao nível de projetos de desenvolvimento em Cabo Verde é a intervenção do Grão-Ducado do Luxemburgo, através do financiamento de investimentos nas áreas da saúde, educação, desenvolvimento rural, desenvolvimento social, saneamento, habitações sociais, recursos humanos e meio ambiente. 151

152 4.5. Competitividade de Cabo Verde no contexto regional Atratividade do país no contexto regional O relatório do Banco Mundial sobre a facilidade de fazer negócio indica que Cabo Verde encontra-se na posição 122 a nível global, uma classificação que se fica a dever, em parte, à dificuldade de obtenção de alvarás de construção devido aos custos e burocracia associados à concretização desse processo, e também aos custos associados à constituição de um negócio. Com base nesse mesmo relatório, verifica-se que no contexto da CEDEAO, Cabo Verde afigura-se como um dos territórios mais abertos à constituição de novos negócios comparativamente com os restantes países membros da região, sendo apenas superado pelo Gana. Tabela 36- Doing Business 2013 Posição por país da CEDEAO Países Facilidade de se fazer negócios Abertura de empresas Obtenção de alvarás de construção Obtenção eletricidade Registo de propriedade Obtenção de crédito Gana Cabo Verde Nigéria Serra Leoa Gâmbia Libéria Mali Burkina Faso Togo Senegal Benim Níger Costa do Marfim Guiné Guiné- Bissau Da análise dos fluxos de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em Cabo Verde disponibilizados pela UNCTAD e pelo African Economic Outlook do Banco Mundial, verifica-se que posição de Cabo Verde no ranking de facilidade de fazer negócio poderá ser uma das causas para o reduzido valor do IDE neste país, quando comparado no contexto da CEDEAO. 152

153 US$ Milhões Nigéria Gana Libéria Níger Guiné Serra Leoa Costa do Marfim Senegal Mali Togo Benim Gâmbia Cabo Verde Burkina Faso Guiné-Bissau Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Gráfico 72 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CEDEAO no ano de ,000 7,000 6,000 5,000 4,000 3,000 2,000 1,000 0 Serra Leoa 5% Guiné 5% Níger 5% Libéria 9% Cabo Verde 0.45% Gana 21% Nigéria 45% Nigéria Gana Libéria Níger Guiné Serra Leoa Costa do Marfim Senegal Mali Togo Benim Gâmbia Cabo Verde Burkina Faso Guiné-Bissau Os fluxos de IDE para o país verificaram aumentos significativos até 2008, motivados pelos investimentos ocorridos no setor do turismo e da imobiliária, aliados pela atividade desenvolvida pela agência Cabo-Verdiana de investimentos (a Cabo Verde Investimentos) que promoveu Cabo Verde como um destino atrativo para o investimento. Contudo, de acordo com dados da UNCTAD, entre 2008 e 2012, o nível de IDE em Cabo Verde sofreu uma redução significativa, passando de valores acima dos US$ 200 milhões em 2008 para montantes a rondar os US$ 71 milhões no ano de Gráfico 73 Evolução do fluxo de IDE para Cabo Verde Anos Fonte: UNCSTAD/2013 Para além de ser uma economia sensível a choques externos como a crise financeira, Cabo Verde debate-se com alguns entraves que ajudarão a explicar a redução do IDE no território, como a escassez de recursos naturais, ou a falta de infraestruturas. Neste sentido, importa destacar o esforço que tem sido feito pelo Governo de Cabo Verde, que adotou um programa de investimento público, acompanhado de um conjunto de estímulos fiscais e simplificação dos formalismos administrativos para formalização de negócios, com o intuito de contrariar não só a diminuição do IDE, como a quebra do PIB e tornar Cabo Verde num destino de investimento atrativo. 153

154 US$ Milhões Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Porém, considerando os montantes globais de IDE na CEDEAO, observa-se uma tendência crescente. Gráfico 74 Evolução do fluxo de IDE para a CEDEAO ,000 16,000 14,712 17,116 15,612 14,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 9,414 12,136 11, Fonte: UNCSTAD/2013 Anos Contrariamente ao que se verificou em Cabo Verde desde 2008, os fluxos de IDE na CEDEAO têm registado, exceção feita ao ano de 2010, aumentos significativos, principalmente apoiados no crescimento de países como o Nigéria, Gana, Níger e Libéria. Nesta região, Nigéria e Gana foram, em 2012, os principais destinos dos fluxos de IDE, apesar de todos os constrangimentos burocráticos e legais colocados ao investidor no momento de começar o seu negócio, revelando o potencial de crescimento destas economias ao nível da captação de IDE. Cabo Verde representa menos de 1% do montante global de IDE na CEDEAO. Com a recente especialização da economia no turismo e hotelaria, a grande maioria do IDE realizado neste território nos últimos anos tem sido concentrado nestes setores levando, simultaneamente, ao desenvolvimento dos setores da construção e do imobiliário, particularmente nas ilhas do Sal e Boa Vista. De acordo com dados da AICEP, a indústria, que era anteriormente o setor que recolhia a maior fatia do IDE em Cabo Verde, representa atualmente apenas cerca de 2% do montante total de investimento no território. Em 2012 menos de 1% do IDE na CEDEAO foi investido em Cabo Verde As expetativas para os próximos anos são de aumento quer do investimento privado, (e consequentemente do IDE), que deverão substituir gradualmente os níveis de investimento público que se verificam atualmente. De acordo com o Banco de Cabo Verde, espera-se um crescimento do IDE de cerca de 1,5%, motivado pelos investimentos em grandes empreendimentos turísticos nas ilhas do Sal e Boa Vista,na aplicação de um conjunto de reformas previstas pelo Governo que visam reduzir a corrupção e facilitar a realização de negócios em Cabo Verde. Sendo a Europa a maior fonte de investimento externo em Cabo Verde, a melhoria da conjuntura ao nível da zona euro poderá também significar um aumento dos fluxos de IDE para o país nos próximos anos. 154

155 4.6. Principais constrangimentos ao IDE e exportação Exportações barreiras aduaneiras: tarifas, barreiras não tarifárias, outros impedimentos As operações de exportação e importação de bens encontram-se sujeitas ao controlo alfandegário e devem obedecer as regras e requisitos previstos no Código Alfandegário e no diploma que regula o Comércio Externo (Decreto-lei n.68 /2005). Com adesão à Organização Mundial de Comércio (OMC), o Governo de Cabo Verde teve de adotar medidas legislativas consentâneas com as regras e orientações gerais da OMC, que se traduziram na adoção de medidas para simplificar os procedimentos de registo e licenciamento das atividades relacionadas com comércio externo, e na aprovação de um novo Código Aduaneiro. Nesse contexto, as declarações aduaneiras de importação e exportação passem a ser efetuadas pelos importadores e exportadores ou pelos seus despachantes oficiais diretamente nas alfândegas através da Declaração Única Aduaneira (DUA). A importação de mercadorias pode ser efetuada através de 3 modalidades distintas: Importações dispensadas de licenciamento: Que incluem a importação de mercadorias sem valor comercial, operações de aperfeiçoamento de ativo e passivo, importações temporárias ou reimportações, mercadorias sujeitas a regimes aduaneiros especiais, mercadorias destinadas a consumo no recinto de congressos, mercadorias apreendidas ou abandonadas e mercadorias importadas sem dispêndio de divisas. Importações sujeitas a licenciamento automático: Onde estão abrangidas todas as mercadorias não isentas, exceção feita às que se encontram sujeitas ao licenciamento não automático. Importações sujeitas a licenciamento não automático: Abrangendo as mercadorias sujeitas a controles sanitários, fitossanitários e de segurança e mercadorias sujeitas a restrições definidas por lei. Nos casos de importações sujeitas a licenciamento não automático, o pedido de importação a entregar nas alfândegas deverá ser acompanhado de certificado de conformidade, emitido pelas autoridades competentes, responsáveis pelos controles anteriormente referidos. A decisão relativa ao licenciamento é conhecida no prazo máximo de 21 dias. Relativamente à importação de produtos alimentares, estes devem respeitar as normas gerais de higiene e rotulagem, assim como os direitos dos consumidores, tal como definido nos respetivos diplomas legais. O Código Aduaneiro admite a possibilidade de proibições na importação e exportação de mercadorias, nomeadamente nos casos em que essas operações não cumprem com os requisitos legalmente exigidos, tais como obtenção de licenças e autorizações, quando requeridas. O Código Aduaneiro proíbe o comércio de mercadorias que infrinjam direitos de propriedade de intelectual, legalmente tutelados, ao abrigo da legislação Cabo-verdiana ou convenção vigente. O comércio de espécies da fauna e flora em vias de extinção, suas partes ou produtos delas fabricados (como por exemplo a tartaruga), deve obedecer os requisitos específicos previstos em legislação própria, aprovada em conformidade com as diretrizes e orientações da Convenção de Washington nessa matéria. 155

156 Admite-se ainda a existência de restrições específicas na importação ou exportação de mercadorias, ditadas, por razões de segurança e garantia, designadamente no que respeita ao peso, navios destinados ao transporte de mercadorias, bem como as regras especiais de acondicionamento de mercadorias sensíveis ou perigosas. O Código Aduaneiro prevê regimes aduaneiros especiais, tais como o entreposto aduaneiro, o aperfeiçoamento ativo, a importação temporária, a exportação temporária, a transformação sob controlo aduaneiro. Encargos aduaneiros As taxas aduaneiras variam entre 0% e 50%, de acordo com a Pauta Aduaneira de Cabo Verde, aprovada em Para honrar os compromissos assumidos com a OMC, especificamente a redução de taxas aduaneiras, a Pauta Aduaneira tem vindo a ser sucessivamente alterada. A nomenclatura da Pauta Aduaneira vigente Cabo Verde encontra-se harmonizada com a Pauta Aduaneira dos Estados que compõem a região económica da CEDEAO, da qual Cabo Verde é membro. O Código Aduaneiro admite a possibilidade das mercadorias serem comercializadas ao abrigo de regimes pautais preferenciais previstas em acordos celebrados por Cabo Verde com outros Estados. No âmbito da CEDEAO, é permitida a exportação a partir de Cabo Verde, com redução ou isenção de tarifas aduaneiras, mediante a apresentação do certificado de origem. Além dos direitos aduaneiros, a importação de bens em Cabo Verde encontra-se, fundamentalmente, sujeita aos seguintes outros impostos e taxas: - Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) A taxa aplicável é de 15%; - Taxa de Consumos Especiais Aplicável a bens considerados de luxo ou supérfluos. As taxas variam de 10% a 150%; - Taxa Ecológica - Aplicável a embalagens não biodegradáveis. As taxas variam de 2 CVE a 100 CVE, e é cobrada em função de unidade, peso ou medida do produto importado. - Taxa Estatística Aduaneira Introduzida pela Lei do Orçamento para É a contrapartida de serviços prestados pelas Alfandegas através do sistema SYDONIA ++. As taxas variam entre CVE a 6.000CVE Entradas e saídas de capitais Transferências de fundos para o exterior A legislação Cabo-verdiana garante aos investidores que realizem investimento externo em Cabo Verde, independentemente da sua nacionalidade, o direito de converter em qualquer moeda e transferir para o exterior todos os rendimentos provenientes do seu investimento, incluindo lucros, dividendos, juros, comissões, rendimentos provenientes da venda de ações e compensação por expropriações ou perdas, desde que o investimento se encontre registado junto do Banco de Cabo Verde. Os investidores externos têm o direito de transferir para o exterior o capital inicial e o adicional relacionado com o investimento, depois de cumpridas as obrigações a que estiverem sujeitos. As transferências de rendimento para o exterior devem ser autorizadas pelo Banco de Cabo Verde, no prazo máximo de 30 dias a contar da data em que é efetuado o pedido de transferência, havendo lugar ao pagamento de juros à taxa Libor a 30 dias caso a resposta não seja obtida dentro do prazo. É igualmente garantido aos trabalhadores estrangeiros e os Cabo-verdianos que à data da contratação residam no exterior há mais de cinco anos, e que prestem serviços para empresas financiadas com recursos 156

157 provenientes do exterior, beneficiam de idênticas garantias quanto à transferência de fundos para o exterior, desde que seja observada a obrigação de registo junto do Banco de Cabo Verde e sejam cumpridas todas as obrigações fiscais. Contas em divisas A legislação Cabo-verdiana prevê ainda a possibilidade dos investidores externos serem titulares de contas em moeda convertível, junto das instituições financeiras estabelecidas no país, mediante autorização do Banco de Cabo Verde, através das quais podem realizar operações com o exterior. Operações correntes e de capitais As operações correntes e de capitais encontram-se reguladas na legislação de Cabo Verde, estando sujeitas à supervisão e regulamentação do Banco de Cabo Verde. As operações efetuadas entre entidades residentes e não residentes em Cabo Verde que envolvam a importação e exportação de capitais podem ser objeto de verificação pelo Banco de Cabo Verde. O Banco de Cabo Verde poderá requerer aos intervenientes envolvidos nas operações que impliquem transferências de capitais, os elementos indispensáveis à identificação e verificação dos intervenientes e das operações, de acordo com as instruções técnicas disponibilizadas pelo mesmo. No caso das operações de capitais serem realizadas por não residentes, o pedido de autorização deverá ser apresentado por intermédio de um representante com residência em Cabo Verde, acompanhado da identificação dos sujeitos, montante, prazos, condições financeiras e data para a realização da operação. Ficam sujeitas a verificação prévia pelo Banco de Cabo Verde, designadamente as seguintes operações: - Transferências relativas a operações correntes, de montante superior a 1 milhão de escudos; - Transferências relativas a liquidação de prestação de serviços ou a rendimentos de montante superior a 5 milhões de escudos; - Transferências relativas a pagamentos ou recebimentos antecipados em mais de 3 meses, cujo montante exceda 1 milhão de escudos e represente mais de 35% do valor contratual. O pedido de verificação prévia considera-se tacitamente aprovado decorridos 7 dias úteis, a contar da data em que o pedido deu entrada no Banco de Cabo Verde. Transporte de valores O transporte de montantes superiores a na forma de moeda nacional ou estrangeira, de títulos ao portador ou ouro deve ser obrigatoriamente declarado pelo respetivo portador às autoridades alfandegárias, aquando da entrada ou saída do território Cabo-verdiano. 157

158 Estabilidade legal e fiscal Barreiras legais, fiscais e regulamentares Garantias Legais A Lei de investimentos assenta em princípios e direitos fundamentais de um Estado de Direito, tutelados na Constituição de Cabo Verde, que concedem aos investidores as seguintes garantias: Princípio de não discriminação, independentemente da sua nacionalidade, sendo prevista a possibilidade de o Estado dispensar apoio e tratamento especiais, através de convenção de estabelecimento, a projetos de investimento cuja natureza ou dimensão os justifique; Garantias de segurança e proteção jurídica contra quaisquer medidas de requisição, nacionalização ou expropriação direta ou indireta da sua propriedade privada; Garantia de completa e justa compensação em casos, devidamente justificados de expropriação ou nacionalização de bens privados, baseada no valor real e atual do investimento à data da declaração de utilidade pública; Liberdade de iniciativa privada; Direito à propriedade privada; Direito de acesso aos meios jurisdicionais ou arbitrais para resolução dos seus diferendos e litígios. Sistema Fiscal O regime fiscal Cabo-verdiano tem sido objeto de revisão durante os últimos anos no sentido de o simplificar, de forma a promover o país como um território atrativo para investidores nacionais e internacionais e de o convergir com os sistemas fiscais dos países de origem dos investidores. Para uma melhor compressão do sistema fiscal Cabo-verdiano, importa ter em consideração os principais impostos e taxas. Tabela 37 - Quadro resumo com os principais impostos vigentes em Cabo Verde Imposto Taxa Sujeito passivo/base tributável Imposto Único sobre o Rendimento (Pessoas Singulares) Taxas Progressivas (entre 11,67% e 35%) Pessoas singulares residentes em Cabo Verde por período anual superior a 183 dias ou que mantenham residência habitual em Cabo Verde a 31 de dezembro do em referência; Incide unicamente sobre rendimentos obtidos em Cabo Verde, excluindo-se aqueles que foram obtidos fora do território do país; Os rendimentos obtidos por pessoas singulares dividem-se pelas seguintes categorias: Categoria A rendimentos prediais; Categoria B rendimentos industriais e comerciais (incluindo mais-valias e prestações de serviços); Categoria C rendimentos de capitais e outros rendimentos provenientes de jogos; Categoria D rendimentos de trabalho dependente e independente incluindo pensões. Imposto Único sobre o Rendimento (Pessoas Coletivas) 25% (acrescido de taxa de incêndio de 2% nas cidades da Praia e do Mindelo) Pessoas coletivas residentes em Cabo Verde e pessoas coletivas não residentes mas que aí possuam estabelecimento estável, ou que obtenham rendimentos no território; Entidades são tributadas de acordo com o seu lucro tributável deduzido de prejuízos e benefícios fiscais caso os haja; O pagamento é feito em 3 momentos: liquidação provisória de 30% do montante pago no exercício anterior até 31 de janeiro; 50% do montante devido deduzido da liquidação provisória com a entrega da declaração anual; remanescente de acordo com liquidação corretiva efetuada pelas Autoridades Fiscais de Cabo Verde. 158

159 Imposto Taxa Sujeito passivo/base tributável Imposto Único sobre o Património Imposto sobre o Valor Acrescentado 1.5% Pessoas singulares ou coletivas, residentes ou não residentes, que detenham ou usufruam de bens imóveis localizados em Cabo Verde; Incide o valor patrimonial dos prédios situados no território; Incide sobre transmissões gratuitas e onerosas de imóveis; Incide sobre mais-valias resultantes da valorização de terrenos e transmissões de edifícios ou outros bens imóveis; Incide sobre o valor das operações societárias sujeitas a escritura pública. 15% Transmissão de bens, prestação de serviços e importação. Imposto do Selo Variável (0,5% a 15%) Imposto de Consumos Especiais Taxa Ecológica Taxa Comunitária Varável (10% a 150%) Variável (2 CVE a 100CVE) 0,5% sobre o valor do custo das mercadorias e frete Atos notariais de registo e emolumentos, arrendamento, transmissão de imóveis, operações de financiamento, operações societárias, entre outras. Incide sobre bens considerados supérfluos, de luxo ou definidos como indesejáveis por razões económicas, sociais ou ambientais, a uma taxa base de 10%; 20% para cigarros e charutos; 40% para bebidas alcoólicas; 80%, 100% ou 150% para veículos automóveis para o transporte de pessoas ou mercadorias, de acordo com a sua idade. Aplicável aos produtos que se encontram previstos na legislação especifica (vidro, metal, pilhas, papel, entre outras); Incide sobre o valor das mercadorias importadas de países terceiros que se destinem ao consumo dentro do espaço da comunidade (CEDEAO). Contribuição turística 220 CVE por noite, com o limite de 10 noites consecutivas. Estadia de hóspedes, com idade superior a 16 anos, em estabelecimentos turísticos e similares. Taxa estatística aduaneira Variável (1.500 CVE a 6.000CVE) Entidades públicas ou privadas que solicitem esses serviços e operações às entidades alfandegárias. Tributação de não residentes As entidades não residentes são tributadas em Cabo Verde através de uma taxa liberatória única de 20% sobre os rendimentos ai obtidos, nomeadamente, juros, serviços, royalites, rendimentos prediais. Dividendos e mais-valias de partes sociais Os dividendos não estão sujeitos a tributação em Cabo Verde. As mais-valias de partes sociais detidas por um período superior a um ano ficam excluídas de tributação. Comparabilidade do sistema fiscal de Cabo Verde no contexto da CEDEAO O sistema fiscal de Cabo Verde, comparativamente com outras economias a nível mundial, encontra-se, a classificado em 102º lugar, a meio da tabela em termos mundiais, no que diz respeito à tabela de competitividade do Relatório do Banco Mundial, o Paying Taxes. 159

160 Este indicador mede não só a complexidade do sistema fiscal do país, associada ao número de pagamentos a efetuar e ao tempo despendido anualmente no cumprimento das obrigações fiscais por parte das empresas, mas também a taxa de imposto total que incide sobre as empresas a atuar no território. No contexto da CEDEAO, conclui-se o seguinte: Cabo Verde apresenta um dos melhores registos no contexto da sua região económica, apenas superado pela Libéria e pelo Gana. Cabo Verde apresenta ainda um número médio de pagamentos anuais superior ao desejável (com 41), assim como uma taxa total de imposto superior à suportada nos referidos países, com 37,2% contra 27,4% e 33,5% em Libéria e Gana respetivamente. Cabo Verde destaca-se no indicador que mede o tempo despendido no cumprimento das obrigações fiscais, já que as 186 horas anuais que em média as empresas Cabo-Verdianas alocam ao cumprimento das suas obrigações de natureza fiscal, encontra-se abaixo dos valores registados pelos restantes membros desta comunidade, exceção feita à Libéria, em que se observa um total de 158 horas anuais em termos médios. Países Ranking Paying Taxes Número de pagamentos Tempo necessário ao cumprimento das obrigações fiscais (horas anuais) Taxa de imposto total Libéria ,4 Gana ,5 Cabo Verde ,2 Serra Leoa ,1 Guiné- Bissau ,9 Níger ,8 Nigéria ,8 Burkina Faso Costa do Marfim , ,5 Mali ,7 Togo ,5 Benim ,9 Senegal Gâmbia ,5 Guiné ,2 160

161 Comparabilidade do sistema fiscal de Cabo Verde no contexto da CPLP No contexto da CPLP, Cabo Verde apresenta uma posição de destaque face aos demais países membros, já que o seu 102º lugar apenas é superado por Timor-Leste e Portugal que se encontram em 61º e 77º lugar a nível mundial, respetivamente. Países Ranking Paying Taxes Número de pagamentos Tempo necessário ao cumprimento das obrigações fiscais (horas anuais) Taxa de imposto total Timor-Leste ,9 Portugal ,5 Cabo Verde Moçambique ,7 São Tomé e Príncipe ,1 Guiné-Bissau ,9 Angola ,6 Brasil ,600 24,6 Cabo Verde apresenta o melhor resultado ao nível do número de horas despendidas pelas empresas, em termos médios, no cumprimento das suas obrigações fiscais, superando inclusive, e com alguma margem, as duas economias que em termos globais se encontram melhor classificadas Obtenção de vistos, disponibilidade de mão-de-obra O investidor estrangeiro que pretenda deslocar-se a Cabo Verde apenas poderá entrar e permanecer em Cabo Verde, se estiver munido de um visto válido. Os vistos podem ser obtidos junto da Embaixada ou do Posto Consular de Cabo Verde no país de origem do investidor, demorando em média 5 dias a serem obtidos em Portugal. Está ainda prevista a entrega de vistos no prazo de 3 dias uteis mediante o pagamento de taxa de urgência. Regra geral, é permita a entrada de estrangeiros em território Cabo-verdiano sempre que se façam acompanhar da documentação necessária, nomeadamente o visto, e sempre que possuam meios económicos considerados suficientes, excluindo-se deste enquadramento indivíduos alvo de proibição expressa de entrada no país. A Lei admite, em algumas circunstâncias, a possibilidade de isenção de vistos, designadamente nos casos de funcionários ou agentes de organização internacional cujo bilhete de identidade tenha sido emitido pelo departamento governamental responsável pela área das relações exteriores, cidadãos nacionais de países abrangidos por Acordos de supressão de vistos ou de livre circulação de pessoas de que Cabo Verde seja parte. Cabo Verde é parte do Acordo sobre supressão de vistos em passaportes diplomáticos, especiais e de serviços entre os países membros da CPLP. 161

162 O regime jurídico vigente prevê diversas modalidades de vistos que podem ser obtidos em função das necessidades de deslocação do investidor. Existem, fundamentalmente, sete tipos de vistos para a entrada e permanência em Cabo Verde: Vistos de trânsito São válidos por um período de 4 dias e destinam-se a estrangeiros que desembarquem em Cabo Verde no decurso da sua viagem. Vistos de turismo Destinam-se a interessados em deslocar-se a Cabo Verde para atividades de recreio, sendo válidos por um período máximo de 90 dias, prorrogáveis por igual período de tempo. Vistos temporários Os vistos temporários podem ser utilizados para a entrada de estrangeiros em Cabo Verde com diversas finalidades, como missão de estudos ou de negócios, viagem cultural ou atividades de artistas ou desportistas, existindo três modalidades previstas: i) visto ordinário, ii) visto de grupo e iii) visto de múltiplas entradas. Os prazos de permanência poderão ser prorrogados até ao final das missões, cursos, tarefas ou contratos atribuídos, por períodos iguais ao inicialmente concedido pelo visto. Vistos oficiais, diplomáticos e de cortesia Estes documentos têm prazo máximo de 30 dias e são concedidos pelas Embaixadas de Cabo Verde ou pelo responsável governamental encarregue da área das relações externas. Vistos de residência Os vistos de residência destinam-se a quem pretenda fixar-se em território Cabo-verdiano, permitindo a permanência no território por prazo de 1 ano, prorrogável até ao momento em que se verifique a decisão final relativamente ao pedido de autorização de residência. Autorização de residência A regime jurídico dos estrangeiros admite a possibilidade de concessão de autorização de residência aos estrangeiros que pretendam fixar residência em Cabo Verde, desde cumpram os requisitos legais para efeito, nomeadamente, prova dos meios de subsistência e indicação da finalidade de permanência no país. (Inexistência) Regime de quotas A lei Cabo-verdiana não sujeita a contratação de trabalhadores estrangeiros ao regime de quotas. 162

163 Modelos de cobertura de riscos financeiros, operacionais, propriedade O Lei do investimento de Cabo Verde estabelece a garantia da não discriminação dos investidores, independentemente da sua nacionalidade, assim como a garantia de segurança e proteção jurídica contra quaisquer medidas de requisição, nacionalização ou expropriação direta ou indireta da sua propriedade privada. Apesar de não existir obrigatoriedade legal para a sua constituição, existem mecanismos de seguro sobre as mercadorias e bens com destino a Cabo Verde, que poderão ser analisados pelos potenciais investidores. A cobertura de risco das exportações para Cabo Verde a partir de Portugal poderá ser realizada por empresas seguradoras privadas tendo em consideração que, no caso dos seguros de créditos com Garantia do Estado, o operador único, por protocolo com o Estado Português, é a empresa Companhia de Seguro de Créditos (COSEC) que, para além do seguro de crédito à exportação dispõe de um mecanismo de garantias de seguro de caução. Esta entidade, que atua em nome e por conta do Estado Português, disponibiliza o Seguro do Investimento Português no Estrangeiro, que visa apoiar novos investimentos com caráter de continuidade de entidades ou investidores portugueses, em mercados considerados como tendo risco politico. Este seguro pode abranger, não só as operações de constituição/aquisição de uma empresa, mas também a cobertura de empréstimos e respetivos juros concedidos pelas empresas ou investidores nacionais a entidades estrangeiras. Outros apoios disponibilizados incluem seguros de crédito específicos para riscos comerciais e políticos, associados à exportação de bens e serviços. Atualmente, em Cabo Verde, a política de cobertura associada ao risco político é sem restrições em operações de curto prazo, e necessidade de garantia soberana (do Ministério das Finanças ou do Banco Central) em operações de médio e longo prazo. Existem ainda Seguros de Caução para cobertura do risco de incumprimento de obrigações contratuais. Além destas soluções, existem um conjunto de outros instrumentos financeiros disponibilizados pela banca comercial que visam mitigar o risco do investimento estrangeiro. Nesses casos, existem instrumentos que visam assegurar o risco cambial e outros riscos associados ao investimento que poderão ser devidamente avaliados em fase de decisão de internacionalização ou exportação. 163

164 Sistema jurídico e judiciário A Constituição da República de Cabo Verde determina que a todos os cidadãos, independentemente da sua condição social, devem ver garantido o acesso ao direito e aos Tribunais para a defesa dos interesses legalmente protegidos. O sistema judiciário em Cabo Verde prevê a organização dos tribunais nos seguintes moldes: Tribunais Judiciais, Tribunais Arbitrais, Tribunais de Execução de Penas e Medidas de Segurança, Tribunais de Pequenas Causas, Tribunal Coletivo e Tribunais Fiscais e Aduaneiros. É da competência dos Tribunais Judiciais administrar justiça em matéria civil, criminal e administrativa e, no geral, em tudo quanto não esteja reservado, por lei, a outra jurisdição, estando previstas três categorias no ordenamento jurídico de Cabo Verde: o Supremo Tribunal de Justiça, os Tribunais de Segunda Instância ou da Relação e os Tribunais Judiciais de Primeira Instância ou de Comarca. Tribunal Competências Organização Nº de Tribunais Supremo Tribunal de Justiça É o órgão superior dos tribunais judiciais, administrativos, fiscais e aduaneiros, e do tribunal militar de instância. Exerce jurisdição em todo o território nacional. Constituído pelo Plenário e Secções de competência especializada 1 Tribunais da Relação Tribunais de Primeira Instância São tribunais de recurso das decisões proferidas pelos Tribunais Judiciais de Primeira Instância, Tribunais Administrativos, Fiscais e Aduaneiros, e outros em função do território sobre o qual exercem a correspondente jurisdição. Têm competência genérica plena para conhecer, em primeira instância, as matérias de natureza cível e criminal e quaisquer outras não abrangidas na competência de outros Tribunais ou atribuídos a outra jurisdição. Composto por um número mínimo de 3 juízes 2 Secções de competência especializada 16 Quanto aos Tribunais para matérias fiscais e aduaneiras, um encontra-se estabelecido na cidade do Mindelo, sendo designado de Tribunal Fiscal e Aduaneiro de Barlavento, uma vez que tem jurisdição no grupo de ilhas que se localizam nessa região. O outro, o Tribunal Fiscal e Aduaneiro de Sotavento localiza na Praia, e de igual modo, tem jurisdição nas ilhas que compõem o grupo de Sotavento Resolução extrajudicial de litígios Tribunais Arbitrais Cabo Verde aprovou em 2005, o regime de arbitragem como um meio alternativo à resolução de conflitos e combate à morosidade processual. A legislação Cabo-verdiana prevê a constituição de Tribunais Arbitrais para dirimir os litígios emergentes da interpretação, integração ou execução de um contrato, mediante a presença de uma cláusula no contrato estabelecido entre as partes, em que esteja previsto o recurso a este meio. Caso o contrato não tenha prevista uma cláusula referente à arbitragem, o recurso ao Tribunal Arbitral fica dependente da vontade de ambas as partes submeterem determinada questão à apreciação desse órgão jurisdicional, através de um compromisso arbitral. A decisão tomada por Tribunal Arbitral é equivalente a uma sentença de Tribunal Judicial de Primeira Instância, sendo-lhe reconhecida força executiva. 164

165 A Lei de investimento vigente admite a resolução de litígios entre o investidor e o Estado de Cabo Verde através da via conciliatória e da arbitragem. O regime do Centro Internacional de Negócios prevê a possibilidade de recurso a um tribunal arbitral apenas para resolução de questões relacionadas com a emissão de licenças (excluem-se matérias tributárias). Os diferendos entre os investidores estrangeiros e o Estado Cabo-verdiano relativos a investimentos autorizados e realizados em Cabo Verde que não possam ser resolvidos pela via negocial, poderão ser submetidos à arbitragem, recorrendo-se das seguintes alternativas: Lei-quadro da arbitragem nacional; Regras da Convenção de Washington, de 15 de Março de 1965, sobre a sobre a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados e do Centro Internacional para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados. Regras fixadas no Regulamento do Mecanismo Suplementar, aprovado a 27 de Setembro de 1978 pelo Conselho de Administração do Centro Internacional para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos, se a sociedade estrangeira não preencherem as condições de nacionalidade previstas no artigo 25 da Convenção de Washington; Regras de arbitragem da Câmara de Comércio Internacional, com sede em Paris. Mediação Alternativamente, legislação Cabo-verdiana tem vindo a promover outras soluções com o intuito de aliviar o número de processos pendentes nos Tribunais, e agilizar o funcionamento da justiça em Cabo Verde. Destacam-se as instâncias de mediação, criadas por Lei e que visam contribuir para a resolução célere e consensual de litígios. A mediação apresenta-se como um meio alternativo de resolução de litígios através do qual as partes, auxiliadas por um terceiro neutro e imparcial, procuram alcançar um acordo que resolva o diferendo em que se encontram. Este modelo depende da vontade das partes, logo a resolução da divergência depende da colaboração das mesmas. Podem ser objeto de mediação os litígios em matéria cível, administrativa, comercial, financeira, entre outras, desde que os mesmos versem sobre direitos disponíveis. Inversamente, o recurso à mediação não pode ser utilizado em causas de natureza alimentar, fiscal, Estatal ou que digam respeito ao interesse público. A par das estruturas oficiais da mediação (as Casas de Direito ) podem ser criados centros de mediação por privados, sem fins lucrativos, com o objetivo de, mediante a composição dos interesses das partes, sempre baseada na vontade destas, dirimir um conflito existente ou emergente. 165

166 4.7. Principais caraterísticas dos Acordos de Cabo Verde no domínio do comércio e investimento Protocolos existentes na CEDEAO e posicionamento de Cabo Verde Face aos mesmos A CEDEAO possui alguns Protocolos de cooperação económica e de uniformização de procedimentos e mecanismos de tributação comunitários, dos quais se destacam os seguintes. Tabela 38 - Protocolos existentes na Zona da CEDEAO Tipo de Acordo Âmbito e Descrição do Acordo Foi assinado em 27 de julho de 1997 pelos Países Membro da CEDEAO um Protocolo que define as condições de tributação de produtos importados de países fora da comunidade, que sejam disponibilizados para consumo interno. Protocolo da CEDEAO em matéria de tributação de produtos importados de países terceiros (pendente) Este imposto Comunitário incide sobre o valor do custo, seguro e frete nos casos de importações por transporte marítimo e rodoviário, sobre o valor aduaneiro nos casos de produtos chegados por transporte aéreo, e sobre o valor de mercado para produtos definidos na lista de preços de mercado. A aplicação do imposto faz-se através de uma taxa geral de 0,5% a aplicar aos bens importados de países terceiros. O Protocolo encontra-se ainda pendente, pelo que não está ainda em vigor. Protocolo da CEDEAO em matéria de IVA (pendente) Assinado a 26 de julho de 1996, encontra-se pendente um Protocolo entre os países membros da CEDEAO, que visa implementar o Imposto sobre o Valor Acrescentado nas operações de vendas, importações, trabalhos de construção, operações de transformação e serviços. A determinação da taxa de IVA a aplicar ficará, de acordo com o Protocolo, em primeira fase, a cargo dos Estados contratantes. Este imposto destina-se a produtores e importadores nas operações entre países membros e deverá substituir os restantes impostos indiretos sobre o rendimento Acordos essenciais de Cabo Verde na área do comércio (ACI, APPRI, ADT) Há um conjunto de acordos bilaterais que são essenciais para compreender os mecanismos que poderão facilitar o acesso dos investidores portugueses aos mercados os acordos comerciais de investimento, os acordos de promoção e proteção recíproca de investimentos e os acordos para evitar a dupla tributação. Tabela 39 - Acordos Bilaterais de Cabo Verde (RPS: site UNCTAD e Tax Analysts) Tipo de Acordos Acordos de Promoção e Proteção Reciproca de Investimentos Estados Contratantes Alemanha, Angola, Áustria, China, Cuba, Itália (não entrou em vigor), Holanda, Portugal, Suíça Acordos para Evitar a Dupla Tributação Acordos em matéria de Segurança Social Macau, Portugal Espanha (não entrou em vigor), Portugal 166

167 Cabo Verde faz parte da Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 23 de julho de A sua regulação alfandegária segue a Pauta Aduaneira aprovada em 2010, alterada após a adesão de Cabo Verde à OMC. Cabo Verde é membro da Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA), que oferece seguros para investimento externo realizado entre países membros; Cabo Verde é membro da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) e aderiu ao seu código de classificação internacional de patentes e registro de marcas; Encontra-se em vigor um acordo de cooperação em matéria dos transportes aéreos entre Cabo Verde e Portugal, que concede o direito aos Estados contratantes de sobrevoar o território (sem aterrar) e fazer escalas comerciais e define as regras para a concessão do direito de exploração das rotas estabelecidas; De extrema relevância para o contexto económico do país é o Acordo de Cooperação Cambial entre Portugal e Cabo Verde, que visa criar condições que permitam assegurar a convertibilidade do Escudo Cabo-verdiano em Euros. Esta paridade fixa pretende garantir a estabilidade cambial, possibilitando não só a aceitação em termos internacionais da moeda Cabo-verdiana e, dessa forma, permitindo fomentar investimento externo no território, mas também eliminar o risco cambial do país Acordos entre Estados Unidos e Cabo Verde AGOA Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA), aprovada em 2000, tem vindo a permitir desde então a exportação de bens e produtos para os Estados Unidos sem estes estarem sujeitas a taxas alfandegárias. Para beneficiarem deste regime fiscal é necessário que os produtos sejam originários de países africanos e os países serem reconhecidos como estarem a implementar medidas para uma economia de mercado livre e com políticas democráticas. Operações internacionais de navios ou aeronaves O Acordo celebrado entre os Estados Unidos e Cabo Verde, assinado a 16 de março de 2005, sobre a tributação de rendimentos derivados de operações internacionais de navios ou aeronaves, tem permitido aos Estados contratantes beneficiar de isenção de todos os impostos aplicáveis a este tipo de rendimentos. As operações referidas incluem o transporte marítimo ou aéreo de pessoas, bagagem, gado, bens, mercadoria ou correspondência, levado a cabo pelos proprietários ou utilizadores dos meios de transporte referidos. Para o usufruto deste acordo, as entidades dos Estados Contratantes devem respeitar os requisitos legais e formais exigidos no outro Estado Contratante Acordos entre a União Europeia e Cabo Verde O Acordo Cotonou O Acordo de Cotonou assinado por 79 países em 2000 é o principal instrumento para a prestação de assistência da UE em matéria de cooperação para o desenvolvimento com os Estados de África, das Caraíbas e do Pacífico, e de cooperação da UE com os países e territórios ultramarinos. O Acordo Cotonou tem por objetivo promover e acelerar o desenvolvimento económico, cultural e social dos países ACP e trouxe uma nova visão da cooperação. A nova parceria combina a ajuda para o desenvolvimento, a dimensão política e os aspetos comerciais. O seu principal objetivo é a redução da pobreza nos Estados ACP, onde se inclui Cabo Verde. 167

168 O Acordo de Cotonou previu a criação de um importante instrumento financeiro de apoio aos seus objetivos, o Fundo Europeu de Desenvolvimento (FED). No âmbito do FED o montante global disponibilizado pela EU a Angola durante o período de 2008 a 2013, através do acordo designado por O Documento de Estratégia para Angola ( ), foi de cerca 228 milhões de euros. Deste montante, cerca de 214 milhões foram destinados ao financiamento do apoio macroeconómico, às políticas setoriais, aos programas e projetos previstos nos setores focais e não focais de Assistência Comunitária e cerca de 14 milhões para necessidades imprevistas. O Acordo Cotonou prevê também a promoção de instrumentos de dinamização do IDE para os países ACP: Promoção do investimento; Apoio e financiamento dos investimentos nos países da ACP, através de subsídios para assistência financeira e técnica, serviços de assessoria e consultoria, capitais de risco para participações no capital ou operações assimiláveis, garantias de apoio a investimentos privados, nacionais e estrangeiros, bem como empréstimos e linhas de crédito, empréstimos a partir dos recursos próprios do Banco Europeu de Investimento; Criação de instrumentos de garantias de investimento, através da disponibilização e utilização crescentes, entre outros, de: Seguros de risco enquanto mecanismo de diminuição do risco, no intuito de aumentar a confiança dos investidores nos Estados ACP; Fundos de garantia para cobrir os riscos associados a investimentos elegíveis, em especial, regimes de resseguros destinados a cobrir o investimento direto estrangeiro realizado por investidores elegíveis. Acordos de promoção e de proteção dos investimentos, que possam igualmente constituir a base de sistemas de seguro e de garantia; Estes mecanismos de apoio às empresas têm vindo a ser promovidos, entre outros, pelas Instituições Financeiras para o Desenvolvimento. Além do Acordo de Cotonou existem um conjunto de outras convenções e compromissos políticos assinados entre a UE e Cabo Verde. Entres estes destaca-se o protocolo celebrado entre Cabo Verde e a União Europeia, que governa a parceria entre o território e a UE em matéria das pescas. Este protocolo fixa as possibilidades de pesca dos países membros da União Europeia e as respetivas contrapartidas financeiras a receber por Cabo Verde, bem como as modalidades de pagamento. Este acordo visa igualmente garantir a promoção da prática da pesca sustentável e responsável nas águas Cabo-verdianas, fixando a afetação das contrapartidas financeiras ao cumprimento e desenvolvimento deste tipo de práticas. O acordo prevê ainda cooperação ao nível científico no âmbito das pescas, e a cooperação entre os agentes económicos ao nível do desembarque e promoção das relações técnicas, comerciais e económicas. 168

169 5.CPLP Atratividade de Cabo Verde no contexto da CPLP 169

170 5.Atratividade de Cabo Verde no contexto da CPLP No contexto da CPLP, Cabo Verde recebe menos de 1% do montante global de IDE (US$ 71 milhões) realizado no conjunto dos países da comunidade. Gráfico 75 - (US$ milhões) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD IDE na CPLP % 7% Brasil Portugal Moçambique Cabo Verde São Tomé e Príncipe % Timor-Leste Guiné-Bissau Fonte: UNCTAD, 2013 Porém, recorrendo ao indicador da facilidade de realizar negócios, disponibilizado pelo Banco Mundial, Cabo Verde apresenta, no contexto da CPLP, um resultado assinalável, situando-se abaixo de Portugal no que a este indicador diz respeito. Comparativamente com os outros países desta comunidade, Cabo Verde apresenta vantagens ao nível da facilidade de acesso ao crédito, apenas comparável a Portugal e Brasil, e ao nível do registo de propriedade, em que apenas é superado por Portugal. A abertura de empresas e a obtenção de eletricidade parecem ser os maiores entraves à realização de negócios em Cabo Verde, quando comparado com os restantes membros da CPLP. A intensificação das trocas comerciais exige complementaridade industrial das economias, implicando níveis de especialização diferenciada entre parceiros. 170

171 País importador Cabo Verde. Integração regional na CEDEAO e relacionamento com os países da CPLP Tabela 40 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%) 90 País exportador Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe Timor Leste Portugal Macau Angola Brasil Cabo Verde Guiné-Bissau Moçambique São Tomé e Príncipe Timor Leste Portugal Macau Fonte: Cálculo realizado pela PwC com base nos dados do UNCTAD, UNCTADstat O nível de complementaridade comercial das economias da CPLP e Macau é muito baixo, excetuando no relacionamento entre Portugal e Angola. No entanto Cabo Verde encerra potencialidades que deverão ser exploradas pelos empresários da CPLP (e desde logo a quota de mercado de Portugal deverá ser defendida) aproveitando a: Integração na CEDEAO; Estabilidade política e financeira; Projetos relevantes de investimento previstos em infraestruturas (elevada concentração no setor portuário e hídrico); Programa ambicioso de investimento na Educação; Objetivos ambiciosos para o setor turístico, com o interesse claro em diversificar o setor, atrair turismo de elevado valor acrescentado e melhorar as ligações do turismo com os outros setores da economia; Planos para transformar Cabo Verde num centro regional de processamento e exportação de recursos marinhos (criação e fortalecimento de infraestruturas de congelamento de recursos piscatórios, entre outros); Modernização tecnológica do país objetivo de construção de Parques Tecnológicos orientados para o mercado internacional (implementação do projeto financiado a 88% pelo Banco Africano de Desenvolvimento); Realização de negócios de nearshoring Cabo Verde é uma excelente oportunidade em si, mas igualmente como porta de entrada ou ponto de apoio da CEDEAO, devendo os empresários explorar de forma ativas as relações com a região em que está inserido. 90 O Trade Complementary Index (TCI) é um indicador utilizado para medir a compatibilidade do perfil comercial, através da comparação das estruturas de exportação e de importação entre países. Índices mais elevados revelam potenciais de complementaridade superiores e maior correspondência entra a estrutura de exportações/importações dos 2 países. TCI nulo é sinónimo de não complementaridade. 171

172 Cabo Verde Valor das importações totais, US$ 754 milhões, 2012 Principais produtos importados Combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados Alimentos Alimentos Óleos de petróleo ou de minerais betuminosos> óleo de 70% Bebidas Bebidas alcoólicas Combustíveis minerais Maquinaria e equipamento de transporte Matéria prima (exceto combustíveis) Cereais Vegetais e frutas Produtos lácteos e ovos Produtos comestíveis e preparações Outras carnes e miudezas comestíveis Gorduras vegetais, óleos Legumes Carne, miudezas, comestíveis, preparados e conservados Petróleo Gás natural Equipamento eletrónico Veículos automóveis Máquinas e peças industriais Equipamento de telecomunicação Veículos automóveis para transporte de pessoas Veículos a motor transporte de mercadorias Aparelho para circuitos elétricos, tabuleiro, painéis Equipamento para distribuição de energia elétrica Materiais de construção (cimento) Barras de ferro e aço, cantoneiras, perfis e seções Açúcar, melaço e mel Estruturas e peças de ferro, aço, alumínio Materiais de construção (tijolos) Potenciais fornecedores CPLP Angola Portugal 1 Brasil Timor-Leste 2 Brasil Portugal Portugal Portugal Angola Brasil Angola (gás natural futuramente) Brasil Moçambique Brasil Portugal Portugal Mobiliário e peças Outros artigos manufaturados Portugal Artigos de plástico Produtos manufaturados Papel e cartão Portugal Produtos químicos Fonte: UNCTAD, UNCTADstat Petróleo refinado 2 Indiretamente, produz matéria prima Medicamentos (incluindo Portugal medicamentos veterinários) Brasil Alguns dos produtos com potencial de produção local* Alimentos Produtos manufaturados *Para mais dados ver setores Vegetais e frutas Produtos lácteos e ovos Peixe fresco, congelado Têxtil Vestuário Calçado 172

173 Índice de Tabelas Tabela 1 - Caracterização dos países membros da CEDEAO Tabela 2 - TCI (Trade Complementary Index) intra-cedeao Tabela 3 - Comunidades económicas regionais em perspetiva (2012) Tabela 4 - Investimento Direto Estrangeiro nos países-membros da CEDEAO inward, Tabela 5 Indicadores sociais (2012) Tabela 6 - Principais rubricas dos Orçamentos de Estado Tabela 7 - Notação de crédito da dívida pública nigeriana Tabela 8 - Contribuição para o PIB e crescimento dos setores de atividade na Nigéria, em 2012 e Tabela 9 - Objetivos NV Tabela 10 Objetivos do 1.º Plano de Implementação Tabela 11 Quadro macroeconómico de base para o NV Tabela 12 - Realizações e desafios dos setores de infraestruturas Tabela 13 - Indicadores das infraestruturas rodoviárias da Nigéria comparados com países africanos de baixo e de médio rendimento, com referência a Tabela 14 - Indicadores das infraestruturas ferroviárias para a Nigéria e outros países selecionados, com referência a Tabela 15 - Indicadores de referência para o transporte aéreo para a Nigéria e outros países selecionados Tabela 16 - Indicadores energéticos de referência Tabela 17 Desafios identificados pelo Governo no setor energético Tabela 18 Saneamento básico na Nigéria Tabela 19 - Abertura da economia de Nigéria Tabela 20 Setores de forte crescimento potencial Tabela 21 Acesso ao setor bancário Tabela 22 Obtenção de crédito Tabela 23 Taxas de juro de referência Tabela 24 Evolução das taxas de juro Tabela 25 Indicadores de liquidez Cabo Verde Tabela 26 Algumas das empresas totalmente privatizadas / parcialmente privatizadas Tabela 27 Distribuição dos turistas e dormidas por ilha Tabela 28 - Rankings WWTC Tabela 29 Projetos de investimento Portos de Cabo Verde Tabela 30 Projetos - Ministérios das Infraestruturas e Economia Marítima Tabela 31 - Ministério do Turismo, Industria e Energia Tabela 32 - Projetos previstos em Cabo Verde Ministério do Desenvolvimento Rural Tabela 33 Projetos Ministério do Ambiente, Habitação e Ordenamento do Território Tabela 34 - Abertura da economia cabo-verdiana Tabela 35 Estrutura do sistema bancário cabo-verdiano Tabela 36- Doing Business 2013 Posição por país da CEDEAO Tabela 37 - Quadro resumo com os principais impostos vigentes em Cabo Verde Tabela 38 - Protocolos existentes na Zona da CEDEAO Tabela 39 - Acordos Bilaterais de Cabo Verde (RPS: site UNCTAD e Tax Analysts) Tabela 40 - TCI (Trade Complementary Index) da CPLP e Macau (%)

174 Índice de Gráficos Gráfico 1 PIB por setor - CEDEAO Gráfico 2 - Crescimento médio anual países CEDEAO Gráfico 3 - Contribuição de cada EM para o PIB da CEDEAO, 2008 e Gráfico 4 Evolução das economias da região Gráfico 5 - Relacão entre crescimento do PIB e variação no global competitiveness index Gráfico 6 - PIB por setor Nigéria Gráfico 7 - PIB por setor Gana Gráfico 8 - PIB por setor Benim Gráfico 9 - PIB por setor 2012 Guiné-Bissau Gráfico 10 - PIB por setor 2012 Libéria Gráfico 11 PIB por setor Togo Gráfico 12 - PIB por setor Mali Gráfico 13 - PIB por setor Senegal Gráfico 14 - PIB por setor 2011 Burkina Faso Gráfico 15 PIB por setor 2011 Costa do Marfim Gráfico 16 - PIB por setor 2012 Guiné Gráfico 17 - PIB por setor 2011 Níger Gráfico 18 - PIB por setor 2012 Serra Leoa Gráfico 19 - PIB por setor 2010 Cabo Verde Gráfico 20 - PIB por setor 2011 Gâmbia Gráfico 21 - Evolução do comércio intra-cedeao vs. Evolução do PIB da região Gráfico 22 - Peso das exportações/importações intra-cedeao no total da região, Gráfico 23 - Produtos transacionados intra-cedeao (2012) Gráfico 24 - Evolução das importações da CEDEAO e principais países de destino, Gráfico 25 - Importações da CEDEAO dos países da CPLP Gráfico 26 - Importações CEDEAO de Portugal (2012) Gráfico 27 - Importações CEDEAO do Brasil (2012) Gráfico 28 - Exportações da CEDEAO para a CPLP Gráfico 29 - Exportações CEDEAO para Portugal (2012) Gráfico 30 - Exportações CEDEAO para Brasil (2012) Gráfico 31 - IDE na CEDEAO - inward e outward, Gráfico 32 - Representação da percentagem do PIB dos EM na CEDEAO Gráfico 33 Evolução anual do PIB, em milhares US$ Gráfico 34 - Taxa média anual de desemprego, em percentagem Gráfico 35 - Dívida pública bruta, em milhares de milhões de NGN Gráfico 36 - Dívida pública bruta, em percentagem do PIB Gráfico 37 - Contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012) Gráfico 38 - Crescimento e contribuição para o PIB dos setores de atividade na Nigéria (2012 e 2013) Gráfico 40 - Crescimento anual do PIB real Gráfico 40 - Evolução das importações de Nigéria e principais países de origem, Gráfico 41 - Importações da Nigéria - Top produtos, Gráfico 42 - Importações da Nigéria à CPLP Gráfico 43 - Importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) Gráfico 44 - Importações de Nigéria provenientes de Portugal (2012) Gráfico 45 - Evolução das exportações da Nigéria e principais países de destino, Gráfico 46 - Exportações da Nigéria para a CPLP Gráfico 47 - Fluxos de IDE na Nigéria, Gráfico 48 - Taxa de inflação, variação anual em percentagem Gráfico 49 Ilustração do PIB dos EMs da CEDEAO (%) Gráfico 51 - Crescimento anual do PIB Cabo-verdiano (últimos 5 anos) Gráfico 52 - Despesas de natureza económica do OGE 2013 (%) Gráfico 52 - Despesas de natureza funcional do OGE 2013 (%)

175 Gráfico 54 - Reservas em moeda estrangeira e ouro (US$ Milhões) Gráfico 55 Previsões de crescimento - Cabo Verde Gráfico 55 - Produto Interno Bruto por setor 2012 Cabo Verde Gráfico 57 Evolução da procura turística em Cabo Verde Gráfico 57 Evolução da contribuição do setor do Turismo para o PIB e para o Emprego Cabo Verde Gráfico 59 Evolução histórica do consumo de energia das 9 ilhas (ELECTRA) Gráfico 59 Meios de informação e comunicação em Cabo Verde Gráfico 60 - Evolução das importações de Cabo Verde e principais países de origem, (em US$ milhões) Gráfico 61 - Importações cabo-verdianas da CPLP Gráfico 62 - Importações cabo-verdianas - Top produtos Gráfico 63 - Importações cabo-verdianas Evolução dos produtos Gráfico 64 - Importações cabo verdianas de Portugal Gráfico 65 - Importações cabo-verdianas do Brasil Gráfico 66 - Evolução das exportações de Cabo Verde e principais países de destino (em US$ milhões) Gráfico 67 - Principais produtos exportados por Cabo Verde Gráfico 68 - Exportações cabo-verdianas - CPLP Gráfico 69 - Exportações cabo-verdianas para Portugal Gráfico 71 Evolução do número de habitantes por agências Gráfico 71 Distribuição geográfica da banca Gráfico 72 - Valores (milhões US$) e percentagens de IDE na CEDEAO no ano de Gráfico 73 Evolução do fluxo de IDE para Cabo Verde Gráfico 74 Evolução do fluxo de IDE para a CEDEAO Gráfico 75 - (US$ milhões) e percentagens de IDE na CPLP no ano de 2012, UNCTAD

176 Índice de Figuras Figura 1 Principais etapas históricas na criação da CEDEAO Figura 2 - Países que integram a CEDEAO Figura 3 Índice de competitividade global Figura 4- Estimativas de crescimento do PIB em África Figura 5 - O Estado das Infraestruturas em África - Nigéria Figura 6 - Recursos naturais Figura 7 - Cobertura nacional da rede de transportes da Nigéria Figura 8 - Infraestrutura da rede de eletricidade da Nigéria Figura 9 - Infraestruturas de irrigação da Nigéria Figura 10 - Cobertura das redes TIC Figura 11 - Principais importações da Nigéria provenientes do Brasil (2012) Figura 12 - Principais importações da Nigéria provenientes de Portugal (2012) Figura 13 - Principais exportações da Nigéria para o Brasil (2012) Figura 14 - Principais exportações da Nigéria para Portugal (2012) Figura 15 - Estrutura acionista bancária em África Figura 16 - Contas bancárias (% +15 anos) em África Figura 17 Localização das centrais produtoras de energia elétrica Figura 18 Mapa de Cabo Verde Localização dos principais Portos Figura 19 Esquemática Porto Grande Figura 20 Esquemática Porto da Praia Figura 21 Layout Porto da Palmeira Figura 22 TOP 3 das importações cabo-verdianas de Portugal Figura 23 TOP 3 das importações cabo-verdianas do Brasil Figura 24 - Principais exportações cabo-verdianas para Portugal Figura 25 Estrutura acionista bancária em África Figura 26 - Contas bancárias (% +15 anos) em África

177 Um estudo realizado no âmbito do projeto nº 30030, apoiado pelo QREN, através do SIAC do Programa Operacional Fatores de Competitividade (COMPETE) pela: Apoio: Projeto Co-Financiado: 177

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