Análise populacional da Região Metropolitana de Belém e do Estado do Pará,

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1 Análise populacional da Região Metropolitana de Belém e do Estado do Pará, Responsáveis: Ana Paula Bastos Simaia Mercês Colaboração: João Ricardo Sena Rosetta Mammarella Juciano Martins Rodrigues Érica Tavares da Silva Agosto 2011

2 Introdução Apresenta-se neste relatório uma análise da dinâmica populacional do estado do Pará com base nos censos demográficos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Considera-se o período , exceto para a razão urbano-rural, onde os dados remontam às cinco últimas décadas, As regiões do estado, o segundo maior estado federativo do Brasil, apresentam dinâmicas econômicas e populacionais diferenciadas. Na figura 1, mostra-se o mapa do estado com suas meso-regiões. A Região Metropolitana (RMB) e a meso-região metropolitana de Belém definida pelo IBGE incorporam um número diferente de municípios. Na figura, dá-se destaque aos seis municípios que compõem atualmente a RMB 1 : Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Isabel do Pará. A economia do Pará é baseada em atividades com baixa agregação de valor e de tecnologia, predominantemente ligadas à extração de minério e agropecuária. Os serviços de saúde e educação, seguidos da indústria extrativa e de serviços de reparação são aqueles 1 As análises aqui apresentadas não incluem os dados do município de Santa Isabel do Pará porque este foi incorporado à Região Metropolitana muito recentemente e implicaria um re-cálculo dos índices de integração.

3 que ocupam o topo das atividades de maior valor adicionado. O valor adicionado bruto total (VAB) do estado é responsável, no entanto, por 31% da Região Norte, acima do Amazonas, que contribui com 22%. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o Pará responde por 38% e o Amazonas por 30% do total da Região. No entanto, se o estado do Amazonas apresenta um PIB per capita de 92% em relação ao do Brasil, o Pará representa somente 52% do PIB per capita brasileiro, denotando que parte da sua população não se apropria da renda gerada no estado. O saldo da balança comercial é positivo, o estado contribui para a entrada de divisas, mas os seus principais produtos de exportação são commodities: ferro não aglomerado, alumina não calcinada, alumínio não ligado e boi vivo. Depois do minério de ferro bruto, que mesmo com a crise mundial continua tendo demanda alta no mercado internacional, o boi vivo é o produto de exportação que mais cresce. Percebe-se, pela discussão apresentada, que a um curto e médio prazo não se verificarão mudanças significativas na estrutura econômica do estado. O maior distrito industrial do Pará (Barcarena), que produz e exporta alumina e alumínio, está localizado na meso-região metropolitana. O minério de ferro e o ferro-gusa são exportados da mesoregião sudeste paraense, que é também a que mais cresce em termos de PIB, PIB per capita e demograficamente. Neste artigo, inicialmente se descreve a demografia do Pará fazendo relação com o Brasil e a Região Norte, depois se apresenta a dinâmica das meso-regiões, onde se inclui uma análise de algumas micro-regiões e municípios que se destacam, tentando perceber a relação com a economia local. Finalmente, consideram-se as particularidades da Região Metropolitana de Belém. Demografia do estado do Pará A nova fronteira agrícola e de expansão das atividades econômicas planejadas pelo Estado começa na década de 1970 com a Zona Franca de Manaus, a abertura de estradas e a criação de agro-vilas ao longo das mesmas; com os grandes projetos de mineração e energia e a Constituição Federal de 1988, que deu mais autonomia aos estados e municípios, se consolidam ao longo da década de Acompanhando o crescimento da população, que triplica de 1970 a 2000, passando de 7,3 milhões para 21 milhões de habitantes em toda a Região Norte, nos anos noventa do século passado foram criados 39 novos municípios no estado do Pará. Na década em análise, , mantêm-se elevadas taxas de crescimento populacional. Os estados da Região Norte crescem a um ritmo maior que a taxa de crescimento brasileiro, com exceção de Rondônia que cresce em

4 ritmo muito próximo ao observado no Brasil, conforme mostrado na tabela 1. Destacam-se as dinâmicas diferenciadas entre as regiões metropolitanas de Manaus e Belém. No estado do Amazonas, a população está essencialmente localizada em Manaus, que é a cidade que concentra as atividades com maior valor adicionado e que mais contribuem para o PIB estadual. De referir ainda que a dinâmica de alto crescimento populacional se dá quando as cidades passam a ter estrada de acesso ou onde a floresta passa a ter ocupação antrópica e que a estagnação populacional pode estar associada à pouca dinâmica econômica ou isolamento. Tabela 1 Região Norte: Taxa de crescimento demográfico anual dos estados, Taxa Crescimento Anual Brasil 1,2 Acre 2,8 Amapá 3,4 Amazonas 2,2 Manaus (AM) 2,5 Pará 2 Belém (PA) 1,3 Rondônia 1,3 Roraima 3,3 Tocantins 1,8 fonte: IBGE, 2010 O Pará apresentou em 2010 uma população de habitantes, sendo o estado mais populoso da Região Norte, com mais de duas vezes a população do Amazonas. É o segundo maior estado brasileiro em extensão territorial, mas, apresentando uma densidade populacional baixa, de 6,07 hab/km 2, contribui com apenas 3,97% da população brasileira. Sua participação no país pouco se altera em comparação ao ano 2000, quando era 3,64%, embora tenha crescido a taxas anuais maiores do que as verificadas para o Brasil, e registrado um incremento bastante superior, 22%, enquanto o país aumentou 12,34%. As tendências verificadas nas últimas cinco décadas no processo de urbanização na Região Norte e no Brasil, em que se observa aumento da participação da população urbana sobre a total, porém redução no ritmo de seu crescimento, também são registradas no Pará, conforme visto nas tabelas 2 e 3. Essa redução está situada no contexto de decréscimo de população total que tem sido apontado pelos Censos Demográficos para os três recortes espaciais analisados, com exceção da década de 1970 no Norte e no Pará. Cabe notar que, no estado, a população urbana relativa é bem menor do que no país e, ainda, a inflexão evidenciada nos dados de 1980, quando a Região Norte passa a apresentar maior participação de população urbana do que o estado.

5 O crescimento da população urbana é mais elevado do que o da população rural. Verificaram-se taxas anuais de crescimento da população urbana de 3,9%, de 1980 a 2010, mas que reduziram para 2,3% na última década, Em relação à população rural, o crescimento observado foi de 1,1% e 1,4%, respectivamente. No Pará, o grande aumento da população urbana entre 1991 e 2000 se deve não apenas ao crescimento vegetativo das áreas urbanas existentes no início do período e ao fluxo migratório campo-cidade, mas também ao grande número de municípios criados na década que resultou na incorporação como população urbana dos residentes em áreas antes consideradas rurais 2 (SUDAM/PNUD, 2001, apud ROCHA, 2005). Assim, é razoável inferir que a forte redução no ritmo de crescimento da população urbana do estado no interstício não corresponde a transformações significativas no processo de urbanização antes identificado. Ano Tabela 2 Pará, Região Norte e Brasil: População total e urbana e participação da população urbana, Pará Região Norte Brasil Total Urbana Urbana / Total (%) Total Urbana Urbana / Total (%) Total Urbana Urbana / Total (%) Fonte: IBGE, Censos Demográficos Disponível em Acesso em (1) População recenseada. (2) População residente. Tabela 3 Pará, Região Norte e Brasil: Variação percentual das populações total e urbana, Ano Pará Região Norte Brasil Total Urbana Total Urbana Total Urbana Fonte: IBGE, Censo Demográfico Disponível em Acesso em (1) População recenseada. (2) População residente. 2 Dado o conceito de urbano adotado pelo IBGE.

6 No intervalo , equilibrou-se a composição da população paraense por gênero, diminuindo ligeiramente a quantidade relativa de homens, de 51% para 50%, e se aproximando da nacional, cuja participação masculina estabilizou em torno de 49%. A estrutura etária de homens e mulheres, bem como sua transformação no período estudado são muito similares, conforme se vê na figura 2. Pouco se alterou a idade média de ambos os sexos e a da população total, aumentando de 25 para algo em torno de 27 anos e meio. Figura 2 Pará: Pirâmide etária por gênero, Pela pirâmide etária, percebe-se que as faixas que mais crescem se situam entre os 25 e 50 anos e que a população jovem (até 19 anos) está se contraindo. Vem diminuindo a taxa de fecundidade e os indicadores de mortalidade infantil permanecem elevados para as médias brasileiras. Os relatórios dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (IPEA, 2010) indicam que o estado do Pará vem melhorando os seus indicadores, alcança as metas estaduais e algumas regionais, mas não as nacionais, no que se refere aos indicadores de saúde, e não tem convergência real com o resto do país (PNUD/PUC Minas/UFPA, 2007). O processo de envelhecimento da população no Pará encontra-se em estágio menos avançado do que no Brasil e segue a um ritmo mais lento. No período , a

7 variação no índice de envelhecimento 3 do estado, de 10,35% para 15,32%, foi menor do que a observada no país (19,77% para 30,66%). De forma mais aproximada variou a razão de dependência dos idosos 4, de 6,5% para 7,41%, em comparação com a brasileira (9,07% para 10,77%). Por outro lado, a razão de dependência das crianças 5 diminuiu de 62,79% para 48,39%, pouco mais do que a alteração ocorrida no país (45,86% para 35,13%). Dinâmica populacional das meso-regiões do estado do Pará A ocupação do território na Amazônia se deu tradicionalmente pelos rios onde os europeus instalam algumas praças e iniciam o processo de colonização. As regiões de ocupação mais antigas são o Nordeste Paraense, Marajó e Baixo Amazonas. O padrão de ocupação se altera a partir do planejamento federal de interligação da Amazônia com o resto do país, que se inicia com a construção da Belém-Brasília nos anos O acesso por estrada a regiões pouco habitadas de floresta de terra-firme (com maior valor de mercado) e os diferentes planos desenvolvimentistas agropecuários e industriais alteram o padrão de ocupação do rio para a estrada. Criam-se novos aglomerados urbanos associados às novas dinâmicas econômicas (mineração industrial e extrativa, produção de energia e pecuária) e alteram-se definitivamente os canais de escoamento, de comércio e de acesso aos serviços básicos. As transformações socioeconômicas e espaciais nas últimas décadas na Amazônia são acompanhadas por mudanças demográficas na região e no estado do Pará. No intervalo , todas as meso-regiões paraenses crescem acima da média nacional, mas com importantes diferenças entre elas, conforme mostrado na tabela 4. As regiões Marajó e, em maior nível, Sudeste aumentam sua participação na população do estado, enquanto todas as outras diminuem. 3 O índice de envelhecimento corresponde à proporção entre pessoas com 65 anos e mais de idade e as crianças com até 14 anos. 4 A razão de dependência dos idosos corresponde à proporção entre pessoas com 65 anos e mais de idade e as com idade entre 15 e 64 anos. 5 A razão de dependência das crianças corresponde à proporção entre crianças com idade até 14 anos e as pessoas com idade entre 15 e 64 anos.

8 Tabela 4 Meso-regiões paraenses: População, taxa de crescimento demográfico anual e Meso-Região participação na população do Pará, Habitantes Crescimento Participação no Pará anual Baixo Amazonas ,4 10,31 9,71 Marajó ,5 6,12 6,42 Metropolitana de Belém ,6 33,67 32,15 Nordeste Paraense ,0 23,79 23,60 Sudeste Paraense ,3 19,25 21,73 Sudoeste Paraense ,3 6,85 6,38 Fonte: IBGE, 2010 O Baixo Amazonas e o Sudoeste Paraense apresentam sérios problemas de acesso por estrada, pois as duas principais vias, BR163 (Santarém-Cuiabá) e BR230 (Transamazônica), permanecem até ao momento majoritariamente sem asfalto. Os terminais de transporte aéreo e fluvial são precários, dificultando o acesso aos centros de abastecimento e comércio ou mesmo o estabelecimento de uma rede de cidades mais adensada. É a região do estado com maiores áreas de reserva indígena e de proteção ambiental, mas que vêm sofrendo pressão pelo avanço da monocultura de soja e agropecuária extensiva, alguma atividade de mineração extrativa e garimpo, atividades que não se caracterizam por mão-de-obra intensiva. São meso-regiões mais estagnadas em termos de crescimento populacional, exceção feita a alguns municípios, conforme se mostra na figura 3, ligados essencialmente a atividades de mineração de bauxita, garimpo e extração de madeira. No município que mais cresce na região, Anapu, criado na década de 1990, onde são registradas taxas acima de 8% a.a., continuam ocorrendo conflitos de terra entre posseiros e assentados, de um lado, e madeireiros e novos colonos de agricultura de extensão, do outro. Prevê-se que a micro-região de Altamira, figura 3, cresça intensamente na próxima década devido à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.

9 O Sudeste Paraense é a meso-região que apresenta o maior crescimento econômico. É onde se localiza a maior mina de ferro do mundo e a partir de 2014 se transformará na maior região de extração de minério do país, prevendo-se que continuará a crescer a um ritmo elevado. A região está sob o arco de desmatamento e tem forte crescimento das atividades agropecuárias e um importante pólo de produção de ferro gusa e produção de carvão vegetal, atividades altamente correlacionadas com o desmatamento. É a região do Pará em que mais municípios foram criados durante os anos 1990 e em suas sedes foram se estabelecendo também as atividades e serviços de suporte: comércio e manutenção de máquinas e equipamentos e comércio em geral, criando uma dinâmica populacional urbana e rural mais intensa do que nas outras regiões. Dada a extensão territorial da meso-região Sudeste Paraense e as diferentes dinâmicas econômicas em cada uma das micro-regiões componentes, a análise nesse nível espacial parece mais acurada. A micro-região de Paragominas tem a sua economia baseada em agricultura de grãos e mais recentemente reflorestamento. Aqui se situa um dos municípios que mais cresce no período estudado, Ulianópolis, com taxas anuais de 8,45%. O município, criado nos anos 1990, que estava relativamente isolado, tem sua atividade muito ligada a reflorestamento, que é intensiva em mão-de-obra. A micro-região de

10 Tucuruí abriga a segunda maior usina hidrelétrica do Brasil. A micro-região de São Felix do Xingu tem emancipação mais recente e apresenta alta taxa de desmatamento para pecuária. A de Marabá abriga o distrito industrial de ferro-gusa e é pólo de serviços às micro-regiões adjacentes. A de Parauapebas apresenta uma elevada concentração urbana, pois abriga uma área de reserva ambiental e também as maiores jazidas de minério do estado, com os PIB per capita mais elevados de cerca de seis vezes o PIB per capita estadual. Nessa micro-região, o município que mais cresce é Canaã dos Carajás, com taxa de 9,36% a.a., que se estabelece a partir de um assentamento do INCRA nos anos 1990 e abriga a maior mina de cobre do Brasil. O surgimento e expansão dos projetos de mineração promovem taxas elevadas de imigração e explicam o grande crescimento dessa micro-região. Os municípios da região que se apresentam mais estagnados demograficamente estão mais isolados ou ainda não tiveram exploradas suas reservas naturais de minério. Em termos de composição da população, a proporção de homens para mulheres se aproximou um pouco mais na última década em todas as meso-regiões paraenses, com exceção da metropolitana de Belém, que permaneceu em 93%. Nessa meso-região, a proporção do quantitativo feminino é maior inclusive em comparação com a razão observada no Brasil, que diminuiu de 97 para 96. Nas demais meso-regiões, os homens ainda são maioria. Estas apresentam razões homens-mulheres acima da observada no Pará, estabilizada em 102 no período estudado, sendo a maior a do Sudoeste Paraense, que diminuiu de 113 para 110. Pelas características das atividades econômicas desenvolvidas na meso-região sudeste, nela se apresenta uma estrutura etária mais semelhante à da RMB onde a população de 24 a 44 anos é a que mais viu crescer sua participação de 2000 para 2010, conforme se verifica na figura 4. Na década analisada, a idade média da população em todas as meso-regiões paraenses aumentou nos mesmos níveis observados para o estado. Em 2010, a mais baixa foi registrada no Marajó, 24 anos, e a mais alta, 30 anos, na mesoregião Metropolitana de Belém. Nas demais, a idade média observada foi 27 anos.

11 Figura 4 Pirâmide etária da meso-região sudeste paraense, Região Metropolitana de Belém A intensa dinâmica demográfica observada no estado do Pará no intervalo não se reflete no comportamento da RMB, que registra taxas de crescimento de 1,3% ao ano, similares às observadas no Brasil. Em 2010, a população metropolitana alcançou habitantes, o que corresponde a acréscimo de 13,7% em comparação com o início da década, bem menor do que o observado para o estado e pouco maior do que a variação nacional, no entanto, muito menor do que o dos municípios paraenses com maior dinâmica econômica. A contribuição da RMB no total da população brasileira praticamente não se alterou no período analisado, permanecendo em pouco mais de 1%. No estado, há pequeno decréscimo, da ordem de 2 pontos percentuais, com participação de 27% no final da década. Na distribuição da população por município da metrópole não são registradas alterações significativas, observando-se pequena diminuição em Belém, núcleo da RMB, de 71% para 68%, mas permanecendo ainda grande seu peso. Isso se verifica mesmo com

12 a variação de 26% ocorrida no conjunto dos municípios periféricos, que cresceu a taxas anuais de 2,3%, enquanto o núcleo aumentou menos do que 9%, com taxas de 0,8%. Considerados esses recortes espaciais, tais alterações não significam aumento da urbanização, que se mantém nos patamares de 99% no núcleo e 94% na periferia. Ao se observarem os municípios periféricos isoladamente, contudo, grandes diferenças aparecem. Ananindeua, cuja população já no ano 2000 foi considerada urbana em sua totalidade, mantém o mesmo perfil. Marituba se aproximou da alocação em Belém e em Ananindeua, aumentando o contingente urbano de 87% para 99%. Benevides e Santa Bárbara do Pará têm diminuída a participação das populações urbanas nos totais municipais, de 59% para 56% e de 35% para 32%. O comportamento demográfico tem relação com a intensa transformação em curso atualmente na ocupação e uso do solo em Belém, Ananindeua e Marituba, onde se observa aumento da verticalização e da conversão de outros usos em habitação com característica urbana. Esses fatos implicam maior demanda de políticas públicas, em especial habitação e transporte, haja vista ainda o aumento verificado no nível de integração de todos os municípios periféricos da RMB ao núcleo metropolitano. Não se altera a composição da população por gênero na RMB, no núcleo e nem na periferia metropolitana, acompanhando a tendência brasileira, mas não a estadual, que teve reduzida um pouco a proporção de homens. A participação masculina é pouco menor do que a feminina na metrópole (48%) e maior na periferia (49%) em comparação com o núcleo (47%). Tanto homens quanto mulheres são na maioria jovens e crianças, sendo ainda a contribuição desses contingentes maior na periferia do que no núcleo metropolitano, embora o processo de envelhecimento na última década tenha sido mais acentuado no conjunto dos municípios periféricos do que na RMB e bem menos intenso no município de Belém, conforme se vê nas figuras 5 a 7. Na metrópole como um todo, a idade média aumentou de 27 para 31 anos, maior do que a observada para o estado do Pará, sendo maior também a variação do índice de envelhecimento, de 14% para 22,79%. A razão de dependência dos idosos aumentou de 6,34% para 7,96%, portanto, uma variação pouco maior do que a ocorrida no estado, enquanto a razão de dependência das crianças, que

13 diminuiu de 45,32% para 34,94% no período estudado, teve uma redução bem menos acentuada do que o conjunto dos municípios paraenses. Figura 5 Pirâmide Etária do Município de Belém, mais 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a 4 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8%

14 Figura 6 Pirâmide Etária da RMB: mais 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a 4 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8% Figura 7 Pirâmide Etária da Periferia metropolitana, mais 75 a a a a a a a a a a a a a a 14 5 a 9 0 a 4 8% 6% 4% 2% 0% 2% 4% 6% 8%

15 Referências IBGE. Censos demográficos 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010 ROCHA, G. Aspectos recentes do crescimento e distribuição da população da Amazônia brasileira. In: Aragón, L. Populações da Pan-Amazônia. Belém: NAEA/2005 IPEA. Objetivos de Desenvolvimento do Milênio Relatório Nacional de Acompanhamento. Brasília: Ipea, 2010 PNUD/PUC Minas/UFPA. Coleção de estudos regionais sobre os Objetivos do Milênio da Rede de Laboratórios Acadêmicos para Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, Região Norte. Belo Horizonte: PUC Minas Virtual, 2007, em CD ou