Maurício Pinto Coelho Filho Juiz Auxiliar da Corregedoria Superintendente dos Serviços Notariais e de Registro do Estado de Minas Geras
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- Catarina Fartaria Tavares
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1 SIMPÓSIO SOBRE A APLICABILIDADE DA LEI FEDERAL Nº , DE 04/01/2007, QUE ALTEROU DISPOSITIVOS DO CPC, POSSIBILITANDO A REALIZAÇÃO DE INVENTÁRIO, PARTILHA, SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO CONSENSUAIS POR VIA ADMINISTRATIVA. Maurício Pinto Coelho Filho Juiz Auxiliar da Corregedoria Superintendente dos Serviços Notariais e de Registro do Estado de Minas Geras
2 Provimento n.º Corregedoria de Justiça de Minas Gerais (Lei Federal Nº , de 04/01/2007)
3 LEI Nº , DE 4 DE JANEIRO DE 2007 Altera dispositivos da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa.
4 LEI Nº , DE 4 DE JANEIRO DE 2007 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Os arts. 982 e 983 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, passam a vigorar com a seguinte redação: Art Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. Parágrafo único. O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. (NR)
5 LEI Nº , DE 4 DE JANEIRO DE 2007 Art O processo de inventário e partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta) dias a contar da abertura da sucessão, ultimando-se nos 12 (doze) meses subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais prazos, de ofício ou a requerimento de parte. Parágrafo único. (Revogado). (NR) Art. 2o O art da Lei no 5.869, de 1973 Código de Processo Civil, passa a vigorar com a seguinte redação: Art A partilha amigável, celebrada entre partes capazes, nos termos do art da Lei no , de 10 de janeiro de Código Civil, será homologada de plano pelo juiz, mediante a prova da quitação dos tributos relativos aos bens do espólio e às suas rendas, com observância dos arts a desta Lei.... (NR).
6 LEI Nº , DE 4 DE JANEIRO DE 2007 Art. 3o A Lei no 5.869, de 1973 Código de Processo Civil, passa a vigorar acrescida do seguinte art A: Art A. A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis. 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de cada um deles, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
7 LEI Nº , DE 4 DE JANEIRO DE o A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei. Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 5o Revoga-se o parágrafo único do art. 983 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil. Brasília, 4 de janeiro de 2007; 186o da Independência e 119o da República. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA Márcio Thomaz Bastos
8 PROVIMENTO Nº 164/CGJ/2007 Dispõe sobre a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por escritura pública.
9 PROVIMENTO Nº 164/CGJ/2007 O Corregedor-Geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 16, inciso XIV, da Resolução nº. 420, de 1º de agosto de Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, CONSIDERANDO a vigência da Lei Federal n.º , de 4 de janeiro de 2007, que alterou a Lei Federal nº 5.869, de 11 de janeiro de Código de Processo Civil, a qual possibilita a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa; CONSIDERANDO que os Serviços de Notas e Registro são responsáveis pela organização técnica e administrativa destinadas a garantir a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos jurídicos decorrentes da aplicação da novel legislação; CONSIDERANDO que a Comissão instituída pela Portaria nº 158/CGJ/2005, de 11 de julho de 2005, ainda não promoveu a consolidação e sistematização das normas da Corregedoria Geral de Justiça, relativas aos Serviços Notariais e de Registro, integrando-as ao Provimento nº 161, de 1º de setembro de 2006, PROVÊ:
10 Art. 1º O inventário, a partilha, a separação consensual e o divórcio consensual, a partir de 05 de janeiro de 2007, nos termos da Lei Federal nº , de 4 de janeiro de 2007, que alterou dispositivos do Código de Processo Civil, poderão ser realizados por via administrativa, através de escritura pública, observados os requisitos legais quanto aos prazos. Enunciado nº2 - É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial. A qualquer momento, podem solicitar a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial.
11 1º No caso do inventário e da partilha, todos devem ser capazes e concordes e não existir testamento e, na separação e divórcio consensuais, não poderão existir filhos menores ou incapazes do casal. 2º A sobrepartilha, o restabelecimento da sociedade conjugal e a conversão da separação em divórcio, observados os requisitos mencionados no 1 deste artigo, também poderão ser realizados por escritura pública. Enunciado 24 É admissível a sobrepartilha por escritura pública, ainda que referente a inventário e partilha judiciais já findos, mesmo que o herdeiro, hoje maior e capaz, fosse menor ou incapaz ao tempo do óbito ou do processo judicial.
12 Art. 2º Compete exclusivamente aos tabeliães de notas a lavratura da escritura pública de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais, conforme previsto no art. 7 da Lei Federal n 8.935, de 18 de novembro de Parágrafo único. Os oficiais do registro civil das pessoas naturais dos distritos e dos municípios que não sejam sede da comarca e que acumulam a função notarial, não têm a atribuição prevista no caput deste artigo, conforme previsto no art. 52 da Lei Federal n 8.935, de Enunciado 1- Para a lavratura dos atos notariais de que trata a Lei nº /07, é livre a escolha do tabelião de notas, não se aplicando as regras de competência do Código de Processo Civil.
13 Art. 3º Em quaisquer dos atos referidos no art. 1 e 1º e 2º deste Provimento, é necessária a assistência das partes interessadas por advogado comum ou advogados de cada uma delas. Parágrafo único. O tabelião de notas deverá fazer constar da escritura o nome do advogado e o número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, cuja assinatura será aposta na escritura juntamente com as das partes, sem a necessidade de exibição do instrumento de procuração. Enunciado 7 É necessária a presença do advogado, dispensada a procuração, ou defensor público, na lavratura das escrituras decorrentes da Lei /07, nelas constando seu nome e registro na OAB.
14 Art. 4 As partes poderão ser representadas por procurador em quaisquer dos atos descritos no art. 1 e 1º e 2º deste Provimento, desde que munido de procuração pública com poderes específicos para o ato, outorgada há no máximo 90 (noventa) dias. Parágrafo único. Se a procuração mencionada no caput deste artigo houver sido outorgada há mais de 90 (noventa) dias, deverá ser exigida certidão do serviço notarial onde foi passado o instrumento público do mandato, dando conta de que não foi ele revogado ou anulado. Enunciado 35 - O comparecimento pessoal das partes é dispensável à lavratura de escritura pública de separação e divórcio consensuais, sendo admissível ao(s) separando(s) ou ao(s) divorciando(s) se fazer representar por mandatário constituído, desde que por instrumento público, com poderes especiais, descrição das cláusulas essenciais e prazo de validade de trinta dias.
15 Art. 5 A escritura pública conterá os requisitos previstos no 1 do art. 215 da Lei Federal n , de 10 de janeiro de Código Civil, sem prejuízo de outras exigências legais. Art A escritura pública, lavrada em notas de tabelião, é documento dotado de fé pública, fazendo prova plena. 1o Salvo quando exigidos por lei outros requisitos, a escritura pública deve conter: I - data e local de sua realização; II - reconhecimento da identidade e capacidade das partes e de quantos hajam comparecido ao ato, por si, como representantes, intervenientes ou testemunhas; III - nome, nacionalidade, estado civil, profissão, domicílio e residência das partes e demais comparecentes, com a indicação, quando necessário, do regime de bens do casamento, nome do outro cônjuge e filiação; IV - manifestação clara da vontade das partes e dos intervenientes; V - referência ao cumprimento das exigências legais e fiscais inerentes à legitimidade do ato; VI - declaração de ter sido lida na presença das partes e demais comparecentes, ou de que todos a leram; VII - assinatura das partes e dos demais comparecentes, bem como a do tabelião ou seu substituto legal, encerrando o ato.
16 Art. 6 Os emolumentos e a taxa de fiscalização judiciária devidos pela lavratura da escritura obedecerão ao previsto na Lei Estadual n , de 30 de dezembro de Enunciado 4 O valor dos emolumentos das escrituras públicas a que se refere a Lei nº /07 será fixado em conformidade com lei estadual, observada a legislação federal (Lei /2000), recomendando-se normatização específica para os novos atos.
17 Art. 7 Aos declaradamente pobres, nos termos da lei, não poderá ser recusada a gratuidade da escritura e dos demais atos notariais e de registro, relativos aos procedimentos previstos neste Provimento. Parágrafo único. A declaração de pobreza será apresentada pelo interessado diretamente ao notário e ao registrador Enunciado 5 - A gratuidade prevista na Lei n /07 compreende as escrituras de inventário, partilha, separação e divórcio consensuais.
18 Art. 8 A escritura pública do inventário, da partilha, da separação e do divórcio consensuais constituirá título hábil para o registro imobiliário e o registro civil, bem como para levantamento e transferência de valores existentes em contas correntes, de investimento e de poupança, depósitos a prazo, e aplicações em instituições financeiras, formalização de transferência de propriedade de bens e direitos junto a órgãos públicos e entidades públicas e privadas, relativos ao objeto do ato notarial e ao titular dos direitos nela tratados. Enunciado 3 - As escrituras públicas de inventário e partilha, separação e divórcio consensuais não dependem de homologação judicial e são títulos hábeis para o registro civil e o registro imobiliário, para a transferência de bens e direitos, bem como para promoção de todos os atos necessários à materialização das transferências de bens e levantamento de valores (DETRAN, Junta Comercial, Registro Civil de Pessoas Jurídicas, instituições financeiras, companhias telefônicas, etc.)
19 Art. 9º A existência de processo judicial em andamento, desde que ainda não tenha sido proferida a sentença objetivando a separação consensual, o divórcio consensual, o inventário ou a partilha, não impede que o mesmo ato seja feito por escritura pública. Parágrafo único. Havendo processo judicial, constará da escritura o juízo onde tramita o feito, o qual será comunicado pelo tabelião, no prazo de 30 (trinta) dias do ato, sobre sua lavratura. Enunciado 2 - É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial. A qualquer momento, podem solicitar a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial.
20 Art. 10. A escritura pública relativa aos atos mencionados no art. 1 e 1º e 2º deste Provimento, somente será finalizada após terem sido apresentados os comprovantes de recolhimento dos tributos incidentes. Parágrafo único. O tabelião consignará no ato notarial a apresentação dos documentos comprobatórios do recolhimento dos tributos incidentes, ficando dispensada sua transcrição. Enunciado 14. O recolhimento dos tributos incidentes deve anteceder à lavratura da escritura. Art. 11. Os documentos necessários à prática de quaisquer dos atos mencionados neste Provimento devem ser arquivados na respectiva serventia, na forma da lei, não subsistindo esta obrigação quando forem microfilmados ou digitalizados.
21 Art. 12. É necessária a apresentação dos seguintes documentos para lavratura da escritura pública de inventário e partilha: I - certidão de óbito do autor da herança; II - documento de identidade oficial das partes; III - Cadastro de Pessoas Físicas CPF das partes e do falecido; IV - certidão de nascimento ou casamento, quando se tratar de pessoa casada, de todos quantos participarem do ato, exceto do advogado; V - certidão do pacto antenupcial, se o regime de bens não for o legal; VI - certidões, escrituras e outros documentos necessários à comprovação da propriedade dos bens e direitos; VII - certidões negativas de débito, ou positivas com efeito negativo, expedidas pelas fazendas públicas federal, estadual e municipal, em favor do autor da herança; e VIII - Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR e prova de quitação do Imposto Sobre Propriedade Territorial Rural ITR, correspondente aos últimos 5 (cinco) exercícios, quando entre os bens a partilhar figurar imóvel rural ( 2º e 3º do art. 22 da Lei Federal n 4.947, de 06 de abril de 1966, com redação dada pela Lei Federal nº , de 28 de agosto de 2001).
22 Art. 13. Na escritura pública de separação e de divórcio consensuais, deverão as partes declarar expressamente a inexistência de filhos menores ou incapazes do casal, bem como deliberar de forma clara sobre: I - existência de bens comuns sujeitos à partilha e de bens particulares de cada um dos cônjuges, descrevendo-os de forma detalhada, com indicação da matrícula e registro imobiliário, se for o caso, atribuindo-lhes os respectivos valores; II - partilha dos bens comuns; III - pensão alimentícia, com indicação de seu beneficiário, valor e prazo de duração, condições e critérios de correção, ou da dispensa ou da renúncia do referido direito; e IV - retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro, ou se manterá o nome de casado.
23 (Art. 13. Na escritura pública de separação e de divórcio consensuais, deverão as partes declarar expressamente a inexistência de filhos menores ou incapazes do casal, bem como deliberar de forma clara sobre: ) Enunciado 21 Na lavratura da escritura deverão ser apresentados os seguintes documentos: a) certidão de óbito do autor da herança; b) documento de identidade oficial e CPF das partes e do autor da herança; c) certidão comprobatória do vínculo de parentesco dos herdeiros; d) certidão de casamento do cônjuge sobrevivente e dos herdeiros casados e pacto antenupcial, se houver; e) certidão de propriedade de bens imóveis; f) documentos necessários à comprovação da titularidade dos bens móveis e direitos, se houver; g) certidão negativa de tributos; e h) Certificado de Cadastro de Imóvel Rural CCIR, se houver imóvel rural a ser partilhado.
24 Art. 14. É necessária a apresentação dos seguintes documentos para lavratura da escritura pública de separação e divórcio consensuais: I - documento de identidade oficial e Cadastro de Pessoas Físicas CPF dos cônjuges; II - certidão de casamento, expedida há no máximo 90 (noventa) dias; III - certidão de pacto antenupcial, se o regime de bens não for o legal; e IV - certidões, escrituras e outros documentos necessários à comprovação da propriedade dos bens e direitos, se houver. Parágrafo único. Na conversão da separação em divórcio, além dos documentos previstos nos incisos I a IV do caput deste artigo, deve ser apresentada certidão da sentença de separação judicial, se for o caso, ou averbação da separação no assento de casamento.
25 Art. 15. No divórcio consensual, a prova da separação de fato poderá ser feita através de declaração de, no mínimo, duas testemunhas devidamente qualificadas. Parágrafo único. A declaração das testemunhas constará da própria escritura ou de documento por elas assinado, com firma reconhecida, que será arquivado pelo tabelião. Enunciado 53 A declaração dos cônjuges não basta para a comprovação do implemento do lapso de dois anos de separação no divórcio direto. Deve o tabelião observar se o casamento foi realizado há mais de dois anos e a prova documental da separação, se houver, podendo colher declaração de testemunha, que consignará na própria escritura pública. Caso o tabelião se recuse a lavrar a escritura, deverá formalizar a respectiva nota, desde que haja pedido das partes neste sentido.
26 Art. 16. Este provimento entrará em vigor na data de sua publicação. Belo Horizonte, 28 de fevereiro de Desembargador José Francisco Bueno Corregedor-Geral de Justiça
27 Maurício Pinto Coelho Filho Tel. Corregedoria:
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